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Cirurgi� - 7° semestr� Doenças Transmissíveis na Cirurgia Acidentes em que profissionais de saúde se expõe a sangue e outros fluídos biológicos devem ser considerados emergência médica, havendo necessidade de se priorizar o atendimento no mais curto espaço de tempo possível; As condutas visam evitar a disseminação do HIV, VHB e VHC no ambiente de trabalho; O mais importante são as medidas de precaução padrão quando houver a possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções, fluídos corporais, pele não íntegra e mucosas: ⤲ Lavagem de mãos; ⤲ Uso de luvas; ⤲ Avental; ⤲ Máscara; ⤲ Óculos; Outras medidas Não reencapar as agulhas; Desprezar perfurocortantes em recipientes próprios; Não desconectar as agulhas das seringas; Ao utilizar material perfurocortante, garantir a imobilização do paciente; Jamais utilizar os próprios dedos como anteparo; Não utilizar as lâminas de bisturi desmontadas; Vacinação contra Hepatite B (3 doses) em todos profissionais de saúde; O risco estimado de infecção pelo HIV é de 0,3% para exposição percutânea e 0,09% para exposição mucocutânea; ⤲ O uso do AZT como profilaxia, imediatamente após o acidente, reduz em até 81% o risco de soroconversão pós-exposição; A probabilidade de infecção pós-exposição ao vírus da hepatite B (com paciente-fonte HBeAg positivo) pode atingir até 40%; ⤲ É imprescindível a imunização contra hepatite B para todos os profissionais de saúde; ⤲ Após exposição, a vacina deve ser administrada em profissionais não-imunizados, associada ou não à gamaglobulina hiperimune; ⤲ Para o vírus da hepatite C o risco varia entre 1 e 10%; ⤲ Para o vírus da hepatite C, não há, até o momento, intervenção específica capaz de prevenir a infecção pós-exposição; Acidente leve - Contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra; Acidente moderado - Contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível; Acidente grave - Contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou exposição percutânea com material perfurocortante; Exposição percutânea – Lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (agulhas, bisturi, vidrarias); Exposição em mucosas – Quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitália; Exposição cutânea (pele não-íntegra) – Contato com pele com dermatite ou feridas; Mordeduras humanas – Consideradas como exposição de risco quando envolverem a presença de sangue – avaliar o indivíduo que provocou a lesão e o que foi exposto; Logo após o acidente, deverá se proceder à descontaminação do sítio exposto, limpando a ferida com água e sabão ou irrigando as membranas mucosas com água limpa; A seguir, a CCIH ou a enfermaria de plantão deve ser comunicada imediatamente, para notificação do caso (em formulário especial) e definição da profilaxia medicamentosa, juntamente com o médico atendente; Sempre solicitar sorologias do profissional acidentado e do paciente fonte; Transmissão - Sangue, outros materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais Cirurgi� - 7° semestr� (transmissão sexual) são considerados materiais biológicos envolvidos na transmissão do HIV; Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor e líquido articular são fluídos e secreções corporais potencialmente infectantes; Observação - Não existem estudos que permitam quantificar os riscos associados a estes materiais biológicos – devem ser avaliados de forma individual; Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva (exceto em ambientes odontológicos) são líquidos biológicos SEM risco de transmissão ocupacional; Um risco maior de transmissão está associado às exposições com grande quantidade de sangue do paciente fonte, cujos marcadores foram: ⤲ Dispositivo visivelmente contaminado pelo sangue do paciente; ⤲ Procedimento com agulha diretamente inserida em acesso arterial ou venoso ⤲ Lesão profunda + pacientes com AIDS em fase terminal; Carga viral baixa ou indetectável provavelmente indicam uma exposição a baixos títulos de HIV, embora raras contaminações já foram descritas; A quimioprofilaxia deve ser recomendada aos profissionais de saúde que sofreram exposição com risco significativo de contaminação pelo HIV; ⤲ Exposições com menor risco, a quimioprofilaxia deve ser considerada na presença de altos títulos virais no paciente-fonte; ⤲ A quimioprofilaxia pode não ser justificada em situações com risco insignificante de contaminação, nas quais o risco de efeitos tóxicos dos medicamentos ultrapassa o risco de transmissão do HIV; Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada o mais rápido possível (máximo em até 72 horas); A duração da quimioprofilaxia é de 28 dias; Antirretrovirais só deverão ser indicados se o acidente tiver ocorrido em espaço de tempo inferior a 3 horas; Profissionais gestantes acidentadas devem utilizar apenas o AZT; Profissionais acidentadas em aleitamento materno devem ser orientadas a suspender o aleitamento durante o uso dos ARV; Observação - A medicação deverá ser prescrita, em caráter de emergência, para os primeiros 7 dias, ficando os demais dias sob responsabilidade da Coordenação de DST/AIDS; a. Acidente leve: solicitar sorologias de HIV e hepatites virais do profissional acidentado e sorologia de HIV do paciente-fonte; ⤲ Não prescrever ARV; ⤲ Encaminhar à coordenadoria de DST/AIDS para acompanhamento; b. Acidente moderado: solicitar sorologias de HIV e hepatites virais do acidentado e sorologia de HIV do paciente-fonte; ⤲ Prescrever: AZT (zidovudina) 100 mg 2 cp VO 12/12 h e Epivir (lamivudina) 150 mg 1 cp VO 12/12 h; c. Acidente grave: seguir as mesmas recomendações do acidente moderado; ⤲ Prescrever: AZT (zidovudina) 100 mg 2 cp VO 12/12 h, Epivir (lamivudina) 150 mg 1 cp VO 12/12 h e Viracept (nelfinavir) 250 mg 3 cp VO 8/8 hs; Nevirapina é contraindicada como profilaxia anti-retroviral por haver relatos de hepatotoxicidade grave (inclusive falência hepática com necessidade de transplante) e síndrome de Stevens-Johnson; Efavirenz é usado somente em situações excepcionais (exposição grave a paciente-fonte HIV positivo com resistência potencial aos IP) – risco de teratogenicidade (mulheres férteis – descartar gravidez); O esquema padrão AZT (zidovudina) associado à 3TC (lamivudina) está indicado para a maioria das exposições; Ideal avaliação de especialista em algumas situações: ⤲ Retardo na notificação e atendimento da exposição (após 24 a 36 horas); ⤲ Fonte desconhecida (ex.: agulha em lixo comum, lavanderia, coletor de material perfuro-cortante); ⤲ Gestação ou suspeita de gravidez no profissional de saúde exposto; ⤲ Resistência do vírus do paciente-fonte aos anti-retrovirais; Cirurgi� - 7° semestr� ⤲ Toxicidade ao esquema inicial de PEP; Risco de contaminação está relacionado ao grau de exposição ao sangue e à presença ou não do antígeno HBeAg no paciente-fonte; Em exposições percutâneas envolvendo sangue sabidamente infectado pelo HBV e com a presença de HBeAg; Risco de hepatite clínica varia entre 22 a 31% e o da evidência sorológica de infecção de 37 a 62%; Se o paciente-fonte apresenta HBsAg (HBeAg negativo), o risco de hepatite clínica varia de 1 a 6% e o de soroconversão 23 a 37%; Exposições percutâneas é um dos modos mais eficientes de transmissão do HBV; HBV pode sobreviver em superfície por períodos de até 1 semana; O sangue é o material biológico que tem os maiores títulos de HBV e é o principal responsável pela transmissão do vírus nos serviços de saúde; Observação - Também é encontrado no leite materno, líquido biliar, líquor, fezes, secreções nasofaríngeas, saliva, suor e líquido articular; Profilaxia da Hepatite B A vacinação pré-exposição contra a hepatite B é a principal medida de prevenção; Esquema vacinal: 3 doses com intervalos de 0, 1 e 6 meses; ⤲ 1 a 2 meses após → teste sorológico anti-HBs (anticorpos protetores com títulos > de 10 mUI/mL) o Não sendo recomendadas doses de reforço após o esquema vacinal completo em profissionais imunocompetentes; Quando o esquema vacinal for interrompido nãohá necessidade de recomeçá-lo; Exposição a materiais biológicos com risco conhecido, ou provável não respondedor deve utilizar a imunoglobulina hiperimune; ⤲ (IGHAHB) via intramuscular → imunidade provisória (3 a 6 meses); ⤲ A gravidez e a lactação não são contraindicação; Existe maior eficácia na profilaxia pós-exposição quando a imunoglobulina é utilizada dentro das primeiras 24 a 48 horas após o acidente; É transmitido através do sangue; A incidência média de soroconversão, após exposição percutânea (agulha com lúmen) com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1,8%; Transmissão de HCV a partir da exposição em mucosas é extremamente rara; Risco de transmissão do HCV, a partir de superfícies contaminadas não é significativo, exceto em serviços de hemodiálise; Profilaxia da Hepatite C Não existe nenhuma medida específica eficaz para redução dos riscos de transmissão do vírus da hepatite C após exposição ocupacional; Interferon só atua efetivamente quando a infecção pelo HCV está estabelecida; Único meio eficaz para eliminação do risco de infecção é a prevenção do acidente; O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e hepatite C, no momento da ocorrência do acidente; Fonte da exposição não é conhecida ou não pode ser testada; ⤲ Avaliar a probabilidade clínica e epidemiológica da infecção pelo HIV, HBV ou HCV; ⤲ A prevalência da infecção naquela localização, origem do material (áreas de alto risco como serviços de emergência, centro cirúrgico, diálise, entre outros) e a gravidade do acidente; Solicitação dos testes Testes rápidos Observação - Não são definitivos para o diagnóstico da infecção pelo HIV; Possibilidade de soroconversão recente (janela imunológica) diante de sorologia negativa; ⤲ Quando o paciente fonte já tem diagnóstico de infecção pelo HIV no momento do acidente, informações Cirurgi� - 7° semestr� adicionais disponíveis devem ser investigadas: ○ Estágio da infecção (ex.: infecção aguda, fase terminal de doença); ○ Contagem de células CD4; ○ Carga viral; ○ Uso prévio e atual de medicamentos anti-retrovirais; ○ Testes de resistência viral (genotipagem); Paciente-fonte é conhecido – avaliar a história prévia ou atual de hepatite B; ⤲ Evidência de que a hepatite B evoluiu para a cura (anti-HBs e anti-HBc positivos) = não há risco de transmissão do vírus da hepatite B; ⤲ Na presença de infecção aguda ou crônica (HBsAg positivo) = medidas de profilaxia; Pacientes-fonte conhecidos com história e sorologia desconhecida para o HBV = medidas profiláticas + pesquisa de HBsAg no paciente-fonte no momento do acidente; Paciente-fonte é desconhecido – acompanhamento clínico-laboratorial e o uso de PEP devem ser decididos caso-a-caso considerando-se o tipo de exposição e a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HBV; Atenção - Não há quimioprofilaxia para Hepatite;
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