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Empiema Derrame pleural parapneumônico: qualquer derrame que ocorre de forma secundária à uma pneumonia bacteriana, fúngica ou viral. Derrame parapneumônico simples (derrame não complicado). · É aquele livre e estéril; · É basicamente um exsudato; Ocorre por inflamação da parede dos capilares da pleura parietal, que resulta no extravasamento de líquidos, células e proteínas para o espaço pleural. · Grande parte dos casos se resolver apenas com o tratamento da broncopneumonia. Derrame parapneumônico complicado. · É o derrame que foi infectado com bactérias ou outros microrganismos; · Exige com que haja intervenção específica, visto que, a partir dessa fase, apenas a antibioticoterapia não é capaz de resolver o quadro; · Evolui para empiema em praticamente 100% dos casos Empiema: · Consiste na presença de pus no espaço pleural; · Além dos quadros de pneumonia adjacente, os casos em empiema podem ocorrer a partir de quadros de inoculação direta (ex.: trauma); Causas de empiema: · Pneumonias 60% dos casos; · Pós-operatório de cirurgia torácica (ex.: abertura do esôfago/brônquios, fístulas, etc.) 20% dos casos; · Traumas (ex.: trauma penetrantes, hemotórax, ruptura esofágica) 10% dos casos; · Procedimentos diagnósticos onde a antissepsia não foi realizada de forma adequada (ex.: toracocentese, drenagem); · Ruptura espontânea esofágica (Síndrome de Boerhaave); · Abscesso subfrênico. Epidemio: crianças e idosos, baixa renda e debilitados – DM etilista, usuários de drogas, neoplasias, desnutridos e imunossuprimidos QUADRO CLÍNICO: · O quadro clínico é inespecífico, sendo difícil de ser feita a distinção com outros casos, como pneumonias ou abcessos pulmonares; · Pode-se observar a presença de: · Febre persistente após 48h do início do uso de antibióticos; · Tosse geralmente produtiva; · Dor torácica ventilatória dependente; devido à presença de líquido do espaço pleural. · Dispneia. depende do grau de comprometimento pulmonar e do tamanho do derrame. EXAME FÍSICO: · Ausculta: diminuição ou abolição dos murmúrios vesiculares; · Percussão: macicez ou submacicez à percussão; · Palpação: diminuição do frêmito tóraco-vocal; · Diminuição da expansibilidade torácica; · Escoliose. EXAMES LABORATORIAIS: Hemograma: · Leucocitose com desvio à esquerda. Geralmente > 15.000- 20.000/mm3 . · Outros: · Aumento da PCR; · Hemocultura positiva (em até 12%); EXAMES DE IMAGEM: Radiografia de tórax: primeiro exame a ser solicitado presença de consolidação no terço médio do pulmão direito; além disso, observa-se a presença de uma obliteração do seio costofrênico direito (derrame pequeno). Tomografia de tórax: · Solicitada nos casos de dúvida ou quando se visa buscar mais informações a respeito do caso; · Mostra com maior riqueza de detalhes os pulmões, as pleuras, a região mediastinal e a parede do tórax. Presença de derrame pleural multiloculado à esquerda. As septações ocorrem devido a ativação do sistema da coagulação no líquido pleural. As células inflamatórias ativam o sistema de coagulação, o que implica na formação das septações. Ultrassom: · É realizado nos casos em que a tomografia não se contra disponível; · É comum de ser utilizado em crianças FASES DO DERRAME PARAPNEUMÔNICO Fase I: · Aguda ou exsudativa · Derrame parapneumônico simples · Até 7 dias · Liquido livre (ausência de bactérias) – estéril (exsudato) e de cor amarelo citrino. · Mobilidade pleural e pulmonar preservadas Bioquímica: · pH >7,2; · Glicose > 60mg/dL; · DHL < 1000UI/L. Fase II: · Fase fibrinopurulenta; · Presença de um derrame parapneumônico complicado; · Surge dentro de 8 a 21 dias; · O líquido nesses casos é septado; · Bactérias presentes. O líquido apresenta aspecto turvo/purulento; Pode-se observar a deposição de fibrina sobre a pleura visceral e parietal; · Há formação de septações ou loculações pleurais. BIOQUÍMICA · pH < 7,2; produção de ácido láctico pelas células. · Glicose < 60mg/dL; · DHL > 1000UI/L. Fase III: · fase crônica; · começa a partir do 21º dia (3 semanas); · cursa com encarceramento do pulmão; · Bactérias presentes. · Há aumento dos fibroblastos na pleura parietal e visceral; Encarceramento pulmonar; Ocorre a formação de uma capa de fibrina ao redor do pulmão, o que impede o processo de expansão pulmonar. · Há redução volumétrica do hemitórax. BIOQUÍMICA: Purulento. EXAMES DO LÍQUIDO QUANDO SUSPEITA DE DPP: Critérios de Light 1. Dosagem de proteínas (ajuda a distinguir transudatos de exsudatos); 2. DHL (ajuda a distinguir transudatos de exsudatos e derrames simples de derrames complicados); 3. pH (ajuda a distinguir derrames simples de derrames complicados); 4. Glicose (ajuda a distinguir derrames simples de derrames complicados); 5. Celularidade; Nos derrames pleurais de etiologia aguda, há predomínio de neutrófilos. 6. Bacterioscopia; 7. Culturas TRATAMENTO: A conduta depende da fase do derrame parapneumônico e das características e da análise do líquido pleural (toracocentese). Fase exsudativa (fase I): · O tratamento deve se basear apenas na introdução de antibioticoterapia associada a observação/acompanhamento do paciente; · A drenagem pleural só passa a ser indicada nas situações em que o paciente apresenta sintomas (dispneia) ou diante da presença de derrames volumosos (derrames com volume superior a metade do hemitórax do paciente). Fase fibrinopurulenta (fase II): · Para esses casos, além da introdução de antibióticos, o tratamento a ser realizado deve se basear na drenagem do tórax ou na realização de decorticação/pleuroscopia (por vídeotoracospia ou aberta), a depender da apresentação do derrame (se uniloculado ou multiloculado). DRENAGEM PLEURAL: Pode ser padrão ou guiada por TC/USG; realizada como medida terapêutica nessa fase nas seguintes situações: Derrames complicados simples (ou seja, um derrame infectado, mas que não se encontra loculado) ou; Derrames uniloculados. DECORTICAÇÃO/PLEUROSCOPIA (POR VÍDEOTORACOSPIA OU ABERTA): Indicada principalmente nos casos em que o derrame é multiloculado INDICAÇÕES DE DRENAGEM: · DPP complicado (sinal indireto de infecção) · Bacterioscopia positiva (sinal direto de infecção); · Cultura positiva (sinal direto de infecção); · Empiema (pus) (sinal direto de infecção). FIBRINOLÍTICOS: · Indicação do uso dos fibrinolíticos: o Derrame complicado/loculado; · Pacientes sem condições cirúrgicas; Idosos; ou Locais sem cirurgiões habilitados. Vantagens: causam redução na necessidade de cirurgia. Desvantagem: custo, efeitos colaterais como sangramento. Fase crônica: · Nessa fase, já é possível de se observar a presença de encarceramento pulmonar; · Como forma de tratamento, além da introdução de antibióticos, pode-se realizar: · Decorticação/Pleuroscopia (por vídeo ou aberta) · Pleurostomia; Realizada em pacientes mais debilitados e que já foram abordados em outras ocasiões. Consiste na suturação da pele na pleura parietal, criando assim um meio de drenagem · Toracoplastia/mioplastia cirurgia que visa preencher o espaço pleural com um retalho de músculo ou de omento (omentoplastia). CRITÉRIOS BIOQUÍMICOS DP SIMPLES X DP COMPLICADO: DP simples: · pH >7,2; Glicose > 60mg/dL; DHL < 1000UI/L. OBS: não necessitam de drenagem torácica e melhoram apenas com o uso de ATB (exceto se dispneia ou DP > ½ do hemitórax). DP complicado: pH < 7,2; Glicose < 60mg/dL; Algumas literaturas consideram 1000UI/L. Ver questões.
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