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COGNIÇÃO-E-APRENDIZAGEM-DA-PSICOPEDAGOGIA

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 O QUE SÃO ASPECTOS COGNITIVOS DA APRENDIZAGEM? .............. 3 
3 A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL .................... 5 
4 COGNIÇÃO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: POSSÍVEIS 
CONTRIBUIÇÕES ...................................................................................................... 8 
4.1 Sistema nervoso e cognição ................................................................ 9 
5 O PSICOPEDAGOGO E OS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM .......... 13 
6 AS INTERVENÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA NA REDUÇÃO DOS 
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM ........................................................................ 15 
7 A PSICOPEDAGOGIA E A FAMÍLIA NO PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM ...................................................................................................... 21 
8 O QUE É DÉFICIT COGNITIVO? ............................................................. 25 
9 NEUROCIÊNCIA COGNITIVA: A CIÊNCIA DA APRENDIZAGEM E DA 
EDUCAÇÃO .............................................................................................................. 28 
9.1 O QUE É NEUROCIÊNCIA COGNITIVA? ......................................... 29 
9.2 COMO A NEUROCIÊNCIA PODE AJUDAR NO APRENDIZADO ..... 30 
10 ESTIMULAÇÃO COGNITIVA ................................................................ 31 
11 ASPECTOS COGNITIVOS DA APRENDIZAGEM E A DIFICULDADE DE 
APRENDIZAGEM ...................................................................................................... 33 
12 A IMPORTÂNCIA DA ESTIMULAÇÃO DA COGNIÇÃO SOCIAL PARA 
APRENDIZAGEM ESCOLAR .................................................................................... 41 
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 44 
14 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
3 
 
2 O QUE SÃO ASPECTOS COGNITIVOS DA APRENDIZAGEM? 
Os aspectos cognitivos atuam como motor no processo de aprendizagem. É 
importante que tenhamos em mente que existem muito mais coisas envolvidas nesse 
desempenho cerebral. No entanto, não é possível falar sobre o ato de aprender sem 
relembrarmos alguns conceitos, dentre eles a cognição. 
 
O que é cognição? 
 
Bom, a cognição é o ato que consiste em processar as informações. A função 
dessa habilidade é o de perceber, integrar, compreender e responder adequadamente 
a todos os estímulos do ambiente de uma pessoa. Vale ressaltar que isso leva o 
indivíduo a pensar e a avaliar como e o que fazer para cumprir uma tarefa ou uma 
atividade social. 
Além disso, vale salientar que para processar, torna-se necessário o 
envolvimento de várias regiões cerebrais, que são responsáveis por abrigar 
determinadas funções que expressam uma habilidade específica. 
Outro detalhe que merece ser destacado é que estas partes devem estar 
íntegras, maduras de acordo com a idade e se interconectarem de maneira adequada. 
Tudo isso para que ocorra uma boa resposta do cérebro aos estímulos do ambiente 
e, por extensão, a concretização da aprendizagem e a evolução adaptativa para novas 
aprendizagens. 
Dentro do processo de aprendizagem ocorre o conhecemos por 
desenvolvimento cognitivo, que pode ser definido como o aprimoramento dessas 
habilidades, cuja evolução constante tende a propiciar uma vida de autonomia ao 
indivíduo. Sendo assim, é importante trabalhá-la e ficar atento a algum sinal que 
denote um possível atraso. 
 
Aspectos cognitivos da aprendizagem no autismo 
 
Peguemos como exemplo uma criança que conviva com o Transtorno do 
Espectro Autista (TEA). Quando ela estuda em uma turma com alunos regulares, a 
educadora deve compreender que nem todo estímulo poderá ser suficiente para 
 
 
4 
 
conduzir o estudante em questão a ser participativo durante as aulas, pois alguma 
parte da cognição pode se encontrar em déficit. 
Não são poucas as vezes que a linguagem verbal pode apresentar algumas 
carências em detrimento de algumas funções executivas da mesma criança. Para ficar 
mais esclarecido, vale reiterar também que a depender do grau do transtorno e até 
mesmo do tempo em que o pequeno recebe as intervenções de especialistas, dois 
estudantes com TEA podem manifestar sinais completamente diferentes. Importante 
reiterar que esse aspecto é único e que cada pessoa apresenta uma determinada 
característica. 
Sendo assim, podemos dizer que a aprendizagem no autismo tem como marca 
o aspecto fragmentado. Isso significa que o raciocínio de uma criança com TEA pode 
não completar diferentes partes de um todo, na maior parte. Isso não é algo integral, 
o que pode ser notado também pela tendência desse público específico a preferir 
atividades que apostam mais na rotina e aquelas que são completamente repetitivas. 
 
A cognição e o cérebro 
 
Devemos relembrar que o cérebro, em sua totalidade, é dividido em regiões no 
qual cada parte atua com uma função predominante, porém interligada e integrada 
com outras áreas. Com isso, vale lembrar que estas conexões costumam se 
aprofundar e a se interconectar na formação de unidades funcionais, cujo papel 
preponderante na geração ocorre, além da coordenação e manutenção das funções 
cerebrais em rede. 
Devemos ressaltar que estas, em conjunto com outras partes funcionais, 
coordenarão o processamento das mais variadas informações no cérebro, são elas: 
ler, escrever, pensar, perceber sons/estímulos visuais, entender símbolos, perceber a 
face de seu semelhante e sentir algo resultante, etc. Por fim, vale salientar que a 
aprendizagem infantil e todos os atos que são executados pelo ser humano dependem 
inteiramente dessa conexão mencionada aqui. 
 
 
 
5 
 
3 A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 
Nessa reflexão podemos notar o que é e do que trata a Psicopedagogia, que 
teve a sua origem no século XIX na Europa como atuação na área da saúde com 
deficiências e na educação com crianças com comportamento inadequados e 
dificuldade de aprendizagem, tem a sua atuação caracterizada na reeducação, 
segundo o contexto histórico social o cientificismo que tinha como foco a crença na 
ciência e no positivismo. 
 
Fonte: domboscoead.com.br 
 Em um primeiro momento foi organizada numa visão organicista sobre os 
problemas de desenvolvimento e aprendizagem detendo com isso uma visão 
patológica do ente da aprendizagem, mesmo antes dessa ciência chegar ao Brasil 
chegou primeiro na Argentina em meados da década de setenta, tendo sido criado em 
Buenos Aires os primeiros cursos de Psicopedagogia primeiramente entendido como 
Centros de Saúde Mental, as razões para a sua criação foi a grande demanda nos 
problemas da aprendizagem. 
Nessa década com forte influência da Argentina a Psicopedagogiachegou ao 
Brasil como uma oportunidade de resolução das demandas dos grandes problemas 
da aprendizagem, deste modo surgiu em Porto Alegre Rio Grande do Sul o Centro de 
estudos Psicopedagógicos que inicialmente estudou com bases nos princípios 
 
 
6 
 
europeus se utilizando do Método Terapêutico da Pedagogia Curativa fechando-se a 
sua atuação no campo clínico que tinha como denominação Pedagogia Terapêutica, 
Em 1979 foi criado e fundado o Curso de Formação clínica e Institucional de 
Psicopedagogia formulado no instituto SEDES SAPIENTIAE no estado de São Paulo, 
nessa época houve uma grande procura por intervenções educacionais daí a 
necessidade de criação do instituto para lidar com problemas da aprendizagem, com 
isso surgiram os cursos de especialização e pós graduação em várias instituições. 
 
O que é psicopedagogia 
 
A Psicopedagogia é um campo de estudo que se preocupa com a 
aprendizagem humana, geralmente temos a concepção que psicopedagogia é apenas 
a junção da psicologia com a pedagogia. 
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma 
demanda - o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco 
explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia – e 
evoluiu devido a existência de recursos, ainda que embrionários, para atender 
a essa demanda, constituindo- se assim, em uma prática. Como se preocupa 
com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo 
de aprendizagem. Portanto, vemos que a psicopedagogia estuda as 
características da aprendizagem humana: como se aprender, como essa 
aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, 
como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, 
tratá-las e a preveni-las. (BOSSA, 2007, p. 24, Apud ANGELO J. S. 2018) 
Normalmente se pensa na aprendizagem apenas num conjunto de criança e 
escola, essa relação na verdade existe, mas não somente essa, pois, não se pode 
medir a idade da aprendizagem, num sentido de quando a criança aprende, pois 
aprendemos a vida toda e em todos os lugares não necessariamente na escola, nesse 
sentido o leque de atuação de um psicopedagogo não se prenderá apenas na criança 
mais em todo aquele que tiver dificuldade no processo de aprender. 
Existem duas grandes áreas de atuação do psicopedagogo, a área clínica e a 
institucional, contudo independente da área o que voga é o processo de 
aprendizagem, porém dependendo de onde está o sujeito do processo ficará diferente, 
se na área clínica será necessário fazer um trabalho individualizado, resultando em 
uma intervenção se assim for necessária, geralmente esse profissional atua em um 
consultório, por isso algumas escolas ao invés de ter no seu quadro um profissional 
 
 
7 
 
com essa habilitação contrata-o em sua clínica cabendo ao mesmo se deslocar a 
escola para uma avaliação de um respectivo aluno ou grupo de alunos. 
 Já o psicopedagogo institucional trabalhará semelhante ao clínico pois os 
processos são os mesmos, o diferencial é que a resolução dos problemas da 
aprendizagem se dará em um espaço mais coletivo, assim sendo qualquer empresa, 
loja, instituição, hospital entre outros locais é uma instituição onde poderá trabalhar, 
desta forma o trabalho do psicopedagogo na escola segundo Bossa (2007) é 
necessário, pois, no primeiro nível o psicopedagogo atua nos processos educativos 
com o objetivo de diminuir a “frequência dos problemas de aprendizagem”. Seu 
trabalho incide nas questões didático-metodológicas, bem como na formação e 
orientação de professores, além de fazer aconselhamento aos pais. No segundo nível 
o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagens já instalados. Para tanto 
cria-se plano diagnóstico da realidade institucional, e elaboram-se planos de 
intervenção baseados nesses diagnósticos a partir do qual se procura avaliar os 
currículos com os professores, para que não se repitam tais transtornos. No terceiro 
nível o objetivo é eliminar transtornos já instalados em um procedimento clínico com 
todas as suas implicações. O caráter preventivo permanece aí, uma vez que ao 
eliminarmos um transtorno, estamos prevenindo o aparecimento de outros. 
Em se tratando da escola o psicopedagogo tem como foco trabalhar com o 
aluno, o pedagogo, orientadores e professores. Para (SANTOS, 2011, p. 02), o 
trabalho na instituição escolar apresenta duas naturezas: O primeiro diz respeito a 
uma psicopedagogia voltada para o grupo de alunos que apresentam dificuldades na 
escola. O seu objetivo é reintegrar e readaptar o aluno à situação de sala de aula, 
possibilitando o respeito às necessidades e ritmos. Tendo como meta desenvolver as 
funções cognitivas integradas ao afetivo, desbloqueando e canalizando o aluno 
gradualmente para a aprendizagem dos conceitos conforme os objetivos da 
aprendizagem formal. O segundo tipo de trabalho refere-se à assessoria junto a 
pedagogos, orientadores e professores. Tem como objetivo trabalhar as questões 
pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos 
pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo, através da aprendizagem dos 
conceitos e as diferentes áreas do conhecimento. 
Assim sendo o Psicopedagogo tem como instrumento de trabalho: a atenção 
concentrada, a capacidade de tomada de decisão. As tais, são habilidades que a 
 
 
8 
 
pessoa humana precisa ter e se não tem deve-se analisar os porquês, ou seja, pode 
ser uma dificuldade por parte do aluno para expressar aquilo que ele sabe, tomar uma 
decisão e usar o conhecimento de uma maneira mais rápida são qualidades a serem 
desenvolvidas no processo de intervenção do psicopedagogo. 
4 COGNIÇÃO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: POSSÍVEIS 
CONTRIBUIÇÕES 
O individuo através da constante interrelação com o meio constrói sua 
aprendizagem, mas sabemos que nesse meio termo vários fatores podem influenciar 
ou prejudicar a aprendizagem do mesmo. Entre as dificuldades podem-se destacar 
alguns distúrbios ou dificuldades de aprendizagem como: Dislexia, Discalculia, 
Autismo, TDAH (Transtorno de Déficit Aprendizagem e Hiperatividade), entre outros. 
A aprendizagem do indivíduo depende de suas experiências. É, portanto, um 
processo pessoal e individual, tem fundo genético segundo algumas teorias da 
aprendizagem, mas também dependem de vários fatores como: dos esquemas de 
ação inatos do indivíduo; do estágio de maturação do sistema nervoso; do tipo 
psicológico (introvertido e extrovertido), do seu esforço e interesse. 
Vale ressaltar, que há fatores fundamentais para que a aprendizagem seja 
efetivada: motivação; saúde física e mental; maturação; inteligência; concentração e 
atenção; memória entre outros. O processo pelo qual o individuo passa depende da 
integração, das funções neurológicas que precisam de exercícios para 
amadurecimento das bases neurológicas, ou seja, são necessários estímulos visual, 
tátil, auditivo, sinestésico (movimentos), além disso, há também estímulos da 
linguagem gestual (mímica) e os movimentos articulatórios essenciais para à 
aquisição da fala. 
Para que a aprendizagem ocorra devemos compreender o funcionamento do 
centro nervoso, da articulação da palavra e o centro da articulação da escrita que só 
entram em atividade pelo ensinamento com a aprendizagem de sinais ou códigos e 
regras. Entende-se que os nervos e o sistema nervoso funcionam com as experiências 
com determinada fase de maturação e não com o ensino e aprendizagem, pois nos 
primeiros anos de vida o individuo só aprende a memorizar com a prática. 
 
 
9 
 
 Diante disso,quando ocorre a malformação, distúrbio ou interrupção do 
cérebro, medula nervosa e nos nervos, prejudica os estímulos e consequentemente a 
aprendizagem. O desenvolvimento mental da criança é gradativo e vai progredindo e 
a educação contribui para sua capacidade do desenvolvimento cognitivo, afetivo e 
social. 
 
Fonte:br.guiainfantil.com 
4.1 Sistema nervoso e cognição 
O Sistema Nervoso central é compreendido pelo cérebro, cerebelo e medula 
espinhal. O primeiro está localizado no final da coluna vertebral. Todos os nossos 
movimentos durante o dia como caminhar, correr, saltar entre outras exigem energia 
e nosso cérebro necessita de uma dieta balanceada, pois uma dieta desequilibrada 
pode exigir sintomas negativos. A conexão do cérebro que existe entre uma célula e 
outra por onde viajam as mensagens por meio de substancias químicas são 
chamados de neurotransmissores. Esta substancia química é responsável de carrega 
mensagens entre diferentes células estes são chamados de sinapses. 
As sinapses podem ser dividas em três tipos: químicas, elétricas e mistas. Na 
química um neurônio se comunica com outro por meio de uma substancia química, ou 
seja, um neurotransmissor. Na elétrica duas membranas se encontram coladas e as 
informações são transmitidas diretamente. Já na mista que é a junção da química e 
 
 
10 
 
elétrica os neurônios comunicam-se de duas formas descritas anteriormente. O nosso 
cérebro possui duas regiões importantes o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo: 
o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo. Estes hemisférios apresentam cada um 
quatro lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. O corpo caloso é uma estrutura do 
cérebro que une os dois hemisférios. 
O cérebro é formado por matéria branca e cinzenta. A matéria branca é formada 
por axônios (no centro do cérebro) e a matéria cinzenta por corpos neurais (no córtex 
e nos gânglios da base do cérebro). O cérebro conta também com dois tipos de 
proteção: Óssea, que forma uma barreira física e a líquida, que serve como 
amortecedora. A caixa craniana ou crânio que recobre o cérebro é uma proteção 
óssea, além disso, temos o líquido cefalorraquidiano que está presente e fora do 
sistema nervos, permitindo que o cérebro seja comprimido e amorteça-se sem sofre 
danos. 
O cerebelo pode ser encontrado abaixo do lobo occiptal e tem como funções 
manter o equilíbrio do corpo e a coordenação dos movimentos, além disso, serve 
como a conexão entre a medula e o cérebro, além de desempenhar papel importante 
no processamento cógnito, coordenando os pensamentos, memória, sentidos e 
emoções. Já a medula espinhal é formada por células nervosas, conectada com o 
cerebelo ao corpo e do com corpo ao cérebro. A coluna vertebral é sua proteção que 
é formada por anéis ósseos que giram uns sobre os outros permitindo mobilidade 
Segundo Fonseca (2007), cognição é compreendida como um ato de captar, 
conhecer, exprimir e elaborar informações. Dá interação multifacetada, entre o corpo, 
o cérebro, e os vários ecossistemas ocorrem o desenvolvimento cognitivo pelo qual 
nos adaptamos ao meio exterior que nos envolve. Desta forma, o transformamos à 
nossa medida. O individuo necessita de condições necessárias para aprender, por 
isso, é de suma importância focar não somente nas funções cerebrais e sua relação 
com os processos cognitivos, mas entender que cada pessoa tem sua particularidade 
de aprender e processar as informações que não depende só do cérebro, mas 
também da estrutura psíquica que geralmente chamamos de afetividade. 
 Entende-se que o desenvolvimento cognitivo é resultado de constantes 
transformações e reestruturações que ocorrem nas diversas interações que o 
individuo estabelece. Para que haja um bom funcionamento do cérebro e da mente 
não somente do biológico, mas também das suas experiências vivenciadas. Vale 
 
 
11 
 
ressaltar também, a cerca da dimensão cognitiva que se trata do desenvolvimento das 
funções cognitivas que permitem a pessoa realizar movimentos, ou seja, o domínio 
das relações espaciais e simbólicas. 
A aprendizagem desempenha papel central no desenvolvimento humano, 
sendo sua principal característica os processos de mudança que acontecem 
como resultado da experiência. Aprendizagem, portanto, é o resultado já 
maduro de um processo que se expressa diante de uma situação-problema, 
sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência. 
Pode-se também afirmar que esse termo tem um sentido muito amplo, pois 
abrange os hábitos que os indivíduos formam os aspectos de sua vida afetiva 
e a assimilação de seus valores culturais. (KATO, 2009, Apud CUNHA M. V. 
L. 2019). 
 Compreende-se que uma criança com dificuldades de aprendizagem é aquela 
que não consegue aprender com os métodos que aprendem a maioria dos alunos, 
seu rendimento escolar esta abaixo de suas capacidades. Em alguns casos são 
encontrados indicadores neurológicos que podem ser base de um problema de 
aprendizagem. 
Acredita-se que um dos grandes desafios do século XXI é a socialização e 
integração das crianças com dificuldades de aprendizagem e estas são causadas por 
diferenças no funcionamento cerebral e da maneira como o cérebro processa as 
informações. A compreensão acerca dos transtornos relacionados ao 
desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem exige abordar uma concepção 
sistêmica. Para que haja um desenvolvimento nas habilidades das crianças com 
problemas de aprendizagem é de suma importância a participação dos pais, 
professores e profissionais especializados proporcionando recursos necessários para 
melhoria na qualidade de vida. 
Segundo Iuculano (2008), algumas crianças apresentam baixo desempenho 
em Cognição Numérica e isso é justificado pela literatura como por um 
empobrecimento do processamento e da compreensão de símbolos numéricos e esse 
empobrecimento tem sido relacionado a uma falta de automatização do conhecimento 
matemático (fatos numéricos) adquirido durante a aprendizagem. 
Em suma, o desempenho em cálculos exige aspectos de processamento 
numérico. 
Vale ressaltar, para que aprendizagem seja significativa, deve-se dá tempo aos 
alunos, pois a matemática é aprendida de forma gradual, o estudante deve ter um 
tempo adequado para organizar o pensamento para integrar novas aprendizagens às 
 
 
12 
 
anteriores, isto é indispensável, e desta forma estará estimulando o raciocínio 
dedutivo do aluno. 
Compreende-se que nos dias atuais o estudante não deve apenas fazer 
operações, mas também passem e comecem a raciocinar acerca destes. Os discentes 
devem participar e os jogos e problemas devem motivá-los a buscar soluções. O 
docente precisa usar de estratégias adequadas que aguce a curiosidade do aluno e 
assim ajudá-los a chegar ás respostas. 
A linguagem das operações matemáticas ou termos usados nas operações 
devem ser compreendidos pelos alunos, a compreensão é de suma importância, 
assim, como associar essa linguagem aos processos. Deve haver também a 
organização de espaço e tempo, pois algumas crianças com dificuldade de 
organização espaço-temporal apresentam erros na resolução de operações 
matemáticas. Há algumas áreas que podem interferir na aprendizagem da matemática 
como: 
 Perseverança: alunos que apresentam dificuldades em pensar mentalmente; 
 Habilidades espaciais: dificuldade em relações espaciais distancia, relações 
de tamanho, e formas de sequencia; 
 Linguagem: dificuldade em compreender termos matemáticos como primeiro, 
último, seguinte, maior que, menor que, etc; 
 Memória: dificuldade de relembrar informações que lhes foram apresentadas; 
 Processamento perceptivo: dificuldades nessa área podem apresentar 
problemas na leitura e escrita de quantidades, na realização de operações e 
às vezes na resolução de problemas. 
Compreende-se, que a aprendizagem é uma sequencia de eventos internos 
que representa o processamento das informações e, por conseguinte, na construção 
do conhecimento por meio da organização, estruturação e compreensão das 
informações,estas características possuem um significado ativo,construtivo, cognitivo, 
além da interação entre o sujeito e a tarefa para que haja uma aprendizagem 
significativa. 
 
 
13 
 
5 O PSICOPEDAGOGOE OS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Para Soares (2014, p. 87) Na prática, o psicopedagogo tem como modelo, 
papéis assumidos tanto pelo psicólogo no que tange a atuação clínica, como do 
pedagogo, no trabalho com aprendizagem. Historicamente é a partir destes modelos 
que surge a identidade do psicopedagogo com uma especificidade que lhe é própria. 
 
Fonte: understood.org 
A ação dos profissionais que lidam com os problemas de aprendizagem, a partir 
da cotidianidade construiu sua práxis, estabelecendo novos ideais, dando assim 
elementos que possibilitam a revisão da atuação educacional. Nas instituições o 
psicopedagogo cumpre a importante função de socializar os conhecimentos 
disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de normas de 
conduta inseridas num mais amplo projeto social, procurando afastar, contrabalançar 
a necessidade de repressão. 
Agindo assim, a maioria das questões poderão ser tratadas de forma 
preventiva, antes que se tornem verdadeiros problemas e/ou também interventiva, se 
a dificuldade de aprendizagem já estiver evidente. Polity (2016, p. 54), faz menção 
 
 
14 
 
com respeito à importância da prevenção e da intervenção psicopedagógica, mas 
enfatizam também que não podemos ignorar a fase que precede a essas ações. 
 A Psicopedagogia sendo um trabalho preventivo e terapêutico, não deixa de 
resultar em um trabalho teórico. Ou seja, tanto na prática preventiva como clínica, o 
profissional procede sempre embasado no referencial teórico adotado. Acreditamos 
que a teoria poderá contribuir para tal referencial por se atentar ao desempenho das 
crianças em idade escolar. 
 No pensar de Pain (2014, p. 93) O problema de aprendizagem não é um termo 
para referência de um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que 
afetam o rendimento e a vida escolar do aluno. É atribuído a várias causas e aspectos 
diferentes que podem prejudicar o funcionamento cerebral. Às vezes, as dificuldades 
de aprendizagem são tão sutis que essa criança não parece ter problema, mas podem 
apresentar uma inteligência na média ou superior e serem excepcionais em algumas 
áreas. 
Bossa (2014, p. 64) afirma que: “Os distúrbios de aprendizagem são 
compreendidos como termo utilizado para explicar comprometimento neurológico que 
interferem na percepção e no processamento de informações pelo aluno impedindo 
sua aprendizagem.” Já Pain (2014, p. 65) considera a dificuldade para aprender como 
um sintoma, que cumpre uma função positiva tão integrativa como o aprender, e que 
pode ser determinado por: 
 Fatores orgânicos: relacionados com aspectos do funcionamento anatômico, 
como o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do sistema nervoso central; 
 Fatores específicos: relacionados à dificuldades especificas do individuo, os 
quais não são passíveis de constatação orgânica, mas que se manifestam na 
área da linguagem ou na organização espacial e temporal, dentre outros; 
 Fatores psicógenos: é necessário que se faça a distinção entre dificuldades de 
aprendizagem decorrentes de um sintoma ou de uma inibição. Quando 
relacionado a um sintoma, o não aprender possui um significado inconsciente; 
quando relacionado a uma inibição, trata-se de uma retração intelectual do ego 
ocorrendo uma diminuição das funções cognitivas que acaba por acarretar os 
problemas para aprender; 
 Fatores ambientais: relacionados às condições objetivas ambientais que 
podem favorecer ou não a aprendizagem do indivíduo. 
 
 
15 
 
Destaca-se assim que um indivíduo com dificuldades de aprendizagem não 
apresenta necessariamente baixo ou alto QI, significa apenas que ele está 
trabalhando abaixo da sua capacidade devido a um fator com dificuldade, em áreas 
como, por exemplo, o processamento visual ou auditivo. As dificuldades de 
aprendizagem normalmente são identificadas na fase de escolarização, por 
profissionais como psicólogos, através de avaliações específicas de inteligência, 
conteúdos e processos de aprendizagem (SOARES, 2014, p. 43). 
 De modo geral, a criança com dificuldades de aprendizagem, apresenta uma 
linha desigual em seu desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem não são 
causadas por pobreza ambiental e/ ou por atraso mental ou transtornos emocionais. 
Portanto, Fonseca (2015) diz que a criança com dificuldade da aprendizagem 
não deve ser “classificada” como deficiente, e sim como uma criança normal que 
aprende de uma forma diferenciada, a qual apresenta uma discrepância entre o 
potencial atual e o potencial esperado. Não pertencendo a nenhuma categoria de 
deficiência, não sendo sequer uma deficiência mental, pois possui um potencial 
cognitivo que não é realizado em termos de aproveitamento educacional. 
 O risco está em não se detectar esses casos, não se proporcionar, no 
momento propício, às intervenções pedagógicas preventivas nos períodos de 
maturação. Se não detectados cedo, a escola pode influenciar e reforçar a 
inadaptação, culminando, muitas vezes, mais tarde, no atraso mental, na delinquência 
ou em sociopatias. 
6 AS INTERVENÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA NA REDUÇÃO DOS 
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM 
Segundo Medina (2016) as atividades interventivas sempre devem começar 
com as crianças, pois nesta fase elas estão em pleno desenvolvimento dos diferentes 
aspectos da aprendizagem. 
 Assim, quando uma criança apresenta dificuldades para aprender, é comum 
que o professor, ou os pais, esperem por um “despertar” ou que a criança, mais cedo 
ou mais tarde passe a aprender igual aos colegas. 
 Destarte, o trabalho do psicopedagogo implica em compreender a situação de 
aprendizagem do sujeito dentro do seu próprio contexto. Tal compreensão requer uma 
 
 
16 
 
modalidade particular de atuação para a situação em estudo, o que significa que não 
há procedimentos predeterminados. Para Sanchez (2014, p. 54) a atuação do 
psicopedagogo tem como objeto central de estudo em torno do processo de 
aprendizagem humana: seus padrões evolutivos. Para Polity (2016, p. 85) “[...] seus 
padrões evolutivos normais e patológicos bem como a influência de meio (família, 
escola, sociedade) no seu desenvolvimento.” A Psicopedagogia estuda o ato de 
aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa da 
aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais, procurando estudar a construção do 
conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé de igualdade 
os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos. 
Complementando o pontuado acima, Scoz et al., (2014) afirma que o 
psicopedagogo estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, e numa ação 
profissional, deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e 
sintetizando-os. E de acordo com Bossa (2014, p. 59) o campo de atuação do 
psicopedagogo refere-se não apenas o espaço físico onde se dá esse trabalho, como 
também ao espaço epistemológico que lhe cabe, ou seja, o lugar deste campo de 
atividade e o modo de abordar o seu objeto de estudo. 
Observa Soares (2014, p. 107), O diagnóstico precoce do transtorno de 
aprendizagem é um ponto fundamental para a superação das dificuldades 
escolares. Para o mesmo autor o psicopedagogo tem a função de orientar os 
educadores e pais sobre a melhor forma de lidar com a criança, direciona a 
elaboração de programas de reforço escolar e a adoção de estratégias 
clínicas e/ou educacionais que auxiliam a criança no desenvolvimento 
escolar. É preciso, também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o 
que é aprender; como interferem os sistemas e métodos educativos; os 
problemas estruturais que intervêm no surgimento dos transtornos de 
aprendizagem e no processo escolar. (Apud MOURA A. A. 2019) 
Pelo exposto acima, para o psicopedagogo, aprender é um processo que 
implica pôr em ação diferentes sistemas que intervêm em todo sujeito: a rede de 
relações e códigos culturais e de linguagem que, desde antes do nascimento,têm 
lugar em cada ser humano à medida que ele se incorpora à sociedade. 
 A atuação do Psicopedagogo refere-se a um saber e a um saber-fazer, às 
condições subjetivas e relacionais – em especial familiares e escolares – às inibições, 
atrasos e desvios do sujeito ou grupo a ser diagnosticado. O conhecimento do 
psicopedagogo não se cristaliza numa delimitação fixa, nem nos déficits e alterações 
 
 
17 
 
subjetivas do aprender, mas avalia a possibilidade do sujeito, a disponibilidade afetiva 
de saber e de fazer, reconhecendo que o saber é próprio do sujeito. 
Então, Fernández (2013, p. 62) acrescenta que: A “escuta” da psicopedagogia 
não se situa no aluno, no professor, na sociedade ou família, e sim nas múltiplas 
relações entre eles. Em direção a uma síntese preliminar, a atuação do 
psicopedagogo, refere-se ao estabelecimento do marco fundante da ação terapêutica 
– a definição do universo da relação clínica – e que, portanto, englobam elementos 
como tempo, lugar, frequência, duração, material de trabalho e estabelecimento da 
atividade, nessa modalidade de tratamento que tem como objetivo, sempre, solucionar 
os problemas de aprendizagem. Podemos observar que, a atuação do psicopedagogo 
busca ter, uma visão integrada e integradora da aprendizagem humana, considerando 
seus padrões evolutivos normais e patológicos, bem como as influências do meio 
social (família, escola e sociedade), determinantes do seu desenvolvimento. 
O trabalho clínico do Psicopedagogo tem função preventiva na medida em que, 
ao tratar determinados problemas, pode prevenir o aparecimento de outros bem como 
amenizar ou sanar os já existentes. O psicopedagogo verifica as características da 
família, da escola, ou até mesmo do professor, pois, eles podem ser a causa 
desencadeante do problema de aprendizagem. 
 Assim, essas características que constituem a causa problemática influenciam 
também na forma de abordagem do profissional. Ainda que o psicopedagogo 
desejasse, seria impossível negar a família, a escola, o professor ou mesmo a 
comunidade. Na opinião de Fernández (2013) e Paín (2014), sobre o exposto acima, 
as autoras consideram que: O problema de aprendizagem pode ser gerado por causas 
internas ou externas à estrutura familiar e individual, ainda que sobrepostas. Os 
problemas ocasionados pelas causas externas são chamados por essas autoras de 
problemas de aprendizagem reativos, e aqueles cujas causas são internas à estrutura 
de personalidade ou familiar do sujeito denominam-se inibição ou sintoma – ambos 
os termos emprestados da Psicanálise. 
Para resolver o fracasso escolar, quando provém de causas ligadas à estrutura 
individual e familiar da criança, vai ser requerida uma intervenção psicopedagógica 
especializada. Para procurar a remissão desta problemática, deveremos apelar a um 
tratamento psicopedagógico clínico que busque libertar a inteligência e mobilizar a 
circulação patológica do conhecimento em seu grupo familiar (FERNÁNDEZ, 2013). 
 
 
18 
 
Nessa Perspectiva Weiss (2015, p. 70), afirma que a prática psicopedagógica 
deve considerar o sujeito como um ser global, composto pelos aspectos orgânico, 
cognitivo, afetivo, social e pedagógico. 
 
Fonte: br.pinterest.com 
 O aspecto orgânico diz respeito à construção biológica do sujeito, portanto, a 
dificuldade de aprender de causa orgânica estaria relacionada ao corpo. O aspecto 
cognitivo está relacionado ao funcionamento das estruturas cognitivas. Nesse caso, o 
problema de aprendizagem residiria nas estruturas do pensamento do sujeito. Para 
Scoz et al., (2014, p. 104) O aspecto afetivo diz respeito à afetividade do sujeito e de 
sua relação com o aprender, com o desejo de aprender, pois o indivíduo pode não 
conseguir estabelecer um vínculo positivo com a aprendizagem. O aspecto social 
referese à relação do sujeito com a família, com a sociedade, seu contexto social e 
cultural. E, portanto, um aluno pode não aprender porque apresenta privação cultural 
em relação ao contexto escolar. Por último, o aspecto pedagógico, que está 
relacionado à forma como a escola organiza o seu trabalho, ou seja, o método, a 
avaliação, os conteúdos, a forma de ministrar a aula, entre outros. 
De tal modo que os professores devem realizar uma reflexão psicopedagógica 
para analisar o porquê de seu aluno não aprender ou demonstrar dificuldade em 
aprender o que lhe é proposto no processo de alfabetização. 
 
 
19 
 
Neste sentido, Fernandez (2015, p. 86) afirma que as contribuições da 
Psicopedagogia, vão muito mais além do que saber ler e escrever, a criança deve 
trazer consigo vivencias de seu espaço social e ao chegar à sala de aula estará se 
comunicando com outras crianças e outras vivências diferentes das suas, onde haverá 
interação simultânea e aprendizagem de uma com a outra. 
 Por isso, é de suma importância haver uma interação entre família e escola, 
professor conhecendo os pais ou responsáveis e vice-versa. É importante ressaltar 
que a confiança que os pais devem adquirir na escola e no professor são fundamentais 
para que os pais se sintam mais seguros e confortáveis em deixar o filho na instituição. 
É a escola, indubitavelmente, a principal responsável pelo grande número de 
crianças encaminhadas ao consultório por problemas de aprendizagem. Assim é 
extremamente importante que a Psicopedagogia dê a sua contribuição à escola, seja 
no sentido de promover a aprendizagem ou mesmo tratar de distúrbios nesse 
processo (PAÍN, 2014, p. 62). Portanto, seja o campo de atuação do psicopedagogo, 
a saber, clínico ou institucional, visa promover uma compreensão integral da criança 
e do contexto escolar que ela está inserida, proporcionando o desenvolvimento da 
mesma, tanto individualmente como no coletivo, sob uma perspectiva interventiva e 
preventiva. Para respaldar essa informação, nos estudos de Vallet (2015, p. 105), o 
autor afirma que: Sob esta ótica o psicopedagogo vem atuando com muito sucesso 
nas Instituições Escolares, onde o seu papel principal é o de analisar os fatores que 
favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. 
Propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças. Pode-se 
verificar que, o objetivo do psicopedagogo é o de: 
Conduzir a criança ou a Instituição a reinserir-se, reciclar-se numa escolaridade 
normal e saudável, de acordo com as possibilidades e interesses dela; Promover a 
aprendizagem, garantindo o bem estar das crianças em atendimento profissional, 
valendo-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação Inter profissional; Atender as 
crianças que apresentem dificuldades para aprender por diferentes causas, estando 
assim, inadaptados social ou pedagogicamente; Encorajar a criança que aprende à 
tornar-se cada vez mais autônomo em relação ao meio, em interagir com os colegas 
e resolver os conflitos entre eles mesmos; a ser independente e curioso; a usar 
iniciativa própria; Ter confiança na habilidade de formar ideias próprias das coisas; a 
exprimir suas ideias com convicção e conviver construtivamente com medos e 
 
 
20 
 
angústias. O Psicopedagogo é um profissional que tem muito a ensinar sobre o vínculo 
professor/aluno, professor/escola e sua incidência na construção do conhecimento e 
na constituição subjetiva de alunos e educadores. 
Atualmente, a Psicopedagogia trabalha com uma concepção de aprendizagem 
segundo a qual participa desse processo um equipamento biológico com disposições 
afetivas e intelectuais que interferem na forma de relação do sujeito como meio, sendo 
que essas disposições influenciam e são influenciadas pelas condições socioculturais 
do sujeito e do seu meio. Por tudo isso, o psicopedagogo deve ser um profissional que 
tenha conhecimentos multidisciplinares, pois sua atuação é um processo de avaliação 
diagnóstica, e é necessário estabelecer e interpretar dados em várias áreas. 
 O conhecimento dessas áreas farácom que o profissional psicopedagogo 
compreenda o quadro diagnóstico do aprendente e com isso, favorecerá a escolha da 
metodologia mais adequada, ou seja, o processo corretor, com vista à superação das 
dificuldades do aprendente. Ao finalizarmos a temática, ratificamos que área de 
conhecimento multidisciplinar do profissional Psicopedagogo busca compreender 
como ocorrem os processos de aprendizagem e entender as possíveis dificuldades 
situadas neste movimento. 
De forma semelhante Soares (2014, p. 123) destaca que: A Psicopedagogia 
estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e 
externa da aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais, procurando estudar a 
construção do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé 
de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos. Já 
para Scoz et al., (2014) o psicopedagogo estuda o processo de aprendizagem e suas 
dificuldades, e numa ação profissional deve englobar vários campos do conhecimento, 
integrando-os e sintetizando-os. Enfatiza Bossa (2014, p. 32) que o campo de atuação 
do psicopedagogo refere-se não apenas ao espaço físico onde se dá esse trabalho, 
como também ao espaço epistemológico que lhe cabe, ou seja, o lugar deste campo 
de atividade e o modo de abordar o seu objeto de estudo. 
Observa Fonseca (2014, p. 77) que: O diagnóstico precoce do transtorno de 
aprendizagem é um ponto fundamental para a superação das dificuldades escolares. 
Para o mesmo autor o psicopedagogo tem a função de orientar os educadores e pais 
sobre a melhor forma de lidar com a criança, direciona a elaboração de programas de 
 
 
21 
 
reforço escolar e a adoção de estratégias clínicas e/ou educacionais que auxiliam a 
criança no desenvolvimento escolar. 
 É preciso, também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e ainda, o que 
é aprender; como interferem os sistemas e métodos educativos; os problemas 
estruturais que intervêm no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no 
processo escolar, devem fundamentar a constituição de uma teoria psicopedagógica. 
Ora, nenhuma dessas áreas surgiu especificamente para responder à problemática 
da aprendizagem humana. Elas, no entanto, nos fornecem meios para refletir 
cientificamente e operar no campo psicopedagógico. 
7 A PSICOPEDAGOGIA E A FAMÍLIA NO PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM 
A intervenção psicopedagógica neste contexto 
 
A Psicopedagogia introduz valiosa contribuição no enfoque pedagógico. Para 
o psicopedagogo o processo de aprendizagem da criança é abrangente, implicando 
componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, 
políticos, etc. A causa do sucesso de aprendizagem, bem como de suas dificuldades 
passa a ser vista com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante 
cuidado pelo professor e psicopedagogo. O psicopedagogo atua nas escolas 
promovendo intercâmbios e mediações entre a escola e as famílias 
Oliveira (1995) revela alguns dos aspectos fundamentais deste processo. 
Segundo a autora, o fundamental “é perceber o aluno em toda a sua singularidade, 
captá-lo em toda a sua especificidade em um programa direcionado a atender as suas 
necessidades especiais”. 
O processo de ensino-aprendizagem inclui também a não aprendizagem, onde 
o aluno pode se recusar a aprender em um determinado momento. O chamado 
fracasso escolar constitui lado inverso do ato de aprender. 
Dessa forma, o processo de ensino-aprendizagem, do ponto de vista 
psicopedagógico, apresenta sempre uma face dupla: de um lado, a aprendizagem, e 
do outro, a não aprendizagem. 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/tag/ensino-aprendizagem
 
 
22 
 
Segundo Fernández (1991, p.87) “o jogo do saber-não-saber, conhecer-
desconhecer e suas diferentes articulações, circulações e mobilidades, próprias de 
todo ser humano ou seus particulares nós e travas presentes no sintoma, é o que nós 
tratamos de decifrar no diagnóstico”. 
Ao entender a aprendizagem como um processo articulado ao momento do 
aprendiz, a sua história e as suas possibilidades sob o aspecto cognitivo, afetivo e 
social, a Psicopedagogia, segundo Silva (1998): 
Rompe a ligação ensino-aprendizagem, porque, tanto o aprender como 
processo quanto o processo de construção do conhecimento não têm relação 
necessária com o ensinar e, finalmente, porque ambos os processos 
antecedem e ultrapassam o ensinar. (SILVA, 1998, P.59, Apud COSTA T. C. 
O. 2018) 
Assim faz-se necessário que o psicopedagogo investigue com profundidade os 
contextos do aprendiz e fazendo um diagnóstico que retrate o momento desse 
aprendiz, ao mesmo tempo que viabilize a aprendizagem. 
Na aquisição da aprendizagem o aprendente precisa estar apto a fazer um 
investimento pessoal aperfeiçoando-se com o conhecimento. Para isso requer a 
utilização dos recursos cognitivos mesclados com os processos internos, e também 
com suas possibilidades sócio afetivas. Dessa forma a aprendizagem acontece 
gradativamente, à medida que o educando constrói uma sucessão de significados 
resultantes das interações que ele faz em seu contexto social. 
Num trabalho na instituição escolar, o psicopedagogo, além das dificuldades 
de aprendizagem ocasionadas por diversas razões já citadas, encontra outros tipos 
de resistência, pois essa ação exige mudanças no sentido de avaliar as propostas de 
ensino, a partir do acompanhamento do processo de aprendizagem do aluno. 
Neste contexto o psicopedagogo se depara com famílias disfuncionais onde o 
ambiente é tomado por sentimentos negativos, como ódio, medo, culpa e remorso, 
relações conjugais conflituosas e cabe ao profissional que trabalha com as 
dificuldades de comunicação e de aprendizagem, compreender a estrutura familiar na 
qual a criança está inserida e procurar fazer um trabalho não só com a criança, mas 
também com sua família, para que essa, compreendendo o significado das 
dificuldades e das questões interferentes, possa colaborar de maneira mais efetiva no 
processo de desenvolvimento de seu filho. 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/historia
 
 
23 
 
As crianças que apresentam problemas relacionados a fracassos escolares em 
geral, desenvolvem o sentimento de baixa auto-estima, o que frequentemente induz a 
problemas de conduta. As consequências advindas do fracasso escolar são imensas. 
Como pressão da escola e da família, os rótulos recebidos de preguiçosas, distraídas, 
tem má vontade para aprender. 
 
Fonte: blog.psiqueasy.com.br 
E assim os fatores que geram as dificuldades de aprendizagem precisam ser 
detectados, para que a intervenção proceda de forma positiva. A criança e/ou a família 
poderão ser encaminhadas a profissionais de outras áreas para um diagnóstico mais 
preciso e, eventualmente, detectar se a necessidade de outro caminho terapêutico. 
É importante que a família compreenda o que a criança está passando, para 
que possa ajudá-la a enfrentar e a superar suas dificuldades. 
Há pais que anulam os filhos, fazendo-os acreditar que são incapazes de 
realizar as tarefas e criando uma relação de dependência, podem estar causando ou 
reforçando as dificuldades da criança. Diante dessas situações o psicopedagogo deve 
intervir, sensibilizando- os que eles necessitam transmitir à criança a confiança no seu 
potencial de desenvolvimento, tendo atitudes positivas diante da aprendizagem, 
mostrando do que ela é capaz; mostrar aos pais a relevância saber ouvir os filhos, que 
 
 
24 
 
devem permitir e incentivar que se expressem de forma honesta e clara a respeito dos 
próprios sentimentos, frustrações e dificuldades. 
No caso de falta de limites ou indisciplina dos alunos, cabe aos pais fazê-los 
compreender e respeitar as regras de disciplina e organização, se quiserem que seus 
filhos aprendam a aprender e adquiram hábitos adequados de estudo. Os pais devem 
exercer sua autoridade e dar os limites paraque seus filhos se sintam seguros, 
sabendo com clareza o que podem e devem e o que não podem e não devem fazer. 
O psicopedagogo deve intervir na escola estabelecendo limites, tornando as 
regras claras. “Uma das melhores maneiras de perceber a educação de um 
adolescente, é quando ele está com uma turma, sob o efeito da embriaguez relacional” 
(TIBA, 1998, p.119). 
É preciso redefinir as regras. É preciso que a escola recorra a profissionais 
especializados (psicólogo, psicopedagogo etc.). Compreender que não é mais 
tolerável a apatia de alunos e professores. 
Além das outras funções do psicopedagogo na escola, como realizar orientação 
educacional, propor a intervenção no currículo, no projeto político pedagógico, na 
metodologia de ensino do professor, nas formas de aprender do professor, pode 
contribuir para a boa comunicação entre escola e família, favorecendo a um clima de 
confiança e estabelecendo um elo construtivo. 
Para auxiliar na aprendizagem do aluno, faz-se necessário que os pais estejam 
integrados à escola. 
“Uma das contribuições da psicopedagogia é no contexto familiar, ampliando a 
percepção sobre os processos de aprendizagem de seus filhos, resgatando a família 
no papel educacional complementar à escola, diferenciando as múltiplas formas de 
aprender, respeitando as diferenças dos filhos (BOSSA, 1994) 
Mas o que se observa na contemporaneidade é que muitas das famílias estão 
sem norte, não estão sabendo lidar com situações novas: pais trabalhando fora o dia 
inteiro, desemprego, brigas, drogas, separações, mães solteiras, outras constituições 
familiares, entre outras. Essas famílias acabam transferindo suas responsabilidades 
para a escola, e por esse motivo a escola acaba se desviando de suas funções para 
suprir essas necessidades. 
Cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam 
dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma 
 
 
25 
 
anamnese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua 
vida orgânica, cognitiva, emocional e social. O que a família pensa, seus anseios, seus 
objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de 
grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico. 
Portanto na atuação escolar, o psicopedagogo contribui para o esclarecimento 
das dificuldades escolares, que podem ser decorrentes da organização administrativa 
do sistema escolar e familiar, das exigências pedagógicas inadequadas, das 
expectativas familiares, das formas de circulação do conhecimento do professor e da 
família e das modalidades de aprendizagem que, segundo Alicia Fernandez, são 
passadas de pai para filho, determinando como serão as relações do sujeito 
aprendente com o saber, levando em consideração as crenças, os mitos, as 
mensagens repassadas na comunicação familiar. 
8 O QUE É DÉFICIT COGNITIVO? 
Esse é um termo que se refere ao modo como o nosso cérebro é capaz de 
perceber, aprender, recordar e também processar as informações que foram captados 
pelos sentidos: visão, audição, paladar, tato e olfato. 
Assim, o déficit cognitivo se configura como uma dificuldade nesse processo, 
sobretudo no aprendizado. 
O que ocorre é uma limitação da capacidade mental de assimilar informações. 
É importante lembrar que não existe um único padrão de déficit cognitivo, mas 
que a sua presença cria entraves em processos como a capacidade de raciocínio 
lógico, concentração, comunicação e aprendizagem. 
 
Como identificar o déficit cognitivo? 
 
Atualmente, a identificação do déficit cognitivo é feita a partir da aplicação dos 
chamados testes neuropsicológicos. 
O objetivo é entender o nível de limitação envolvido e de que maneira ela se 
manifesta. 
É como um grande escaneamento do cérebro utilizado na compreensão de 
todos os seus processos e também para localizar eventuais lesões. 
https://www.sbcoaching.com.br/blog/times-de-alto-desempenho/como-driblar-a-falta-de-concentracao-no-trabalho/
https://www.sbcoaching.com.br/blog/comportamento/importancia-da-boa-comunicacao/
https://www.sbcoaching.com.br/blog/comportamento/cognitivo/
 
 
26 
 
Investigação neuropsicológica 
 
Para identificar um possível déficit, são realizados inúmeros testes, todos 
focados em entender e avaliar habilidades cognitivas. 
A investigação é baseada ainda em dados recolhidos durante a anamnese 
(como é chamada a entrevista inicial por um profissional da saúde) e nos 
questionários. 
O desenvolvimento de uma avaliação neuropsicológica, considerando todas as 
suas ferramentas e níveis, tem como objetivo principal a coleta de dados para ajudar 
na compreensão de qual é a extensão das perdas e também de quais pontos 
permanecem intactos. 
É essa avaliação que permite traçar um planejamento específico de 
intervenção, de acordo com as características do indivíduo e as informações 
apuradas. 
 
Quais funções mentais são avaliadas na identificação do déficit cognitivo? 
 
Entre as funções avaliadas para identificar um déficit cognitivo, estão as 
seguintes: 
 Memória: tanto de curto quanto de longo prazo e incluindo memória auditiva, 
visual, contextual e não verbal 
 Raciocínio lógico: avaliação da velocidade de processamento, da capacidade 
de planejar e contextualizar informações 
 Atenção: atualização, enfoque, atenção dividida e inibição 
 Coordenação: capacidade de desenvolver ações específicas de maneira 
concomitante e tempo de resposta 
 Percepção: tanto visual quanto de espaço, estimativa e capacidade de 
exploração visual. 
 
Quais são os sintomas do déficit cognitivo? 
 
Doenças como Alzheimer e Parkinson estão entre as mais conhecidas quando 
o assunto é o déficit cognitivo. 
 
 
27 
 
Em comum, ambas possuem a incidência mais frequente em idosos. Por conta 
disso, é comum que as pessoas associem o surgimento de dificuldades cognitivas 
com o envelhecimento. 
Mas a verdade é que os sintomas podem aparecer muito antes, até mesmo 
ainda na infância, estando relacionados aos mais variados quadros. 
Por isso, é recomendável estar atento aos sintomas e buscar ajuda 
especializada caso algum deles seja identificado com uma intensidade maior do que 
o comum. 
Dificuldades relacionadas a todos os campos que citamos anteriormente – 
como na comunicação ou no raciocínio lógico, por exemplo – podem servir como 
indicativos. 
 
Existe tratamento para o déficit cognitivo 
 
Não existe cura, mas o déficit cognitivo pode ser tratado de diversas formas, 
sempre de acordo com origem do problema. 
De maneira geral, todo o tratamento é desenvolvido de maneira multidisciplinar. 
Ou seja, envolvendo profissionais de diferentes campos da saúde – desde médicos e 
fonoaudiólogos até psicopedagogos. 
O foco é trabalhar as limitações identificadas a partir de estímulos que ajudem 
a desenvolver as habilidades cognitivas. Com isso, a expectativa é que o indivíduo 
possa me 
 
Orientação profissional para crianças com déficit cognitivo 
 
No caso das crianças, o acompanhamento desde cedo é a melhor abordagem. 
Ou seja, é preciso trabalhar a prevenção. 
Esse, inclusive, é um alerta que tem sido repetido pela Organização Mundial 
da Saúde (OMS) há bastante tempo. A orientação é ficar de olho nas possibilidades 
de distúrbios ou atrasos no desenvolvimento infantil. 
Quando ignorados na infância, existe a chance de que os sinais se 
intensifiquem e até mesmo deem origem a quadro mais graves, como transtornos 
mentais e problemas no processo de aprendizagem. 
 
 
28 
 
Nesse sentido, construir um ambiente familiar que seja aberto ao diálogo e ao 
incentivo do desenvolvimento individual é uma boa forma de reduzir as possibilidades 
de preocupações lá na frente. 
Além disso, identificar precocemente traços que possam indicar um déficit 
cognitivo abre espaço para que sejam feitas intervenções propositivas, capazes de 
proporcionar a construção de habilidadese competências que poderiam não se 
desenvolver sem a abordagem adequada. 
9 NEUROCIÊNCIA COGNITIVA: A CIÊNCIA DA APRENDIZAGEM E DA 
EDUCAÇÃO 
A mente humana, há anos, é e continua sendo alvo de estudos e pesquisas, 
que têm como principais objetivos compreender suas nuances, seu funcionamento, 
suas interações, bem como as reações que tem, de uma forma geral, e que fazem 
com que cada indivíduo seja único em suas características e personalidade. 
Memórias, pensamentos, ações, sentimentos, imaginação, linguagem, 
percepção, entre diversos outros elementos, que têm a sua origem na mente humana, 
são incansavelmente analisados, com o objetivo de entender porque reagimos de 
determinada forma a alguns estímulos e não de outras. 
Nos últimos anos, inúmeros estudos foram realizados com o intuito de se 
entender, de forma mais assertiva, as atividades cerebrais e como as 
mesmas influenciam no comportamento humano. E é justamente nesse 
contexto que se encaixa a Neurociência. (Apud MARQUES J. R. 2019) 
Ela corresponde à área que estuda o sistema nervoso central, bem como suas 
funcionalidades, estrutura, fisiologia e patologias. Esse sistema é responsável por 
estruturar as atividades do corpo humano, sejam elas voluntárias ou não. 
De forma resumida, as experiências e a maneira como o ser humano lida com 
as mesmas, afetam seu cérebro e seu desenvolvimento. Nesse sentido, a 
neurociência diz respeito à inteligência, aos sentimentos, à capacidade de tomar 
decisões, além de gerar entendimento sobre o funcionamento do sistema nervoso e 
como agir sobre ele. 
Para que todo este estudo seja realizado, os cientistas levam em consideração 
os processos a nível cognitivo, ou seja, como o ser humano adquire conhecimento 
 
 
29 
 
(seja por meio da atenção, da associação, da memória, da imaginação, do 
pensamento, da linguagem, entre outros), através dos cinco sentidos, resultando 
assim, em seu desenvolvimento intelectual, comportamentos, interações e adaptação 
ao meio. 
 
Fonte: www.revistadigital.com.br 
9.1 O QUE É NEUROCIÊNCIA COGNITIVA? 
Dentre as subdivisões da Neurociência, uma delas é a Neurociência Cognitiva, 
ela tem como foco, o estudo a respeito das capacidades mentais do ser humano, como 
seu pensamento, aprendizado, inteligência, memória, linguagem e percepção. 
Com base nisso, as sensações e a percepção do indivíduo são o que norteiam 
os estudos da Neurociência Cognitiva, ou seja, como uma pessoa adquire 
conhecimento a partir das experiências sensoriais a que é submetida; uma música, 
um aroma, o gosto de uma comida, uma imagem ou uma sensação corporal, tudo isso 
engloba as experiências sensoriais e são elas as responsáveis por captar os dados 
do ambiente e levá-las ao cérebro. 
Verifica-se então, que a Neurociência Cognitiva não diz respeito apenas ao 
sistema nervoso, como também, como as experiências sensoriais adquiridas ao longo 
da vida, são processadas pelo cérebro e são transformadas em conhecimento. 
 
 
30 
 
9.2 COMO A NEUROCIÊNCIA PODE AJUDAR NO APRENDIZADO 
Você já parou para pensar em como o cérebro processa as informações que 
recebe? Em como tal ação reflete no aprendizado e na vida como um todo? É 
justamente através da Neurociência que tais perguntas podem ser respondidas, pois 
seus estudos compreendem como uma pessoa processa as informações adquiridas 
pelo ambiente e as transforma em aprendizado. A partir daí, é possível definir 
estratégias assertivas de ensino, o que garante à pessoa, uma melhor absorção do 
conteúdo. 
 
Confira algumas áreas em que a Neurociência pode auxiliar no aprendizado: 
 
Emoção 
A inteligência humana está intimamente ligada à emoção, ou seja, o aspecto 
emocional interfere na nossa cognição: quanto mais um evento contenha emoção, 
mais a pessoa se lembrará dele e isso afeta na obtenção de conhecimento (de forma 
positiva ou negativa). 
Nesse sentido, a emoção da pessoa precisa ser instigada (quando ela for 
positiva) ou desestimulada (quando ela for negativa), para que o desenvolvimento 
intelectual não seja prejudicado. 
 
Motivação 
A motivação é o que fomenta o aprendizado, quando a pessoa se depara com 
uma interferência positiva, isso mobiliza a atenção da mesma, o que gera a motivação. 
Da mesma forma, se o indivíduo encontra uma tarefa muito difícil, sua mente se frustra 
e ele acaba desmotivado, e isso interfere na sua aprendizagem. 
A pessoa deve então, no decorrer do desenvolvimento intelectual, não apenas 
entrar em contato com inúmeros conteúdos, como também, realizar atividades que 
despertem a sua curiosidade, proponham desafios e a motivem. 
 
Atenção 
A atenção é fundamental para que o conhecimento seja adquirido, pois o 
sistema nervoso só absorve a informação quando a pessoa está atenta a mesma. O 
 
 
31 
 
indivíduo presta atenção em alguma coisa, quando aquilo é entendido, ou seja, tem 
significado. 
Nesse sentido, a falta de atenção muitas vezes não ocorre por indisciplina, mas 
sim, por falta de estímulo. Por conta disso, para que a pessoa dê atenção a uma 
informação, a interação entre a mesma e o indivíduo precisa ocorrer. 
 
Socialização 
As experiências sociais do ser humano e o ambiente ao qual ele está inserido, 
formam a sua cognição, ou seja, o cérebro se modifica e se desenvolve durante a 
vida. Através da socialização, é possível que a pessoa consiga aprimorar a sua 
linguagem verbal e não verbal, interaja com outras pessoas, reconheça e expresse 
emoções, exerça suas potencialidades e tenha empatia. 
 
Memória 
A memória se dá através de repetições, quando a pessoa decora uma 
informação e através de associações, quando existem vínculos e relações com o 
conteúdo. Nesse sentido, o ato de aprender não ocorre apenas quando se grava 
informações, mas também, quando o conteúdo afeta a pessoa. Com isso, o indivíduo 
deve identificar pontos de ancoragem para que o conteúdo aprendido tenha sentido e 
fique na sua memória. 
10 ESTIMULAÇÃO COGNITIVA 
Sabemos que o processo de aprendizagem ocorre ao longo da vida e em todas 
as fases do desenvolvimento humano. 
Na infância, ocorre em períodos definidos, com estimulação adequada às 
necessidades para determinadas aprendizagens e com ênfase nos aspectos motores, 
visuais, cognitivos e afetivos. Na adolescência, o foco da aprendizagem está 
direcionado às atividades e tarefas acadêmicas, cognitivas e sócio-emocionais. E, na 
idade adulta, a manutenção das funções executivas. 
 
 
 
32 
 
Pensando desta forma, se o processo de aprendizagem ocorre ao longo 
da vida, que importância e benefícios possue a estimulação cognitiva? Ela é 
necessária? 
As atividades de estimulação cognitiva, seja qual for a idade, tem como objetivo 
melhorar as competências para o desenvolvimento das funções cognitivas superiores 
e permitir a evolução de habilidades e capacidades individuais para que o ser humano 
possa construir uma trajetória de sucesso e prevenir dificuldades futuras. 
Estimular as funções das habilidades cognitivas como por exemplo, a memória 
e a atenção, demanda intensidade e duração prolongadas para que os resultados 
sejam significativos e, ainda, são de suma importância para o desenvolvimento da 
aprendizagem acadêmica, da linguagem e também para a aquisição de controle do 
comportamento. 
Habilidades referentes à capacidade de usar as operações mentais para a 
elaboração de estratégias, argumentos e resolução de problemas são chamadas de 
inteligência fluida, pois estas operações mentais envolvem transformação, 
classificação, seriação, relações, construção de conceitos, compreensão, elaboração 
de hipóteses e estímulo ao pensamento indutivo e dedutivo. Relações primordiais para 
que seja possível estabelecer relações entre objetos e o meio. 
 
E quando as habilidades cognitivas sofrem perdas qualitativas, há como 
reverter o quadro? E nos atrasos de desenvolvimento, há como acelerar a 
aquisição destas habilidades? 
Sim, paratanto há a reabilitação cognitiva. 
Reabilitar, significa fazer com que as engrenagens voltem a funcionar, significa 
mostrar ao ser humano que ele é capaz de desenvolver-se e consequentemente, 
diminuir o impacto das dificuldades em sua vida. A reabilitação é aprendizagem que 
implica em desenvolvimento e, este, em aprendizagem. 
A reabilitação cognitiva é a oportunidade de estimular as habilidades que estão 
deficitárias a partir de atividades práticas como jogos, situações-problema, exercícios 
motores, treinos comportamentais e aprendizagem de novas habilidades, tarefas que 
todos nós vivenciamos em casa, no trabalho, na escola e no meio. 
A reabilitação cognitiva através da Psicopedagogia Clínica permite a 
intervenção de um profissional, o psicopedagogo, que tem como objetivo melhorar as 
 
 
33 
 
capacidades cognitivas e em consequência o rendimento acadêmico da criança no 
ambiente escolar e, do adulto se for o caso, nas tarefas do dia-a-dia. 
Para tanto, entendemos a necessidade da Avaliação Psicopedagógica como 
um processo de tomada de decisões que se apoiam em uma série de técnicas cujos 
resultados se refletem no desencadeamento de una proposta educativa de acordo 
com as necessidades, seja da criança, do adolescente, adulto ou idoso. 
 
Qual a importância de uma estimulação cognitiva ao idoso? 
A estimulação cognitiva ao idoso tem uma importância fundamental, pois 
objetiva em reconstruir a imagem que até então construiu ao longo de suas 
experiências de vida. 
Aos poucos, o idoso vai perdendo faculdades e habilidades, perdas naturais do 
processo de envelhecimento e passa a não mais acreditar em seu potencial, a 
memória falha e o mundo parece ficar cada vez mais inacessível. Para que a “melhor 
idade” não se resuma em uma vida de isolamento e ociosidade, a atendimento 
psicopedagógico visa trabalhar os aspectos emocionais e cognitivos com jogos, 
atividades psicomotoras, música, livros e histórias. 
 
11 ASPECTOS COGNITIVOS DA APRENDIZAGEM E A DIFICULDADE DE 
APRENDIZAGEM 
Nos dias atuais vale ressaltar com aptidão, quanto às Dificuldades de 
Aprendizagem que vem ganhando grande ênfase na educação, pelo fato do aumento 
na demanda de crianças/alunos sendo diagnosticado com alguma dificuldade 
relacionada à aprendizagem, desta maneira sendo encaminhados para o atendimento 
com um profissional especializado. Por isso, vem se aumentando a preocupação em 
relação a este problema, fazendo com que solicita várias informações que partem 
desde a questão política até a escolha de estratégias educacionais nos centros de 
Educação. 
Desta forma, este estudo busca investigar a respeito das dificuldades de 
aprendizagem mais constantes ocorridas nos anos iniciais de escolarização. Revela 
também a preocupação dos professores com o ensino e a aprendizagem no contexto 
 
 
34 
 
escolar, os quais aliam-se a um trabalho coletivo e multidisciplinar, comprometidos na 
busca contínua, de novas formas de ensinar e de compreender as causas das 
dificuldades de aprendizagem que surgem no decorrer do processo. 
 
Fonte: personare.com.br 
 Pensar em todos os alunos, enquanto seres em processo de crescimento e 
desenvolvimento e que vivenciam a discriminação por suas dificuldades, buscando 
atendê-los em sua especificidade, é tarefa essencial dos educadores. A sala de aula 
é pensada, neste estudo, como um espaço mais amplo para se poder ir além do 
ensinar a ler e escrever; um espaço apropriado ao desenvolvimento pleno das 
potencialidades de cada aluno; um lugar de pesquisa, um instrumento valioso para 
formação da personalidade, na convivência, no afeto, na organização do pensamento, 
na resolução de problemas. 
Para isso, é importante a utilização, pela escola, de metodologias mais 
adequadas, flexibilidade de currículo, seleção de materiais, apoio individual ao aluno 
e um clima educativo facilitador de aprendizagem e interação social. 
Portanto, esse estudo tratará não só das Dificuldades de Aprendizagem, como 
também do papel do psicopedagogo na equipe interdisciplinar da escola atuando junto 
ao professor, bem como as habilidades que compõem a aprendizagem. 
 
 
35 
 
Desta forma, foram utilizados alguns autores como referência para se discutir 
em relação as Dificuldades de Aprendizagens e os aspectos cognitivos na intenção 
de poder elucidar um pouco este assunto, que para muitos profissionais da educação 
ainda requer aprofundamento, e devido a isso, muitos não conseguem suprir essa 
dificuldade de trabalhar com crianças com esse tipo de problema, sem mencionar 
ainda a questão do papel do psicopedagogo na escola que ainda é pouco divulgado 
no contexto escolar. 
Segundo Oliveria (et all, 2001) em função da importância que a aprendizagem 
assume na existência humana e da constatação dos problemas enfrentados pelas 
crianças durante esse processo dinâmico e recíproco que se estabelece entre o 
homem e seu ambiente, muitas pesquisas realizadas na área das DAs focalizam as 
habilidades consideradas instrumentais para a vida social e acadêmica de um 
indivíduo. 
Desta maneira é de suma importância ressaltar que o aluno diagnosticado com 
essa dificuldade deve ter um acompanhamento adequado de acordo com a sua 
dificuldade e necessidade. Portanto, é nesse momento que entra a participação dos 
professores e a equipe multidisciplinar, pois devem estar atentos ao ritmo, grau de 
dificuldade na realização de atividades educacionais e as etapas do desenvolvimento 
cognitivo, afetivo no qual as crianças estejam, assim podendo estar identificando e 
assim elaborando estratégias que possam atender adequadamente o processo de 
aprendizagem e assim suprindo essa dificuldade. 
 É essencial que o diagnóstico seja feito o quanto antes, uma vez que há 
consequências em longo prazo. Desta maneira entende-se que as dificuldades de 
aprendizagem são problemas neurológicos que afetam a capacidade cerebral para 
entender, recordar ou comunicar as informações. Muitos especialistas afirmam que 
crianças vão mal na escola quando possuem dificuldades de aprendizagem, não 
identificadas e que diariamente são rotuladas pelos adultos como tendo baixa 
inteligência, insolência ou preguiça. 
 De acordo com Fonseca (1984) afirma que a dificuldade de aprendizagem é 
uma desarmonia do desenvolvimento normalmente caracterizada por uma 
imaturidade psicomotora que inclui perturbações nos processos receptivos, 
integrativos e expressivos da atividade simbólica. (p.228) 
 
 
36 
 
As dificuldades de aprendizagem constituem-se um dos principais entraves 
para a prática educativa e fator que pode determinar o fracasso, a repetência e a 
evasão escolar de muitos alunos. 
Segundo Moraes, (2001) 
As questões educacionais que mais têm preocupado os profissionais ligados 
ao ensino, referem-se aos altos índices de evasão e reprovação escolar que 
têm sido registrados nas escolas municipais e estaduais e o grande número 
de criança que têm recorrido a tratamento psicopedagógico com dificuldade 
de aprendizagem. (Apud SANTOS J. P. 2019) 
Essa citação vem fortalecer a necessidade de diagnosticar as dificuldades de 
aprendizagem precocemente, combatendo o fracasso escolar. 
Quando o assunto se refere às dificuldades de aprendizagem dos educandos, 
a prática nos aponta para dois fatos inegáveis, esses problemas devem-se a 
diferentes fatores isolados ou associados entre si, e somente a avaliação e a 
intervenção precoce das dificuldades, pode levar ao sucesso na aprendizagem 
escolar. O papel da escola nesse e em muitos outros sentidos na vida dos educandos, 
ultrapassa o âmbito pessoal e se reflete no crescimento da sociedade como um todo. 
Quando nos referimos à Dificuldade de Aprendizagem, estamos falando sobre 
um ser que possui uma maneira diferente de aprender, pois se trata de um obstáculo, 
uma barreira, um sintoma, que pode ser de origem tanto cultural quanto cognitiva ou 
até mesmo emocional. É essencialque o diagnóstico seja feito o quanto antes, uma 
vez que há consequências em longo prazo. 
Segundo Coelho (1990), a partir do momento em que o professor ou 
especialista em educação passa a compreender os princípios do processo de 
aprendizagem e adquire a prática na aplicação dos mesmos em situação 
representativa, os problemas que podem ocorrer nesta área serão tratados e 
resolvidos sem tabus e sem traumas. (p.09) 
 Escola, família e sociedade são responsáveis não só pela transmissão de 
conhecimentos, valores, cultura, mas também pela formação da personalidade social 
dos indivíduos. Portanto, o principal papel da família deve ser acolher a criança, 
proporcionando-lhe um ambiente agradável no que se refere à amor e 
compreensão. De acordo com Polity (2001, p. 27) “É essencial que as crianças 
recebam apoio dos pais, pois o suporte emocional desenvolve base sólida e senso de 
competência que as levam a uma autoestima satisfatória”. 
https://neurosaber.com.br/artigos/melhorando-atencao-do-seu-aluno-dicas-praticas/
 
 
37 
 
A família, em especial os pais, precisa assumir sua parcela de 
responsabilidade, assim como a escola. Ninguém mais que a criança é prejudicada 
pelas Dificuldades de Aprendizagem, e a culpa não é dela. É preciso reconhecer que 
as dificuldades de aprendizagem se dão na interação da criança com o contexto no 
qual está inserida. 
Segundo Scoz (1999) a família é a instituição educacional mais importante, de 
maior projeção, responsável pela educação do caráter, da afetividade e do universo 
emocional e moral de cada cidadão. Quem tem uma família bem estruturada terá 
maior facilidade em aprender e a se desenvolver na escola em qualquer nível. (Apud 
ANDRADA 1999, p.12) 
A importância da escola não está apenas em transmitir os conhecimentos 
construídos pela humanidade, mas também por ser um local onde as dificuldades de 
aprendizagem podem ser identificadas com maior facilidade e agilidade, já que o 
espaço é a principal fonte de alfabetização. 
Diante desse fator, constatou-se que as crianças que apresentam dificuldades 
de aprendizagem devem ser identificadas e encaminhadas pelos professores ou pelo 
psicólogo escolar, que faz parte da equipe da escola, este deve atuar de forma 
interdisciplinar, e ter visão sistêmica para a construção de ações que visem todos os 
elementos da escola, bem como, pais, comunidade e as instituições que possam estar 
estabelecendo parcerias para atender as crianças com dificuldades de aprendizagem. 
As crianças que apresentam realmente dificuldades em aprender, precisam ser 
acompanhadas pelo profissional responsável nessa área que é o Psicopedagogo (a), 
pois, através do diagnóstico que ele fará, dependendo do problema observado, ele 
saberá o melhor caminho a percorrer para que essas crianças possam avançar em 
suas aprendizagens significativa e efetivamente. 
Segundo Bossa (1994), “cabe ao Psicopedagogo perceber eventuais 
perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade 
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de 
acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando 
processos de orientação” (p.23). 
O diagnóstico e a intervenção das dificuldades de aprendizagem envolvem 
interdisciplinaridade em pelo menos três áreas: neurologia, psicopedagogia e 
psicologia, para possibilitar a eliminação de fatores que não são relevantes e a 
 
 
38 
 
identificação da causa real do problema, desta forma também existem autores que 
diagnosticam as dificuldades de aprendizagem fazendo um paralelo com patologias. 
O que se encontra em comum acordo entre diversos autores são os fatores, 
como psicológicos, neurológicos, sociais e outros, que influenciam na aprendizagem 
e que precisam ser levados em consideração no diagnóstico de uma criança com 
problemas de aprendizagem. 
 Isso só vem acrescentar ainda mais quando se defende uma ideia de que não 
se pode afirmar e ou diagnosticar que uma criança possui uma dificuldade de 
aprendizagem sem analisar uma anamnese, ou seja, entrevista realizada por um 
médico que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à 
pessoa doente, a fim de ajudar no seu diagnóstico a história de vida da criança e os 
fatores fundamentais para se conseguir uma exatidão do diagnóstico do problema. 
A maior parte destes problemas de Dificuldade de Aprendizagem pode ser 
resolvido no ambiente escolar, haja vista que se tratam, de questões 
psicopedagógicos, pois Smith e Strick definem dificuldades de aprendizagem como 
problemas que afetam a capacidade cerebral de entendimento, recordação e 
comunicação de informações, sendo assim, os alunos que apresentam essas 
dificuldades necessitam de uma atenção especial, de um trabalho diferenciado e o 
professor deve se preocupar com a sua metodologia de ensino. 
Por isso, é preciso que a escola e seus profissionais busquem olhar por outros 
ângulos e compreender que cada aluno tem um jeito próprio de ser, e com 
experiências de vida diferente, que estas formas diferentes de vida poderá influenciar 
no processo de aprendizagem de cada aluno. Só então, será possível ver com maior 
clareza o que é Dificuldade de Aprendizagem e formas diferentes de ser. 
Portanto, para quem acompanha o desenvolvimento humano que é de suma 
importância o papel dos educadores pais e professores nos processos fundamentais 
do desenvolvimento humano. Para os profissionais da educação, algumas 
informações constituem parte essencial para a prática pedagógica no contexto 
escolar. A partir do momento em que o professor ou especialista em educação passa 
a compreender os princípios do processo de aprendizagem e adquire prática na 
aplicação dos mesmos em situações representativas, os problemas que podem 
ocorrer nessa área serão tratados e resolvidos sem tabus e sem traumas. 
 
 
39 
 
A dificuldade de aprendizagem merece à atenção dos professores, pois são 
eles em primeira instância que poderão identificar a dificuldade do aluno e, ao 
constatar que o problema é estável, encaminhá-los aos especialistas. Todavia, os 
professores não devem apenas aguardar que os especialistas tentem resolver 
sozinhos esta questão. O professor é aquele com melhores condições de conhecer a 
realidade do aluno e manter o contato mais próximo, tendo acesso direto ao seu 
desenvolvimento intelectual e cognitivo. 
 
Fonte: sistemaaprendebrasil.com.br 
Sabemos que a escola trabalha com várias crianças/alunos ligado as mais 
diversas classes sociais, de níveis econômicos e culturas diferentes. As diferenças 
cognitivas estão presentes também na sala de aula, no qual geram os diferentes níveis 
de aprendizagem. Neste sentido, numa sala de aula existem níveis diferentes de 
aprender, por isso, as dificuldades de aprendizagem consistem basicamente de 
aspectos secundários, que são alterações estruturais, mentais, emocionais ou 
neurológicas, que interferem na construção e desenvolvimento das funções 
cognitivas. 
O diagnóstico dessas dificuldades é individual, e deve ser feito com o intuito de 
descobrir qual ou quais os fatores estão afetando a cognição daquele aluno. 
 
 
40 
 
Segundo, WALDOW; BORGES; SAGRILLO, (2006) assim, entendendo que a 
não aprendizagem dos alunos implica em graves prejuízos no processo educacional, 
faz-se relevante, sobretudo, que se compreenda o que são as dificuldades de 
aprendizagem para que se possa entender como o professor pode atuar de modo a 
promover o aprendizado satisfatório dos alunos superando, dessa forma, as 
dificuldades de aprendizagem. (p. 467-468) 
Nessa perspectiva é crucial lembrar da importância do profissional, ou seja, o 
professor necessita atuar de modo que os alunos possam sentir-se à vontade para 
aprender e relatar as dificuldades de aprendizagem que possam encontrar no contexto 
escolar, assim é importante que o professor conheça o processo de aprendizagem

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