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1 Aline David – ATM 2025/B PATOLOGIA II – AULA 12 ANATOMIA E HISTOLOGIA ❖ Doenças renais são divididas entre os 4 componentes morfológicos básicos do rim: glomérulos, túbulos, interstício e vasos. - Túbulos e glomérulos compõem a parte cortical dos rins. Pelve renal junto com o ureter formam os hilos. - Hilo renal: pelve (junção de todos os cálices por onde vai sair a urina), veia renal e artéria renal. - O líquido da filtração do sangue cai nos túbulos. - Bem vascularizado para filtrar todo o sangue e reabsorver eletrólitos e água. - O controle de vasoconstrição e vasodilatação são feitas através da mácula densa, falando como está a volemia. - Bastante alteração renal por conta da pressão alta (lesões específicas). - HAS e DM são as causas mais comuns de doença renal crônica. Medicações principais que ajudam a proteger o rim são IECA e BRA. - Inibidores de SGLT2 são importantes para proteger o rim do diabetes. - Glomérulos: bolinha de capilares com um espaço por onde a urina vai ser filtrada. - Vasos: que contém hemácias dentro. - Túbulos: responsáveis pela reabsorção de eletrólitos e de água. - Glomérulos, túbulos e vasos que tem hemácias dentro. AVALIAÇÃO LABORATORIALM DO RIM ❖ Creatinina: produto metabólico da creatina e fosfocreatina (proteínas encontradas nos músculos). - Molécula pequena, solúvel, livremente filtrada pelo glomérulo, não ligada a proteínas. 2 Aline David – ATM 2025/B - Aumento em seu nível sérico indica redução de taxa de filtração glomerular (TFG) com boa acurácia → diversas fórmulas usadas para cálculo. - Limites: 0,6-0,7 até 1,2-1,4 → utilizada para estimar TFG do rim. O mais importante é a TFG e não a creatinina. Depende do sexo, idade, raça e IMC (este último não tão relevante). Estado de nutrição do paciente também pode reduzir os níveis de creatinina. - A inulina é 100% filtrada pelo rim, mas é mais cara do que a creatinina. ❖ Ureia: produção variável, dependente da ingesta proteica (não é tão boa para estimular a TFG, por influição da dieta, produção endócrina e metabolismo hepático, mas é muito boa para ter estimativa de volemia do paciente, pois é muito solúvel, reabsorvida e excretada por ureia). - Grande parte é filtrada pelo rim, também é livremente filtrada pelo glomérulo; porém, pode ser reabsorvida com facilidade nos túbulos, juntamente com água - Aumento no nível sérico ocorre por série de alterações, não somente TFG –redução de volemia é importante fator - Muita ureia e muita creatinina pode ser uma suspeita de hipovolemia, pois o rim está reabsorvendo mais água junto com a ureia por estar sentindo que está com pouca água no corpo. ❖ Análise de urina: - EQU (exame qualitativo de urina), EAS (elementos anormais e sedimentos), rotina de urina, parcial de urina, sedimento urinário, urina tipo 1, etc. - Analisa cor, pH, densidade, presença de elementos anormalmente filtrados (glicose, proteínas, hemoglobina), leucócitos, bactérias, células epiteliais, cristais, células tubulares etc. → rim normal não permite a filtração de moléculas maiores do que a albumina, logo, não pode excretar proteínas e nem hemácias. Se existe albumina, tem lesão glomerular que vai permitir que essas estruturas passem. Paciente saudável nunca vai ter proteína na urina. Microalbuminúria é o primeiro sinal de nefropatia por hipertensão ou por diabetes, devendo ser dosada de rotina. - Só mostra em cruzes, para quantificar tem que fazer uma proteinúria de 24 horas. - Pode indicar lesões glomerulares (hemácias não necessariamente porque pode sair de qualquer porção de lesão. Hemácias glomerulares saem dimórficas, por serem maiores, precisam se espremer e perdem a forma), lesões tubulares (causam cilindros hemáticos → acúmulo de moléculas tubulares), infecções. DOENÇAS GLOMERULARES CONCEITOS INICIAIS ❖ Glonerulonefrites (quando tem inflamação associada) / glomerulopatias. ❖ Primárias ou secundárias - Primárias: iniciadas no rim. - Frequentemente associadas a distúrbios sistêmicos, principalmente DM (pode causar mais de um, mas o mais comum é síndrome nefrótica), LES (pode dar vários padrões diferentes → nefrite lúpica), vasculite e amiloidose. - Manifestações semelhantes ❖ Sinais e sintomas das doenças podem ser classificados em síndromes: - Glomerulonefrite causa sintomas parecidos com síndrome nefrítica. Logo, basicamente tem duas síndromes, nefrítica e nefrótica, os demais são consequências disso. - Síndrome nefrítica: hematúria importante, oligúria, hipertensão, edema e proteinúria não tão importante como na nefrótica. - Síndrome nefróitica: proteinúria > 3,5 g/dia (urina com espuma), hipoalbuminemia (edema), hiperlipidemia e lipidúria. - Doença renal crônica: caso insidioso que é o fim de todas as doenças renais, que pode chegar em estado terminal e necessitar de hemodiálise e transplante. - Alterações urinárias isoladas: geralmente não fazem sinais e sintomas. ❖ Estrutura glomerular: - Fina camada de células endoteliais fenestradas - Membrana basal glomerular (MBG) –lâmina rara interna, lâmina densa, lâmina rara externa - Células epiteliais viscerais (podócitos) - Células mesangiais, matriz mesangial – sustentação, células contráteis capazes de proliferar, depositar matriz e colágeno, fagocitose - Ao redor dos capilares tem células epiteliais viscerais que possuem processos podocitários que auxiliam na filtração. Ao redor da cápsula de bowman tem o epitélio parietal achatado. Entre os capilares tem o mesângio com composto de colágeno com o qual as células mesangiais acabam fazendo sustentação do glomérulo e também são capazes de contrair ou de dilatar. ❖ Estrutura permite passagem de água e pequenos solutos livremente 3 Aline David – ATM 2025/B - Impermeável a proteínas do tamanho da albumina ou maiores ❖ Filtração depende de tamanho molecular e de carga - Capilares com endotélio fenestrado para passar o líquido, células epiteliais viscerais com os podócitos, cápsula de bowmam e epitélio parietal. A hemácia não deve conseguir passar ali. Se passar vai perder a forma (dismórfica). - Células epitelial visceral com os processos podocitários, espaçadas por diafragma, onde vai passar o líquido. - Membrana basal do glomérulo: carga negativa (lâmina rara externa, lâmina densa e lâmina rara interna). - Fenestras do endotélio. - Rede de capilares e artérias formando os tufos de glomérulos. - Parede de endotélio fenestrado. - Processos podocitários que formam uma rede por onde vai passar a urina e os eletrólitos e todos os demais componentes da urina. ❖ Lesões glomerulares possuem componente imunológico envolvido em sua patogenia, na maioria das vezes. - Ao biopsiar o rim com lesão glomerular pode ter depósito de imunocomplexos, consumo de complemento (C3), ativação de anticorpos, lesão por ANCA (principalmente +). 4 Aline David – ATM 2025/B ❖ Progressão de doença renal, a partir de queda da TFG para 30-50% é progressiva, independentemente de fator precipitante estar inativo → paciente diabético e hipertenso mal controlado, se chegar a 30-50% de TFG, por mais que comece a tratar HAS e DM ele não consegue reverter o nível de lesão glomerular que ele tem. Isso é importante para definir o futuro do paciente, começando a preparar o paciente para terapia de substituição renal (hemodiálise, opções de transplante). - Taxa relativamente constante de progressão até estágio terminal - Estudos clínicos tentam encontrar medicações que reduzam progressão de DRC - Duas principais características histológicas envolvidas na progressão → Glomerulosclerose segmentar focal (GSF): fibrose envolvendo porções segmentares dos glomérulos, levando a proteinúria e avanço da incapacidade funcional- Inibidores da ECA; inibidores da SGLT2 - Fibrose tubulointersticial: dano tubular e inflamação intersticial ocorrem em muitas glomerulonefrites agudas e crônicas - Rim com mais de 50% de lesão. Glomérulo com pouco núcleo, pouca célula e bastante material amorfo (fibrose → depósito de colágeno e cicatrização). Observa-se alguns túbulos, mas não muitos. SÍNDROME NEFRÍTICA ❖ Associada a doenças que frequentemente causam inflamação glomerular (glomerulonefrite). ❖ Hematúria (bastante), cilindros hemáticos na urina, azotemia (ureia e creatinina elevados), oligúria, hipertensão leve a moderada, edema, proteinúria menor do que a da síndrome nefrótica. - Azotemia: paciente ainda não tem sintomas por conta dos produtos elevados no sangue. - Uremia: manifestação de azotemia, que já tem sintomas. PADRÕES HISTOPATOLÓGICOS DE SÍNDROME NEFRÍTICA GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA AGUDA (PÓS-ESTREPTOCÓCICA GRUPO A - GNPE) ❖ Pode ser associada ao LES, mas é muito mais comum com Streptococcus grupo A (faringite → 1 a 4 semanas depois aparece perda de função renal, hematúria, oligúria). ❖ Proliferação difusa de células glomerulares, associada ao influxo de leucócitos, causada por deposição de imunocomplexos (reação cruzada, depositando imunocomplexos, ativando anticorpos e toda a cadeia imunológica);–LES, pós-infecciosa ❖ 1 a 4 semanas após faringite ou impetigo (estreptocócicos) ❖ Mais comum em crianças ❖ Cepas de estreptococos beta-hemolíticos do grupo A são nefritogênicas, produtoras de proteína M na membrana celular ❖ Microscopia: glomérulo aumentado e hipercelular (células inflamatórias em todas as porções glomerulares), proliferação de células endoteliais e mesangiais, formação de crescentes (formas graves) - Normal. - Espaço de Bowman quase inexistente, muita célula (inflamação) e um glomérulo aumentado. Disseminado pelo rim todo e uniforme dentro do glomérulo (ele como um todo). Em formas mais graves pode ter formação de crescentes. 5 Aline David – ATM 2025/B ❖ Imunofluorescência demonstra depósitos de imunocomplexos. ❖ Microscopia eletrônica demonstra “corcovas”, com depósitos proteicos no lado epitelial da membrana basal. ❖ Geralmente acomete mais crianças, mas pode atingir pessoas de todas as idades. ❖ Quadro clínico em crianças com desenvolvimento súbito de febre, mal-estar, náuseas, oligúria e hematúria, precedido em 1 a 2 semanas de faringite - Urina com hemácias dismórficas e cilindros hemáticos na urina, proteinúria leve (<1g/dia), edema periorbital e hipertensão. - Maioria das crianças evolui com recuperação de função renal com manejo conservador; <1% desenvolve oligúria grave, com formações crescentes no glomérulo chegando ao quadro glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP), podendo chegar em doença renal crônica. - Em adultos pode ocorrer aumento súbito de pressão arterial ou edema, com elevação de ureia; pode ser subclínica em alguns indivíduos. - Adultos se recuperam em ~60% dos casos, demais mantém hematúria, hipertensão e proteinúria persistentes, com possível recuperação tardia ou desenvolvimento de GNRP. GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP, CRESCÊNTICA) ❖ Lesão glomerular grave de rápida progressão. ❖ Pode ser causada por diversas doenças, inclusive LES, DM e vasculites. ❖ É a forma mais grave. Causa síndrome nefrítica, edema, oligúria, hipertensão leve. ❖ Dividida em 3 grupos: - (1) mediada por anticorpos anti-Membrana Basal Glomerular (BMG) (síndrome de Goodpasture → lesão renal e lesão pulmonar → pode ter hemoptise e hematúria); - (2) causada por deposição de imunocomplexos (complicação de outras nefrites); - (3) pauci-imune (componentes de vasculites com ANCA +) → sem ativação de anticorpos e sem ativação de imunocomplexos. ❖ Macroscopia: rins aumentados, com hemorragias petequiais na cortical. ❖ Microscopia: presença de crescentes na maioria dos glomérulos com proliferação endotelial difusa ou focal e proliferação mesangial, podendo haver necrose segmentar e focal. - Crescentes são proliferações das células epiteliais parietais que revestem a cápsula de Bowman, associadas a infiltração de monócitos e macrófagos. - Crescente: Endotélio se prolifera ao redor dos tufos glomerulares, ocupando o espaço de bowman de uma maneira crescente. Acontece de maneira geral nos glomérulos, mas pode acometer partes focais dentro do rim. - Seta aponta a MB glomerular, seccionada por proliferação celular e formação de crescentes que invade a membrana basal. ❖ Clinicamente ocorre perda de função renal rápida e progressiva, associada a oligúria grave e sinais de síndrome nefrítica. - Hematúria com cilindros hemáticos na urina, proteinúria moderada (podendo chegar a níveis nefróticos), hipertensão e edema. ❖ Quando diagnosticada precocemente, plasmaférese (filtração do plasma do paciente – troca → retira imunocomplexos, reduz resposta imunológica) + agentes citotóxicos (reduz resposta 6 Aline David – ATM 2025/B inflamatória e produção de anticorpos) + corticoterapia intensivos (redução da ativação imune do paciente) podem reverter processo. Junto a isso precisa tratar a doença que está ocasionando a glomerulonefrite crescente (quanto mais precoce for feito isso, menor a chance de o paciente evoluir para doença renal terminal). ❖ Maioria, porém, é descoberta em estágios mais avançados → doença renal terminal (evolução para hemodiálise crônica ou transplante renal). ❖ Se não for tratada, pode levar a óbito em semanas a meses. SÍNDROME NEFRÓTICA ❖ Principal característica: lesão capilar com permeabilidade aumentada. ❖ Manifestações: proteinúria maciça (>3,5g/dia), hipoalbuminemia, edema generalizado (anasarca), hiperlipidemia e lipidúria. ❖ Causas primárias mais comuns: doença de lesão mínima (nefropatia por IgA - mais comum em crianças), glomerulopatia membranosa (mais comum em idosos), glomérulo esclerose segmentar focal (ocorre em todas as idades). ❖ Causas sistêmicas mais comuns (secundária): DM, amiloidose, LES. ❖ Não tem tanta deposição e ativação de imunocomplexos e mos inflamação, menos abrupta, menos proeminente, mais insidiosa = glomerulopatias. PADRÕES HISTOPATOLÓGICOS DE SÍNDROME NEFRÓTICA NEFROPATIA MEMBRANOSA ❖ Doença crônica mediada por imunocomplexos. ❖ Espessamento difuso da parede capilar glomerular (membrana basal) por acúmulo de depósitos de Ig na membrana basal. ❖ 75% são primários, demais são secundários a processos sistêmicos (medicamentos, neoplasias, LES, infecções, distúrbios autoimunes). - Deve-se descartar causas secundárias sempre que identificada, já que tratamento melhora. Rim não regenera, mas se for sistêmica freia o processo da doença. ❖ Microscopia: glomérulos podem parecer normais ou com espessamento difuso e uniforme da parede capilar. - Microscopia eletrônica demonstra depósitos irregulares entre membrana basal e células epiteliais com perda dos processos podocitários. - Com o tempo, ocorre esclerose segmentar - Se corar com prata também vai dar para enxergar. ❖ Clinicamente se apresenta como síndrome nefrótica insidiosa, curso indolente. - Progressão associada a esclerose glomerular com aumento de creatinina e hipertensão (pode ou não ter). ❖ Prognóstico variável, mas em geral bom (10% morrem ou progridem para falência renal em 10 anos). É um processo muito lento que leva anos e muito insidioso. - Geralmente o que é observado. Parede dos capilares em rosa bem escuro e espessada. Pode parecer normal. - Corando com prata se observa melhor o espessamento. - Membrana basal bem espessada e não dá para ver as lâminas raras. DOENÇA DE LESÃO MÍNIMA ❖ Perda difusa dos processos podocitários das células epiteliais viscerais, detectada somente pela ME (à MO glomérulosparecem normais) ❖ Causa mais frequente de síndrome nefrótica em crianças (2-6 anos). ❖ Etiopatogenia imunológica, embora não haja deposição de imunocomplexos 7 Aline David – ATM 2025/B ❖ Microscopia: ME demonstra MBG normal, com perda uniforme e difusa de processos podocitários - Se houver alterações em MO, deve-se pensar em outros diagnósticos (glomerulopatia membranosa, nefropatia diabética) ❖ Alterações são completamente reversíveis após terapia com corticoides (por isso se acredita que tenha resposta imunológica responsáveis pelas lesões). As células epiteliais voltam a produzir os podócitos se ainda não tiver fibrose. ❖ Albuminúria importante, sem perda de função renal, hipertensão ou hematúria (não vai ocorrer porque não tem lesão celular de glomérulos nem de vasos) → alteração não é nos capilares dos glomérulos, mas sim nos filtros dos processos podocitários. - No microscópio óptico praticamente não se enxerga alterações. Rosinha mais escuro ao redor dos capilares deveria estar um pouco mais proeminente. - Célula epitelial com um podócito bem curtinho → destruídos por algum motivo. GLOMERULOSCLEROSE SEGMENTAR FOCAL (GSF) ❖ Acontecem em focos do rim e em segmentos do glomérulo → não atinge todo o rim e nem atinge todo o glomérulo. ❖ Primária (idiopática) é causa mais comum de síndrome nefrótica em adultos. - Pode ser secundária a HIV, obesidade mórbida, doença falciforme, seguindo outras formas de glomerulonefrite, entre outras condições. - Fibrose de algumas porções glomerulares em focos dentro do rim, sendo que outros tipos de glomerulonefrite podem evoluir para isso. ❖ Segmentar, pois afeta somente uma porção do tufo capilar dos glomérulos; focal, pois afeta somente alguns glomérulos. ❖ Patogenia envolve degeneração e ruptura focal das células epiteliais viscerais, com perda dos podócitos. ❖ Microscopia: lesões podem envolver somente uma minoria dos glomérulos, podendo passar despercebidas em amostras pequenas de biópsias - Glomérulos afetados apresentam colapso capilar (não enxerga mais o capilar), com deposição de colágeno ao longo da parede capilar (hialinose) e presença de células espumosas (células mesangiais que fazem fagocitose). - À ME: perda difusa de processos podocitários. ❖ Clinicamente ocorre síndrome nefrótica ou proteinúria (às vezes subnefrótica – menor que 3,5g/dia), com hipertensão, hematúria e azotemia (as vezes só pela clínica é difícil de distinguir síndrome nefrítica de síndrome nefrótica). - Só pode confirmar que é nefrótica depois da biópsia e não da clínica, pois é muito parecida. - Mais sintomáticos do que doença mínima, proteinúria muitas vezes não é seletiva (na doença mínima tem perda basicamente de albumina. Na GSF perde albumina, mas perde outras proteínas junto). ❖ Prognóstico pior em relação à doença mínima: 50% evoluem para doença renal em fase terminal após 10 anos (diálise ou transplante). - Glomérulo um pouco diminuído com umas áreas com depósito de colágeno (hialinose). - Parte do glomérulo normal à esquerda e apontado pela célula, depósito de colágeno (hialinose). 8 Aline David – ATM 2025/B GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA(GNMP) ❖ Padrão de lesão imunológica. ❖ Maioria das vezes é secundária a outras doenças (muito difícil ser primária do rim). ❖ Microscopia: glomérulos grandes, hipercelulares (proliferação mesangial, endotelial capilar e infiltrado leucocitário), espessamento de MBG (aspecto de “trilho de trem” ou “contorno duplo”), pode haver formação de crescentes ❖ Clínica com síndrome nefrótica ou componente de síndrome nefrítica que progride initerruptamente, de maneira insidiosa. ❖ Membrana basal perde sua capacidade de filtrar, por questões elétricas, aumentando a permeabilidade da membrana. - Aspecto de trilho do trem, como se fosse um contorno duplo com duas camadas de membrana basal. - Corado de prata não enxerga muito bem. Dá para ver espessamento da membrana basal parecido com outro padrão. ANOMALIAS GLOMERULARES ISOLADAS NEFROPATIA POR IGA (DOENÇA DE BERGER) ❖ Glomerulonefrite primária mais comum em todo o mundo. ❖ Depósitos de IgA em regiões mesangiais e hematúria recorrente. ❖ Pode afetar pessoas de todas as idades, mas em geral crianças mais velhas e adultos jovens. - Criança com infecção, faz reação cruzada e começa a depositar IgA no rim e começa a ter hematúria por conta disso. De tempos em tempos a hematúria recorrem e para muitas vezes. ❖ Muitos pacientes se apresentam com hematúria macroscópica após infecção de trato respiratório ou gastrointestinal, que dura vários dias, mas podem ter apenas hematúria microscópica e não perceber; 5-10% pode desenvolver síndrome nefrítica. - Pode retornar após, pode evoluir para doença renal crônica (15-40% dos casos em 20 anos). - Processo longo, crônico, insidioso e em 20 anos mais ou menos 1/3 dos pacientes evolui para doença renal crônica. ❖ Microscopia: glomérulos podem ser normais ou apresentar expansão mesangial e proliferação capilar; IF caracteristicamente demonstra depósitos de IgA no mesângio - Defeito mesangial no glomérulo como um todo, podendo parecer normal na hematoxilina eosina. - Glomérulo brilha como um todo. QUESTÕES 9 Aline David – ATM 2025/B - Nefrose lipoide → outro nome que se dá para doença mínima. - FAN negativo significa que não é lúpus e ter fator nefrítico C3 indica que não tem consumo de C3. DOENÇAS TUBULARES E INTERSTICIAIS LESÃO/(NECROSE) TUBULAR AGUDA (LTA) ❖ Nem sempre ocorre necrose, por isso passou a se chamar lesão tubular aguda. ❖ Clinicamente se manifesta com lesão renal aguda (aumento de ureia e creatinina aguda) e evidências morfológicas de lesão tubular na forma de necrose das células epiteliais tubulares (necrose é variável). ❖ É a causa mais comum de lesão renal aguda. ❖ Lesão reversível que pode ocorrer secundária a diversas condições: - Isquemia: por fluxo inadequado a órgãos periféricos → trauma grave, hipotensão grave, choque séptico e cardiogênico (ficam hipovolêmicos – hipotensão grave – circulação renal inadequada – rim sofre). Se for uma isquemia sustentada por um determinado tempo, vai ocorrer necrose tubular. Dependendo da quantidade de túbulos que vão morrer, terá uma lesão mais grave ou menos grave. Se reverter a isquemia, existe uma chance de reverter aquelas células, com chance de melhorar. - Lesão tóxica direta: medicamentos, contrastes iodados (nefropatia por contraste), venenos, metais pesados, solventes, mioglobina (produto de rabdomiólise – lesão muscular). ❖ Microscopia: - Isquêmica apresenta necrose epitelial tubular focal em múltiplos pontos ao longo do néfron, com grandes áreas livres, podendo haver ruptura de membranas basais e oclusão da luz tubular por cilindros (hialinos eosinófilos e granulares pigmentados); edema intersticial, evidências de regeneração epitelial. Principalmente TCP e alça de henle. - Tóxica se caracteriza por lesão mais evidente em túbulos contorcidos proximais. - O de cima tem depósito de cilindros eosinófilos, que vão fazer cilindros eosinófilos na urina. - Necrose de epitélio tubular (bem baixo, luz do túbulo no meio, com células aumentadas e bem eosinofílicas). - Não muito relevante na prática. Vale mais a história do paciente. ❖ Clínica em 3 estágios (pode ser autolimitada, mas geralmente necessita de intervenção. Tudo depende de qual foi a causa e do tempo de agressão): 10 Aline David – ATM 2025/B - Fase de iniciação: ~36 horas-48h depois do fator que precipitou a lesão tubular, com oligúria e aumento de ureia leves (azotemia). - Fase de manutenção: oligúria marcada, perda progressiva de função renal, hipercalemia, acidose metabólica. - Fase de recuperação: aumento constanteno volume urinário, com perda de grandes volumes de água, sódio e potássio (túbulos danificados) e recuperação de função renal progressiva. Volta com tanta força que o paciente pode fazer poliúria, hipocalemia. ❖ Prognóstico depende da magnitude e da duração da agressão. ❖ São poucos pacientes que evoluem para doença renal crônica. NEFRITE TUBULOINTERSTICIAL ❖ Lesões inflamatórias dos túbulos e interstício, com início insidioso. ❖ Aguda ou crônica. ❖ Manifestações dependem do fator causador. ❖ Danos tubulointersticiais crônicos são consequência de progressão de doenças que afetam os glomérulos e outras doenças renais vasculares, císticas e metabólicas ❖ Não causam síndrome nefrítica ou nefrótica (não é lesão glomerular). ❖ Manifestações com disfunção tubular. PIELONEFRITE E INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ❖ Não é lesão cruzada por depósito de imunocomplexos, é lesão direta que acomete o trato urinário. ❖ Pielonefrite: inflamação que afeta os túbulos, o interstício e a pelve renal. ❖ É uma das doenças mais comuns dos rins. ❖ Aguda ou crônica. ❖ Pode ser complicação de infecções de bexiga (cistites) ou, menos comumente, de infecções sistêmicas que se disseminam via hematogênica - Existe duas vias de chega de microrganismos no rim: hematogênica (Staphylococcus e E.coli), mas o mais comum são as infecções ascendentes (enterobacter – E. coli, Proteus e Enterobacter) → podem colonizar a urina sem causar infecção, mas em algum determinado momento, ascendem pela uretra, entram na bexiga e chagam até o rim. Para que isso aconteça tem que ter alguma coisa causando algum distúrbio na junção vesicoureteral. Na maioria das vezes não se descobre o que está causando. AGUDA ❖ Episódio agudo, uma vez na vida. ❖ Infecção bacteriana (maioria das vezes). ❖ Fatores de risco: obstrução do trato urinário, gestação, refluxo vesicoureteral, instrumentação do trato urinário (procedimento recente), sexo feminino, DM (flora intestinal e uretral alterada por conta da DM), imunossupressão. ❖ Manifesta clinicamente com dor em flanco de forte intensidade (PPL+), mal-estar, náuseas, vômitos, picos febris (sinais de infecção sistêmica); EQU e urocultura podem ser normais. As vezes pode ter piúria. Na TC pode formar abcessos. ❖ Macroscopia: inflamação supurativa (com formação de pus) intersticial focal, podendo haver necrose e formação de abscessos ❖ Microscopia: infiltrado neutrofílicotubular, com extensão posterior para interstício, destruição tubular e formação de abscessos, sem envolvimento glomerular - Focos de infecção (amarelinhos). Provavelmente por disseminação hematogênica. Quando é ascendente geralmente ocorre mais em um dos polos do rim. 11 Aline David – ATM 2025/B - Massaroca de células onde provavelmente se formará um abcesso pessoalmente naquele infiltrado de neutrófilos, clinicamente enxergado como pus. Perde a arquitetura do túbulo. ❖ Complicações: necrose papilar (principalmente em diabéticos, anemia falciforme, obstrução de trato urinário), pionefrose (preenchimento de pus em pelve, cálice e ureter renais, associado a obstrução alta) e abscesso perinéfrico (extensão da inflamação através da cápsula renal). ❖ Após fase aguda ocorre cicatrização na superfície cortical, com fibrose intersticial e atrofia tubular locais (enrijecidos, mais contraídos). - Necrose de papila apontada pela seta. Esbranquiçada (isquêmica). Ocorre principalmente em pacientes diabéticos. - Necrose dentro da papila na microscopia. CRÔNICA ❖ Inflamação tubulointersticial crônica e cicatrização envolvendo cálices e pelve renal. Pode ser consequência de vários episódios de infecção no rim. Logo, a cicatriz fica formando uma cicatriz maior fibrótica, achatando os cálices renais e fazendo nefropatia de refluxo (urina não é formada nas áreas de cicatriz, as outras áreas ficam sobrecarregada, vai ter estase + pontos de obstrução ao longo do ureter por obstrução, e daí começa a acumular urina. Nos pontos de cicatriz onde não tem produção, os cálices ficam achatados porque a urina fica mais depositada ali → nefropatia de refluxo. ❖ Nefropatia de refluxo: forma mais comum de cicatrização da pielonefrite crônica, ocorre em crianças que apresentam quadro de infecção sobreposto a refluxo vesicoureteral congênito ❖ Pielonefrite obstrutiva crônica: infecções de repetição sobrepostas a obstrução ❖ Macroscopia: cicatrizes corticomedulares grosseiras, nítidas, sobrepondo-se aos cálices dilatados, aplanados ou deformados, com achatamento de papilas; cicatrização é irregular, com envolvimento assimétrico (no caso de obstruções bilaterais) - Rins atrofiados, com cicatrizes grosseiras (cálice fica mais para dentro (parte branquinha)). Cicatrizações irregulares, não em todo o rim, apenas em porções onde teve cicatrização. ❖ Microscopia: atrofia tubular em algumas porções, com hipertrofia e dilatação em outras, onde podem conter cilindros que se parecem com coloide tireoidiano (tireoidização); variados graus de fibrose e inflamação cortical e medular 12 Aline David – ATM 2025/B - Rosinhas são cilindros dentro dos túbulos que parecem cilindros de tireoidização, parece coloide tireoidiano. - Tireoidização. ❖ Pode se manifestar como quadros de pielonefrite aguda recorrentes, com evolução insidiosa para insuficiência renal e hipertensão; nefropatia de refluxo costuma ser diagnosticada na infância, durante investigação de causas de hipertensão. - Perda de função tubular pode ocasionar poliúria e noctúria ❖ Alguns pacientes podem desenvolver glomerulosclero sesegmentar focal com proteinúria significativa –sinal de mau prognóstico, geralmente progridem para DRC terminal (pequena a quantidade de pacientes que evolui para isso). DOENÇAS VASCULARES NEFROESCLEROSE ❖ Principalmente por acometimento de hipertensão. ❖ Esclerose de arteríolas renais → fortemente associada à hipertensão (com o decorrer do tempo vai atrofiar). Inicialmente o tamanho pode ser normal, mas futuramente ele vai atrofiar. ❖ Vasos com paredes espessadas, estreitamento da luz, podendo ocorrer isquemia focal parenquimatosa → glomerulosclerose e lesão tubulointersticial crônicas, com redução da massa renal funcional ❖ Macroscopia: rins de tamanho normal ou moderadamente reduzido, com superfície cortical granular homogênea; perda de massa ocorre por cicatrização e adelgaçamento corticais - Aspecto cortical granular homogêneo benigna. ❖ Microscopia: arteriolosclerose hialina com espessamento das paredes arteriolares e estreitamento luminal, cicatrizes subcapsulares microscópicas (superfície finamente granulosa) - Espessamento da parede das arteríolas. Luz quase colapsada por aterosclerose hialina. ❖ Nefrosclerose não complicada geralmente não causa sintomas e não evolui para insuficiência renal ou uremia. Albuminúria em pequenas quantidades que vai aumentando gradativamente conforme vai piorando a lesão. Por isso é tão importante controlar albuminúria de HAS e de DM. - Risco de desenvolvimento de insuficiência renal aumenta consideravelmente em 3 grupos de pacientes: hipertensos graves, afrodescendentes e pessoas com outra doença subjacente (especialmente diabetes). NEFROSCLEROSE MALIGNA ❖ Condição associada a hipertensão maligna ou acelerada, de difícil controle, evolui muito rápido ocasionando a lesão. ❖ Desenvolve-se subitamente em indivíduos previamente hipertensos ou não. ❖ Microscopia: caracteristicamente ocorre desenvolvimento de necrose fibrinoide das arteríolas (parede dos vasos assume aspecto eosinofílico, manchado, devido a depósito de fibrina) e de aspecto em bulbo de cebola (espessamento concêntrico da íntima por proliferação de células musculares lisas, também chamado de arteriolite hiperplásica).13 Aline David – ATM 2025/B - Necrose fibrinoide com aumento de depósito, bastante eosinofílica. - Aspecto em bulbo de cebola/arteriolite hiperplásica. ESTENOSE DA ARTÉRIA RENAL ❖ Estenose unilateral é responsável por 2 a 5% dos casos de hipertensão secundária → causa potencialmente curável. ❖ Estreitamento na origem da artéria renal por placa de ateroma é a causa mais comum (70%). - Segunda causa mais comum é displasia fibromuscular (geralmente o paciente não vai ter só na camada muscular da artéria renal, mas em outras partes do corpo também). ❖ Rim isquêmico (redução de fluxo - hipovolemia) aumenta produção de renina (ativa sistema RAA), é atrofiado difusamente. Hipertensão com hiperaldosteronismo associado, mas não é pelo hiperaldosteronismo é pelo estreitamento da artéria renal. - Paciente com displasia fibromuscular → camada muscular aumentada e luz estreitada. QUESTÕES Hipertensão, proteinúria, grau mais avançado de nefropatia. Esterase leucocitária e nitrito positivo na urina geralmente significa infecção urinária. Pielonefrite crônica. Infarto pode levar a choque cardiogênico e levar a lesão renal. ANOMALIAS CONGÊNITAS E DE DESENVOLVIMENTO ❖ 10% das pessoas nascem com malformações potencialmente significativas do sistema urinário. ❖ Doença renal congênita pode ser hereditária, mas mais comumente é defeito adquirido que surge durante a gestação. AGENESIA RENAL ❖ Bilateral é incompatível com a vida. ❖ Unilateral é incomum, compatível com a vida se o rim for funcionante e sem outras anomalias congênitas associadas. HIPOPLASIA RENAL ❖ Mais comum. ❖ Falha de desenvolvimento do rim até tamanho normal, mais comum unilateral ❖ Causa de insuficiência renal em crianças. - Tem o ureter e tem o rim, mas ele não se desenvolveu. O outro rim fica hipertrófico e assume a função. RINS ECTÓPICOS ❖ Logo acima da borda pélvica ou dentro da pelve. Pode ficar atras da bexiga ou do lado da saída das ilíacas. - Geralmente são fuincionantes e muitas vezes o paciente nem descobre que tem. Alguns deles podem ter obstruções e insuficiência renal. Geralmente são achados acidentais. 14 Aline David – ATM 2025/B ❖ Geralmente tem aspecto normal e são funcionantes, podem predispor a obstrução e infecções (maior chance de sofrer refluxo e pielonefrite). RIM EM FERRADURA ❖ Fusão de polos superiores (10%) ou inferiores (90%) dos rins. ❖ Anomalia anatômica relativamente comum (1:500- 1000 necrópsias) → relativamente comum. DOENÇAS CÍSTICAS DO RIM DOENÇAS POLICÍSTICAS DO ADULTO ❖ Doença renal policística autossômica dominante. ❖ Doença hereditária com desenvolvimento de múltiplos cistos expansivos em ambos os rins, que destroem o parênquima e causam insuficiência renal. ❖ Comum –1:400-1000 nascidos vivos, 5-10% dos casos de DRC que evoluem para transplante ou diálise. Não é tão comum assim. ❖ Bilateral, com envolvimento somente de néfrons – função renal preservada até 4ª a 5ª década de vida. ❖ Muitos pacientes permanecem assintomáticos até que insuficiência renal se desenvolve - Pode ocorrer hematúria, hipertensão, proteinúria, poliúria - Tendem a ter anomalias congênitas extra renais; 40% possuem cistos hepáticos (sem prejuízo de função). ❖ Macroscopia: rins geralmente aumentados de tamanho (relatos de até 4kg para cada rim). Nesse tamanho o paciente provavelmente já terá sintomas. - Rim policístico. UROPATIA OBSTRUTIVA ASPECTOS GERAIS ❖ Lesões obstrutivas aumentam suscetibilidade a infecções e formação de cálculos. - Obstruções não corrigidas levam a dilatação de pelve e atrofia renal. ❖ Obstrução pode ser intrínseca ou extrínseca dos rins (cálculo, neoplasias, aumento prostático, ovários, útero etc.). ❖ O local de maior frequência de formação de cálculos é o rim. Pode haver formação de cálculos direto no ureter ou na bexiga, mas isso é bem incomum. ❖ Se aguda, pode causar dor. 15 Aline David – ATM 2025/B - Ponto de estreitamento do ureter e uma dilatação gigante próximo da pelve (hidronefrose). Livro está errado. É identificado por exame de imagem. Rim atrofiado (perdeu massa cortical e medular) com dilatação de todos os cálices. UROLITÍASE ❖ Presente em 5 a 10% dos norte-americanos, ao longo da vida. ❖ Mais comum em homens, adultos jovens, com predisposição genética (história familiar). ❖ Localização renal é mais frequente. ❖ 4 tipos de composição dos cálculos, que se formam devido à concentração urinária aumentada dos constituintes, de modo que exceda sua solubilidade (supersaturação). - O mais comum são cálculos por sais de cálcio. - Esses sais quando se concentram muito na urina, ela fica supersaturada, se unem e formam grânulos (precipita). Por isso o paciente tem que tomar mais água, mais solvente ele vai ter, cálculo vai dissolver e menor vai ser a chance de os sais se grudarem de novo. ❖ Outros fatores envolvidos na patogenia dos cálculos são alterações de pH urinário, volume de urina reduzido, presença de bactérias que predispõem à formação de certos tipos de cálculo (Proteus, p.ex.) → enterobactéria que algumas pessoas têm predisposição a fazer pielonefrite por proteus, que causa liberação de estruvita na urina e faz um cálculo que se deposita tanto e começa a invadir a pelve e fazer proeminências na perlve, fazendo cálculos coraliforme → tratar com ATB contra proteus. Se identifica proteus no exame de urina tem que pesquisar se não tem cálculo coraliforme. ❖ Ainda assim, formação de cálculos pode ser independente de fatores. - Importante quando tem paciente com litíase de repetição → pedir análise de composição do cálculo → direcionar a alimentação do paciente, além da ingesta aumentada de água. ❖ São unilaterais na maioria das vezes (80%). ❖ Macroscopia: formados nos cálices ou pelve renal ou dentro da bexiga, podem ter diferentes formatos. - Cálculo na pelve renal, relativamente grande. Geralmente são menores. - Pedaço de cálculo coraliforme. ❖ Infecções por Proteus sp. predispõem à formação de cálculos de estruvita –coraliformes. ❖ Eventualmente esses cálculos coraliformes podem ser bilaterais → tratar com ATB contra proteus. NEOPLASIAS DO RIM ❖ A benigna mais comum são os cistos, que geralmente são simples e achados incidentais super comuns em exames de imagem. NEOPLASIAS MALIGNAS ❖ Neoplasias benignas geralmente são achados incidentais em exames de imagem ou necrópsias, de pouca relevância clínica. ❖ Neoplasias malignas são de maior relevância, especialmente o carcinoma de células renais (85%). 16 Aline David – ATM 2025/B ADENOCARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS ❖ Fator de risco principal: cigarro. ❖ Mais comum em homens, entre 6ª e 7ª décadas de vida. - Bem incomum em pacientes mais jovens. ❖ Maioria é esporádica, mas pode ocorrer associado a síndromes familiares (Von Hippel-Lindau (ligada ao gene do VHL – principalmente tumores de células claras hereditárias), p.ex.). - Esporádicos são mais comuns de todos. ❖ Podem surgir em qualquer porção do rim, mais frequentes nos polos ADENOCARCINOMA DE CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS ❖ Macroscopia: mais frequentemente lesões únicas em um dos polos renais, unilaterais, branco-cinza- amareladas, brilhantes, de tamanho variável, distorcendo o parênquima. - Cor amarelada ocorre devido ao acúmulo de lipídios. - Margens geralmente bem definidas, áreas de necrose esbranquiçadas → aspecto parecido com cisto radiologicamente. - Lesão branco-acinzentada-amarelada (Depósito de lipídeos). ❖ Tendem a invadir mais a veia renal. ❖ Adenocarcinoma de células claras multifocais ou são de células claras de síndrome familiar ou é papilar. ❖ Microscopia: padrão de crescimento varia de sólido a trabecular (tipo cordão) ou tubular; células tumoraiscom formato poligonal ou arredondado, abundante citoplasma claro ou granular (glicogênio e lipídios) - A maioria dos tumores é bem diferenciada, mas alguns apresentam atipia nuclear e células gigantes - Tendem a crescer em direção à pelve renal e a invadir a veia renal - As células ficam claras por causa do acúmulo de conteúdo lipídico e glicogênio, mas principalmente lipídeos. Não tem hiperproliferação e alteração nuclear. Geralmente são bem diferenciados. CARCINOMA PAPILAR ❖ Macroscopia: podem ser multifocais e bilaterais, tipicamente são císticos e hemorrágicos, principalmente se forem grandes. ❖ Microscopia: células cuboidais ou colunares baixas em arquitetura papilar; presença de células espumosas e corpos psamomatosos. - Corpos psamomatosos e células espumosas. ❖ Tríade clássica: dor em flanco, hematúria e massa palpável → vista somente em 10% dos casos. 17 Aline David – ATM 2025/B - Hematúria é sinal mais frequente, mas pode ser microscópica. ❖ Geralmente não ocorrem sintomas até que atinja >10cm. - Pode ocorrer febre, mal-estar, emagrecimento, sintomas constitucionais gerais. ❖ Pode metastatizar amplamente mesmo quando assintomático (25% têm metástases ao diagnóstico) → pulmão (50%), ossos (33%), linfonodos regionais, fígado, adrenal, SNC. ❖ Prognóstico razoavelmente bom, sobrevida em 5 anos ~70% (se localizado, pode chegar a 95%). ❖ Tratamento: implica nefrectomia radical ou parcial + quimioterapia adjuvante. QUESTÕES Aneurismas saculares de SNC é uma das condições relacionada com doença policística do adulto. - Doença policística renal recessiva é infantil, e geralmente os pacientes morrem na infância.
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