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CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 1 � CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais Afecções cirúrgicas ambulatoriais mais prevalentes na criança Malformações estômago e esôfago Atresia de esôfago - Paciente polidrâminio com dificuldade de passagem de sonda nasogástrica. Perda de peso, vômito, aspiração de alimento. 80% dos casos de atresia sem fístula e 30% dos casos de atresia com fístula. Nos casos de atresia com fístula, ocorre distensão abdominal, devido a passagem de ar inspirado para o estômago, através da fístula distal. Ao contrário, quando não há fístula, o abdome é escavado. Quadro clínico característico: salivação abundante, aerada, pela boca e pelo nariz. Após algumas horas, aparecem roncos pulmonares, tosse, cianose e retração costal devido a aspiração de saliva para as vias aéreas. Tratamento: a criança deve estar estável hemodinamicamente, assim como em condições pulmonares adequadas. Caso CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 2 seja prematuro, de baixo peso e não esteja estável, devemos realizar nutrição parenteral por acesso central ou periférico, iniciar antibioticoterapia de largo espectro, aspirações frequentes da orofaringe, assistência respiratória mecânica (se necessária), gastrostomia descompressiva (caso o tempo de preparo seja superior a 15 dias). Síndrome de Vacteril - V → anomalia vertebral; A → atresia anal; C → cardiopatias; TE → atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica; R → anomalias renais; L → “Limb” (membro) malformações de membros, como displasia de rádio. DRGE, doença do refluxo gastroesofágico - Tratamento > omeprazol, panteprazol, ranitidina Estenose Hipertrófica de Piloro - vômito gástrico em jato, ácido e quadro de desidratação e desnutrição, abaulamento gástrico. O bebê fica irritado e com muita fome. Primeiro: Corrigir a alcalose metabólica e hipocalemia. Tratamento cirúrgico > Piloromiotomia. Malformações duodeno e intestinos Atresia Intestinal (Ausência da luz intestinal, com segmentos prévios dilatados, edemaciados e hipotônicos, evolui para síndrome do intestino curto, se muito extensa, com aplainamento das vilosidades, com maior área), Tratada inicialmente CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 3 com correção dos Distúrbios Hidroeletrolíticos, e cirurgicamente, ressecção dos segmentos intestinais dilatados, com anastomose Terminoterminal. Banda de ladd , ou volvo de intestino médio ( Ausência da rotação e fixação do intestino na região posterior abdominal, com uma fina sustentação de um pedículo da Artéria Mesentérica Superior, com obstrução intestinal alta em radiografia, e histórico de vômitos, biliosos, eliminação de sangue nas fezes e massa abdominal palpável), Tratada com administração rápida de solução expansora, e cirurgicamente, nos casos com estase venosa, sem gangrena, o volvo é desfeito no sentido anti-horário, desfaz-se as aderências e o intestino é realocado na cavidade abdominal, caso haja necrose, realizar ressecções necessárias, ou reduzir somente as torções e administrar de 36 a 48 horas, solução expansora, e verificar se houve melhora. Íleo Meconial ( Causado por alterações difusas de glândulas exócrinas, que secretam muco, gerando assim espessamento do mecônio, com falta de eliminação nas primeiras 24 horas de vida, e tem associação forte com fibrose cística), tratado com Enemas com Gastrografina ou Acetilcisteína (sem complicações), pode ser realizada laparotomia, para remoção do conteúdo meconial com enterotomia, se houver presença de casos complicados , realiza-se ressecção dos segmentos intestinais acometidos, com retirada do conteúdo meconial do intestino delgado e anastomose terminoterminal. Além disso, deve ser tratado o quadro respiratório do paciente, como, cuidar de infecções respiratórias e cuidar da retenção de muco. Megacólon Agangliônico (Causado pela ausência da migração de células da crista neural, até o intestino distal, geralmente ocorre na junção reto sigmóidea, com segmentos agangliônicos e gângliônicos, seu diagnóstico pode ser por manometria anorretal com ausência do reflexo de relaxamento do esfíncter anal interno ou por biópsia, evidenciando regiões com troncos nervosos espessos), tratado com Laparotomia em quadrante inferior esquerdo, com colostomia entre ambas as regiões gangliônicas e agangliônicas, após um ano de idade, com 10 kg, o paciente pode ser submetido ao abaixamento do colo com a realização das anastomoses. Hérnia diafragmática congênita CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 4 Vísceras Abdominais que penetram a cavidade torácica através de um defeito no diafragma (fechamento do canal Pleuroparietal); Afeta o pulmão ipsilateral, que sofrerá com menores brônquios menos ramificações, e menores superfícies alveolares, além disso, a vasculatura pulmonar, é afetada, com hipertrofia da musculatura arteriolar(mais sensível ao óxido nítrico), gerando hipertensão pulmonar ; Quadro clínico com respiração ruidosa, com tiragem, dispneia e cianose ; Na Saturação, encontra-se diferença entre as saturações pré e pós ductal ; O diagnóstico é feito geralmente com 15 semanas de gestação em USG de rotina, e mais confirmado com radiografia de tórax e abdome. Tratamento: pode ser utilizada a oclusão traqueal fetal com balão, para gerar acúmulo de fluido pulmonar e desenvolver os tecidos pulmonares ; Utiliza-se Hipercapnia Progressiva (devido à diferença das saturações), além de utilizar Sildenafil e Talazolina para Vasodilatação Pulmonar ; Cirurgicamente, é realizada uma incisão abdominal subcostal, realiza-se uma redução manual das vísceras e são utilizadas próteses com Gore tex,ou materiais com matriz extracelular, com suturas interrompidas, sendo recomendado que seja após a utilização da ECMO, além disso, atentar-se ao quadro hemostasiante. *pode ocorrer da cavidade abdominal não ser grande o suficiente para as vísceras torácicas, sendo recomendada a formação de um silo, assim como a formação de uma hérnia incisional pelo fechamento exclusivo com pele, até que o fechamento definitivo da fáscia, possa ser realizado. Síndromes colestáticas no lactente Doenças das Vias Biliares: colecistite - inflamatória colelitíase - obstrutiva (cálculos) neoplasias - câncer coledocolitíase - obstrutiva (pancreatite) malformações congênitas kernicterus CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 5 Impregnação bilirrubínica de regiões do cérebro na vigência de altas concentrações sanguíneas de bilirrubina não conjugada. A barreira hemoencefálica é normalmente impermeável à bilirrubina. Causa encefalopatia hepática. Alguns antibióticos, como a ceftriaxona provoca a formação de cálculos em lactentes. Trocar por ampicilina Suspendendo a droga em 70% dos casos desaparecem os cálculos. Colestase Neonatal é o resultado da síntese alterada, ou, de bloqueio (das vias biliares intra ou extra- hepáticas) da excreção dos componentes biliares para o intestino. Quadro clínico: • Icterícia persistente por mais de 14 dias. • Observar acolia, colúria. • BD > 20% da BT ou BD>1mg/dL se BT<5mg/dL • Internação imediata. • Alerta Amarelo. • Vitamina K, US abdome, observar acolia e colúria. Causas: Atresia de Vias Biliares - sexo feminino, melhor estado nutricional. Hepatite neonatal idiopática – sexo masculino, pequeno para a idade gestacional e deficit de crescimento. Diagnóstico diferencial: Causas Intra-hepáticas: • Infecções congênitas: virais, protozoários, bactérias. • Doenças metabólicas: galactosemia, intolerância hereditária à frutose, tirosinemia, dificiência de alfa1 antitripsina, fibrose cística, hipopituitarismo, deficiência de citrina, dificiência de arginase, distúrbios na síntese dos ácidos biliares e na cadeia respiratória. • Doenças de depósitos: hemocromatose neonatal, Niemann Pick tipo C, doença de Gaucher, doença de Wolman, glicogenose tipo 4. CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicasambulatoriais 6 • Síndromes genéticas: Alagille, Turner, Down, Aagenases, Zellweger. • Formas hereditárias de colestase intra-hepática: doença de Byler, PFIC, deficiência de MDR3 e de BSEP. • Idiopáticas: hepatite neonatal idiopática, ductopenia não sindrômica. • Toxinas e drogas: endotoxemia, colestase associada a nutrição parenteral, hidrato de cloral, antibióticos e outras drogas. • Miscelânea: lúpus neonatal, fibrose hepática congênita, doença de Caroli, síndrome da bile espessa, histiocitose X. Causas extra-hepáticas: Atresia de vias biliares Cisto de colédoco Perfuração espontânea do ducto biliar comum Coledocolitíase Colangite esclerosante neonatal Estenose dos ductos biliares Compressão externa (massas ou tumores) CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 7 Colestase É definida como a retenção sistêmica, não só de bilirrubina, mas de outros solutos eliminados na bile (particularmente ácidos biliares e colesterol). Na presença de colestase, o fluxo da bile é prejudicado em algum ponto entre as células do fígado (que produzem bile) e o duodeno (o primeiro segmento do intestino delgado). Quando o fluxo da bile é obstruído, o pigmento bilirrubina (um produto residual formado pela destruição dos glóbulos vermelhos velhos ou danificados) passa para a corrente sanguínea e se acumula. Normalmente, a bilirrubina se junta à bile no fígado, passa pelos dutos biliares e chega ao trato digestivo, sendo eliminada do corpo. A maior parte da bilirrubina é eliminada nas fezes, mas uma pequena parte é eliminada na urina (colúria). Manifestações cínicas: dependem da localização e da causa do processo obstrutivo e do grau associado de aumento das citocinas pró-inflamatórias e diminui a síntese e secreção de sais biliares. A colestase intra-hepática geralmente é resultado ou de disfunção hepatocelular ou de lesões nos ductos biliares intra- hepáticos de pequeno e médio calibres por vírus, álcool ou drogas. CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 8 Tratamento: Cistos de colédoco Tipo 1 = envolve qualquer parte do Ducto Biliar Comum Tipo 2 = Divertículo na base do Duto Biliar comum Tipo 3 = Cisto em Ducto Biliar comum intrapancreático distal Tipo 4 = Cistos em Vias Biliares Intra e Extra Hepáticas Tipo 5 = Vias Biliares Intra Hepáticas. Fisiopatologia Ligada com Refluxo Pancreatobiliar CIRURGIA PEDIÁTRICA - Afecções cirúrgicas ambulatoriais 9 Quadro clínico com massa abdominal palpável em QSD e icterícia Obstrutiva, em pacientes > 12 anos, estes apresentam febre, náuseas vômitos e icterícia. Diagnóstico com Ultrassom abdominal, se inespecífico, HIDA, TC ou CPRM. Tratamento com excisão completa dos cistos e Hepaticojejunostomia em Y de roux. Lactentes que sofreram ressecções intestinais principalmente do íleo terminal. Diminui reabsorção de sais biliares, desequilíbrio dos componentes da bile, formando cálculos biliares. Transplante hepático na criança 80% das causas são devido à atresia em vias biliares PELD e MELD: a gravidade da doença hepática é avaliada por meio do Child-Pug e, de acordo com recomendação do Ministério da Saúde, a distribuição dos órgãos para o transplante hepá- tico segue um critério de gravidade estabelecido por meio do Model for End-Stage Liver Disease (MELD) que usa como base para o cálculo os valores de creatinina, bilirrubina e RNI. → O doador deve ser do mesmo grupo sanguíneo que o receptor, devendo todas as sorologias serem realizadas a fim de pesquisar doenças trans- missíveis que podem contraindicar o transplante, tais como: hepatite B ou C, HIV, HTLV 1 e 2, Chagas e toxoplasmose. Cirurgia no doador e no receptor Na cirurgia: Utilizado lobo esquerdo
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