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Aula 4 -Dislipidemia

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1 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
09/03/2022 – parte 3 
Medicamentos por mecanismo de ação 
As estatinas são a primeira droga de escolha para o 
tratamento da dislipidemia. 
1. Inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas) – 1ª 
escolha para o tratamento das dislipidemias 
2. Ativadores da lipoproteína lipase (fibratos) – LPL faz 
hidrólise de triglicerídeo. O fibrato é utilizado para 
os pacientes que tem aumento do triglicerídeo. 
3. Permutadores de ácidos biliares (resinas) – 
exemplo de resina importante: colestiramina 
(preço mais elevado), indicado para alguns 
pacientes específicos 
4. Ácido nicotínico – niacina, usado para pacientes 
com aumento de triglicerídeos. 
5. Inibidores de PCSK9 (mais novo tratamento para 
dislipidemias) – comodidade posológica, facilita a 
adesão ao tratamento. 
Estatinas 
Cargo chefe para o tratamento da dislipidemia. As estatinas 
diminuem LDL, principal objetivo, e, consequentemente 
diminuem triglicerídeos. 
Cronologia... 
 
Estatinas que precisam estar na nossa cabeça: sinvastatina, 
atorvastatina e rosuvastatina (mais nova no mercado). 
Essa evolução permitiu uma maior potência nos 
medicamentos mais novos, ou seja, menor dose para o 
mesmo efeito, o que diminui os efeitos adversos. 
O maior tempo de meia vida está na atorvastatina e na 
rosuvastatina. 
A síntese do colesterol corresponde a uma série complexa 
de reações com 26 etapas. O processo de síntese do 
colesterol pode ser interrompido com a inibição da HMG-
CoA redutase. 
Essa enzima catalisa a redução do substrato em mevalonato 
e envolve o NADPH. Assim, com a inibição da atividade da 
HMG-CoA redutase a síntese de colesterol não prossegue. A 
alteração no curso dessa síntese não leva a efeitos tóxicos 
em decorrência do acúmulo de substrato, mas a inibição do 
colesterol em estágios avançados o acúmulo de desmosterol 
pode causar danos a saúde. 
 
Questão levantada em aula... se o paciente faz uso de 
antirretrovirais ele precisaria fazer reajuste de uma estatina. 
Qual a lógica? Os antirretrovirais são hepatotóxicas, se há 
lesão hepática, também ocorre diminuição da função 
hepática, há diminuição da produção de colesterol pelo 
fígado, por isso não preciso da dose convencional de estatina 
no paciente que tem lesão hepática. Uso de Atorvastatina, 
preferencialmente. 
Na etapa em que a estatina impede a síntese hepática de 
colesterol não há acúmulo de substâncias tóxicas. 
 
O mecanismo primário das estatinas é a inibição da HGM-
CoA redutase levando a diminuição da concentração de 
colesterol no interior da célula. Mas, a gente sabe que as 
células precisam de colesterol para manter suas funções, 
então a célula ”percebe” que não está havendo a síntese de 
colesterol endógeno (produção hepática) e começa a 
capturar o colesterol presente na circulação sanguínea 
através da estimulação para a expressão de receptores de 
LDL na membrana celular. 
Assim, o mecanismo primário do uso de estatinas também 
promove o recrutamento do LDL-c para o interior das 
células, ao diminuir o colesterol endógeno ocorre o estímulo 
para as células que precisam desse colesterol expressarem 
receptores LDL para capturar o LDL-c (proveniente da dieta), 
em excesso. 
Com a diminuição da produção de LDL, VLDL, IDL da 
circulação para repor o colesterol intracelular ocorre o 
aumento dos níveis de HDL, o que aumenta as propriedades 
antioxidativa e anti aterogênicas. 
Dislipidemia 
 
2 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
 
O efeito da estatina começa a ser verificado após 2 semanas 
de tratamento. A estatina demora em torno de 4 semanas 
para alcançar níveis estáveis, lembrar que precisa alterar 
síntese proteica celular, esse processo demora é gradativo. 
Por isso, o monitoramento para saber da responsividade à 
estatina demora mais um pouco. 
Só se faz estatina quando o paciente está com LDL em 
excesso. 
O colesterol basal não é alterado com o uso correto de 
estatina, ou seja, o uso de estatina não prejudica na síntese 
de hormônios esteroides e não interferem na formação e na 
função da membrana celular. 
A escolha da dose da estatina leva em consideração a 
necessidade de redução de LDL-c de cada paciente. 
Efeitos colaterais ao uso de estatinas são na maioria das 
vezes, efeitos tardios (rabdomiólise, aumento de TGP e 
TGO). Em geral, tem uma segurança boa. 
Exemplo de caso... 
Paciente apresenta colesterol de 200mg/dL, e a meta é que 
esse paciente tenha 130mg/dL. Então, o paciente deverá 
reduzir o valor de colesterol em 35%. Assim, podermos 
aplicar essa meta terapêutica na meta dos seis. 
A meta dos seis funciona da seguinte maneira: 
- 10 mg de estatina tem a capacidade de provocar 35% de 
redução do LDL-c, aproximadamente. 
E, se a dose de estatina dobrar a capacidade de redução da 
estatina aumenta 6%, e assim sucessivamente como pode-
se observar no esquema abaixo. 
 
A diferença entre as estatinas consiste na potência (menor 
dose para gerar o mesmo efeito), efeito colateral, na 
lipofilicidade (estatina precisa penetrar na célula para gerar 
efeito) e na farmacocinética (tempo de meia vida). O que 
interfere mais na escolha da estatina de uso é a potência. 
Cálculo da dose 
Quando se quer tratar paciente com doença metabólica, se 
trabalha com meta terapêutica. 
Paciente com 230 mg/dL de LDL-c (risco intermediário) e o 
ideal é que se tenha menos de 100mg/dL de LDL-c. Assim, 
pode-se constatar que o a percentagem de redução 
necessária margeia 60%. Observa-se na tabela (Quadro 
31.10) e percebe-se que apenas a Atorvastatina e a 
Rosuvastatina são capazes de alcançar essa meta 
terapêutica. 
Quando a percentagem de redução necessária para o uso de 
estatina atinge o valor máximo tem-se a associação da 
estatina com demais medicamentos que são capazes de 
juntos alcançar uma eficácia maior. 
A professora cobra na prova escolha terapêutica. 
Regra dos seis – corresponde a redução de -6% dos níveis de 
LDL-c conforme dose de estatina é dobrada 
Lovastatina – primeira estatina utilizada clinicamente, muito 
lipofílica e tem pouca potência (pode penetrar muito na 
célula e pode levar à mais efeitos adversos – rabdomiólise, 
mialgia e aumento de transaminases). É administrada por via 
oral na forma precursora de lactona. A absorção é completa 
e o metabolismo de primeira passagem, extenso. Os 
metabólitos são excretados principalmente na bile. 
Pravastatina – bastante hidrofílica, com isso ela já confere 
uma menor atividade de conseguir penetrar a membrana 
celular, fica mais concentrada no sangue. Em baixas doses, 
mostra-se equipotente com a lovastatina, entretanto, nas 
doses mais altas (40mg/dia), o efeito de redução do CH é 
menor. Não precisa de metabolismo de primeira passagem. 
Em doses muitos altas (40mg/dia) o efeito da Pravastatina é 
muito reduzido. Pode ser administrada quando se pretende 
redução do LDL-CH em menor ou igual a 25%. 
A Pravastatina também reduz os níveis plasmáticos de 
fibrinogênio, o que aumentaria o risco de sangramento, mas 
essa ação só é observada em dose mais alta, o que geraria 
toxicidade. A Pravastatina poderia ser usada em pacientes 
com doença tromboembólica? O risco seria maior que o 
benefício, assim, não haveria segurança para o uso de 
 
3 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Pravastatina em pacientes com excesso de 
coagulação/processos isquêmicos, uma vez que a redução 
dos níveis plasmáticos de fibrinogênio é um efeito 
secundário da Pravastatina, isso é, ainda não é bem 
controlado. 
Sinvastatina – É duas vezes mais potente do que a 
lovastatina e mais eficaz. Foi observada maior elevação dos 
níveis de HDL-CH (quando baixos, e em números absolutos). 
À semelhança da lovastatina, é lipofílica e administrada na 
forma precursora de lactona (inativa).A absorção oral é 
melhor, e o metabolismo de primeira passagem também é 
extenso – forma ativa → ácido graxo β-OH. 
O tratamento da dislipidemia tem como única via de 
administração a via oral. Todas as estatinas sofrem efeito de 
primeira passagem. 
Atorvastatina – é uma das mais potentes, também consegue 
diminuir a porcentagem de até 55% de colesterol, na dose 
máxima de 80mg. Com essa dose observa-se maior redução 
nos níveis de TG, quando elevados em condições basais. A 
atorvastatina tem uma meia vida de 18 a 24 horas, muito 
mais longa do que as outras estatinas, e exibe propriedade 
anti oxidante adicional. 
Devido à meia vida dessa estatina ela não precisa ser 
prescrita necessariamente à noite para ter mais efeito sobre 
a síntese de colesterol endógeno. 
Rosuvastatina – maior potência das que alcançam a maior 
porcentagem de redução de colesterol dentre todas as 
estatinas. Melhor de todas as estatinas, porém é a mais cara. 
Pitavastatina – limite de diminuição de até 40% nos níveis 
de colesterol, tem a maior potência entre todas as estatinas 
enquanto a meta terapêutica máxima for a redução de 40% 
dos níveis de LDL-c. 
Comentários sobre a tabela de cinética 
 
O horário de pico da produção de colesterol é entre 20:00 a 
21:00 horas, então se prescreve o uso da estatina no período 
noturno para beneficiar o mecanismo de ação da estatina, 
uma vez que até então a maioria das estatinas tinham meia 
vida curta variando entre 1 a 3 horas. Mas, com o uso da 
Atorvastatina e da Rosuvastatina essa história de 
determinação de horário para o uso de estatinas não é mais 
necessária para essas estatinas especificamente porque a 
Atorvastatina (14 horas de tempo de meia vida) e a 
Rosuvastatina (19 horas de tempo de meia vida) apresentam 
alta meia vida, o que não exige o uso da medicação no 
horário noturno. 
Equivalência de dose das estatinas 
 
Como utilizar essa tabela?? 
Exemplo: Paciente em uso de Sinvastatina 40 mg. Quanto 
isso equivale de Atorvastatina? Ou de Rosuvastatina? Só 
checar na tabela. 
40 mg de Sinvastatina = 5 mg de Rosuvastatina = 20 mg de 
Atorvastatina. 
Associação de risco e meta terapêutica 
 
Monitoração de efeito e toxicidade ao paciente deve ocorrer 
de 6 em 6 meses no primeiro ano e nos próximos anos a 
monitoração pode ser feita de maneira anual. 
O paciente pode tentar fazer a MEV, e depois de 2 a 3 meses 
reavaliar. Se o paciente não estiver alcançando a meta 
terapêutica, deve-se fazer estatina. 
HDL (L-cat e ApoA) corresponde ao produto do metabolismo 
de apoproteína com colesterol “ruim”. Por isso, quem mais 
metabolizar LDL tem mais capacidade de aumentar HDL. 
Revisando alguns conceitos 
Droga corresponde a qualquer substância natural ou 
sintética (substancia criada pelo homem) que, quando 
administrada ou consumida por um ser vivo, modifica uma 
ou mais de suas funções, com exceção daquelas substâncias 
necessárias para a manutenção da saúde normal (água 
alimentos etc.). 
Fármaco é a substância química conhecida e com estrutura 
química definida dotada de propriedades farmacológicas e 
terapêutica. 
Os medicamentos são substâncias ou preparações que se 
utilizam como remédio, elaborados em farmácias ou 
indústrias farmacêuticas e atendendo especificações 
técnicas e legais. 
 
 
4 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Ezetimibe 
Esse medicamento não tem um grupo específico, ele é 
sozinho. Esse medicamento é um inibir da absorção de 
colesterol e faz praticamente a mesma coisa que a estatina, 
promovendo a expressão de mais receptores LDL para captar 
o LDL do sangue para o interior da célula, mas o mecanismo 
que o Ezetimibe faz isso é diferente. 
O Ezetimibe se liga a uma proteína transportadora, NPC1L1, 
inibindo o transporte de colesterol e fitoesteróis. Essa 
proteína fica localizada na membrana da célula, impedindo 
o transporte do colesterol para o interior de qualquer célula, 
não exclusivamente na célula intestinal. Esse mecanismo 
permite que o efeito da estatina seja potencializado, por isso 
ele é comercializado já junto com a estatina, medicamento 
conhecido como Vytorin (Sinvastatina + Ezetimibe). 
 
Tem rápida absorção, conjugado no intestino a glicuronídeo 
ativo. Sobre absorção enterohepática (tempo de meia vida 
de 22 horas), 80% excretado nas fezes. Não parece inibir a 
CYP3A4. 
Demora cerca de 2 semanas para atingir níveis estáveis e 
começar a ter ação. 
Reduz o LDL-c, em conjunto com estatinas. Há indicação para 
prescrição do Vytorin quando a meta terapêutica ultrapassa 
55%, uma vez que a sinvastatina em dose máxima consegue 
reduzir cerca de 50% de colesterol e o Ezetimibe 10 a 20% 
(em conjunto com as estatinas), então o uso desses fármacos 
em conjunto potencializa a redução do LDL em pacientes 
graves. 
Útil em pacientes intolerantes as estatinas, única indicação 
para o uso sozinho do Ezetimibe. 
Reações adversas: baixa incidência; reações alérgicas; 
redução da função hepática, miosite. – Como a dose 
prescrita de Ezetimibe é bem baixa, não são relatados muitos 
problemas com relação aos efeitos colaterais. 
Segurança durante a gravidez e lactação não estabelecida 
(efeitos teratogênicos relatados em animais). 
Não precisa administrar com alimento. 
Dose e interações medicamentosas 
Função hepática: não é necessário ajuste de dose. 
Função renal: insuficiência renal grave deve ser monitorada, 
e a medicação deve ser iniciada somente se houver 
tolerância a doses baixas de estatinas. 
Diálise: não é necessário ajuste de dose. 
Interações medicamentosas 
Colestiramina: atrapalha na absorção de medicamentos que 
são absorvidos no intestino, além de vitaminas lipossolúveis. 
Pode diminuir os efeitos da Ezetimibe. Administrar 2 horas 
antes ou 4 horas depois da colestiramina. 
Ciclosporina: uso concomitante pode aumentar os efeitos e 
os níveis séricos da ciclosporina e diminuir os efeitos da 
Ezetimibe. 
Interações com alimentos: a presença e alimentos não afeta 
significativamente a absorção do medicamento. 
Resina 
Uso “tópico”, local. Atua apenas nas células intestinais. 
Fibratos 
Classe de medicamentos que se tem os derivados do ácido 
fíbrico. 
- Bezafibrato 
- Ciprofibrato 
- Genfibrozila 
- Fenofibrato 
- Clofibrato 
Entre os fibratos também temos diferenças entre eles. 
Diferente meia vida, potência, farmacocinética, efeitos 
colaterais, preço. 
Produzem acentuada redução dos VLDL e triglicerídeos, 
moderada redução no LDL (composição maior é colesterol) 
e aumento de aproximadamente 10% no HDL. Então, os 
fibratos são mais direcionados aos pacientes com 
hipertrigliceridemia ou hiperlipidemia mista. 
 
5 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Os fibratos atuam especificamente para pacientes com 
hipertrigliceridemia, porque o mecanismo de ação dele é 
direcionado para o aumento da hidrólise de triglicerídeo. 
Além de levar a uma redução moderada no LDL e aumento 
de 10% no HDL, o que não é substancial quando comparado 
ao uso de estatinas para redução do LDL-c. 
Os fibratos são derivados do ácido fíbrico que atuam 
estimulando receptor alfa ativados de proliferação de 
peroxissoma (PPAR-alfa), o que aumenta a produção enzima 
de lipase lipoproteica (LPL), responsável pela hidrólise 
intravascular dos TG, e redução da Apo C3 (responsável pela 
inibição da LPL). Então, o fibrato aumenta a atividade da LPL 
por dois mecanismos, levando a uma grande hidrólise de TG, 
o que facilita sua eliminação. 
Ciprofibrato: mais barato. Acesso facilitado. 
Mecanismo de ação 
Ação evidenciada no 5º dia de tratamento, esse 
medicamento não tem a latência da estatina para a 
identificação da ação. Ação rápida! 
Diminuem principalmente os níveis dos TG e das VLDL (até 
70%) e também do colesterol total e do LDL-c (até 20%). 
Elevam as taxas do HDL-c (até 25%). 
Aumentam a capacidadefibrinolítica do plasma, 
potencializam as ações dos anticoagulantes orais. Possuem 
efeito hipoglicemiante (cuidado com paciente que fazem uso 
de antidiabético oral). 
Farmacocinética: são absorvidos rapidamente pelo intestino 
e excretados pela urina. Devem ser ingeridos durante as 
refeições (1 a 2 vezes por dia) e são inibidores de CYP3A4. 
Por serem inibidores de CYP3A4 os fibratos tem muitas 
interações medicamentosas, uma vez que alteram o 
metabolismo dos medicamentos que são metabolizados por 
esse sistema enzimático que é inibido. 
Potencializa o uso de anticoagulantes orais, cuidado porque 
o paciente que toma AAS, varfarina, pode ter o risco de 
sangrar. 
Muitas reações adversas: sintomas gastrointestinais 
(náuseas, vômitos, dores abdominais, diarreias; tontura; 
cefaleia; insônia; colestase e litíase biliar; prurido, urticária; 
diminuição da libido; dores musculares, astenia e miosite 
(rara); leucopenia. 
Fenofibrato é uricosúrico – eliminação de ácido úrico pela 
urina. 
 
Dose Fenofibrato 
Função hepática: E contraindicado em insuficiência hepática 
grave ou em alterações hepáticas inexplicadas e 
permanentes. 
Função renal: Uso não recomendado em pacientes com 
insuficiência renal grave. 
Diálise: Não é necessário ajuste. 
Interações medicamentosas do Fenofibrato – fibrato 
mais diferente. 
Ezetimibe, sinvastatina, Pravastatina, lovastatina, colchicina: 
Podem aumentar risco de miopatia ou rabdomiólise. – Se 
precisar associar fibrato e estatina é prescrito, isso não é 
contraindicação é só para ficarmos atentos a esses efeitos 
adversos. 
Colestiramina: Pode reduzir os efeitos do Fenofibrato. 
Ciclosporina: Pode desencadear piora da função renal. 
Varfarina: Pode resultar em aumento do INR e em possíveis 
riscos de sangramento. 
Interações com alimentos. A presença de alimentos não 
interfere significativamente na absorção do medicamento. 
Contra indicações 
Paciente alcoolista; pacientes com alteração da função 
hepática ou renal, litíase biliar; gravidez e lactação. Exigem 
controle mais frequente do tempo de protrombina (controle 
rigoroso) e da glicemia, respectivamente, nos pacientes em 
uso de coagulantes e diabéticos. 
O uso de fibrato é realizado quando o valor de TG está maior 
que 400-500 mg/dL. O uso de fibrato não é iniciado logo 
quando os TG começam a aumentar, porque orientar o 
paciente a mudar o estilo de vida e iniciar com uma estatina 
já pode refletir em uma redução considerável dos níveis de 
triglicerídeos, não sendo necessário iniciar o uso de fibratos. 
O fibrato é prescrito quando o TG estiver muito aumentado, 
nesse momento se tira a estatina e tanta colocar apenas o 
fibrato. Não tem muita indicação de fazer fibrato e estatina 
junto por causa da miopatia, mas as vezes é necessário. 
Deve-se evitar o uso do Genfibrozila associado a estatina 
porque como se faz doses muito altas desse fibrato, as 
chances de causar efeitos colaterais é grande. 
 
 
 
 
6 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Permutadores dos ácidos biliares 
 
Colestiramina (Questran®) é uma resina de ligação de ácidos 
biliares. 
Qual o objetivo dos permutadores dos ácidos biliares? Agem 
de maneira local, não penetram na célula. Ela age na própria 
bile. Os sais biliares são componentes orgânicos da bile, e a 
função deles é permitir a digestão e absorção/reabsorção de 
gorduras. E, a resina se liga aos sais biliares e impede que ele 
solubilize essa gordura, as vitaminas lipossolúveis para que 
elas sejam reabsorvidas. Então, as resinas não se ligam a 
nenhuma estrutura do nosso organismo, elas agem 
localmente, se complexam aos sais biliares impedindo a 
reabsorção de gordura. Isso promove a diminuição da 
absorção do colesterol exógeno, e levam ao aumento do 
metabolismo do endógeno (recruta LDL sanguíneo) em 
ácidos biliares no fígado (mecanismo de ação secundário: 
melhora o perfil lipídico do sangue). 
A colestiramina pode funcionar como excipiente de alguns 
medicamentos, e dessa forma ela aumenta a absorção 
desses medicamentos, mas isso não tem relação com a 
dislipidemia. Exemplo: Flotac 70, Diclofenaco com 
colestiramina (anti-inflamatório). 
As resinas, na sua forma livre, solta, vão acabar interagindo 
muito na absorção de substâncias lipossolúveis, impedindo 
a absorção, como em vitaminas lipossolúveis e varfarina, por 
exemplo. 
São fármacos que reduzem a absorção intestinal de sais 
biliares e, consequentemente, de colesterol. 
Com a redução da absorção, reduz-se o colesterol 
intracelular no hepatócito e, por este motivo, aumenta-se o 
número de receptores de LDL e a síntese de colesterol 
É potencializado pelo uso de estatinas. Contribui com a ação 
da estatina. Então, pode fazer uma associação de resina + 
estatina. 
Pode promover pequena elevação do HDL-C 
Vantagem: Pode ser utilizada em crianças, sendo a única 
liberada para mulheres no período reprodutivo sem método 
anticoncepcional efetivo. Não é de uso sistêmico. 
 
As resinas promovem, mesmo que indiretamente, o 
aumento na expressão de receptores de LDL nos hepatócitos 
e, portanto, a remoção aumentada do LDL no sangue e 
redução da concentração plasmática de LDL-c. 
Restrição em relação as resinas: podem provocar aumento 
de triglicerídeos, uma vez há aumento da síntese de sais 
biliares também promove o aumento da síntese hepática de 
triglicerídeos. Assim, não é recomendado usar resinas em 
pacientes com hipertrigliceridemia. 
A concentração de HDL-c permanece inalterada. 
Efeitos adversos 
Como não são absorvidas, a toxicidade sistêmica é baixa. 
Pode ocorrer sintomas no TGI, como náusea, distensão 
abdominal, constipação ou diarreia. 
Interferem na absorção de vitaminas lipossolúveis e de 
alguns fármacos – clorotiazida, digoxina e warfarin. 
A colestiramina é apresentada em envelopes de 4g 
(posologia inicial), mas pode usar até 24g/dia do 
medicamento. 
Interações medicamentosas 
Paracetamol, amiodarona, calcitriol, digoxina, metotrexato, 
micofenolato, AINEs, anticoncepcionais orais, fenobarbital, 
cefalexina, furosemida, hidroclorotiazida, metronidazol, 
Pravastatina: O uso concomitante com colestiramina pode 
aumentar o clearance desses medicamentos e diminuir seus 
efeitos. 
Interações com alimentos. Pode ser administrada com 
alimentos, sem alteração na absorção. 
A resina faz efeito rápido, não demora 4 semanas para 
atingir níveis séricos estáveis e começar a fazer efeito. 
Para o paciente infartado pode se iniciar um tratamento 
medicamentoso com a resina e a estatina, pelo menos no 
primeiro momento, justamente porque o uso da resina tem 
uma ação mais rápida, assim, o perfil lipídico do paciente 
melhora em um período mais curto. 
 
 
7 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Ácido nicotínico 
 
Inibe a produção hepática de TG e secreção de VLDL. Assim 
é diminuída moderadamente o LDL, levando a um aumento 
do HDL (15 a 35%). 
A niacina inibe a lipólise e a liberação de triglicerídeo, porque 
ela inibe a lipase lipoproteica, assim, o transporte de ácidos 
graxos de cadeia livre para o fígado é reduzido, o que reduz 
a síntese de TG. 
É absorvido rapidamente por via oral, se distribui para todos 
os tecidos e é eliminada pela urina. Tem tempo de meia vida 
pequena (precisa fazer 3 vezes ao dia, tempo de mais vida de 
60 minutos), e por isso precisa ser feito em doses muito altas 
(2 a 6 gramas diárias), aumentando a possibilidade de 
reações adversas. 
Reações adversas 
 
Cuidados na titulação da dose do ácido nicotínico na hora da 
prescrição porque não se pode começar com doses altas. 
Tem que começar com uma dose inicial baixa, e vai 
aumentando gradativamente a dose em um intervalo 
mínimo de 4 semanas a cada titulação de dose, até atingir a 
meta diária, 1 a 2 gramas. 
Exemplo de titulação da dose de ácido nicotínico: 
Semana0 – dose inicial: 500 mg/dia (durante 4 semanas) 
Semana 4 – aumento para 750 mg/dia (durante mais 4 
semanas) 
Semana 8 – aumento para 1000 mg/dia (durante mais 4 
semanas). 
... Assim, sucessivamente até se alcançar a dose necessária. 
Essa titulação se faz necessária por causa dos efeitos 
adversos relacionados à grande dose. 
Inibidores da PCSK9 
Medicamentos novos, são anticorpos monoclonais, 
inibidores da PCSK9. São medicamentos que ainda estão 
com um custo muito alto, não tem genéricos ou similares. 
Vantagens: não é necessária fazer a aplicação todos os dias, 
tem umas doses que são semanais e outras que são mensais. 
Quem é a PCSK9? 
É uma molécula que se liga aos receptores de LDL na 
superfície dos hepatócitos, de forma a competir com o LDL, 
assim essa molécula impede que o LDL seja absorvido pela 
célula, o que gera um aumento de LDL no sangue. Esse é um 
dos problemas dos pacientes que tem dislipidemia, porque 
além de se ligar aos receptores de LDL essas moléculas 
degradam esses receptores, piorando o perfil lipídico desses 
pacientes. 
Então, os medicamentos inibidores dessa molécula 
aumentam a viabilidade dos receptores (impedindo a ligação 
do PCSK9 aos receptores de LDL), permitindo uma maior 
absorção do LDL, para serem metabolizados e eliminados. E, 
esses inibidores da PCSK9 são anticorpos monoclonais. 
 
Vantagens do uso de inibidores de PCSK9: alguns estudos 
demonstraram que eles reduzem cerca de 50% dos níveis 
séricos do LDL-c; a posologia é muito boa também, são 
administrados na forma de injeção subcutânea a cada duas 
semanas, ou em dose maior, 1 vez ao mês). 
São dois medicamentos disponíveis com esse mecanismo de 
ação: 
- Evolocumabe, na apresentação de 140mg 
 1 caneta a cada 2 semanas 
 Ou 
 3 canetas 1 vez por mês 
- Alirocumabe, na apresentação de 75mg e 150mg. 
1 caneta a cada 2 semanas. A escolha da dose 
depende do peso do paciente e dos níveis de LDL. 
Esses medicamentos podem ser usados em crianças acima 
de 12 anos. 
 
 
 
8 AV1 – Bases II – Prof.ª Carolina Figueiredo– Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Reações adversas 
Por esse medicamento ser bem seletivo ele apresenta 
efeitos adversos mais leves. 
➢ 10% → nasofaringite 
➢ 1 a 10% → infecção do trato respiratório superior, 
gripe, dor nas costas, reações no local da injeção, 
reação alérgica, tosse, infecção do trato urinário, 
sinusite, dor de cabeça e mialgia. 
Ajuste posológico conforme a função renal 
1 – Achar a taxa de filtração glomerular. 
2 – Olhar a tabela. 
Exemplo: Paciente com taxa de filtração glomerular de 30, 
que faz uso de 20mg de rosuvastatina, precisa fazer ajusta 
de dose? 
Deve-se reduzir a dose da Rosuvastatina para 10 mg ou pode 
trocar para a Atorvastatina. Depois que esta decidida a 
terapêutica mediante a eficácia, pode-se ponderar outras 
variáveis, como comodidade terapêutica. 
 
Ômega-3 não é um medicamento, é um suplemento. Ele 
pode ser usado com profilaxia, e para ajudar no tratamento. 
O ômega-3 é formado por três tipos de substâncias, as mais 
importantes são o EPA e o DHA. Percentual dividido por 
essas três substâncias. O EPA tem uma importante ação anti-
inflamatória, ele consegue minimizar a ação inflamatória 
causada pelo LDL, por isso ele tem uma capacidade de 
prevenção muito grande no paciente com dislipidemia. O 
DHA tem função importante a nível de sistema nervoso 
central. O ômega-3 é um suplemento não é um 
medicamento.

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