Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FARMACOCINÉTICA AULA 3 Profa. Elaine Maria Franzotti - 2022 Aula 2 Objetivos da aula: Definir o que Farmacocinética e sua importância Conhecer as fases da farmacocinética Introdução A Farmacocinética é a área da farmacologia que estuda os processos cinéticos dos fármacos, isto é, o movimento do fármaco pelo organismo. DROGA FARMACOCINÉTICA Vias de administração Absorção Distribuição Biotransformação Eliminação ORGANISMO FARMACODINÂMICA Local de ação Mecanismo de ação Efeitos Concentração no local de ação Farmacocinética X Farmacodinâmica Profa. Elaine - 2015 “A Farmacocinética estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação “metabólitos” Farmacocinética As concentrações do fármaco aumentam e diminuem no organismo de acordo com os processos da farmacocinética Farmacocinética É a transferência de um fármaco do seu local de administração até a corrente sanguínea. A rapidez de ação do fármaco depende da velocidade de absorção. Absorção de fármacos LÚMEN INTESTINAL CORRENTE SANGUÍNEA LÚMEN INTESTINAL CORRENTE SANGUÍNEA LÚMEN INTESTINAL CORRENTE SANGUÍNEA LÚMEN INTESTINAL CORRENTE SANGUÍNEA MEMBRANA PLASMÁTICA Transporte pelas membranas Transporte pelas membranas FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO: PH ABSORÇÃO Grau de Ionização pH do meio e pka do fármaco pka = pH no qual 50% das moléculas estão na forma ionizada pH do meio e o pKa do Fármaco define a absorção FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO: PH Os fármacos são ácidos ou bases fracas Em solução aquosa eles ficam em equilíbrio entre a forma associada ou dissociada a H+ (ionizadas ou não ionizadas) Constante de dissociação (pka) é o pH na qual a concentração das 2 formas (ionizada e não ionizada) são iguais. A forma não ionizada de um fármaco é mais lipossolúvel do que sua forma ionizada. Para pensar FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO: LIPOSSOLUBILIDADE APOLAR = LIPOSSOLÚVEL POLAR = HIDROSSOLÚVEL Moléculas lipossolúveis tem mais facilidade para atravessar a membrana Extracelular Intracelular MOLÉCULAS PEQUENAS, COMO A ÁGUA, CONSEGUEM ATRAVESSAR A MEMBRANA ATRAVÉS DE CANAIS Moléculas polares ou íons (com carga elétrica) Macromolécula Molécula lipossolúvel (sem carga elétrica) Água e outras micromoléculas Resumindo... Fatores ligados ao organismo que influenciam a absorção • Vascularização • Superfície de contato • Enfermidades • Esvaziamento gástrico A absorção é diminuída ou pelo menos retardada devido a diminuição na velocidade de esvaziamento gástrico. Por que???? Para pensar Fatores ligados ao organismo que influenciam a absorção FATORES Absorção Absorção Concentração Maior Menor Peso molecular Pequeno Grande Solubilidade Lipossolúvel Hidrossolúvel Forma farmacêutica Líquida Sólida Dissolução sólidos Grande Pequena Área absortiva Grande Pequena Espessura membrana Menor Maior Circulação local Grande Pequena Condições Patológicas Inflamação, queimadura Edema, Choque Fatores que influenciam a absorção de fármacos: Absorção de fármacos DISTRIBUIÇÃO Distribuição é a transferência do fármaco do sistema circulatório (linfa e sangue) para os diversos tecidos e órgãos do organismo. Depois da droga administrada e absorvida ela tem que ser distribuída Para todo o organismo pelo sistema circulatório DISTRIBUIÇÃO Alguns parâmetros que devem ser considerados para a distribuição: Ligação à proteínas plasmáticas Acúmulo de das drogas nos tecidos DISTRIBUIÇÃO: LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS Fármacos na corrente sanguínea podem se ligar, em diferentes proporções, às proteínas plasmáticas. Ligação a proteínas plasmáticas Somente a fração livre do fármaco é distribuída. A alta afinidade do fármaco com as proteínas: ↓ Distribuição ↓ Metabolismo Ligação a proteínas plasmáticas ↑ tempo de ação Somente a fração livre do fármaco é distribuída. Ligação a proteínas plasmáticas Ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas Principais proteínas de ligação de Fármacos: - Albumina, - α1-glicoproteína, - globulina. A ligação depende da afinidade do fármaco com as proteínas Albumina (caráter básica) Maior afinidade por sustâncias ácidas: diminuída em muitos estados patológicos como a sepse. α1-glicoproteína ácida (caráter ácido) Maior afinidade por substâncias básicas: aumentada em muitos processos patológicos, como processo inflamatório agudo decorrente de infecções, danos teciduais ou provenientes de outros estímulos. Globulina proteína carreadora de hormônios Ligação a proteínas plasmáticas Ligação a proteínas plasmáticas A quantidade de um fármaco que se liga as proteínas vai depender: Concentração das proteínas Afinidade do fármaco pelos locais de ligação Ligação dos fármacos as proteínas plasmáticas (PP) Fatores que podem influenciar a concentração das proteínas plasmáticas (pp) - Fatores Patologicos - Fatores Fisiológicos - Interação Medicamentosa Fatores Patológicos - Distúrbios hepáticos: cirrose hepática, hepatite viral aguda e problemas hepáticos causados pelo consumo excessivo de álcool. Fatores Patológicos - Distúrbios renais: Pacientes com insuficiência renal (IR) os fármacos ligam-se pouco às pp, ficando livre na circulação, o que aumenta a ocorrência de efeitos colaterais. Isto ocorre devido a presença de resíduos orgânicos circulantes que se ligam as proteínas e deslocam o fármaco. Fonte: Olyaei AJ, Bennett WM. Farmacologic approach to renal insufficiency. ACP Medicine. 2007;1-30 Fatores Patológicos - Distúrbios renais: Pacientes com insuficiência renal (IR) Cefalosporinas Fenitoína Clofibrato Primidona Diazepam Salicilato Diazoxida Sulfonamida Furosemida Teofilina Morfina Ácido valpróico Penicilinas Varfarina Fenobarbital Tabela 1. Compostos com ligação proteica diminuída em paciente urêmicos Fonte: Olyaei AJ, Bennett WM. Farmacologic approach to renal insufficiency. ACP Medicine. 2007;1-30 Fatores Patológicos - Distúrbios cardíacos: Após um infarto agudo do miocárdio, ocorre modificação na concentração de algumas proteínas plasmáticas como α1-Glicoproteína Ácida (fica aumentada), o que modifica a fração de fármaco livre para ação farmacológica. (Fonte: As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman - 13.ed. P 701). Fatores Fisiológicos - Idade: • albumina fetal – baixa afinidade por fármacos • [ácidos graxos livres] é maior nos adultos e eles se ligam na albumina. - Gestação: hemodiluição induz a maior presença de fármacos livres na circulação. Interação Medicamentosa - Ex.: administração de anti-inflamatório (AI) a pacientes em tratamento com anticoagulantes. Anticoagulante ligado às PP Anticoagulante livre Sangue AINE ligado às PP Anticoagulante livre Efeitos tóxicos HEMORRAGIAS Interação Medicamentosa Somente o fármaco na FORMA LIVRE consegue atravessar a membrana celular. DISTRIBUIÇÃO: TECIDOS DE ARMAZENAMENTO DE FÁRMACOS Armazenamento de Drogas Tecido adiposo como reservatório • Tecido adiposo é um grande compartimento apolar, portanto, armazena muitos fármacos lipossolúveis. • Ex.: Anestésicos Efeito “ressaca” e “rebote” (ex: tiopental – Hipnótico Anestésico) Tecido ósseo como reservatório • Armazenamento no tecido ósseo durante a fase de mineralização • Ex.: Tetraciclinas, fluor e chumbo.Tecido ocular • Cloroquina – tem afinidade pela melanina, sendo captada por tecidos como a retina, rica em grânulos de melanina, resultando em toxicidade ocular. Distribuição em sítios especiais (barreiras anatômicas) Barreira Hematoencefálica BHE Barreira Placentária Distribuição em sítios especiais (barreiras anatômicas) Barreira Hematoencefálica BHE Substâncias que penetram o SNC: Drogas apolares Lipossolúveis Tamanho molecular reduzido (álcool) Barbitúricos e anestésicos gerais Distribuição em sítios especiais (barreiras anatômicas) Barreira Placentária Vasos sanguíneos do feto – revestido por uma única camada de células Atravessa a maioria das drogas Distribuição dos Fármacos em diferentes compartimentos Corporais Pessoas obesas podem apresentar mais ressaca com o uso de Tiopental (fármaco lipossolúvel) ??? Dra. Elaine Maria Franzotti ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Quando fármacos lipossolúveis são administrados cronicamente, o acúmulo no tecido adiposo é geralmente significativo. Ex.: benzodiazepínicos: diazepam, alprazolam, midazolam, são medicamentos hipnóticos e ansiolíticos bastante utilizados na prática clínica. BIOTRANSFORMAÇÃO de FÁRMACOS Mecanismos enzimáticos complexos que tem como objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, neurotransmissores, etc) e eliminar substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos). BIOTRANSFORMAÇÃO (Metabolismo) • Principal órgão metabolizador: FÍGADO • Outros órgãos: rins, adrenais, pulmões Reações Químicas: • Oxidação • Redução • Hidrólise • Conjugação BIOTRANSFORMAÇÃO de FÁRMACOS Grande participação do citrocromo P450 no metabolismo de substâncias endógenas e xenobióticos. Biotransformação envolve duas Fases FÁRMACO FASE I: Oxidação Redução hidrólise FASE II: Conjugação (ác, glucurônico, sulfato, glicina) Inalterado Metabólito ativo Metabólito inativo Metabólito inativo EXCREÇÃO Inalterado • Para ser excretado o fármaco precisa estar inativo e hidrossolúvel. Lipossolúvel Hidrossolúvel Metabolismo ou biotransformação A biotransformação tem como objetivos principais: • Inativar o fármaco. • Tornar o fármaco adequado para a excreção do corpo. finalizar a atividade biológica Exemplos de Biotransformação Converter um fármaco ativo em um metabólito ativo. Ex: codeína - morfina Converter um fármaco ativo em um metabólito tóxico. Ex: paracetamol Converter um pró-fármaco inativo em um fármaco ativo. Ex: prednisona – predinisolona Fases da Biotransformação de Fármacos Converter um fármaco ativo em um metabólito ativo. Ex: codeína. Fases da Biotransformação de Fármacos Converter um fármaco ativo em um metabólito tóxico. Ex: paracetamol Fases da Biotransformação de Fármacos Converter um fármaco inativo em um fármaco ativo. Ex: prednisona Obs.: indivíduos com disfunção hepática podem obter maior benefício com a prednisolona porque esta não requer biotransformação hepática (Klasco, 2012). Fatores que afetam o metabolismo dos fármacos • Idade (recém-nascido, idoso) • Estado nutricional • Fatores genéticos • Doenças hepáticas • Interações com outros fármacos Interações com outros fármacos EXCREÇÃO Saída do Medicamento do organismo Principais órgãos de excreção: - Rins, - Pulmões, - Intestino. FÁRMACO NO SANGUE Excreção Urina Fezes Renal Biliar Pulmonar Ar expirado Biotransformação Enzimática Metabólito (facilmente excretável) EXCREÇÃO Excreção -Principais vias de excreção: renal, biliar, pulmonar e fecal. - Vias secundárias: saliva, mamária, sudorípara, lágrima. Excreção - A maioria dos fármacos livres (não ligados às proteínas plasmáticas) atravessa livremente o filtro glomerular. Excreção Os fármacos lipossolúveis sofrem reabsorção passiva por difusão através do túbulo renal. Desse modo esses fármacos não são excretados eficientemente na urina. FATORES QUE INTERFEREM NA EXCREÇÃO • LIPOSSOLUBILIDADE • COMPROMETIMENTO RENAL • PESO MOLECULAR • CARÁTER DO MEDICAMENTO Fármacos muito lipossolúveis Maior permeabilidade tubular Reabsorção tubular Lentamente excretado Fármacos muito polar Menor permeabilidade tubular Fármaco filtrado permanecerá no túbulo Fármaco excretado na urina (conc. 100x maior na urina que no plasma) Fatores relacionados ao indivíduo que alteram a Farmacocinética Fatores relacionados ao indivíduo que alteram a Farmacocinética •Hábito (Alimentação, álcool, fumo) • Idade (Neonatos, Crianças, Idosos) • Gestação (barreira placentária, lactante) • Fatores Genéticos (etnia, mutações) • Estados Patológicos (Disfunção Renal, Hepática, cardíaca e endócrina) • Interações Medicamentosas • Natureza do alimento • Tempo de trânsito intestinal • Características do fármaco •Tipo de Mecanismos de absorção envolvidos Alterações na Farmacocinética: Hábito/alimento Insuficiência Renal • filtração glomerular Necessita Ajuste de dose ACÚMULO • afinidade do fármaco/ proteína Alterações na Farmacocinética: Patologia Associada Cirrose, hepatites virais ou alcoólicas Insuficiência Hepática • Fluxo sanguíneo hepático • Atividade enzimática • Albumina Alterações na Farmacocinética: Patologia Associada Necessita Ajuste de dose ACÚMULO Alterações na Farmacocinética: Patologia Associada Outros estados patológicos Débito cardíaco Motilidade TGI Ligação proteínas Necessita Ajuste de dose ACÚMULO •Queimaduras •Subnutrição •Estresse •Obesidade •Desidratação Outros estados patológicos Necessita Ajuste de dose Alterações na Farmacocinética: Patologia Associada Rir é um bom remédio.
Compartilhar