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.Revisão da morfofisiologia dos núcleos da base Os núcleos da base (NB) são um conjunto de estruturas cerebrais constituídos por massas de substância cinzenta localizadas profundamente à substância branca no telencéfalo, sendo eles: claustrum, amigdala, accubens núcleo caudado, putâmen e globo pálido. Além destes, podem ser incluídos o núcleo basal de Meynert, o núcleo accumbens, a substância negra (no mesencéfalo) e o núcleo subtalâmico (no diencéfalo). A integração do núcleo caudado, do putâmen e do globo pálido formam o striatum o corpo estriado dorsal e os núcleos basal de Meynert e accumbens integram o corpo estriado ventral. Os núcleos da base são um grupo de núcleos subcorticais localizado, em sua maioria, no nível do telencéfalo. Os componentes dos núcleos da base são as seguintes estruturas: 1. Do telencéfalo: núcleo caudado, putamen, globo pálido e núcleo accumbens; 2. Do mesencéfalo: substância negra (partes compacta e reticular) 3. Do diencéfalo: núcleo subtalâmico. Como estruturas correlatas dos NB, temos ainda: a área tegmentar ventral, núcleo pedúnculo-pontino, e os núcleos da rafe dorsal e as habênulas. Algumas dessas estruturas compõe o núcleo estriado e o núcleo lenticular. O núcleo estriado compreende o núcleo caudado, o putâmen e o núcleo accumbens, que são núcleos com estrutura histológica e anatômica muito semelhantes. Já o núcleo lentiforme compreende o putamen e o globo pálido, que são núcleos funcionalmente semelhantes Um pouco mais abaixo e posterior do núcleo caudado está o putâmen. É o maior componente dos núcleos da base e também é o núcleo mais lateral. O putâmen relaciona-se lateralmente com a cápsula externa e medialmente com a lâmina medular lateral do globo pálido, que contém axônios que separam o putâmen do segmento externo do globo pálido. A principal função do putâmen é a de regular os movimentos amplos (grosseiros) e influenciam diversos tipos de aprendizagem, especialmente ao condicionamento. Juntamente com o globo pálido, o putâmen forma o núcleo lentiforme, com tamanho e formato semelhante a uma castanha-do-pará e que se relaciona medialmente com a cápsula interna. E como já foi mencionado anteriormente, o núcleo estriado compreende o núcleo caudado e o putâmen. O núcleo estriado desempenha um papel significativo em várias funções cerebrais, incluindo controle e aprendizado motor, linguagem, recompensa, funcionamento cognitivo e dependência pelas vias neurais funcionais cortico-estriato-talamocortical. O núcleo estriado é formado pelos neurônios espinhosos (neurônios com dendritos coberto com espinhos) e não espinhosos. A maior parte dos neurônios do putâmen é do tipo espinhoso, que são gabaérgicos, contendo o neurotransmissor ácido gama- aminobutírico (GABA). O claustrum está entre o putâmen e o córtex da ínsulae tem conexões recíprocas com a maioria das áreas corticais, mas sua função ainda não é bem esclarecida. A amígdala e o núcleo accumbens são estruturas com função importante no sistema límbico, responsável pela regulação de processos emocionais. O núcleo basal de Meynert é um dos componentes do sistema ativador ascendente, responsável por muitas das projeções colinérgicas para o encéfalo. Antigamente acreditava-se que os núcleos da base, especialmente o corpo estriado dorsal, estariam somente relacionados à funções motoras, pertencendo ao sistema extrapiramidal. No entanto, atualmente, sabe-se que essas estruturas também estão envolvidas em processos cognitivos, emocionais e motivacionais. Um dos constituintes do núcleo lentiforme, o globo pálido é a estrutura de menor tamanho e mais medial desse núcleo. O globo pálido está adjacente ao putâmen. É dividido em dois segmentos pela lâmina medular medial: segmentos medial e lateral. Apresenta mais uma divisão no segmento medial, sendo dividido pela lâmina medular acessória em duas porções: uma mais medial (globo pálido interno – GPi) e outra mais lateral (globo pálido externo – GPe). Existem muitas fibras ligando o núcleo cauda do e o putâmen ao globo pálido. Essas fibras ao convergir para o globo pálido lhe dão cor mais pálida em preparações não coradas por conta das fibras mielínicas que o atravessam. O globo pálido tem função essencialmente motora. A substância negra é uma estrutura que possui coloração escura devido a existência de melanina em seus neurônios. Está localizada no mesencéfalo, entre o tegmento e a base do e pedúnculo, que compõe o pedúnculo cerebral. Apesar de estar localizada no tronco encefálico, a substância negra tem um contato direto e constante com os núcleos da base. É a maior estrutura nuclear mesencefálica e é dividida em duas partes: a pars compacta e a pars reticulata. A pars compacta é a região mais dorsal, com neurônios contendo dopamina que fazem conexões eferentes com o corpo estriado, e está envolvida com o controle dos movimentos. Também faz conexões com a amígdala (relacionada com emoções e motivação) e a formação reticular (relacionada com a vigília). A substância negra está localizada no mesencéfalo e, apesar de estar localizada no tronco encefálico e não no telencéfalo, a possui ligações diretas com os núcleos da base. É dividida em compacta e reticulada: Para compacta: possui neurônios dopaminérgicos que fazem conexões eferentes com o corpo estriado (controle dos movimentos), com a amígdala (relação com emoções e motivação) e com a formação reticular (relação com a vigília). Formada por neurônios que contém melanina, que origina a coloração escura que caracteriza sua nomenclatura. A dopamina pode excitar ou inibir as fibras, dependendo do receptor dos neurônios pós-sinápticos (D1 excita e D2 inibe). A parte que é afetada na doença de parkison é essa via compacta Para reticular: recebe projeções aferentes do corpo estriado pelas fibras estriatonigrais, tendo como principal neurotransmissor o GABA. Núcleo subtalâmico Como o próprio nome indica, o núcleo subtalâmico localiza-se ventralmente ao tálamo e está no nível do diencéfalo. Possui uma relação lateral com a cápsula interna e medial com o hipotálamo. É um núcleo organizado com áreas relacionadas com os membros superiores e inferiores, e possui conexões complexas. Recebe fibras aferentes do globo pálido externo e do córtex motor, e envia fibras eferentes para o globo pálido interno e externo. Os neurônios do núcleo subtalâmico são glutamatérgicos (neurotransmissor excitatório) e exerce excitação sobre o globo pálido e a substância negra O papel do corpo estriado no controle motor pode ser inferido por meio do estudo de pacientes com lesões no circuito motor. A necessidade de realizar um movimento interromperia este freio tônico, permitindo liberação do comando motor ordenado pelo córtex cerebral. Dessa forma, os núcleos da base têm um papel na preparação de programas motores e na execução automática de programas motores já aprendidos. Os transtornos do corpo estriado são hipercinéticos, hipocinéticos ou comportamentais e emocionais esses últimos de interesse neuropsiquiátrico. Os principais transtornos do corpo estriado são descritos a seguir Hemibalismo é o mais conhecido, caracterizado por movimentos involuntários, de grande amplitude e forte intensidade, dos membros do lado da lesão, que se assemelham ao movimento de um indivíduo arremessando um objeto. Nos casos mais graves, esses movimentos não desaparecem com o sono, podendo levar o doente à exaustão. A causa mais comum são lesões do núcleo subtalâmico, geralmente resultantes de pequenos acidentes vasculares. Além disso, a doença de parkison. Globo pálido Substância negra O corpo estriado Os núcleos da base são importantes no início e no fim dos movimentos.Duas porções dos núcleos da base, o núcleocaudado e o putame, recebem informações a partir das áreas sensitiva, de associação e moto ra do córtex cerebral eformam a substância negra. Osnúcleos da base enviam informações para o glo bo pálido e a substância negra, que enviam sinais de retroalimentação para o córtex m otor superior através do tálamo. Esse circuito do córtex para os núcleos da base, para o tálamo e para o córtex parece agir no início e no fim dos movimentos. Os neurônios no putame geram impulsos imediata mente antes do aparecimento dos movimentos do corpo e os neur ônios no núcleo caudado geram impulsos logo ant es do aparecimento dos movimentos oculares Os núcleos da base evitam movimentos indesejáveis p or causa de seus efeitos inibitórios sobre o tálamo e o colículo superior. Os núcleos da base influenciam o tônus muscular. O g lobo pálido envia impulsos para que a formação reticul ar reduzao tônus muscular. Danos ou a destruição de algumas conexões dos núcleos da base causam um a umento generalizado no tônus muscular. Os núcleos da base influenciam muitos aspectos da fu nção cortical, incluindo as funções sensitiva, límbica, c ognitivae linguística. Por exemplo, os núcleos da base ajudam a iniciar e a terminar alguns processos cognitivos, como aatenção, a memória e o planejamento. Além disso, o s núcleos da base podem agir em conjunto com o sist ema límbico para a regulação dos comportamentos emocionais Os distúrbios dos núcleos da base podem afetar os movimentos corporais, a cognição e o comportamento. Tremores incontroláveis e rigidez muscular são sinais característicos da doença de Parkinson (DP) Nesse distúrbio, os neurônios liberadores de dopamina que se estendem da substância negra para o putame e o núcleo caudado degeneram Fisiopatologia A principal via de entrada do sistema é o striatum, para onde se projetam aferências provenientes de todo o neocórtex (sobretudo o córtex motor e áreas associativas) e de várias estruturas do pelo córtex. As aferências corticais têm ação excitatória sobre o striatum e utilizam como neurotransmissor o glutamato. No striatum há certa diferenciação quanto às conexões recebidas pelo núcleo caudado e pelo putâmen. O primeiro recebe o maior contingente de fibras provenientes de áreas associativas, principalmente córtex préfrontal e áreas parietais posteriores, enquanto o maior contingente das aferências corticais para o putâmen tem origem no córtex sensório-motor. Essa diferenciação sugere uma participação do núcleo caudado em funções cognitivas, ao passo que o putâmen parece estar exclusivamente envolvido no controle da motricidade. O striatum recebe também aferências nigrais que provêm da pars compacta da substância negra e tem como neurotransmissor a dopamina. As aferências nigrais têm efeitos diversos em diferentes subpopulações de neurônios estriatais. Dessa forma, atuando sobre receptores dopaminérgicos de tipo D2,essas aferências inibem neurônios estriatais que se projetam para o pálido externo (primeira estação da via indireta, conforme será explanado adiante) e, agindo sobre receptores dopaminérgicos de tipo D1, excitam neurônios estriatais, que por uma via direta, se destinam ao complexo pálido interno/substância negra pars reticulata (via de saída dos núcleos da base). O striatum recebe ainda projeções serotoninérgicas de núcleos da rafe, aferências noradrenérgicas do locus ceruleus, aferências glutamatérgicas provenientes dos núcleos centromediano e parafascicular do tálamo, e, em escala mais modesta, aferências provenientes do núcleo pedúnculo-pontino, do globo pálido e do núcleo subtalâmico de Luys. Nas conexões intra-estriatais, a acetilcolina é um neurotransmissor de papel relevante. O principal contingente das aferências estriatais é constituído por neurônios inibitórios, em que o neurotransmissor é o gama-amino-butírico (GABA). Essas aferências destinam-se, na sua maior parte, ao globo pálido (segmentos interno e externo) e em menor proporção à pars reticulata da substância negra. Os neurônios gabaérgicos estriatais que se projetam para o pálido externo utilizam também o neuropeptídeo encefalina que atua como neuromodulador na transmissão sináptica. Por outro lado, os neurônios gabaérgicos estriatais, que se projetam para o pálido interno e substância negra pars reticulata, têm como neuromodulador o neuropeptídeo substância P. Se o striatum é o ponto-chave como via de entrada do circuito dos núcleos da base, o segmento interno do globo pálido, juntamente com a pars reticulata da substância negra, constituem a via de saída do sistema. Entre a via de entrada (striatum) e a via de saída (globo pálido interno/substância negra pars reticulata) há duas vias de comunicação (vias estriato- palidais): a direta e a indireta. Essa descrição de circuitos e neurotransmissores dos núcleos da base é sumária, visando apenas a exposição dos dados essenciais indispensáveis como introdução para o conhecimento das afecções que afetam essas estruturas. Convém assinalar, porém, que outros neurotransmissores, e ainda neuropeptídeos, estão envolvidos no funcionamento desse complexo sistema. O papel do circuito dos núcleos da base na atividade motora em condições normais ainda não está devidamente esclarecido, mas as evidências, a partir de dados anatômicos e fisiológicos, indicam que esse sistema não é gerador de movimentos. Admite-se que os gânglios da base têm uma função primariamente inibitória que permite a facilitação seletiva de padrões motores desejados e ampla inibição de outros que poderiam competir com aqueles. Os núcleos da base fornecem informação necessária para planejar e desencadear os movimentos e também para organizar os ajustes posturais associados a estes movimentos. Para essas tarefas, parece que os núcleos da base facilitam seletivamente alguns movimentos e, paralelamente, suprimem outros. Esse comportamento dual de excitação e inibição dos núcleos da base ocorrem por meio de duas alças motoras conhecidas como vias de saída estriatal direta e indireta. São duas vias com efeitos antagônicos sobre o tálamo, sendo que a via direta excita o tálamo e a via indireta o inibe. Como mencionado anteriormente, o circuito motor corticogangliobasal-talamocortical se inicia nas áreas motoras do córtex e projeta-se para o putâmen de forma somatotópica (para cada região do córtex há uma região correspondente no putâmen). Ao chegar no putâmen, o circuito motor se divide nas vias direta e indireta. A via direta é formada por neurônios de projeções que saem do putâmen e chegam até o globo pálido interno (GPi), que contém GABA, e o GPi projeta neurônios para os núcleos ventral lateral e ventral anterior do tálamo. Lembre-se que o putâmen é uma região predominantemente gabaérgica e que o GABA é um neurotransmissor inibitório. Então, perceba o que ocorre: a excitação cortical sobre o putâmen é transformada em inibição para o GPi – o córtex excita o putamen, e este por sua vez inibe o GPi; o GPi, região também inibitória, exerce ação sobre o tálamo – o GPi ao ser inibido diminui o seu efeito inibitório sobre o tálamo. Portanto, o produto final da via direta com essa dupla ação inibitória é um efeito excitatório do tálamo ao córtex, facilitando o início dos movimentos. A via indireta é um pouco mais complexa e apresenta efeito oposto ao da via direta. Na via indireta ocorre a ação do núcleo subtalâmico, que é uma estrutura excitatória. A via indireta é formada por neurônios inibitórios de projeções do putamen que chegam até o globo pálido externo (GPe), que também é uma estrutura inibitó ria (possui Gaba-encefalina). Percebaque raciocínio da via indireta, apesar de oposto, é semelhante ao da via direta: o GPe projeta fibras e exerce efeito sobre o núcleo subtalâmico, portanto, ao ser inibido pelo putamen, o GPe diminui a utilização do GABA e passa a inibir menos o núcleo subtalâmico; o núcleo subtalâmico desinibido aumenta sua ação excitatória sobre o globo pálido interno e sobre a pars reticulata da substância negra – dessa forma, é provocada uma forte ação inibitória sobre o tálamo. O tálamo mais inibido atua de modo negativo sobre o córtex cerebral (lobo frontal) e suprime os movimentos Funcionamento das Vias Outro neurotransmissor com papel importante no funcionamento do circuito é a dopamina. Ela pode exercer tanto papel excitatório quanto inibitório. Na via direta ela atua na via nigroestriatal (que tem efeito excitatório) atuando nos receptores dopaminérgicos D1. Na via indireta ela atua com efeito inibitório nos neurônios estriatais através dos receptores dopaminérgicos D2. Então, a dopamina no corpo estriado pode maximizar a ação da via direta (facilitando os movimentos) mas também pode maximizar a via indireta (inibindo os movimentos). O circuito motor corticogangliobasal-- talamocortical Três tipos de movimento compõe a motricidade: respostas reflexas, padrão motor rítmico e movimentos voluntários. E também existem três níveis do controle motor: medula espinhal, o tronco encefálico e o córtex motor. A medula espinhal, nível mais baixo do controle motor, realiza uma série de padrões motores automáticos, estereotipados e reflexos. O córtex cerebral (prémotor, área motora suplementar e córtex motor primário) é o nível mais alto e projeta-se diretamente para a medula através do tratocorticoespinal, e indiretamente através dos sistemas motores do tronco encefálico pelas vias extrapiramidais. Há uma vasta divisão de sistemas neuronais e de tratos envolvidos na motricidade. No tronco encefálico não é diferente: há o sistema medial e lateral. O medial está envolvido com o controle dos músculos axiais e proximais é muito importante para o controle postural. Envolve os tratos vestibuloespinal, reticuloespinal e tetoespinal. Já o sistema lateral é importante para o controle dos músculos distais dos membros e envolve o trato rubroespinal. Esses tratos citados compõem o que se chama de vias extrapiramidais. Suas fibras possuem origem neuroanatômica distintas e destinamse a medula espinal. A estimulação cortical sobre os núcleos da base ocorre com a atuação dos neurotransmissores glutamato e aspartato, principalmente sobre o corpo estriado (região predominada pelo GABA) que, ao ser estimulado atuará no segmento externo do globo pálido, e este exerce uma ação sobre os núcleos de saída dos núcleos da base (segmento interno do globo pálido e a pars reticulata da substância negra). Com essa sequência de estimulações, ocorre um efeito de feedback exercido pelo tálamo que projeta de volta ao córtex do lobo frontal, fechando o circuito. Assim, os núcleos da base recebem aferências do córtex e projetam eferências pelo meio do tálamo (através do glutamato). Este circuito recebe o nome de cortiçogângliobasal-talamocortical. O circuito motor corticogangliobasal--talamocortical se inicia nas áreas motoras do córtex e projeta-se para o putâmen de forma somatotópica (para cada região do córtex há uma região correspondente no putâmen). Ao chegar no putâmen, o circuito motor se divide nas vias direta e indireta. A via direta é formada por neurônios de projeções que saem do putâmen e chegam até o globo pálido interno (GPi), que contém GABA, e o GPi projeta neurônios para os núcleos ventral lateral e ventral anterior do tálamo. Lembre-se que o putâmen é uma região predominantemen-te gabaérgica e que o GABA é um neurotransmissor inibitório. Então, perceba o que ocorre: a excitação cortical sobre o putâmen é transformada em inibição para o GPi – o córtex excita o putamen, e este por sua vez inibe o GPi; o GPi, região também inibitória, exerce ação sobre o tálamo – o GPi ao ser inibido diminui o seu efeito inibitório sobre o tálamo. Portanto, o produto final da via direta com essa dupla ação inibitória é um efeito excitatório do tálamo ao córtex, facilitando o início dos movimentos Denominamos Síndrome Extrapiramidal os sintomas causados por distúrbios nas vias nervosas que são utilizadas para controlar os movimentos voluntários. Entre as condições que apresentam sintomas extrapiramidais temos a Doença de Parkinson, as distonias, ou mesmo, o efeito colateral de medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos. Os transtornos dos núcleos da base, principalmente do corpo estriado, são hipercinéticos, hipocinéticos ou comportamentais e emocionais. Os principais são: hemibalismo, parkinsonismo, coreia de Sydenham, TOC, distonia, mioclonias. Parkinsonismo O parkinsonismo é a síndrome clínica com a presença de bradicinesia, rigidez muscular, tremores (principalmente em repouso) e instabilidade postural. A presença de dois desses sinais fecha o diagnóstico de parkinsonismo. A principal etiologia dessa síndrome é a doença de Parkinson idiopática (DPI). Os distúrbios do movimento relacionados a disfunções dos núcleos da base são classicamente divididos em dois grupos, as síndromes hipocinéticas Síndromes extrapiramidais (parkinsonismo) e as síndromes hipercinéticas (coréia, balismo, distonia e atetose). No parkinsonismo, admite-se que, ocorra uma redução da atividade inibitória sobre a via indireta e da atividade excitatória sobre a via direta como conseqüência da disfunção da alça dopaminérgica nigro-estriatal. Essas alterações, levam, por mecanismo de cascata na via indireta, a um aumento da atividade excitatória do núcleo subtalâmico sobre a via de saída do sistema (pálido interno/substância negra pars reticulata). Por outro lado, ocorre uma redução da atividade inibitória da via direta sobre o mesmo complexo pálido interno/ substância negra pars reticulata. Essas alterações resultam em intensificação da atividade inibitória desse complexo sobre o tálamo e, conseqüentemente, em uma redução da estimulação cortical exercida pelas projeções tálamocorticais, resultando em diminuição da iniciativa motora que se expressa na síndrome parkinsoniana Etiologia Estabelecido o diagnóstico sindrômico de parkinsonismo, passa-se à identificação de sua causa. As diversas formas de parkinsonismo podem ser classificadas em 3 tipos básicos: parkinsonismo primário (doença de Parkinson idiopática [DP] e as formas hereditárias); parkinsonismo secundário; e parkinsonismo-plus ou atípico Classificação: Parkinsonismo primário Na doença de Parkinson idiopática (DP), o quadro clínico é dominado pelas manifestações motoras representadas pela síndrome parkinsoniana, mas alterações não-motoras em geral estão presentes. Dessa forma, pacientes com DP podem apresentar, além das manifestações motoras, alterações cognitivas, psiquiátricas e autonômicas. As alterações cognitivas em fases iniciais da moléstia, quando presentes, geralmente são discretas (distúrbios visuoespaciais) e sem repercussão significativa sobre o desempenho cognitivo. A - Parkinsonismo secundário As principais causas de parkinsonismo secundário estão relacionadas no Quadro II. Entre estas, destacamse as drogas que bloqueiam os receptores dopaminérgicos, como os neurolépticos e os antivertiginosos (bloqueadores de canais de cálcio) como a flunarizina e a cinarizina. Dado importante a ser considerado é que o parkinsonismo induzido por drogas pode persistir por semanas ou meses após a retirada do agente causador. Dessa forma, as informações de anamnese a serem obtidas em pacientes portadores de parkinsonismo devem ser bastante minuciosas em relação a esse aspecto São condições que causamparkinsonismo cuja causa específica pode ser identificada. As primeiras descrições foram relatadas na década de 1920 e, posteriormente, na época da 2ª Guerra Mundial, devido a um quadro pós-encefalítico viral conhecido como encefalite letárgica. Atualmente, as principais causas são as medicamentosas e as vasculares B - Parkinsonismo atípico (Parkinson-plus) O parkinsonismo-plus ou atípico é a denominação empregada para caracterizar quadros neurológicos em que uma síndrome parkinsoniana, geralmente apenas expressada por acinesia e rigidez (sem tremor), associase a distúrbios autonômicos, cerebelares, piramidais, de neurônio motor inferior ou, ainda, de motricidade ocular extrínseca. . Essa forma de parkinsonismo relaciona-se a uma série de moléstias neurológicas degenerativas ou dismetabólicas, que podem ser didaticamente divididas em 2 grupos: 1) Doenças, geralmente esporádicas, que se instalam na meia idade (após os 40 anos). Essas doenças neurodegenerativas são as que oferecem maiores dificuldades para serem distinguidas da DP porque têm a mesma apresentação que a forma clássica desta moléstia. C - Doenças heredodegenerativas Em algumas outras doenças heredodegenerativas, o parkinsonismo aparece geralmente como característica menos preponderante dentre outras manifestações clínicas. As principais doenças que assim se apresentam são a de Huntington, a neuroacantocitose, a doença de Machado-Joseph (SCA3) e a doença de Wilson Do ponto de vista patológico, as características essenciais da DP consistem em degeneração dos neurônios dopaminérgicos na parte compacta da substância negra (SNc), redução da dopamina estriatal e inclusões proteináceas intracitoplasmáticas, conhecidas como corpúsculos de Le'"' Embora o interesse tenha sido principalmente concentrado no sistema dopaminérgico, a degeneração neuronal com formação de corpúsculos de inclusão também pode afetar os neurônios colinérgicos do núcleo basal de Meynert (NBM), os neurônios noredrenérgicos do locus ceruleus (LC), os neurônios serotoninérgicos dos núcleos da rafe do tronco encefálico e neurônios do sistema olfatório, hemisférios cerebrais, medula espinal e sistema nervoso autônomo periférico. Parkinsonismo atípico O parkinsonismo atípico refere-se a um grupo de condições neurodegenerativas que habitualmente estão associadas a uma neurodegeneração mais disseminada encontrada na DP (comprometimento frequente da SNc e do estriado e/ou pálido). Como grupo, manifestam-se como parkinsonismo (rigidez e bradicinesia), porém se caracterizam por um quadro clínico ligeiramente diferente daquele da DP, refletindo diferenças na patologia subjacente. O parkinsonismo nessas condições caracteriza-se, com frequência, por comprometimento precoce da fala e da marcha, ausência de tremor de repouso, ausência de assimetria, resposta precária ou ausente à levodopa e evolução clí nica agressiva. Nos estágios iniciais, podem obter algum benefício modesto da levodopa e pode ser difícil diferenciá-los da DP. O exame de neuroimagem do sistema dopaminérgico não costuma ser útil, visto que várias formas atípicas de parkinsonismo também têm degeneração dos neurônios dopaminérgicos. Na DP o quadro clínico é dominado pelas manifestações motoras representadas pela síndrome parkinsoniana, mas alterações não motoras já mencionadas frequentemente estão presentes e decorrem, em parte, do envolvimento de estruturas fora do circuito dos núcleos da base. O parkinsonismo ou a síndrome parkinsoniana é um dos mais frequentes tipos de distúrbio do movimento e apresenta-se com quatro componentes básicos: acinesia, rigidez, tremor e instabilidade postural. Pelo menos dois desses componentes são necessários para a caracterização da síndrome. A acinesia é caracterizada por pobreza de movimentos e lentidão na iniciação e na execução de atos motores voluntários e automáticos, associada à dificuldade na mudança de padrões motores, na ausência de paralisia. Esse tipo de desordem motora pode englobar ainda incapacidade de sustentar movimentos repetitivos, fatigabilidade anormal e dificuldade de realizar atos motores simultâneos Sintomas Motores Tremor O clássico “tremor de repouso” da doença de Parkinson tem características clínicas típicas. O tremor manifesta-se com uma frequência de quatro a seis ciclos por segundo, tipicamente com uma aparência de “rolar pílulas” quando ele envolve a mão. Ele está geralmente presente quando o membro está em repouso completo e frequentemente reduz-se quando o membro se move e ocupa uma nova posição, embora possa surgir de novo (“tremor reemergente”) em um tempo curto após a manutenção da nova posição. Rigidez A rigidez é uma forma de aumento no tônus muscular, observada melhor nos movimentos passivos lentos. Ela pode ser caracterizada como rigidez em “roda denteada”, quando um tremor está sobreposto, ou como rigidez de “cano de chumbo”, quando da ausência do tremor. A rigidez é “ativada” ou acentuada na avaliação clínica quando se pede ao paciente para mover o membro oposto àquele que está sendo examinado. Os pacientes podem queixar-se de dureza, entretanto a rigidez geralmente não é incapacitante Acinesia A acinesia ou bradicinesia constitui uma variedade de distúrbios no movimento, incluindo lentidão, amplitude reduzida, cansaço e interrupções no movimento em curso. Esse aspecto incapacitante do parkinsonismo interfere em todas as atividades voluntárias e explica muitas das características bem conhecidas do parkinsonismo: falta de expressão facial com o ato de Quadro clínico piscar reduzido (hipomimia ou fácies em máscara – o “olhar reptiliano”), fala baixa e monótona (hipofonia), deglutição alterada resultando em baba (sialorreia), caligrafia apresentando letra pequena (micrografia), redução da movimentação do braço durante a marcha, passos curtos e o andar com arrastar dos pés, dificuldade de se levantar de uma cadeira baixa e dificuldades de rolar na cama A acinesia súbita, o bloqueio ou o congelamento (freezing) caracteriza-se pela perda abrupta da capacidade de iniciar ou sustentar uma atividade motora específica, mantendo-se as demais inalteradas. Manifesta-se mais frequentemente durante a marcha e pode, portanto, ocorrer como uma hesitação no seu início ou determinar uma frenação súbita dos movimentos dos membros inferiores, às vezes levando à queda, já que a inércia tende a manter o corpo em movimento. A acinesia súbita pode surgir quando o paciente se depara com um obstáculo real, como uma pequena elevação do solo, ou apenas visual, como uma faixa pintada no solo. Outras vezes, uma situação de tensão emocional pode desencadear o fenômeno Distúrbios Posturais Os distúrbios posturais incluem postura flexionada nos membros e no tronco (postura símia, abaixada), bem como instabilidade postural resultando em desequilíbrio e quedas. Os pacientes podem queixar- se da incapacidade de parar por si próprios, de ir para frente (propulsão) ou para trás (retropulsão). A avaliação clínica da instabilidade postural inclui o “teste do puxão”, em que o examinador abruptamente puxa o paciente por trás enquanto está pronto para segurá-lo em caso de uma queda Além das características motoras do parkinsonismo, uma variedade de características relacionadas não motoras é extremamente comum e inclui dor e outros distúrbios (sensitivos); problemas disautonômicos, tais como urgência e frequência urinárias; tonteira ortostática; obstipação intestinal; disfunção erétil; anormalidades do sono, incluindo distúrbio comportamental do sono REM (Capítulo 412); ansiedade; cansaço; depressão e transtornos cognitivos, incluindo demência Bradicinesia O termo bradicinesia ou oligocinesia refere-se mais especificamente à lentidão na execução de movimentos. Hipocinesia é a designação dada por alguns autores para a pobreza de movimentosmanifestada por redução da expressão facial (hipomimia), diminuição da expressão gestual corporal, incluindo a diminuição ou ausência dos movimentos associados dos membros superiores durante a marcha (marcha em bloco) e redução da deglutição automática da saliva, levando ao acúmulo da mesma e perda pela comissura labial (sialorreia). Outro distúrbio motor relacionado com a acinesia é a aceleração involuntária na execução de movimentos automáticos, e a sua forma mais conhecida é a festinação, que se caracterizada pela aceleração involuntária da marcha. Postura em flexão Inicia-se nos braços e se dissemina progressivamente por todo o corpo. O aumento do tônus muscular mantém a cabeça e o tronco inclinados para frente, a coluna em cifose torácica e os cotovelos, os quadris e os joelhos flexionados, conferindo assim, ao deambular, marcha em bloco, com o tronco inclinado para frente, como se à procura de seu centro de gravidade Fenômeno de congelamento: bloqueio motor – freezing Incapacidade transitória de realizar movimentos ativos: hesitação no início do caminhar ou ao aproximar-se de algo, dificuldade de abrir os olhos (apraxia de abertura ocular), receio em lidar com barreiras percebidas no espaço e no tempo (portas giratórias, portas de elevador, escadas rolantes, atravessar ruas). Afeta mais comumente as pernas. Nesse fenômeno, os pés parecem presos ao chão e, de repente, se descolam, e o paciente anda novamente. .Na fala, há comprometimento da fonação e da articulação das palavras, configurando um tipo de disartrofonia denominada hipocinética. Nessa disartria sobressaem: redução do volume da fala, que pode tornar-se apenas um sussurro; perda da capacidade de inflexão da voz, que se torna monótona; e distúrbios do ritmo, que podem consistir em episódios de hesitação inicial e cadência lenta, pontuada por pausas inadequadas, hesitações ou acelerações involuntárias (semelhantes à festinação da marcha) As alterações cognitivas em fases iniciais da moléstia, quando presentes, geralmente são discretas (distúrbios visuoespaciais) e sem repercussão significativa sobre o desempenho cognitivo. Entretanto, em cerca de 20% a 40% dos casos, em fases adiantadas da evolução da doença, podem instalar-se alterações cognitivas graves, configurando quadro demencial. No contexto das alterações psiquiátricas na DP, destaca-se a depressão, que está presente em cerca de 40% dos pacientes com DP, podendo ocorrer em qualquer fase da evolução da doença Entre as alterações autonômicas, a mais frequente é a obstipação intestinal, porém podem estar ainda presentes: seborreia, hipotensão postural e disfunções urinárias. A hiposmia está presente em cerca de 80%- 90% dos pacientes com DP, e pode ser um dado clínico útil para, em casos de dúvida diagnóstica, distinguir a DP do tremor essencial ou de certas formas de parkinsonismo degenerativo (paralisia supranuclear progressiva e degeneração Hemibalismo é um distúrbio neuromotor hipercinético caracterizado por movimentos involuntários abruptos, de grande amplitude e forte intensidade, homolateral à lesão, que se assemelham ao movimento de uma pessoa arremessando um objeto. Envolve mais a musculatura proximal do que distal. Nos casos graves, os movimentos não desaparecem com o sono. A causa mais comum é a lesão no núcleo subtalâmico, geralmente ocasionada por pequenos acidentes vasculares. A fisiopatologia do hemibalismo, assim como a dos demais distúrbios hipercinéticos, é explicada pela diminuição da atividade excitatória das projeções do núcleo subtalâmico para o pálido medial, reduzindo a inibição sobre os núcleos talâmicos e sobre o córtex motor. Assim, as áreas do córtex sendo menos inibidas respondem exageradamente aos comandos corticais e aumentam a tendência de neurônios corticais dispararem espontaneamente, resultando nos sintomas (movimentos involuntários). A mioclonia é um distúrbio neuromotor em que ocorre um movimento involuntário súbito, breve, tipo “choque”, decorrente de contrações musculares ou inibições musculares. É um distúrbio hipercinético que não apresenta uma topografia específica noSNC, podendo ocorrer por lesões em diferentes locais dos núcleos da base. Já a distonia é um distúrbio do movimento em que há contrações musculares mantidas e simultâneas de grupos agonistas e antagonistas. Causa torção e movimentos repetitivos e/ ou posturas anormais. Existem diversas etiologias para as distonias como doenças genéticas, lesões de diferentes origens em diferentes níveis dos núcleos da base. O prognóstico e evolução varia conforme a etiologia. As distonias secundárias são mais associadas ao acometimento dos núcleos da base, principalmente o putamen. Coreia é um distúrbio neuromotor caracterizado por movimentos involuntários, irregulares, não rítmicos rápidos e abruptos. Nesse distúrbio ocorre a perda da inibição entre o putâmen e o GPe, provocando uma excessiva atividade inibitória do GPe sobre o núcleo subtalâmico – assim, OGPe e a pars reticulata são menos es timulados, e por consequência o tálamo inibe menos o córtex, provocando movimentos involuntários anormais excessivos. O principal exemplo das coreias é a doença de Huntington, que é uma doença neurodegenerativa (com comprometimento motor e cognitivo) e genética. Nela, ocorre uma atrofia no corpo estriado (na cabeça do núcleo caudado). Outro exemplo comum das coreias é a coreia de Sydenham com movimentos involuntários rápidos que lembram uma dança, hipotonia e distúrbios neuropsiquiátricos. A sintomatologia motora é secundária ao comprometmento do circuito motor, enquanto as demais são por conta do comprometimento dos circuitos pré-frontais. É uma doença que é uma doença autoimune mais prevalente em crianças. Síndromes hipercinéticas (Coréia, balismo, distonia e atetose): ocorre comprometimento dos neurônios do neostriado que tem o GABA e a encefalina como neurotransmissores, levando a uma diminuição da atividade inibitória do complexo pálido medial/substância negra pars reticulata sobre o tálamo e conseqüente hiperatividade das projeções do tálamo sobe o córtex. Hipertonia – podem ser distinguidos dois tipos de tônus aumentado. Espasticidade – consiste em um aumento no tônus que afeta diferentes grupos musculares com intensidades diferentes. Nos braços, o tônus está mais aumentado nos músculos flexores e adutores do que nos extensores e abdutores; nas pernas, o tônus está mais aumentado nos músculos extensores do que nos flexores. Além disso, a resistência de um músculo afetado não é a mesma durante toda a variação do movimento, mas tende a ser mais acentuada quando se inicia um movimento passivo e, então, diminui com a evolução do movimento (o fenômeno do canivete). O aumento do tônus é velocidade-dependente, de modo que um movimento passivo realizado com alta velocidade – mas não com baixa velocidade – será executado com maior resistência. A espasticidade é causada por uma lesão do neurônio motor superior, como um acidente vascular cerebral que envolve o córtex motor suplementar ou o trato corticospinal. No Hemibalismo Mioclonia e Distonia Coreia Diferença de síndromes hipercinéticas e hipocinéticas entanto, a espasticidade pode não estar aparente durante vários dias após o início da lesão aguda. Rigidez – consiste em um aumento da resistência a um movimento passivo, que independe da direção do movimento; ou seja, ela afeta igualmente grupos musculares agonistas e antagonistas. O termo rigidez em cano de chumbo algumas vezes é usado para propósitos descritivos, enquanto o termo rigidez em roda dentada é usado quando existem interrupções super impostas ao movimento passivo, que provavelmente estão relacionadas ao tremor subjacente. Em geral, a rigidez indica disfunção extrapiramidal e é decorrente de uma lesão dos núcleos da base (p. ex., doença de Parkinson).Hipotonia (flacidez) – essa condição se caracteriza por flacidez excessiva – uma redução da resistência ao movimento passivo – de modo que a porção distal do membro é facilmente balançada de um lado para o outro quando a extremidade é passivamente chacoalhada. Em membros hipotônicos, com frequência é possível promover uma hiperextensão das articulações, e o ventre muscular pode ter um aspecto achatado, parecendo menos firme que o comum. Embora a hipotonia em geral esteja relacionada ao envolvimento patológico do suprimento do neurônio motor inferior para os músculos afetados, ela também pode ocorrer em distúrbios musculares primários, interrupção da perna sensorial (aferente) do arco reflexo, doença cerebelar e certos distúrbios extrapiramidais, como doença de Huntington, assim como no estágio agudo de uma lesão piramidal. Paratonia – alguns pacientes parecem incapazes de relaxar e tentarão mover o membro examinado da mesma maneira que o médico o faz, apesar de instruções contrárias. Nos casos mais avançados, parece haver rigidez quando o examinador move o membro rapidamente, mas o tônus é normal quando o membro é movido lentamente. Esse fenômeno – paratonia – ocorre especialmente em pacientes com doença do lobo frontal ou doença cerebral difusa