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Introdução à Genética do MELHORAMENTO ANIMAL Melhoramento: trabalha com previsões, com embasamento nas informações colhidas de um rebanho, informações dos animais, herança, manejos... A produção animal baseia-se prioritariamente em três pilares de sustentação: • Nutrição • Manejo • Melhoramento genético Cabe aos técnicos orientar os produtores rurais sobre a utilização racional de sua propriedade, respeitando a natureza e explorando ao máximo o potencial genético dos animais, A realidade é que precisamos aumentar a produção e a produtividade dos produtos alimentícios, sejam eles de origem animal ou vegetal. Tomas Malthus (1798), lançou a teoria de que a população humana cresceria em progressão geométrica, enquanto que a produção de alimentos em progressão aritmética. Esse autor previu que a Inglaterra passaria fome no século XIX. No entanto, a população humana cresceu como previsto e continua crescendo. De 1975 para 2000 o número da população dobrou em um intervalo menor de tempo. Pode ser argumentado que em muitos paises a população cresce pouco ou até diminui, mas isso não serve de consolo, pois o inverso nos países pobres que sofrem dos males da ignorância, subutrição e de todas as suas consequências. Com isso, sabemos que: • a população mundial dobra a cada 30 anos = 220.000 novos indivíduos/dia. • 2/3 são subnutridos, principalmente na região intertropical. Quando se fala em subnutrição, não quer dizer quantidade e sim qualidade, as vezes come muito, porém de forma inadequada. Temos a responsabilidade e o desafio técnico e político face à demanda crescente de proteína de origem animal pelas populações s humanas. Cenário Mundial Espera-se que nas próximas 3 décadas possa ocorrer escassez de alimentos devido: • ao crescimento populacional • aumento renda Ásia e América Latina • retirada de subsídios agrícolas pelos países ricos Fazendo com que haja um aumento da demanda de alimento VS decréscimo da produção mundial. Possível Solução: aplicação de tecnologias que permitam aumento de produtividade, redução da pressão das áreas de cultivo sobre os ecossistemas naturais, diminuição da poluição, redução dos custos e aumento da competitividade do agronegócio. Países tropicais: a maioria da população vive em estado de miséria e subnutrição, com níveis baixos de produção; populações de baixo valor energético e deficiências nas condições ambientais. O melhoramento zootécnico trabalha com maior produtividade = produção/área, então precisa ter: • maior quantidade • maior qualidade • menor custo • menor tempo Melhoramento genético + Melhoramento Ambiental = Melhoramento Zootécnico (maior produtividade). Melhoramento Ambiental: • sanidade, melhorar a qualidade do ambiente em que o animal está inserido • técnicas de manejo adequada • boa alimentação Isso tudo auxilia o melhoramento genético e causando melhoramento zootécnico - melhor produtividade. O melhoramento genético é ilimitado e permanente, isso quer dizer que, à medida que for melhorando (cruzando) esses animais fazem com que busque novos indivíduos e informações genéticas. Já no melhoramento ambiental é limitado e temporário, pois chega-se a uma garantia máxima de higiene, máxima de sanidade dos animais, alimento, por isso se diz limitado; e quanto ao temporário, é porque chega um momento em que não seja mais adequado ao indivíduo em que elas estão. Conceitos de Melhoramento Para isso precisa-se da estatística, genética de populações e genética quantitativa. • Estatística: responsável pela coleta, organização e interpretação de dados experimentais e pela extrapolação dos resultados da amostra para a população. • Genética de População: ramo da Biologia que estuda a distribuição e mudança na frequência de alelos sob influência das quatro forças evolutivas: seleção natural, deriva gênica, mutação e fluxo gênico. • Genética Quantitativa: é a parte da genética que estuda os caracteres quantitativos, dando ênfase a herança e aos componentes determinantes de sua variação. Melhoramento Genético Animal É um conjunto de processos seletivos que visa aumentar a frequência dos genes e/ou das combinações genéticas desejáveis em uma população, ou diminuir nelas a frequência dos genes/combinações indesejáveis. Só o fato de diminuir as indesejáveis, já promove um melhoramento genético do animal. O MGA aumenta o potencial dos animais de forma ilimitada. Por outro lado, o melhoramento zootécnico que tem por objetivo o melhoramento do ambiente de um modo geral o que inclui o manejo, tratamento veterinário, alimentação, entre outros fatores. O melhoramento genético animal teve início antes do conhecimento da história da humanidade, provavelmente a partir do período paleolítico (idade da pedra lascada) ou no início do período neolítico (idade da pedra polida). Evidentemente nesta época, o homem não tinha nenhuma consciência daquilo que fazia, mas de seu trabalho seletivo inconsciente, resultou a domesticação de algumas das espécies hoje consideradas como animais domésticos. O conjunto dos processos utilizados pelo homem nessa época pode ser chamado de melhoramento genético Inconsciente. Milhares de anos após, até o fim do século XIX, os processos seletivos continuaram sendo aplicados, mas agora de forma inconsciente, visando o aumento da produção ou, pelo menos, a modificação para melhor, do aspecto dos animais do rebanho. Porém, o total desconhecimento das leis biológicas da herança, constitui-se em um sério entrave prejudicando, de certa forma, o maio sucesso dos métodos seletivos então utilizados, aos quais pode-se chamar de melhoramento genético empírico. O fazendeiro inglês Robert Bakewell, reconhecido como precursor do MGA, fez os primeiros registros genealógicos de que se tem conhecimento, iniciando assim a formação das primeiras raças de bovinos, ovinos e equinos. Sem esquecer dos trabalhos de Gregor Mendel, com os redescobrimentos das leis mendelianas da hereditariedade, ampliando conhecimento diversos na biologia e estatística, permitindo ao homem a aplicação do Melhoramento Genético Científico, como uma 3° etapa das técnicas seletivas aplicadas ao MGA. • Sir Francis Galton, criador da Genética Biométrica começou a medir e comparar, para avaliar a média do rebanho, quais indivíduos estavam acima e abaixo da média, para assim começar o processo de seleção. • Godfrey Harold Hardy e Wihelm Weinberg, dois pesquisadores que em 1908 foram os responsáveis pela teoria fundamental da genética de populaões, conhecido como Equilíbrio de Hardy-Weinberg. • Ronald Alymer Fisher, geneticista inglês, que em 1918 publica um trabalho que é considerado como formalização da síntese entre o mendelismo e a biometria. É dele que vem a formação do que significa fenótipo (genótipo + ambiente) P = G + E Juntando Ronald Alymer Fisher, Sewall Wrigth e J. B. S Haldane, foi construído os pilares da Genética de populações -> fornecendo subsídios sólidos pra toda a genética do melhoramento animal ou vegetal, também forma a base da teoria sintética da evolução. Hoje há a quarta etapa a qual a aplica-se técnicas de genética molecular, visando aumentar a eficiência na prática do MGA. Entre elas podemos citar, por exemplo, a utilização de marcadores moleculares na identificação de QLTs (Quantitative Trait Locos), ou seja, na identificação de determinados loci associados a caracteres quantitativos. Muitos rebanhos e das áreas utilizadas para agricultura estão com sua produção muito abaixo do seu potencial. Com a utilização de melhores técnicas e de insumos, poderíamos ter um aumento significativo em produtividade. Para exemplificar, podemos dizer que a produçãomédia de leite em nosso país é de aprox. 5l/dia, enquanto que nos rebanhos especializados esta produção chega a aprox. 30l/dia. A busca de melhores técnicas e insumos ocorre desde que o homem começou a domesticar as espécies. Quer de forma consciente ou de forma inconsciente, o homem vem determinando mudanças nas espécies, o que tem resultado no grande número de linhagens e raças existentes. O MGA é feito por agricultor, o profissional moderno capaz de trabalhar nessa área de maneira tecnicamente correta e eficiente é o Agrônomo, o Veterinário, o Zootecnista ou outro profissional com graduação na área de Ciências Agrárias, todos obviamente, com pós-graduação em Genética e MGA. No Brasil, esses profissionais encontram-se no Ministério da Agricultura, nas universidades, empresas de pesquisa ligadas ao governo como Embrapa e Pesagro, além de empresas privadas. Dentre os objetivos do melhoramento, temos: O ano em que foi feito a análise, o peso médio da época, a idade ao abate e a ultima coluna a conversão alimentar associado ao quanto o animal come e para produzir o que está vendo ali. Nota-se que que entre 1930 e 2001 houve um aumento de +1kg, a redução do abate de 105 para 40, ou seja, além de diminuir a idade ao abate (n° de dias necessário para que os animais sejam abatidos) a conversão alimentar também diminuiu, ou seja: um animal com mais de 2kg como a conversão de 1.78. Outro objetivo seria aumentar taxas de crescimento, musculatura e diminuir a gordura. Conservar espécies raras. Como é feito? - Genética quantitativa - Ferramentas: seleção, acasalamento. - Avaliação genética: identificação dos animais com melhores genótipos - DEP’s e Índices: deps (diferença esperada da progenie) e índices (montar esquema de pontuação p/ ver qual melhor se adequa a sua produção. Exemplo de DEP’s: DEP é a diferença esperada na média das progênies de determinado animal em relação à média das progênies de um grupo de animais referências que participaram da mesma avaliação, quando acasalados com indivíduos que tenham, em média, o mesmo potencial genético. Primeira coluna: animal – data de nascimento – pai – nome, em seguida preenche-se com informações SELEÇÃO O interesse é nos genes e não na aparência do animal. São necessárias: mensuração + avaliação genética. Nesse processe de criação existem vários tipos de criatórios: ACASALAMENTO Deve-se escolher qual melhor metodologia será aplicada: Endogâmico ou Exogâmico. • Endogamia – características mantidas • Exogamia – buscando máximo vigor e briga desses indivíduos. Como obter maiores benefícios com o melhoramento genético? • Métodos tradicionais de melhoramento – mudanças genéticas graduais (porém dramáticas) obtidas em grande período de tempo (100 anos) pela observação de acasalamento seletivo. Exemplo: raça Nelore (mudança em 100 anos de evolução). Realidade atual do melhoramento: a competitividade no mercado e o atual desenvolvimento tecnológico forçam o melhoramento genético a ser mais abrangente, envolvendo fatores como o investimento e o gerenciamento. Entretanto, isso era grande inquietação nos pesquisadores e selecionadores brasileiros, pois nem sempre é fácil separar a aptidão, o amor ao rebanho ou os interesses científicos da necessidade de gerar lucro e com isso, maiores divisas ao país. Ferramentas disponíveis: Além de procedimentos como a rastreabilidade e a certificação de origem, proporcionam maiores chances de conquista dos mercados internos e externos, já que o Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, criado exclusivamente a pasto, sem receber qualquer tipo de alimentação que possa comprometer a saúde humana. PEDIGREE + DESEMPENHO = DEP A informação dos valores das DEP’s (diferença esperada na progênie), dos animais é uma ferramenta de suma importância utilizada na predição do desempenho futuro dos rebanhos. As DEP’s dos animais são obtidas por meio das avalições genéticas e expressam o quanto se espera que os filhos daquele reprodutor sejam superiores ou inferiores ao restante da população envolvida na avaliação. Dada a necessidade, por parte dos criadores, de ferramentas auxiliares ao processo de tomada de decisão, os programas de melhoramento animal tem disponibilizado softwares ou acessos a e-business ou e-commerce em suas homepages. Além do benefício direto obtido com o uso do Melhoramento genético, como a venda mais valorizada dos animais, toda a cadeia produtiva estaria seno influenciada pela melhoria no padrão produtivo dos rebanhos comerciais. Auxiliado, ainda, por aplicações moleculares e a fecundação in vitro, o melhoramento genético animal tende a ser cada vez mais presente nos sistemas de produção brasileiros. POPULAÇÃO Grupo de indivíduos da mesma espécie que se acasalam e que por isso apresentam propriedades numa dimensão de espaço (devido ao acasalamento) e de tempo (devido aos elos de reprodução), gerando descendentes férteis. Sob o ponto de vista genético. Conceito: uma população é um grupo de indivíduos da mesma espécie, que mantem uma continuidade no tempo e no espaço e que são capazes de se acasalar. As características genéticas de uma população são determinadas pelas frequências genotípicas, pelas frequências gênicas e pela ocorrência de fenômenos genéticos tais como a seleção, mutação gênica, migração, oscilação ou deriva genética e os sistemas de acasalamentos. Genética de Populações Conceito: é a parte da genética que estuda a transmissão das características nas populações. Genética de populações: é a ciência que estuda as frequências genicas genotípicas e fenotípicas nas populações e as forças capazes de alterá-las ao longo das gerações. A genética de populações fornece subsídios para a compreensão de como se processa o melhoramento genético fornecendo também as bases necessárias para o entendimento da evolução das características na natureza. Visa à investigação da dinâmica dos genes nas populações, buscando a elucidação dos mecanismos que alteram a sua composição gênica (mutações, seleção, migração e deriva genética) u apenas a alteração de frequência genotípica (efeito dos acasalamentos direcionados). Qual a importância? • Genética Mendeliana - Permite predizer a distribuição genotípica e a fenotípica da progênie resultante de um acasalamento. • Genética de populações - Permite predizer a distribuição genotípicas e fenotípica a progênie resultante de todos os acasalamentos possíveis na população; - Estudando quais são os fenômenos e como eles afetam a estrutura genética de uma população ideal; - Conceitos são aplicados em uma população real. ESTRUTURA GENÉTICA DE UMA POPULAÇÃO Lembrando: Um gene é uma parte do DNA ou RNA que controla determinada característica, como a cor da pele ou dos olhos, já o alelo é a variação específica do gene, que vai determinar como essa característica irá se expressar no indivíduo. → Frequência genica ou alélica: informação dos alelos. Proporção ou porcentagem na população dos diferentes alelos de um gene (Aa). → Frequência genotípica: proporção ou porcentagem na população dos diferentes genótipos para o gene considerado. Considerando um gene em uma população diploide, o qual apresenta duas formas alélicas A e a FREQUÊNCIAS GENOTÍPICAS Corresponde ao numero de indivíduos de um determinado genotipo em relaçao ao numero total de individuos da população. FREQUÊNCIA GÊNICAS OU ALÉLICAS São as proporções dos diferetes alelos de um determinado lócus em uma população. Usaremos a fórmula a seguir: CÁLCULO FREQUÊNCIAS Bom saber o tipo de atuação dos genes. ➢ Ausenciade dominância ex.: cor da pelagem gado Shortorn. - condicionada por 1 gene com 2 alelos - 3 fenotípos distintos. ➢ Dominância completa Ex.: cor da pelagem em suínos - Condicionada por 1 gene com 2 alelos - 2 fenótipos distintos Cálculo das frequências de uma população codominante ou ausência de dominância • Frequência Genotípicas: • Frequência Gênicas ou Alélicas: • Ausência de dominância Numa situação que ocorre a ausência de dominância, a frequência genotípica é igual a frequência fenotípica.
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