Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina nove de julho – 3° semestre @ray.medd O transplante é um procedimento cirúrgico para fins de tratamento. Consiste na reposição de células, órgão ou tecido de uma pessoa doente (receptor ou hospedeiro) por outras células, órgão ou tecido normal (enxerto) de um doador. O doador pode ser vivo (familiares são mais usados devido a compatibilidade genética), vivo não relacionado (animais) e cadáver. Tipos de Transplantes 1. Autotransplantes Transplantado de um individuo para si mesmo – não se desenvolve reações de rejeição. 2. Singênico ou isoenxerto Transplante de órgãos ou tecidos entre indivíduos geneticamente idênticos – ex: gêmeos univitelinos – não se desenvolve reações de rejeição. 3. Alotransplante Transplante entre indivíduos geneticamente diferentes, mas mesma espécie – maior probabilidade de rejeição 4. Xenotransplantes Transplante entre indivíduos de espécies diferentes – enxerto fortemente rejeitado *com exceções Rejeição Resposta imune intensa com participação da imunidade inata e adaptativa, dirigida a células e tecidos de indivíduos geneticamente diferentes com ação destrutiva do enxerto. As moléculas do MCH – complexo maior de histocompatibilidade – são codificadas por genes (genes HLA) altamente polimórficos (várias formas do mesmo gene), e por isso, induzem resposta imune quando enxertado em outro indivíduo que não é geneticamente idêntico. Na região do lócus gênico do MCH I temos genes HLA-A, HLA-B, HLA-C Todas as células nucleadas possuem MCH de classe I. *MCH I – TCD8+ /MCH 2 – TCD4* Genética da rejeição Ativação de linfócitos T aloreativos - O linfócito precisa deixar de ser virgem para tratar o órgão Origem da célula apresentadora: direito – doador; indireto – receptor Reconhecimento direto: as células T (do receptor) do transplante reconhecem moléculas do MHC halogênicos (do doador) na superfície da célula apresentadora de antígeno (APC) do doador. Reconhecimento indireto: os linfócitos T (do receptor) reconhecem, antígenos do doador do Medicina nove de julho – 3° semestre @ray.medd enxerto após estes serem apresentados pelas APCs do próprio receptor. Mecanismos de Rejeição Rejeição Hiperaguda Rápida – imediata – minutos ou horas. - Mediada por anticorpos pré-formados contra as células endoteliais *Anticorpos do sistema ABO; Anticorpos contra antígenos HLA; Anticorpos contra proteínas menos definidas pelo enxerto. Mecanismo: ativação do sistema complemento → destruição maciça das células endoteliais → ativação da cascata de coagulação → formação de trombos → trombose → necrose isquêmica irreversível → rejeição. Presença de PMN (polimorfonucleares) no processo inflamatório. *comum em xenoenxerto, mas também pode ocorrer em aloenxerto Rejeição Aguda Pode ocorrer dias ou meses após o transplante - O principal mecanismo de lesão é mediado por células TCD8+ - induz a apoptose nas células do enxerto - Participação de célula TCD4+ pela secreção de citocinas – reposta Th1 com produção de TFN-alfa IFN-gama (pró-inflamatórias); IL2 – ativação de TCD8 - Resposta Th17 com produção de IL-17/ ativação de macrófagos (inflamação) - A imunidade humoral ( resposta Th2/ ativação LB/ plasmócitos) age através de aloanticorpos ativando o sistema complemento que causam lesão parenquimatosa e vascular. Rejeição crônica Ocorre em períodos maiores que 6 meses até 1 ano. - é caracterizada por alterações vasculares, fibrose intersticial e atrofia (arteriosclerose de enxerto). -Células T CD4+ (TH1) aloreativas e macrófagos ativados secretam fatores de crescimento para células musculares lisas -Células musculares lisas proliferam e causam espessamento da parede de artérias do enxerto. -Fibrose e perda da arquitetura e função do órgão transplantado O fluxo sanguíneo para o parênquima é comprometido (ISQUEMIA) - destruição do parênquima por resposta celular e humoral. Medicina nove de julho – 3° semestre @ray.medd Transplante de Medula Óssea Na medula estão localizadas das células-tronco hematopoiéticas, responsáveis pela geração de todo sangue. Essas são as células substituídas no transplante de medula. O transplante serve para corrigir defeitos hematopoiéticos, restauras as células da medula óssea lesadas por irradiação e quimioterapia do câncer, e tratar leucemias. *o sistema imune reage fortemente contra células-tronco hematopoiéticas halogênicas. Doença do enxerto contra o hospedeiro - A medula óssea está atacando o hospedeiro - As células T maduras do doador transplantadas juntamente com as células progenitoras (enxerto) reagem com as células do paciente (hospedeiro). Rejeição aguda: morte de células epiteliais da pele, fígado e trato gastrointestinal; quando a morte das células é extensa, a pele ou o revestimento do intestino podem se desprender – nesse caso, a GVHD aguda pode ser fatal. Rejeição crônica: fibrose e atrofia da pele, fígado e trato gastrointestinal; quando atinge os pulmões pode ocorrer obstrução das vias aéreas inferiores – quando grave, a GVHD crônica leva a uma completa difusão do órgão afetado. Seleção de doadores Avaliação clínica do doador ▪ Tipagem ABO: avalia a compatibilidade sanguínea entre o hospedeiro e o enxerto. ▪ Tipagem HLA : avalia a compatibilidade de HLA (antígeno leucocitário humano) entre as células do hospedeiro e do enxerto. ▪ Painel reativo de anticorpos (PRA): avalia se o hospedeiro já possui anticorpos pré-formados (reativos) contra um painel de doadores (representativos da população). ▪ Crossmatch (“prova cruzada”): avalia se o hospedeiro já possui anticorpos pré-formados (reativos) contra as células do enxerto. Imunossupressores Medicamentos com a finalidade de prevenir a rejeição do órgão transplantado, que podem comprometer o funcionamento do sistema imunológico, reduzindo sua resposta (imunocomprometidos).
Compartilhar