A maldicao dos nove na montanha da morte

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Imagem digital fictícia de personagem de desenho animado
Descrição gerada automaticamente com confiança média A maldição dos nove na montanha da morte 	 Resumo Este é um local evitado pelos membros da tribo, que mesmo tendo que caçar em suas imediações, fazem de tudo para não terem que passar a noite neste local amaldiçoado. “Segundo a lenda, a montanha era habitada pelo que eles chamavam de '‘almas’' que levavam a vida do incauto que entrasse na área. Também a montanha que era o destino dos esquiadores, Gora otorten, significa em Mansi '‘não vá lá’' Sergio Weinfuter 
 
Ao pesquisar para escrever uma série de artigos sobre a montanha da morte, muitas vezes me deparei com a chamada maldição dos nove. Ela é conhecida a muito tempo pela tribo de índios nativo que habitam a região do Urais, os Mansis. Porém fora desta região ela era totalmente desconhecida até a primeira metade do século XX.
Segundo a tradição destes índios que vivem isolados nos montes Urais há mais de quinhentos anos, existe uma maldição na montanha dos mortos. Primeiramente o local já é chamado dessa forma devido a um incidente que aconteceu com alguns membros desta tribo. “Conta a lenda que, em tempos antigos, nove caçadores foram mortos ali e, a partir disso, a montanha passou a ser evitada, especialmente por grupos de nove” (Russia Beyong, BR, 2017) 
Nos relatos que sobreviveram sobre o incidente os caçadores mortos não exibiam algum tipo de lesão, morreram de repente, sem sintoma algum de violência física. “Foram encontrados no dia seguinte por seus companheiros, como se estivessem dormindo, mas estavam congelados. Para eles, a montanha se converteu em um local encantado.” (Rusmea, 2013) Conta a tradição Mansi. 
Desde então no dialeto Mansi ela se chama Kholat Syakhl que significa “montanha dos mortos”. Este é um local evitado pelos membros da tribo, que mesmo tendo que caçar em suas imediações, fazem de tudo para não terem que passar a noite neste local amaldiçoado. “Segundo a lenda, a montanha era habitada pelo que eles chamavam de '‘almas’' que levavam a vida do incauto que entrasse na área. Também a montanha que era o destino dos esquiadores, Gora otorten, significa em Mansi '‘não vá lá’'.” (Rusmea, 2013)
Este local fica ao norte dos montes Urais (Rússia) e para os Mansis é um lugar a ser evitado. Eles com toda certeza alertam os visitantes sobre o perigo que os esperam nas montanhas, mas nem sempre são ouvidos. Apesar das lendas desse povo serem conhecidas muito bem localmente, talvez nunca tivessem sido conhecidas mundialmente, pela dificuldade em acessar o lugar que esta tribo vive, somente intrépidos aventureiros montanhistas conseguem chegar até lá, ouviram e espalharam a história de tal maldição, aos poucos.
Mas isso estava para mudar e as lendas deste povo seriam conhecidas mundialmente. No ano de 1959 uma expedição de esquiadores escolheu para mais uma de suas aventuras, essa rota dos montes Urais. Nesta expedição estavam dez jovens aventureiros que pensavam em seguir até o cume da cordilheira. Ao passarem pelo povoado dos Mansis, foram alertados sobre os perigos nas montanhas, mas é claro, não deram atenção.
Os jovens esquiadores seguiram seu cronograma e avançaram deixando os Mansis para trás e assim também o último vestígio de seres humanos. Dali para frente eles estavam sozinhos por sua conta e risco. Antes de deixar o povoado Mansi foram alertados sobre os espíritos que habitavam as montanhas e os Mansis disseram que “Eles não aceitam intrusos, protegem todo o ambiente das agressões que os seres humanos fazem contra a natureza. Os mortos de sua tribo eram caçadores e os poucos caçadores que adentram a área procuram não ficar por lá à noite.” (Rusmea, 2013)
É claro que os jovens não deram ouvidos para as lendas e tradições deste povo e seguiram seu caminho conforme planejado. Este grupo era composto por Igor Dyatlov (23 anos), Yuri Yudin, Yuri Doroshenko (21), Zinaida Kolmogorova (22), Lyudmila Dubinina (21), Alexander Kolevatov (25), Alexander Zolotariov (37), Rustem Slobodin (23), Georgyi Krivonischenko (24) e Nicolás Thibeaux-Brignollel (24) Algum tempo depois Yuri Yudin sentiu uma lesão e desistiu de seguir com o grupo.
Isso salvou sua vida. Pouco tempo depois de os deixarem, seus amigos e companheiros de aventura estavam mortos. Somente ele sobreviveu e passou sua vida se perguntando o que teria acontecido aos seus amigos na montanha. Isso deu início a um dos maiores mistérios do século XX e o caso continua hoje tão misterioso quanto no dia em que aconteceu. Ninguém consegue explicar o que levou a morte de nove jovens saudáveis em perfeita forma física, que se divertiam esquiando nos montes Urais.
Ninguém conseguia responder o que havia acontecido e logo os Mansis foram acusados de terem assassinados os jovens. Alguns de seus membros foram levados do povoado, interrogados e torturados pela KGB, mas eles não tiveram nada com as mortes dos jovens esquiadores. Quando isso ficou evidente, os membros da tribo foram liberados e alguns deles auxiliaram na busca e resgate dos corpos. Conheciam muito bem o lugar e sua ajuda foi determinante para encontrar os corpos.
Todos os corpos estavam em estado lastimável, mas os últimos quatro estavam totalmente arrebentados. Parecia que tinham sido espancados furiosamente, atropelados e por fim pisoteados. Lyudmila estava com a boca aberta e sem a língua. Uma força descomunal foi aplicada no corpo dos jovens, levando-os ao desespero e por fim sua morte.
Não havia respostas para o que a equipe de buscas e salvamento encontrou. No relatório oficial foi escrito que os jovens morreram devido a uma força misteriosa e desconhecida, mas para os membros da tribo Mansi estava tudo muito claro. Quando eles encontraram os corpos começaram a falar em sua tradição, contaram o que aconteceu aos caçadores membros de sua tribo e justificaram sua crença dizendo que “Os garotos eram mais que intrusos, eram 'estrangeiros' cortavam galhos das árvores, faziam fogo, em qualquer momento puderam faltar com o respeito aos espíritos da montanha e pagaram caro.” (Rusmea, 2013)
Estava claro para os Mansis que foram os espíritos da montanha que mataram os jovens, devido a perturbações causadas por eles no ambiente natural. Foi com a fama deste incidente que a lenda desse povo ganhou o mundo, todos ficaram sabendo de suas crenças, lendas e superstições. A história da maldição dos nove correu o mundo, parecia que tinha enfim encontrado uma explicação para as mortes dos nove jovens esquiadores.
Em sua aventura os jovens chegaram ao lugar amaldiçoado dos Mansis e tentaram passar a noite nele devido ao mau tempo que fazia e piorava, auxiliado por uma grande nevasca. Montaram seu acampamento, começaram a se despir e arrumar sua alimentação, mas algo os assustou a ponto de deixarem o lugar somente com suas roupas que estavam em seus corpos e fugiram no extremo frio da montanha. Todos morreram, mas seriam mesmo os espíritos da tradição Mansi que matou a todos? Para os investigadores, não. Porém para os Mansis, sim, foram os espíritos da montanha que mataram os esquiadores.
Diante do inexplicável o caso foi encerrado pelo governo sem uma explicação plausível, mas ainda hoje este episódio continua sendo investigado e o mundo passou a conhecer oficialmente a lenda da maldição dos nove. Se existe esta maldição ou não, não há como saber, mas para a crença do povo Mansi ela é real e o lugar precisa ser evitado a todo custo, quem não evitou, pagou com sua vida.
Hoje a montanha dos mortos é mundialmente conhecida pela passagem Dyatlov, sobrenome do líder da equipe de esquiadores que perderam suas vidas neste local. Ela foi batizada em homenagem a eles, promessa do governo da antiga União Soviética as famílias dos jovens que pereceram. Uma placa com as fotos deles marca o lugar onde ocorreu o fato, lembrança de uma grande tragédia, ainda sem solução.
Com a fama do lugar e do sinistro destino da equipe de esquiadores a lenda dos nove continuou a se propagar. Não existe uma explicação lógica da ciência, mas“O certo é que a maldição dos nove se repete. Os caçadores Mansi mortos da lenda eram nove. Os esquiadores do grupo de Dyatlov também eram nove. Em 1960 um avião com nove pessoas, entre pilotos e geólogos, chocou no sopé da mesma montanha. Morreram os nove e ao recuperar a caixa preta, não encontram nenhuma explicação do acidente. Atualmente, os excursionistas evitam passar em grupos de nove.” (Rusmea, 2013)
Em 2016 novamente houve um incidente inexplicável na passagem Dyatlov, quando um corpo foi encontrado por um grupo de turistas e logo em seguida o grupo todo se perdeu, mas é claro, isso foi desmentido pelo governo russo. A manchete foi a seguinte: “Um homem morreu no Passo Dyatlov, uma passagem no Norte nos montes Urais, que provocou nova onda de teorias misteriosas sobre o incidente em 1959. O governo russo disse que iria investigar as conclusões a respeito de um corpo encontrado no Passo Dyatlov, mas também descartando as alegações de que o grupo que o viu teria perdido o contato.” (sputniknews.com, 2016 p.1) Mas ninguém acreditou, afinal de contas, as mentiram sempre fizeram parte do governo russo e sua credibilidade, não é das melhores.
Novamente todos estavam falando sobre os Urais e a maldição dos nove na montanha da morte, um pesadelo para o governo russo, visto que cada incidente que acontece no lugar, logo todos se lembram da morte dos jovens esquiadores de 1959. Contudo rapidamente “O Ministério de Emergência da Rússia negou que o grupo de caminhantes que na sexta-feira (7) avistou o corpo de um homem de cinquenta anos no misterioso Passo Dyatlov tivesse desaparecido.” (sputniknews.com, 2016 p.1)
Reforçando o fato e tentando deixar bem claro que os turistas não tinham desaparecido, o Ministério de Emergência da Rússia ainda notificou "Eles não estão perdidos. O grupo continua a rota planejada e se mantém em contato", disse uma fonte no escritório local do ministério à RIA Novosti.” (sputniknews.com, 2016 p.1) Alguns disseram que o suposto grupo desaparecido se juntou a outro que estava nos Urais e conseguiram atravessar a passagem sem maiores problemas, mas isso não foi confirmado.
Sobre o corpo encontrado “O Comitê de Investigação da Rússia disse que vai enviar um investigador para procurar o corpo, junto com a polícia e equipe de resgate na terça-feira (12). Também na segunda-feira, o Ministério de Emergências disse que tinha enviado uma unidade para o Passo de Dyatlov para ajudar um caminhante solitário sofrendo de queimaduras do frio.” (sputniknews.com, 2016 p.1)
Já “O chefe da Fundação em Memória de Dyatlov, Yuri Kuntsevich, disse à televisão russa que o homem desaparecido provavelmente morreu por ter ficado preso na neve depois de tirar os seus esquis.” Ainda “De acordo com Kuntsevich, os rumores de ocorrências paranormais no Passo Dyatlov levaram o alpinista morto a visitar este local sem preparação.” (sputniknews.com, 2016 p.1)
Parece que novamente algo sinistro aconteceu na montanha da morte, visto a rapidez com que os órgãos do governo correram para abafar o caso na mídia. Não explicaram quem era a vítima encontrada pelos turistas, muito menos onde e quando o grupo que supostamente havia desaparecido (mas desmentido pelo governo) havia finalizado sua travessia e onde estavam os membros dele. Mais um mistério na montanha!
Se realmente a maldição existe ou não é uma outra história, fato é que mesmo se tratando de uma lenda antiga, ela ainda influência muitas decisões ainda hoje, caso contrário por que evitariam passar pelo local em grupo de nove pessoas? Apesar de negarem, muitos acreditam nela em seu interior e quem estaria disposto a desafiá-la? Lembrando que não é porque não acredita que não exista! Algo sinistro acontece na montanha da morte e quem ousa desafiar, ao que parece, sempre paga com sua vida. Alguém se atreve?
Para o povo Mansi a montanha é encantada e guardada por espíritos. Os caçadores de OVNIS dizem que é o local onde os aliens realizam inúmeras manobras e se mostram aos seres humanos, por isso é um dos melhores locais de avistamentos extraterrestres. Para quem acredita em paranormalidade a montanha também oferece muitos mistérios e enigmas, já os cientistas encontraram vestígios de povos antigos e fazem pesquisas pela área dos montes Urais.
Quem gosta de aventura e conhecer lindíssimas paisagens a montanha também não decepciona, assim como também quem gosta de desafio e adrenalina. Os caçadores de monstros também têm seu lugar nos supostos avistamentos do “Pé Grande”. Quem acredita em conspirações afirma que existem muitos segredos militares escondidos nas montanhas, inclusive falam de sons suspeitos provenientes do interior dela.
A fascinante montanha da morte ainda continua desafiando a todos, com seus mistérios e acontecimentos inexplicáveis. Para muitos ela é mágica, amaldiçoada, para outros um enorme desafio, um reduto, lugar de aventura e para o governo russo, uma grande dor de cabeça. A montanha da morte continua a fazer suas vítimas, esconder seus segredos à espera da próxima pessoa que desrespeitar ela, sua próxima vítima. A maldição dos nove continua lá!
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Para saber mais:
RUSMEA, Дятлова – Passo Dyatlov – a montanha dos mortos parte 2. Disponível em: http://www.rusmea.com/2013/10/passo-dyatlov-montanha-dos-mortos-parte_14.html Acesso em: 27/09/2018
EGOROV, OLEG. Morte no Urais. Gazeta Russa, 15 de julho 2017. Disponível em: https://br.rbth.com/arte/historia/2017/06/15/morte-nos-urais_778947 Acesso em: 27/09/2018
______Incidente em montanha russa. Agência de notícias Sputinik Brasil, 2017. Disponível em:
https://br.sputniknews.com/sociedade/201601113263815-incidente-em-montanha-russa-faz-lembrar-misterio-ainda-sem-resposta/ Acesso em: 28/09/2018