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ESTUDO DE CASO 02 CAPS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA 
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE GRAJAÚ - CESGRA 
ENFERMAGEM BACHARELADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO II 
CID 10: F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO 
ESQUIZOFRÊNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAJAÚ - MA 
2021 
LUZIA FERNANDA GOMES DE ARAUJO 
Matrícula: 201706530 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO II 
CID 10: F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO 
ESQUIZOFRÊNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAJAÚ - MA 
2021 
Estudo de Caso apresentado à preceptora de Estágio 
Supervisionado I da disciplina de Enfermagem em 
Saúde Mental e Psiquiatria do curso de Enfermagem, do 
Centro de Estudos Superiores de Grajaú – CESGRA, 
para obtenção parcial de nota. 
 
Enfª. Preceptora: Elizângela de Castro Cruz. 
Coordenadora de estágio: Tailana Santana Alves Leite. 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 
2. CID 10 F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO ESQUIZOFRÊNICO. ..................... 6 
2.1 Aspectos Gerais ............................................................................................................. 6 
2.2 Manifestações Clínicas .................................................................................................. 6 
2.3 Etiologia ......................................................................................................................... 7 
2.4 Diagnóstico .................................................................................................................... 7 
2.5 Tratamento .................................................................................................................... 8 
3. DESCRIÇÃO DO CASO ............................................................................................................ 9 
3.1 Anamnese ...................................................................................................................... 9 
3.2 Motivo da consulta ou Motivo da internação ............................................................... 9 
3.3 Queixa Principal ............................................................................................................. 9 
3.4 História Pessoal ........................................................................................................... 10 
3.5 História Familiar .......................................................................................................... 10 
3.6 EXAME PSÍQUICO ........................................................................................................ 11 
3.6.1 Súmula Psicopatológica .................................................................................................. 11 
3.7 Exame Físico ................................................................................................................ 12 
3.8 Diagnóstico Sindrômico ............................................................................................... 12 
3.8.1 Diagnóstico Nosológico ........................................................................................... 12 
3.8.2 Psicofarmacologia ................................................................................................... 13 
3.9 Projeto Terapêutico Individualizado ........................................................................... 13 
4. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 15 
5. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 16 
4 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Introduzido em 1845 pelo psiquiatra austríaco Ernst von Feuchtersleben (1806-
1849) para substituir o vocábulo loucura e definir os doentes da alma numa perspectiva 
psiquiátrica. As psicoses opuseram-se, portanto, às neuroses, consideradas como doenças 
mentais da alçada da medicina, da neurologia e, mais tarde, da psicoterapia. Por extensão, 
o termo psicose designou inicialmente o conjunto das chamadas doenças mentais, fossem 
elas orgânicas (como a paralisia geral) ou mais especificamente mentais, restringindo-se 
depois às três grandes formas modernas da loucura: esquizofrenia, paranóia e psicose 
maníaco depressiva (NETO; TAURO, 2015). 
É notório que a inserção do movimento psicanalítico teve um papel de destaque 
dentro do contexto da Reforma ao possibilitar que o fenômeno da loucura readquirisse 
sentido. Contudo, alguns questionamentos podem ser feitos a partir desta posição, cuja 
ênfase recai naquilo que distingue cada ser humano (e não no que lhe é comum) e que 
ainda elege o espaço da clínica como lugar privilegiado para a promoção de mudanças. 
Em primeiro lugar, corre-se o risco de ignorarmos o fato de que a doença mental é um 
problema que não se restringe ao campo psi e que, por este mesmo motivo, exige muito 
mais que mudanças exclusivamente técnicas e restritas ao espaço da clínica (SANTOS, 
2017). 
A crise psicótica é definida como uma dissociação da estrutura psíquica, fazendo 
com que o indivíduo desencadeie discursos e comportamentos desorganizados devido à 
alteração do pensamento (delírios) e/ou da sensopercepção (alucinações), comuns na 
esquizofrenia, no transtorno afetivo bipolar, na depressão psicótica e nas demências, e 
devido ao abuso de substâncias psicoativas (SPA). É durante um surto psicótico que 
ocorre perda da realidade, podendo colocar a própria pessoa e outras à sua volta em risco 
(VIEIRA, et al, 2017). 
Segundo a American Psychiatric Association (APA), delírios são falsas crenças 
baseadas na inferência incorreta da realidade, e alucinações são percepções de estímulos 
inexistentes, podendo ocorrer em qualquer modalidade sensorial (auditiva, visual, tátil, 
palativa, olfativa). São sintomas psicóticos precipitantes de agitação psicomotora, 
autoagressividade e heteroagressividade (American Psychiatric Association, 2016). 
os critérios psiquiátricos que se tornaram clássicos para caracterizar a psicose 
foram os seguintes: a gravidade dos transtornos, conduzindo a deficiências importantes 
ou incapacitação; a ausência de consciência de morbidade dos distúrbios (por exemplo, a 
5 
 
convicção inabalável do delirante em seu delírio, a ausência de crítica do maníaco, ambos 
não admitindo que precisam de tratamento); o caráter estranho e bizarro dos distúrbios, 
que produzem no entorno um mal-estar ligado a essa estranheza; a dificuldade de 
comunicação ou mesmo a incomunicabilidade total do psicótico; a volta ou o fechamento 
sobre si mesmo, que se acompanha de uma ruptura com o entorno e com a realidade; tudo 
isso culminando em uma perturbação profunda da relação do sujeito com a realidade, da 
qual os delírios e alucinações são sintomas (OLIVEIRA, 2015). 
A única condição atualmente reconhecida como psicose – a esquizofrenia – não 
por acaso é um quadro de evolução deficitária que se oferece a uma leitura biologizante, 
à ação farmacológica e a ações de reabilitação que tanto podem ser ações generosas de 
inclusão social quanto, dependendo da inflexão, podem pender para uma prática de 
normalização e adaptação (BIRMAN, 2017). 
Esse estudo relata o caso clínico de um paciente diagnosticado com CID 10 F232 
– Transtorno psicótico agudo de tipo esquizofrênico onde há pouco tempo voltou a ser 
acompanhada pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município 
de Grajaú - MA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. CID 10 F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO 
ESQUIZOFRÊNICO. 
 
2.1 Aspectos Gerais 
O transtorno esquizofrênico caracteriza-se por apresentar distorções funcionais 
em vários graus e de forma simultânea. A motivação, os estados afetivos, os processos 
cognitivos e várias outras funções dos pacientes com essasíndrome se encontram 
alterados. O conteúdo do pensamento dos esquizofrênicos apresenta-se fragmentado, com 
perda das associações lógicas, expressando-se de forma “incoerente”, vaga, circunstancial 
e repetitiva. A percepção, na esquizofrenia, também se encontra alterada (ALVES, 2016). 
O principal distúrbio perceptivo são as alucinações auditivas, escuta de vozes 
quando o paciente está sozinho e não há ninguém por perto. Podem ocorrer, mas não 
muito frequentemente, alucinações visuais (visões irreais), olfativas (odores diferentes) 
ou táteis (sensação de”formigamento”). Os indivíduos esquizofrênicos também podem 
ter ilusões (percepção de objetos reais de modo distorcido) ou despersonalização 
(sensação de que o seu corpo está sofrendo modificações) (VALLADA, 2015). 
Também são observados distúrbios motores, tais como catatonia (alterações 
intensas da motricidade caracterizadas por imobilidade e comportamento indiferente ao 
ambiente), movimentos estereotipados (repetitivos e sem propósito), atividades motoras 
incontroláveis e agitação, sendo as duas últimas as mais frequentes. Em consequência 
dessas alterações, o indivíduo perde o senso de identidade pessoal, e tem extrema 
dificuldade de estabelecer contato social, ficando isolado em seus pensamentos e 
fantasias, ou ouvindo alucinações (BRASIL, 2019). 
A pessoa com esquizofrenia sofre com o estigma, já que a sociedade só tem acesso 
ao problema do indivíduo no momento em que acontece o surto psicótico. No geral, esse 
indivíduo não é violento. Contudo, em certas situações, como em psicose, ele pode 
visualizar coisas que o façam se sentir ameaçado. Como ele está enxergando uma 
realidade distorcida, se alguém se aproxima, ele pode agir de maneira impulsiva ou 
reflexa para se proteger, como qualquer outro ser humano reagiria ao se sentir em perigo 
(RODRIGUES, 2018). 
 
2.2 Manifestações Clínicas 
Os sintomas positivos da esquizofrenia constituem excesso de distorções das 
funções normais – acréscimos específicos a pensamento, emoção ou comportamento 
7 
 
considerados normais (LIEBERMAN, 2015). Os delírios são caracterizados por crenças 
fixas, não passíveis de mudanças à luz de evidências conflitantes, e seu conteúdo pode 
incluir uma variedade de temas. Já as alucinações são experiências semelhantes à 
percepção, que ocorrem sem um estímulo externo e são vívidas e claras, com toda a força 
e impacto das percepções consideradas normais, não estando sobre controle voluntário 
(APA, 2014). Esses sintomas são considerados positivos e são mais visíveis por quem 
está ao redor, podendo ser mais bem notados pelas mudanças no temperamento e no 
comportamento do indivíduo. 
Além desses sintomas, caracterizam também esse transtorno os sintomas 
negativos, que podem ser o afeto embotado, a alogia (redução da fluência e 
espontaneidade de fala) e a avoliação, marcada pela ausência de iniciativa ou de objetivos 
(TOY; KLAMEN, 2014). 
 
2.3 Etiologia 
As causas da esquizofrenia infelizmente não foram descobertas até hoje. Fatores 
genéticos, fatores ambientais, alterações cerebrais e bioquímicas parecem influenciar de 
maneira variável o aparecimento e a evolução da doença. A esquizofrenia ocorre mais 
comumente entre membros da família de indivíduos afetados, como parentes de primeiro 
grau e gêmeos homozigóticos, sugerindo que a proximidade genética contribui para seu 
surgimento. Essa sugestão é apoiada por estudos realizados com crianças adotadas, filhas 
de pais psicóticos. Esses estudos mostraram que o fator determinante para o aparecimento 
da esquizofrenia é o fato de os pais biológicos serem psicóticos, pois seus filhos tiveram 
maior probabilidade de desenvolver a esquizofrenia do que crianças adotadas, filhas de 
pais não esquizofrênicos (TENÓRIO, 2016). 
Embora os fatores genéticos tenham papel importante na esquizofrenia, o 
mecanismo preciso de sua transmissão ainda não é conhecido. Fatores ambientais como 
tensão psicológica, complicações obstétricas, problemas nutricionais e mesmo infecções 
viróticas do cérebro também podem contribuir para o aparecimento ou agravamento da 
esquizofrenia (LIMA, 2019). 
 
2.4 Diagnóstico 
De acordo com o DSM-5, a avaliação para diagnosticar um indivíduo com 
esquizofrenia segue uma ordem de sintomas que deve ser apresentado em determinado 
8 
 
período de tempo. Esses sintomas são: (1) delírios; (2) alucinações; (3) discurso 
desorganizado; (4) comportamento grosseiramente desorganizado ou 13 catatônico; e (5) 
sintomas negativos. É necessário que ao menos dois ou mais dos sintomas citados estejam 
ativos por um mês ou mais, descartar que os sintomas sejam decorrentes do uso de 
substâncias psicoativas e/ou de algum quadro clínico (fisiológico ou biológico) e também 
verificar se os sintomas psicóticos não são de um quadro de transtorno esquizoafetivo e 
transtorno depressivo ou transtorno bipolar. Essa ação é essencial para que não haja 
equívocos no diagnóstico (APA, 2014). 
 
2.5 Tratamento 
Apesar de possuírem diferentes estruturas químicas, as drogas antipsicóticas 
diminuem ou eliminam os sintomas positivos da esquizofrenia, atuando por exemplo na 
agitação psicomotora dos pacientes deixando-os menos impulsivos e agressivos. Aliviam 
também outros sintomas como delírios, alucinações e desorganização do pensamento. 
Porém, não afetam os sintomas negativos, e até produzem alguns sintomas semelhantes a 
eles, tais como indiferença, perda de iniciativa e reduzida expressão emocional (LIMA, 
2020). 
É importante lembrar que esse tratamento não dispensa o acompanhamento 
psicológico. Ao contrário fornece condições mínimas para a comunicação entre paciente 
e terapeuta. Assim como o tratamento farmacológico pode auxiliar a psicoterapia, esta 
também contribui no tratamento da esquizofrenia. Mesmo quando a droga alivia os 
sintomas psicóticos, o paciente esquizofrênico tem extrema dificuldade em estabelecer 
contatos sociais e sua formação profissional se encontra também prejudicada devido à 
idade de início da doença (final da adolescência e início da fase adulta). A psicoterapia 
de enfoque social pode melhorar o desempenho psicossocial, ajudando o paciente em seus 
relacionamentos pessoais, profissionais e principalmente familiares. Esse tratamento 
pode tomar várias formas: terapia de suporte individual, terapia de grupo, terapia 
educativa, terapia familiar, treinamento social e treinamento vocacional (LIMA, 2019). 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3. DESCRIÇÃO DO CASO 
3.1 Anamnese 
 Identificação do Paciente 
 
Nome: R.L.L 
Sexo: Feminino. 
Cor: Branca. 
Idade: 37 anos. 
Data de nascimento: 10/10/1984 
Lugar do nascimento (naturalidade): Grajaú – MA 
Nacionalidade: Brasileiro. 
Estado civil: Solteiro. 
Profissão: Sem profissão específica. 
Religião: Evangélica. 
Endereço da residência: Rua Rio Branco, nº 45 Bairro: Centro. 
Data da internação (caso seja internado): Não internado. 
Data da entrevista: 27/10/2021 
 
3.2 Motivo da consulta ou Motivo da internação 
R.L.L, sexo feminino, 37 anos, solteiro, natural de Grajaú – MA, sem profissão 
especifica, ensino médio completo. A paciente foi acolhida no Centro de Atenção 
Psicossocial (CAPS), no dia 27 de fevereiro de 2013 com histórico de delírio e 
alucinações, agressividade moderada, condutas autolesivas. Risco lesivo considerável 
devido á impulsividade e comportamento desorganizado. 
Teve como plano terapêutico semi intensivo (2 vezes por semana) na atividade de 
Yoga e grupo psicoterapêutico. Obteve aparente melhora do quadro, porém ainda com 
discurso persecutório. Neste momento foi receitado uso de medicações psicotrópicas: 
Prometiazina 25mg, Risperidona 1mg, Risperidona 3mg e Ácido valpróico 500mg. 
 
3.3 Queixa Principal 
Conforme informações descritas no prontuário da paciente, a mesma apresentou 
episódios de Alucinações auditivas de comando, referia pensamentos de morte, condutas 
autolesivas e agressividademoderada. 
10 
 
3.4 História Pessoal 
R.L.L relata ter tido uma infância difícil, porém que era uma pessoa normal, 
começou a estudar aos 16 anos de idade. Já morou em vários locais, com vários parentes. 
Relata já ter morado com uma tia onde a ajudava a vender em um comercio e saia no 
interior vendendo roupas usadas. Após isso, normalmente trabalhava como doméstica e 
chegou a ser secretária em um consultório odontológico e gostava muito de trabalhar com 
o que quer que seja. Atualmente gosta muito de ler, e no último mês leu 7 (Sete) livros, 
cantar músicas de todos os ritmos e dançar. 
Durante uma conversa R.L.L diz “ouço vozes”, a irmã da mesma relata que ela 
teve seu primeiro episódio aos 27 anos, onde a mesma “ligou para a irmã para que ela 
arrumasse todas as suas coisas e se escondesse, por que lá em baixo estava cheio de carros 
vermelhos atrás dela”. A partir de então a irmã levou-a para morar com ela. Tempos 
depois foi morar com a mãe e seu quadro clínico piorou. 
Atualmente voltou a morar com a irmã, no início quando voltou fugiu de casa e 
foi encontrada um dia após, a irmã pegou os documentos para que R.L.L não fugisse 
novamente e por isso a mesma pegou uma faca quente e fez dois cortes profundos nos 
braços. Segundo a irmã da mesma hoje ela já se encontra mais calma, os livros ajudam 
ela a relaxar e distrair. 
R.L.L relata gostar de ir para o CAPS, pois conheceu pessoas novas e pode fazer 
várias coisas nas oficinas, gosta muito de pintar e fazer crochê. 
 
3.5 História Familiar 
R.L.L menciona ter 4 (quatro) irmãos, atualmente vive com uma irmã. Seus pais 
são vivos, atualmente são separados e residem em ambientes diferentes, expõe ainda não 
ter contato com seu pai, mantém um bom relacionamento com a mãe. Antigamente 
trabalhava e na maioria do tempo trabalhou como doméstica, porém desde o início dos 
seus episódios não trabalhou mais, chegou a concluir o ensino médio. 
A irmã da mesma relata que quando R.L.L morava com a mãe e tinha resistência 
com o tratamento já chegou a queimar todos os documentos que continha as informações 
do caso e tratamento. 
 
 
 
11 
 
3.6 EXAME PSÍQUICO 
3.6.1 Súmula Psicopatológica 
 Apresentação 
Paciente encontra-se vestida de forma adequada e com boas condições de higiene 
pessoal, cabelos penteados. Apresenta-se em bom estado nutricional e autocuidado 
preservados. 
 Fala 
Sem alterações / preservada. 
 Pensamento 
Pensamento lógico / sem alterações de forma. 
 Forma 
No momento da entrevista apresenta e expõe informações em sentido regular, 
mantém coerência na formação de ideias e dos seus pensamentos. 
 Conteúdo 
Preservada / sem alterações. 
 Consciência do eu 
Autopsíquica, identidade preservada. 
 Consciência 
Consciente e orientada quanto ao tempo e espaço. 
 Atenção 
Normovigil (atenção normal). 
 Memória 
Memória preservada. 
 Inteligência 
Inteligência mantida (capacidade de compreender, resolver problemas, se 
adaptar). 
 Sensopercepção 
Apresenta experiências ilusórias ou alucinatórias não visíveis. 
 Humor 
Normotímica (normal). 
 Afetividade 
Nexos afetivos mantidos. 
 
12 
 
 Vontade e Pragmatismo 
Apresenta-se regular, estável e ativa. A mesma relata gostar de participar das 
oficinas terapêuticas, como pintar e cantar. 
 Psicomotricidade 
Apresenta-se com estrutura corpórea normal, demonstra-se calma. 
 Consciência do estado mórbido 
Consciente e orientada em relação ao seu quadro diagnóstico atual. Durante a 
entrevista relata saber a necessidade de fazer o tratamento de forma adequada. 
 Planos para o futuro 
Paciente relata que tem muita vontade de fazer faculdade pública, gostaria de fazer 
medicina. Declara ainda ter muita vontade de se casar e que inclusive irá iniciar seu 
enxoval. 
 
3.7 Exame Físico 
Paciente em bom estado geral e nutricional, idade aparente compatível com a 
típica, normolínea, ativa, lúcida e orientada no tempo e de consciência, comunicativa e 
bem humorada. 
Mucosas normocóricas e hidratadas; Pele e Fâneros: ausência de alterações de 
coloração, turgor preservados. Coordenação motoras preservadas. Expansibilidade 
torácica preservada bilateralmente e uniformemente palpável de acordo com as 
possibilidades. Abertura palpebral e da cavidade bucal normal. Mucosa lingual, gengival 
e nasal preservada. Cabelos bem distribuídos, sem alterações relativa e ausência de áreas 
de alopecia. Pelos sem alteração de quantidade. Movimentos oculares, movimentos dos 
membros superiores e inferiores preservados. Tônus preservado sem alterações avaliadas 
com manobras de extensão, flexão e rolamento. 
 
3.8 Diagnóstico Sindrômico 
CID 10 F23.2 - Transtorno psicótico agudo de tipo esquizofrênico. 
 
3.8.1 Diagnóstico Nosológico 
CID 10 F23.2 - Transtorno psicótico agudo de tipo esquizofrênico: caracterizados 
pela ocorrência aguda de sintomas psicóticos tais como idéias delirantes, alucinações, 
13 
 
perturbações das percepções e por uma desorganização maciça do comportamento 
normal. 
 
3.8.2 Psicofarmacologia 
 Prometiazina 25mg /Fenergan/ (Cloridrato de Prometazina) – Uso Oral. 
Apresentação: 1 caixa, 20 comprimidos. 
Indicação: é um medicamento indicado para quadros psiquiátricos agudos, ou então no 
controle de psicoses de longa evolução. 
 
 Riss 1mg (Risperidona) – Uso Oral. 
Apresentação: 1 caixa, 30 comprimidos. 
Indicação: Usado para tratar as assim chamadas psicoses (por exemplo, esquizofrenia). 
Também melhora a ansiedade, a tensão e o estado mental alterado por estes transtornos. 
Pode ser usado tanto em quadros de início súbito (agudos) como nos de longa duração 
(crônicos). 
 
 Riss 3mg (Risperidona) – Uso Oral. 
Apresentação: 1 caixa, 30 comprimidos. 
Indicação: é um medicamento usado para tratar as assim chamadas psicoses, Confusão, 
alucinações, distúrbios da percepção (por exemplo, ouvir vozes de alguém que não está 
presente), desconfiança incomum, isolamento da sociedade, ser excessivamente 
introvertido etc. 
 
 Ácido valpróico 500mg 
Apresentação: 1 caixa, 50 comprimidos. 
Indicação: Tratamento de convulsões, epilepsia, crise de ausência e transtorno bipolar. 
 
 Carbonato de litio 600mg – Uso oral. 
Apresentação: 1 caixa, 50 comprimidos. 
Indicação: Tratamento de episódios maníacos no hiperatividade psicomotora. 
 
3.9 Projeto Terapêutico Individualizado 
O processo de Enfermagem, dando enfâse às intervenções autónomas de 
Enfermagem, assume-se como uma ferramenta fundamental na prestação de cuidados. O 
profissional de Enfermagem tem capacidade para diagnosticar e priorizar problemas, 
14 
 
procurando executar uma colheita de dados relevantes, que permitem o estabelecimento 
de objetivos, e a definição de um plano de cuidados, devidamente fundamentado. 
 
 
Diagnósticos de Enfermagem 
 
 
Intervenções de Enfermagem 
 
Risco de violência direcionada a si 
mesmo. 
- Atentar para risco de suicídio. 
- Manter o ambiente seguro. 
- Controlar comportamento auto e/ou 
heteroagressivo. 
 
Risco de Violência Direcionada a outro 
relacionado à alteração na função 
cognitiva e agressividade secundária ao 
transtorno psicótico. 
 
- Estar em observação constante à mudança do seu 
quadro clínico. 
- Estar atento ao conteúdo dos delírios e do estado de 
humor. 
- Construir uma relação terapêutica de confiança. 
 
 
- Encorajar a manter-se na realidade; 
- Propiciar atividades de interesse real do paciente 
para mantê-lo na realidade e socializá-lo. 
- Observar para o conteúdo do pensamento através 
da fala do paciente. 
- Observar o seu comportamento diante das 
alucinações auditivas. 
- estimular a convivência com os demais pacientes. 
 
Fonte: Adaptado de Herdman (2015), Nanda (2020). 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
4. CONCLUSÃO 
A esquizofrenia é um transtorno mental grave e crônico para o qual ainda não há 
uma cura irrestrita, de modo que o paciente deixe de apresentar sintomas.Nesse sentido, 
é necessário buscar estratégias para aprender sobre como lidar com o transtorno e seu 
percurso em todas as suas peculiaridades, para ao menos promover qualidade de vida ao 
paciente. Por ser um transtorno que altera o modo geral de funcionamento do indivíduo 
(desde como a pessoa pensa até o modo como ela se comporta), isso afeta diretamente 
seu cotidiano e suas relações interpessoais. Assim, o transtorno não atinge somente a 
pessoa diagnosticada, mas também seus familiares e cuidadores. 
É possível observar que o enfermeiro tem uma importância relevância em suas 
contribuições quanto a direcionar os cuidados com o paciente acometido pela 
esquizofrenia, embora exista uma dificuldade própria do transtorno, seus cuidados 
beneficiam não somente o paciente em tratamento, mas toda uma coletividade que faz 
parte da vida desse indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
5. REFERÊNCIAS 
ALVES, Cilene Rejane Ramos; SILVA, Maria Teresa Araujo. A esquizofrenia e seu tratamento 
farmacológico. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 18, p. 12-22, 2016. 
 
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: 
DSM-5. 5ªed. Porto Alegre: Artmed; 2016. 948p. 
 
APA. Manual de Diagnóstico Médico. Associação Brasileira de Psiquiatria. Porto Alegre: 
Artmed, 2014. 
 
BIRMAN, Joel. A biopolítica na genealogia da psicanálise: da salvação à cura. História, Ciências, 
Saúde – Manguinhos, v.14, n.2, p.529-548. 2017. 
 
BRASIL, OS TRATAMENTOS UTILIZADOS NO. ESQUIZOFRENIA: A EVOLUÇÃO DO 
DIAGNÓSTICO E. Setembro–Novembro 2019 September–November 2019, 2019. 
drug effects in schizophrenia. Biological Psychiatry, 44, 1099-1117. 
 
Lieberman, J. A., Mailman, R. B., & Duncam, G. (2015). Serotoninergic basis of antipsychotic 
Lima AB, Espíndola CR. Esquizofrenia: Funções Cognitivas, Análise do Comportamento e 
Propostas de Reabilitação. Revista Subjetividades, Fortaleza. 2019; 15(1): 105-112. 
 
LIMA, Samantha Dias. LEVANTAMENTO DE FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO DA 
ESQUIZOFRENIA NO CAPS DO MUNICÍPIO DE ALMENARA-MG. 2020. Tese de 
Doutorado. Universidade de Itaúna. 
 
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