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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE GRAJAÚ - CESGRA ENFERMAGEM BACHARELADO ESTUDO DE CASO II CID 10: F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO ESQUIZOFRÊNICO GRAJAÚ - MA 2021 LUZIA FERNANDA GOMES DE ARAUJO Matrícula: 201706530 ESTUDO DE CASO II CID 10: F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO ESQUIZOFRÊNICO GRAJAÚ - MA 2021 Estudo de Caso apresentado à preceptora de Estágio Supervisionado I da disciplina de Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria do curso de Enfermagem, do Centro de Estudos Superiores de Grajaú – CESGRA, para obtenção parcial de nota. Enfª. Preceptora: Elizângela de Castro Cruz. Coordenadora de estágio: Tailana Santana Alves Leite. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 2. CID 10 F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO ESQUIZOFRÊNICO. ..................... 6 2.1 Aspectos Gerais ............................................................................................................. 6 2.2 Manifestações Clínicas .................................................................................................. 6 2.3 Etiologia ......................................................................................................................... 7 2.4 Diagnóstico .................................................................................................................... 7 2.5 Tratamento .................................................................................................................... 8 3. DESCRIÇÃO DO CASO ............................................................................................................ 9 3.1 Anamnese ...................................................................................................................... 9 3.2 Motivo da consulta ou Motivo da internação ............................................................... 9 3.3 Queixa Principal ............................................................................................................. 9 3.4 História Pessoal ........................................................................................................... 10 3.5 História Familiar .......................................................................................................... 10 3.6 EXAME PSÍQUICO ........................................................................................................ 11 3.6.1 Súmula Psicopatológica .................................................................................................. 11 3.7 Exame Físico ................................................................................................................ 12 3.8 Diagnóstico Sindrômico ............................................................................................... 12 3.8.1 Diagnóstico Nosológico ........................................................................................... 12 3.8.2 Psicofarmacologia ................................................................................................... 13 3.9 Projeto Terapêutico Individualizado ........................................................................... 13 4. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 15 5. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 16 4 1. INTRODUÇÃO Introduzido em 1845 pelo psiquiatra austríaco Ernst von Feuchtersleben (1806- 1849) para substituir o vocábulo loucura e definir os doentes da alma numa perspectiva psiquiátrica. As psicoses opuseram-se, portanto, às neuroses, consideradas como doenças mentais da alçada da medicina, da neurologia e, mais tarde, da psicoterapia. Por extensão, o termo psicose designou inicialmente o conjunto das chamadas doenças mentais, fossem elas orgânicas (como a paralisia geral) ou mais especificamente mentais, restringindo-se depois às três grandes formas modernas da loucura: esquizofrenia, paranóia e psicose maníaco depressiva (NETO; TAURO, 2015). É notório que a inserção do movimento psicanalítico teve um papel de destaque dentro do contexto da Reforma ao possibilitar que o fenômeno da loucura readquirisse sentido. Contudo, alguns questionamentos podem ser feitos a partir desta posição, cuja ênfase recai naquilo que distingue cada ser humano (e não no que lhe é comum) e que ainda elege o espaço da clínica como lugar privilegiado para a promoção de mudanças. Em primeiro lugar, corre-se o risco de ignorarmos o fato de que a doença mental é um problema que não se restringe ao campo psi e que, por este mesmo motivo, exige muito mais que mudanças exclusivamente técnicas e restritas ao espaço da clínica (SANTOS, 2017). A crise psicótica é definida como uma dissociação da estrutura psíquica, fazendo com que o indivíduo desencadeie discursos e comportamentos desorganizados devido à alteração do pensamento (delírios) e/ou da sensopercepção (alucinações), comuns na esquizofrenia, no transtorno afetivo bipolar, na depressão psicótica e nas demências, e devido ao abuso de substâncias psicoativas (SPA). É durante um surto psicótico que ocorre perda da realidade, podendo colocar a própria pessoa e outras à sua volta em risco (VIEIRA, et al, 2017). Segundo a American Psychiatric Association (APA), delírios são falsas crenças baseadas na inferência incorreta da realidade, e alucinações são percepções de estímulos inexistentes, podendo ocorrer em qualquer modalidade sensorial (auditiva, visual, tátil, palativa, olfativa). São sintomas psicóticos precipitantes de agitação psicomotora, autoagressividade e heteroagressividade (American Psychiatric Association, 2016). os critérios psiquiátricos que se tornaram clássicos para caracterizar a psicose foram os seguintes: a gravidade dos transtornos, conduzindo a deficiências importantes ou incapacitação; a ausência de consciência de morbidade dos distúrbios (por exemplo, a 5 convicção inabalável do delirante em seu delírio, a ausência de crítica do maníaco, ambos não admitindo que precisam de tratamento); o caráter estranho e bizarro dos distúrbios, que produzem no entorno um mal-estar ligado a essa estranheza; a dificuldade de comunicação ou mesmo a incomunicabilidade total do psicótico; a volta ou o fechamento sobre si mesmo, que se acompanha de uma ruptura com o entorno e com a realidade; tudo isso culminando em uma perturbação profunda da relação do sujeito com a realidade, da qual os delírios e alucinações são sintomas (OLIVEIRA, 2015). A única condição atualmente reconhecida como psicose – a esquizofrenia – não por acaso é um quadro de evolução deficitária que se oferece a uma leitura biologizante, à ação farmacológica e a ações de reabilitação que tanto podem ser ações generosas de inclusão social quanto, dependendo da inflexão, podem pender para uma prática de normalização e adaptação (BIRMAN, 2017). Esse estudo relata o caso clínico de um paciente diagnosticado com CID 10 F232 – Transtorno psicótico agudo de tipo esquizofrênico onde há pouco tempo voltou a ser acompanhada pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Grajaú - MA. 6 2. CID 10 F232 – TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO DE TIPO ESQUIZOFRÊNICO. 2.1 Aspectos Gerais O transtorno esquizofrênico caracteriza-se por apresentar distorções funcionais em vários graus e de forma simultânea. A motivação, os estados afetivos, os processos cognitivos e várias outras funções dos pacientes com essasíndrome se encontram alterados. O conteúdo do pensamento dos esquizofrênicos apresenta-se fragmentado, com perda das associações lógicas, expressando-se de forma “incoerente”, vaga, circunstancial e repetitiva. A percepção, na esquizofrenia, também se encontra alterada (ALVES, 2016). O principal distúrbio perceptivo são as alucinações auditivas, escuta de vozes quando o paciente está sozinho e não há ninguém por perto. Podem ocorrer, mas não muito frequentemente, alucinações visuais (visões irreais), olfativas (odores diferentes) ou táteis (sensação de”formigamento”). Os indivíduos esquizofrênicos também podem ter ilusões (percepção de objetos reais de modo distorcido) ou despersonalização (sensação de que o seu corpo está sofrendo modificações) (VALLADA, 2015). Também são observados distúrbios motores, tais como catatonia (alterações intensas da motricidade caracterizadas por imobilidade e comportamento indiferente ao ambiente), movimentos estereotipados (repetitivos e sem propósito), atividades motoras incontroláveis e agitação, sendo as duas últimas as mais frequentes. Em consequência dessas alterações, o indivíduo perde o senso de identidade pessoal, e tem extrema dificuldade de estabelecer contato social, ficando isolado em seus pensamentos e fantasias, ou ouvindo alucinações (BRASIL, 2019). A pessoa com esquizofrenia sofre com o estigma, já que a sociedade só tem acesso ao problema do indivíduo no momento em que acontece o surto psicótico. No geral, esse indivíduo não é violento. Contudo, em certas situações, como em psicose, ele pode visualizar coisas que o façam se sentir ameaçado. Como ele está enxergando uma realidade distorcida, se alguém se aproxima, ele pode agir de maneira impulsiva ou reflexa para se proteger, como qualquer outro ser humano reagiria ao se sentir em perigo (RODRIGUES, 2018). 2.2 Manifestações Clínicas Os sintomas positivos da esquizofrenia constituem excesso de distorções das funções normais – acréscimos específicos a pensamento, emoção ou comportamento 7 considerados normais (LIEBERMAN, 2015). Os delírios são caracterizados por crenças fixas, não passíveis de mudanças à luz de evidências conflitantes, e seu conteúdo pode incluir uma variedade de temas. Já as alucinações são experiências semelhantes à percepção, que ocorrem sem um estímulo externo e são vívidas e claras, com toda a força e impacto das percepções consideradas normais, não estando sobre controle voluntário (APA, 2014). Esses sintomas são considerados positivos e são mais visíveis por quem está ao redor, podendo ser mais bem notados pelas mudanças no temperamento e no comportamento do indivíduo. Além desses sintomas, caracterizam também esse transtorno os sintomas negativos, que podem ser o afeto embotado, a alogia (redução da fluência e espontaneidade de fala) e a avoliação, marcada pela ausência de iniciativa ou de objetivos (TOY; KLAMEN, 2014). 2.3 Etiologia As causas da esquizofrenia infelizmente não foram descobertas até hoje. Fatores genéticos, fatores ambientais, alterações cerebrais e bioquímicas parecem influenciar de maneira variável o aparecimento e a evolução da doença. A esquizofrenia ocorre mais comumente entre membros da família de indivíduos afetados, como parentes de primeiro grau e gêmeos homozigóticos, sugerindo que a proximidade genética contribui para seu surgimento. Essa sugestão é apoiada por estudos realizados com crianças adotadas, filhas de pais psicóticos. Esses estudos mostraram que o fator determinante para o aparecimento da esquizofrenia é o fato de os pais biológicos serem psicóticos, pois seus filhos tiveram maior probabilidade de desenvolver a esquizofrenia do que crianças adotadas, filhas de pais não esquizofrênicos (TENÓRIO, 2016). Embora os fatores genéticos tenham papel importante na esquizofrenia, o mecanismo preciso de sua transmissão ainda não é conhecido. Fatores ambientais como tensão psicológica, complicações obstétricas, problemas nutricionais e mesmo infecções viróticas do cérebro também podem contribuir para o aparecimento ou agravamento da esquizofrenia (LIMA, 2019). 2.4 Diagnóstico De acordo com o DSM-5, a avaliação para diagnosticar um indivíduo com esquizofrenia segue uma ordem de sintomas que deve ser apresentado em determinado 8 período de tempo. Esses sintomas são: (1) delírios; (2) alucinações; (3) discurso desorganizado; (4) comportamento grosseiramente desorganizado ou 13 catatônico; e (5) sintomas negativos. É necessário que ao menos dois ou mais dos sintomas citados estejam ativos por um mês ou mais, descartar que os sintomas sejam decorrentes do uso de substâncias psicoativas e/ou de algum quadro clínico (fisiológico ou biológico) e também verificar se os sintomas psicóticos não são de um quadro de transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar. Essa ação é essencial para que não haja equívocos no diagnóstico (APA, 2014). 2.5 Tratamento Apesar de possuírem diferentes estruturas químicas, as drogas antipsicóticas diminuem ou eliminam os sintomas positivos da esquizofrenia, atuando por exemplo na agitação psicomotora dos pacientes deixando-os menos impulsivos e agressivos. Aliviam também outros sintomas como delírios, alucinações e desorganização do pensamento. Porém, não afetam os sintomas negativos, e até produzem alguns sintomas semelhantes a eles, tais como indiferença, perda de iniciativa e reduzida expressão emocional (LIMA, 2020). É importante lembrar que esse tratamento não dispensa o acompanhamento psicológico. Ao contrário fornece condições mínimas para a comunicação entre paciente e terapeuta. Assim como o tratamento farmacológico pode auxiliar a psicoterapia, esta também contribui no tratamento da esquizofrenia. Mesmo quando a droga alivia os sintomas psicóticos, o paciente esquizofrênico tem extrema dificuldade em estabelecer contatos sociais e sua formação profissional se encontra também prejudicada devido à idade de início da doença (final da adolescência e início da fase adulta). A psicoterapia de enfoque social pode melhorar o desempenho psicossocial, ajudando o paciente em seus relacionamentos pessoais, profissionais e principalmente familiares. Esse tratamento pode tomar várias formas: terapia de suporte individual, terapia de grupo, terapia educativa, terapia familiar, treinamento social e treinamento vocacional (LIMA, 2019). 9 3. DESCRIÇÃO DO CASO 3.1 Anamnese Identificação do Paciente Nome: R.L.L Sexo: Feminino. Cor: Branca. Idade: 37 anos. Data de nascimento: 10/10/1984 Lugar do nascimento (naturalidade): Grajaú – MA Nacionalidade: Brasileiro. Estado civil: Solteiro. Profissão: Sem profissão específica. Religião: Evangélica. Endereço da residência: Rua Rio Branco, nº 45 Bairro: Centro. Data da internação (caso seja internado): Não internado. Data da entrevista: 27/10/2021 3.2 Motivo da consulta ou Motivo da internação R.L.L, sexo feminino, 37 anos, solteiro, natural de Grajaú – MA, sem profissão especifica, ensino médio completo. A paciente foi acolhida no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), no dia 27 de fevereiro de 2013 com histórico de delírio e alucinações, agressividade moderada, condutas autolesivas. Risco lesivo considerável devido á impulsividade e comportamento desorganizado. Teve como plano terapêutico semi intensivo (2 vezes por semana) na atividade de Yoga e grupo psicoterapêutico. Obteve aparente melhora do quadro, porém ainda com discurso persecutório. Neste momento foi receitado uso de medicações psicotrópicas: Prometiazina 25mg, Risperidona 1mg, Risperidona 3mg e Ácido valpróico 500mg. 3.3 Queixa Principal Conforme informações descritas no prontuário da paciente, a mesma apresentou episódios de Alucinações auditivas de comando, referia pensamentos de morte, condutas autolesivas e agressividademoderada. 10 3.4 História Pessoal R.L.L relata ter tido uma infância difícil, porém que era uma pessoa normal, começou a estudar aos 16 anos de idade. Já morou em vários locais, com vários parentes. Relata já ter morado com uma tia onde a ajudava a vender em um comercio e saia no interior vendendo roupas usadas. Após isso, normalmente trabalhava como doméstica e chegou a ser secretária em um consultório odontológico e gostava muito de trabalhar com o que quer que seja. Atualmente gosta muito de ler, e no último mês leu 7 (Sete) livros, cantar músicas de todos os ritmos e dançar. Durante uma conversa R.L.L diz “ouço vozes”, a irmã da mesma relata que ela teve seu primeiro episódio aos 27 anos, onde a mesma “ligou para a irmã para que ela arrumasse todas as suas coisas e se escondesse, por que lá em baixo estava cheio de carros vermelhos atrás dela”. A partir de então a irmã levou-a para morar com ela. Tempos depois foi morar com a mãe e seu quadro clínico piorou. Atualmente voltou a morar com a irmã, no início quando voltou fugiu de casa e foi encontrada um dia após, a irmã pegou os documentos para que R.L.L não fugisse novamente e por isso a mesma pegou uma faca quente e fez dois cortes profundos nos braços. Segundo a irmã da mesma hoje ela já se encontra mais calma, os livros ajudam ela a relaxar e distrair. R.L.L relata gostar de ir para o CAPS, pois conheceu pessoas novas e pode fazer várias coisas nas oficinas, gosta muito de pintar e fazer crochê. 3.5 História Familiar R.L.L menciona ter 4 (quatro) irmãos, atualmente vive com uma irmã. Seus pais são vivos, atualmente são separados e residem em ambientes diferentes, expõe ainda não ter contato com seu pai, mantém um bom relacionamento com a mãe. Antigamente trabalhava e na maioria do tempo trabalhou como doméstica, porém desde o início dos seus episódios não trabalhou mais, chegou a concluir o ensino médio. A irmã da mesma relata que quando R.L.L morava com a mãe e tinha resistência com o tratamento já chegou a queimar todos os documentos que continha as informações do caso e tratamento. 11 3.6 EXAME PSÍQUICO 3.6.1 Súmula Psicopatológica Apresentação Paciente encontra-se vestida de forma adequada e com boas condições de higiene pessoal, cabelos penteados. Apresenta-se em bom estado nutricional e autocuidado preservados. Fala Sem alterações / preservada. Pensamento Pensamento lógico / sem alterações de forma. Forma No momento da entrevista apresenta e expõe informações em sentido regular, mantém coerência na formação de ideias e dos seus pensamentos. Conteúdo Preservada / sem alterações. Consciência do eu Autopsíquica, identidade preservada. Consciência Consciente e orientada quanto ao tempo e espaço. Atenção Normovigil (atenção normal). Memória Memória preservada. Inteligência Inteligência mantida (capacidade de compreender, resolver problemas, se adaptar). Sensopercepção Apresenta experiências ilusórias ou alucinatórias não visíveis. Humor Normotímica (normal). Afetividade Nexos afetivos mantidos. 12 Vontade e Pragmatismo Apresenta-se regular, estável e ativa. A mesma relata gostar de participar das oficinas terapêuticas, como pintar e cantar. Psicomotricidade Apresenta-se com estrutura corpórea normal, demonstra-se calma. Consciência do estado mórbido Consciente e orientada em relação ao seu quadro diagnóstico atual. Durante a entrevista relata saber a necessidade de fazer o tratamento de forma adequada. Planos para o futuro Paciente relata que tem muita vontade de fazer faculdade pública, gostaria de fazer medicina. Declara ainda ter muita vontade de se casar e que inclusive irá iniciar seu enxoval. 3.7 Exame Físico Paciente em bom estado geral e nutricional, idade aparente compatível com a típica, normolínea, ativa, lúcida e orientada no tempo e de consciência, comunicativa e bem humorada. Mucosas normocóricas e hidratadas; Pele e Fâneros: ausência de alterações de coloração, turgor preservados. Coordenação motoras preservadas. Expansibilidade torácica preservada bilateralmente e uniformemente palpável de acordo com as possibilidades. Abertura palpebral e da cavidade bucal normal. Mucosa lingual, gengival e nasal preservada. Cabelos bem distribuídos, sem alterações relativa e ausência de áreas de alopecia. Pelos sem alteração de quantidade. Movimentos oculares, movimentos dos membros superiores e inferiores preservados. Tônus preservado sem alterações avaliadas com manobras de extensão, flexão e rolamento. 3.8 Diagnóstico Sindrômico CID 10 F23.2 - Transtorno psicótico agudo de tipo esquizofrênico. 3.8.1 Diagnóstico Nosológico CID 10 F23.2 - Transtorno psicótico agudo de tipo esquizofrênico: caracterizados pela ocorrência aguda de sintomas psicóticos tais como idéias delirantes, alucinações, 13 perturbações das percepções e por uma desorganização maciça do comportamento normal. 3.8.2 Psicofarmacologia Prometiazina 25mg /Fenergan/ (Cloridrato de Prometazina) – Uso Oral. Apresentação: 1 caixa, 20 comprimidos. Indicação: é um medicamento indicado para quadros psiquiátricos agudos, ou então no controle de psicoses de longa evolução. Riss 1mg (Risperidona) – Uso Oral. Apresentação: 1 caixa, 30 comprimidos. Indicação: Usado para tratar as assim chamadas psicoses (por exemplo, esquizofrenia). Também melhora a ansiedade, a tensão e o estado mental alterado por estes transtornos. Pode ser usado tanto em quadros de início súbito (agudos) como nos de longa duração (crônicos). Riss 3mg (Risperidona) – Uso Oral. Apresentação: 1 caixa, 30 comprimidos. Indicação: é um medicamento usado para tratar as assim chamadas psicoses, Confusão, alucinações, distúrbios da percepção (por exemplo, ouvir vozes de alguém que não está presente), desconfiança incomum, isolamento da sociedade, ser excessivamente introvertido etc. Ácido valpróico 500mg Apresentação: 1 caixa, 50 comprimidos. Indicação: Tratamento de convulsões, epilepsia, crise de ausência e transtorno bipolar. Carbonato de litio 600mg – Uso oral. Apresentação: 1 caixa, 50 comprimidos. Indicação: Tratamento de episódios maníacos no hiperatividade psicomotora. 3.9 Projeto Terapêutico Individualizado O processo de Enfermagem, dando enfâse às intervenções autónomas de Enfermagem, assume-se como uma ferramenta fundamental na prestação de cuidados. O profissional de Enfermagem tem capacidade para diagnosticar e priorizar problemas, 14 procurando executar uma colheita de dados relevantes, que permitem o estabelecimento de objetivos, e a definição de um plano de cuidados, devidamente fundamentado. Diagnósticos de Enfermagem Intervenções de Enfermagem Risco de violência direcionada a si mesmo. - Atentar para risco de suicídio. - Manter o ambiente seguro. - Controlar comportamento auto e/ou heteroagressivo. Risco de Violência Direcionada a outro relacionado à alteração na função cognitiva e agressividade secundária ao transtorno psicótico. - Estar em observação constante à mudança do seu quadro clínico. - Estar atento ao conteúdo dos delírios e do estado de humor. - Construir uma relação terapêutica de confiança. - Encorajar a manter-se na realidade; - Propiciar atividades de interesse real do paciente para mantê-lo na realidade e socializá-lo. - Observar para o conteúdo do pensamento através da fala do paciente. - Observar o seu comportamento diante das alucinações auditivas. - estimular a convivência com os demais pacientes. Fonte: Adaptado de Herdman (2015), Nanda (2020). 15 4. CONCLUSÃO A esquizofrenia é um transtorno mental grave e crônico para o qual ainda não há uma cura irrestrita, de modo que o paciente deixe de apresentar sintomas.Nesse sentido, é necessário buscar estratégias para aprender sobre como lidar com o transtorno e seu percurso em todas as suas peculiaridades, para ao menos promover qualidade de vida ao paciente. Por ser um transtorno que altera o modo geral de funcionamento do indivíduo (desde como a pessoa pensa até o modo como ela se comporta), isso afeta diretamente seu cotidiano e suas relações interpessoais. Assim, o transtorno não atinge somente a pessoa diagnosticada, mas também seus familiares e cuidadores. É possível observar que o enfermeiro tem uma importância relevância em suas contribuições quanto a direcionar os cuidados com o paciente acometido pela esquizofrenia, embora exista uma dificuldade própria do transtorno, seus cuidados beneficiam não somente o paciente em tratamento, mas toda uma coletividade que faz parte da vida desse indivíduo. 16 5. REFERÊNCIAS ALVES, Cilene Rejane Ramos; SILVA, Maria Teresa Araujo. A esquizofrenia e seu tratamento farmacológico. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 18, p. 12-22, 2016. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ªed. Porto Alegre: Artmed; 2016. 948p. APA. Manual de Diagnóstico Médico. Associação Brasileira de Psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2014. BIRMAN, Joel. A biopolítica na genealogia da psicanálise: da salvação à cura. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.14, n.2, p.529-548. 2017. BRASIL, OS TRATAMENTOS UTILIZADOS NO. ESQUIZOFRENIA: A EVOLUÇÃO DO DIAGNÓSTICO E. Setembro–Novembro 2019 September–November 2019, 2019. drug effects in schizophrenia. Biological Psychiatry, 44, 1099-1117. Lieberman, J. A., Mailman, R. B., & Duncam, G. (2015). Serotoninergic basis of antipsychotic Lima AB, Espíndola CR. Esquizofrenia: Funções Cognitivas, Análise do Comportamento e Propostas de Reabilitação. Revista Subjetividades, Fortaleza. 2019; 15(1): 105-112. LIMA, Samantha Dias. LEVANTAMENTO DE FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA NO CAPS DO MUNICÍPIO DE ALMENARA-MG. 2020. Tese de Doutorado. Universidade de Itaúna. NETO, A. G; TAURO, D. V. A psicose e saúde mental: impasses na contemporaneidade. Revista Psicologia e Saúde, 2015. OLIVEIRA, Stephan Malta. Os alcances e limites da medicalização de risco para a psicose: a emergência de uma nova categoria? Physis, v.22, n.1, p.291-309. 2015. RODRIGUES, Morgana Cardoso. A psicoeducação influencia na vida de cuidadores de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia? 2018. 28f. Trabalho de Conclusão de Curso, Curso de Psicologia, Faculdade de Medicina, Psicologia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2018. SANTOS, Núbia Schaper et al. A autonomia do sujeito psicótico no contexto da reforma psiquiátrica brasileira. Psicologia: ciência e profissão, v. 20, p. 46-53, 2017. TENÓRIO, F. Psicoses e esquizofrenia: efeitos das mudanças nas classificações psiquiátricas sobre a abordagem clínica e teórica das doenças mentais. História, Ciência, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 23, n. 4, p. 1-15, out./dez. 2016. TOY, E. C. Casos clínicos em psiquiatria. 4. ed., Porto Alegre: AMGH, 2014. VALLADA FILHO, H. P.; SAMAIA, H. Esquizofrenia: aspectos genéticos e estudos de fatores de risco. Revista Brasileira Psiquiatria, São Paulo, v. 22 suppl. 1, 2015. Vieira A, Moreira JI, Loureiro K, Morgadinho R. Esquizofrenia e outras perturbações psicóticas. O Portal dos Psicólogos [Internet]. 2017.
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