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INTRODUÇÃO Com o advento tecnológico e as novas técnicas cirúrgicas criadas durante os anos de evolução da técnica cirúrgica um número de instrumentos foi idealizado e utilizado pelos diversos cirurgiões durante a história da cirurgia. Muitos desses instrumentos foram idealizados e criados por cirurgiões em determinadas épocas. Com o passar do tempo vários desses instrumentos foram sendo dispensados ou substituídos por outros mais práticos e viáveis a um determinado procedimento. O instrumental cirúrgico pode ser classificado e dividido em especial e comum. Especiais são aqueles usados em apenas alguns tempos de determinadas cirurgias. Já os comuns constituem o instrumental básico de qualquer tipo de intervenção cirúrgica em seus tempos fundamentais, a saber : diérese, exérese, hemostasia e síntese. Seus nomes correspondem em geral ao nome do autor que o descreveu. Em uma classificação geral os vários tipos de instrumentos poderiam ser agrupados também da seguinte maneira: diérese, hemostasia, preensão, separação, síntese e especiais. Nesta classificação são considerados apenas os instrumentos cirúrgicos propriamente ditos (“ferros”). Seringas e agulhas, drenos de borracha ou plástico, gaze, compressas e campos também podem ser relacionados como instrumental cirúrgico, “sensu lato”. CLASSIFICAÇÃO Instrumentais de diérese: Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano, ruginas e outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais. Bisturi é um instrumento cirúrgico, usado para fazer incisões, caracterizado por possuir uma lâmina muito afiada. Há diversos tamanhos de cabo e tipos de lâminas, para funções específicas �� �� Cabos: Os tipos mais comumente utilizados na dierése incisional são os de número 3 e o 7, sendo este último mais longo e fino. São preparados para receber uma variedade de tipos de lâminas por meio de sua fenda receptora. Lâminas: Com relação aos tipos de lâminas podemos citar: lâmina no. 15 é pequena e utilizada para incisões no mucoperiósteo; no. 10 tem formato semelhante á anterior, porém um pouco mais longa e utilizada para incisões maiores na pele; no. 11 apresenta ponta bem mais afiada indicada para pequenas incisões como as de abcessos e por último no. 12 a qual apresenta ponta curva adequada para procedimentos mucogengivais. Colocação e remoção da lâmina: Para conectar a lâmina ao cabo é necessária a utilização de um porta-agulha de modo a evitar cortes ao manuseá-la. Segura-se a lâmina em sua extremidade superior com o porta-agulha que possui uma estrutura metálica que assegura apreensão. O cabo é segurado pelo corpo de modo que a face cortante da lâmina fique apontada para cima. A lâmina é deslizada pelo cabo até que haja um estalido. A remoção obedece aos mesmos procedimentos, entretanto o porta-agulha deverá segurar a lâmina em sua porção mais distal e superior levantando-a para desconectá-la e deslizando-a em sentido oposto ao anterior. �� INCLUDEPICTURE "http://www.unimes.br/aulas/MEDICINA/Aulas2005/1ano/Procedimentos_basicos_em_medicina/images/instrumental_cirurgico_html_5b3e43f4.jpg" \* MERGEFORMATINET As tesouras mais utilizadas: reta para o corte de fios, de secção ou curva (Mayo) e a de dissecção, mais delicada (Metzembaum) tesouras tesouras reta e curva Instrumentais para hemostasia: Esse grupo é constituído por todos aqueles destinados ao pinçamento de vasos sangrantes. Representados por pinças nas formas retas e curvas, por exemplo, as pinças Kelly, Halstead, Rochester, preferidas pelo cirurgião devido a proporcionarem um manuseio mais fácil. As pinças hemostáticas são usadas em situações que exigem instrumentos mais longos. As pinças atraumáticas são usadas para hemostasia temporária. A hemostasia pode ser temporária ou definitiva, preventiva ou corretiva. O método de hemostasia por pinçamento é cruento e temporário, podendo tranformar-se em definitivo por ligadura, cauterização ou angiotripsia. Em cirurgia vascular, utilizam-se pinças hemostáticas atraumáticas para que não se produzam danos na parede dos vasos quando aplicados, não favorecendo a trombose. As atraumáticas mais utilizadas são as de Buldogue e Satinsky. As pinças hemostáticas traumáticas quando aplicadas são substituídas por ligadura ou eletrocoagulação, sendo as mais utilizadas: Rochester, Kelly e a longa de Mixter. Instrumentais para preensão: É o destinado a segurar e suspender as vísceras e órgãos, como as pinças elásticas e pinças com anéis e cremalheira. Pinça de preensão intestinal ou de Allis; pinça de preensão aponeurótica ou de Kocher, pinças de Foerstes e Ballenger e as chamadas pinças de campo ou Backaus Instrumentais para separação: Formado por afastadores é destinado à exposição, permitindo a melhor visualização da cavidade operatória. Os afastadores são divididos em dois grupos: auto-estáticos e dinâmicos. Os afastadores dinâmicos mais conhecidos são os de Farabeuf, as válvulas manuais de Doyen e a válvula supra-púbica. Os estáticos mais conhecidos são o Gosset e o Balfour Afastadores dinâmcos: . Afastadore autoestáticos Instrumentais e material para a síntese: É representado basicamente pelas agulhas de sutura, porta-agulhas e principalmente pelos fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele. AGULHAS - São utilizadas para transfixar os tecidos como guia aos fios de sutura, podendo ser classificadas como retas ou curvas, podendo ser cilindricas ou cortantes; as que já vem montadas com o fio, são denominadas agulhas atraumáticas, proporcionando orifícios de entrada e saída menos traumáticos. As agulhas curvas, possuem raio de curvatura variável, adaptando-se a cada tipo de síntese. PINÇAS - As utilizadas para a síntese são as pinças de dissecção: anatômica que não possui dentes na extremidade e portanto são menos traumatizantes ao apreenderem as bordas, e a pinça dente de rato que possui dentes na sua extremidade e portanto favorecem melhor apreensão. PORTA-AGULHAS - São utilizados para a condução de agulhas curvas, sendo os mais utilizados: MAYO, HEGAR e MATHIEU. Instrumentais de campo É constituído por pinças que se destinam à fixação dos campos estéreis para delimitação do campo operatório. Instrumental laparoscópio Irrigador/ aspirador Utilizado para a irrigação e aspiração de fluidos orgânicos ou não. MESA CIRURGICA É rotina a montagem da mesa cirúrgica, observando-se regras para a distribuição dos instrumentais cirúrgicos: o material de diérese permanece no canto inferior esquerdo; o de síntese no canto superior esquerdo; o material de hemostasia e preensão no meio da mesa, inferiormente, sendo os afastadores no canto superior, conforme ilustra a figura abaixo. O instrumental cirúrgico é previamente esterilizado por técnicas pré_ estabelecidas. A montagem da mesa é feita pelo auxiliar e pelo instrumentador que deverão fazê-la de uma forma a amenizar o trabalho do cirurgião tornando-o mais agradável e prático, para que este possa se concentrar totalmente no ato a ser executado. A mesa poderá ser montada tanto da direita para a esquerda quanto vice-versa dependendo da posição do cirurgião. ORGANIZAÇÃO Na área 1, coloca-se o bisturi com a lâmina para baixo a esquerda. Certas operações requerem tipos especiais de bisturis. Na área 2, são colocadas as tesouras curvas delicadas (“Metzenbaum”) e forte (“Mayo”) com as pontas viradas para a instrumentadora e curvatura para baixo, contra a mesa. Na área 3, são colocadas as pinças hemostáticas tipo “Kelly) do mesmo modo que as tesouras. De preferência curavas e no mínimo de seis a oito. Como o sentido de tomada é da direita para a esquerda por questão de economia de espaço acham-se sobrepostas, estando a da direita superiormente colocada em relação às outras e assim sucessivamente. A área 4, também denominada de área de uso versátil; colocam-se instrumentos do tipo “Mixter” (2 a 4), “Moynihan” (2 a 4), e outros do tipo hemostático, de acordocom a cirurgia. Na área 5 será colocada a “Kocher” reta (4). Na área 6 serão colocadas pinças com e sem dentes. Na área 7 são dispostos os porta-agulhas (2), sendo a única exceção na mesa da instrumentadora, que se coloca com os anéis para baixo. No caso, já segurando agulhas montadas. Note-se que a ponta da agulha aponta para cima a fim de não furar o plano da mesa e não se contaminar. Na área 8, colocam-se pinças de preensão de tipo “Babcock” (4), “Allis” (4) e “Duval” (2 a 4), ou outros instrumentos complementares do mesmo tipo, ditados pelas necessidades da intervenção cirúrgica em causa. Na área 9 coloca-se as pinças de campo “Backhaus”, no mínimo 4 Na área 10 colocam-se pinças, tesouras e porta-agulhas, longos. Na área 11 serão colocadas compressas dobradas, que seguram fios pré-cortados como seda ou algodão, e sobre ela ou outros tipos de fios e agulhas. A área 12 é de uso versátil, neste caso apresentando agrafes. CONCLUSÃO A maioria dos instrumentos cirúrgicos foram inventados por cirurgiões de renome que, no passar dos anos, foram se adaptando e criando novas técnicas operatórias. Estes instrumentos são classificados como especiais e comuns ou quanto a sua função específica (diérese, preensão, afastadores, etc). O conhecimento deles, o emprego das técnicas e a perfeita harmonia entre os membros da equipe cirúrgica são essenciais para um bom desenvolvimento da intervenção e evolução do paciente prevenindo as possíveis complicações que por ventura venham a ocorrer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 01. Goffi FS. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2001. 02. Viana AT. Bases da técnica cirúrgica. [Apostila] 6ª ed. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2000. 125p 03. Blackbook Cirurgia 1a ed. 2008. Petroianu A, Miranda ME, Oliveira RG. Blackbook Editora.
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