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Câncer de Pênis ________________________________________________________________ Introdução - É um tumor infrequente (corresponde a 0,4 - 1% dos tumores masculinos) - 5 vezes mais prevalentes nas regiões Norte e Nordeste - Afetam mais pacientes entre e 5ª e 7ª década de vida ________________________________________________________________ Fatores de Risco - Fimose obstrutiva - Higiene genital precária - Infecções genitais por alguns sorotipos do HPV (vírus do papiloma humano) — Doença virtualmente inexistente quando a circuncisão é feita no período neonatal. - Lesões cutâneas como: • Eritroplasia de Queyrat • Doença de Bowen • Papulose bowenóide • Leucoplasia • Balanite xerotica ________________________________________________________________________________ Fator de proteção - Circuncisão pré-natal ________________________________________________________________ Diagnóstico diferencial - Cancro sifilítico - Condiloma acuminado - Cancróide ________________________________________________________________ Quadro CLínico - Lesão cutânea verrucosa, plana ou ulcerada na região genital - Diagnóstico por biópsia ampla e profunda da lesão para avaliar histologia e grau de diferenciação celular - Exame físico detalhado do pênis e regiões inguinais é fundamental, sendo que linfadenopatias palpáveis podem ser encontradas em 29-54% dos pacientes - 17-30% dos pacientes com linfonodos normais ao exame físico podem albergar micrometástases - O uso de antibióticos por 4-6 semanas pode ajudar a diferenciar linfonodos inflamatórios daqueles infiltrados pelo tumor - Principal tipo —> carcinoma epidermóide (escamoso ou espinocelular) (95-97% dos casos): • Lesão, geralmente exofítica (verrucosa), plana ou ulcerada, origina-se preferencialmente no prepúcio, glande ou ambos, podendo extender-se para áreas próximas (corpo do pênis, genitais externos, períneo, hipogástrico), com destruição dos tecidos afetados • 5% e 10% das neoplasias do pênis são representadas por uma variante mais benigna, denominada carcinoma verrucoso ou tumor de Buschke-Loweinstein ________________________________________________________________ Fatores independentes do prognóstico - Estadio da neoplasia (mais favorável quando <T1) - Volume da lesão (mais favorável quando <2cm) - Grau de diferenciação celular - Presença de invasão vascular/linfática na lesão primária (metástases são mais frequentes quando existe invasão microvascular) ________________________________________________________________ Evolução - Doença loco-regional e suas vias de disseminação preferenciais são a invasão direta de estruturas subjacentes e a disseminação linfática (raramente ocorrendo via hematogênica) - Presença e extensão de metástases inguinais é o mais importante fator prognóstico para sobrevida, junto com a extensão extranodal - Disseminação linfonodal ocorre em 20-96% dos pacientes (média 58%), afetando os gânglios inguinais (superficiais e profundos) e, posteriormente, os gânglios pélvicos ________________________________________________________________ Estadiamento - TNM ________________________________________________________________ Estratificação de Risco - Baixo risco: • Tis/Ta-1a, G I-II e sem invasão vascular, com risco de nodos positivos <10% - Alto risco: • G III, T1b-3 ou com invasão vascular, com risco de metástases inguinais de 50-70% - Metástases à distância ocorrem em 3-12% dos pacientes com câncer de pênis, com predileção por pulmões, fígado e ossos ________________________________________________________________ Sobrevida - Em 5 anos é de 52-70% para todos os estágios - 80% em doença localizada - 2% na doença com extensão regional - 90% para Ta-1 - 65% para T2-4 - 80% se há doença nodal mínima ________________________________________________________________ Óbitos pela Doença - 5% dos tumores bem diferenciados - 8% dos tumores moderadamente diferenciados - 5% dos tumores indiferenciados. - As principais causas de óbito são sepse, hemorragia por ruptura de grandes vasos e caquexia ________________________________________________________________ Exames para Estadiamento - Tomografia computadorizada inguinal e pélvica - Radiografia de tórax e exames laboratoriais - Ecodoppler peniano (ou ressonância nuclear magnética) pode ser útil para avaliar a extensão local da lesão - Cintilografia óssea em casos suspeitos. - Linfadenectomia inguinal pode ser considerado um método de estadiamento. ________________________________________________________________ Estratificação de Risco ________________________________________________________________ Tratamento - O tratamento é eminentemente cirúrgico: • Ressecções locais ou até mesmo por terapias ablativas (eletrocoagulação, cauterização química) • Se possível, resseção somente da área afetada pelo tumor, com uma margem de segurança (penectomia parcial). • Em tumores volumosos ou amplamente invasivos realizar penectomia radical e até mesmo dos órgão genitais adjacentes, como bolsa escrotal ou testículos (emasculação). - Ganglios linfáticos inguinais ou pélvicos —> realizar linfadenectomia - Nos casos de metástases à distância —> realizar quimioterapia - Controle local ou locorregional da doença após ressecares cirúrgicas —> radioterapia - Penectomia Parcial: • Qual a margem de segurança? • Convencional: 1,5 - 2cm • Grau I e II: 1cm • Grau III: 1,5cm • Biopsia de congelação (CX de Mohs) é recomendável sempre que possível ________________________________________________________________ Complicações do tratamento - Complicações cirúrgicas: • Recorrência local (1-10%) • Estenose uretral • Complicações da linfadenectomia: necrose, deiscências, infecções e linfedemas - Complicações da Radioterapia: • Recorrência em 10 a 40% dos casos • Estenose uretral • Fístulas, necrose e fibrose - Complicações da quimioterapia: • Recorrência em 30 a 90% • Depressão medular • Infecções ________________________________________________________________ Mensagem final - Podemos evitar esse tipo de câncer com medidas preventivas como: • Higiene • Circuncisão • Controle de IST`s
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