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Sinais e Sintomas do Aparelho Digestivo As funções primárias do trato digestivo consistem no processamento eficiente dos líquidos e nutrientes ingeridos e na eliminação dos não digeridos. A ruptura desse processo originará uma série de queixas pelo paciente. Podem indicar apenas pequenos distúrbios, facilmente corrigidos por alterações de hábitos de vida ou de dieta, ou podem indicar doenças graves. Muitos sintomas podem representar reações ao estresse do trabalho, da família e do ambiente, ou seja, podem ser resultados de problemas emocionais. ESÔFAGO 2 funções básicas: transporte do bolo alimentar da faringe ao estômago e prevenção do refluxo gastroesofágico. DISFAGIA: dificuldade de engolir. É causada principalmente por fatores que agridem o esôfago, como o tabagismo e o alcoolismo. Outras causas: • Incoordenação neuromuscular da boca, faringe e hipofaringe • Miopatias (doenças que afetam músculos): miastenia, esclerodermia (endurece o tecido conjuntivo do esôfago), distrofia muscular, polimiosite. • Infecções: faringite, amigdalite, câncer • Doenças do SNC: poliomielite, AVE, esclerose múltipla, Parkinson Pode ser obstrutiva ou motora: • Disfagia esofagiana OBSTRUTIVA: diminuem a luz do órgão. -compressão extrínseca: como um tumor de mediastino, pode comprimir o esôfago. Ou seja, é algo que vem de fora do esôfago e o atinge. -câncer: comum em idosos, tem início em menos de 3 meses, tem rápida progressão, há disfagia pior para alimentos sólidos, emagrecimento. -estenose péptica: complicação da DRGE, há cicatrização das úlceras, provocando um estreitamento da junção esofagogástrico. -divertículo de Zenker: forma-se uma bolsa ao longo do tempo abaixo dos músculos constritores da faringe. Durante a deglutição, parte do alimento pode ficar retido dentro da bolsa, podendo provocar halitose e maior formação de saliva (sialorreia) • Disfagia esofagiana MOTORA: são aquelas que alteram a atividade peristáltica ou função do esfíncter esofágico inferior, seja por lesão nervosa ou muscular Caso de espasmos, esclerodermia, aperistalse (ausência de movimento peristáltico) ou acalasia (peristaltismo defeituoso ou falta de relaxamento do esfíncter esofágico inferior). *Pólipo: não costuma causar disfagia. Proliferação da mucosa. Disfagia apenas para alimentos sólidos indica a presença de um estreitamento/ estenose. ODINOFAGIA: dor para engolir. Se há dor ao deglutir, provavelmente também há disfagia, estão associadas. Geralmente a dor é associada ao contato do bolo alimentar com uma lesão na mucosa esofágica. Causas: • Esofagites (Citomegalovírus, herpética, monilíase, péptica)- podem causar úlceras. • Distúrbios motores-espasmódica PSEUDODISFAGIA: quando engole sente a comida passar (porém ocorre apenas no momento que engole algo, não é uma sensação constante). “percepção do trânsito do bolo alimentar no esôfago”. É emocional. GLOBUS HYSTERICUS: sensação constante de um nó/obstrução na garganta. Causa emocional. Não interfere na deglutição e muitas vezes se alivia com ela. PIROSE: sensação de dor em queimação na região retroesternal. Para explicar seu sintoma, geralmente o paciente espalma sua mão entre o manúbrio e o apêndice xifoide. Causa principal: DRGE. Outras causas: • Hérnia hiatal: se o orifício no diafragma for grande, permite que uma parte do estômago suba ao tórax, comprometendo o funcionamento do esfíncter inferior e causando o refluxo Acalasia • Estase gástrica: lentidão do fluxo. • Hipotonia: diminuição do tônus muscular • Hipersecreção gástrica • Aumento da pressão intra-abdominal, por conta de obesidade, gestação, ascite, tumores... • Bebidas e alimentos, como cafeína, chocolate, gorduras, álcool... • Tabagismo. Pirose x Azia: pirose é a queimação na região retroesternal. Azia é a queimação no epigástrico. Esofagite por cândida: em indivíduos imunossuprimidos. Esôfago de Barret: surge quando o ácido do estômago retorna ao esôfago. O estômago possui as células caliciformes, que atuam na neutralização da acidez do suco gástrico, através da produção de muco; porém o esôfago não possui células caliciformes e, portanto, não tem proteção contra a acidez do bolo alimentar, caso haja refluxo. REGURGITAÇÃO: retorno de alimento ou secreção à boca. • Gosto putrefeito: esôfago. Uma das explicações é o Divertículo de Zenker (armazena restos de alimentos) • Gosto Ácido: estômago, por conta do suco gástrico. Exemplo: tumor de piloro, fazendo com que o bolo alimentar não consiga continuar seu trajeto, o fazendo voltar. • Gosto Amargo: vem do duodeno, que é onde a bile é ejetada. ERUCTAÇÃO: é a devolução com ruídos do conteúdo gasoso do estômago. São os “arrotos”. Um dos motivos é a ingestão de ar nas refeições (aerofagia), mas pode ser causada também pela ansiedade e megaesôfago. SOLUÇO: contrações rápidas e involuntárias do diafragma, que produz uma inspiração interrompida pelo fechamento da glote. Não é sintoma próprio do sistema digestivo. Qualquer coisa que irrite o nervo frênico, como tumores, pode gerar soluço. Causas: • Estimulação reflexa (risadas, fumo, álcool, aerofagia) • SNC (meningite, encefalite, câncer, AVE, uremia) • Irritações do nervo frênico ou do diafragma • Doenças mediastinais e pleurais • Doenças abdominais altas (hérnia hiatal, doenças hepáticas, câncer gástrico, pancreatite) SIALORREIA: salivação excessiva. Ou há muita produção de saliva ou drena pouco. Amidalite faz engolir/drenar menos saliva, porque há muita dor Afta faz produzir mais saliva. Causas: • Esofagopatias obstrutivas • Megaesôfago chagásico • Hipersecretores (doença péptica) Megaesôfago ESTÔMAGO Epigastralgia: dor no epigástrico. Possui causas que vêm do próprio estômago e outras causas externas. Causas não gástricas: ✓ Vesícula e via biliar ✓ Pâncreas ✓ duodeno Causas gástricas: ✓ gastrite ✓ úlcera ✓ neoplasias ✓ dispepsia Úlcera tem aspecto redondo e o câncer tem muita irregularidade. NÁUSEAS E VÔMITOS: podem ocorrer isolada ou simultaneamente. Náusea é uma sensação desagradável, referida no epigástrio ou na garganta, de um desejo de vomitar. Vômitos consistem na expulsão violenta dos conteúdos gástricos O estômago é inervado pelo nervo vago, que é parassimpático, ou seja, controla ações involuntárias do corpo. Associa-se a salivação, palidez, sudorese, hipotensão, taquicardia... É necessário perguntar que horas a pessoa sente a náusea e tem vômitos e ainda o que vomitou. Se reconheceu a comida, é porque o alimento não chegou ao final da digestão. Tipos e causas: • Em jato sem náusea: hipertensão intracraniana -HIC (meningite, tumor) • Matinal: gestação, álcool, uremia (números elevados de substâncias tóxicas no sangue). • Alimentos antigos e pouco digeridos: obstrução pilórica • Alimento não digerido, ruídos esofágicos e halitose: divertículo de Zenker • Fecalóide: obstrução ou fístula gastrocólica • Com vertigem (tonturas): labirintopatias • Com febre: abdome agudo, hepatite, sepse. • Com dor: nefrotiliase, enxaqueca, cólica renal (devido a intensidade da dor, pode chegar a vomitar) • Pós-medicação: efeito colateral • Hematêmese: sangramento digestivo alto (vômito em borra de café). Complicações (náuseas e vômitos em excesso): • Desidratação e alcalose metabólica e hipopotassemia • Síndrome de Boerhaave: ruptura espontânea do esôfago. • Síndrome de Mallory-Weiss: laceração não penetrante das mucosas do esôfago; causa sangramento (hemorragia digestiva) Peso/plenitude/empachamento pós-prandial: Sensação de estufamento depois de comer. Sensação desagradável e incomodativa de enchimento excessivo do abdômen superior, que se acentua geralmente após as refeições. Pode estar presente em pacientes com câncer gástrico e pacientescom visceromegalias. *Peristaltismo é feito pelo SNC autônomo- por isso a diabetes pode dar o empachamento, já que é uma doença que afeta o sistema nervoso. SACIEDADE PRECOCE: é a redução da sensação do apetite e de fome logo após iniciar a refeição. “comeu um pouco e já se encheu” As causas são as mesmas que as que causam empachamento. Pode ser emocional, como depois de momentos ruins acontecerem. A regurgitação corresponde ao retorno passivo, sem esforço, do conteúdo do estômago para a boca, que não é precedido por náusea. O vômito corresponde à expulsão violenta do conteúdo gástrico pela boca, que pode ser precedido por náusea, palidez, taquicardia, taquipneia, sudorese e sialorreia. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA: se refere a qualquer sangramento acima do ligamento de Treitz (conecta o duodeno com jejuno), podendo se exteriorizar sobre a forma de hematêmese (vômito com sangue), melena (fezes escuras devido a presença de sangue) ou sangue oculto nas fezes (quando o sangramento é mínimo. É descoberto através de exames que indicam anemia. O exame se chama “pesquisa de sangue oculto nas fezes”). Causas: • Varizes esofagianas (veias dilatadas; comum na cirrose, já que o fígado fibrosado compromete a passagem de sangue dentro dele) • Câncer • Úlceras gástricas Varizes esofagianas. DISPEPSIA: conjunto de sintomas associados.. É uma questão funcional, não é inflamação. Parecido os sintomas com a gastrite. ✓ Desconforto epigástrico ✓ Distensão abdominal ✓ Empachamento ✓ Saciedade precoce ✓ Náuseas ✓ Intolerância alimentar ✓ eructações GASTRITE: pode ser assintomática. Sintomas: anorexia, epigastralgia, náuseas e vômitos, saciedade precoce e eructação. Quando erosiva, pode resultar em hematêmese ou melena discretas Aguda: até 6 meses Crônica: +6 meses Os sintomas são comuns com a dispepsia, mas na gastrite realmente é visível a inflamação. ÚLCERA: quando começa a doer? Quando se alimenta (gástrica) ou depois (duodenal)? Pode ser gástrica ou duodenal: ✓ Úlcera gástrica: epigastralgia agravada ao alimentar-se ✓ Úlcera duodenal: epigastralgia atenuada ao alimentar-se (melhora a dor de comer). Acorda-se na madrugada com dor. INTESTINO DELGADO DIARREIA: aumento do ritmo de evacuações com fezes mais líquidas. Ocorre por distúrbio do mecanismo regulador da secreção e absorção de líquidos. É chamada de disenteria quando a diarreia tem sangue, muco e/ou pus. Esteatorreia: fezes amareladas devido muita gordura, é espumosa, flutuantes e fétidas. Ocorre por má absorção (o que ajuda na absorção é a bile e o suco pancreático). Causas: insuficiência pancreática, cirrose, doença celíaca, linfangiectasias, drogas, parasitoses, diabetes melittus... Duração: • Aguda: até 14 dias, causada por vírus, bactérias ou parasitas. • Prolongada: 14-30 dias • Crônica: + 30 dias Pode ser: • Osmótica: quando come muita fibra, pois puxa agua (alimentos com fibras são prescritos ao paciente constipado). • Secretora: cólera. Vibrião encosta na mucosa digestiva e despolariza, fazendo a mucosa secretar água. • Exsudativa: processo inflamatório causa exsudato. Doença de Crow. • Motora: aumento do peristaltismo (como no hipertireoidismo) Diarreia do intestino delgado: ele absorve nutrientes. Quando ele não absorve nutrientes, há restos de alimentos nas fezes (fezes lientéricas), são *Anorexia é relacionada a perda de apetite. A diferença é que no empachamento há o sentimento de estufamento, e na saciedade precoce apenas o sentimento de satisfação sem o estufamento. volumosas e fétidas. Se não resolvida, o paciente pode ficar desnutrido. Diarreia do intestino grosso é aquosa, pois não foi reabsorvida a água do bolo alimentar. Têm mais emergência evacuatória, é líquida e pouco volumosa, como uma água escura. DOR INTESTINAL: intestino é insensível ao corte, só é sensível a 4 coisas: ✓ Contração e espasmos (tensão das paredes) ✓ Distensão da alça ✓ Processo inflamatório ✓ Falta de sangue. Gases doem pois há distinção da alça. • Dor em cólica: distensão ou contratura da parede. *Buscopam relaxa a musculatura lisa, aliviando a distensão/ contratura da parede. • Queimação-pontada: peritonite visceral. • Dor em peso: isquemia (falta de oxigênio), congestão. Local da dor: • Jejuno-íleo: imprecisa e central • Íleo-distal: transição hipogástrio e mesogástrio • Íleo terminal: FID Postura: • Intestinal: inquietude • Peritônio: quietude DISTENSÃO ABDOMINAL/ FLATULÊNCIA: aumento do volume abdominal. É relacionado a uma má absorção, com acúmulo de gases com borborigmos (escuta-se o ronco da barriga a distância- significa que há líquido preso, novelo de gases). Dor abdominal discreta e contínua com cólicas intermitentes. Associado a sintomas dispépticos (da dispepsia) SANGRAMENTO: geralmente é melena (fezes pretas), como estamos falando de intestino delgado, é hemorragia digestiva baixa. INTESTINO GROSSO e ÂNUS CONSTIPAÇÃO: comum em HAS, DM, obesidade e cefaleia. Mais comum em idosos, mulheres, condição social desfavorável Enterorragia: sangue vivo passando pelo ânus de modo intenso. Ocorre em virtude de peristaltismo aumentado e a origem do sangramento é perto da válvula íleo-cecal. Causas: • Hemorroidas • Pólipos • Doença diverticular (como câncer de sigmoide → é a principal causa de hemorragia digestiva baixa) • Angiodisplasia (como uma telangectasia, uma rede vascular muito frágil) • Tumores • Processos inflamatórios Hematopesia: pouco sangue vivo passando pelo ânus. Angiodisplasia Câncer de sigmoide Critérios de Roma IV Deve ter seu início nos 6 meses precedentes, com presença mais frequente nos últimos 3 meses, incluindo duas ou mais das seguintes características, referidas em ao menos 25% das evacuações: esforço, fezes endurecidas (escala de Bristol 1-2), sensação de eliminação incompleta, sensação de obstrução anorretal, manobras digitais para facilitar a saída do conteúdo fecal, menos que 3 evacuações espontâneas/semana e necessidade de laxativo. Causas da constipação: • Dieta pobre em resíduos • Auto inibição do reflexo evacuatório (por exemplo quando está muito ocupado você fica “segurando” as fezes; isso vai se tornando um vício) • Psiconeurogênica • Sedentarismo • Senilidade (envelhecimento) • Constituição • Neuropatias • Patologias colônicas, retais e anais • Doenças metabólicas, doenças endócrinas • Medicamentos. ALTERAÇÃO DA MATÉRIA FECAL: mudança da consistência ou do formato regular das fezes. Só é importante se é sintomática. • Líquidas: investigar causas de diarreia • Semilíquidas: emocional, alto resíduo, infeccioso • Pastosas: emocional, alto resíduo • Ressecadas: baixo resíduo • Ressecadas calibrosas: importante somente se for sintomático • Ressecadas em fecalitos: fezes já partidas ao chegarem ao reto, consequentes à constipação. • Ressecadas em cíbalos: doença diverticular • Em fita: fruto de espasmo muscular anal ou estreitamento. Pode ter tumor de reto (não sente dor, mas sente sensação de evacuação incompleta, porque ele sente um corpo estranho no reto e tenta exportá-lo do corpo). • Dificuldade à evacuação com dor anal: fissuras, estenose inflamatória Quando tem origem no sigmoide: cólicas em hemiabdome esquerdo, melhorando após a evacuação: CA, retocolite grave, diverticulite, compressões extrínsecas, espasmo muscular por doenças diverticular PUXO: Contração da musculatura estriada anal durante evacuação difícil e dolorosa, de natureza cérebro espinhal reflexa. “Sente dor durante a evacuação” TENESMO: Contrações autônomas/ involuntárias (vago) da musculatura lisa anal dolorosa com contração do sigmoide e dilatação anal causada por disenterias. Sente após a evacuação. É como espasmos do esfíncter anal. SENSAÇÃO DE EVACUAÇÃO INCOMPLETA: massasintraretais (pólipos) , fecaloma, tumores pélvicos e útero retroverso. *fecaloma é uma massa de fezes endurecida e seca que fica presa no ânus ou intestino, impedindo a passagem do restante das fezes. SENSAÇÃO DE DIRECIONAMENTO ERRADO DAS FEZES: descenso perineal (idosas), retocele (multíparas), constipados, útero retroverso, tumores pélvicos. *retocele é quando a parede entre o reto e a vagina enfraquece Plicoma anal é quando houve uma hemorroida e ela secou, ficando um pouco de pele. Fissura: linear, corte nas sobras Fístula: corredor, trajeto que comunica um ambiente interno com um externo. Fissura anal Plicoma anal Fístula anal Hemorroidas internas Prolapso retal
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