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O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE ANJOS - EDITORA CRISTÃ EVANGÉLICA - SÉRIE DOUTRINAS 6 - ADULTOS

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Copyright © 1998,
Editora Cristã Evangélica
Todos os direitos nacionais e internacionais desta edição reservados.
Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer
meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. – nem
apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa
autorização da Editora Cristã Evangélica (lei nº 9.610 de 19/02/1998), salvo em
breves citações, com indicação da fontes
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada
(ARA), 2ª edição (Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações de outras
versões.
Editora filiada à
Associação de Editores Cristãos
 
Rua Goiânia, 294 – Parque Industrial
12235-625 São José dos Campos-SP
comercial@editoracristaevangelica.com.br
www.editoracristaevangelica.com.br
Telefax: (12) 3202-1700
diretor
Abimael de Souza
consultor
John D. Barnett 
editor-chefe
André de Souza Lima
mailto:comercial@editoracristaevangelica.com.br
http://www.editoracristaevangelica.com.br/
assistentes editoriais 
Isabel Cristina D. Costa
Regina Okamura 
Selma Dias Alves
autores 
Jessé Ferreira Bispo
João Arantes Costa
John D. Barnett 
José Humberto de Oliveira
revisor es
Aydano Barreto Carleial
Leheni Lino de Oliveira Ferreira
autora do guia 
Mércia Madeira e Silva
projeto gráfico 
Patrícia Pereira Silva
diagramação 
André de Sousa Júnior
capa
Henrique Martins Carvalho
As explorações do homem no espaço têm demonstrado não somente a imensidade do
nosso sistema solar, como a existência de outros sóis maravilhosos - de fato, galáxias inteiras
de sistemas solares. A nossa Terra representa um pequeno ponto no meio dos inúmeros
corpos celestes de todo grau de resplendor. Como o salmista, nós também ficamos
maravilhados - “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas
que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres?” (Sl 8.3-4). De fato, nós, criaturas
humanas, somos nada no meio deste vastíssimo espaço.
Mas há uma pergunta que sempre surge: existem outras criaturas, além do homem? Há
um grupo, chamadoufologistas, que especulam sobre a vinda para a Terra de objetos
voadores não identificados (OVNIs). Será que existem mesmo seres extraterrestres? Ou
será que o homem é a única criatura de Deus neste imenso espaço capaz de apreciar e
contemplar essa obra de Deus? Deus não tem outras criaturas inteligentes para louvá-Lo em
vista de toda a Sua criação?
Como crentes, quando queremos descobrir a Verdade, procuramos a única fonte de
informação segura - a Bíblia - e descobrirmos que existe, sim, uma outra classe de seres
superiores. Eles são os anjos de Deus, “os exércitos celestiais, os habitantes dos céus, a
inumerável companhia dos servos invisíveis de Deus” (Bancroft). Mas, também, a Bíblia
afirma que existe um outro grupo de seres que pertencia à mesma classe, que antes servia ao
Senhor, mas agora se encontra em total rebelião contra Deus, liderado pelo antigo “anjo de
luz”, agora chamado Satanás.
Não há dúvida de que um dos assuntos que atualmente tem despertado muito interesse,
tanto no meio das igrejas evangélicas como no mundo fora, tem sido o de anjos. O próprio
autor das lições comenta: “Por volta da metade da década de 90 irrompeu uma onda
doutrinária a respeito dos anjos. Desde então têm sido produzidas várias obras sobre o
assunto nos meios religiosos não-cristãos. Muitas destas obras se ocupam em mostrar que a
doutrina dos anjos é uma herança das religiões orientais, e são carregadas de misticismo. A
mídia, especialmente a televisão, encarregou-se de espalhar os conceitos errôneos sobre os
anjos, explorando a credulidade de pessoas espiritualmente fracas e supersticiosas. Em
consequência, os cristãos correm o risco de serem influenciados por esses ‘ventos de
doutrina’ que, não raro, sopram sobre os arraiais evangélicos”.
Pensando em nos livrarmos dessas influências, a Editora traz 17 lições sobre a doutrina
bíblica dos anjos. Essa será uma boa oportunidade para refletir seriamente sobre aquilo que
a Bíblia diz sobre esse assunto da atualidade. Mas um alerta: estas lições devem ser
estudadas no espírito de oração e total dependência do Espírito Santo. Estamos entrando
num campo espiritualmente “pesado” e, sem um preparo adequado, perigoso. Que Deus o
abençoe muito no estudo deste assunto!
John D. Barnett
(Nota: Lições em que os livros são citados estão identificados em parêntesis)
BROADUS, John. Comentário de Mateus. (10)
BLAUW, Johannes. A natureza missionária da Igreja. São Paulo: ASTE. (17)
CABRAL, Elienai. Lições bíblicas: Anjos, uma perspectiva bíblica e atual. Rio de Janeiro:
CPAD. (3)
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Hagnos. (4) (5)
CHAMPLIN, Russell N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo:
Editora Hagnos. (7)
FERREIRA, Ebenézer Soares. Angelologia. Rio de Janeiro: JUERP. (1)
FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova. (17)
FILHO, Tácito da Gama Leite. Anjos. Rio de Janeiro: JUERP. (2)
GONDIN, Ricardo. Os santos em guerra. São Paulo: Abba Press. (6) (15)
GRAHAM, Billy. Anjos: os anjos secretos de Deus. Rio de Janeiro: Editora Record. (6)
GREEN, Michael. II Pedro e Judas: introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova.
(7)
MACINTYRE, Archibald Joseph. Os anjos: uma realidade admirável. [s.n.t.]. (2)
MORRIS, Leon L. Lucas: introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova. (10)
MUELLER, Ênio R. I Pedro: introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova. (10)
RYRIE, Charles. Teologia Básica. São Paulo: Editora Mundo Cristão. (3) (6) (9)
STOTT, John R.W. A mensagem de Efésios. São Paulo: ABU Editora. (7) (12) (13) (17)
THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Batista
Regular. (9)
TOZER, A.W. O poder de Deus. São Paulo: Editora Mundo Cristão. (16)
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– Sumário –
Anjos, seres criados por Deus 
Angelologia, uma doutrina básica 
Anjos, quem são esses seres? 
A organização angelical 
O ministério dos anjos na Bíblia 
O ministério especial dos anjos 
Os anjos a serviço da igreja e dos crentes 
Conhecendo o inimigo 
Nomes e atividades do inimigo 
Satanás, o agente da tentação 
Demônios, ajudantes de Satanás 
Os demônios em ação 
A possessão demoníaca
Pode um cristão ser possesso?
A batalha espiritual 
Os crentes envolvidos na batalha 
As armas da nossa milícia 
1
Anjos, seres criados por Deus
texto básico Mateus 22.23-33
versículo-chave Mateus 22.29
“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de
Deus” 
alvo da lição
 Demonstrar a importância do estudo da doutrina dos anjos à luz da Bíblia, para
livrar o crente de ser atingido pelas ondas do momento a respeito desse
assunto.
leia a Bíblia diariamente
seg Mt 22.23-33
ter Mc 12.18-27
qua Lc 20.27-40
qui At 23.1-10
sex 1Co 1.18-25
sáb Cl 2.16-19
dom Hb 9.23-28
Introdução
Por volta da metade da década de 90, irrompeu uma onda doutrinária a
respeito dos anjos. Desde então têm sido produzidas várias obras sobre o
assunto nos meios religiosos não cristãos. Muitas destas obras se ocupam em
mostrar que a doutrina dos anjos é uma herança das religiões orientais, e são
carregadas de misticismo. A mídia, especialmente a televisão, encarregou-se
de espalhar os conceitos errôneos sobre os anjos, explorando a credulidade
de pessoas espiritualmente fracas e supersticiosas. Em consequência, os
cristãos correm o risco de serem influenciados por esses “ventos de
doutrina” que, não raro, sopram sobre os arraiais evangélicos.
Pensando em nos livrarmos dessas influências, vamos estudar sobre os
anjos. Na lição de hoje nos ocuparemos em considerar as razões por que a
doutrina da angelologia não tem sido bem estudada pelos cristãos e as
objeções que, durante os tempos, têm sido feitas à existência dos anjos.
I. Angelologia – Uma doutrina esquecida
Angelologia é o estudo referente aos anjos. É uma palavra vinda do
encontro de outras duas palavras: angelose logia, palavras gregas que
significam anjo e estudo, respectivamente. É um assunto de pouco interesse
entre os evangélicos de modo geral. O Dr. Ebenézer Soares Ferreira
(Angelologia  - p.11-12) sugere algumas razões por que os estudiosos da
Bíblia e da Teologia têm dado pouca atenção a esse assunto.
1. As sutilezas escolásticas
O Escolasticismo foi uma forma de pensar dos filósofos e teólogos, que
vieram a ser chamados de escolásticos, no período da Idade Média (período
histórico entre o começo do século V e meados do século XV). Muitos
assuntos eram tratados com profundidade, mas às vezes eles desciam a
considerações banais. Foi assim que trataram a doutrina dos anjos,
levantando questões sem nenhuma relevância para a sua compreensão,
como, por exemplo:
a. Quantos anjos poderiam permanecer na ponta de uma agulha?
b. Um anjo poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo?
c. Os anjos da guarda vigiam as crianças desde o nascimento? depois de
batizadas? ou já desde o embrião?
Essas sutilezas dos escolásticos terminaram por desinteressar os 
teólogos evangélicos a refletirem sobre angelologia, ou provocaram neles o
receio de serem considerados escolásticos se viessem a abordar o assunto.
2. O cristocentrismo
Embora ser cristocêntrico seja uma exigência para o cristão e para o
cristianismo, porque devemos dar preeminência a Cristo e anunciar uma
mensagem eminentemente cristocêntrica (1Co 1.23), corremos o risco de,
procedendo assim, pôr de lado outras doutrinas. A doutrina dos anjos é uma
questão de revelação de Deus, desde Gênesis a Apocalipse (cf. Gn 3.24,
onde o Senhor põe querubins a guardar o jardim do Éden e Ap 22.8), e não
podemos ser ignorantes sobre qualquer aspecto da Revelação. Se a
angelologia é uma doutrina bíblica, é importante que a estudemos.
3. As misti�cações
Hoje se apregoa, por toda a parte, a aparição de anjos que fazem milagres,
que movem pessoas de um lugar para outro… Anjos são vistos nos cantos
superiores das naves dos templos, pousados nos lustres… Essas
mistificações causam repulsa e levam a considerar o assunto dos anjos uma
questão de crendice popular ou de superstição, que não merece uma
reflexão séria. Essa é, provavelmente, mais uma razão por que a doutrina dos
anjos é esquecida.
Entretanto, ao invés de esquecê-la, apenas deveríamos nos livrar do
misticismo em torno dos anjos. Foi isso que Paulo condenou quando
escreveu aos crentes de Colossos, que, influenciados por práticas pagãs,
corriam também o risco de prestar adoração a anjos, e não a Deus (Cl 2.18).
II. Objeções à doutrina dos anjos
Em qualquer tempo da história, a doutrina dos anjos tem encontrado
oponentes e contestadores.
1. A doutrina dos saduceus
Os saduceus compunham uma seita judaica, que floresceu na Palestina
desde os fins do século II a.C. até os fins do século I d.C. Duas doutrinas em
que os saduceus diferençavam dos estudiosos de sua época eram:
a. a negação da ressurreição dos 
mortos (Mt 22.23), e
b. a inexistência dos anjos (At 23.8).
Esses dois erros doutrinários dos saduceus foram condenados pelos
ensinos de Jesus, que reafirma a doutrina da ressurreição e a existência dos
anjos com um mesmo argumento:  “Porque, na ressurreição, nem casam,
nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mt 22.30).
2. O racionalismo
Do ponto de vista dos racionalistas, a existência dos anjos é uma
aberração, pois foge dos princípios da razão e da ciência.
Consequentemente, eles veem a crença na existência dos anjos como uma
forma de politeísmo primitivo, que teve sua evolução no judaísmo.
Esse pensamento racionalista não é coerente, pois a doutrina judaica é
essencialmente monoteísta. Os anjos não são deuses; são seres espirituais
que Deus usa (cf. Hb 1.7).
Os anjos bons nunca se manifestam como um deus, mas como
mensageiros de Deus, incumbidos de uma tarefa específica; e os anjos maus
são seres espirituais rebelados contra Deus, ainda a Ele sujeitos 
(Jó 1.6-12; 2.1-6). Rejeita-se também essa opinião racionalista, porque ela
exclui a interferência divina na história e na vida dos homens que, diversas
vezes, foi feita pela ação dos anjos.
3. O materialismo
Os materialistas negam a existência de um mundo espiritual; por isso
também negam a existência dos anjos. Só aceitam a realidade do mundo
material, rejeitando tudo o que vá além da matéria. Contrariam a vontade de
Deus, porque “só se preocupam com as coisas terrenas”, e estão condenados
à perdição (Fp 3.17-4.1).
4. O espiritismo
A doutrina espírita sobre os anjos se encaixa devidamente no conjunto da
sua estrutura doutrinária, cuja linha mestra é a reencarnação. O espiritismo
ensina que os anjos são almas dos mortos que, depois de várias etapas de
reencarnação, alcançaram um grau máximo de perfeição. Assim, negam a
existência distinta dos seres angelicais. Para eles, tanto os anjos bons como
os maus ou demônios inexistem. Estes últimos, dizem, são almas
desencarnadas.
Rejeitamos a doutrina da reencarnação, refutando-a com textos bíblicos,
como o de Hebreus 9.27. “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez,
vindo, depois disto, o juízo”. Ninguém há que, tendo passado desta vida
para a outra, volta, mesmo que seja para um bom propósito, e muito menos
para habitar em outro corpo (Lc 16.27-31).
Conclusão
Hoje, diante do interesse cada vez maior no ocultismo, nos objetos
voadores não identificados (óvnis), na existência de vida em outros planetas
e nas revelações místicas, torna-se relevante um estudo sobre anjos com
base nas Escrituras.
Precisamos estudar seriamente o assunto, para termos segurança, diante
de tanta ignorância a respeito ou de tanta deturpação da verdadeira
doutrina.
CONFIRA O QUE VOCÊ APRENDEU NESTA LIÇÃO
Só iniciamos o nosso estudo sobre anjos. Verifique se já teve algum proveito, respondendo às seguintes
perguntas:
1. Que razões são apresentadas para o descuido em estudar sobre anjos?
2. Quais as doutrinas que negam a existência dos anjos? Como refutá-las?
3. Que pensam os espíritas sobre os anjos? Que base temos para rejeitar a doutrina deles?
2
Angelologia, 
uma doutrina bíblica
texto básico Hebreus 1.1-14
versículo-chave Hebreus 1.14
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço, a favor dos
que hão de herdar a salvação?” 
alvo da lição
Conduzir o crente a fundamentar na Bíblia sua compreensão sobre o mundo dos
seres espirituais, e não em obras e informações fora das Escrituras.
leia a Bíblia diariamente
seg Hb 1.1-4
ter Hb 1.5-14
qua Hb 2.1-9
qui Ap 5.8-14
sex Mt 28.1-10
sáb At 1.6-11
dom 2Pe 2.4-9
Introdução
Tem crescido muito o mercado de livros evangélicos no Brasil. Há algum
tempo era pequeno o número de editoras. Hoje há muitas, espalhando
literatura em todos os cantos. Não é, entretanto, pelo simples fato de
levarem o rótulo de evangélicos, que editoras e escritores produzem livros
baseados nas Escrituras, razão pela qual devemos ser criteriosos na escolha e
compra de livros.
Há livros sobre anjos e demônios que não têm como fonte somente as
Escrituras. Baseiam-se também em experiências ou alinham às informações
bíblicas os ensinamentos do misticismo religioso do nosso tempo. Serve-
nos, portanto, a advertência paulina:  “Cuidado que ninguém vos venha a
enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens,
conforme os rudimentos do mundo” (Cl 2.8).
Devemos estudar angelologia unicamente por uma perspectiva bíblica.
Os anjos são mencionados em toda a Bíblia: 108 vezes no Antigo
Testamento e 175 vezes no Novo Testamento, 72 das quais no Apocalipse
(Gama Leite, p.11-12).
I. Anjos no Antigo Testamento
Em todas as partes do Antigo Testamento, os anjos são mencionados.
1. Nos livros da lei
Nesta parte da Bíblia os anjos aparecem em muitas ocasiões.
a. Gênesis:  logo em Gênesis 3.24 são mencionados os querubins,
anjos que guardavam o jardim do Éden. Mais adiante encontramos
um anjo falando a Agar (Gn 16.7); outros dialogando com Abraão
(Gn 18.2; 22.11); outros livraram Ló e sua família de serem
destruídos com Sodoma e Gomorra (Gn19.1); outros apareceram
numa visão a Jacó, e um deles lutou com o patriarca (Gn 28.12 e
32.24).
b. 
c. Êxodo:  este livro faz menção do anjo de Deus que ia adiante do
povo de Israel (cf. Êx 23.20; 32.34).
d. Números: Moisés faz referência à proteção dispensada pelo anjo de
Deus a Israel, quando envia uma mensagem ao rei de Edom,
solicitando passagem pelas terras do seu domínio (Nm 20.16). Um
anjo também aparece a Balaão, repreendendo-o por ter espancado a
jumenta (Nm 22.31-35).
2. Nos livros históricos
Nestes há algumas referências a anjos.
a. Juízes: um anjo aparece repreendendo os israelitas (Jz 2.1); o anjo
do Senhor é mencionado no cântico de Débora (Jz 5.23); um anjo
foi instrumento de Deus para a vocação de Gideão (Jz 6.11) e outro
anunciou o nascimento de Sansão (Jz 13.3).
b. Livros dos Reis:  os anjos também estiveram em ação: um
confortou a Elias (1Rs 19.7; 2Rs 1.3), outro feriu os assírios (2Rs
19.35).
3. Nos livros poéticos
Os anjos aparecem em Jó e em Salmos.
a. Jó:  foi provavelmente o primeiro livro da Bíblia a ser escrito, e já
temos a evidência da crença na existência dos anjos. São
mencionados por Elifaz (Jó 4.18) e por Eliú (Jó 33.23-24), e em Jó
1.6; 2.1 e 38.7, onde aparece a expressão filhos de Deus,  “pode-se
afirmar que eram anjos, pois dizem respeito a seres criados
imediatamente por Deus, sem intermediários” (Gama Leite, p.12).
b. Salmos:  anjos são mencionados algumas vezes, entre as quais em
Salmo 29.1; 91.11,12; 103.20.
4. Nos livros proféticos
Há nos livros proféticos registro de várias visões em que aparecem anjos.
a. Isaías viu serafins por cima do templo (Is 6.2).
b. Em Daniel 3.25, um ser “semelhante a um filho dos deuses”, com o
qual os amigos de Daniel foram vistos pelo rei Nabucodonosor,
passeando na fornalha, pode ter sido um anjo; o profeta também
testifica que foi um anjo que fechou a boca dos leões 
(Dn 6.22).
Portanto, basta folhear o Antigo Testamento para notar que os anjos “não
são símbolos, alegorias ou criações míticas. Ao contrário, são seres reais,
objeto de fé do povo de Israel, o qual admitia que Deus se servia dos anjos
para governar o mundo e dirigir os rumos da história” (Macintyre, p.52).
II. No Novo Testamento
O Novo Testamento reafirma a doutrina dos anjos exposta no Antigo.
1. Nos evangelhos
Podemos constatar, primeiro, que os anjos aparecem nessa parte a
algumas pessoas, às quais comunicam alguma revelação: a José (Mt 1.20, 24;
2.13,19), a Maria (Lc 1.26) e a Zacarias (Lc 1.11,13).
Aparecem também servindo ao Filho de Deus no deserto (Mc 1.13) 
e anunciando Sua ressurreição (Mt 28.2).
Jesus mesmo ensinou sobre a atuação deles, conforme o registro dos
evangelistas (Mt 13.39,49; 18.10; 22.30; Mc 12.25; Lc 15.10; 16.22).
2. Em Atos dos Apóstolos
Logo no início desse livro, os anjos aparecem na ascensão de Jesus Cristo
(At 1.10-11). Depois surgem falando a Filipe (At 8.26), a Cornélio (At
10.3; 11.13) e a Paulo (At 27.23).
3. Nas cartas paulinas
Nessa secção do Novo Testamento desenvolve-se a doutrina. Por 14
vezes a palavra “anjo” é mencionada.
a. Paulo não só acreditava na existência deles, como também em seus
serviços (cf. Rm 8.38; Gl 3.19).
b. Paulo afirma que os anjos são criaturas de Deus e como tais estão
sujeitas a Cristo (Cl 1.16; Fp 2.10).
c. Paulo ensina que, quando na terra, Jesus Cristo foi assistido pelos
anjos (1Tm 3.16); que quando Cristo voltar, se ouvirá a voz do
arcanjo (1Ts 4.16) e que a lei foi transmitida pelo ministério dos
anjos (Gl 3.19).
d. Paulo, por outro lado, adverte quanto ao perigo de se dar crédito a
um evangelho pregado por algum anjo (Gl 1.8) e mostra aos crentes
de Colossos o erro de comparar Cristo aos anjos (Cl 2.18).
4. Na carta aos Hebreus
Nessa carta os anjos aparecem mencionados 13 vezes. O propósito do
autor é demonstrar a superioridade de Jesus Cristo sobre eles (cf. Hb 1.4-5,
13-14; 2.2,5,7,9; 12.22).
5. Nas cartas de Pedro
O apóstolo Pedro ensina sobre a justiça divina aplicada aos anjos decaídos
(2Pe 2.4,11) e sobre a sujeição dos anjos a Jesus Cristo 
(1Pe 3.22).
6. No Apocalipse
Nesse livro a palavra “anjo” aparece 72 vezes, nas quais os seres angelicais
desempenham variados papéis.
a. Os anjos compõem um coro ao redor do trono de Deus (Ap 5.11).
b. Os anjos estão diante Dele prontos a executar Suas ordens (Ap 8.2).
c. Os anjos são os instrumentos de aplicação do juízo de Deus sobre a
terra (cf. Ap 14.15; 15.1).
Conclusão
A Bíblia nos ensina a respeito dos anjos, e esse ensino é suficiente para o
nosso entendimento sobre esses seres angelicais. Recorrer a outras fontes
oferece o risco de se desviar da reta doutrina que as Escrituras contêm.
CONFIRA O QUE VOCÊ APRENDEU NESTA LIÇÃO
A título de verificar o que foi aprendido neste estudo, responda as questões a seguir:
1. Quantas vezes os anjos são mencionados:
a) No Antigo Testamento
b) No Novo Testamento
c) No Apocalipse
2. Cite algumas atuações dos anjos mencionadas nos livros históricos.
3. Os anjos tiveram alguma relação com o ministério terreno de Jesus? Exemplifique.
4. Qual o objetivo do autor da carta aos Hebreus ao mencionar os anjos?
5. Os anjos são apenas instrumentos da graça divina ou também do juízo divino? Em que isso difere do
ensinamento extrabíblico?
3
Anjos, quem 
são esses seres?
Pr. Vanderli Lima Carreiro
texto básico Colossenses 1.15-20
versículo-chave Colossenses 1.16
“Pois, nele, foram criadas todos as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e
as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades.
Tudo foi criado por meio dele e para Ele” 
alvo da lição
Mostrar que os anjos são seres criados por Deus, deixando claro que são finitos e
dependentes de Deus, embora mais poderosos e mais inteligentes que os
homens. Conduzir o aluno a render-se diante do Deus Todo-Poderoso, que tudo
criou e a tudo governa.
leia a Bíblia diariamente
seg Sl 33.1-22
ter Ne 9.6-15
qua Jó 38.4-7
qui Gn 19.1-13
sex Lc 20.27-40
sáb 2Sm 14.8-20
dom Mt 18.6-14
Introdução
A lição anterior focalizou a necessidade de se estudar sobre os anjos e
deixou evidente que a angelologia é uma doutrina amplamente exposta na
Bíblia. Agora continuamos, com base na palavra de Deus, a considerar essa
doutrina.
Quem são os anjos? Respostas erradas têm sido dadas a essa pergunta,
como já vimos. Embora não se possa encontrar na Bíblia tudo o que
desejamos para satisfazer à nossa curiosidade sobre os seres angelicais, cremos
que Deus nos revela o necessário para a nossa compreensão a seu respeito.
I. São mensageiros
A palavra “anjo” deriva da língua latina - angelus - que é correspondente à
palavra grega  angelos. No hebraico a palavra para anjo é  mal’ako. O
significado comum é mensageiro, enviado.
“Anjos”, com o sentido de mensageiros, não diz respeito à natureza
espiritual desses seres, mas determina a sua missão. Com esse mesmo sentido
de mensageiro ou enviado, pessoas humanas são chamadas “anjos”: o
sacerdote (Ml 2.7); o rei (2Sm 14.17,20); os pastores líderes das sete igrejas
do Apocalipse (Ap 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14).
Contudo, não é difícil perceber quando o termo se refere aos seres celestiais,
porque vem associado à pessoa de Deus como, em Gênesis 16.7; 28.12 e
Salmo 34.7.
II. São criaturas de Deus
Deus criou tudo o que existe, as coisas visíveis e as invisíveis. Entre elas
criou os anjos (Cl 1.16). Examinando a Bíblia, concluímos que foram criados
todos de uma só vez - Deus criou uma companhia de anjos e não uma raça.
1. Quando foram criados?
Provavelmente foram criados antes da criação do mundo físico. É o que
podemos entender à luz de Jó 38.4-7.  “Os filhos de Deus”, que foram
testemunhas da criação de todas as coisas, certamente eram os anjos. Se
puderam contemplar toda a criação divina, é porque já haviam sido criados.
2. Quantos foram criados?
Não há como contá-los. As Escrituras falam de milhares de milhares (Dn
7.10; Ap 5.11), de miríades 
(Hb 12.22), de legiões (Mt 26.53). Tentar descobrir quantos são e nomeá-los
é pura tolice, porque a Bíblia dá númerosindefinidos. Há um número
definido deles, que apenas o Senhor conhece, pois foram criados ao mesmo
tempo, de uma só vez.
3. Em qual estado foram criados?
Originalmente as criaturas angelicais eram santas. Todas as outras coisas
criadas por Deus eram boas (Gn 1.31), e os anjos foram criados nesse estado
de justiça, bondade e santidade. Havia uma condição original de igualdade em
todos os anjos 
(2Pe 2.4). Os anjos que assim perseveraram, continuaram a serviço do
Senhor e foram chamados “eleitos” (Mt 18.10; 1Tm 5.21).
Os anjos maus são os que não perseveraram no estado original. Rebelaram-
se e tornaram-se inimigos de Deus, dos outros anjos e dos homens, e estão
condenados a tormentos e castigo eterno (Jd 6; Mt 8.29; 25.41).
4. Onde habitam?
Nas regiões celestiais, onde se manifestam. Várias referências nos dão
conta de que os anjos têm sua habitação numa dimensão celestial. Jacó,
sonhando, viu anjos que subiam e desciam uma escada cujo topo tocava os
céus (Gn 28.12). No Apocalipse anjos são vistos nos céus (cf. Ap 8.5).
Quando descem à terra, o fazem para cumprir uma missão (cf. At 12.7).
III. Sua personalidade e natureza
Há informações bíblicas preciosas sobre a personalidade e a natureza dos
anjos.
1. Os anjos são seres pessoais
Deus atribuiu a esses seres que criou características pessoais. A crendice
popular tem os anjos como espíritos impessoais ou influências sobre os
homens. Diferentemente do que popularmente se pensa, a Bíblia os apresenta
como pessoas. São seres inteligentes, têm vontade própria e prerrogativas
específicas. Um exame do texto de Gênesis 19.1-13 demonstra isso. Dois
anjos dialogam inteligentemente com Ló, determinando providências e
agindo coerentemente.
2. Os anjos são seres imortais
Não são eternos, nem possuem a imortalidade essencial, que só Deus
possui (cf. 1Tm 6.16), mas são imortais (Lc 20.36), do mesmo modo que o é
a alma dos homens. A eternidade para os anjos é a mesma concedida aos seres
humanos, na qualidade de criaturas de Deus (cf. Lc 20.35-36).
3. Os anjos são seres espirituais e incorpóreos
Os seres celestiais estão destituídos de qualquer forma corpórea - têm
natureza espiritual (Mt 8.16; Ef 6.12; Hb 1.14). Por isso não possuem carne
nem osso (Lc 24.39) e não podem exercer atividades que são próprias dos
seres humanos (Mt 22.30).
Anjos apareceram na forma de homem (Gn 18.2; 19.1); agiram como
homens, ingerindo alimentos (Gn 18.8; 19.3), apenas para convencer de sua
presença real as pessoas a quem apareciam. “Os anjos de Deus não tomam
outros corpos para se manifestarem, mas tomam formas de pessoas humanas
visíveis para se fazerem manifestos” (Cabral, p.9). Sendo espirituais, são
também invisíveis (Cl 1.16).
4. Os anjos são seres morais
Se são seres pessoais, possuem também natureza moral e, portanto, se
encontram debaixo de obrigação moral. São recompensados por sua
obediência e foram castigados por sua desobediência. Há anjos que
permaneceram fiéis a Deus (At 10.4, 22;
Ap 14.10) e anjos desobedientes, infiéis, que caíram (Is 14.12; Ez 28.15; Jo
8.44; 2Pe 2.4).
5. Os anjos são seres gloriosos
Foram criados com glória e dignidade sobre-humana (Lc 9.26). No
Apocalipse alguns anjos são descritos com majestade (Ap 10.1-3), contudo,
não possuem a mesma glória do Pai nem a mesma glória do Filho (Hb 1.5-
13).
Anjos são seres celestiais; não são seres divinos.
6. Os anjos são seres poderosos
Aos anjos é conferido maior poder que aos homens (2Pe 2.11). O salmista
reconhece o poder desses seres celestiais (Sl 103.20). Eles conhecem as leis
da natureza e dominam o fogo e a água (Ap 14.18; 16.5).
Há muitos fatos bíblicos que evidenciam o poder dos anjos. Vejamos
alguns:
a. um só destruiu todos os primogênitos do Egito, numa noite 
(Hb 11.28, cf. Êx 12.29);
b. um deles destruiu setenta mil pessoas do reino de Davi 
(2Sm 24.15-16);
c. um só matou cento e oitenta e cinco mil soldados assírios (Is 37.36);
d. apenas um conseguiu remover a pedra que fechava o túmulo de Jesus
(Mt 28.2).
Entretanto, o poder dos anjos não é ilimitado. Não são onipotentes. São
mais poderosos que os homens, mas não têm o mesmo poder que Deus. Não
são capazes de criar nada, nem esquadrinhar o coração humano. Os anjos
podem influenciar a mente humana do mesmo modo como outro ser humano
influencia. A influência dos anjos maus, porém, pode ser impedida pelo poder
de Deus (Ef 6.10-12; 1Jo 4.4,18).
7. Os anjos são seres inteligentes
Não são oniscientes. Não têm inteligência num grau perfeitamente elevado
como Deus, mas a possuem em grau mais elevado que os homens (cf. 2Sm
14.17,20; Mt 24.36; 1Pe 1.12).
8. Os anjos são seres assexuados
Os anjos, tanto os bons como os maus, são seres que não apresentam
característica de macho e fêmea. Jesus respondeu aos saduceus, que não criam
na existências de anjos, que estes não casam, o que indica que não têm sexo e,
consequentemente, não se propagam (Lc 20.35-36).
Na Bíblia não se encontra a expressão “filhos de anjos”, pois os anjos são
filhos diretos de Deus por ato de criação e por obediência (Jó 1.6; 2.1).
Em Gênesis 6.2 os “filhos de Deus” não são anjos, como alguns entendem.
São os descendentes de Sete, que eram tidos como os verdadeiros adoradores
de Deus, e são assim chamados para diferençar dos descendentes de Caim.
Conclusão
Em resumo, “embora haja semelhanças entre anjos e Deus e entre anjos e
homens, anjos são uma classe distinta de seres. Como Deus, mas diferente
dos homens, eles não podem morrer. Como Deus eles são superiores em
poder em relação ao homem, contudo não são onipotentes. Do mesmo modo
que Deus e o homem eles têm personalidade. Como Deus eles são seres
espirituais, mas não são onipresentes como Deus é” (Ryrie, p.127).
CONFIRA O QUE VOCÊ APRENDEU NESTA LIÇÃO
1. Anjo significa, essencialmente_____________________________________________________________
2. Quando os anjos foram criados?___________________________________________________________
3. Quantos anjos foram criados?_____________________________________________________________
4. Em que estado moral foram criados?_______________________________________________________
5. Qual é a habitação dos anjos?______________________________________________________________
6. Por que podemos declarar que os anjos são “pessoas”?_______________________________________
_________________________________________________________________________________________
4
A organização 
angelical
Pr. Vanderli Lima Carreiro
texto básico Salmo 103.19-22
versículo-chave Salmo 103.21
“Bendizei ao Senhor, todos os seu exércitos, vós, ministros seus, que fazeis a sua vontade”
alvo da lição
Mostrar aos alunos que Deus organizou os anjos e classificou-os de acordo com ministérios que deveriam desempenhar.
Considerar a organização angelical como um modelo para as ordens e a disciplina do exército terreno de Deus.
leia a Bíblia diariamente
seg Sl 103.19-22
ter 1Ts 4.13-18
qua Ef 1.15-23
qui Gn 3.22-24
sex Is 6.1-8
sáb Dn 8.15-27
dom Lc 1.18-23
Introdução
Depois de refletimos sobre a personalidade e a natureza dos anjos, podemos pensar um pouco no modo como
estão organizados. Temos algumas informações bíblicas sobre a organização dos anjos e sobre uma hierarquia
angelical. Deus constituiu diversas ordens de anjos para O servirem e O glorificarem. Em cada uma das ordens, os
anjos são diferentes em poder e autoridade.
I. O fato da Sua organização
A Bíblia fala de “assembleia” de anjos (Note: Em Sl 89.5-8 consta a palavra santos, mas o contexto dá a entender
que são anjos), de sua organização para a batalha (Ap 12.7) e de um anjo que é rei sobre os terríveis seres
apocalípticos que haverão de assolar a terra (Ap 9.11).
Os anjos também possuem uma classificação governamental que indica organização e hierarquia, conforme
Efésios 3.10 (dos anjos bons) e Efésios 6.12 (dos anjos maus). Sem dúvida, Deus determinou a organização dos
anjos bons, e Satanás, dos anjos maus. Do mesmo modo que nos governos terrenos há graduações e posições,
também as há nas regiões celestiais.Um importante aspecto prático decorre deste fato. Anjos bons são organizados; demônios também são
organizados; enquanto os cristãos frequentemente acham desnecessário serem organizados. Muitos acham que
podem lutar sozinhos, vencer a luta sozinhos, sem se submeterem a uma autoridade eclesiástica, sem organização e
sem disciplina. E quando precisam promover boas obras ou praticar a ação social, poderiam fazer muito mais do
que fazem, se se submetessem à organização e à disciplina. Lamentavelmente não o fazem!
II. A hierarquia dos anjos
Os anjos estão hierarquicamente ordenados. Aparecem numa escala de graduação ou de autoridade. Esta
graduação está de acordo com a atividade que excercem.
1. Arcanjo
“Arcanjo” é uma palavra grega - archangelos. Na Bíblia aparece a menção de apenas um arcanjo - Miguel (só
pode haver mesmo um arcanjo, pois a palavra significa “o principal entre os anjos”). Seu nome significa “quem é
como Deus” ou “semelhante a Deus”. O prefixo  arc, de arcanjo, leva a supor ser este anjo um chefe principal e
poderoso. E o significado do seu nome “Miguel” pode representar uma resposta a Lúcifer, cujo coração se elevou,
dizendo: “Serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.14).
Em Daniel 12.1 Miguel aparece como um dos primeiros príncipes - o “grande príncipe” - que se levantará como
defensor dos filhos de Israel. Em Judas 9, apesar de investido de grande autoridade, o arcanjo Miguel deixa a
repreensão final a Satanás para o Senhor, reconhecendo, com isto, o senhorio Dele. Em Apocalipse 12.7-12, o
arcanjo Miguel aparece comandando um exército de anjos, que batalham e derrotam o diabo e seu exército de anjos
maus.
Outra referência a arcanjo encontramos em 1Tessalonicenses 4.16, numa alusão à segunda vinda de Jesus Cristo.
Quando Ele voltar, os remidos serão convocados pela “voz do arcanjo” e ressuscitarão dos mortos para irem ao
encontro do Senhor nos ares.
2. Anjos governadores
Nos escritos paulinos, aparecem várias expressões que indicam ordens de anjos que exercem governo ou domínio
sobre outros.
a. Principados  - essa palavra é usada por Paulo sete vezes, indicando uma ordem de anjos bons ou maus,
envolvidos no governo do universo (Rm 8.38; Ef 1.21; 3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.10, 15). Podem ser
considerados como generais de exércitos angelicais. São anjos que têm poderes de príncipes.
b. Potestades  - devem ser anjos que exercem uma supremacia; possuem autoridade para governar. Sua
principal atividade deve ser remover os obstáculos que podem impedir o cumprimento da vontade de Deus,
e para isso são investidos de especial autoridade (Rm 8.38; Ef 1.21; 3.10; 6.12; 
Cl 1.16; 2.10). Efésios 3.10 pode dar a entender que potestades são anjos que aprendem algo da vontade de
Deus ao contemplarem o que Ele está realizando no seio da igreja.
c. Poderes  - essa palavra ressalta o fato de que anjos e demônios têm maior poder que os homens. Pode
referir-se, de modo especial, aos anjos que exercem poder sobre os fenômenos da natureza (2Pe 2.11; Ef
1.21; 1Pe 3.22).
d. Domínio - deve ser uma classe de anjos que executam as ordens de Deus com relação às coisas criadas (Cl
1.16; Ef 1.21).
e. Tronos - essa designação enfatiza a dignidade e autoridade com a qual Deus investiu os anjos que Ele usa
para governar (Ef 1.21; Cl 1.16; 2Pe 2.10-11).
Observe-se que em Colossenses 1.16 principados e potestades e tronos parecem referir-se a anjos bons. Efésios
1.21, entretanto, parece ser uma referência a anjos bons e maus. Já em Romamos 8.38, Efésios 6.12 e Colossenses
2.15, parece que a referência é apenas a anjos maus. “Embora haja uma aparente semelhança entre estas
denominações, temos de presumir que estes títulos representam uma dignidade incompreensível e os diversos
graus de categoria. As esferas celestiais de governo excedem os impérios humanos como o universo excede a terra”
(Chafer, p.345).
3. Querubins
“Querubins” deriva de querub (hebraico), cujo significado é “guardar” e “cobrir”. Com essa função, os querubins
aparecem mencionados em vários textos. Eles agiram como guardiões da santidade de Deus, tendo guardado o
caminho para a árvore da vida no jardim do Éden (Gn 3.24). O uso dos querubins na decoração do tabernáculo
também indica sua função de guardião (Êx 26.1; 36.8;1Rs 6.23-29). A figura de dois querubins cobrindo o
propiciatório igualmente pode representar uma “cobertura” da santidade do Senhor (Êx 25.10-22). Em Ezequiel
10, os querubins aparecem relacionados à glória de Deus. Os anjos descritos em Ezequiel 1 e Apocalipse 4 podem
também ser identificados como querubins. Eles possuem extraordinário poder e majestade.
Querubins são, portanto, anjos que defendem o caráter santo de Deus. Assim os encontramos em ação.
4. Sera�ns
O nome “serafim” tem origem na raiz hebraica saraph, que significa “ardente”. Esses seres angelicais são
mencionados apenas em Isaías 6.1-3. Eles aparecem ao redor do trono de Deus, a postos para cumprirem Suas
ordens. Os serafins são considerados os mais nobres entre os anjos. Enquanto os querubins se ocupam em
demonstrar a santidade de Deus, os serafins trabalham para promover a reconciliação, preparando os homens para
uma adequada aproximação Dele.
Os serafins são descritos por Isaías, em sua visão, como tendo asas: “cada um tinha seis asas: com duas cobria o
rosto, com duas cobria os pés e com duas voava” (Is 6.2). Essas asas têm sentido simbólico.
a. As que cobriam o rosto mostram a necessidade de uma atitude de reverência diante do Senhor.
b. As que cobriam os pés falam da santidade do andar diante de Deus.
c. As que serviam para voar indicam a grande capacidade de movimento e locomoção dos anjos.
“Com que reverência deveríamos nos comportar quando nos dirigimos à Majestade Divina, diante do qual os
próprios serafins escondem seus rostos! E se eles cobrem os seus pés, estão conscientes de sua imperfeição natural
comparada com a glória infinita de Deus; nós que não passamos de torrões de terra, vis pecadores, deveríamos
corar de vergonha na Sua presença...” (Chafer, p.347).
5. Outros anjos
Um deles, mencionado pelo nome, é Gabriel (Dn 8.15-27; 9.20-27;Lc 1.19,26). Foi incumbido de missões
extraordinárias, para revelar mistérios que se encontravam acima da compreensão humana.
Gabriel significa “Deus é forte”. Aparece como mensageiro da misericórdia e das promessas divinas.
Além do anjo Gabriel, aparecem outros anjos nas Escrituras, designados por Deus para tarefas específicas:
a. mensageiros do juízo (Gn 19.13; 2Rs 19.35);
b. com poder sobre o fogo 
(Ap 14.18);
c. com poder sobre as águas 
(Ap 16.5);
d. os sete anjos anunciadores de juízos (Ap 8.2);
e. anunciadores de nascimento de crianças (Gn 18.1,10; Jz 13.3).
Conclusão
Como vimos, do mesmo modo que todo o restante da criação de Deus segue uma ordem ou organização,
também os anjos possuem a sua hierarquia e cada um a sua missão.
É bom estarmos alertas para a prática atual de dar nomes a anjos, com base em escritos religiosos orientais e
espirituais e nos livros apócrifos. Neles aparecem nomes como Rafael, Saracael,
Raquel e Remiel. Não nos é dada por Deus a tarefa de ficar inquirindo sobre nomes de anjos. Os que são
identificados na Bíblia o são, especialmente para, por meio de sua nomeação, ressaltar a tarefa que cumprem. Seu
nome não tem nenhuma importância além dessa. Sendo ministros de Deus, certamente Ele os conhece pelo nome.
E se o Senhor não no-los revelou, é porque não é necessário possuir esse conhecimento para viver e crescer na fé.
Aplicação
Há uma grande lição prática nesse fato da organização e hierarquia dos anjos bons. Eles estão acostumados à disciplina
e à obediência, e nisso nos servem de modelo. !
É bom também advertir que a classificação dos anjos que apresentamos nesta lição não pode ser definitiva. Há
uma grande variação nas ordens apresentadas pelos teólogos.
CONFIRA O QUE VOCÊ APRENDEU NESTA LIÇÃO
1. É um fato a organização dos anjos? Por quê?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________2. A ordem que a lição apresenta dos anjos é a seguinte:
a.________________________________________________________________________________________
b._______________________________________________________________________________________
c._______________________________________________________________________________________
d._______________________________________________________________________________________
e._______________________________________________________________________________________
3. Indique com que tarefas os anjos se relacionam:
(a) querubins ( ) a santidade de Deus;
(b) serafins ( ) a defesa do povo de Deus;
(c) arcanjos ( ) a reconciliação dos homens com Deus.
5
O ministério dos anjos na Bíblia
Pr. Vanderli Lima Carreiro
texto básico Salmo 34.1-22
versículo-chave Salmo 34.7
 “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”
alvo da lição
Demonstrar, à luz das referências do Antigo e do Novo Testamentos, como os anjos atuam para executar as ordens que
recebem do Senhor.
leia a Bíblia diariamente
seg Sl 34.1-10
ter Gn 16.7-14
qua Jz 13.1-25
qui Lc 2.8-15
sex Lc 24.1-12
sáb At 8.26-40
dom At 12.9-19
Introdução
Passo a passo estamos ampliando nosso conhecimento sobre os anjos. Depois de descobrirmos que estão
devidamente organizados e que são hierarquicamente ordenados, veremos, a respeito do serviço que desempenham
os anjos bons, mediante as ordens do Senhor.
Os anjos atuam como agentes especiais de Deus. Geralmente se deslocam de um lugar para outro para dar
cumprimento às ordens do Senhor. Às vezes se tornam visíveis, mas não são reconhecidos imediatamente como
anjos. Seja como for, estão sempre atendendo a uma missão dada pelo Criador e servindo-O voluntariamente. “As
273 referências da Bíblia feitas a anjos são principalmente narrativas de suas atividades e nelas descobrimos um
vasto campo de realizações” (Chafer, p.345).
I. O ministério angelical no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, encontramos os anjos exercendo várias atividades, dentre as quais 
destacamos:
1. A promulgação da lei
Embora no momento em que Moisés recebeu a lei (cf. Êx 19 e 20) não se mencione a participação dos anjos, no
Novo Testamento se afirma que “foi promulgada por meio de anjos” (Gl 3.19) ou foi recebida por “ministério de
anjos” (At 7.53).
2. O socorro a pessoas
Alguns personagens bíblicos tiveram a atuação direta dos anjos vindo em seu socorro. Agar e Ló (Gn 16.7-12;
19.1-22) e em especial Abraão, quando estava prestes a oferecer Isaque em sacrifício (Gn 22.11-12).
3. A proteção de pessoas
Jacó teve a experiência de ser protegido por anjos (Gn 32.1) e, quando abençoava os filhos de José, reconheceu
isso, dizendo: “o Anjo que me tem livrado de todo mal” (Gn 48.16).
4. A direção do povo de Israel no deserto
Israel tinha um anjo de Deus diante dele em sua peregrinação pelo deserto, rumo à terra prometida 
(Êx 14.19; 23.20).
5. A anunciação de nascimento
Abraão e Sara receberam de um anjo a promessa de um herdeiro  (Gn 18.1-33). Também Sansão teve seu
nascimento anunciado por um anjo (Jz 13.1-24).
Essas são algumas intervenções angelicais registradas no Antigo Testamento. Muitos personagens bíblicos
estiveram envolvidos com anjos, em todo o tempo da antiga aliança.
II. O ministério angelical no Novo Testamento
Em toda a extensão do Novo Testamento, os anjos são vistos em ação.
1. Em relação a Jesus Cristo
a. Anunciaram o Seu nascimento (Lc 1.26-37; 2.8-15) e indicaram o Seu nome (Lc 1.31). Antes já haviam
anunciado a Zacarias o nascimento de João Batista e mostrado o nome dele (Lc 1.11-14).
b. Após ter sido tentado no deserto, os anjos O assistiram (Mt 4.11).
c. Um anjo O confortou no momento de Sua agonia no Getsêmani (Lc 22.43).
d. Certamente eram anjos os dois “varões” que anunciaram a Sua ressurreição (Lc 24.4-6).
e. Também dois “varões” estavam presentes em sua ascensão e confortaram os discípulos com a promessa da
Sua volta (At 1.10-11).
Anjos estiveram acompanhando Jesus em toda a Sua vida terrena, razão pela qual o apóstolo Paulo declara que
Ele foi “contemplado por anjos” (1Tm 3.16).
2. Nos evangelhos
Os evangelistas registram várias referências ao ministério dos anjos feitas por Jesus:
a. anjos “subiam e desciam sobre Ele” (Jo 1.51);
b. tinha-os para Sua defesa e podia dispor deles, se quisesse (Mt 26.53);
c. declarou que estarão com Ele no julgamento das nações (Mt 25.31);
d. disse que anjos conduziram Lázaro para o seio de Abraão (Lc 16.22);
e. afirmou que os anjos contemplam a face de Deus no céu (Mt 18.10).
3. No ministério dos apóstolos e na igreja primitiva
Mesmo depois da descida do Espírito Santo, os anjos continuaram a ministrar, agora em favor da 
igreja.
a. Um anjo abriu a porta da prisão para que os apóstolos saíssem (At 5.19).
b. Um anjo trasladou Filipe por uma distância de cerca de cem quilômetros, levando-o de onde encontrou o
oficial etíope para Azoto (At 8.26-40).
c. Cornélio necessitou da orientação de um anjo para mandar mensageiros chamar Pedro (At 10.3-8).
d. Pedro teve a participação espetacular de um anjo para livrá-lo do cárcere onde estava acorrentado e
guardado por dois soldados (At 12.3-11).
e. Paulo teve o conforto de um anjo quando enfrentava a tumultuada viagem para Roma (At 27.23-24).
Conclusão
Nesta lição vimos que os anjos agiram no passado, desde os tempos bíblicos mais antigos, até o tempo da igreja
primitiva. Na próxima, estudaremos o ministério especial dos anjos e, na seguinte, o ministério dos anjos em
relação à igreja e em relação aos crentes.
CONFIRA O QUE VOCÊ APRENDEU NESTA LIÇÃO
1. Qual das ações dos anjos no Antigo Testamento você destaca?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Os anjos também serviram a Jesus Cristo. Relacione três ações angelicais em favor do Senhor.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Indique duas importantes atividades angelicais em favor da igreja primitiva.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Poderiam também os anjos exercer ministério em seu favor? Veja Hebreus 1.14.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
6
O ministério
especial dos anjos
Pr. Vanderli Lima Carreiro
texto básico Salmo 148.1-14
versículo-chave Salmo 148.2
“Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas legiões celestes”
alvo da lição
Levar o aluno a compreender que os anjos são ministros de Deus para o
cumprimento de Sua vontade, e não agentes de satisfação dos desejos
humanos.
leia a Bíblia diariamente
seg Gn 19.1-22
ter At 27.21-26
qua Mt 18.10-14
qui 2Rs 19.35-37
sex At 12.20-23
sáb Ap 16.1-21
dom Ap 7.9-12
Introdução
Além do ministério desenvolvido pelos anjos, mencionado na lição
anterior, destacaremos algumas funções exercidas por eles. Embora estejam
sempre à disposição do Senhor, para cumprir aquilo que lhes é determinado,
há tarefas que desempenham rotineiramente.
I. Os anjos adoram e louvam a Deus
No lugar de sua habitação, os anjos não estão inativos. Uma das suas
principais atividades é a adoração ao Senhor. Ele é digno do louvor e da
adoração de todas as Suas criaturas, por isso o salmista os conclama a fazê-
lo:  “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas legiões
celestes” (Sl 148.2). Não só o Pai, mas também o Filho recebe a adoração
angelical (cf. Hb 1.6).
Em Apocalipse, João tem a visão de uma “grande multidão que ninguém
podia enumerar… diante do trono e diante do Cordeiro” (Ap 7.9). A essa
multidão se juntam os anjos, e todos adoram a Deus (Ap 7.11).
Nem todos os anjos estão ao mesmo tempo adorando e louvando a Deus.
Quanto a isso, Billy Graham comenta o seguinte: “Mas os anjos não passam
todo o seu tempo no céu. Não são onipresentes (presentesem toda parte ao
mesmo tempo), portanto só podem estar num lugar em determinado tempo.
Entretanto, como mensageiros de Deus, acham-se socupados pelo mundo,
cumprindo as ordens de Deus… Mas quando os anjos se encontram diante
do trono de Deus, de fato cultuam e adoram o seu Criador” (Billy Graham,
p.42,43).
1. Por que os anjos adoram a Deus?
Eles O adoram voluntariamente. Há os que seguiram a Satanás, que por
sua livre escolha o fizeram e, por isso, não adoram nem servem ao Senhor.
Mas os que O adoram o fazem porque, como criaturas de Deus, reconhecem
Sua formosura e majestade. Estando diante de Deus (Mt 18.10), eles O
conhecem. E quem conhece a Deus, O adora.
2. Por que adoramos a Deus?
Temos um motivo a mais que os anjos para adorá-Lo. Os anjos adoram-
No como Criador e Senhor. Nós O adoramos como Criador, Senhor e
Salvador. Se os anjos devem adoração a Deus, nós a devemos muito mais,
porque fomos libertados da escravidão do pecado.
II. Os anjos comunicam aos homens o propósito de
Deus
Já vimos que a palavra “anjo” significa essencialmente mensageiro. Os
anjos servem como ministros de Deus para prevenir, avisar sobre situações
de calamidades, anunciar juízos e proclamar coisas boas. Quando Deus
determinou destruir Sodoma e Gomorra, enviou dois anjos para avisarem a
Ló do seu propósito (Gn 19.1). Deve ter sido também um anjo que deu a
Jacó a notícia do seu novo nome, devido à sua persistência:  “Já não te
chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os
homens e prevaleceste” (Gn 32.28). Desse modo o anjo confirmava a Jacó o
propósito de Deus em fazer da descendência de Abraão uma grande nação
(cf. Gn 35.9-15).
Um anjo também revelou a Paulo aquilo que Deus lhe havia destinado,
quando estava em um navio prestes a naufragar, garantindo-lhe o livramento
e também de todos os do navio naquela tempestade. O anjo disse: “Paulo,
não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua
graça, te deu todos quantos navegam contigo” (At 27.24 NTLH).
Os anjos aparecem em atividade no surgimento de novas épocas no
desenvolvimento da história.
1. Eles se juntaram em louvor, quando a terra foi criada (Jó 38.6-7).
2. Eles estiveram envolvidos na promulgação da lei mosaica (Gl 3.19; Hb
2.2).
3. Eles estiveram ativos no primeiro advento de Cristo (Mt 1.20; 4.11).
4.  Eles estiveram ativos durante os primeiros anos da igreja  (At 8.26;
10.3,7; 12.11).
5.  Eles estarão envolvidos nos eventos relacionados à segunda vinda de
Cristo (Mt 25.31; 1Ts 4.16).
III. Os anjos executam os juízos de Deus
Os anjos são agentes da justiça de Deus; executam o juízo sobre
indivíduos e nações.
1. Na destruição de Sodoma
Quando da destruição de Sodoma, os anjos disseram a Ló que Deus os
havia enviado com a ordem para destruí-la:  “…pois vamos destruir este
lugar, porque o seu clamor se tem aumentado chegando até à presença do
Senhor; e o Senhor nos enviou para destruí-lo” (Gn 19.13).
2. No livramento de Jerusalém
Quando Deus livrou Jerusalém das mãos dos assírios, o fez por meio de
um só anjo, que venceu cento e oitenta e cinco mil soldados do exército de
Senaqueribe, executando o juízo de Deus contra o presunçoso rei assírio
(2Rs 19.35).
3. No julgamento de Herodes
Um anjo foi também agente do juízo de Deus contra Herodes, que queria
ser reconhecido como um deus. No momento em que o povo o
aclamava, “um anjo do Senhor o feriu, por não haver dado glória a Deus; e,
comido de vermes, expirou” (At 12.23).
4. No julgamento das nações
Em Apocalipse, encontramos os anjos esvaziando taças da cólera de Deus
(Ap 16.1) e controlando os trovões de Jeová sobre as nações culpadas (Ap
16.17).
Temos falsas ideias sobre anjos, e uma delas é achar que só realizam
coisas boas. “É verdade que são espíritos auxiliadores enviados para ajudar
os herdeiros da salvação. Mas, da mesma forma que cumprem a vontade de
Deus na salvação dos crentes em Jesus Cristo, são também ‘vingadores’, que
empregam o seu grande poder para cumprir a vontade de Deus no
julgamento divino” (Billy Graham, p.81-82).
Conclusão
Que privilégio inaudito têm os anjos. Eles contemplam o Senhor da
glória. Não podemos nem imaginar o que será contemplar direta e
constantemente a face do Senhor. Um dia desfrutaremos do mesmo gozo,
pois “…quando ele se manifestar… haveremos de vê-lo como ele é” (1Jo
3.2). Entretanto, enquanto aqui, devemos desfrutar do privilégio de adorá-
Lo e louvá-Lo, a todo o 
tempo.
Não nos deixemos enganar pelas falsas ideias sobre os anjos. Eles são
instrumentos da graça de Deus para com os homens, mas são também
agentes da aplicação da Sua justiça.
Os anjos continuam em ação. (Há um interessante capítulo sobre o
assunto no livro de Ricardo Gondin, p.133-144). Teremos a oportunidade
de estudar, na próxima lição, sobre o ministério dos anjos em relação à igreja
e em relação aos crentes.
APLICAÇÕES PRÁTICAS PARA A MINHA VIDA
1. Será que tenho prestado a Deus a adoração que Ele merece?
2. Quanto tempo gasto na presença do Senhor?
3. Que motivo tenho a mais para adorar a Deus, em relação aos anjos?
7
Os anjos a serviço da
igreja e dos crentes
Pr. Vanderli Lima Carreiro
texto básico Mateus 18.6-14
versículo-chave Mateus 18.10
“Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que
os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste”
alvo da lição
Definir, à luz da Bíblia, qual é a atuação dos anjos em favor dos crentes em
Cristo Jesus, assegurando ao cristão a certeza de que os anjos de Deus
excercem, a seu favor, um ministério especial.
leia a Bíblia diariamente
seg Mt 18.6-14
ter 1Co 4.6-13
qua Ef 3.1-13
qui 1Pe 1.10-12
sex Ap 20.1-3
sáb Lc 15.8-10
dom Ap 22.8-17
Introdução
Na lição anterior estudamos sobre o ministério dos anjos de modo geral.
Vimos que no Antigo Testamento eles atuaram em várias ocasiões e no
Novo Testamento encontramos registros da atuação deles em relação a
Jesus e à igreja primitiva. Além disso, também estudamos sobre três aspectos
do ministério especial dos anjos: adoram e louvam a Deus; comunicam aos
homens os propósitos de Deus; executam os juízos de Deus.
Hoje abordaremos o ministério dos anjos em relação à igreja e aos
crentes. Muito ensino errado tem sido ministrado e é necessário que nos
dediquemos ao estudo dessa questão, para nos firmarmos na verdade. Que a
Bíblia afirma que os anjos estão a serviço dos cristãos, é verdade. Mas como
agem? Cada cristão tem o seu próprio anjo? Essas e outras perguntas é que
nos introduzirão ao presente estudo.
I. Os anjos servindo à igreja
Antigamente os anjos agiram em favor da igreja. Já constatamos essa
verdade na lição anterior. Mas isso foi no passado. E no presente, como
agem? Terão alguma atuação em favor da igreja no futuro?
1. Os anjos observam os cristãos
Paulo afirma que nós “nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos,
como a homens” (1Co 4.9). Isso significa que os anjos são espectadores dos
eventos da vida dos cristãos. Essa observação angelical, entretanto, não é
passiva. Certamente que os anjos de Deus vigiam para que o cristão não
sofra, 
tanto física como emocionalmente, além da conta, os ataques de Satanás.
Todos os crentes estão em constante perigo, e os anjos os protegem.
O apóstolo também menciona, em 1Coríntios 11.10, que as mulheres
coríntias deviam trazer véu sobre a cabeça por causa dos anjos. “Mui
provavelmente essas palavras significam para agradá-los, para não ofendê-los
com uma conduta indecorosa” (Champlin, vol. IV, p.173), pois esperam da
igreja a mesma atitude de reverência que têm diante de Deus (cf. Is 6.2).
Esse texto (1Co 11.10) também revela o interesse dos anjos na vida
cotidiana da igreja.
Por outro lado, a igreja é que torna conhecida “a multiforme sabedoria de
Deus”  dos principados e potestades nos lugares celestiais (Ef 3.10).
Ilustrando essa verdade, John Stott diz o seguinte: “É como uma encenação
de um grande drama. A história é o teatro, o mundo é o palco, e os membros
da igreja em todos os países são os atores. O próprio Deusescreveu a peça e
a dirige e a produz. Ato após ato, cena após cena, a história continua a
desdobrar-se. Mas quem está no auditório? São as inteligências cósmicas, os
principados e potestades nos lugares celestiais. Devemos pensar neles como
sendo os espectadores do drama da salvação” (Stott, p.86.87).
Mesmo sendo superiores aos homens em sabedoria e poder, os anjos não
são oniscientes. Por isso, nenhum conhecimento poderiam adquirir do
plano de salvação do homem, a não ser observando o desenrolar dos
acontecimentos da história.
2. Os anjos não pregam o evangelho
A tarefa de pregar o evangelho é dos homens. Jesus deu a entender assim
quando contou a parábola do rico e de Lázaro. Ao negar o pedido do rico,
de mandar alguém à sua casa paterna para dar testemunho a seus irmãos, a
fim de que não fossem também para o inferno, Abraão respondeu: “Se não
ouvem a Moisés e aos profetas...”  (Lc 16.31). Anunciar a mensagem de
salvação é privilégio dos homens, que, se o fazem, são bem-aventurados (Rm
10.15). É tão significativa essa tarefa e tão dignos são os que realizam, que os anjos desejam
envolver-se nela (cf. 1Pe 1.12). Mas a eles não é dado esse privilégio, que é exclusivo da
igreja.
3. Os anjos estarão presentes nos acontecimentos da segunda vinda
de Cristo
Mesmo antes de Cristo voltar à terra, os anjos terão participação nesse
grande evento. Um arcanjo anunciará o tempo da volta de Cristo e, ouvindo
a sua voz, os crentes em Cristo ressuscitarão (1Ts 4.16).
Quando o Senhor voltar, os anjos O acompanharão (cf. At 1.9-11 e ler Mt
25.31; Mc 8.38, 2Ts 1.7). Na Sua volta pessoal, os anjos descerão junto,
formando “exércitos” celestiais (Ap 19.14). A presença dos seres angelicais
com o Senhor indica a glória com que se revestirá o acontecimento. Mas não
é só essa a tarefa a ser cumprida pelos anjos na segunda vinda de Cristo. Eles
também atuarão na execução do julgamento dos homens ímpios: “Mandará
o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os
escândalos e os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha
acesa...” (Mt 13.41-42).
Os anjos ainda estarão presentes na prisão de Satanás por mil anos. Um
anjo detentor da “chave do abismo” prenderá Satanás por mil anos e o
lançará no abismo (Ap 20.1-3).
II. Os anjos servindo aos crentes
Os crentes em Cristo têm os anjos a seu serviço. Nós não podemos vê-los,
como já dissemos, porque são seres espirituais e, por isso, invisíveis. Eles,
sim, nos podem observar. E do mesmo modo que atuaram em benefício de
crentes, em particular, nos tempos neotestamentários, ainda hoje atuam.
1. Os anjos se alegram com a salvação dos homens
“Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por
um pecador que se arrepende” 
(Lc 15.10). A alegria do Pai celestial é tão grande ao receber um filho
perdido, que Ele compartilha dela com as criaturas celestiais.
2. Os anjos cuidam dos eleitos quando estes morrem
Jesus declarou, quando contou a parábola do rico e de Lázaro, que o
mendigo, ao morrer,  “foi levado pelos anjos para o seio de Abraão”  (Lc
16.22). Podemos deduzir daí que quando um cristão passa desta para a
outra vida é conduzido pelos anjos à presença do Pai. Quanto ao texto de
Judas 9, que menciona a disputa do corpo de Moisés pelo diabo e o arcanjo
Miguel, a lição que tiramos é que, até na situação de morte, o inimigo tem
interesse nos fiéis, os acusa e os requer para si.
Um comentarista bíblico, tentando esclarecer esse versículo, escreveu o
seguinte: “Quando Moisés morreu o arcanjo Miguel foi enviado por Deus
para enterrá-lo. Mas o diabo disputou seu direito de assim fazer, pois Moisés
tinha sido um assassino (Êx 2.12). E portanto seu corpo pertencia, por
assim dizer, ao diabo. Além disso o diabo alegou ter autoridade sobre a
matéria, e o corpo de Moisés, naturalmente, encaixava-se nesta categoria.
Mas mesmo sob tal provocação, como diz a história, Miguel não tratou o
diabo com desrespeito. Simplesmente deixou o caso com Deus” (Green,
p.162).
Não somos autorizados a dizer, mesmo diante desse texto, que os anjos
são enviados para cuidar do corpo dos eleitos. No caso de Moisés, podemos
crer, o objetivo do Senhor ao enviar o anjo era evitar a idolatria em relação
ao corpo de Moisés e, ao mesmo tempo, demonstrar o trato especial que Ele
dispensou a esse Seu servo. Por outro lado, considerando o contexto de
Judas 9, aprendemos que se os anjos são cuidadosos naquilo que afirmam,
quanto mais o devemos ser.
3. Os anjos protegem os eleitos
No Salmo 34.7 temos que “o anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que
o temem e os livra”. Já podemos notar, em textos tanto do Antigo como do
Novo Testamento, que servos do Senhor foram protegidos por anjos. Jesus
declarou que, se quisesse, pediria ao Pai e Ele mandaria “mais de doze
legiões de anjos” para protegê--Lo e livrá-Lo de ser preso (Mt 26.53).
Podemos crer que os anjos estão a serviço de Deus, ministrando proteção
aos santos. Existem anjos que guardam; o que não existe é “anjo da guarda”.
Essa é uma ideia com base em fábulas rabínicas e na filosofia oriental. Não
há fundamento bíblico para essa noção popular de “anjo da guarda”. Os
textos geralmente citados como base são Mateus 18.10 e Atos 12.15. Esse
último texto registra a suposição dos crentes primitivos, ainda influenciados
pelas crenças judaicas, de que o anjo de Pedro aparecera. A suposição deles
era falsa, pois era mesmo Pedro, em carne e osso, que aparecera, solto que
foi da prisão. No primeiro texto, a intenção de Jesus não é afirmar a
existência de anjos pessoais, mas sim mostrar quanto são importantes “os
pequeninos” diante de Deus, razão por que também os devemos considerar
importantes.
4. Os anjos não devem ser adorados
Os anjos não aceitam adoração. Em Apocalipse 22.8-9, João conta que,
estarrecido diante da visão do novo céu e nova terra e das palavras
proferidas por um anjo, prostrou-se a seus pés para adorá-lo. Mas o anjo lhe
disse: “Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas,
e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”. Somente Deus
deve ser adorado. Qualquer adoração à criatura, em vez de o Criador, é
idolatria. Essa é a razão por que Paulo condena o  “culto dos anjos”  (Cl
2.18). Talvez os colossenses achassem que Deus está longe demais e, por
isso, precisavam da intermediação de anjos para se chegarem a Ele. Deus
não está distante nem é necessário que anjos sejam mediadores entre Ele e
os homens, porque o Filho, superior aos anjos, já se tornou, uma vez por
todas, o Mediador (1Tm 2.5).
Conclusão
É bom sabermos que os anjos são “espíritos ministradores, enviados para
serviço a favor dos que hão de herdar a salvação”  (Hb 1.14). Essa palavra
traz consolo! Os anjos nos servem. Servem à igreja e a cada cristão em
particular! Contudo, devemos ter o cuidado para não aceitar nada além
daquilo que a palavra de Deus ensina a respeito dos anjos.
CONFIRA O QUE VOCÊ APRENDEU NESTA LIÇÃO
1. De que modo os anjos “observam” os cristãos?
2. Que serviços os anjos desempenham a favor dos cristãos, individualmente?
3. Podemos crer na existência de um “anjo da guarda”? Por quê?
4. Você acha que se deve adorar os anjos? Por quê?
8
Conhecendo
o inimigo
Pr. Vanderli Lima Carreiro
texto básico Isaías 14.12-17
versículo-chave Ezequiel 28.15
“Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se
achou iniquidade em ti”
alvo da lição
Mostrar que foi em consequência do orgulho e da soberba que o querubim
ungido perdeu todas as prerrogativas, vindo a ser o arqui-inimigo de Deus e do
Seu povo e que, embora poderoso, é limitado, pois não é nada mais que uma
criatura, sujeita, portanto, ao Criador. É preciso conhecer melhor o inimigo para
saber como resistir aos seus ataques.
leia a Bíblia diariamente
seg Ez 28.1-10
ter Ez 28.11-15
qua Is 14.12-17
qui 2Co 4.1-6
sex Mt 4.1-11
sáb Jd 5-13
dom Gn 2.16-17; 3.1-5
Introdução
Nas lições anteriores estudamos sobre os anjos que servem a Deus,
obedecendo às Suas ordens no desempenho de quaisquer tarefasou atuando
a favor da igreja e dos cristãos, em particular. Hoje daremos início a algumas
lições que tratam dos anjos maus, a começar de Satanás, o principal entre
eles. Deve-se ressaltar que o objetivo destas lições não é engrandecer ao
diabo e aos demônios, mas conhecê-los melhor para poder enfrentar os
ataques que promovem contra os filhos de Deus e suas obras.
Satanás, como os outros anjos, é um ser misterioso. Não podemos
conhecê-lo tão profundamente como, talvez, nosso espírito de curiosidade
gostaria. Entretanto podemos conhecê-lo naquilo que a Bíblia nos revela
dele, e isso é suficiente para nos armarmos para a luta que, incessantemente,
ele trava contra nós. No estudo que ora iniciamos aprenderemos sobre sua
origem e sobre sua queda.
I. O estado original de Satanás
Há dois textos bíblicos que nos servem de base para esse estudo: Isaías
14.12-17 e Ezequiel 28.13-19. O texto de Ezequiel é que nos dá informações
de algumas características originais de Lúcifer, antes da queda. Essa
passagem bíblica tem dupla referência.
Ao príncipe de Tiro, uma cidade-reino. Historicamente é
identificado como Thobal, que reinou em 586 a.C.
Comparativamente a outro rei, chamado Lúcifer, influenciador
espiritual do príncipe Thobal. Esse príncipe se torna a figura de
Lúcifer devido ao seu orgulho e presunção. Era arrogante e
blasfemo. Considerava-se um deus e conhecedor de todos os
segredos da vida (cf. Ez 28.1-10).
No texto seguinte, o profeta fala do mesmo personagem, mas agora com
um sentido espiritual. Não é mais ao “príncipe de Tiro” que o profeta se
refere, mas ao “rei de Tiro”, do qual o primeiro era uma figura.
1. Criado perfeito em sabedoria
Era o “sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura” (Ez 28.12). A
expressão “sinete da perfeição” traduz a ideia de que era a imagem perfeita
da criação divina. Lúcifer foi criado a mais bela e mais inteligente criatura de
Deus. Em Isaías, Lúcifer aparece como “a estrela da manhã, filho da alva” (Is
14.12). O nome e os dois títulos que Isaías emprega, que significam a
mesma coisa: luminoso ou brilhante, ressaltam a perfeição do estado
original de Satanás. Os babilônios criam que os astros celestes ou estrelas
fossem seres angelicais. Isaías aproveita-se da figura “filho da alva” para
mostrar como era Satanás antes da queda.
2. Colocado num ambiente de glória
“Estavas no jardim do Éden.... de todas as pedras preciosas te
cobrias”  (Ez 28.13). Os ornamentos de joias sugerem sua grande
importância e o resplendor de sua inconfundível aparência. Assim, com
resplendor, ele vivia no jardim de Deus.
3. Era ungido e ocupava alta posição
“...eras querubim da guarda, ungido...”  (Ez 28.14). Lúcifer pertencia à
mais alta classe de seres angélicos - à ordem dos querubins, anjos
relacionados com o trono de Deus na qualidade de protetores e defensores
de Sua santidade. Para isso Deus o escolhera - “ungido”.
4. Tinha uma conduta perfeita
“Perfeito eras nos teus caminhos...” (Ez 28.15). Até o momento em que
nele se “achou iniquidade”, nada havia que desabonasse, nem diante dos
outros anjos, nem diante de Deus, sua conduta. Esse era o estado original de
Satanás. Deus o criou assim.
II. A sua natureza e personalidade
Embora já tenhamos abordado questões sobre a natureza e personalidade
dos anjos, é bom ressaltar aspectos particulares da natureza e personalidade
de Satanás.
1. Ele é uma criatura
Em Ezequiel 28.15, encontramos esta declaração:  “desde o dia em que
foste criado”. Isso significa dizer que ele não possui atributos que pertencem
somente ao Deus Criador, tais como onipresença, onipotência e onisciência.
Embora seja um ser poderoso, é uma criatura, sujeita às limitações impostas
pelo Criador.
2. Ele é um ser espiritual
Satanás pertencia à ordem dos anjos designados querubins (Ez 28.14). A
natureza de todos os anjos é espiritual. Por isso ele é chamado de “o deus
deste século” e de “o príncipe da potestade
do ar” (2Co 4.4; Ef 2.2).
3. Ele é uma pessoa
Do mesmo modo que os outros anjos, Satanás possui traços da
personalidade. Ele se mostra inteligente (2Co 11.3); ele exibe suas
emoções (Ap 12.17; Lc 22.31); ele demonstra que possui vontade própria
(Is 14.12-13; 2Tm 2.26). Em dois episódios bíblicos, um no Antigo e outro
no Novo Testamento, a personalidade de Satanás é claramente evidenciada.
No livro de Jó, ele aparece como uma pessoa, dialogando e mostrando o
intento do seu coração  (Jó 1). Em Mateus 4.1-11, ele aparece em cena
dialogando com o Mestre, agindo caracteristicamente como pessoa. Não
podemos negar a personalidade de Satanás, exceto adotando argumentos
que nos compeliriam a negar também a existência dos anjos, a personalidade
do Espírito e a do Pai.
4. Ele é um ser moral e responsável
Se Satanás fosse meramente uma personificação do mal, não seria 
moralmente responsável por seus atos, uma vez que não existiria nenhum
ser para se responsabilizar. Mas Satanás é responsabilizado pelo Senhor
Jesus, do mesmo modo que os homens são responsabilizados por seus
atos (Mt 25.41). Essa passagem também nos lembra que negar a realidade
de Satanás representa negar a veracidade das palavras de Cristo.
III. A queda de lúcifer
“Até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28.15). É com essa simplicidade
que o profeta relata a origem do pecado e da queda de Lúcifer. Ele, que
havia sido criado perfeito, abrigava em seu coração a iniquidade. Isaías dá
mais detalhes sobre a queda desse anjo  (Is 14.12-17). Embora seja
tipológica, pois fala do rei Nabucodonosor como figura de Lúcifer, essa
escritura descreve os passos da queda de Lúcifer.
1. Eu subirei ao céu
(Is 14.13)
Como guardião da santidade de Deus, ele tinha acesso ao céu. Mas essa
declaração expressa o seu desejo de estar acima de toda a criação e acima do
Criador.
2. Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono
(Is 14.13)
O sentido dessa expressão depende do entendimento do que sejam as
“estrelas”. Nesse texto parece se referir a anjos (cf. Jó 38.7; Jd 13; Ap 12.4).
Sendo assim, o desejo de Satanás aqui manifesto era se colocar acima de
todos os anjos.
3. No monte da congregação me assentarei, nas extremidades do
Norte
(Is 14.13)
O “monte” é uma referência ao lugar do trono de Deus. Essa declaração
representa a ambição de Satanás de se colocar como governante de todos os
povos, no lugar de Deus.
4. Subirei acima das mais altas nuvens
(Is 14.14)
Ele ambicionava a glória que pertence a Deus. “Nuvens” são geralmente
associadas à presença gloriosa de Deus (Êx 16.10; Ap 1.7).
5. Serei semelhante ao Altíssimo
(Is 14.14)
Lúcifer, “o sinete da perfeição”, agora queria ser igual a Deus. Desejava
ser tão poderoso quanto Deus. Ele queria assumir a autoridade e o controle
do mundo, o que é prerrogativa exclusiva de Deus.
O pecado de Satanás é mais horrendo, ao se considerar o grande
privilégio, inteligência e posição que tinha. Seu pecado é também mais
terrível por causa dos seus efeitos sobre outros. Ele afetou outros anjos, que
levou atrás de si (Ap 12.4); afetou todos os homens (Ef 2.2); afetou as
nações (Ap 20.3).
A queda de Satanás lhe trouxe consequências irreversíveis.
a. Ele tornou-se o primeiro pecador e pai do pecado (1Jo 3.8). Aquele
que peca está ligado ao diabo. Pecado é atividade característica do
diabo; aquele que o comete se identifica com ele nesta atividade.
b. É também o pai da mentira 
(Jo 8.44). A primeira frase dele registrada na Bíblia não só põe em
dúvida, mas contradiz abertamente o que Deus dissera. Deus tinha
dito: “Certamente morrerás” (Gn 2.17); a serpente disse:  “É certo
que não morrereis” 
(Gn 3.4).
c. Está sob condenação eterna 
(Ap 20.2,10). Seu estado não será nunca alterado. Ele é eternamente
condenado ao inferno, lugar que lhe foi destinado por Deus.
Conclusão
Hoje em dia se tem cometido dois graves erros quanto à existência de
Satanás.
1. Negar a sua existência real, considerando-o uma criação do homem,
uma espécie de “força negativa da mente”. Certamente que uma das táticas
de Satanás é fazer as pessoas não acreditarem que ele existe. Seele não é
levado a sério, em consequência o pecado também não é.
2.  Mistificar a crença nele, tratando-o como uma “energia ou figura
espiritual”. À luz da Bíblia, descobrimos que Satanás é uma pessoa, uma
criatura, que deliberadamente optou rebelar-se contra Deus, rejeitando Sua
soberania e autoridade. Ele existe e está vivo, operando para influenciar o
mundo a se voltar contra Deus.
O que aconteceu a Lúcifer deve servir de advertência aos homens. Seu
pecado foi o orgulho, consumado na rebelião contra Deus. As
consequências que sofreu são semelhantes às que o homem soberbo
também sofre, se não se arrepende e confessa a Deus o seu pecado,
reconhecendo a soberania de Jesus Cristo.
CONFIRA O QUE VOCÊ APRENDEU NESTA LIÇÃO
1. Descreva o estado original de Lúcifer.
2. Como combater o engano de que Satanás é mera criação da mente humana?
3. Que declaração Lúcifer fez, registrada em Isaías, que evidencia claramente sua intenção de ser igual a
Deus?
4. Considere como, na prática, estamos sofrendo as consequências da queda de Satanás.
9
Nomes e atividades do inimigo
Pr. Vanderli Lima Carreiro
texto básico Apocalipse 12.7-12
versículo-chave Apocalipse 12.9
“E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e
Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os
seus anjos”
alvo da lição
Dar subsídios para se conhecer melhor o inimigo de Deus e do cristão,
mostrando as atividades de Satanás desenvolvidas contra o Pai, o Filho e os
incrédulos. Conscientizar sobre a sua malignidade e sobre o seu interesse de
arrastar atrás de si todos os homens.
leia a Bíblia diariamente
seg Ap 2.8-11
ter Ap 12.7-12
qua Zc 3.1-10
qui Ap 9.1-12
sex Ef 2.1-10
sáb 2Co 11.1-15
dom Jo 13.21-30
Introdução
Já conhecemos um pouco deste arqui-inimigo do cristão no estudo
anterior. Neste, tentaremos conhecê-lo ainda mais. Deve-se sempre ter em
conta que conhecer o inimigo tem o objetivo prático de estar preparado para
atacá-lo ou dele se defender. É bom também estarmos sempre lembrados
que não o vencemos só porque o conhecemos, mas sim porque conhecemos
Aquele que o derrotou. Jesus Cristo, que está em nós, é a força que
necessitamos para vencer.
Hoje nos dedicaremos a conhecer os nomes e as atividades do inimigo.
I. Os nomes do inimigo
Os nomes e títulos de uma pessoa revelam seu caráter. Mas a variedade de
nomes de Satanás alerta-nos também para o fato de que ele pode atacar seus
oponentes de vários modos. Consideremos alguns nomes.
1. Diabo
Essa palavra é a transliteração do vocábulo grego diabolos, cujo
significado é “caluniador, acusador” (Ap 2.10; 12.10). É o nome mais
popular, porque também o identifica com sua tarefa mais comum. A Bíblia
relata a história de um servo de Deus sendo acusado pelo diabo (Jó 1.9-11).
Outros servos de Deus são constantemente acusados por ele. Sendo pai da
mentira, ele forja acusações contra os eleitos.
2. Satanás
Esse nome passou a ser aplicado a ele depois da queda. Significa 
“adversário” (cf. Zc 3.1; 1Pe 5.8). Desde o momento em que Lúcifer caiu no
céu e foi lançado por terra - foi afastado da presença de Deus (Is 14.12) -
tornou-se adversário e opositor constante de Deus, da Sua criação e da Sua
obra. Um exemplo da oposição de Satanás à obra de Deus temos em Lucas
10.18. Enquanto os discípulos proclamavam o Reino de Deus, Jesus “via
Satanás caindo do céu como um relâmpago”.
3. Dragão e serpente
Esses são títulos aplicados figuradamente a Satanás e indicam seu caráter
de monstruoso, de traidor e de astucioso (Ap 12.9). “Serpente” foi o nome
que recebeu por causa da associação com esse animal - o “mais sagaz entre
todos os animais selváticos” - quando tentou Eva (Gn 3.1;  2Co 11.3).
“Dragão” é título apocalíptico, às vezes colocado junto ao de serpente (Ap
20.2).
4. Belzebu
“Belzebu” é um nome decorrente de “Baal-Zebube”, título de um deus de
Ecrom, ao qual Acazias desejou consultar, mas foi impedido por Elias (cf.
2Rs 1.1-6, 16). Significa “senhor das moscas”. No Novo Testamento,
encontramos Jesus sendo acusado, pelos fariseus, de expulsar demônios pelo
poder de Belzebu, “o maioral dos demônios” 
(Mt 12.24-29). A resposta de Jesus identifica Belzebu com o próprio
Satanás.
5. Maligno
Esse título descreve bem seu caráter e sua obra. Ele é malvado, cruel e
tirânico para com todos os que consegue tornar seus súditos. Seus atos são
sempre motivados pela maldade, mesmo quando pareçam bons (cf. 
Mt 13.19, 38; Ef 6.16; 1Jo 2.13, 14; 5.19).
6. Abadom e Apoliom
Como o próprio texto bíblico esclarece (Ap 9.11), são o mesmo nome,
em duas línguas: hebraico e grego. O significado é “destruidor”. O contexto
de Apocalipse 9 assim o apresenta. Ele é o chefe dos terríveis gafanhotos que
causarão dano aos homens.
7. Deus deste século
(2Co 4.4)
“Ele patrocina a religião do homem sem Deus e é, sem dúvida alguma,
responsável por todos os falsos cultos e sistemas que assolam a cristandade
hoje em dia” (H.C. Thiessen). Nessa condição ele tem os
seus “ministros”(2Co 11.15), suas “doutrinas” 
(1Tm 4.1), seus “sacrifícios” (1Co 10.20)
e suas “sinagogas” (lugares de reunião - Ap 2.9).
8. Príncipe deste mundo
(Jo 12.31; Ap 16.13-14)
“Isto parece se referir a sua influência sobre os governos deste mundo.
Jesus não disputou a reivindicação de algum tipo de direito aqui neste
planeta feita por Satanás em Mateus 4.8-9” (H.C. Thiessen). Deus lhe
impõe limites, é claro. Mas ele assim atua até que, no fim, seja subjugado
pelo governo Daquele que tem o direito de governar, Jesus Cristo (Ap
12.9).
9. Príncipe da potestade do ar
(Ef 2.2;6.12)
Esse título também indica uma organização dos anjos maus. Satanás é o
líder deles (Mt 25.41; Ap 12.7). Ele comanda uma grande companhia de
servos, que executam, debaixo do seu poder despótico, as suas ordens, onde
quer que sejam enviados.
10. Lúcifer
Esse nome não aparece escrito na Bíblia. É decorrente da linguagem
figurada de Isaías, que se refere à  “estrela da manhã”  e  “filho da alva”  (Is
14.12). Em seu primeiro estado, ele possuía essa característica. Era um ser
reluzente. Mas depois da queda, ele apenas se mostra como tal; aparenta ser
um “anjo de luz”, com a finalidade de enganar os homens (2Co 11.14).
II. As atividades de Satanás
Muitas são as atividades de Satanás, desenvolvidas contra o Pai, contra
Cristo, contra a humanidade e contra a igreja. Vejamos algumas.
1. Contra Deus
A principal tática de Satanás é atacar Deus e se opor à implantação de Seu
Reino. Isso já se havia tornado evidente quando caiu, pecando por querer
ser igual a Deus. Demonstrou, pela primeira vez, que fazia oposição a Deus
quando ofereceu a Eva chance de ser como Deus, conhecendo o bem e o
mal (Gn 3.5).
A tentação de Cristo foi também uma demonstração de que ele se opõe ao
Reino de Deus. Satanás ofereceu a Jesus a glória deste mundo, tentando
demovê-lo da ideia de conquistar o domínio pelo sacrifício na cruz 
(Mt 4.8-9).
Hoje ele continua agindo com a mesma intenção de desfazer a obra de
Deus. Por isso, como ensina o apóstolo Paulo, para que “Satanás não
alcance vantagem sobre nós” não podemos ignorar os seus desígnios (2Co
2.11). Para atingir aos seus propósitos, ele pode transformar os seus
ministros em “ministros de justiça” (2Co 11.15). Ele promove um sistema
religioso no qual os demônios levam as pessoas a praticar um falso ascetismo
e uma desenfreada licenciosidade (1Tm 4.1-3; Ap 2.24).
A última tentativa de Satanás contra o Reino de Deus será quando da
vinda do anticristo, que agirá “segundo a eficácia de Satanás, com todo
poder, e sinais, e prodígios da mentira...” (2Ts 2.9).
2. Contra Cristo
A animosidade entre Satanás e Cristo foi pela primeira vez predita depois
do pecado de Adão e Eva 
(Gn 3.15). Cristo, descendente de mulher, desferiria um golpe fatal sobre a
cabeça de Satanás. Este, por sua vez, causaria grande sofrimento ao
descendente da mulher.
Quando o Senhor veio à terra, Satanás empreendeu vários ataques contra
Ele, tentando impedir que realizasse a obra para a qual havia sido destinado.

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