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TRABALHOS PTI PTG E TCC AVAS, FORUM FAZEMOS PARA VOCÊ... FAÇA UM ORÇAMENTO GARANTIA DE APROVAÇÃO E CORREÇÃO CONTATO: 65992346942 EMAIL: TOM_CLANCYS182@MSN.COM Contabilidade Fiscal e Planejamento Tributário André Juliano Machado © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Imagens Adaptadas de Shutterstock. Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. Conteúdo em websites Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros. Presidência Rodrigo Galindo Vice-Presidência de Produto, Gestão e Expansão Julia Gonçalves Vice-Presidência Acadêmica Marcos Lemos Diretoria de Produção e Responsabilidade Social Camilla Veiga Gerência Editorial Fernanda Migliorança Editoração Gráfica e Eletrônica Renata Galdino Luana Mercurio Supervisão da Disciplina Gisele Zanardi Polizel Revisão Técnica Adriana Cezar Gisele Zanardi Polizel 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Machado, Andre Juliano M149c Contabilidade fiscal e planejamento tributário / Andre Juliano Machado. Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. 208 p. ISBN 978-85-522-1653-7 1. Contabilidade Fiscal. 2. Tributos. 3. Planejamento Tributário. I. Título. CDD 657.46 Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753 Sumário Unidade 1 Sistema tributário brasileiro ......................................................................... 7 Seção 1 Dinâmica do Sistema Tributário Nacional ...................................... 9 Seção 2 Tipos de empresas para fins de tributação ....................................26 Seção 3 Planejamento tributário ...................................................................41 Unidade 2 Tributos sobre compra e venda de mercadorias, produtos e serviços .........................................................................................................57 Seção 1 PIS e Cofins .......................................................................................58 Seção 2 IPI e ICMS .........................................................................................77 Seção 3 ISS .......................................................................................................94 Unidade 3 Tributos e encargos sobre folha de pagamento.....................................109 Seção 1 INSS - previdência social ..............................................................110 Seção 2 FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço ...................124 Seção 3 INSS e IRRF retidos na fonte .......................................................136 Unidade 4 Regimes Tributários .................................................................................157 Seção 1 Simples Nacional ...........................................................................158 Seção 2 Lucro Presumido ...........................................................................169 Seção 3 Lucro Real .......................................................................................184 Palavras do autor Prezado aluno, todo aprendizado que absorvemos se torna valioso e serve, para o futuro, como experiência que carregaremos por toda vida. Para almejar o desenvolvimento e crescimento profissional e pessoal, é necessário que tenha disponibilidade e interação nesse processo, pois isso é fundamental para a obtenção de sucesso. Então ficam algumas questões para instigar cada vez mais o conhecimento: como os tributos impactam no dia a dia das empresas? Que normas e preceitos legais os gestores podem usar para suas decisões? Quais são os métodos utilizados para gerenciar os impactos tributários? Responderemos essas questões provocadoras ao longo deste material e dessa forma estaremos buscando desenvolver todas as competências neces- sárias que visam proporcionar a você os conhecimentos teóricos, junto com as principais ferramentas, metodologias e situações práticas que o apoiarão na tomada de decisão. Na primeira unidade, vamos conhecer e compreender os conceitos da legislação base do sistema tributário brasileiro nacional e a sua aplicação nas diversas situações empresariais. Já na segunda unidade, vamos conhecer e compreender a incidência dos tributos sobre compra e venda de mercadorias, produtos e serviços nas diversas situações empresariais. A terceira unidade servirá para identificar, aplicar e analisar a incidência dos tributos sobre a folha de pagamento, sob o olhar da empresa. Além disso, vamos conhecer e compreender a incidência dos tributos e encargos sobre a folha de pagamento nas diversas situações empresariais. E, por fim, na quarta unidade, falaremos sobre os tipos de regime tribu- tário aplicados nas empresas e identificaremos o mais adequado conforme tipo de negócio e faturamento. Nosso desejo e intenção é que, ao final do conteúdo, você domine os assuntos sobre os temas e que procure utilizar os conhecimentos adquiridos no dia a dia, tanto na vida profissional como na pessoal. Bons estudos! Unidade 1 Sistema tributário brasileiro Convite ao estudo Caro aluno, seja bem-vindo! Nesta unidade trataremos do tema sistema tributário nacional. Ao final desta unidade você compreenderá os aspectos legais que envolvem a estru- tura tributária da legislação vigente, em que serão discutidas as normas e os princípios tributários; a conceituação de tributos, seus tipos e espécies; os aspectos geradores dos tributos; e, por fim, os tributos diretos e indiretos. Nosso objetivo central é desenvolver em você a competência geral de conhecer os fundamentos, a legislação e as técnicas de planejamento tribu- tário e trabalhar em específico a competência técnica de conhecer e compre- ender os aspectos legais e a aplicabilidade de técnicas para o planejamento e execução do plano tributário. Para tanto, o objetivo, neste material, é apresentar as bases conceituais do sistema tributário, abordando os aspectos legais quanto à compreensão das leis e normas que regem esse sistema, contidos na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional (CTN), com vistas a elaborar o planejamento tributário nas organizações. Deixando algumas questões políticas e ideológicas de lado, o governo existe para guiar, corrigir e complementar o sistema de mercado, propiciando o desempenho de todas as funções econômicas. Os tributos arrecadados retornam à sociedade na forma de prestação de serviços públicos que garantem acesso básico à saúde, educação, segurança, bens públicos e distribuição de renda, o que permite a construção de uma sociedade justa e equilibrada. Portanto, todo governo, independentemente de sua vertente política, deve utilizar de sua política econômica para promover um alto nível de emprego, estabilidade de preços e obtenção de uma taxa apropriada de crescimento econômico. A arquitetura tributária brasileira é muito complexa do ponto de vista operacional, já que em determinados casos vai além da legislação societária, interferindo na forma como as empresas são organizadas e até na forma de apuração de seusresultados. Para exemplificar todo o conhecimento que você vai adquirir, vamos acompanhar o caso de um grupo de empresários que criará uma empresa construtora e realizará a contratação de uma consultoria para elaborar um parecer com diversas orientações acerca do sistema tributário brasileiro e de como a nova empresa deve agir para gozar de todos os benefícios insti- tuídos por lei. Para sanar todas as dúvidas dos empresários, a empresa de consultoria deve apontar qual a forma de constituição mais adequada para a empresa, levando em consideração a composição de seu quadro societário, valor de aporte do capital social e projeção de faturamento. É chegada a hora de você se debruçar nos estudos e absorver o máximo possível de conhecimento. Bons estudos! 9 Seção 1 Dinâmica do Sistema Tributário Nacional Diálogo aberto Olá, caro aluno! Nesta seção, trabalharemos com os estudos apresentados para a consti- tuição e a instalação de uma empresa formada por um grupo de empresários e que desenvolverá a atividade de prestação de serviços na construção civil. A futura empresa construtora está contando com um incentivo fiscal de R$ 300.000,00 que será recebido da prefeitura de seu município sob a forma de um terreno para sua instalação. Assim, a nova empresa deve se estabe- lecer na região norte do município, contribuindo com a urbanização daquela região em torno de sua nova sede. A empresa também terá o benefício da isenção do IPTU pelo período de 10 anos e a redução da base de cálculo em 50% do imposto sobre serviços (ISS) pelo mesmo período, desde que inicie as obras de construção de sua sede em, no máximo, seis meses e contrate funcionários exclusivamente desse município. Os empresários têm várias dúvidas a respeito dos incentivos e de como eles beneficiarão a construtora. Por esse motivo, realizam a contratação de uma empresa de consultoria para esclarecimentos sobre os tributos e como eles são classificados de acordo com a atividade de prestação de serviços na construção civil a ser desenvolvida pela empresa e sobre a origem da compe- tência tributária para instituir e cobrar tais impostos. A empresa de consultoria deve dar um parecer sobre os tributos que incidirão sobre sua atividade e patrimônio e os impactos causados em sua carga tributária, levando em consideração o faturamento estimado em R$ 1.000.000,00 mensais e o valor a recolher de ISS de 5% sobre o faturamento. Não pode faltar Em empresas é comum utilizar o termo planejamento tributário. Mas, será que você sabe o que ele realmente significa? Segundo Padoveze et al. (2017), o planejamento tributário parte de estudos pontuais, estratégicos e específicos cujo objetivo é melhorar a carga tributária geral da empresa por meio de contenciosos, reorganizações societárias, etc. 10 O planejamento tributário busca uma forma de economia lícita de tributos e, por se tratar de procedimentos lícitos, não há que se falar em sanções. São muitas as possibilidades e caminhos a percorrer dentro do planeja- mento tributário, mas nesse primeiro momento, falemos sobre o conceito dos tributos e como eles são distribuídos; dessa forma, veremos de quem é a competência tributária para cada um desses tributos. O primeiro ponto-chave está estabelecido no art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN), Lei nº 5.172/1966, que traz a definição de tributo como sendo “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada ” (BRASIL, 1966). Um pouco complexo? Em outras palavras, podemos dizer que o tributo é obrigatório, seu pagamento ocorre em dinheiro ou em espécie, não é caracterizado como penalidade e somente pode ser instituído por lei com o intuito de que também ocorra a definição de sua forma de cobrança e a atribuição da autoridade à qual compete a sua arrecadação. Nossa legislação tributária vai além do CTN, pois temos à nossa dispo- sição várias outras leis complementares, decretos e normas que se conectam e formam o sistema tributário nacional. Já que estamos falando sobre tributo, para entendermos como eles são aplicados em várias situações diferentes, temos de especificar seus tipos. Portanto, vamos demonstrar como são divididos os tributos de acordo com a teoria denominada pentapartite, adotada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a qual evidencia o tributo como um gênero classificado em diferentes tipos, conforme o Quadro 1.1, que nos traz o tipo e a base legal do tributo: Quadro 1.1 | Tipos de tributos de acordo com a teoria pentapartite Tributos Base legal Impostos Art. 145, inciso I da Constituição Federal; art. 16 do Código Tributário Nacional (CTN). Taxas Art. 145, inciso II da Constituição Federal; art. 77 do Código Tributário Nacional (CTN). Contribuições de melhoria Art. 145, inciso III da Constituição Federal; art. 81 do Código Tributário Nacional (CTN). Empréstimos compulsórios Art. 148 da Constituição Federal; art. 15 do Código Tributário Nacional (CTN). 11 Tributos Base legal Contribuições sociais, de interven- ção do domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Arts. 149 e 195 da Constituição Federal. Fonte: elaborado pelo autor. Agora vamos analisar cada um dos tipos ou classes de tributos: Impostos – tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica em relação ao contri- buinte. Os impostos podem ser instituídos pela União, pelos estados, pelos municípios e pelo Distrito Federal, mas para que eles sejam criados, os entes federativos devem seguir os ritos jurídicos de acordo com a sua esfera gover- namental (federal, estadual ou municipal), com atribuições e obrigações específicas, bem como a forma de sua destinação. De acordo com sua forma de incidência, os impostos podem ser classi- ficados em diretos ou indiretos. Uma explicação prática pode ser feita da seguinte maneira: caso a incidência do imposto se originar da renda ou do patrimônio de um indivíduo ou empresa, então ele será classificado como imposto direto. Porém, se a incidência do imposto se originar do consumo de mercadorias, produtos e serviços, ele deve ser classificado como indireto. Observe o Quadro 1.2 que evidencia a classificação dos principais impostos de acordo com a sua incidência: Quadro 1.2 | Tipos de impostos de acordo com sua incidência Impostos Diretos Indiretos Renda Patrimônio Consumo IRPJ IPTU ICMS IRPF IPVA IPI ISS Fonte: elaborado pelo autor. Taxas – tributo que existe somente quando há uma utilização efetiva ou potencial de um serviço público prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição pela União, estados, municípios e pelo Distrito Federal. Quanto ao serviço utilizado pelo contribuinte, podemos considerá-lo: 12 • Efetivo: quando por ele utilizado a qualquer título. • Potencial: se for de utilização obrigatória ou se for posto à sua dispo- sição mediante atividade administrativa. A taxa também pode ser cobrada quando há o exercício regular do poder de polícia dos entes públicos para regulação da segurança, da higiene e da ordem, exercícios de atividades econômicas que dependem da autorização do poder público. Vejamos alguns exemplos: • Taxa de inspeção sanitária: geralmente instituída pelos municípios; incide sobre todos os estabelecimentos e pessoas que lidam com alimentos, animais vivos, academias de ginástica, salões de beleza, comércio de medicamentos etc. • Taxa de alvará de licença: geralmente instituída pelos municípios; incide sobre empresas ou pessoas que venham a desenvolver qualquer tipo de atividade para fins comerciais, industriais ou de prestação de serviços. Contribuições de melhoria – tributo cobrado pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituído para fazer face ao custo de obras públicas de quedecorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Empréstimos compulsórios – de acordo com o art. 15 do CTN, Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: I - guerra externa, ou sua iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis. III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei. (BRASIL, 1966) Contribuições – podem ser distinguidas umas das outras de acordo com sua finalidade, sendo subdivididas em: contribuições sociais, de inter- venção do domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 13 • Contribuições sociais – tributos destinados ao financiamento de gastos da União para a manutenção da ordem, bem-estar e justiça social. Ex.: PIS, COFINS, INSS e CSLL. • Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – de competência exclusiva da União, é também tratada como uma contri- buição interventiva; nessa classe, temos a Cide-combustíveis com a finalidade de subsidiar os preços ou o transporte de álcool combus- tível, de gás natural e seus derivados, derivados do petróleo. Podendo ser utilizada também para o financiamento de projetos ambientais relacionados à indústria do petróleo e gás. • Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas – têm finalidade de financiamento de órgãos que regulamentam profissões, ou seja, conselhos de classe. Ex.: Conselho Regional de Contabilidade (CRC), Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Regional de Administração (CRA). Já que estamos falando sobre tributos, não podemos deixar de lado suas funções, conhecidas como fiscalidade, extrafiscalidade e parafiscalidade. • Fiscalidade – o Estado arrecada os tributos unicamente com finali- dade arrecadatória, como recursos necessários para que ele exerça suas atribuições e consiga gerir suas atividades estatais. • Extrafiscalidade – outra função na qual o Estado usa os tributos como forma de intervenção na sociedade e na economia; sua finalidade principal não é arrecadar e sim regular, buscando equilíbrio e incentivo. • Parafiscalidade – nesta função, o tributo possui a finalidade de custear as atividades do Estado, porém essas atividades não são diretamente exercidas por ele. Sua arrecadação é destinada ao custeio de ativi- dade paraestatal, ou seja, atividade exercida por entidades privadas, mas com conotação social ou de interesse público. Exemplo: a ativi- dade desenvolvida pelo SESC, SENAC, SESI, SENAI, SEST, SENAT e SEBRAE. O sistema tributário nacional é bastante complexo se formos verificar toda a vasta legislação tributária. Dessa forma, sempre que houver uma dúvida sobre seus conceitos, origens, classificações e funções, faz-se neces- sário consultar nossa legislação-base, ou seja, a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional. Agora vamos conhecer a competência tributária, ou seja, estudar os principais tributos e qual o ente federativo responsável por sua instituição e cobrança, conforme demonstrado no Quadro 1.3: 14 Quadro 1.3 | Principais tributos e competência tributária Competência tributária Tributos União Ela está prevista nos arts. 153 e 154 da Constituição Federal (CF). Os tributos que podem ser instituídos por ela são: Imposto de Importação (II); Imposto de Exportação (IE); Imposto de Renda (IR); Imposto de Produtos Industrializados (IPI); Impostos sobre Operações Financeiras (IOF); Impostos sobre a propriedade Territorial Rural (ITR); Impostos sobre Grandes Fortunas (IGF); Imposto extraordinário (em caso de guerra); Empréstimo compulsório; Impostos residuais; Con- tribuições especiais; Taxas e Contribuições de melhoria. Estados Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e sobre a Presta- ção de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Impostos sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD); Impostos sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); Contribuição para o custeio do regime previdenciário de seus servidores públicos; Taxas e Contribuições de melhoria. Municípios Impostos Predial e Territorial urbano (IPTU); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI); Contribuição para o custeio do regi- me previdenciário de seus servidores públicos; Contribuição para o Serviço de Iluminação Pública; Taxas e Contribuições de melhoria. Fonte: elaborado pelo autor. Outra importante etapa de conhecimento a respeito dos tributos é a sua estrutura jurídica, mais precisamente os elementos fundamentais do tributo: Fato gerador – situação que caracteriza o nascimento da obrigação tribu- tária; sua natureza pode ser instantânea, periódica ou continuada. • O fato gerador instantâneo nos permite dizer que ocorre em um breve espaço de tempo, pode ser uma situação corriqueira, como a circulação de mercadorias e produtos, ou o momento da prestação de serviços, configurando o fato gerador do ICMS, do IPI e do ISS respectivamente. • O fato gerador periódico ocorre em um período de tempo mais longo e um exemplo claro é o Imposto de Renda (IR). Quando uma empresa apura os seus resultados de forma trimestral ou anual, por exemplo, ela evidenciará os lucros referentes a esse período, gerando a obrigação tributária do IR. 15 • O fato gerador continuado tende a ser durável no decorrer do tempo e podemos utilizar como exemplo a propriedade de um imóvel ou veículo, os quais geram, de forma continuada, ano após ano, as obriga- ções tributárias de recolhimento do IPTU e do IPVA respectivamente. Isso ocorrerá enquanto formos proprietários desses bens. Base de cálculo – é a unidade de medida a ser utilizada pela legislação tributária. Em outras palavras, é o valor sobre o qual será aplicada a alíquota e calculado o tributo. Como exemplo podemos considerar um imóvel no qual devemos calcular o valor do IPTU cuja base de cálculo está atrelada ao valor venal (valor de avaliação da prefeitura do município) do bem imóvel. Alíquotas – correspondem aos percentuais que são aplicados sobre a base de cálculo para apurarmos o valor da obrigação tributária principal. O Poder Executivo pode ao longo do tempo alterar as alíquotas dos tributos, desde que cumpra com todos os requisitos e parâmetros legais expressos em nossa legislação tributária. Tais parâmetros podem ser amplos, mas não são ilimitados. O Superior Tribunal Federal (STF) entende que o princípio tributário da capacidade contributiva deve ser utilizado para respeitar a capacidade econômica dos contribuintes. Um exemplo muito utilizado no âmbito tributário é a tabela progressiva do Imposto de Renda (IR). A Tabela 1.1 abaixo nos traz as informações sobre como os contribuintes são tributados de forma proporcional e progressiva de acordo com seus rendimentos : Tabela 1.1 | Tabela Progressiva do Imposto de Renda para contribuintes pessoas físicas Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir (R$) Até 1.903,98 - - De 1.903,99 a 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 a 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 a 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Fonte:http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica#tabelast- -de-incid-ncia-mensal. Acesso em: 18 out. 2019. http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal 16 Na Tabela 1.1, que representa a tabela do IRPF, fica fácil verificar que qualquer contribuinte pessoa física com rendimento bruto proveniente de seu saláriono valor de até R$ 1.903,98 está isento do imposto de renda. Mas, quando o seu rendimento bruto estiver acima do valor mínimo, ele começa a sofrer a retenção do imposto em seu contra-cheque (holerite), mesmo que os valores sejam momentâneos. Ou seja, se, em um determinado mês, devido ao acúmulo de horas extras, o trabalhador tiver um rendimento bruto superior ao limite mínimo da tabela, nesse caso, ele sofrerá a retenção do imposto de renda somente dos rendimentos que ultrapassarem esse limite mínimo, e a parcela a deduzir, que consta na tabela, garante a progressividade, fazendo com que o cálculo do imposto de renda seja realizado de forma proporcional a cada faixa da tabela. Assimile A fim de aprofundar ainda mais os conhecimentos sobre a estrutura jurídica da legislação tributária, precisamos falar sobre alguns preceitos amplamente difundidos no que se refere à obrigação tributária. Ela pode ser subdividida em duas situações: • Obrigação tributária principal – surge com a ocorrência do fato gerador e se extingue com o seu respectivo pagamento. Em outras palavras, a obrigação tributária principal nada mais é que o tributo devido pelo contribuinte. • Obrigação tributária acessória – decorrente da legislação tributária, tem por objeto a prestação de contas e informações para o fisco na forma de declarações como o SPED, DEFIS, etc. E quem seria o contribuinte? Pergunta não tão fácil de se responder. Nossa legislação, de acordo com o art. 121 do CTN, estabelece pelo menos dois tipos de contribuintes: o de fato e o responsável. • Contribuinte de fato – pessoa obrigada ao pagamento do tributo e que tem relação pessoal e direta com seu fato gerador. • Contribuinte responsável – é aquele que, mesmo não estando na condição de contribuinte, tem obrigação decorrente de disposição expressa em lei. De forma resumida, podemos afirmar que sobre o contribuinte de fato recai a obrigação de pagamento do tributo; enquanto que o contribuinte responsável tem a obrigação (responsabilidade) de reter, declarar e repassar os tributos para os cofres públicos, desde que haja disposição expressa em lei que o obrigue a praticar tais atos. 17 Existem algumas prerrogativas legais previstas na legislação tributária que podem modificar ou inibir a obrigação tributária principal, mas o seu uso é reservado exclusivamente ao que a lei estabelece. Dentre essas circunstâncias modificadoras temos a suspensão, a extinção e a exclusão da obrigação tribu- tária principal. • Suspensão – ocorre quando o ente federativo (União, estados e municípios), amparado pelo CTN e pelo Código de Processo Civil (CPC) resolvem postergar a exigibilidade da obrigação tributária. Mesmo que a sua cobrança esteja suspensa, tais obrigações devem ser reconhecidas e contabilizadas na data do fato gerador. Um exemplo claro acontece quando a empresa possui débitos tributários vencidos ainda não pagos e deseja realizar um parcelamento. Nessa situação temos a suspensão de cobrança dos débitos tributários decorrentes do parcelamento e a empresa deverá realizar o pagamento de forma gradativa, de acordo com as normas estabelecidas para cada tipo de parcelamento. É importante ressaltar que, nessa situação, todas as obrigações principais e acessórias da empresa são consideradas regulares, desde que ela mantenha em dia o pagamento das parcelas, podendo, inclusive, solicitar certidão positiva com efeitos de negativa para comprovação e habilitação a participar de licitações públicas. • Extinção – ocorre quando há o pagamento ou compensação da obrigação tributária, sendo o pagamento a principal modali- dade direta para extinção de uma obrigação tributária. Por regra, o pagamento deverá ser feito em espécie, mediante pagamento em dinheiro ou através de pagamento eletrônico com débito em conta corrente. Na compensação é realizada a extinção de uma obrigação tributária mediante a utilização de um crédito tributário, seja por recolhimentos realizados de forma indevida ou por ser a maior em períodos anteriores. A compensação deverá ser realizada mediante a utilização do Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PERDCOMP), sistema disponibilizado pela Receita Federal do Brasil. • Exclusão – a obrigação tributária poderá ser excluída por meio de isenções ou anistias as quais são concedidas pelo ente tributante. As isenções são decorrentes de uma lei na qual estejam especifi- cadas algumas condições e requisitos exigidos para a sua concessão. A autoridade administrativa pode conceder isenção em situações específicas, como no caso atual da Receita Federal do Brasil (RFB), que concede isenção do imposto de renda para portador de moléstia grave (síndrome de imunodeficiência adquirida, cardiopatia grave, 18 cegueira, esclerose múltipla etc). A anistia se refere ao perdão conce- dido pela autoridade administrativa na cobrança de multas impostas pelo não cumprimento ou cumprimento parcial de uma obrigação tributária. É importante ressaltar as diferenças entre isenção e anistia, pois a primeira dispensa o recolhimento do tributo e a segunda dispensa apenas o recolhimento da multa. Outra situação prevista em nossa legislação e que pode reduzir drasti- camente a carga tributária de uma empresa se dá mediante a aplicação de incentivos fiscais. Mas o que seria isso? Incentivo fiscal é um regime especial de tributação que envolve uma vantagem ou simplesmente uma redução fiscal perante o regime normal, assumindo-se como uma forma de isenção, redução de taxas, reduções em bases de cálculo, amortizações e/ou outras medidas fiscais dessa natureza. Seu principal objetivo é movimentar determinado setor do mercado. Podemos tomar como exemplo uma empresa que está realizando estudos para se instalar em determinado município, mas que tem uma certa resis- tência quanto à viabilidade de seu projeto devido aos altos custos de implan- tação. Essa empresa pode procurar a prefeitura municipal para pleitear um incentivo fiscal, seja na forma de isenção total do IPTU do imóvel da sede da empresa por um período de 10 ou 20 anos, seja uma redução na base de cálculo ou alíquota do ISS, caso a empresa atenda alguns requisitos para que o incentivo seja publicado. Os requisitos exigidos pela prefeitura podem existir desde a construção do imóvel que será a sede da nova empresa e a urbanização da região onde a ela estiver estabelecida, quanto a contratação e treinamento de mão de obra com pessoas deste mesmo município. Cabe observar que essas contrapartidas (requisitos) podem variar para cada ente administrativo, ficando a empresa como responsável por atender todos eles de acordo com o que estiver previsto. Vejamos agora às principais leis de incentivos fiscais da esfera federal: Lei Rouanet – sem sombra de dúvidas, a Lei Rouanet é uma das mais conhecidas dos brasileiros. Ela foi estabelecida em 1991 e permite que empresas destinem parte dos seus tributos para o financiamento de ativi- dades culturais, como peças de teatro, shows musicais, filmes e qualquer outra forma de manifestação cultural. Embora hoje seja alvo de polêmicas, a Lei Rouanet foi fundamental para a retomada da produção cultural do país durante os anos de 1990. Lei do Audiovisual – criada em 1993, a Lei do Audiovisual é bastante similar à Lei Rouanet. Entretanto, o que muda aqui é o foco, já que, como o próprio nome indica, ela é destinada ao financiamento de produções 19 audiovisuais. Isso inclui não apenas a produção, mas também a distribuição de filmes, documentários, séries e produtos em outros formatos. Lei de Incentivo ao Esporte – para as empresas que desejam estimular e financiar atividades esportivas, uma das possibilidades é o uso dos mecanismos da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela foi criada em 2006 e se destina, entre outras coisas, à aquisição de materiais e uniformes esportivos, à organização de eventos e à alimentação em eventos esportivos. Além disso, é possívelfinanciar atletas que participem de campeonatos das mais diversas modalidades, além de incentivar a construção e a reforma de espaços de prática esportiva e treinamento. Reflita A contabilidade unida ao planejamento tributário eficiente garante a so- brevivência das entidades e de todos os seus direitos legais, formando uma ferramenta de combate à sonegação de impostos. As atividades do profissional de contabilidade, principalmente quanto ao planejamento tributário, devem seguir e respeitar os princípios contábeis e as legislações tributárias, pois devem garantir os interesses tanto das entidades quanto do governo, servindo como um equilíbrio das obrigações exigidas e da garantia de crescimento das entidades. Nesse contexto, reflita: quais os principais pontos que o contador deve considerar para que o planejamento tributário seja bem-sucedido? Exemplificando Uma empresa do ramo de roupas e confecções está em fase final do seu projeto de viabilização e está entrando em fase de negociação para colocá-lo em prática. Investimentos já foram definidos e regras já estão prontamente estabelecidas com metas que devem ser atingidas. Os investidores dessa nova empresa desejam buscar alguns benefícios tributários para sua implantação. Para que o projeto dessa nova fábrica seja viabilizado, os investidores querem negociar: • O terreno de implantação da fábrica, com redução de pagamento do tributo sobre sua propriedade. • Redução temporária no pagamento de tributos sobre a sua atividade. Os investidores precisam negociar esses benefícios, mas não sabem com qual ente administrativo devem tratar esse assunto. Por esse motivo é necessário identificar de quem é a competência tributária dos 20 impostos que incidirão sobre suas atividades e sobre o terreno onde a fábrica será instalada. Resolução: 1. Que impostos incidem sobre a propriedade do terreno a ser adquirido? 2. Quais impostos incidem sobre a receita (faturamento) decorrente da atividade de indústria de roupas e confecções? 3. Estabelecidos os impostos, de quem é a competência tributária, ou seja, com quem devemos negociar? Primeiro passo – de acordo com o art. 156 da nossa Constituição Federal, o IPTU é um imposto municipal, classificado como imposto direto, pois incide de forma direta sobre o patrimônio (terreno da empresa). No art. 32 do Código Tributário Nacional, temos a afirmação de que o IPTU é de competência dos municípios. Segundo passo – para a atividade de indústria de confecções, de acordo com o art. 153 da Constituição Federal, no âmbito federal temos os seguintes impostos que podem incidir sobre o seu faturamento e lucro: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Renda (IR), contribuições sociais como o PIS e o COFINS e a própria Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). No âmbito estadual, de acordo com o art. 155 da Constituição Federal, sobre o seu faturamento ocorrerá a incidência do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Dessa forma, fica claro que os investidores devem procurar a prefeitura do município onde a empresa será instalada para negociar a isenção ou redução temporária do IPTU que incidirá sobre o terreno. Destacados os impostos que incidem sobre o seu faturamento e lucro, os investidores devem buscar o atendimento na Receita Federal do Brasil para buscar maiores informações e benefícios fiscais que possam existir sobre a produção de roupas e confecções no que se refere ao IPI, PIS, COFINS, IR e CSLL. Para pleitear qualquer tipo de benefício fiscal que se refere ao ICMS, os investidores devem procurar a Delegacia da Receita Estadual perten- cente ao Estado da Federação onde será a sede da empresa. 21 Sem medo de errar Agora vamos resolver a situação da construtora? Mas antes precisamos revisar alguns fatos relevantes sobre a situação dela. A nova empresa será constituída por um grupo de empresários que estão em dúvida sobre a viabilidade do novo empreendimento. Eles estão negociando com a prefeitura de seu município o incentivo fiscal, que será recebido sob a forma de um terreno no valor de R$ 300.000,00. Sabendo de todas as diretrizes e metas propostas em seu planejamento tribu- tário inicial, eles estão negociando a isenção total do IPTU do terreno pelo período de 10 anos e a redução em 50% na base de cálculo do ISS pelo mesmo período. Uma empresa de consultoria foi contratada para realizar os estudos e dar o parecer final sobre o impacto tributário que os incentivos fiscais causarão e o quanto economizarão em tributos após essa negociação. Foi realizado um levantamento de informações e, além do terreno cedido pela prefeitura, a empresa terá isenção total do IPTU pelo prazo de 10 anos, sendo que o valor desse imposto seria de R$ 10.000,00 por ano, e redução em 50% da base de cálculo do ISS também pelo mesmo período, com faturamento projetado em R$ 1.000.000,00 mensais e com alíquota do ISS para essa atividade em 5%. Resolução Primeiro passo – a empresa de consultoria deve organizar todas as infor- mações relevantes para iniciar suas projeções de cálculo. • Valor do terreno: R$ 300.000,00. • Valor do IPTU anual: R$ 10.000,00. • Prazo de isenção do IPTU: 10 anos ou 120 meses. • Faturamento estimado pela empresa: R$ 1.000.000,00 mensal. • Redução 50% da base de cálculo do ISS. • Alíquota do ISS: 5% sobre a atividade. • Prazo do incentivo de redução na base de cálculo: 10 anos ou 120 meses. Segundo passo – a consultoria realiza os cálculos para determinar a economia tributária nesse período. • IPTU anual: R$ 10.000,00 x 10 anos (120 meses) = R$ 100.000,00. 22 • Faturamento da empresa: R$ 1.000.000,00 por mês. – R$ 1.000.000,00 x 50% (redução BC) = R$ 500.000,00. – R$ 500.000,00 x 5% (alíquota ISS) = R$ 25.000,00 valor mensal do ISS. • Economia mensal do ISS pelo período de 10 anos, considerando a redução de base de cálculo: – R$ 25.000,00 x 120 meses = R$ 3.000.000,00. Terceiro passo – em seu parecer, a empresa de consultoria deve trazer todas as informações relevantes, apresentando todos os dados que sirvam de base para a elaboração dos cálculos dessa fase inicial de planejamento tribu- tário. É importante ressaltar que o IPTU e o ISS são de competência tribu- tária do município, de acordo com o art. 156 da nossa Constituição Federal, sendo o IPTU classificado como imposto direto, pois incide de forma direta sobre o patrimônio (terreno da empresa), e o ISS é classificado como imposto indireto, porque incide sobre a prestação de serviços realizada pela empresa e será consumida pelo seu cliente. Avançando na prática Contribuinte de fato ou Contribuinte Responsável, quem deve recolher o ISS? Muitas são as dúvidas sobre a responsabilidade de recolhimento de alguns impostos, mais ainda quando estamos falando sobre o ISS. Alguns tipos de serviços, conforme a Lei Complementar nº 116/2003, estão sujeitos à retenção na fonte do ISS pelo tomador do serviço. A Maresia Construções, empresa que presta serviços no ramo da construção civil, está com muitas dúvidas a respeito da emissão de notas fiscais de serviços. Alguns clientes dessa empresa estão solicitando que ela destaque o valor do ISS que será retido sobre o serviço e demonstre como valor final de pagamento apenas o líquido, já descontando o ISS retido. Os sócios da empresa entraram em contato com você, que é o contador, e pediram para que seja elaborada uma orientação a respeito de quem é a obrigação de recolher o imposto e se há ou não a necessidade de retenção desse tributo. Para que a orientação seja corretamente elaborada, cabe destacar a legislação pertinente ao ISS: Lei Complementar nº 116/2003 que 23 “dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de compe- tência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências”. Diante do exposto, é necessário fazer uma análise sobre da lei, procurar identificar o código de serviço apropriado para a prestação de serviços na construção civile, por fim, realizar a orientação a respeito sobre a obrigato- riedade de retenção do imposto sobre os serviços prestados. Resolução da situação-problema Analisando a Lei Complementar nº 116/2003, podemos identificar o código do serviço e se ele está sujeito à retenção pelo tomador do serviço. Primeiro passo – na legislação, a atividade de prestação de serviços na construção civil está relacionada ao código de serviço 7.02: Execução, por administração, empreitada ou subemprei- tada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos [...]. (BRASIL, 2003) Segundo passo – o art. 5º da lei nos traz a informação de que o contri- buinte de fato é o prestador do serviço. Mas, logo em seguida, no art. 6º, a lei nos traz a seguinte informação: Art. 6º - Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsa- bilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumpri- mento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais. [...] § 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis: [...] II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa. (BRASIL, 2003, grifos nossos) 24 Terceiro passo – a orientação elaborada ao cliente deve trazer as infor- mações sobre o texto em destaque no inciso II do parágrafo 2º. O item de serviços 7.02, que se refere à prestação de serviços na construção civil, está sujeito à retenção do ISS pelo tomador de serviços (cliente). Portanto, nesse caso, temos o entendimento de que o cliente (tomador do serviço) será o contribuinte responsável, já que caberá a ele efetuar a retenção e repasse do ISS retido para o município. A nota fiscal será emitida com o valor total dos serviços, demonstrando qual será o valor do ISS retido, restando ao prestador do serviço receber somente o valor líquido. Faça valer a pena 1. A Constituição Federal nos traz muitas informações sobre o tratamento dado aos tributos, seu conceito, suas especificidades e classificações. Em seus artigos, temos algumas informações sobre a competência tributária, ou seja, qual ente administrativo tem autonomia para instituir e legislar sobre alguns impostos. Conforme os arts. 153 e 154, inciso I, da Constituição Federal, compete à União os seguintes tributos: a. IOF, IBTI e IPI. b. IR, ITCMD e ITBI. c. ITCMD, Imposto de Importação e ICMS. d. Imposto de Exportação, IPI e IOF. e. IR, IPI e ISS. 2. A Lei nº 5.172/1966 “dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais do direito tributário aplicáveis à União, aos estados e aos municípios” (BRASIL, 1966). O Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que tributo: I. Constitui sanção por ato ilícito. II. É cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. III. Deve ser instituído por lei. Faça uma análise do texto e marque a alternativa referente às afirmações corretas sobre o tributo: 25 a. II, apenas. b. I, II e III. c. I e II, apenas. d. I e III, apenas. e. II e III, apenas. 3. O imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica em relação ao contri- buinte. Os impostos podem ser instituídos pela União, pelos estados, pelos municípios e pelo Distrito Federal, mas, para que eles sejam criados, os entes federativos devem seguir os ritos jurídicos de acordo com a sua esfera gover- namental (federal, estadual ou municipal), a qual terá atribuições, obrigações e a forma de destinação específicas. Os impostos podem ser classificados em diretos ou indiretos de acordo com a sua incidência. Marque a alternativa que contenha somente impostos classi- ficados como diretos: a. IRPJ, IPTU e IPI. b. ISS, IPI e ICMS. c. IRPF, IPVA e ICMS. d. ICMS, IPI e IPVA. e. IRPJ, IPTU e IPVA. 26 Seção 2 Tipos de empresas para fins de tributação Diálogo aberto Olá, aluno. Na seção anterior, analisamos a situação da empresa de construção civil que está em processo de constituição e de um grupo de empresários, futuros sócios ou acionistas dessa nova empresa, que puderam esclarecer algumas dúvidas a respeito dos impostos que incidirão sobre suas atividades e dos incentivos fiscais dos quais a nova empresa poderá usufruir. Seguindo com as informações necessárias à abertura da nova empresa, o grupo de empresários deseja saber quais são os tipos de empresas (personali- dades jurídicas) existentes e quais dessas personalidades jurídicas será a mais adequada para a situação. Para que isso seja possível, os sócios e responsáveis pela futura constru- tora precisam avaliar, entre os tipos de empresas, qual o mais adequado às necessidades do grupo empresarial. Nesse caso, deve ser levado em consi- deração que a empresa terá vários sócios ou acionistas e que alguns desses empresários desejam realizar somente o aporte de capital para a abertura da empresa e não têm interesse de participar de suas atividades administrativas e operacionais, já que o objetivo é apenas a participação nos lucros em um futuro próximo. A nova empresa terá um quadro acionário composto por 20 integrantes, dos quais um será a pessoa jurídica com maior participação dentro do capital social da nova empresa e será o administrador. Em seu parecer, a empresa de consultoria deve apresentar o tipo de empresa (personalidade jurídica) adequado à constituição da nova empresa de construção civil; para isso, alguns dados de projeção foram fornecidos: capital social de R$ 1.000.000,00, projeção de faturamento anual superior a R$ 80.000.000,00 e contratação de 150 funcionários residentes no mesmo município onde a empresa será constituída. Logo após sua constituição, os investidores pretendem ampliar ainda mais seus negócios, mas para isso precisam de novos investimentos e pretendem abrir o capital da empresa para negociar suas ações na bolsa de valores, assim terão os recursos financeiros necessários com custo relativamente mais baixo em relação aos empréstimos realizados junto a instituições financeiras. 27 Agora é a sua vez de participar dessa nova etapa! Você ajudará a empresa de consultoria a analisar as possíveis formas de constituição para a constru- tora iniciar suas atividades de acordo com a legislação societária. Além disso, deve-se preparar um novo relatório com as personalidades jurídicas possí- veis, destacando-se a mais indicada entre elas para a realidade dos dados e projeções apresentados pelo grupo de empresários. Bons estudos. Não pode faltar As questões tributárias e formas de constituição de empresas são a maior fonte de dúvidas dos empresários quando estão envolvidos na abertura de um novo negócio. Durante o processo de constituição de uma nova empresa, todos os envolvidos (empresários, contadores, administradores e investi- dores) devem ter a consciência da qualidade das informações apresentadas e o quanto elas afetam diretamente sua produtividade, competitividade e lucratividade. A seguir estão alguns fatores que devem ser levados em consideração por serem informações extremamente importantes: • Atividade econômica. • Grupo de pessoas responsáveis pelo empreendimento (sócios ou acionistas). • Valor do capital investido. • Gasto com colaboradores (funcionários). O porte de uma empresa também é uma variável muito importante, podendo gerar benefícios tributários e não tributários para o novo empre- endimento. Porém, esse fator é determinado de acordo com sua natureza jurídicae seu nível de faturamento acumulado. Verifique no Quadro 1.4 os principais tipos de naturezas jurídicas sob as quais uma empresa poderá ser constituída: 28 Quadro 1.4 | Natureza jurídica de empresas Sociedades personificadas Sociedade empresária limitada – LTDA Empresário individual Empresário individual de responsabilidade limitada – EIRELI Microempreendedor individual Sociedade anônima Sociedades não personificadas Sociedade comum Sociedade em conta de participação Fonte: elaborado pelo autor. Sociedades Personificadas Sociedade empresária limitada Esse tipo de natureza jurídica, mais conhecida como sociedade limitada, é a forma de constituição de empresas mais utilizada em nosso país. Deve ser formada por, no mínimo, dois sócios, pessoas físicas ou jurídicas, e não há quantidade máxima de pessoas ou empresas para compor o seu quadro societário. A sociedade limitada está prevista no Código Civil, instituído pela Lei nº 10.406/02, cujo art. 1.052 dispõe: “Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas cotas, mas todos respondem solida- riamente pela integralização do capital social” (BRASIL, 2002). De acordo com Padoveze et al. (2017), esse tipo societário foi criado para dar maior garantia ao patrimônio particular dos sócios. E embora estes respondam solidariamente pela integralização do capital, suas responsabi- lidades são restritas ao valor de suas cotas. Por esse motivo, deve ser acres- cida a palavra “limitada”, por extenso ou de forma abreviada (Ltda), em seu nome empresarial. 29 A administração desse tipo de sociedade pode ser exercida por sócio ou administrador não sócio, desde que ele esteja devidamente nomeado em seus instrumentos de constituição (contrato social ou alterações contratuais) registrados. Caso a administração venha a ser exercida por mais de um sócio ou administrador, eles poderão assinar pela empresa de forma conjunta ou isolada, de acordo com as necessidades dela. Se a escolha for pela adminis- tração conjunta, isso significa que todos os administradores deverão assinar e estar de acordo em todos os atos e fatos administrativos da empresa; dessa forma, a companhia pode ter alguns contratempos na assinatura de cheques e na contratação de empréstimos e financiamentos, por exemplo, sendo estes os exemplos mais corriqueiros. Agora, se a escolha for pela administração de forma isolada, todos os administradores, sendo eles sócios ou não, poderão assinar pela empresa sem a anuência dos demais. Cabe lembrar que, em seu contrato social, as sociedades limitadas podem delimitar os poderes dos administradores em suas cláusulas contra- tuais. Em casos de omissão no contrato, somente os excessos praticados em operações evidentemente estranhas aos negócios da sociedade poderão ser questionados. Quanto aos regimes de tributação, esse tipo de sociedade poderá optar pelo Simples Nacional, desde que mantenha o seu faturamento acumulado em valores de até R$ 4.800.000,00, podendo também optar pelo lucro presu- mido, desde que mantenha o seu faturamento, em ano anterior, até o limite anual de R$ 78.000.000,00. Caso a empresa venha a ultrapassar todos os limites anteriores, ela estará obrigada ao regime tributário do Lucro Real. Empresário individual Quando uma pessoa física deseja exercer uma atividade econômica sem um sócio, sua primeira opção, caso não tenha recursos elevados para aporte de capital, é o empresário individual. Diferente do EIRELI e da socie- dade limitada, nessa natureza jurídica não há uma exigência mínima de um capital a integralizar, mas há, em contrapartida, uma grande desvantagem: sua responsabilidade é ilimitada. Isso significa que o empresário indivi- dual responderá por todas as obrigações da empresa para com terceiros de maneira ilimitada, de modo que não há nenhuma garantia de proteção ao seu patrimônio particular. As empresas constituídas sob essa natureza jurídica poderão optar por qualquer regime tributário, sempre observando suas atividades e valores de faturamento acumulado de acordo com a legislação tributária brasileira. 30 Sua razão social (nome da empresa) deve indicar o nome completo ou abreviado da pessoa física, seguido da designação que possa identificar a atividade desenvolvida pela empresa. EIRELI – empresário individual de responsabilidade limitada Essa natureza jurídica, criada pela Lei nº 12.441/11, que introduziu altera- ções no Código Civil, também é constituída por uma única pessoa, mas suas semelhanças com o empresário individual param aí, pois o EIRELI possui algumas particularidades que merecem total atenção: • Responsabilidade limitada ao valor do capital social investido na empresa, o qual deve estar totalmente integralizado. • O valor do capital integralizado nunca poderá ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país. • O nome empresarial pode ser elaborado em forma de razão social ou com denominação social que faça referência a uma marca registrada pelo sócio sempre seguida da expressão EIRELI. Como principal vantagem para a constituição de uma EIRELI, podemos destacar a facilidade para os profissionais autônomos ao constituir uma personalidade jurídica com todas as características de proteção ao patri- mônio particular, assim como ocorre na sociedade limitada. As empresas constituídas sob essa forma de personalidade jurídica também poderão optar por qualquer regime tributário, mas sempre deverão observar as restrições relacionadas à atividade empresarial desenvolvida pela empresa e aos valores de faturamento acumulado. Microempreendedor individual A personalidade jurídica criada e regulamentada pela Lei Complementar nº 128/08 tem o objetivo inicial de atender a pessoa física que trabalha por conta própria e queira se legalizar para ter acesso a todos os benefícios mantidos pelo governo, como a aposentadoria e o direito à pensão por morte ou invalidez permanente. A forma de constituição de uma MEI é muito simples, ficando sua criação restrita ao site Portal do Empreendedor, disponibilizado pelo governo federal. Atenção! A figura do microempreendedor individual foi criada para atender apenas pequenos empreendedores, portanto sempre deverão ser verificadas as atividades que serão desenvolvidas por essa empresa, pois existem muitas vedações previstas na própria lei complementar que a instituiu. 31 O MEI será obrigatoriamente enquadrado no Simples Nacional, mas estará isento dos impostos federais (IR, PIS, COFINS, IPI e CSLL), ficando como única obrigação tributária o pagamento de um valor fixo mensal que será atualizado anualmente de acordo com o salário mínimo nacional, o qual será destinado para custear a previdência social, o ICMS e/ou ISS, sendo estes dois últimos definidos pela atividade a ser desenvolvida pela empresa. Algumas particularidades do MEI: • Sua receita bruta anual ajustada não poderá ser superior a R$ 81.000,00 ou R$ 6.750,00 mensais de forma proporcional. • Os recolhimentos mensais contribuirão para a seguridade do empre- endedor (aposentadoria, salário maternidade, auxílio-doença etc.). Essa natureza jurídica é a mais indicada para o pequeno empreendedor que deseja, principalmente, legalizar-se e iniciar suas atividades. Sociedade anônima Esse tipo de personalidade jurídica é mais indicado para as empresas de grande porte, podendo ser constituída por, no mínimo, dois acionistas pessoas físicas ou jurídicas. Nesse tipo de sociedade, o capital se divide em ações, e a responsabilidade dos acionistas se limita apenas ao preço de emissão das ações que ele subscrever, no momento de constituição, ou adquirir, caso venha a ingressar no quadro de acionistas de uma empresa já constituída anteriormente. Principais características de uma sociedade anônima: • Ao ser constituída, em seu nome é obrigatória a indicação de seu objeto social, sempre acompanhado das expressões “companhia” ou “sociedade anônima”. • A sociedade anônima pode ser abertaou fechada: – S/A de capital aberto – é destinada às sociedades que desejam negociar suas ações na bolsa de valores e em mercado de capitais, o que proporciona uma maior profissionalização para esse tipo de empresa, já que ela depende de números positivos em duas demonstrações financeiras para despertar o interesse de possí- veis investidores. – S/A de capital fechado – são as sociedades anônimas que negociam suas ações entre seus acionistas ou no chamado mercado de balcão; sempre contam com o acompanhamento de profissio- nais específicos. 32 Geralmente esse tipo de sociedade tem maior facilidade na captação de recursos de terceiros com custo menor, pois, no caso das S/As de capital aberto, há a negociação de suas ações na bolsa de valores. Seu processo de constituição pode ser um pouco mais burocrático se comparado com outras personalidades jurídicas, pois ela necessita de uma ata de constituição e da aprovação de estatuto social, eleição e posse da primeira diretoria. A legislação pertinente a sociedades anônimas se encontra na Lei nº 6.404/76. Em seu art. 11, está previsto que o estatuto social da empresa fixará o número de ações em que se dividirá o capital social e o seu valor nominal. Quanto aos possíveis regimes tributários, é vedado às sociedades anônimas (capital aberto ou fechado) optar pelo Simples Nacional; tal vedação está expressa no art. 3º, § 4, inciso X da Lei Complementar nº 123/2006. Sendo a empresa de capital fechado, poderá optar entre o lucro presumido ou lucro real, sempre se atentando aos limites de faturamento e atividade. Se a empresa for de capital aberto, nesse caso, a emissão e comer- cialização de ações na bolsa de valores faz com que a empresa esteja obrigada ao regime de apuração de impostos pelo Lucro Real conforme o inciso IX do art. 257 do Decreto nº 9.580/18 (Regulamento do Imposto de Renda). Os tipos e formas de constituição de empresas apresentados se referem às sociedades personificadas, ou seja, às que possuem personalidade jurídica conforme os arts. 997 a 1.101 da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil). Sociedades não personificadas Existem alguns tipos de sociedades, denominadas sociedades não perso- nificadas, que, de acordo com os arts. 986 a 996 do CC/2002, não possuem personalidade jurídica por não possuírem registro. São espécies de socie- dades não personificadas: • A sociedade em conta de participação. • E a sociedade comum, também chamada de irregular ou de fato. Sociedade em conta de participação Não tem registro por interesse dos próprios sócios, que costumam firmar apenas um contrato de uso interno. Nesse tipo de sociedade, reconhece-se a existência de duas espécies de sócios: o ostensivo e o participante (oculto). Os negócios são realizados apenas em nome do primeiro, que atua como empresário individual ou em sociedade empresária, e sobre o qual recai a 33 responsabilidade ilimitada pelas obrigações assumidas. O sócio oculto ou participante não aparece perante terceiros, respondendo apenas perante o sócio ostensivo, conforme previsto em contrato. É preciso destacar que o sócio participante, embora não possa adminis- trar a sociedade, tem direito de fiscalizar a gestão dos negócios. Contudo, se passar a tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, passará a responder solidariamente com ele. Mesmo que o ato constitutivo da sociedade em conta de participação seja levado a registro, no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, ela não deixará de ser considerada secreta para as atividades comerciais e, portanto, não deixará de ser classificada como sociedade não personificada. Assimile Considerando que a sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação social por ter características de uma sociedade não personificada (art. 1.162 da Lei nº 10.406/02), nesse caso, o nome empresarial obrigatoriamente será o mesmo que do sócio ostensivo. Na SCP, a figura do sócio ostensivo, pode ser representada por uma pessoa física ou jurídica que assumirá todo o negócio jurídico em seu nome, sendo o único responsável pelas obrigações perante terceiros (clientes, credores, empregados, entre outros). Nessa sociedade temos ainda os “sócios participantes”, também conhecidos como sócios ocultos, que, por um lado, participam com o aporte de capital, visando apenas a divisão de lucros, mas que, por outro, podem sofrer perdas. No entanto, estes últimos continuam com a “proteção” por não terem nenhuma obrigação perante terceiros estranhos à sociedade. Com a publicação da Instrução Normativa nº 1.863/18, que dispõe sobre o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), todas as sociedades em conta de participação estão obrigadas a realizar a inscrição no CNPJ, mesmo que não possuam o contrato social registrado na Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Nesse caso, basta que seja elaborado contrato simples, o qual terá efeito somente entre as partes. Quanto aos possíveis regimes tributários, a SCP não poderá optar pelo Simples Nacional. Essa vedação está expressa na Lei Complementar nº 123/2006, § 3º, inciso I. Dessa forma, ela poderá optar entre os regimes tributários do lucro presumido ou do lucro real, sempre se atentando à atividade desenvolvida e a seu faturamento acumulado no ano anterior. 34 Sociedade comum Tipo societário que ainda não possui contrato social registrado na Junta Comercial ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Nesse caso, podemos entender que há desídia dos sócios e não de vedação legal, como na socie- dade em conta de participação. Tomando como exemplo uma sociedade limitada em processo de consti- tuição, pode-se dizer que, enquanto não for concluído o seu registro, ela será regida na forma de sociedade em comum mesmo que esteja já em atividade. Na sociedade em comum, os sócios podem provar a existência da socie- dade somente por escrito, mas os terceiros (clientes e credores) podem prová-la de qualquer modo. Isso faz com que atuar na forma de sociedade em comum não seja um bom negócio, dificultando as relações com terceiros. Um exemplo claro é quando a sociedade comum tentar usar o direito na busca e proteção de seus interesses, ou seja, caso tenha que realizar uma cobrança judicial, ela não poderá ser concretizada, porque não há a inexistência de uma pessoa jurídica. Para complicar a situação, a sociedade não tem força contra terceiros, porém terceiros têm força contra a sociedade. Exemplificando Vamos nos colocar no lugar de um contador que acabou de abrir uma empresa de consultoria. Logo em seu primeiro trabalho, ele se depara com o seguinte desafio: orientar dois empresários sobre os perigos de exercerem atividades comerciais sem a devida constituição e legali- zação da empresa. Os dois empresários solicitaram, então, alguns esclarecimentos para continuar com as atividades empresariais. Um deles adquiriu uma licença para trabalhar com produtos de limpeza de uma determinada marca, mas ficou sem capital para manter seu negócio. Nesse momento, ele procurou outra pessoa (possível sócio) que pudesse fazer o aporte financeiro para que iniciasse suas atividades de representação e venda dos produtos. Dessa forma, mesmo sem as devidas regularizações e documentos de constituição da nova empresa, eles iniciaram as operações com um simples contrato formalizado entre eles e sem qualquer tipo de registro. As dúvidas dos empresários são as seguintes: • A sociedade com um simples contrato sem registro pode ser considerada uma empresa? 35 • Quais são os tipos de empresa (naturezas jurídicas) mais adequados à reali- dade deles? • Um dos sócios quer apenas fazer o aporte de capital e não quer ter nenhum tipo de responsabilidade perante terceiros, por isso tem dúvidas e precisa de uma orientação para se sentir seguro quanto ao seu investimento. Resolução: Primeiro passo – como contador e consultor empresarial, você deve orientá-los sobre os problemas que poderão enfrentar ao iniciarativi- dades empresariais sem o devido registro. Em suas orientações, deve estar destacado que a empresa ainda é considerada uma sociedade não personificada, pois ainda não possui o devido registro empresarial na Junta Comercial ou no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Devido a essa situação, os dois serão responsabilizados por todas as ações e problemas que suas atividades venham a ter perante terceiros. Segundo passo – para a regularização da empresa existem algumas possibilidades de natureza jurídica que podem ser aplicadas a esse tipo de situação. A primeira indicação seria a sociedade limitada, por ser a natureza jurídica mais utilizada pelos empresários do Brasil e por possuir cláusulas contratuais bem definidas, além de proteção ao patri- mônio dos sócios perante terceiros. Terceiro passo – mesmo com todas as explicações anteriores, um dos sócios tem certa insegurança quanto à proteção do seu patrimônio e deseja permanecer oculto nas ações da empresa perante terceiros. Nesse caso, a natureza jurídica mais indicada será a Sociedade em Conta de Participação (SCP), com código de natureza jurídica 212-7. A instrução normativa da Receita Federal do Brasil nº 1.863/18, obriga essas empresas ao CNPJ, mas, mesmo assim, não lhes confere nenhuma personalidade jurídica. Um alerta deve ser formalizado ao cliente: a SCP, por não possuir personalidade jurídica, não será considerada como microempresa ou empresa de pequeno porte, portanto não poderá exercer a opção pelo regime de tributação do Simples Nacional. Reflita São muitas as dúvidas dos empresários no momento de constituição de uma nova empresa, principalmente no que se refere às suas responsa- bilidades perante terceiros e a sua segurança jurídica, ou seja, proteção ao seu patrimônio. 36 Ao iniciar o processo de abertura de uma nova empresa como contador, devemos fazê-lo por meio de uma espécie de entrevista com o possível cliente. Nessa entrevista, alguns critérios devem ser estabelecidos para que as projeções sejam mais próximas da realidade e proporcionem maior segurança aos investidores. Mas quais seriam as perguntas realizadas? • Qual vai ser a atividade da nova empresa? • Qual a quantidade de possíveis sócios interessados em investir nesse novo negócio? • Quais os tipos de sócios (PF ou PJ)? • Há interesse em participar do negócio ou será apenas investimento? • Qual o valor do capital investido? • Qual a projeção de faturamento mensal e anual? • Análise tributária sobre os produtos ou serviços comercializados, onde será identificada a possível forma de tributação da empresa e quais os impostos que serão recolhidos por ela. Enfim, os desafios são enormes! Sem medo de errar Vamos relembrar o caso da construtora? Um grupo de empresários deseja abrir uma nova empresa com atividade de construção civil, mas ainda existem muitas dúvidas a respeito de sua forma de constituição. Nesse desafio, temos de auxiliar o contador da nova empresa a elaborar o plano de constituição dela. Mas antes vamos relembrar alguns fatos forne- cidos pelos investidores. • A nova empresa terá um quadro acionário composto por 20 integrantes, sendo um deles uma pessoa jurídica que terá maior participação dentro do capital social da nova empresa e será o administrador. • Capital social de R$ 1.000.000,00. • Projeção de faturamento anual superior a R$ 80.000.000,00. • Contratação de 150 funcionários que sejam residentes no mesmo município onde a empresa será constituída. 37 • Somente um dos investidores será o administrador da empresa, os demais desejam apenas realizar o investimento e ter suas respectivas participações nos lucros gerados pela empresa. Dados iniciais fornecidos, agora vamos delimitar as ações que devem ser tomadas pelo contador para iniciar o planejamento tributário dessa nova empresa. • Analisar o quadro societário. • Analisar a atividade econômica da empresa. • Verificar o faturamento da empresa. • Identificar o administrador da sociedade. • Decidir sobre abertura de capital para novos investidores. Primeiro passo – analisando o quadro societário, você pode identificar que a empresa terá 20 integrantes e um deles será a pessoa jurídica que terá a maior parte do capital social. Neste caso, somente as personalidades jurídicas de sociedade limitada e sociedade anônima tornam-se viáveis para esse tipo de empreendimento. Segundo passo – a atividade de construção civil é uma informação importante, mas, de acordo com a Lei nº 6.404/1976, não há nenhum fator determinante nela que influencie a opção de natureza jurídica da empresa. Terceiro passo – a projeção de faturamento inicial superior a R$ 80.000.000,00, é um fato relevante e, neste caso, obriga a empresa ao regime tributário do Lucro Real. Porém, as personalidades jurídicas mais interes- santes ainda podem ser a sociedade limitada e a sociedade anônima. Quarto passo – a abertura de capital para novos investidores, como negociação de suas ações em bolsa de valores, gera muitas opções de entrada de recursos de terceiros na nova empresa. Mas, neste caso, temos uma restrição: agora a empresa apenas poderá ser constituída sob a forma de sociedade anônima. Aqui analisamos várias informações e fatos relevantes do ponto de vista tributário, mas somente um foi determinante para definir a natureza jurídica adequada para a nova empresa. Sociedades anônimas, em um primeiro momento, podem ter seu processo de constituição mais burocrático que as demais personalidades jurídicas, no entanto possuem muitas vantagens. 38 Uma delas é a possibilidade de buscar recursos de terceiros a um custo muito mais baixo do que os empréstimos e financiamentos disponibilizados pelas instituições financeiras, já que ela pode negociar (vender) suas ações na bolsa de valores, captando mais investidores. Outra vantagem é o nível de profissionalização que esse tipo de empresa exige em sua administração para atrair mais investimentos. Avançando na prática Abertura de uma empresa de cosméticos Dois sócios querem investir o seu capital na abertura de uma nova empresa no ramo de cosméticos e manipulação de medicamentos. Os dois pretendem atuar de forma direta na empresa e querem ter autonomia em suas atividades. Um deles possui formação em Farmácia e será responsável direto pela compra, venda e manipulação de todos os produtos vendidos pela empresa; o outro é bacharel em Administração de Empresas e será responsável por administrar os recursos financeiros da empresa e tomar as decisões necessárias para que ela mantenha suas atividades operacionais, sempre objetivando o lucro. Vamos aos dados fornecidos por eles na primeira conversa com o futuro contador: • O valor do capital social da empresa será R$ 100.000,00, e cada um deles terá direito a 50% de participação. • Os sócios querem ter autonomia para tomada de decisão, tanto na área de produção, quanto no setor administrativo e financeiro da empresa. • Necessitam de certa segurança jurídica, ou seja, querem proteger o seu patrimônio particular contra terceiros. • Trata-se de uma pequena empresa, e os sócios não pretendem abrir o seu capital para novos investidores. Resolução da situação-problema O contador tem poucos dados para analisar nesta atividade, mas já temos alguns fatores determinantes para indicar qual será a natureza jurídica mais indicada para esse tipo de empresa. Primeiro fato – a empresa possui mais de um sócio, portanto só poderá ser constituída sob a forma de sociedade empresária ou sociedade anônima. 39 Segundo fato – vamos relembrar o que nos diz o Código Civil em seu art. 1.052: “Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integrali- zação do capital social” (BRASIL, 2002). Nesta análise, a natureza jurídica mais indicada para abertura da empresa de cosméticos será a Sociedade Limitada. Em suas cláusulas contratuais, os sócios podem estipular que ambospossam exercer a administração da socie- dade de forma isolada, ou seja, com maior liberdade e autonomia na tomada de decisão. Também terão direito à participação nos lucros da empresa de acordo com seus percentuais de participação no capital social e garantirão proteção ao seu patrimônio particular, pois responderão de forma limitada ao capital social da empresa. Faça valer a pena 1. Durante o processo de constituição de uma nova empresa, todos os envol- vidos (empresários, contadores, administradores e investidores) devem ter a consciência de que a qualidade das informações apresentadas afeta direta- mente sua produtividade, competitividade e lucratividade. Existem algumas naturezas jurídicas sob as quais uma empresa pode ser constituída. Marque a alternativa que se refere ao tipo de sociedade em que os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. a. EIRELI. b. Empresário individual. c. Sociedade simples. d. Sociedade limitada. e. Sociedade anônima. 2. Na prática, esse tipo de sociedade encontra maior facilidade na captação de recursos de terceiros com custo menor, uma vez que, geralmente, admite negociação de ações em bolsa de valores e mercado de capitais. Seu capital se divide em ações, responsabilizando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Marque a opção correta para o tipo de sociedade que acaba de ser descrita. a. Sociedade limitada. b. Sociedade empresária. 40 c. Sociedade simples. d. Sociedade em conta de participação. e. Sociedade anônima. 3. Dentro das classificações de sociedades, podemos separá-las em socie- dades personificadas e não personificadas. As sociedades denominadas sociedades não personificadas, de acordo com os arts. 986 a 996 do CC/2002, não possuem personalidade jurídica por não possuírem registro. Analise os tópicos a seguir: I. Sociedade em conta de participação. II. Sociedade simples. III. Sociedade comum. Marque a alternativa que se refere às opções corretas no que diz respeito às sociedades não personificadas. a. I está correta. b. I e III estão corretas. c. II e III estão corretas. d. I e II estão corretas. e. I, II e III estão corretas. 41 Seção 3 Planejamento tributário Diálogo aberto Caro aluno, Chegamos ao final desta unidade do livro e nela vamos finalizar os estudos sobre os conceitos iniciais do planejamento tributário. Até agora trabalhamos com as noções de tributos, suas espécies e classificações e com as formas de constituição empresarial, ou seja, com as informações mais importantes para darmos início a um planejamento tributário consistente e que auxilie o gestor na tomada de decisão. Nesta seção, estudaremos informações pertinentes aos conceitos de elisão fiscal, evasão fiscal e simulação fiscal. Aqui você vai aprender como cada um deles é definido e quais as consequências para aquelas empresas que não utilizam as ferramentas corretas para traçar planos e objetivos que possam representar economia tributária. Inseguros sobre os custos para constituir e estabelecer a nova empresa no município, o grupo empresarial (futuros sócios da construtora) cogitou a ideia de abrir a empresa somente através dos documentos oficiais exigidos para sua constituição. Isso significa que a empresa não existirá de fato, ou pelo menos fisicamente, já que sua administração será feita por outra empresa já estabelecida em outro município. Nesse ponto, a empresa de consultoria deve elaborar todas as orientações pertinentes aos conceitos de elisão fiscal, evasão fiscal e simulação fiscal. Em seu parecer, a empresa de consultoria deve apresentar as situações previstas na Lei nº 8.137/90 que se refere aos crimes contra a ordem tributária. Lembre-se de que este momento é muito importante, pois a empresa está iniciando seu processo de constituição e o grupo de empresários precisa estar ciente de todos os problemas que possam ocorrer, caso não sigam as orienta- ções de forma correta. Mãos à obra! 42 Não pode faltar Todas as empresas brasileiras desejam alcançar condições de alta compe- titividade, mas para isso, em primeiro lugar, devem buscar a redução de custos, passando por reestruturações em seus sistemas produtivos, sempre com foco em possíveis mudanças que possam contribuir positivamente para suas atividades no futuro. A redução dos custos tributários também está entre os principais objetivos. A correta escrituração fiscal e o controle dos tributos que incidem sobre a atividade de uma empresa, refletem de forma direta na capacidade de formar preços de venda cada vez mais competitivos. Segundo Oliveira (2013), para se conseguir uma redução legal do ônus tributário empresarial, busca-se pela contabilidade tributária, um conjunto de atuações e procedimentos operacionais que orientam o exato recolhi- mento do montante devido, gerado em suas operações. A nossa legislação tributária, aplicada de acordo com as premissas estabelecidas na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional, traz importantes avanços e pode elevar uma empresa a um patamar superior de rentabilidade. A união dos instrumentos de controle de gastos, redução de custos, escri- turação fiscal e controle dos tributos de acordo com a legislação pode ser denominada planejamento tributário. Para o entendimento definitivo do que é planejamento tributário, vamos abordar, em primeiro lugar, três conceitos já amplamente discutidos e que são úteis no desenvolvimento das questões tratadas neste estudo. Na figura a seguir, temos suas principais terminologias: Figura 1.1 | Terminologias utilizadas na doutrina Evasão �scal Elisão �scal Simulação �scal Fonte: elaborada pelo autor Evasão fiscal Na doutrina tributária brasileira, a evasão fiscal corresponde aos meios ilícitos que o contribuinte utiliza para retardar o recolhimento ou até mesmo deixar de recolher o tributo, o qual já é devido pela ocorrência do fato gerador. 43 Características da evasão fiscal O contribuinte ou responsável pelo recolhimento dos tributos é obrigado a entregar determinada quantia ao governo, ato que se dá logo após a ocorrência do fato gerador. Uma das características do ser humano sempre será a de buscar amenizar o montante de dinheiro entregue ao governo na forma de recolhimento de tributos. Tal característica se torna a base da evasão fiscal quando ocorre a situação de desrespeito, representada pela falta de pagamento ou recolhi- mento menor dos tributos apurados. Portanto, esse tipo de situação, de acordo com Oliveira (2013), pode ser conceituado como qualquer ação ilícita ou omissão com tendência a reduzir ou retardar o cumprimento de obrigação tributária. Percebeu como dentro das características da evasão fiscal estamos sempre utilizando termos como ilícito ou omissão? Dessa maneira, na evasão fiscal, dizemos que o tributo é devido, mas não é repassado ao Estado, ou é repassado, mas em quantia inferior à devida, de forma que o fato gerador praticado é simulado com o intuito de pagar menos ou até mesmo de não pagar tributos. De acordo com Peixoto (2004), a evasão fiscal pode ser dividida em duas espécies: evasão omissiva e evasão comissiva. Quadro 1.5 | Tipos de evasão fiscal e suas características Evasão omissiva Praticada de forma intencional ou não. Pode ser subclassificada em imprópria ou por inação. Imprópria – ocorre quando o contribuinte nem chega a praticar o fato gerador do tributo, evitando-o para que não haja a obrigação de pagamento do tributo. Inação – ocorre após o surgimento do fato gerador, podendo ser não intencional, quando ocorre a falta de conhecimento do dever fiscal; ou intencional, caso o contribuinte, de forma deliberada, pratica o ato de sonegação fiscal, podendo ocorrer a falta ou atraso no recolhi- mento do tributo. 44 Evasão comissiva O contribuinte, de forma voluntária e consciente, adota uma condu- ta irregular, visando eliminar, reduzir ou retardar o pagamento do tributo. Este tipo
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