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Alistamento eleitoral. O alistamento eleitoral é o meio pelo qual se permite ao cidadão o exercício dos direito políticos. Entende-se por direitos políticos o conjunto de normas que disciplinam os meios necessários ao exercício da soberania popular (plebiscito, referendo, iniciativa popular, voto e todas as implicações deles decorrentes). Além de garantir esse direito ao eleitor, o alistamento propicia a organização de todo o eleitorado nos sistemas da Justiça Eleitoral, facilitando, assim, o exercício do voto. Alistamento e voto obrigatórios. O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os alfabetizados entre 18 e 70 anos. O não alistamento sujeita a pessoa a multa imposta pelo juiz eleitoral, a ser cobrada no ato da regularização a situação eleitoral. Entretanto, não se aplica a multa ao não alistado que requerer a inscrição eleitoral até o 151º dia anterior à eleição subsequente à data em que completar 19 anos (art. 15 da Res. nº 21.538; c/c art. 8º do CE). A pessoa que se encontra nessa condição e que não se alistar estará em atraso com a Justiça Eleitoral apenas após completar 19 anos de idade. A legislação eleitoral flexibilizou esse prazo, concedendo a oportunidade de o jovem alistar-se sem ônus até o encerramento do alistamento eleitoral das próximas eleições, à data em que o alistando completa 19 anos de idade, pois não terá havido prejuízo algum para sua vida política, visto que não terá deixado de votar em nenhuma eleição para a qual estava obrigado. Por fim, existe a situação do naturalizado, que deverá se alistar até um ano depois de adquirida sua nacionalidade brasileira, sob pena de incorrer em multa eleitoral. Alistamento e voto facultativos. O alistamento e o voto são facultativos para os analfabetos, para quem estiver entre 16 e 18 anos e para os maiores de 70 anos de idade. O alistamento eleitoral do menor com 15 anos de idade é facultativo, caso venha a completar 16 anos até a data das eleições, sendo que o título eleitoral somente surtirá efeito após completados os 16 anos de idade (art. 14 da Res. nº 21.538/2003). O alistamento do analfabeto. Quando o analfabeto deixar de sê-lo, deverá requerer sua inscrição eleitoral, não ficando sujeito a multa (art. 8º do CE; c/c parágrafo único do art. 16 da Res. nº 21.538/2003). O diretor, professor ou responsável pelo curso de alfabetização de adolescentes e de adultos encaminhará o aluno que o concluir ao competente juiz eleitoral para obtenção do título de eleitor (§ 1º, art. 1º, Lei nº 6.236/1975). O não encaminhamento sujeita o responsável a multa ou a suspensão disciplinar de até 30 dias (art. 9º do CE; c/c § 2º do art. 1º da Lei nº 6.236/1975). Alistamento vedado ou inalistáveis. O estrangeiro e o conscrito não podem se alistar. Considera-se conscrito quem estiver prestando serviço militar obrigatório, o que inclui matriculados nos órgãos de formação de reserva, médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório. No caso de o conscrito já estar alistado, ele deverá ficar impedido de votar (Res. 15.072/1989 e Res. 20.165/1998). Destaque-se que a inalistabilidade é fator impeditivo do exercício da cidadania. Incapacidade civil e pessoa com deficiência No caso de incapacidade civil absoluta, haverá a suspensão dos direitos políticos enquanto durar a incapacidade, não podendo a pessoa se alistar como eleitor (art. 15, II, CF). No caso de incapacidade civil relativa e de pessoa com deficiência, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios, pois não se pode excluí-los do exercício de seus direitos políticos, posto que não há qualquer fator impeditivo. Se o exercício das obrigações eleitorais vier a se tornar impossível ou excessivamente oneroso, a pessoa com deficiência poderá requerer certidão de quitação com a Justiça Eleitoral com prazo de validade indeterminado. A certidão não impede o alistamento nem o exercício do voto, não recaindo sobre a pessoa com deficiência multa pelo não alistamento ou pela ausência à votação (art. 2º e 3º da Res. nº 21.920/2004). A pessoa com deficiência pode receber ajuda para votar, pois, entre o direito ao voto e o sigilo do voto, prevalece o primeiro, podendo, inclusive, uma pessoa de confiança entrar junto na cabine de votação para ajudá-la. No entanto, ela deve contar apenas com o auxílio NECESSÁRIO (Res. TSE nº 21.819/2004). De toda forma, não poderá auxiliar a pessoa com deficiência quem estiver a serviço da Justiça Eleitoral, de partido político ou de candidato. Existem seções eleitorais especiais adaptadas para receber pessoas com deficiência, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana. A Resolução TSE nº 21.008/2002 regulamenta a existência dessas seções, que devem estar em local de fácil acesso, com estacionamento próximo e com instalações sanitárias. Para ter direito de votar nessas seções, a pessoa com deficiência deverá solicitar a transferência de seu título eleitoral para a seção especial até o encerramento do prazo para o alistamento eleitoral (até o 151º dia anterior à eleição). Alistamento eleitoral do indígena. A capacidade civil do índio está regulamentada em lei específica, o Estatuto do Índio – Lei nº 6.001/1973. De acordo com esse estatuto, eles estão sob a tutela da União por meio de órgão federal de assistência aos silvícolas, a Fundação Nacional do Índio (Funai), até que se integrem à civilização brasileira. Uma vez integrados, o alistamento eleitoral será obrigatório. Considera-se integrado o índio que, cumulativamente, cumprir os seguintes requisitos: completar 18 anos, conhecer a língua portuguesa e tiver razoável entendimento sobre usos e costumes nacionais. O índio não integrado não está obrigado a votar, e o índio integrado está obrigado a votar, conforme jurisprudência do TSE: Alistamento eleitoral. Exigências. São aplicáveis aos indígenas integrados, reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, nos termos da legislação especial (Estatuto do Índio), as exigências impostas para o alistamento eleitoral, inclusive de comprovação de quitação do serviço militar ou de cumprimento de prestação alternativa. (Res. nº 20.806, de 15.5.2001, Rel. Garcia Vieira) No entanto, há posicionamentos doutrinários e jurisprudências mais recentes e mais flexíveis no sentido de não exigir a completa integração do índio para permitir que ele se aliste, como, por exemplo: [...] Recepção. Constituição Federal. Artigo 5º, inciso II, do Código Eleitoral. - Consoante o § 2º do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores somente é imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, aos conscritos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe em face da incapacidade absoluta nos termos da lei civil. - Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada a facultatividade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo 14 da CF, não há como entender recepcionado preceito de lei, mesmo de índole complementar à Carta Magna, que imponha restrição ao que a norma superior hierárquica não estabelece. -Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja previsto na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que afirmar a inexigibilidade de fluência da língua pátria para que o indígena ainda sob tutela e o brasileiro possam alistar-se eleitores. - Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela Constituição Federal de 1988. (Res. nº 23.274, de 1º.6.2010, Rel. Min. Fernando Gonçalves) Portanto, deve-se ter o cuidado de não adotar posicionamentos muito rígidos quanto ao alistamento de indígenas. Domicílio Eleitoral. É o município ou localidade onde o eleitor tem um vínculo significativo. O domicílio eleitoral não está relacionado apenas com a residência, e pode se estender a uma relação familiar,profissional ou política. Um conceito diferente do domicílio civil, que é o local onde o cidadão constitui sua residência com ânimo definitivo. Por exemplo, para tirar o título de eleitor é necessário apresentar um comprovante de residência, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite que o eleitor, mesmo quando muda de cidade, permaneça com o domicílio eleitoral na circunscrição anterior, isto é, fica mantido o domicílio eleitoral na cidade que fez a inscrição. Prazo para mudar o domicílio eleitoral. Em ano eleitoral, a último dia para fazer a transferência do domicílio do título de eleitor é 151 dias antes da eleição, que em 2016 será no dia 4 de maio. Após esse prazo só será possível fazer a mudança de domicílio depois da eleição. Como transferir o domicílio eleitoral. O eleitor deve se apresentar em qualquer cartório eleitoral ao que pertença a nova residência levando os seguintes documentos: Título de eleitor; Documento de identificação original com foto: carteira de identidade, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte que contenha a filiação ou carteira emitida por órgãos criados por lei federal como OAB, CREA, CRM etc; Comprovante de residência original e atual no nome do eleitor: conta da água, luz, telefone, gás ou envelopes de correspondência. Caso o eleitor que não tenha comprovantes de residência em seu nome, pode mostrar um que tenha o nome de algum familiar que more na mesma residência, mais um documento que ateste tal parentesco. O serviço de transferência do domicílio eleitoral não pode ser solicitado por procuração, apenas presencialmente. Mas é possível fazer o agendamento do processo pela internet, através do Título Net. Justificativa eleitoral. Justificativa Eleitoral|Consequências para quem não justificar|Requerimento de Justificativa Eleitoral. O eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral no dia da eleição terá de justificar sua ausência por meio do formulário Requerimento de Justificativa Eleitoral (RJE), que deve ser devidamente preenchido e entregue no dia da votação. A justificativa é válida somente para o turno ao qual o eleitor não compareceu por estar fora de seu domicílio eleitoral. Assim, se o eleitor deixou de votar no primeiro e no segundo turno da eleição, terá de justificar sua ausência para cada turno, separadamente, obedecendo aos mesmos requisitos e prazos para cada um deles. http://www.tse.jus.br/eleitor/servicos/pre-atendimento-eleitoral-titulo-net/pre-atendimento-eleitoral-titulo-net O eleitor pode justificar a ausência às eleições tantas vezes quantas forem necessárias, mas deve estar atento a eventual revisão do eleitorado no município onde for inscrito, visto que o não atendimento à convocação da Justiça Eleitoral para esse fim poderá levar ao cancelamento de seu título eleitoral. Justificativa até 60 dias após a eleição; até 30 dias após o retorno ao país; No dia da eleição → presunção de que o eleitor não se encontrava no domicílio. Posteriormente → análise do juiz e pagamento de multa; Dispensa da multa para pessoa com insuficiência de recursos. Multa. As multas eleitorais podem ser de natureza administrativa ou de natureza judicial, sendo que estas últimas se subdividem em cíveis e criminais. Tal classificação é importante uma vez que implica a diferenciação da sua destinação. Quem não votar em três eleições consecutivas - considerando cada turno uma eleição - e não justificar sua ausência terá sua inscrição eleitoral cancelada. Essa regra não se aplica aos eleitores para quem o voto é facultativo - analfabetos, os que têm 16 e 17 anos, e os maiores de 70 anos - e aos portadores de deficiência física ou mental cujo cumprimento das obrigações eleitorais seja impossível ou demasiadamente oneroso. Quitação eleitoral. A Certidão de Quitação Eleitoral destina-se a atestar, conforme disciplinado pelo § 7º do art. 11 daLei nº 9.504, de 1997, a existência/inexistência de registro no histórico da inscrição (título) do interessado no cadastro eleitoral de restrição no que se refere à plenitude do gozo dos direitos políticos, ao regular exercício do voto, ao atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, à inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e à apresentação de contas de campanha eleitoral. Remanejamento do eleitor. É evidente que cada região tem sua realidade, mas a flexibilidade do método permite sua aplicação nas mais diversas situações. Se a região de estudo, por exemplo, tiver um eleitorado muito maior, ou um número de locais de votação muito grande, poderá ser usado o artifício de colocar no mapa vários bairros reunidos em blocos e manipular os valores em grupos.É importante ressaltar que foram utilizadas ferramentas já conhecidas e de uso comum nos tribunais regionais eleitorais, como mapas e planilhas eletrônicas. No que diz respeito aos instrumentos legais para implementar o remanejamento, a ferramenta também já existe. Revisão de eleitorado. A revisão de eleitorado é um procedimento administrativo destinado a sanar ou impedir fraudes no cadastro de eleitores. Pode ocorrer de ofício ou provocada por denúncia fundamentada de fraude. Uma vez determinada a revisão, são publicados editais com a fixação de prazo para que todos os eleitores da Zona Eleitoral ou município compareçam à Justiça Eleitoral e confirmem o seu domicílio eleitoral, sob pena de terem a inscrição cancelada. Serviço eleitoral. “[...] o benefício do gozo em dobro pelos dias trabalhados, previsto no art. 98 da Lei nº 9.504/97, deve ser concedido ao eleitor integrante de mesa receptora, de junta eleitoral e ao auxiliar dos trabalhos eleitorais, o mesmo se aplicando ao que tenha atendido a convocação desta Justiça especializada para a realização dos atos preparatórios do processo eleitoral, como nas hipóteses de treinamentos e de preparação ou montagem de locais de votação [...]” Conclui-se que a Justiça Eleitoral tem ampla atuação descrita em lei, o que permite, de fato, sejam preservadas a ordem e a lisura do processo eleitoral, e, assim, assegurados os fundamentos constitucionais da soberania popular e da cidadania. Titulo eleitoral. O título eleitoral prova a quitação do eleitor com a Justiça Eleitoral até a data de sua emissão. Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data de emissão do título será a de preenchimento do requerimento. O conceito de quitação eleitoral está no § 5º do art. 11 da Lei nº 9.504/97. Ele abrange: a plenitude do gozo dos direitos políticos: não pode haver registro de perda ou suspensão dos direitos políticos. o regular exercício do voto: não pode haver registro de ausência às votações sem a correspondente justificativa aceita pelo Juiz Eleitoral, ou pagamento de multa. o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito: não pode haver registro de ausência à convocação para trabalhar como mesário, membro de Junta Eleitoral, escrutinador etc, sem a correspondente justificativa aceita pelo Juiz Eleitoral, ou pagamento de multa. a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas. a apresentação de contas de campanha eleitoral: veja que a quitação eleitoral exige apenas a apresentação das contas de campanha, não a aprovação. Voto. Já o voto caracteriza-se como exercício do sufrágio, pois é a exteriorização do sufrágio, ou seja, quando o eleitor se dirige à seção eleitoral e exerce o ato de votar, materializado está o sufrágio. Nesse sentido, o voto emerge como verdadeiro instrumento de legitimação para entrega do poder do povo aos seus representantes, tendo em vista que é ato fundamental para concretização efetiva do princípiodemocrático consagrado pela Constituição Federal. Coligação e convenção, filiação partidária, inelegibilidades e condições de elegibilidade, pesquisa eleitoral, propaganda eleitoral e registro de candidato. Coligação é a junção de dois ou mais partidos normalmente de ideias iguais ou parecidas que apresentam juntos seus candidatos para uma determinada eleição. Elas normalmente se originam quando um só partido ou grupo político não tem apoio suficiente na câmara legislativa correspondente. As coligações podem ser formadas para eleições majoritárias (escolha de prefeitos, governadores, senadores e presidente da república) ou eleições proporcionais (escolha de vereadores, deputados estaduais, distritais e federais) ou ambas. Nas eleições majoritárias, a coligação é responsável por definir o tempo do horário eleitoral gratuito de cada candidato. Quanto mais deputados uma coligação tiver, maior o seu tempo na televisão. No caso das eleições proporcionais, além do horário eleitoral, as coligações influenciam também na definição dos eleitos. As vagas eletivas são distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos ou coligações partidárias. Ou seja, quanto mais votos uma coligação ou partido receber, mais candidatos irão se eleger. Esse sistema faz com que um candidato com muitos votos ajude a eleger candidatos da sua coligação ou partido com menos votos. Perante a Justiça Eleitoral, uma coligação funciona como apenas um partido, tendo os mesmos direitos e deveres dos partidos políticos isolados. Depois de ser estabelecida uma coligação, nenhum dos partidos integrantes pode atuar isoladamente. O representante da coligação deverá ser escolhido pelos partidos que integram a coligação, e exercerá a mesma função do presidente do partido que concorre isolado. De acordo com a lei 13.165 de 29 de Setembro de 2015, os partidos políticos devem escolher os seus candidatos e decidir as coligações que serão feitas até o dia 5 de agosto do ano das eleições. Cada coligação terá um nome próprio, sendo que por vezes o nome é composto pela junção das siglas dos partidos que integram a coligação. O nome escolhido não pode ser o mesmo ou fazer menção ao número ou nome de um candidato, nem pode solicitar o voto para um determinado partido político. A possibilidade de uma coligação partidária é decidida pelos partidos na convenção partidária, onde o partido decide quais os seus elementos que serão candidatos. A convenção municipal é o ato de escolha de candidatos para os cargos de prefeito e vereadores. É impossível uma pessoa ser um candidato nas eleições municipais se não for escolhida em convenção partidária. Depois de estabelecida a coligação partidária na convenção partidária, são escolhidos os candidatos e os seus dados devem ser introduzidos no sistema CANDex, um sistema informatizado para registro dos candidatos. Nas Eleições de 2016, as convenções partidárias devem ocorrer entre o dia 20 de julho e o dia 5 de agosto de 2016. No código eleitoral as coligações estão no capítulo IV que vai do artigo 105 ao artigo 113. Existe também a lei especifica que dispõe sobre partidos políticos que é a lei 9.096 de 19 de setembro de 1995. Filiação partidária. A filiação partidária é o ato pelo qual um eleitor aceita, adota o programa e passa a integrar um partido político. Esse vínculo que se estabelece entre o cidadão e o partido é condição de elegibilidade, conforme disposto no art. 14, § 3º, V, da Constituição Federal. Só pode filiar-se a partido político o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. Os militares, os magistrados, os membros dos tribunais de contas e os do Ministério Público, devem verificar as disposições legais próprias desses cargos sobre prazos de filiação. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral o servidor da Justiça eleitoral deve se exonerar do cargo ocupado para filiar-se a um partido. A lei proíbe expressamente que alguém esteja filiado a mais de um partido político, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das filiações mais antigas, prevalecendo somente a mais recente. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deve estar filiado ao partido há pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, conforme dispõem os arts. 18 e 20 da referida lei dos partidos e para se desfiliar de seu partido é necessário fazer uma comunicação escrita ao órgão de direção municipal ou zonal e ao juiz da zona eleitoral onde for inscrito. Após dois dias da entrega da comunicação ao cartório eleitoral, o vinculo se extinguirá par todos os efeitos. Caso a pessoa for se filiar a outro partido, deve comunicar tal fato ao juiz da zona eleitoral onde for inscrito para o cancelamento imediato da filiação anterior. http://www.tse.jus.br/legislacao/constituicao-federal A filiação pode ser cancelada em caso de morte, perda dos direitos políticos, expulsão, outras formas previstas no estatuto dos partidos políticos e filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona eleitoral. O cancelamento ainda poderá ocorrer judicialmente ou pelo sistema quando for comprovada a coexistência de filiações partidárias ou forem detectados, no processamento, registros com idêntica data de filiação. Na lei 9.096 de 19 de setembro de 1995, capitulo IV do artigo 16 ao 22-A constam as leis de filiação partidária. Elegibilidade e inelegibilidade. São condições para que uma pessoa possa ser elegível, os seguintes requisitos para o exercício da capacidade eleitoral passiva, os quais estão dispostos na Constituição Federal de 1988, no artigo 14, § 3º. “...§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; Regulamento VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador.” Para que o individuo possa efetivamente exercer a capacidade eleitoral passiva, ou seja, a capacidade para ser votado, é necessário que ele seja brasileiro nato, naturalizado ou português equiparado. Português equiparado é aquele que se equipara ao brasileiro naturalizado, de acordo com o Estatuto de reciprocidade firmado entre o Brasil e Portugal. Trata-se de uma exceção, uma vez que via de regra, o estrangeiro não pode se candidatar a cargo eletivo no Brasil. O artigo constitucional 12, no seu § 3º, inciso I, expressa os cargos eletivos que só podem ser exercidos por brasileiro nato: Presidente da República e Vice. O alistamento eleitoral tem natureza jurídica de direito administrativo. Sendo que apenas depois de cumprida esta formalidade administrativa de alistamento eleitoral que o individuo adquire efetivamente a condição de cidadão brasileiro. Assim, é só após o alistamento que o indivíduo pode efetivamente ter analisada sua condição eleitoral passiva. Para que o indivíduo possa ser candidato ele tem que estar no pleno gozo dos direitos políticos na data do pedido de registro da candidatura. A suspensão dos direitos políticos incide na capacidade eleitoral ativa e passiva. No entanto, o indivíduo inelegível esta impedido no que tange à sua capacidade passiva, mas não à sua capacidade ativa. O inelegível pode votar, estando impedido apenas de ser votado. Assim, não se confunde inelegibilidade com suspensão dos direitos políticos. Ressalte-se que é vedada a cassação dos direitos políticos no Brasil. Domicílio eleitoral é aquele onde o título de eleitor do cidadão foi emitido. Portanto, não se confunde domicilio eleitoral comdomicílio civil. Não é necessário morar no domicílio eleitoral, bastando que se tenha um endereço no local. Não existe transferência de domicilio eleitoral dentro do mesmo município, o que existe é Revisão do Título. Revisão do Título é a mudança do local de votação da zona eleitoral, dentro do mesmo município. Pesquisa Eleitoral. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às Eleições 2016 ou a candidatos, para conhecimento público, devem registrar, junto à Justiça Eleitoral, as informações, a partir do dia 1º de janeiro e até cinco dias antes da divulgação de cada resultado. Para o registro de pesquisa, é obrigatória a utilização do sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle). Todas as entidades e empresas tem que realizar o seu cadastramento no sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle) e aquelas que já tiverem registro deverão efetuar novo cadastramento. O registro das pesquisas é procedimento estritamente eletrônico, realizado via Internet e a qualquer tempo, independente do horário de funcionamento das secretarias dos tribunais eleitorais. As informações e os dados registrados no sistema ficarão à disposição de qualquer interessado pelo prazo de 30 dias. A Justiça Eleitoral não realiza qualquer controle prévio sobre o resultado das pesquisas, tampouco gerencia ou cuida de sua divulgação, atuando conforme provocada por meio de representação. Propaganda Eleitoral. Propaganda eleitoral é aquela em que os candidatos e partidos políticos expõem as metas e os projetos de trabalho com a intenção de conseguir a simpatia e o voto dos eleitores. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição. A Lei nº 13.165/2015, conhecida como Reforma Eleitoral 2015, promoveu importantes alterações nas regras das eleições deste ano ao introduzir mudanças nas Leis n° 9.504/1997 (Lei das Eleições), nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) e nº 4.737/1965 (Código Eleitoral). Além de mudanças nos prazos para as convenções partidárias, filiação partidária e no tempo de campanha eleitoral, que foi reduzido, está proibido o financiamento eleitoral por pessoas jurídicas. Na prática, isso significa que as campanhas eleitorais deste ano serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário. Antes da aprovação da reforma, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido pela inconstitucionalidade das doações de empresas a partidos e candidatos. Outra mudança corresponde à alteração no prazo de filiação partidária. Quem quiser disputar as eleições em 2016 precisa filiar-se a um partido político até o dia 2 de abril, ou seja, seis meses antes da data do primeiro turno das eleições, que será realizado no dia 2 de outubro. Pela regra anterior, para disputar uma eleição, o cidadão precisava estar filiado a um partido político um ano antes do pleito. Nas eleições deste ano, os políticos poderão se apresentar como pré-candidatos sem que isso configure propaganda eleitoral antecipada, mas desde que não haja pedido explícito de voto. A nova regra está prevista na Reforma Eleitoral 2015, que também permite que os pré-candidatos divulguem posições pessoais sobre questões políticas e possam ter suas qualidades exaltadas, inclusive em redes sociais ou em eventos com cobertura da imprensa. A data de realização das convenções para a escolha dos candidatos pelos partidos e para deliberação sobre coligações também mudou. Agora, as convenções devem acontecer de 20 de julho a 5 de agosto de 2016. O prazo antigo determinava que as convenções partidárias deveriam ocorrer de 10 a 30 de junho do ano da eleição. Outra alteração diz respeito ao prazo para registro de candidatos pelos partidos políticos e coligações nos cartórios, o que deve ocorrer até às 19h do dia 15 de agosto de 2016. A regra anterior estipulava que esse prazo terminava às 19h do dia 5 de julho. A reforma também reduziu o tempo da campanha eleitoral de 90 para 45 dias, começando em 16 de agosto. O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV também foi diminuído de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto, no primeiro turno. Assim, a campanha terá dois blocos no rádio e dois na televisão com 10 minutos cada. Além dos blocos, os partidos terão direito a 70 minutos diários em inserções, que serão distribuídos entre os candidatos a prefeito (60%) e vereadores (40%). Em 2016, essas inserções somente poderão ser de 30 ou 60 segundos cada uma. Do total do tempo de propaganda, 90% serão distribuídos proporcionalmente ao número de representantes que os partidos tenham na Câmara Federal. Os 10% restantes serão distribuídos igualitariamente. No caso de haver aliança entre legendas nas eleições majoritárias será considerada a soma dos deputados federais filiados aos seis maiores partidos da coligação. Em se tratando de coligações para as eleições proporcionais, o tempo de propaganda será o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos. É proibido: fazer propaganda, de qualquer natureza (pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados), em bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum (cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada), inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos; fazer propaganda eleitoral em árvores e jardins localizados em área pública, em muros, cercas e tapumes, ainda que não cause estragos; promover, durante a campanha eleitoral, a confecção, utilização e distribuição de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam gerar vantagem ao eleitor; realizar showmício e evento assemelhado para promover candidatos, bem como fazer apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral; fazer propaganda eleitoral por meio de outdoors; utilizar trios elétricos em campanhas eleitorais, exceto para a sonorização de comícios; fazer propaganda eleitoral antecipada. Registro de candidatos. Para candidatos a presidente e vice-presidente da República, as solicitações serão feitas no TSE; para senador, deputado federal, governador e vice-governador, deputado distrital e deputado estadual, nos TREs; e, para vereador, prefeito e vice-prefeito, nos juízos eleitorais. Não será admitido registro de um mesmo candidato para mais de um cargo eletivo. O pedido de registro deverá ser apresentado obrigatoriamente em meio magnético gerado pelo Sistema de Candidaturas - Módulo Externo (CANDex), desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral, acompanhado das vias impressas dos formulários Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (Drap) e Requerimento de Registro de Candidatura (RRC), emitidos pelo sistema e assinados pelos requerentes. O Drap deverá ser entregue com a cópia da ata da convenção partidária digitada, assinada e acompanhada da lista de participantes com as respectivas assinaturas. O pedido de registro deverá ser assinado pelo presidente do diretório nacional ou regional, ou da respectiva comissão diretora provisória, ou por delegado autorizado. No caso de coligação, o pedido deverá ser assinado pelos presidentes dos partidos políticos coligados, por seus delegados, pela maioria dos membros dos respectivos órgãos executivos de direção ou por representante da coligação designado pelos partidos que a integram. Caso o partido político ou a coligação não solicite o registro dos candidatos escolhidos durante a convenção, esses poderão fazê-lo no prazo máximo de 48 horas seguintes à publicaçãoda lista dos candidatos pelo Tribunal Eleitoral competente, apresentando o formulário Requerimento de Registro de Candidatura Individual (RRCI) juntamente com os documentos requeridos. Funcionamento do Processo Eleitoral no Brasil. O processo eleitoral no Brasil, em um sentido mais amplo, diz respeito às fases organizativas das eleições, compreendendo também um breve período posterior. É organizado pela Justiça Eleitoral (JE), em nível municipal, estadual e federal. Na esfera federal, a JE possui como órgão máximo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com sede em Brasília. Em cada estado da Federação e no Distrito Federal há um Tribunal Regional Eleitoral (TRE), bem como juízes e juntas eleitorais. A Justiça Eleitoral organiza, fiscaliza e realiza as eleições regulamentando o processo eleitoral, examinando as contas de partidos e candidatos em campanhas, controlando o cumprimento da legislação pertinente em período eleitoral e julgando os processos relacionados com as eleições. http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2014/candex Embora as etapas de votação, totalização e divulgação dos resultados sejam as mais conhecidas, o processo eleitoral possui outras fases muito importantes como o cadastro eleitoral, a etapa de candidaturas, a prestação de contas e a logística eleitoral. Há ainda a fase de pós-eleições, que compreende, entre outras atividades, a diplomação dos eleitos. Em todo o processo eleitoral, há mecanismos para garantir a normalidade dos pleitos, a segurança do voto e a liberdade democrática. Por esses critérios, o Brasil se tornou referência mundial em eleições. Dentre esses critérios, destaca-se o uso da urna eletrônica brasileira, que permitiu, desde 2000, que as eleições passassem a ser totalmente informatizadas. Em 2008, o sistema biométrico de identificação do eleitor passou a ser adotado em algumas localidades e, desde então, a Justiça Eleitoral vem providenciando gradativamente o recadastramento biométrico de todo o eleitorado brasileiro. Até julho de 2014, mais de 23 milhões de eleitores tiveram suas digitais cadastradas por esse sistema, representando mais um grande avanço na garantia da segurança do voto no Brasil. Mandato Eletivo. O mandato eletivo é o cargo político dotado de autoridade outorgada pelo povo, para agir em seus interesses na democracia representativa. Permitindo que seu candidato tenha o direito do exercício de cargo político, confiado ao agente por meio de eleições, disponibilizando autonomia no âmbito dos poderes executivo e legislativo, ocupando cargos nas esferas federais, estaduais e municipais, concebida por intermédio do exercício da soberania popular, conforme o art. 1º, parágrafo único da Constituição federal de 1988, que diz: “Todo poder emana do povo”, e é exercida nos termos do art. 14 da Constituição Federal, que nos diz: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”. O agente que concorrer a um cargo eletivo, caso eleito, estará habilitado a agir em defesa e administração dos interesses do povo por tempo definido na constituição federal, por exemplo o cargo de presidente da república que é definido o mandato de 4 anos, conforme o art.82 da constituição federal de 1988. Fidelidade Partidária e Mandato Eletivo. http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/votacao-totalizacao-e-divulgacao-das-eleicoes/votacao-totalizacao-e-divulgacao-de-resultados http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/votacao-totalizacao-e-divulgacao-das-eleicoes/totalizacao-dos-resultados-das-eleicoes http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/votacao-totalizacao-e-divulgacao-das-eleicoes/divulgacao-dos-resultados-das-eleicoes http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/cadastro-eleitoral/cadastro-eleitoral http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/registro-de-candidaturas/registro-de-candidatos http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/pos-eleicoes/prestacao-de-contas-eleitorais http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/logistica-e-preparacao/logistica-eleitoral-e-preparacao-das-eleicoes http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/pos-eleicoes/diplomacao-dos-candidatos-eleitos Os partidos políticos possuem grande importância para democracia, com base na nossa democracia representativa, se faz necessária uma vasta estrutura política, para que as pessoas possam escolher seus representantes, partindo desta ideia os partidos políticos em eleições lançam seus candidatos, e caso eleitos serão representantes do povo e de seu partido. Sendo que eleito recebeu do povo a autorização para agir em nome deles, naturalmente o partido político detém certo poder sobre este cargo, já que o povo deposita sua confiança no partido político, até pouco este era entendimento vigente no STJ, mas a PEC n° 113,2015, abre a possibilidade do agente que ocupa o cargo de trocar de partido no período de 30 dias após a promulgação da Emenda Constitucional. Ação de impugnação de Mandato Eletivo. A ação visa impugnar mandato eletivo, tem por objetivo cassar um representante eleito pelo voto, cujo foi escolhido pelo eleitor, devido grave transgressão com fortes provas de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude. Fundada no art.14, § 10º da Constituição federal e complementada no art. 3º de Lei complementar 64/90 e previsto no Art.85 da constituição federal e definido os crimes de responsabilidade na Lei nº 1.079, de 10-4-1950. Destacando os prazos de 15 dias, contados da diplomação, para ajuizamento da ação de impugnação de mandato eletivo é decadencial e o seu ajuizamento extemporâneo acarreta a perda do direito de impugnar o mandato almejado. O procedimento é previsto no artigo 3º da Lei Complementar 64/90, possíveis recursos segue-se o Código Eleitoral, com prazo de três dias, de acordo com o artigo 258 do Código Eleitoral. Cassação. Cassação é a perda de mandato, por ter o seu titular violado a lei ou por algo expcional como, por exemplo, a morte. Extinguindo o mandato pela ocorrência de fato ou ato que torne inexistente o seu poder de exercício do mandato eletivo. Abuso de poder econômico. Pode ser caracterizado como abuso de poder econômico qualquer forma de benefício que o agente possa ter obtido de forma irregular o candidato que for beneficiado pelo descumprimento das normas de arrecadação e aplicação de recursos responderá por abuso do poder econômico conforme o artigo 25 da Lei 9.504/97. Corrupção. Previsto no art.14, § 10º da Constituição federal e definido no código eleitoral, corrupção é: dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Fraude. Também fundada no art.14, § 10º da Constituição federal, a fraude consiste em burlar a lei em benefício próprio. Definido por José Antônio Fichtner-1: “Como qualquer atividade que tenha como objetivo burlar a normalidade e a legitimidade do processo eleitoral”. Juízo competente. Segundo Procuradora Regional da República Dra. Fátima Borghi:-2 “Os órgãos são competente para análise e julgamento da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo nas eleições municipais – Prefeitos e Vice-Prefeitos, Vereadores e Suplentes – o Juízo Eleitoral; nas eleições estaduais – Governadores e Vice-Governadores, Senadores, Deputados Estaduais, Deputados Federais e seus respectivos Suplentes – o Tribunal Regional Eleitoral e nas eleições presidenciais – Presidente e Vice-Presidente – o Colendo Tribunal Superior Eleitoral.” Matéria Administrativa. Cabe à Justiça Eleitoral tutelar atos administrativos e conduzir os processo eleitoral a nível federal e estadual, conformedisposto no código eleitoral expressa do art. 82 ao 233-A, que cuida de todo o processo de eleição. Podendo investigar possível transgressão eleitoral e, irregularidades no cartório eleitoral, dos candidatos como também dos cidadãos em possíveis irregularidades, também rever atos administrativos que possam acarretar em vícios no processo eleitoral, conforme regida pelo código eleitoral vigente, atribuído tanto os atos administrativos e até descritas no capítulo II dos crimes eleitorais art. 289, demonstrando a extensão Administrativa e processual. Fundamentada na Lei Complementar n. 64, de 1990, ampliou e deu mais autonomia a justiça eleitoral dando poder até mesmo para cassação do mandato eletivo. Além do regimento interno que disciplina toda a organização e os atos administrativos de diversa natureza eleitoral. Estabelecendo regras para o desenvolvimento de um trabalho sério e eficiente, baseado na Constituição federal em seu artigo 96, I, a, e Código Eleitoral, art. 23, tutelando suas bases conforme a lei maior e o código que rege questões eleitorais, desde o alistamento eleitoral, registro de candidatura, cartórios eleitorais, segurança da eleição e o sigilo do voto e também questões de violação das leis eleitorais que podem acarretar em risco ao procedimento democrático, como violação do alistamento eleitoral, caso de exemplo do ter de minas gerais, tendo que o Vice-Presidente do tribunal regional eleitoral de Minas Gerais, tendo conhecimento de várias denúncias, atribuído do poder atribuído aplicou o art. 71 § 4º do Código Eleitoral, para aplicar medidas de natureza única da justiça eleitoral para corrigir o vício. Matéria Processual. Matéria Processual na esfera eleitoral é todo ato que culmine em benefício de forma ilícita ao agente que se tenha beneficiado de situação contraditória as leis eleitorais. Nos casos que envolvam abuso do fundo partidário, chapa eleitoral irregular, Inelegibilidade, fraude, reprovação de contas, corrupção ou qualquer hipótese que configure vício no processo eleitoral. Podendo acarretar ação de impugnação de Mandato Eletivo. Ação anulatória de eleição. Competência da Justiça eleitoral, nos casos em que houver fatos que comprovem que a eleição não ocorreu de modo correto, não seguindo as normas expressas tanto na Constituição como no Código eleitoral, podendo beneficiar um candidato e assim prejudicar o bom andamento da democracia, por exemplo em casos fraude ou corrupção. Ação declaratória de inelegibilidade. Nos termos da Constituição federal não se pode ser eleito o agente cujo seus direitos políticos são negativos, conforme art. 14 § 4º, e tendo em mente a eficácia da lei maior e do código eleitoral. Ação ordinária para cassação de mandato eletivo. Objetivando cassar um representante eleito pelo voto popular, por transgredir suas finalidades do seu cargo e cometer um crime de responsabilidade, por exemplo o impeachment, previsto no Art.85 da constituição federal e definido os crimes de responsabilidade na Lei nº 1.079, de 10-4- 1950. Por intermédio do império da lei, se fara de modo imperativo a cassação do mandato, no tocante a irregularidade no processo eleitoral, assim sendo de competência da justiça eleitoral. Apuração de votos e eleições extraordinárias. A apuração é conceituada como a terceira máxima fase do processo eleitoral, que se conecta de forma imediata com a votação. A apuração é ato privativo da Justiça Eleitoral, variando a competência conforme a dimensão do pleito: se municipal, da junta eleitoral; se geral (para os cargos de deputados, senadores e governadores), dos tribunais regionais; se para presidente e seu vice, do TSE (art. 158 do Código)”. O ato por meio do qual o conteúdo, depositado nas urnas convencionais ou digitado nas urnas eletrônicas, é conhecido e computado, por junta eleitoral especialmente designada para esse fim. É quando a vontade do eleitorado, que fora manifestada no momento da votação, quanto aos candidatos que deveriam ser eleitos, é conhecida, preservando-se o anonimato do eleitor”. Recontagem de votos. O processo em que há uma nova contagem dos votos apurados. Para que os partidos que perderam as eleições não recorram a essa prerrogativa como tática procrastinatória, tumultuando o processo, o juiz presidente da junta é obrigado a recontar a urna. Os votos serão registrados e contados eletronicamente nas seções eleitorais pelo sistema de votação da urna. À medida que os votos forem recebidos, serão registrados individualmente e assinados digitalmente, resguardado o anonimato do eleitor. Eleição suplementar. O Acórdão n° 21.141, de 15.5.2003, rel. Min. Fernando Neves, esclarece: “Eleição suplementar ocorre quando é necessário repetir-se a votação em alguma seção eleitoral que tenha sido anulada por um dos motivos previstos no capítulo VI do Código Eleitoral, que trata das nulidades da votação”. “As eleições suplementares acontecem quando a junta apuradora verifica que os votos das seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar poderão alterar a representação de qualquer partido ou classificação de candidato eleito pelo princípio majoritário”. Sobre o parágrafo 3° do art. 187 da Lei n° 4.737: “As eleições suplementares são as que preenchem o prazo faltante do período de mandato eletivo”. Nulidade de votação. Da efetivação de situação prevista na lei como geradora desse estigma. Pode decorrer de ação do próprio eleitor, em razão da quebra do sigilo do voto, da composição de mesa feita por juiz incompetente, de aliciamento dos eleitores praticado por integrantes da Mesa receptora objeto de impugnação por fiscal no momento da votação, da proibição ao exercício do direito de fiscalização etc. Reza o art. 224 do Código Eleitoral que, quando for declarada a nulidade de mais de metade dos votos para quaisquer das eleições (presidenciais, gerais e municipais), serão julgadas prejudicadas as demais votações, marcando o Tribunal dia para nova eleição dentro do prazo de 20 a 40 dias”. Somente é possível o reconhecimento da nulidade quando houver demonstração do prejuízo a quaisquer dos interessados no processo eleitoral ou, mesmo, à administração da Justiça Eleitoral em si mesma. Captação de sufrágio. Uma das formas mais antigas e conhecidas de concretização de abusos eleitorais é a chamada captação de sufrágio, que é a popular compra de votos. Assim, pode-se definir a captação de sufrágio como o ato do candidato que promete ou entrega ao eleitor algum bem ou vantagem, em troca de seu voto, pouco importando se o bem ou vantagem é efetivamente entregue ou não para a concretização do ilícito eleitoral. Captar significa apoderar-se de algo se utilizando de meios ardilosos e, no caso em tela, o objetivo é conseguir votos. E foi com o intuito de inibir essa histórica prática costumas, que surgiu o artigo 299 do Código Eleitoral (Lei 4.737 de 15 de julho de 1965), estabelecendo que a compra de votos é crime, in verbis: Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou promover abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Pena – Reclusão até 4 (quatro) anos e pagamento de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa. Este artigo continua em vigor, todavia, peca em vários aspectos, pois nos raros casos em que se consegue obter provas, demonstrando a compra de votos feita pelo candidato, a eventual condenação que pode ocorrer, é tardia e os mandatos questionados já estão praticamente terminados. Assim, a captação de sufrágio era uma prática tão rotineira e pouco punida que os próprios eleitores a aceitavam. Desta forma, com o objetivo de obter uma punição mais eficaz para a moralização do processo eleitoral e a contenção da captação de sufrágio, surgiu o artigo 41-A daLei 9.504/97, trazendo a cassação do registro de candidatura ou do diploma do candidato, quase que de maneira imediata. Pelo artigo 41-A da Lei 9.504/97, configura-se a captação ilícita de sufrágio o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar ao eleitor, no intuito de conquistar-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, desde o registro de candidatura até o dia da eleição. A conquista do voto por meio ilícito, corrompendo a vontade eleitoral é crime próprio do candidato. A pessoa que pratica o ato ilícito, em nome do candidato, com a finalidade de conseguir o voto do eleitor, comete abuso de poder econômico ou corrupção, nunca captação de sufrágio, uma vez que o texto legal é claro ao mencionar expressamente apenas o candidato a cargo eletivo. A captação de sufrágio pode ser evidenciada pelo abuso de poder econômico ou político, tratando-se de corrupção eleitoral, em que se vise colher votos através de ofertas ou promessas de recompensa, não sendo necessário que o eleitor consiga receber a vantagem ou o bem ofertado pelo candidato, basta a promessa para que o crime esteja configurado. Há apenas duas hipóteses em que a oferta de bens ou vantagens não configura o ilícito descrito no artigo 41-A da Lei 9.504/97. A primeira exceção é a expressa ressalva feita pelo dispositivo supra com relação ao artigo 26 da Lei das Eleições, que dispõe acerca de gastos permitidos em eleição, como a distribuição de camisetas e outros brindes. A segunda se refere à oferta de um cargo de vice ou suplente em chapa de eleição majoritária. Ocorre, neste caso, uma junção de forças com o intuito de trazer para a coligação os votos de todo o partido e seus simpatizantes. O que é proibido por lei é a oferta de empregos como de professor, de oficial de gabinete, de faxineira, entre outros. Caso o eleitor receba a oferta, o crime de captação ilícita de sufrágio torna-se qualificado, não sendo necessário que se prove mais nada, pois apenas a prova do oferecimento de vantagem pessoal é suficiente, mesmo que o eleitor não venha a adquirir essa vantagem por motivo alheio a sua vontade, ou mesmo que se negue a aceitá-la por motivos éticos e morais. Condutas vedadas a agentes públicos. O princípio básico que deve nortear os agentes públicos no período de pleito eleitoral está disposto no artigo 73 da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) cujo teor determina que todos eles devem evitar a pratica de condutas que sejam tendentes a afetar a isonomia da disputa entre os candidatos. É importante dizer que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entende que aquelas condutas vedadas previstas na legislação têm uma presunção de afetar essa igualdade de oportunidades. Então, para configurar esses atos como ilícito não é necessário demonstrar o desequilíbrio entre candidatos, ou seja, que algum deles foi beneficiado por práticas de agentes públicos e com isso conseguiu ser eleito. Além disso, para o TSE, embora não seja necessária a prova da quebra dessa isonomia, existem duas condutas descritas que precisam de demonstração que os atos foram em favor de candidatos, partidos ou coligação. São elas a utilização indevida de bens, imóveis ou móveis públicos e o uso promocional indevido da distribuição gratuita de bens e serviços públicos custeados pelo Estado. Para essas condutas deve haver a demonstração de que os atos foram em favor dos candidatos, partidos ou coligação para serem classificadas como ato ilícito eleitoral. A lei eleitoral define os agentes públicos aos quais é direcionada essa vedação de condutas da forma mais ampla possível. Esta definição alcança desde os agentes políticos, que são o presidente da República, ministros de Estado, governadores, prefeitos, secretários, deputados, senadores e vereadores, a servidores públicos que ocupam cargos públicos e cargos comissionados, além dos próprios empregados que estão em órgãos da administração direta ou indireta. A legislação atinge ainda pessoas que são requisitadas para prestação de atividade pública, como, por exemplo, os próprios mesários da mesa receptora de votos, os recrutados para atividade militar, os gestores de negócios, estagiários e aqueles que são vinculados contratualmente com o Poder Público, como prestadores terceirizados de serviços, concessionários e delegados de função ou ofício público. A primeira determinação quando verificada uma conduta vedada é da Justiça Eleitoral, que ordena a suspensão do ato ilícito para realmente evitar qualquer influência na lisura das eleições. Além da imediata suspensão, a Justiça Eleitoral pode aplicar multa, entre aproximadamente R$ 5.320 e R$ 106.410, contra os agentes responsáveis pela conduta vedada, e também contra os partidos, as coligações e os próprios partidos beneficiados, mesmo que eles não tenham uma participação direta na conduta vedada. Além dessa sanção de caráter pecuniário, o candidato pode ter seu registro de candidatura cassado, ou também pode ter o seu diploma de eleito cassado. Se a Justiça entender que as condutas praticadas configuram o abuso do poder de autoridade, elas podem redundar numa inelegibilidade de até oito anos subsequentes à eleição quando foi constatada a ilicitude. Isto vale tanto para o candidato como para aqueles que eventualmente tenham participado ou contribuído com a prática do ato abusivo ou também do ato vedado. As condutas vedadas, conforme a legislação, também podem ser classificadas como atos de improbidade administrativa. Sendo assim são analisadas pela Justiça comum, e também podem resultar em inelegibilidade por determinados prazos, dependendo do enquadramento do ato como tal. A Justiça Eleitoral vai efetivamente julgar os casos por meio de representações de partidos, de candidatos, do Ministério Público, que, verificando essas condutas vedadas, têm legitimidade de propor uma ação e inclusive solicitar a investigação até nos casos de crime. No caso de abuso do poder é importante observar que essas representações podem redundar numa investigação judicial que é conduzida pela Corregedoria-Geral ou Corregedoria-Regional da Justiça Eleitoral. A diferença de conduta vedada e crime eleitoral é que a conduta vedada é um ato ilícito eleitoral e o crime eleitoral é uma infração penal. A conduta vedada é punida com penalidades politico- eleitorais, como por exemplo, a multa, a cassação de registro de candidatura ou do diploma do eleito, ou mesmo a inelegibilidade. E ao crime eleitoral é imputada pena privativa de liberdade, que pode ser convertida para pena alternativa (prestação de serviços à comunidade). Além disso, o condenado a crime eleitoral perde a primariedade e adquiri antecedente criminal. Contas de Campanha eleitoral. Os candidatos, partidos políticos e comitês financeiros deverão prestar contas à Justiça Eleitoral, conforme a esfera de competência nacional, estadual ou municipal, até o trigésimo dia posterior ao término das eleições, conforme dispõem os arts. 28 a 32 da Lei nº 9.504/97. I – Os estatutos de partidos políticos devem conter as seguintes disposições: finanças e contabilidade, estabelecendo, normas que os apurarem as quantias que seus candidatos podem gastar com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições das pessoas pertencentes ao partido. II- Obrigações dos partidos políticos: Os partidos políticos deverão: Inscrever-se no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); Fazer a movimentação financeira em contas bancárias diferentes, observada a separação de recursos conforme a receita (Fundo Partidário, Doações para Campanha etc.) Realizar gastos conforme o disposto na Resolução TSE n. 23.432/14 e na legislação; Manter o lançamento de escrituração contábil digital, sob a responsabilidade de profissional de contabilidade habilitado, que permita à análise da origem de suas receitas, do destino de seus gastos, sua situação patrimonial,a escrituração contábil mensal e a prestação de contas anual. Contas bancárias: Os Partidos Políticos deverão abrir contas bancárias para a movimentação financeira das receitas, destinando as contas bancárias para movimentação dos recursos do fundo partidário, das doações para campanha e dos outros recursos. Os Partidos Políticos deverão apresentar os extratos eletrônicos mensais, depósitos e movimentações da conta do Fundo Partidário e os mesmos serão feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo Poder Público Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do partido (Lei nº 9.096, de 1995, art. 43) e deverão compreender o registro de toda movimentação financeira com identificação da contraparte. Para arrecadar recursos pela internet, o partido político deverá tornar disponível mecanismo em página eletrônica, com os seguintes requisitos: Identificação do doador pelo nome ou razão social e CPF ou CNPJ; Emissão de recibo para cada doação realizada, utilização de terminal de captura de transações para as doações por meio de cartão de crédito e de cartão de débito. As doações por meio de cartão de crédito ou cartão de débito somente serão admitidas quando realizadas pelo titular do cartão. Eventuais estornos, desistências ou não confirmação da despesa do cartão serão informados pela administradora ao beneficiário e à Justiça Eleitoral. Doações. • As doações realizadas ao partido político podem ser feitas diretamente aos órgãos de direção nacional, estadual, distrital, municipal e zonal, que remeterão à Justiça Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente superiores do partido o demonstrativo de seu recebimento e respectiva destinação. • As doações em recursos financeiros devem ser, obrigatoriamente, efetuadas por cheque cruzado em nome do partido político ou por depósito bancário diretamente na conta do partido político (Lei nº 9.096 de 1995, art. 39, § 3º). • O depósito bancário mencionado no parágrafo anterior deverá ser realizado nas contas de Doações para Campanha, sendo admitida sua efetivação por qualquer meio de transação bancária no qual o CPF ou o CNPJ do doador seja obrigatoriamente identificado. • Os limites de doação para campanha eleitoral : • Deverão constar do modelo do recibo de doação, com a advertência de que a doação destinada às campanhas eleitorais acima de tais limites poderá gerar a aplicação de multa de até dez vezes o valor doado. • Os partidos políticos poderão recusar doação identificável que seja creditada em suas contas bancárias indevidamente, promovendo o estorno do valor para o doador identificado até o último dia útil do mês. • Doações estimáveis em dinheiro As mesmas regras aplicam-se às doações de bens estimáveis em dinheiro, observando-se que: O recibo deverá ser emitido no prazo de até cinco dias contados da doação, estipulando-se o valor. • As sobras financeiras de campanha recebidas de candidatos e comitês financeiros devem ser creditadas em favor do respectivo diretório do partido político. • O órgão partidário, de qualquer esfera, que tiver as suas contas julgadas como não prestadas ficará obrigado a devolver integralmente todos os recursos provenientes do fundo partidário que lhe forem entregues, distribuídos ou repassados. • Os partidos políticos que tiverem recursos de fontes vedadas terão que devolver à origem ou recolhimento ao Tesouro Nacional, o órgão partidário ficará sujeito à suspensão da distribuição dos recursos pelo período de um ano. • A desaprovação total ou parcial implica a suspensão de novas quotas do Fundo Partidário. Artigos Relacionados: • Art. 28. A prestação de contas será feita: § 1º As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes. • § 4º Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante as campanhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim na rede mundial de computadores (internet): Parágrafo 4º com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 13.165/2015. • I – os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em até 72 (setenta e duas) horas de seu recebimento; • II – no dia 15 de setembro, relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados. • § 6º Ficam também dispensadas de comprovação na prestação de contas: • I - a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa cedente; • II - doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum tanto de sedes quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa. • § 9º A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualizados monetariamente, a cada eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE ou por índice que o substituir. • § 10. O sistema simplificado referido no § 9º deverá conter, pelo menos: • I – identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os respectivos valores recebidos; • II – identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores de material e dos prestadores dos serviços realizados; • III – registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha. • Art. 31. Parágrafo único. As sobras de recursos financeiros de campanha serão utilizadas pelos partidos políticos, devendo tais valores ser declarados em suas prestações de contas perante a Justiça Eleitoral, com a identificação dos candidatos. • Art. 32. Até cento e oitenta dias após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão a documentação concernente a suas contas. Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral. Crimes eleitorais são todas as ações proibidas por lei praticadas por candidatos e eleitores, em qualquer fase de uma eleição. Desde o alistamento eleitoral até a diplomação dos candidatos, as infrações serão punidas com detenção, reclusão e pagamento de multa, previstas no Código Eleitoral e em outras leis. Principais crimes eleitorais. • - Corrupção eleitoral ativa: oferecer dinheiro, ou qualquer vantagem para o eleitor em troca de voto, ainda que a oferta não seja aceita. • - Corrupção eleitoral passiva: pedir ou receber dinheiro, ou qualquer vantagem, em troca do voto . • - Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar. • - Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais. • Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justificativa. • - Utilizar serviços, veículos ou prédios públicos para beneficiar a campanha de um candidato ou partido político. • - Tentar votar mais de uma vez, ou votar em lugar de outra pessoa; • - Causar propositadamente danos à urna eletrônica, ou violar informações nela contidas; • - Destruir ou ocultar urna contendo votos ou documentos relativos à eleição; • - Fabricar, mandar fabricar e fornecer, ou subtrair urnas eletrônicas, objetos ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral; • - Alterar, de qualquer forma, os boletins de apuração; - Falsificar ou alterar documento público ou particular para fins eleitorais; - Fraudar a inscrição eleitoral, tanto no alistamento originário quanto na transferência do título de eleitor;- Reter indevidamente o título eleitoral de outra pessoa. Crimes mais comuns na propaganda eleitoral. • - Caluniar, injuriar ou difamar alguém na propaganda eleitoral; • - Divulgar fatos falsos sobre candidatos e partidos, que sejam capazes de influenciar a opinião do eleitorado; • - Utilizar organização comercial, para fazer propaganda ou aliciamento de eleitores; • - Inutilizar, alterar ou perturbar a propaganda eleitoral realizada em conformidade com a lei. • A legislação proíbe diversas outras condutas na propaganda eleitoral, tais como a realização de showmício, utilização de outdoors, propaganda antecipada, distribuição de camisetas, etc. Condutas que são consideradas crimes no dia da eleição. • - Promover a desordem ou a concentração de eleitores com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto, sob qualquer forma, inclusive com o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo; • - Utilizar alto-falantes e amplificadores de som; • - Realizar comício ou carreata; • - Fazer boca de urna (quando alguém tentar convencer uma pessoa a votar em um candidato); • - Distribuir material de propaganda política (panfletos, cartazes, camisetas, bonés, adesivos, etc) fora da sede do partido ou comitê político; • - Violar ou tentar violar o sigilo do voto Artigos relacionados: • Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública. • Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste Código deverá comunicá- la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou. • § 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou outros elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los. • Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias. • § 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. • § 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal. • § 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia. • § 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do Ministério Público se o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício. • Art. 358. A denúncia será rejeitada quando: • I - o fato narrado evidentemente não constituir crime; • II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa; • III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício da ação penal. Desincompatibilização e Afastamentos. • Entende-se por desincompatibilização o ato pelo qual o pré- candidato se afasta de um cargo, emprego ou função, cujo exercício dentro do prazo vedado em lei consubstancia uma causa de inelegibilidade. A legislação eleitoral prevê que, conforme o caso, o afastamento pode ser temporário ou definitivo. • Desincompatibilização é um conceito do Direito Eleitoral que consiste no ato pelo qual o candidato é obrigado a se afastar de certas funções, cargos ou empregos, na administração pública, direta ou indireta, para poder estar apto a disputar as eleições. • Ela tem um prazo a ser cumprido que difere para cada cargo eletivo ocupado e pretendido. Um exemplo: para alguém que ocupa atualmente o cargo de governador e almeja a vaga de prefeito, vice-prefeito ou vereador, este precisa deixar sua função seis meses antes do pleito. • A desincompatibilização é um dos critérios de inelegibilidade (não poder ser eleito, esta impedido). • Sua existência se justifica, pois ela visa impedir que o servidor público, no uso de cargo, função ou emprego público, utilize-se da própria administração pública em benefício pessoal. Diplomação. • Diplomação é o ato no qual a Justiça Eleitoral atesta que o candidato foi efetivamente eleito pelo povo e, por isso, está apto a tomar posse no cargo. É quando ocorre a entrega dos diplomas, que são assinados, conforme o caso, pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ou da junta eleitoral. • É a solenidade em que é entregue ao candidato eleito do documento oficial que reconhece a validade de sua eleição. • É o ato de recebimento do diploma. • Não deve ser diplomado o candidato que não apresentar a prestação de contas da campanha eleitoral; o candidato do sexo masculino que não apresentar o documento de quitação com o serviço militar obrigatório e o candidato eleito que tenha tido seu registro de candidatura indeferido. Direito de resposta na propaganda eleitoral. • Somente candidato, partido ou coligação têm legitimidade para requerer, junto à Justiça Eleitoral, direito de resposta no horário eleitoral gratuito. • Art. 58 – A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social. • § 1º – O ofendido, ou seu representante legal, poderá pedir o exercício do direito de resposta à Justiça Eleitoral nos seguintes prazos, contados a partir da veiculação da ofensa: • I – vinte e quatro horas, quando se tratar do horário eleitoral gratuito; • II – quarenta e oito horas, quando se tratar da programação normal das emissoras de rádio e televisão; • III – setenta e duas horas, quando se tratar de órgão da imprensa escrita. • § 2º – Recebido o pedido, a Justiça Eleitoral notificará imediatamente o ofensor para que se defenda em vinte e quatro horas, devendo a decisão ser prolatada no prazo máximo de setenta e duas horas da data da formulação do pedido. 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