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Round Six e Pulsão de Morte

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Teorias Psicológicas V - Psicanálise 
2ª Chamada/AV2 
09/11/2021 
 
 
Escolha um dos seminários apresentados pelas equipes e faça um resumo das 
principais articulações conceituais lançadas. 
 
Rayane Raiol de Souza – 2118457 
 
Seminário: Série Round 6 – Pulsão de Morte 
 
 A apresentação articula a trama da série round 6 com conceitos da psicanálise 
Freudiana, tais quais id, ego, superego e pulsão de morte. De acordo com a psicanálise 
Freudiana, possuímos os instintos Eros e Tanatos, correspondendo Eros ao impulso em 
direção à vida, à conservação de si e da espécie, e Tanatos ao impulso em direção à 
autodestruição, ao retorno ao que a vida era antes de se manifestar: o inanimado. 
 Nesse contexto, na série, 456 pessoas que vivem em situação miserável são 
recrutadas a participar de um jogo de sobrevivência. Esse jogo simula brincadeiras 
infantis tradicionais sul-coreanas, porém de forma altamente perigosa. Ao longo da série 
– e dos seis rounds – os participantes vão sendo brutalmente assassinados, e a cada 
morte é depositado um valor em dinheiro em um repositório que será partilhado entre 
os vencedores, que devem levar o prêmio de 45,6 bilhões de wones (moeda local). A 
partir deste enredo, vão sendo analisadas as condutas dos personagens principais: o 
protagonista, viciado em jogos, aparece como um exemplo de pulsão de morte a 
princípio porque todo vício é para a psicanálise demonstração de Tanatos: a compulsão 
e a repetição são o movimento da vida ao seu estado anterior, o inorgânico ou 
anorgânico. Da mesma forma podemos falar de id quando Gi-Hun (o personagem 
principal) pensa em desistir do jogo após a morte inicial de 210 participantes, mas 
retorno e permite que seus impulsos mais primitivos ousem tomar as rédeas e querer o 
prêmio mesmo à custa de tantas outras vidas. Id não conhece julgamento de valores, 
não diferencia bem e mal, apenas quer. 
Apesar de momentaneamente afastado de seus freios éticos para os 
telespectadores, o personagem acaba se aproximando de outros ao longo da série e se 
solidariza com os acontecimentos ao seu redor – ele passa a adequar seus instintos de 
sobrevivência ao ambiente mesmo percebendo que grande parte dos demais 
participantes estão se degladiando. É possível perceber o Ego tomando de conta das 
suas atitudes – de acordo com Freud, o ego seria esta parte do Id que, ao entrar em 
contato com o mundo externo, vai passando a ter controle (mesmo que parcialmente, 
algumas vezes) sobre os instintos e não mais ficar completamente à mercê destes. Esta 
predominância do Ego perante o Id garante a sua sobrevivência ao longo das próximas 
provas, quando se une com seus conhecidos de jogo para tentarem escapar sem serem 
responsáveis por mais mortes. 
Podemos perceber também a instância do Superego como estrutura repressora 
quando este mesmo personagem, já próximo do final dos jogos, precisar lutar pela vida 
com seu amigo de infância. Fica claro então que este amigo permitiu que seus instintos 
mais sombrios emergissem e se tornou capaz de qualquer coisa para conquistar o 
prêmio, mesmo isto significando assassinar alguém com quem ele cresceu. Esta força 
pulsional do Id é tão forte que resiste à figura de Gi-Hun enquanto Superego, resistindo, 
portanto, a ser convencido de que sair de lá vivo vale a pena mesmo que isto signifique 
voltar à pobreza. Assim, este amigo se mata para não ter que lidar com essa castração. 
Saindo vitorioso, o protagonista retorna para casa sem ter o que celebrar. O 
Superego mais uma vez se sobressai ao Ego e aparece em sua máxima força 
repressora quando a personagem percebe tudo o que perdeu e não consegue gastar 
um único centavo do prêmio adquirido por sentir que é errado. Seu conflito entre Id, Ego, 
e Superego nos provoca diversos questionamentos sobre em que condições a moral 
prevalece e qual preço se vale pagar pela satisfação de alguns desejos.

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