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ACENTUAÇÃO GRÁFICA Trata da correta colocação de sinais gráficos nas palavras. As regras de acentuação visam sistematizar a leitura dos vocábulos da língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua, na compreensão dos conceitos de encontros vocálicos etc. Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-se em: Monossílabas (uma vogal, uma sílaba): mão. Dissílabas (duas vogais, duas sílabas): man-ga. Trissílabas (três vogais, três sílabas): man-guei-ra. Polissílabas (mais de três vogais, mais de três sílabas): man-guei-ren-se. Sinais Diacríticos Os sinais diacríticos, também chamados de notações léxicas, servem para indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre aberto. Já cursei a Faculdade de História. Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre fechado. Meu avô e meus três tios ainda são vivos. Acento grave: marca o fenômeno da crase. Sou leal à mulher da minha vida. Esses três primeiros são acentos gráficos. Os demais são sinais Til: marca a nasalização das vogais a e o. Amanhã convidarei muitos anciões para a reunião. Cedilha: indica que o C tem som de SS. Toda ação implica uma reação. Apóstrofo: indica a supressão de uma vogal. Devem-se limpar caixas d’água a cada 6 meses. Trema: marcava a semivocalização do u nos grupos gue, gui, que, qui; na nova ortografia, só é usado em palavras estrangeiras. Linguiça, aguenta e quinquênio; Müller, mülleriano, Bündchen, Hübner, hübneriano, Schönberg… Hífen: marca a união de vocábulos, a ênclise, a mesóclise e a separação das sílabas. Água-de-colônia, hiper-realista, vê-lo, dar-te-ei, vai-da-de. OBS: Acento prosódico (ou tônico) é diferente de acento gráfico. O primeiro marca a tonicidade, a força com que se pronuncia uma sílaba tônica, portanto está ligado à pronúncia, à fala. É o mesmo que “sílaba tônica”. O segundo só pertence à escrita, como vimos nos exemplos do tópico anterior. Importante: enquanto a maioria das palavras da língua possuem acento tônico, apenas algumas apresentam acento gráfico. Regra de Acentuação para Monossílabas Tônicas Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s). má(s), trás, pé(s), mês, só(s), pôs… CUIDADO!!! Monossílabas átonas não são acentuadas, porque não apresentam autonomia fonética e porque se apoiam em uma palavra. Geralmente apresentam modificação prosódica dos fonemas: “O (=U) garoto veio de (=di) carro.” São elas: artigo (o, a, os, as, um, uns), pronome oblíquo átono (o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas, me, te, se, nos, vos, lhe, lhes e contrações), pronome relativo (que), pronome indefinido (que; quando não está acentuado), preposição (a, com, de, em, por, sem, sob e contrações, como à, do, na…), conjunção (e, nem, mas, ou, que, se), advérbio (”não”; antes do verbo) e formas de tratamento (dom, frei, são e seu). Cuidado com o pronome indefinido/interrogativo “quê” em fim de frase ou imediatamente antes de pontuação. Vem sempre acentuado. O substantivo (assim como a interjeição) “quê” também é sempre acentuado. Você estava pensando em quê? / Ela tem um quê de mistério. / Quê! Você não viu?! Quando se vai acentuar uma palavra conforme determinada regra, ignoram-se os pronomes oblíquos átonos, ou seja, eles não são contados como sílaba – sendo a palavra monossílaba ou não. dá-lo, vê-los, comprá-las, mantém-no, constituí-los… Regra de Acentuação para Proparoxítonas Todas são acentuadas. Esta regra prevalece sobre outras. Por exemplo, caso a banca diga que a palavra friíssimo é acentuada pela regra dos hiatos (I e U), isso estará errado, pois a palavra é proparoxítona; devido a isso, dizemos que ela é acentuada por ser proparoxítona. álcool, réquiem, máscara, zênite, álibi, plêiade , náufrago, duúnviro, seriíssimo… Regra de Acentuação para Paroxítonas Acentuam-se as terminadas em ditongo crescente ou decrescente (seguido ou não de s) , -ão(s) e -ã(s),tritongo e qualquer outra terminação (l, n, um, r, ns, x, i, is, us, ps) , exceto as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens). história, cáries, jóquei(s); órgão(s), órfã, ímãs; águam, enxáguem; fácil, glúten, fórum, caráter, prótons, tórax, júri, lápis, vírus, fórceps. Cuidado!!! A palavra hífen é acentuada por ser paroxítona terminada em -n. Já hifens não é acentuada por terminar em -ens. É bom dizer que palavras terminadas em -n têm dois tipos de plural (com -s ou -es), podendo, então, ser pluralizadas como proparoxítonas: hífenes, pólenes, abdômenes… Estas formas (hífen/hifens/hífenes), assim como outras terminadas em -em ou -n, devem estar no seu sangue, hein! Verbos paroxítonos terminados em ditongo -am também não são acentuados: cantam, mexam… Não se acentuam prefixos paroxítonos terminados em -r ou -i, exceto quando substantivados: hiper- (o híper), mini- (a míni). OBS: Palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente podem ser analisadas como proparoxítonas eventuais, relativas ou acidentais. Portanto, palavras como paciência, miséria, colégio, série, que normalmente são interpretadas como paroxítonas terminadas em ditongo crescente, podem ser tomadas como proparoxítonas. Logo, se cair na prova uma questão dizendo que tais palavras são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente ou por serem proparoxítonas (eventuais, relativas ou acidentais), não titubeie, pois está correto! Regra de Acentuação para Oxítonas Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens). sofá(s), axé(s)*, bongô(s), vintém(éns)… Regra de Acentuação para os Hiatos Tônicos (I e U) Acentuam-se com acento agudo as vogais I e U tônicas (segunda vogal do hiato!), isoladas ou seguidas de S na mesma sílaba, quando formam hiatos. sa-ú-de, sa-í-da, ba-la-ús-tre, fa-ís-ca, ba-ú(s), a-ça-í(s)… Cuidado!!! As palavras raiz e juiz, erradamente acentuadas por muitos, não têm acento, porque o I no hiato tônico vem seguido de Z, e não de S: ra-iz e ju-iz. Os hiatos em I seguidos de NH na sílaba seguinte não deverão ser acentuados: ra- i-nha, ta-bu-i-nha, lada-i-nha, cam-pa-i-nha… Quando há hiato I-I e U-U, não se pode acentuar (salvo os proparoxítonos): xi-i- ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba…(i-í-di-che, ne-ces-sa-ri-ís-si-mo, du-ún-vi-ro...) Depois de ditongos decrescentes, nas palavras oxítonas, o I e o U são acentuados normalmente: Pi-au-í, tui-ui-ú(s)… Segundo a nova ortografia, nas palavras paroxítonas, o I e o U não recebem acento depois de ditongo decrescente: feiura, bocaiuva, baiuca, Sauipe… Todavia, se o ditongo for crescente, o acento é usado: Guaíra, Guaíba, suaíli… (alguns dicionários separam suaíli assim: su-a-í-li). Em verbos seguidos de pronomes oblíquos átonos, a regra dos hiatos continua valendo (ignore os pronomes e siga a regra): atribuí-lo (a-tri-bu-Í), distribuí-lo (dis-tri- bu-Í)… Regra de Acentuação para os Ditongos Abertos Acentuam-se os ditongos abertos ÉI, ÉU, ÓI, seguidos ou não de S. céu, méis, Góis, coronéis, troféu(s), herói(s), Méier, destróier, aracnóideo Cuidado!!! Segundo a nova ortografia, nas palavras paroxítonas com ditongos abertos, não há acento gráfico: ideia, Coreia, estreia, jiboia, paranoia, sequoia…; as únicas exceções são: Méier e destróier, pois seguem a regra das paroxítonas terminadas em -r. A-rac-nói-de-o é palavra proparoxítona. Nunca é demais dizer que a pronúncia das palavras não mudou, só a grafia. Logo, palavras como ideia, heroico etc., mesmo sem acento, continua com timbre aberto. Só de curiosidade: a abreviação de Leonardo (Leo) não recebe acento agudo, porém o que mais vemos é o acento (Léo), não é mesmo? O fato é que nenhuma regra justifica o acento agudo nesta abreviação. O certo é Leo. Regra de Acentuação para os Hiatos EEM e OONão se acentuam mais os hiatos O-O e E-EM (nos verbos crer, dar, ler, ver e derivados). en-jo-o, vo-o, cre-em, des-cre-em, de-em, re-le-em, ve-em, pre-ve-em… Regra de Acentuação para o Trema Foi abolido na nova ortografia! Na antiga se usava nos grupos “gue, gui, que, qui”: agüei, lingüiça, cinqüenta, eqüino. Conserva-se, na nova ortografia, apenas nas palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros que possuem esse sinal: mülleriano (derivado de Müller), Bündchen, Hübner, hübneriano, Schönberg... Fique esperto, pois os verbos distinguir, extinguir, adquirir já não registravam a pronúncia do U e por isso sempre foram – e ainda serão – grafados sem trema. Sobre a palavra “questão” e seus derivados (questionário, questionamento, questionador etc.), o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, registra dupla pronúncia: qu (dígrafo) ou qü (“u” pronunciado). O que mudou foi só a GRAFIA. O som não mudou. Por exemplo, a palavra “liquidação” não será escrita mais com trema, no entanto, como antes da reforma havia a possibilidade de grafar com trema, a pronúncia é dupla: likidação ou likuidação. Regra de Acentuação para os Acentos Diferenciais Os acentos diferenciais servem para marcar algumas distinções de classe gramatical, pronúncia e/ou sentido entre algumas palavras. Não se usa mais o acento que diferenciava os seguintes pares: Pára (verbo) / para (preposição): Ele sempre para para assistir aos jogos do Flamengo. Na frase “Mais um engarrafamento para São Paulo.”, há ambiguidade! Se ainda houvesse acento diferencial, não haveria ambiguidade. Fazer o quê…? “Bendita” reforma ortográfica… Péla (verbo) / pela (contração da preposição per/por + a): Ela pela as axilas só pela sexta-feira. Pêlo (substantivo) / pelo (contração da preposição per/por + o): Os pelos eriçados do gato costumam passar pelo pé do dono. Pólo (substantivo) / polo (por+o (arcaísmo)/ pôlo (substantivo; filhote de gavião): Os polos norte e sul são meras abstrações espaciais, por onde os polos não voam. a) Pêra (substantivo) / pera (preposição arcaica): Pera é uma fruta sem graça. Cuidado!!! Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular. Ontem ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Ele tem duas lanchas. / Eles têm duas lanchas. Ele vem de Mato Grosso. / Eles vêm de Mato Grosso. Ele mantém sua palavra. / Eles mantêm sua palavra. Ele intervém em todas as reuniões. / Eles intervêm em todas as reuniões. Por favor, tenha um cuidado muito especial com esses verbos. Questão de prova todo ano! A maldade das bancas FCC e Esaf, principalmente, é deslocar o sujeito do verbo, para que você não perceba que os verbos vir e ter estão no plural, fazendo-o errar uma questão de acentuação (ou concordância verbal). Exemplo: “Os alunos, ainda que venham estudando muito para uma prova cuja banca mantém um nível de dificuldade mediano em suas questões, tem de colocar a humildade no coração para não desmerecer a importância do concurso.” Essa frase está certa ou errada quanto à acentuação do verbo ter? Até o “Word” errou. Veja de novo: “Os alunos, ainda que venham estudando muito para uma prova cuja banca mantém um nível de dificuldade mediano em suas questões, TÊM de colocar a humildade no coração para não desmerecer a importância do concurso.” Percebeu a distância entre o sujeito e o verbo? É isso que o “homem da banca” vai fazer! Não se deixe enganar! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma, dêmos (presente do subjuntivo) e demos (pretérito perfeito do indicativo). Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. Isso vale para o seu composto redarguir. Não há mais o trema nas formas desses verbos, obviamente. De acordo com a antiga ortografia, a escrita era assim: argúis, argúi, argúem…. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em -guar, -quar e -quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja: a) Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. Delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. b) Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. Delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Atenção: No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. Regras para o Uso do Hífen Como já dito, o hífen (-) é um sinal gráfico usado normalmente para: unir elementos de palavras compostas e unir prefixos (ou falsos prefixos) a radicais (bem-te-vi e sub-humano); ligar verbos a pronomes (dir-me-ás); separar sílabas de palavras (ca-sa-men-to). Usa-se o hífen nas seguintes situações: - Nas palavras compostas em que os elementos da composição têm acentuação tônica própria e formam uma unidade significativa, sem elementos de ligação: arco-íris, segunda-feira, mesa-redonda, guarda-costas, beija-flor, bem-te-vi, zum-zum-zum, reco- reco… Cuidado!!! Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas (e derivados). Não se usa o hífen em vocábulos com elementos de ligação: azeite de dendê, lua de mel, água de coco, mula sem cabeça, pé de mesa, calcanhar de Aquiles, pé de vento, cor de burro quando foge, café com leite, pão de ló, pão de milho, pé de moleque, dia a dia, corpo a corpo, ponto e vírgula, fim de semana, cabeça de bagre, bicho de sete cabeças, leva e traz… Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, ao deus-dará, à queima-roupa, pé-de-meia, pé-d’água, pau-d’alho, gota-d’água, cola-de-sapateiro, pão- de-leite. Além desses, há os vocábulos que designam espécies botânicas ou animais: andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, dente-de-leão, olho-de-boi, pimenta-do-reino, cravo-da-índia, bico-de-papagaio… Cuidado com cão de guarda (sem hífen)! - Com a partícula denotativa de designação eis seguida de pronome pessoal átono: eis-, eis-vos, eis-nos, ei-lo (com a queda do s)… - Nos adjetivos compostos: surdo-mudo, nova-iorquino, verde-amarelo…Vale ressaltar que o hífen é obrigatório quando se unem dois vocábulos gentílicos ou pátrios: indo-europeu, luso-brasileiro, sino-americano, euro-asiático… - Na união de prefixos (ante, anti, arqui, auto, circum, contra, entre, extra, hiper, infra, inter, intra, semi, sobre, sub, super, supra, ultra…) e falsos prefixos (aero, foto, macro, maxi, micro, mini, neo, pan, proto, pseudo, retro, tele…): auto-hipnose, micro- ônibus e pan-negritude, por exemplo. Basicamente, são duas as regras (chamadas de regra geral!) para emprego do hífen com prefixos: - Por via de regra, quando o segundo elemento iniciar por H: pré-história, super-homem, mal-humorado, mega-homenagem… - Quando as letras no fim do prefixo e no início da palavra forem iguais: anti- inflamatório (antes era sem hífen), micro-ondas (antes era sem hífen), hiper-realismo, sub-bairro… Reitero que qualquer prefixo (oufalso prefixo) que, porventura, não for mencionado segue a regra geral. Os prefixos são partículas que se acrescentam ao início do radical de um vocábulo da língua. Ex.: contra-ataque, bilateral, reescrever, transpor. Já o falso prefixo é um radical, grego ou latino, que se coloca no início da palavra, acrescentando-lhe o seu significado. Ex.: videoarte, pseudocaule, microssistema, sociologia, micro-ondas. Prefixo terminado em vogal Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo… Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo… Sem hífen diante de r e s, dobram-se essas letras: corréu, antirracismo, contrarreforma, antissocial, ultrassom, pseudossábio… Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas, ultra-aquecido, semi- inconsciência… Prefixo terminado em consoante Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário… Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico… Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante… Algumas Observações Importantes Com o prefixo sub, além de b, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça, sub-reitor, sub-reptício, sub-bairro etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-meridiano, circum-navegação, pan-americano etc. O prefixo co aglutina-se sempre com o segundo elemento: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, coautor, coerdeiro, cosseno, coóspede. Com os prefixos vice, vizo, grã, grão, além, aquém, ex (anterior), recém, sem, soto(a) para (exceto paraquedas e derivados dele), usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice- almirante, vizo-reinado, grã-duquesa, grão-mestre, além-mar (mas Alentejo, cidade de Portugal), aquém-mar, ex-aluno, recém-casado, sem-terra (mas sensabor, sem hífen), soto-pôr, sota-general, para-raios… Não se usa nunca hífen com o prefixo re: reescrever, reescrita… Com os prefixos in- e des- junto com palavras iniciadas por h, esta consoante “cai” e não se emprega hífen: inabilidade, desumano… Na formação de palavras com ab, ob, ad e sob, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r: ad-digital, ad-renal (ou adrenal), ob-rogar, ab-rogar, sob-rojar… (no caso deste último prefixo, só se usa hífen diante de “r”). Com mal, usa-se o hífen apenas quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l: mal-estar, mal-humorado, mal-limpo…; quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação: mal-francês; se houver elemento de ligação, escreve- se sem o hífen: mal de lázaro, mal de sete dias. Exceção: mal-bruto. Vale ainda dizer que malcriação e má-criação são formas corretas. Com bem, usa-se o hífen diante das vogais a, e, i, o e das consoantes b, c, d, f, h, m, n, p, q, s, t, v: bem-amado, bem-encarado, bem-intencionado, bem-ouvido, bem-bom, bem-criado, bem-ditoso, bem-falante, bem-humorado, bem-mandado, bem-nascido, bem-parado, bem-querer, bem-soante, bem-sucedido (antônimo: malsucedido), bemtalhado, bem-visto, bem-vindo… Cuidado com estas palavras: benfazer (o VOLP ainda registra o bem-fazer), benfeito, benfeitor, benfeitoria e benfazejo. Benquerer (o VOLP ainda registra o bem-querer), benquisto, benquerença (o VOLP ainda registra o bem-querença). Bendizer (o VOLP ainda registra bem-dizer), bendito (mas bemditoso, segundo o VOLP). Sublinho o “bemposta”, sem hífen, segundo o VOLP. Os prefixos pós, pré e pró (tônicos) unem-se por hífen a quaisquer palavras: pós- adolescência, pós-simbolismo, pré-vestibular, pré-simbolismo, pró-ativo (ou proativo), pró-russo…; se a pronúncia do prefixo for átona, não há hífen: poscefálico, posfácio, pospor, prealegar, preanunciar, precondição, preconceito, predeterminar, predizer, preeminente, preestabelecer, preestipulado, preexistir, prejulgar, prenome, pré- requisito/prerrequisito (segundo o VOLP), pressupor, prever, procônsul, procriar, pronome, propor… consulte o VOLP, sempre. Os vocábulos quase e não, funcionando como prefixos, dispensam o hífen: quase crime, quase posse, não conformismo, não pagamento… Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani (açu, guaçu e mirim): amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. As palavras e expressões “tão só, tão somente, à toa” ficam sem hífen agora. A presença ou a ausência do hífen têm implicações semânticas e morfológicas em muitas palavras: dente-de-leão, bico-de-papagaio, má-criação… Exemplo: “Já viu um dente de leão? É curioso… e grande.” (aqui se está falando sobre o dente do animal leão, mas, se estivesse com hífen – dente-de-leão – seria uma planta, o que mudaria substancialmente o sentido da frase). Veja outro exemplo: “Sua má-criação (ou malcriação) não vai levá-lo a lugar algum nessa vida!” (má-criação é um substantivo composto). Agora: “A má criação das crianças pode levá-las a um desvio de conduta.” (má criação é um adjetivo + um substantivo). Interessante, não?
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