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-----------DESCOBERTA DE NOVOS FÁRMACOS----------- ➔ O processo de pesquisa e desenvolvimento de fármacos (P&D) é complexo, longo e de alto custo. O impacto do uso de medicamentos na sociedade tem várias facetas. ➔ A descoberta de novos medicamentos tem suas raízes profundamente ligadas às inovações científicas e tecnológicas. ➔ As etapas envolvidas no processo de P&D baseia-se, simplificadamente, no estudo de compostos para o tratamento de doenças. ➔ A primeira etapa consiste na descoberta de um composto com atividade terapêutica. - O Brasil é pioneiro nesse processo devido ao isolamento do composto ativo retirado de produtos naturais. ➔ Na segunda etapa são feitos testes in vitro e in vivo para avaliação das propriedades biológicas das moléculas obtidas. ➔ Na terceira e última etapa do processo são realizados estudos clínicos em humanos, em várias fases, parte denominada estudo clínico. ➔ Introduzir um novo medicamento na terapêutica é um processo longo e bastante oneroso como citado anteriormente. Todo o processo de P&D dura cerca de doze anos (pode ser maior), com probabilidade de sucesso muito pequena. ➔ Assim, de cada 30.000 moléculas sintetizadas, 20.000 (66,7%) entram na fase de estudos pré-clínicos, 200 (0,67%) entram na fase I dos estudos clínicos, 40 (0,13%) passam para a fase II, 12 (0,04%) entram na fase III e somente nove (0,027%) são aprovadas pelos órgãos regulatórios. ➔ É importante mencionar ainda, que apenas um medicamento aprovado (0,003%) é incluído nos protocolos terapêuticos. ------------------------------------------------CADEIA DE INOVAÇÃO EM FÁRMACOS----------------------------------------------- 1. Definição do alvo terapêutico. 2. Planejamento molecular por meio da química medicinal, para o descobrimento de ligações entre as moléculas. 3. Farmacologia, bioensaios in vitro/in vivo. 4. Ensaios clínicos. - Fase 1: Avaliação de toxicidade em indivíduos saudáveis; - Fase 2: Tratamento de pessoas doentes; - Fase 3: Tratamento de um grupo maior de pessoas; doentes; - Fase 4: Distribuição dos fármacos; 5. Proteção patentária. ---------------------MODELOS IN VITRO--------------------- Cultura de células ➔ No século XIX, Sydney Ringer, ao desenvolver soluções salinas capazes de assegurar as necessidades vitais de órgãos isolados do organismo, lançou as bases do que viria a ser a cultura de células. ➔ Wilhelm Roux quem conseguiu pela primeira vez, em 1885, manter vivas durante vários dias células embrionárias isoladas de pinto numa solução salina aquecida. Princípios básicos ➔ É uma técnica largamente reconhecida e rotineiramente utilizada no laboratório, particularmente em investigação. Para o sucesso da cultura de células, o cumprimento das regras e cuidados de assepsia é fundamental, uma vez que cerca de 70% dos problemas que surgem são devido a contaminações. ➔ A obtenção de uma população ou cultura de células é possível de várias formas, das quais se indicam duas: - Crescimento ou migração de células de um fragmento de tecido: A seleção se baseia na capacidade virtual de as células migrarem da amostra de tecido; - Dispersão celular: Cuja seleção resulta da capacidade de as células sobreviverem à metodologia aplicada e que pode ser a desagregação enzimática ou mecânica do tecido. Cultura de células A cultura de células pode ser feita de duas formas: Cultura em monocamada: As células vão aderir a um substrato e propagam -se. É o método mais usado e tem como condição essencial a adesão ao substrato, “ancoragem”. Esta dependência da “ancoragem” é um pré -requisito indispensável à proliferação celular, nesta metodologia. A cultura em suspensão é usada para células que sobrevivem e proliferam sem necessidade de adesão (independente da “ancoragem”). Cultura 3D: É utilizado um gel nutritivo onde as células vão crescer. Ela serve para demonstrar como realmente acontece a dispersão farmacológica em um animal. ➔ Descobrir como as células se movem e aderem à superfícies é fundamental para nossa compreensão do câncer e de outras doenças, porém, a maior parte do que sabemos sobre esses comportamentos foi aprendido no ambiente 2D. ➔ Fraley et al, (2011) demonstraram pela primeira vez, que as células cancerígenas se comportam no organismo de maneira tridimensional, e é fundamentalmente diferente do comportamento que vemos nos modelos 2D de cultivo. Ensaios Citotoxicidade in vitro em células tumorais ➔ É um teste de viabilidade mitocondrial. Técnica do MTT ➔ Adição do sal tetrazólio na mitocôndria, se ela estiver viável o sal será reduzido a formazan tornando-se roxo. ➔ Quanto mais roxo menos o fármaco surtiu efeito, as células continuam vivas. ➔ A enzima responsável pela conversão é a dehidrogenase. Processo 1. É feita a contagem das células, estas são colocadas em uma placa e precisam estar em uma concentração de 0,3 x 106. 2. Elas ficarão em cuba dependendo do protocolo (24h, 48h e 72h), em contato com o fármaco. 3. É adicionado o MTT e após 3 horas as placas são lidas em espectrofotômetro de absorbância colorimétrica (leitor de Elisa). 4. Quanto mais claro, mais o fármaco matou. Resultados ➔ A doxorrubicina (DOX) é o fármaco clássico, ela é usada como métrica para a comparação com os outros fármacos. ➔ É possível ver qual dos fármacos utilizados matou 50% das células no tempo estipulado (24h, 48h e 72h). ➔ O instituto nacional de câncer dos EUA determina que em 72h a concentração dos fármacos de estar abaixo de 4 microgramas/ml. Viabilidade celular ➔ São selecionados aqueles com concentração abaixo de 4 e vão para o segundo teste, que é o de viabilidade celular, onde é usado um corante de exclusão chamado azul de tripan. Corante de exclusão: É cuspido por bombas de efluxo, ou seja as células saudáveis não vão ficar coradas ao contrário das que estão morrendo. Análise morfológica - Coloração por May Grunwald Giemsa Coloração diferencial: hematóxilileuzina, onde é feito uma coloração ácida e uma básica para analisar a morfologia na célula e possíveis vias de morte (corpos apoptóticos, inchaço e corpos autofágicos). Citometria de fluxo É uma técnica utilizada para contar, examinar e classificar partículas microscópicas suspensas e meio líquido em fluxo. Vê tamanho, granulosidade e marcações por meio de marcadores fluorescentes. Marcadores de necrose (vermelho) e apoptose (verde) Análise molecular - RT-PCR ➔ Transcriptase reversa - Reação da cadeia polimerase: Quais genes estão envolvidos neste processo. ➔ São usados primers para a sinalização do local onde a polimerase deve copiar. ➔ Dependendo de como o fármaco irá promover a morte celular ele deverá aumentar a expressão dos genes responsáveis por essas vias. - Bax: apoptose. - BCLxl: Antiapoptótica. Western Blot ➔ Depois da análise de expressão genética, será avaliado se após essa expressão há a ativação do gene. ➔ Detecta proteínas específicas que foram ativadas ou clivadas em um homogenato de tecido ou extrato. ---------------------MODELOS IN VIVO---------------------- Por que pesquisar em animais? ➔ Encontrar melhores formas de detectar cânceres em estágios iniciais. ➔ Descobrir e testar novas terapias para melhorar os resultados dos pacientes. ➔ Avaliar novas abordagens para a prevenção do câncer. Diferentes tipos de modelos Categorias ➔ Animais em que o câncer ocorre espontaneamente, sem qualquer alteração dos genes ou a iniciação de câncer no animal por meio de tratamentos químicos. ➔ Animais (transgênicos) cujos genes são alterados de modo que o tumor se desenvolve de forma espontânea, com mesmos tipos e com propriedades semelhantes aos dos tumores que esses genes alterados causam nos seres humanos. ➔ Animais que desenvolvem tumores espontâneos, se forem expostos a fatores ambientais, tais como produtos químicos ou radiação. ➔ Animais cujo a composição genética natural inalterada permite aos pesquisadores identificar os genes que geram suscetibilidade ao desenvolvimento de câncer. Relação autogênica: É retirado um tumor do animal e reimplantado nele. Relaçãosinogênica: O tumor é retirado e transplantado a um indivíduo da mesma espécie. Relação alogênica: O tumor é retirado e transplantado a um indivíduo de mesma espécie mas de linhagem diferente. Relação xenogênica: O tumor é retirado e transplantado a um indivíduo de outra espécie. Escolha do modelo ➔ Delineamento de pesquisa: Presença de uma hipótese. ➔ Ferramentas disponíveis para apoiar os estudos. Benefícios da pesquisa ➔ Semelhança com a situação humana. Bioética e Bem-estar Animal ➔ Qual espécie eu vou trabalhar? ➔ Quantos animais eu vou utilizar? ➔ Como vai ser a metodologia? ➔ Vai provocar dor? ➔ Vai precisar realizar eutanásia? ➔ Como será o descarte? Lei Arouca ➔ Utilizar métodos alternativos como processos de simulação por computador de modelos biológicos. ➔ Obedecer aos 3 R’s: - Replace (substituição): substituição do método científico, empregando materiais alternativos. - Refine (Redução): Utilização do menor número de animais. - Reduce (Refinamento): Modificações em procedimentos visando o aprimoramento de técnicas e escolha correta da espécie a ser utilizada. CONCEA: Conselho nacional de controle de experimentação animal. I – Formular e zelar pelo cumprimento das normas relativas à utilização humanitária de animais com finalidade de ensino e pesquisa científica; II – Credenciar instituições para criação ou utilização de animais em ensino e pesquisa científica; III – Monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas que substituam a utilização de animais em ensino e pesquisa; IV – Estabelecer e rever, periodicamente, as normas para uso e cuidados com animais para ensino e pesquisa, em consonância com as convenções internacionais das quais o Brasil seja signatário; V – Estabelecer e rever, periodicamente, normas técnicas para instalação e funcionamento de centros de criação, de biotérios e de laboratórios de experimentação animal, bem como sobre as condições de trabalho em tais instalações; VI – Estabelecer e rever, periodicamente, normas para credenciamento de instituições que criem ou utilizem animais para ensino e pesquisa; VII – manter cadastro atualizado dos procedimentos de ensino e pesquisa realizados ou em andamento no País, assim como dos pesquisadores, a partir de informações remetidas pelas Comissões de Ética no Uso de Animais – CEUAs; VIII – apreciar e decidir recursos interpostos contra decisões das CEUAs. CEUA: Comissão de ética no uso de animais Filiação aos comitês de ética: I – cumprir e fazer cumprir, no âmbito de suas atribuições, o disposto nesta Lei e nas demais normas aplicáveis à utilização de animais para ensino e pesquisa, especialmente nas resoluções do CONCEA; II – Examinar previamente os procedimentos de ensino e pesquisa a serem realizados na instituição à qual esteja vinculada, para determinar sua compatibilidade com a legislação aplicável; III – Manter cadastro atualizado dos procedimentos de ensino e pesquisa realizados, ou em andamento, na instituição, enviando cópia ao CONCEA; IV – Manter cadastro dos pesquisadores que realizem procedimentos de ensino e pesquisa, enviando cópia ao CONCEA; V – Expedir, no âmbito de suas atribuições, certificados que se fizerem necessários perante órgãos de financiamento de pesquisa, periódicos científicos ou outros; VI – Notificar imediatamente ao CONCEA e às autoridades sanitárias a ocorrência de qualquer acidente com os animais nas instituições credenciadas, fornecendo informações que permitam ações saneadoras. Novo Ciuca Cadastro das instituições de uso científico de animais. Destinado ao registro: I - Das instituições para criação ou utilização de animais com finalidade de ensino e pesquisa científica; II - Dos protocolos experimentais ou pedagógicos, aplicáveis aos procedimentos de ensino e projetos de pesquisa científicos realizados ou em andamento no País, assim como dos pesquisadores, a partir de informações remetidas pelas CEUAs; III - Das solicitações de credenciamento no CONCEA.
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