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Aula 4 - Asma alérgica

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1 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
07/03/2022 – Aula 4 
O que é a asma?? 
A asma corresponde a um grupo de doenças pulmonares 
(inflamatória crônica) que é conhecido pela obstrução 
recorrente e reversível do fluxo de ar, associado a 
hiperresponsividade da célula muscular lisa brônquica, que 
tem como causa reações de hipersensibilidade imediata e 
reações alérgicas de fase tardia. A asma é uma doença 
heterogênea e complexa com diferentes fenótipos e 
endótipos. 
Vamos entender o que são esses termos? 
Os fenótipos da asma correspondem as características 
observáveis nesse paciente. Os fenótipos inflamatórios mais 
frequentes incluem a asma eosinofílica ou não eosinofílica e 
asma alérgica ou não alérgica. 
O endótipo diz respeito ao mecanismo molecular ou 
fisiopatológico subjacente ao fenótipo. Quanto aos endótipos 
podemos pensar no endótipo da inflamação do tipo 2 (T2) 
alta e baixa. A T2 alta se refere ao paciente que apresenta 
asma de início precoce, mais grave, e associada a atopia/IgE e 
a eosinofilia na via aérea e sistêmica, respondendo bem ao 
uso de corticoide e drogas que inibem a inflamação T2. Já os 
pacientes que tem asma com T2 baixa começam a apresentar 
sintomas de forma mais tardia, sem eosinofilia nas vias 
aéreas e sistêmica e responsividade reduzida ao tratamento 
com corticoides. 
Paciente asmático 
O paciente asmático na clínica, na maioria das vezes, não 
estará diagnosticado da maneira correta, muitos relatam 
episódios de bronquite, mas negam asma. E, com isso, o 
paciente asmático sem diagnóstico não alcança um 
tratamento que possa lhe proporcionar o controle dessa 
doença. Assim, o profissional de saúde tem a função de 
realizar o diagnóstico do paciente asmático e de explicar 
detalhadamente a importância de seguir todos os passos do 
tratamento (direcionado pelos sintomas) para que o paciente 
possa controlar e impedir a progressão dessa doença. 
Vale salientar que a maioria dos asmáticos são portadores de 
doenças do tipo concordante, isto é, à medida que aumenta a 
inflamação das vias aéreas, aumentam os sintomas, por isso o 
tratamento é direcionado pela sintomatologia do paciente. 
A asma (hiperresponsividade das vias áreas inferiores) 
apresenta uma história de sintomas respiratórios: sibilos, 
dispneia, opressão torácica retroesternal e tosse, estes 
sintomas variam com o tempo e a intensidade, e estão 
associados à limitação variável do fluxo aéreo. Tal 
hiperresponsividade pode ser reversível espontaneamente 
(tosse seca) ou com tratamento adequado. 
 
 
Leitura do caso clínico 
V.C.R.B, 6 anos, primeira consulta janeiro 2022, com história 
de secreção fácil e tosse recorrente após 1 ano de idade. 
Para as crises de secreção e tosse fazia uso frequente de 
antialérgico, nem sempre com resolução do quadro, e por 
vezes associava ao corticoide oral. Relata também uso de 
antibióticos recorrentes quando o quadro respiratório se 
arrastava mesmo com as medicações utilizadas com 
aparecimento de secreção espessa e escura. (sinusites e 
otites). Nos últimos 2 anos a frequência das infecções 
diminuiu (1 por ano), mas a secreção e tosse recorrente 
persistiam. Fez 6 meses de uso contínuo de montelucaste, 
sem controle do quadro respiratório com 1 ano e 3 meses. 
Procura atendimento pois apresentou a primeira crise de 
asma há 15 dias com internação no CTI por 48 horas, mais 7 
dias no quarto. 
H. familiar- pai com rinite e asma. 
Nega tapete, cortina ou animais em casa, quarto arejado, 
com sol, sem umidade, mas dorme no colchonete no chão 
no quarto dos pais. 
Escola após 1 ano de idade. 
Vacinação em dia, nega reações adversas pós vacinais. 
Seio materno até 6 meses exclusivo, nega intercorrências no 
desmame. 
Considerações: dificuldades de diagnóstico na criança 
pequena, necessidade de investigação precoce, a rinite é um 
fator predisponente para asma, atenção á história familiar. 
 
➔ Comentários relacionados ao caso clínico 
Lembrar do conceito de via aérea única, isto é, uma 
inflamação no trato respiratório superior não tratada pode 
evoluir para um quadro de inflamação no trato respiratório 
inferior. De forma mais clara, a rinite não tratada/tratada de 
forma inadequada poderá evoluir para um quadro de asma. 
A rinite alérgica é um fator predisponente para a asma, 
quando a rinite não é tratada de forma adequada e há 
história de asma na família. Até o gotejamento pós nasal 
recorrente pode desencadear o quadro asmático. 
É recomendado o uso de capa antiácaro para colchões e 
travesseiros, principalmente para alérgicos. 
Criança começou os sintomas precocemente. É difícil fechar o 
diagnóstico de atopia nessa fase (antes dos dois anos). 
Investigação de alergia à proteína do leite? 
Montelucaste é um agonista de receptores de leucotrienos 
que atua bloqueando a broncoconstrição e reduzindo a 
inflamação da via aérea. Esse medicamento é prescrito 
associado ao corticoide inalatório (CI) e é incluído como uma 
opção ao tratamento da asma nas etapas II a IV da GINA. 
Pode ser utilizado associado a CI + LABA no controle da asma 
na etapa IV, podendo ser uma opção ao uso de SABA na asma 
Asma alérgica 
 
2 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
induzida por exercícios. – Tentativa de frear o quadro 
repetitivo de asma em associação com outros medicamentos. 
A dose recomendada para asmáticos de 2 a 5 anos de idade é 
de 4 mg; de 6 a 14 anos é de 5 mg; e ≥ 15 anos é de 10 mg, 
uma vez ao dia. 
Controle do quadro asmático: corticoide inflamatórios. 
Característica fisiopatogênica 
A asma é uma doença inflamatória crônica na mucosa dos 
brônquios (hiperresponsividade das vias aéreas inferiores). 
Esse conceito guia o tratamento e o diagnóstico do paciente, 
bem como seu prognóstico (sequelas). 
 
Figura 1: Brônquio normal X Brônquio inflamado – espessura da 
mucosa fica muito maior. No paciente com crise de inflamação com 
uso de broncodilatador vai gerar um alívio, mas esse medicamento 
não vai controlar a inflamação. Se a inflamação não for controlada 
com uso de corticosteroides, por exemplo, o paciente pode entrar no 
ciclo vicioso, fisiopatogenia da bronquiectasia, ou passar a ter um 
DPOC. 
A hiperresponsividade da asma pode ser desencadeada por 
fatores alérgico, mas temos que lembrar que essa doença 
não é exclusivamente de causa alérgica. 
Ar frio chegando aos brônquios pode gerar broncoespasmo 
→ asma. 
Exercícios físicos levam ao aumento do fluxo de sangue no 
brônquio, o que pode gerar broncoespasmo → asma 
Como já foi dito, existe limitação variável ao fluxo aéreo. É 
reversível, espontaneamente ou com o uso de medicamento 
(tratamento). 
Pode ocorrer tosse seca quando o paciente faz exercício, o 
que sugere hiperresponsividade brônquica. 
Fase imediata na asma alérgica 
A resposta inflamatória alérgica é iniciada pela interação de 
alérgenos ambientais com células apresentadores de 
antígenos ao sistema imunológico, mais especificamente os 
linfócitos Th2. 
Linfócitos Th2 produzem citocinas responsáveis pelo início e 
manutenção do processo inflamatório. 
A interleucina (IL)-4 tem papel importante no aumento da 
produção de anticorpos IgE específicos ao alérgeno 
Vários mediadores inflamatórios são liberados pelos 
mastócitos (histamina, leucotrienos, triptase e 
prostaglandinas) - hiperreativiade brônquica, 
broncoespasmo. 
Fase tardia da asma alérgica 
AÇÃO DE CITOCINAS, MEDIADORES INFLAMATÓRIOS 
LIBERADOS POR LINFÓCITOS, MACRÓFAGOS, EOSINÓFILOS: 
fator de necrose tumoral – TNF alfa, IL-6, óxido nítrico, IL-2, 
IL-3, IL-4, IL-5, fator de crescimento de colônia de 
granulócitos, proteína básica principal, elastase, óxido nítrico. 
Resultado: lesões e alterações na integridade epitelial, 
hipersecreção de muco, anormalidades no controle neural 
autonômico, alterações na permeabilidade vascular, 
mudanças na funçãomucociliar e aumento da reatividade do 
músculo liso da via aérea, dano e ruptura do epitélio. 
Consequência: proliferação de células epiteliais e 
miofibroblastos, o espessamento da membrana basal e as 
lesões irreversíveis que podem ocorrer em alguns pacientes 
com asma. hipertrofia e hiperplasia do músculo liso; 
REMODELAMENTO BRÔNQUICO - irreversibilidade de 
obstrução que se observa em alguns pacientes. Esse 
remodelamento é resultado de um processo inflamatório 
crônico que promovem alterações estruturais irreversíveis e 
perda progressiva e irreversível da função pulmonar 
(alteração do epitélio pulmonar). 
Como identificar o paciente que vai evoluir para esse 
remodelamento ou não?? Não há resposta para essa 
pergunta. Por isso, o médico deve ficar sempre atento aos 
sinais e sintomas do paciente asmático frente ao tratamento 
e acompanhamento individualizado. Lembrar que a asma é 
uma doença heterogênea. 
Sintomas 
1. Episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto 
no peito e tosse. 
2. Piora a noite e pela manhã, por vezes ao esforço. 
Quando você (médico) for fazer o diagnóstico de asma, 
algumas questões devem ser feitas na anamnese. 
Dispneia, tosse crônica, sibilância, aperto no peito ou 
desconforto torácico, particularmente à noite ou nas 
primeiras horas da manhã; sintomas episódicos; melhora 
espontânea ou pelo uso de medicações específicas para asma 
(broncodilatadores, anti-inflamatórios esteroides); 
A asma se caracteriza também pela recorrência, três ou mais 
episódios de sibilância no último ano. 
Geralmente, tem história família positiva para asma ou 
atopia. 
História sazonal – piora dos sintomas no inverno e outono. 
Para o diagnóstico clínico da asma, diagnósticos alternativos 
precisam ser excluídos. 
 
3 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
50% a 80% das crianças asmáticas desenvolvem sintomas 
antes do quinto ano de vida. O diagnóstico pode ser difícil 
nessa faixa etária. 
A asma é uma doença com diversos fenótipos. Diferentes 
evoluções clínicas = tratamento individualizado. 
O GINA diz para o médico o protocolo para o tratamento da 
asma. 
Asma alérgica ou não alérgica 
Asma eosinofílica (padrão de eosinófilos aumentados tanto 
na mucosa quanto no hemograma) ou não eosinofílica. 
Asma alérgica começa na infância (80% da asma alérgica). 
Quando a asma se inicia tardiamente, em adultos, 
normalmente (50%) não é alérgica. 
Tende a ter um início precoce (antes de 12 anos de 
idade), tem uma evolução mais benigna. 
A asma alérgica é associada a uma história pessoal e familiar 
de outras doenças atópicas. 
Exacerbações relacionadas aos aero alérgenos, aumento 
sérico de IgE, e presença de IgE específica. 
A asma não alérgica tende a iniciar-se mais tarde. Ocorre 
principalmente no sexo feminino. Tem maior associação com 
Polipose nasal, ou hipersensibilidade a AINEs. Geralmente, 
não é comum ter história pessoal ou familiar de alergia ou 
atopia. A asma não alérgica tem um declínio mais precoce da 
função pulmonar, está mais sujeita a ocorrência de 
remodelamento brônquico, quando comparada à asma 
alérgica. 
FENÓTIPOS ALÉRGICO E NÃO ALÉRGICO 
DIFERENTES EVOLUÇÕES CLÍNICAS = TRATAMENTO 
INDIVIDUALIZADO 
Avaliação do fenótipo da inflamação do paciente 
Asma com inflamação do tipo 2 = eosinofilia (alérgica e 
algumas não alérgicas) 
Asma não alérgica: mais comum a infiltração de neutrófilos, 
maior porcentagem de declínio da função ao longo do tempo, 
os mecanismos envolvidos na asma não alérgica não estão 
elucidados. 
A classificação da asma nos tipos alérgico e não alérgico tem 
implicações no prognóstico e tratamento. 
Anamnese 
Tem ou teve episódios recorrentes de falta de ar (dispneia)? 
Tem ou teve crises ou episódios recorrentes de chiado no 
peito (sibilância)? 
Tosse persistente, particularmente à noite ou ao acordar? 
Tosse após atividade física é muito sugestivo de asma. Acorda 
com tosse ou falta de ar? 
Tem tosse, sibilância ou aperto no peito após atividade física? 
Apresenta tosse, sibilância ou aperto no peito após exposição 
a alérgenos como mofo, poeira domiciliar ou animais, após 
resfriados, alterações emocionais como riso ou choro? 
Usa alguma medicação quando os sintomas ocorrem e com 
que frequência? e se melhora. 
Tem antecedentes familiares de doença alérgica ou asma? 
Tem ou teve sintomas prévios de alguma atopia 
especialmente rinite ou dermatite atópica? 
História pregressa?? Comorbidade (DRGE promove uma 
inflamação local que pode acentuar o quadro asmático). 
O risco de asma em uma criança na qual um dos pais seja 
asmático é de cerca de 25%. 
Se ambos os pais forem asmáticos, o risco dobra. 
Importância da interface genética/meio ambiente, o risco em 
gêmeos monozigóticos (75%) é, mas não é 100%. 
A exposição ambiental está associada a modificações 
epigenéticas envolvidas. 
Teoria da higiene 
Quanto maior a carga de endotoxinas e maior a exposição a 
microrganismos ambientais durante a infância menor será o 
risco de desenvolvimento de asma e atopia. 
- Uma comunidade de microrganismos habita as vias aéreas 
inferiores e contribui tanto para a saúde como para a doença. 
Diagnóstico funcional 
O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) é a 
quantidade de ar eliminada no primeiro segundo da manobra 
expiratória forçada e é a medida de função pulmonar mais 
útil clinicamente. 
A espirometria permite a determinação da limitação ao fluxo 
de ar e estabelecimento do diagnóstico de asma. – Redução 
do VEF1. 
O teste de função pulmonar mede a gravidade da limitação 
ao fluxo aéreo, sua reversibilidade com intervenção 
farmacológica (inalação de beta-2 agonista), além de 
confirmar o diagnóstico de asma. 
Quando disponível a prova de função pulmonar para controle 
pode ser feita a cada 3 a 6 meses, mesmo não estando 
incluída essa recomendação nos consensos. 
O objetivo do tratamento no paciente com asma é controlar 
os sintomas e a inflamação das mucosas. O controle é clínico 
e funcional, está relacionado com os parâmetros de 
inflamação das mucosas. 
 
4 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Os testes cutâneos correspondem à pesquisa de IgE 
total e IgEs específicas. 
Idealmente pode-se a avaliação de marcadores 
laboratoriais de inflamação. Mas, a disponibilidade 
desses é difícil, ainda mais quando se consideram os 
elevados custos dos métodos de medida da 
inflamação (escarro induzido ou óxido nítrico 
exalado), o que tornam os parâmetros impraticáveis 
para o controle na prática clínica diária. 
GINA – consenso que disponibiliza instrumentos para o 
controle da asma. 
Atualmente, além do questionário de controle da asma da 
Global Initiative for Asthma (GINA), dispomos de outras 
ferramentas para a monitoração da asma, já adaptadas 
culturalmente para uso no Brasil, incluindo o Questionário de 
Controle da Asma e o Teste de Controle da Asma. 
Antes de 2020 a asma seguia a seguinte classificação de 
gravidade: 
INTERMITENTE: atividades habituais normais, sintomas 
menos que 1 vez por semana, e leves 
PERSISTENTE LEVE: limitações para grandes esforços, 
sintomas mais que 1 vez por semana, crises infrequentes 
PERSISTENTE MODERADA: atividades moderadas 
prejudicadas, sintomas diários, crises frequentes 
PERSISTENTE GRAVE: limitação diária, sintomas diários, 
crises frequentes 
ANTES DE QUALQUER CLASSIFICAÇÃO AVALIAR DEVEMOS AVALIAR 
A ADESÃO AO TRATAMENTO, USO CORRETO DA TÉCNICA DE 
ADMINISTRAÇÃO DA MEDICAÇÃO E A PRESENÇA DE 
COMORBIDADES (DRGE, USO DE BETABLOQUEADORES, INCLUSIVE 
COLÍRIOS, AAS E OUTROS AINES) 
A classificação de gravidade que se utiliza HOJE é: 
 
A prova de função respiratória não é parâmetro para 
classificar a asma como controlada ou não. 
- Devemos classificar a asma em controlada totalmente, 
parcialmente ou se não é controlada.Quando a asma não é controlada o paciente apresenta 3 a 4 
destes sintomas nas últimas 4 semanas: limitação de alguma 
atividade, despertar noturno, sintomas diurnos mais de 2 
vezes por semana e/ou necessidade de medicação de resgate 
mais de 2 vezes por semana. – Instrumento de avaliação 
GINA, 2020. 
Princípios de tratamento 
O controle da asma expressa a intensidade com que as 
manifestações da asma são suprimidas pelo tratamento, 
apresentando variações em dias ou semanas, sua 
gravidade refere-se à quantidade de medicamentos 
necessária para atingir o controle, refletindo uma 
característica intrínseca da doença e que pode ser alterada 
lentamente com o tempo. GINA, 2020. 
 
Controlar a doença e prevenir as exacerbações. 
Na hora de prescrever temos que conversar com o paciente 
sobre quais medicamentos ele está disposto a usar. 
A introdução precoce do tratamento anti-inflamatório 
associado à corticosteroides inalatórios (CI) pode preservar a 
função pulmonar em longo prazo e, eventualmente, prevenir 
ou atenuar o remodelamento das vias aéreas. 
O paciente precisa entender sobre a doença, e saber que se 
ele seguir o tratamento de maneira comprometida a 
qualidade de vida do paciente irá melhorar mais rápido. 
O paciente precisa ser orientado sobre a necessidade de 
eliminar e/ou controlar os fatores desencadeantes. 
O médico precisa deixar claro ao paciente sobre as diferenças 
do tratamento com broncodilatador sintomático e o 
tratamento de manutenção. 
O paciente tem que ter um plano de ação escrito para 
quando entrar em crise, além de saber realizá-lo. 
Todo paciente merece uma abordagem personalizada, 
incluindo, além do tratamento farmacológico, a educação do 
sobre a asma, o plano de ação (SOS) por escrito, o 
treinamento do uso do dispositivo inalatório e a revisão da 
técnica inalatória a cada consulta. 
O tratamento consiste em evitar a crise e saber o que fazer 
quando o paciente apresenta crise. 
O tratamento ideal é o que mantém o paciente controlado e 
estável com a menor dose de medicação possível. Uma vez 
obtido o controle sintomático por um período mínimo de três 
meses, pode-se reduzir as medicações e suas doses. 
Atenção!!! Se o controle esperado não for obtido, antes de 
quaisquer mudanças terapêuticas deve-se considerar: a 
adesão do paciente ao tratamento; os erros na técnica de uso 
dos dispositivos inalatórios; a presença de fatores 
desencadeantes e/ou agravante como rinite persistente, 
sinusite crônica, doença do refluxo gastroesofágico, 
exposição a alérgenos, tabagismo, e transtornos psíquicos e 
sociais. 
 
5 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Dispositivos: spray oral, turbuhaler; aerolizer; diskus, 
handidaler, nebulizador. 
Medicamentos 
Corticoide inalatório: orientar o paciente a fazer higiene oral 
após o uso, a fim de impedir o desenvolvimento de 
candidíase oral, disfonia e tosse crônica por irritação das vias 
aéreas superiores. São reduzidas se a recomendação de 
higiene oral for seguida. 
É recomendado o uso de espaçador em aerossol. O risco de 
efeitos adversos diminui com o emprego de inalador 
pressurizado dosimetrado com espaçador e com higiene oral 
após a inalação de cada dose do CI. 
O CI é o principal medicamento utilizado no tratamento de 
manutenção. Reduz a frequência e a gravidade das 
exacerbações, reduz o número de hospitalizações e de 
atendimentos nos serviços de emergência, além de melhorar 
a qualidade de vida e a função pulmonar do paciente 
asmático. 
 
Figura 2: Equipotência dos corticoides inalatórios. 
Corticoides inalatórios (CI) 
 Beclometasona (Miflasona, Clenil) 
 Budesonida (Miflonide, Busonid) 
 Fluticasona (Flixotide) 
 Mometasona (Oximax) 
 Ciclesonida (Alvesco) 
 
Long-acting β2 agonist (LABA, β2-agonista de longa 
duração) – corresponde a base do tratamento 
medicamentoso da asma. O LABA corresponde ao formoterol 
e ao salmeterol e deve ser associado ao corticoide inalatório. 
Paciente não pode usar um broncodilatador isolado porque a 
mucosa está inflamada, necessitando do corticoide associado 
necessariamente para controlar a infecção. A associação dos 
LABA ao CI pode ser utilizada como terapia inicial na asma 
classificada como moderada ou grave. 
Os efeitos adversos com o uso de LABA não são comuns 
(efeitos pelo estímulo cardiovascular, tremores de 
extremidades e hipocalemia). 
Formoterol tem um rápido início de ação (1 a 3 minutos, mais 
rápido que o salmeterol) e sua ação se mantém por 12 horas. 
Seus efeitos adversos estão relacionados a palpitações, dor 
de cabeça e tremores. Não é recomendado seu uso em 
criança com menos de 6 anos. 
A partir de 4 anos pode usar o Salmeterol associado aos CI, 
quando estes forem insuficientes para promover o controle 
da asma. 
O formoterol tem uma apresentação de 6 microgramas que 
pode ser usado em crianças a partir de 6 anos. 
Beta agonista de ultra ação prolongada só serve para 
manutenção e somente em adultos. Tem duração de ação de 
24 horas. → INDACATEROL E VILANTEROL. 
Short-acting β2 agonist (SABA, β2-agonista de curta 
duração) – Salbutamol/Albuterol (Aerolin®). Aplicação uso 
para resgate. 
Na criança pequena quando o corticoide inalatório não for 
capaz de reverter o quadro e é necessário usar um beta 
agonista se usa um SABA. 
Hoje, no GINA 2021, ocorreu uma atualização. Quando o 
paciente está usando formoterol com corticoide inalatório e 
tem uma crise, não se usa o SABA (Aerolin), se usa o 
Formoterol (LABA) mais vezes ao dia. Para resgate o uso de 
inaladores pressurizados pode ser acoplado ou não a 
espaçadores. A nebulização está indicada apenas nos casos 
mais graves, com necessidade de administração simultânea 
de oxigênio. 
Se o paciente usa como medicação de controle o Salmeterol 
com corticoide, na crise se usa o Aerolin (SABA). 
Antileucotrienos 
Uso oral, pode ser feito a partir de 6 meses de vida. É usado 
de forma adicionar a associação LABA + CI. 
O uso pode levar à sibilância recorrente após bronquiolite 
viral aguda em lactentes. 
- Montelucaste 
Asma grave 
Como identificar??? Descartar comorbidades, fatores 
agravantes, adesão ao tratamento, uso correto do dispositivo 
inalatório. 
A asma grave é definida como aquela que permanece não 
controlada com o tratamento máximo otimizado ou que 
necessita desse tratamento para evitar que a doença se torne 
não controlada (na tentativa de reduzir a dose de CI ou CO), 
apesar da supressão ou minimização dos fatores que pioram 
o controle da asma. O tratamento máximo significa o uso de 
doses altas de CI e de um segundo medicamento de controle 
 
6 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
no ano anterior ou o uso de CO em ≥ 50% dos dias no ano 
anterior. 
Imunobiológicos precisam ser fenotipados (escolha do 
anticorpo monoclonal ideal para cada paciente), a escolha do 
imunobiológico depende do fenótipo da asma. Todos 
injetáveis. 
São seguros, praticamente não tem efeitos colaterais porque 
atuam sobre moléculas específicas (terapia-alvo), o que 
aumenta a qualidade de vida do paciente. São medicamentos 
de alto custo. 
MEPOLIZUMABE, BENRALIZUMABE, OMALIZUMABE, 
DUPILUMABE. 
Imunobiológicos disponíveis no SUS → Omalizumabe, 
Mepolizumabe e o Benralizumabe. 
Conhecendo mais sobre os imunobiológicos... 
Omalizumabe (anti-IgE) foi adicionado as recomendações da 
GINA em 2002, o mepolizumabe (anti-IL-5) em 2016, o 
reslizumabe (anti-IL-5) e benralizumabe (anti-IL-5R) em 2017 
e, a partir de 2019, também foi incluído o dupilumabe (anti-
IL-4R). 
O Omalizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado 
anti-IgE, aprovado no Brasil, e indicado na etapa V para o 
tratamento da asma alérgica grave. 
O mepolizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado 
que inibe a IL-5 de se ligar aos seus receptores nos eosinófilos 
e, consequentemente, reduz a inflamação eosinofílica.O benralizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado 
IgG1-kappa, indicado como terapia adicional em portadores 
de asma eosinofílica grave. 
O dupilumabe é um anticorpo monoclonal contra o receptor 
alfa da IL-4 indicado para o tratamento da asma grave com 
inflamação T2 alta, caracterizada por eosinófilos e/ou fração 
exalada de óxido nítrico elevados, para pacientes > 12 anos 
de idade. 
Metilxantinas 
Aminofilinas e teofilinas – já foram prescritos, mas não se usa 
mais. 
No século XVIII, usava-se café forte. 
LAMA – Antagonistas da acetilcolina, Anticolinérgicos 
Correspondem aos brometos de ipatrópio e de tiotrópio. Tem 
poucos efeitos colaterais (boca seca, retenção urinária), ou 
seja, é uma medicação segura. 
Nos casos de asma grave, é utilizado em associação ao CI + 
LABA (ação sinérgica). 
Duovent® e Atrovent® 
Usados somente na asma mais grave. Quando já se pensa em 
imunobiológicos tenta-se associar o LAMA que é o ipatrópio 
inalatório. Essa medicação é mais usada no DPOC, mas pode 
ser usada no asmático também. 
Broncodilatadores 
Beta agonista Curta duração Salbutamol 
Longa 
duração 
Salmeterol 
Formoterol 
Ultra longa 
duração 
Indacaterol 
Vilanterol 
 
Anticolinérgico Curta duração Brometo de 
ipatrópio 
Longa 
duração 
Brometo de 
tiotrópio 
 
Resumo das atualizações do GINA 2021 
 
Visão de via aérea comum 
Paciente que veio tratar a asma, você tem que fazer 
perguntas objetivas sobre a rinite (acorda com nariz 
entupido?), para que o médico trate a rinite junto com o 
início do tratamento da asma. 
PS.: No SUS não tem disponível o LABA. Mas, com a LMA, 
receita para medicações especiais que tem no posto de 
saúde, pode ser usada para prescrever o LABA associado ao 
CI. 
Na farmácia popular o paciente pode pegar gratuitamente o 
Salbutamol e o Clenil® (dipropionato de beclometasona) om 
dose de 50 a 200 mcg/ml, basta ter a receita. O importante é 
que o paciente fique controlado, que não tenha crise. 
Casos clínicos 
Primeiro caso clínico 
A.L.C, 9 anos, atendido ambulatório com “cansaço e tosse” 
HDA- Há 4 dias vem apresentando tosse com expectoração, 
dificuldade de realizar atividades diárias, principalmente pela 
manhã. Afirma que o filho já teve outros quadros assim e que 
era sempre tratado com nebulização. Antecedentes pessoais, 
familiares: parto a termo, sem complicações, 
desenvolvimento normal, vacinas em dia. Nega internações 
prévias. Nega asma. Resfriados frequentes desde 2 anos de 
idade. Mãe teve bronquite na infância. EF: BEG, taquipneico, 
taquicárdico, afebril, acianótico. Rinoscopia coriza hialina, 
 
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edema de cornetos (comum na rinite alérgica). Murmúrios 
vesiculares audíveis e sibilos difusos, sem esforço 
respiratório. Esse fenótipo provavelmente é de uma asma 
alérgica, história familiar positiva, já teve crise de 
broncoespasmo, já usou Aerolin®, mas não se classifica como 
asmático. 
Segundo caso clínico 
M.L.S, 45 anos com diagnóstico de asma, início após 25 anos, 
faz uso de corticoide inalatório associado a broncodilatador 
de longa inalatório, diariamente. Apresenta nos últimos 2 
meses, episódios recorrentes de agudização do 
broncoespasmo, especialmente após resfriados, ou com 
alterações de clima. Rinite na infância, mãe teve bronquite na 
infância. Anamnese dirigida: comorbidades? uso de 
medicamentos? Rinite não controlada! Sinusite? Controle de 
ambiente? Investigação: dosagens de imunoglobulinas 
específicas, PFR, TC tórax. A rinite pode ter descompensado, 
paciente tem história família positiva, lembrar do conceito de 
via aérea única (rinite mal tratada pode levar a 
hiperresponsividade brônquica). Tem que investigar a 
comorbidade no paciente, se usa medicamento para pressão, 
se tem DRGE, se interrompeu o tratamento para rinite ou se 
está esquecendo de tomar os medicamentos. Convivência 
com tabagismo, animais? Tem que investigar asma alérgica, 
embora de início tardio, investigar o que aconteceu com o 
paciente para que desencadeasse essa exacerbação? 
Terceiro caso clínico 
M.L.S, 25 anos com diagnóstico de asma, início aos 8 anos de 
idade, permaneceu assintomático dos 15, com retorno dos 
sintomas há 1 ano. Rinite diária matinal não tratada. 
ANAMNESE? → Fazer perguntas sobre fatores 
desencadeantes. INVESTIGAÇÃO? → Iges específicas para 
fazer a fenotipagem. TRATAMENTO? → Medicação de 
manutenção (CI + LABA de forma contínua) e orientação 
sobre o controle do ambiente, controle da rinite e o plano de 
ação do paciente. 
Referência e leitura obrigatória: 
https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/jbyyhBv98bWq3WksvBqnD
Bn/?lang=pt# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/jbyyhBv98bWq3WksvBqnDBn/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/jbyyhBv98bWq3WksvBqnDBn/?lang=pt
 
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