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HABILIDADES V THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA TRAUMA TORÁCICO Evitar o choque hemorrágico que leva à hipoxemia. A hipóxia é deletéria principalmente para pacientes vítimas de trauma. Lembrar que os problemas críticos identificados devem ser corrigidos prontamente. o Não esperar a sequência para cuidar de uma lesão potencialmente fatal, cuidar logo. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA A. Via aérea: o Em traumas torácicos pode ter lesão de traqueia que interfere na letra A. B. Respiração: o Em lesões com afundamento de cavidade costal, fraturas de múltiplas costelas apresentando respiração paradoxal, tendo interferência, o paciente não respira bem. C. Circulação: o Tem a ver com a hemodinâmica do paciente. o Vários tipos de choque têm a ver trauma torácico, desde o choque hemorrágico por causa do hemotórax maciço, choque restritivo por causa de um tamponamento cardíaco, choque neurogênico por causa de um trauma raquimedular (TRM) alto (nível C7-T1 quanto mais alto o nível do TRM maior a vasoplegia induzida por bloqueio simpático, sobrepondo-se o parassimpático havendo dilatação no território venoso levando ao choque neurogênico). D. Avaliação neurológica: o Havendo acometimento vai ter alteração na motricidade. Se tiver um trauma a nível de T8, T10 vai ter um nível de paraplegia. Lesões que têm potencial de matar o paciente mais rápido que precisam ser diagnosticadas e tratadas na sala vermelha na avaliação primária. PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: o Na imagem: Hipertransparência de HTD. Não consegue visualizar trama pulmonar do lado direito. Do lado esquerdo seria o esperado. o Há desvio importante dos vasos da base. o O diagnóstico é clínico + imagem, porém não deve tirar o paciente da sala vermelha havendo sinais de choque para a sala de radiologia. o Desvio significativo que praticamente não ver o pulmão direito, está totalmente atelectasiado e o pulmão esquerdo dividindo espaço com o mediastino. o O choque nesse caso, seria por acometimento dos vasos da base, o coração estaria batendo “em seco”, bombeia o sangue, mas não tem um retorno adequado e o paciente vai apresentar choque restritivo ou obstrutivo. Não é choque cardiogênico. o Ocorre ↑FC para compensar a ↓DC, ↓PA. Já que não há perda sanguínea vai ter ingurgitamento de jugular, no USG de abdômen vai ver a veia cava distendida porque esse sangue não está conseguindo chegar no coração. o Tratamento: Deve ser feito assim que suspeitar dele, com punção de alívio com gelcro 14 na no 5° espaço HABILIDADES V THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA intercostal entre a linha axilar anterior e média que é o local de drenagem definitiva. Nesse local a espessura da cavidade torácica é menor. Drenagem de alívio. Após o procedimento vai ter um alívio, diminuir o desvio, melhorando o retorno venoso do paciente. Obs¹.: Sempre usou a punção no 2° espaço intercostal, porém era difícil chegar na cavidade pleural por causa do espessamento do tórax do paciente por obesidade ou hipertrofia muscular. Tratamento definitivo é a drenagem pleural. Fazer uma drenagem torácica em selo d’água e colocar o dreno torácico para que consiga tratar definitivamente. Obs².: Pode pular a etapa de toracocentese de alívio e partir para a drenagem pleural em selo d’água, mas se tiver dúvida e precisa de radiografia, mas paciente está muito instável, fazer o tratamento de alívio. O pneumotórax é presença de ar na cavidade pleural (espaço seria virtual). Se for sangue vai ser hemotórax, se for soro sorotórax, se for linfa é chamado quilotórax. Chama derrame pleural o líquido em si, sendo exsudato ou transudato é o derrame pleural propriamente dito. PNEUMOTÓRAX ABERTO: É necessário tratar de imediato para paciente não entrar em falência respiratória. O que descompensa o paciente no pneumotórax aberto é a falência respiratória. Não é preciso está completamente aberto como na foto. Em situações que viole a caixa torácica e tenha comunicação da pele até a pleura com o meio externo. Obs.: Nem todo ferimento aberto vai causar pneumotórax aberto. Estima-se para classificar a lesão ser 2/3 o diâmetro da traqueia. Projétil de arma de fogo nem sempre leva. Fisiopatologia: o Na hora que o paciente vai fazer a inspiração, o ar era para entrar somente pela traqueia, porém ele tem agora uma cavidade bem maior do que a traqueia. O ar prefere entrar pela cavidade, preenchendo o espaço pleural, porém o ar não vai chegar nos alvéolos. Não vai chegar nos alvéolos, consequentemente vai começar a reter CO², entrando em hipoxemia. o Projétil de arma de fogo não causa porque eles provocam um pequeno orifício de entrada e quando atravessa a musculatura, ela é elástica formando apenas uma cavidade temporária e depois volta. A musculatura não permite a entrada de ar pela entrada. CURATIVO DE TRÊS PONTOS: o Pega alguma coisa que não permita o ar passar, se só tiver gaze coloca vaselina para “vedar” a gaze. o Coloca só curativo nas três das quatro pontas. O ideal é fazer o curativo com plástico. o Na hora que o paciente for inspirar o ar só vai entrar pela traqueia porque o curativo não vai permitir que o ar entre pela cavidade, na hora da inspiração como a pressão da caixa torácica vai está maior, o HABILIDADES V THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA ar vai sair pela cavidade, mecanismo de válvula unidirecional. TÓRAX INSTÁVEL: Também chamado de retalho costal móvel ou inspiração paradoxal. É quando tem a fratura de dois ou mais arcos costais juntos um do outro, em dois ou mais pontos. Como houve fratura, vai haver perda na estabilidade, na inspiração os arcos costais vão para dentro e na expiração (pressão positiva dentro) o retalho vai ser empurrado para fora. Obs.: Foi retirado da avaliação primária e foi para a secundária, porque não é esse tórax instável que vai levar a morte do paciente, a não ser que seja um segmento muito grande que vai funcionar quase como um pneumotórax aberto. O que mata o paciente nessas situações não é a insuficiência respiratória causada pela instabilidade torácica, mas sim a CONTUSÃO PULMONAR que ocorre na hora do impacto. No momento do trauma, afundou a caixa torácica a ponto de fazer uma contusão no pulmão, levando a hemorragia intra- alveolar. Precisa do exame de imagem para confirmar. Tratamento: o Não é cirúrgico, raros os casos que precisa fixar uma costela. o O tratamento é analgesia, suporte ventilatório que vai desde um cateter nasal de oxigênio (3l/min) até intubação, dependendo do estado do paciente. Dipirona + anti-inflamatório + opioide. Obs.: Não é regra a intubação. Quando intuba o tórax não fica mais instável porque o aparelho que vai está jogando oxigênio dentro, sem precisar do paciente fazendo o movimento do tórax. HEMOTÓRAX MACIÇO: Suspeitar e tratar na sala vermelha. Muitas vezes o paciente vai precisar de hemotransfusão. O choque nesse caso vai ser por perda volêmica. Não é por desvio dos vasos da base. Presença de sangue na cavidade pleural. Obs.: Todo derrame pleural no paciente vítima de trauma é sangue até que se prove o contrário. Podendo ser hemotórax, hemoparicárdio, hemoperitônio. Se paciente estiver estável faz a tomografia. O hemotórax maciço pode ser visto no raio-x ou no FAST. Não vai ter turgência jugular HABILIDADES V THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA porque é um choque pode perda e não por restrição. Tratamento: o Drenagem pleural ou drenagem torácica em selo d’água. o Peculiaridade: Se na drenagem ela veio com 1500ml de sangue, tem que complementar a drenagem com toracotomia exploratória. Se não drenou 1500ml, observar o débito da drenagem nas próximashoras, se mantiver 200ml/h nas próximas 3h, também fala a favor de sangramento importante e que precisa ser explorado para fazer a hemostasia (corrigir o vaso lesado, pneumorrafia). TAMPONAMENTO CARDÍACO: Vai acontecer no trauma torácico pela formação de um hemopericárdio. O pericárdio é uma membrana praticamente sem elasticidade e o coração fica dentro dele. Quando algum líquido fica entre o pericárdio e o coração, pode levar ao tamponamento cardíaco que pode levar a choque do tipo restritivo. Não é choque cardiogênico, porque o problema não está no coração. Ele tem força, porém algo está impedindo a entrada de sangue no coração. O hemipericárdio está comprimindo o coração a ponto de impedir o retorno venoso pelo átrio direito. Tríade de Beck: o Turgência jugular. o Hipotensão. o Abafamento de bulhas. Obs.: Só é vista em 30% dos pacientes com tamponamento cardíaco. Tratamento: o Pericardiocentese: Entrar com agulha 45° abaixo do processo xifoide (paciente deve estar monitorizado) vai aprofundando a agulha, sempre aspirando o êmbolo da seringa até vir sangue, provalmente chegou no pericárdio e entra mais um pouco até ver uma extra-sístole no traçado eletrocardiográfico, significando que chegou no coração, devendo recuar um pouco a seringa e continua aspirando. O problema é que as lesões que levam a um hemopericárdio são lesões de aorta e por algum motivo o paciente não morreu no local do acidente. Normalmente são lesões incompatíveis com a vida. TODO TAMPONAMENTO CARDÍACO TRAUMÁTICO TEM QUE FAZER TORACOTOMIA EXPLORATÓRIA. Leva para o bloco cirúrgico, mas geralmente paciente morre. Toracotomia na sala de emergência: o A toracotomia de emergência seja na sala vermelha ou no bloco cirúrgico não são medianas, porque leva mais tempo e esforço para abrir o esterno. HABILIDADES V THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA o Nesse caso, vai abrir abaixo do mamilo NO LADO QUE FOI O TRAUMA. Na sala vermelha só se aplica se for trauma penetrante, contuso não tem indicação. Tem que ser um trauma penetrante da região do precordio ou das zonas posteriores entre as escápulas. É uma zona que tem um potencial grande de atingir o coração ou os vasos da base. o Paciente chega sem consciência, grave, geralmente chega em gasping, no traçado eletrocardiográfico apresenta ritmo de parada. o Abertura anterolateral do lado acometido, abrindo o saco pericárdio, procurando a lesão penetrante do coração. o Na imagem, sonda de Foley (sonda vesical de demora) entrando na parte anterior e posterior do coração. Ela tem um balão na ponta, insufla ele para vedar o sangramento, pega o porta agulha com o fio inabsorvível fazendo uma sutura em bolsa ao redor da sonda. Prepara o nó, pede para alguém desinsufle o balão, estando com o nó preparado, a outra pessoa vai puxar a sonda e a médica aperta o nó, CARDIORRAFIA feita. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Pneumotórax simples. o Tratamento: Drenagem torácica. Geralmente são lesões que não colocam a vida em risco. Hemotórax. Contusão pulmonar. o Tratamento: Só vai diagnosticar na avaliação secundária, não tem como prever na primária. O tratamento depende muito da área de lesão, paciente vai ter hemoptise, hemorragia traqueal. Lesão traqueobrônquica. o Na 10° edição ela subiu para ser diagnosticada na lesão primária. Mas na prática continua sendo avaliação secundária com a cirurgia torácica. Contusão cardíaca. o Faz ecocardiograma, faz exames específicos passados pelo cardiologista. Ruptura traumática de aorta. o Geralmente morre no primeiro pico de morte ou no hospital. Geralmente só vai ser diagnosticada com tomografia ou radiografia. Lesão diafragmática. o Na radiografia de tórax percebe muito gás de alça intestinal dentro do tórax, suspeitar de hérnia diafragmática traumática. O tratamento para a hérnia aguda é laparotomia, se for crônica ou congênita tem que fazer toracotomia (separar todos os órgãos, coloca uma tela e depois faz a laparotomia ou laparoscopia para visualizar se deu certo). o Lesão diafragmática aguda: Faz a laparotomia, fecha o diafragma e drena o tórax, porque na hora da laparotomia vai entrar ar na cavidade abdominal e o diafragma aberto vai entrar ar na cavidade torácica, por isso que precisa drenar. Ruptura esofágica.
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