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DOENÇAS ANEXIAIS E OVARIANAS PROBLEMATIZAÇÃO • Incidência global de câncer ovariano: EUA e Europa x Brasil • Rastreamento populacional ou busca ativa de casos seletos (CA de ovário não é passível de rastreamento) • Risco de cistos anexiais na pré-menopausa serem malignos • Melhor custo-benefício no diagnóstico de doenças anexiais CÂNCER DE OVÁRIO 22.000 casos novos no ano de 2016 nos EUA (1:70) 14.000 mortes decorrentes da doença em 2010 (EUA) 23% do total de câncer ginecológico - 47% das mortes Reino Unido: 55 a 58% diagnósticos em estádio III e IV, com 17 a 21% metastáticos Brasil: 6.150 casos estimados para 2018 (INCA) 60% das pacientes ou mais irão morrer durante o tratamento da doença. Casos iniciais = achado ocasional (maioria), sintomatologia pobre e inespecífico Casos avançados = sintomas exuberantes A biópsia é importante para diferenciar o manejo da paciente. Sobrevida em 5 anos: • IA: 93% • IC: 84% • IIIC: 41% Carcinoma seroso de ovário IIIC: TC: tumor volumoso, ascite e l infonodos retroperitoniais aumentados (seta menor) CA de ovário não é detectado em estágio inicial, pois a sintomatologia é extremamente pobre em casos iniciais. Fatores de risco • Idade: principal fator de risco com mediana de incidência aos 63 anos (69,4% acima de 55 anos) e risco crescente com idade • Fator familiar: em caso de 1 parente direto (linhagem materna especialmente) o risco passa de 1,6 para 5% • BRCA 1 mutante (41 a 46%) e BRCA 2 mutante 9 (10 a 27%) • Síndrome de Lynch: risco até 10% • Nulíparas risco relativo 2 a 3 Síndrome de Lynch: risco em vida para as neoplasias mais comuns Outros fatores: Fatores de proteção: multiparidade, uso prolongado de ACO (> 5 anos), idade de 1º parto precoce (< 25 anos) , menopausa precoce (<45 anos) , salpingectomia prévia (redução 50%) Ausência de evidência de risco: uso de talco, práticas sexuais e dietas. Pilula anticoncepcional reduz o risco de CA de endométrio e ovário, no entanto aumenta o risco de CA de mama. MASSAS PÉLVICAS Muito comum ao longo da vida o diagnóstico de massas pélvicas (grande maioria cística simples). Pré menopausa pode ultrapassar 25% de incidência global. Aumento do diagnóstico com popularização da ultrassonografia Mesmo na pós-menopausa, cistos simples são a apresentação mais comum = maioria benigno. CISTOADENOMA OVARIANO Cápsula fina e homogênea e interior fluído e límpido. Tecido ovariano remanescente na base da peça. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSAS ANEXIAIS E OVARIANAS Ginecológicas Benignas: • Cisto funcional • Endometrioma • Abscesso tubo-ovariano • Teratoma maduro • Cistoadenoma seroso • Cistoadenoma mucinoso • Hidrossalpinge • Prenhez ectópica • Mioma • Resquício mülleriano Malignas: • Carcinoma epitelial • Tumor linhagem germinativa • Tumor de cordões sexuais • Tumor do estroma • Metastático Não ginecológicas Benignas: • Diverticulite (abscesso) • Abscesso apendicular • Tumor bainha neural • Divertículo de ureter • Rim pélvico • Divertículo de bexiga Maligna: • Primárias ou metastáticas Prenhez ectópica íntegra Carcinoma Seroso de Ovário IIA TC - áreas císticas e sólidas (AP com invasão tubária) ROTINA DE INVESTIGAÇÃO - Massas Pélvicas • História clínica detalhada • Exame clínico • Ultrassonografia transvaginal • CA - 125 (marcador tumoral que marca alguns tipos de tumores, não necessariamente malignos, p o s i t i v o n a g e s t a ç ã o , e n d o m e t r i o s e , menstruação) • ß-HCG (menacme) • Outros exames complementares HISTÓRIA CLÍNICA - Massas Pélvicas • Dor ou peso abdominal (50%) • Distensão abdominal (50%) • Tumoração palpável pelo paciente (50%) • Queixas gastro-intestinais (20%) • Queixas urinárias (20%) • Emagrecimento (15%) • Distúrbios menstruais ou sangramento pós- menopausa (2%) • Detalhamento de IDA (interrogatório de diversos aparelhos) e antecedentes familiares e pessoais Sintomas associados ao CA de ovário Sensibilidade X Especificidade EXAME CLÍNICO - Massas Pélvicas • Avaliação do estado geral • Massa abdominal • Ascite (piparote, macicez móvel…) • Tumores pélvicos ao toque bimanual • Síndromes dos ovários palpáveis (pós- menopausa) • Sinais de ação hormonal (androgenização ou estímulo estrogênico pós menopausa) • Derrame pleural (síndrome de Meigs) ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL • Morfologia da lesão: cística (baixo risco), mista (alto risco), sólida (alto risco) • Ecogenicidade da lesão: homogênea (baixo risco) ou heterogênea (alto risco) • Presença de caracter íst icas especia is: espessamento da cápsula, septação, vegetação e ascite (todas de alto risco) • Volume: 3 eixos (multiplicados) x 0,52 Lesão ovariana cística com vegetações em seu interior Quanto mais vaso no interior: alto risco de CA. Se vaso na periferia: baixo risco de CA. EXAMES LABORATORIAIS • Hemograma e ou t ros exames ge ra i s : dependência do caso • ß-HCG em todas as pacientes do menacme (ectópica) • CA-125: marcador sérico mais importante na investigação da paciente com tumor anexial (+ em múltiplas condições benignas, especialmente na pré-menopausa) • Outros marcadores: CEA, alfa-fetoproteína, ß- HCG, Estradiol , Testosterona, CA-19-9 (exclusivos ao especialista) RMI - ÍNDICE DE RISCO DE MALIGNIDADE • U x I x CA-125 (> 200 é risco de malignidade) • Ultrassom: lesão bilateral; áreas sólidas; cisto multilocular; ascite; metástases • 1 ponto para cada item: 0 (score 1); 1 (score 2); ≥ 2 (score 3) • Idade • Pré menopausa (1); Pós menopausa (3) Ex.: paciente 62 anos menopausada com tumor misto bilateral e ascite, com CA-125=85. • RMI = 85 x 3 x 3 = 765 (alto risco) RMI > 200 = RISCO DE CÂNCER OUTROS PREDITORES DE RISCO • IOTA (International Ovarian Tumor Analysis): análise multivariada para risco com ênfase em aspectos de ultrassonografia, status menstrual, idade e CA-125 • Metanálise revela que há forte correlação entre IOTA e RMI • Diâmetro simples ao ultrassom: • 10cm de maior diâmetro (ACOG) • 6cm ou 8cm (Royal College - pós menopausa) Obs.: uso de anticoncepcionais NÃO altera a evolução do quadro (evidência A) PROTOCOLO DE ATENDIMENTO Pré menarca: alto risco de neoplasia maligna (25%) Gestantes: • Excluir ectópica é obrigatório - possibilidade de gemelaridade é rara mas possível • Cistos de corpo lúteo no 1º trimestre são comuns • Luteoma - tumor sólido que tende a regredir espontaneamente • Torção de teratoma maduro pode ocorrer - avaliar queixas de abdome agudo • Muito raro neoplasia maligna - avaliação individual de risco Menacme: • Avalias aspectos clínicos, risco familiar e ultrassonográfico • Cisto simples: repetição de USTV em 3 a 6 meses. • Cisto de aspecto de risco: solicitar CA-125 e se a l t e r a d a e n c a m i n h a m e n t o à u n i d a d e especializada Pós-menopausa: • Solicitar USTV e CA-125 para cálculo de RMI • Cisto simples menor que 10cm: repetir exame de 3/3 meses • Outras condições: encaminhar à unidade especializada RECOMENDAÇÃO DE REFERENCIAMENTO À UNIDADE DE ONCOLOGIA GINECOLÓGICA - ACOG 2016: Pós-menopausa com CA-125 alterado ou ultrassonografia que não seja cisto simples. Pré-menopausa com elevação significativa de CA-125 ou massa fortemente suspeita, com ascite, nodulação de parede ou evidência de metástase. Qualquer idade em RMI alterado (>200) Ausência de pressão após 6 meses de acompanhamento (cisto simples na pós- menopausa)
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