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TÓPICOS ESSENCIAIS EM GESTÃO DE PROJETOS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Mariana de Freitas Coelho CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Prof.ª Tathyane Lucas Simão Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa Prof. Ivan Tesck Revisão de Conteúdo: Augusto Geller Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2017 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658.421 C672t Coelho, Mariana de Freitas Tópicos essenciais em gestão de projetos / Mariana de Freitas Coelho. Indaial : UNIASSELVI, 2017. 125 p. : il. ISBN 978-85-69910-45-9 1. Administração Empresarial. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci Mariana de Freitas Coelho Mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em Elaboração, Gestão e Avaliação de Projetos Sociais pela mesma instituição. Atuou como professora de cursos técnicos e superior em instituições como o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, a Universidade Federal de Minas Gerais e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atuou profi ssionalmente como coordenadora e gestora de projetos no setor de turismo e web. Participou dos principais eventos de Administração em âmbito nacional e internacional e possui mais de vinte artigos publicados em periódicos científi cos sobre temas de gestão, marketing e turismo. Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 O Gestor de Projetos e suas Habilidades: Um Contexto de Ética e de Responsabilidade Profissional .....................9 CAPÍTULO 2 Modelo Geral para o Gerenciamento de Projetos .........35 CAPÍTULO 3 As Fases de um Projeto: Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e Encerramento ...............................59 CAPÍTULO 4 O Modelo PMBOK de Gestão de Projetos ........................81 CAPÍTULO 5 As Áreas do Conhecimento e seus Aspectos Estruturais na Gestão do Conhecimento .......................103 APRESENTAÇÃO Este livro servirá como uma iniciação ao mundo dos projetos. Todos nós já participamos de um projeto em algum momento de nossas vidas, seja durante a feira de ciências na escola, na organização de uma festa de aniversário, no planejamento de compras familiares, ou até mesmo em projetos novos ou antigos do trabalho. Alguns projetos são mais simples, outros mais complexos e, por isso, é necessário entender o que a teoria e as boas práticas podem nos ensinar para tornar a gestão de um projeto em algo sério, eficiente e profissional. Assim, vamos aos poucos conhecer esse tópico cada vez mais valorizado nas empresas. Primeiramente, vamos conhecer as habilidades necessárias aos profissionais no contexto empresarial e entender como uma postura ética é a base para um projeto bem-sucedido. No segundo capítulo começaremos a entender o que é um projeto e como ele pode ser desenvolvido a partir de um modelo geral de gerenciamento. No terceiro capítulo aprenderemos as fases de um projeto, desde a iniciação até o planejamento, controle e encerramento. No quarto capítulo nos aprofundaremos em uma das ferramentas mais conhecidas e renomadas mundialmente, o modelo PMBOK para gestão de projetos. Finalmente, o quinto capítulo fecha esta disciplina falando sobre as áreas do conhecimento e a gestão do conhecimento. Com isso, você terá um start para trabalhar na área de gestão de projetos nas mais variadas áreas de atuação profissional. O livro também é repleto de material complementar, com atividades, indicações de livros, links externos e filmes relacionados, que podem aumentar ainda mais seu conhecimento sobre uma das áreas mais reconhecidas nas organizações: a gestão de projetos. Espero que você se envolva nesse projeto com muita seriedade e que encontre nesta disciplina uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Encare esta disciplina como um novo projeto, divertido e bem-humorado, acompanhado por mim e pelo Leo, a mascote da UNIASSELVI. Mantenha a mente aberta e uma postura proativa e bons estudos! CAPÍTULO 1 O Gestor de Projetos e Suas Habilidades: Um Contexto de Ética e de Responsabilidade Profissional A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Diferenciar as habilidades técnicas, humanas e gerenciais. Elencar o papel e os desafi os do gestor de projetos. Apresentar a ética e a responsabilidade profi ssional. Distinguir a gestão de projetos de outros tipos de gestão. Refl etir sobre a ética em seu contexto organizacional. 10 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos 11 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 ContextualiZação Este capítulo é muito importante para iniciarmos nossas conversas sobre a gestão de projetos. Dois fatores são primordiais para que um projeto seja bem-sucedido. O primeiro é a equipe que compõe o projeto, ou seja, os recursos humanos necessários para seu desenvolvimento. O segundo é o ambiente onde o projeto é desenvolvido. Simplesmente, sem entender estes dois aspectos não é possível desenvolver um projeto de qualidade. Por isso, um bom gestor de projeto precisa de algumas habilidades para chegar ao seu objetivo. Este capítulo ressalta as habilidades necessárias para as pessoas que participam de uma organização e as habilidades requeridas para um gestor de projetos. Será que todos nós temos as mesmas habilidades? Nascemos com elas ou elas podem ser aprendidas? Justamente em função desta pluralidade de características pessoais e dif- erentes culturas organizacionais, é básico entender a ética como um elemento que deve estar presente no ambiente profi ssional. Ou seja, agir de maneira re- sponsável deve permear a ética e o respeito ao próximo. Então, encare este capítulo como um ponto de partida para conhecê-lo mel- hor e conhecer o ambiente em que vive e trabalha. A partir disso, você poderá refl etir se precisa ou não desenvolver outras habilidades e reconhecer suas re- sponsabilidades. O conhecimento humano que despertar neste capítulo será aprofundado ao longo do livro. Também retomaremos a discussão no último capítulo, haja vista a centralidade das pessoas nas organizações. Não existem empresas sem pessoas e talvez o real desafi o da gestão de projetos seja justamente a gestão das pes- soas. As OrGaniZaçÕes Você já parou para pensar o que são organizações? Uma organização é formada por uma ou mais pessoas em busca de um objetivo comum. As organizações são entidades que podem variar de tamanho, área de atuação, objetivos e outros (MAXIMIANO, 2002). Existem ao menos três tipos distintos de organizações, apresentadas no Quadro 1. Dois fatores são primordiais para que um projeto seja bem-sucedido. O primeiro é a equipe que compõe o projeto Uma organização é formada por uma ou mais pessoas em busca de um objetivo comum. 12 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Quadro 1 – Tipos de organizações Fonte: Adaptado de Chiavenato (2003). Entenda o que é uma OSCIP: <http://www.sebrae.com.br/ sites/PortalSebrae/bis/oscip-organizacao-da-sociedade-civil-de- interesse-publico,554a15bfd0b17410VgnVCM1000003b74010aRC RD> Ainda, não podemos nos esquecer das organizações informais. As organizações informais são aquelas que não são registradas formalmente por meio de documentos, normas, CNPJ eoutros, isto é, os relacionamentos criados são espontâneos. Há diversas comunidades informais que também são organizações. Por exemplo, associações de bairro, grupos religiosos, times amadores de futebol, associações de pais. E também há algumas pessoas que prestam serviço na informalidade, é o caso, por exemplo, de alguns vendedores ambulantes, 13 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 Atividade de Estudos: 1) De quais organizações você faz parte? Liste ao menos três organizações de que você participa. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ “A corporação é uma pessoa”. Qual é a sua opinião sobre a afi rmação? Há organizações que podem ser conduzidas por apenas uma pessoa? Pesquise sobre o microempreendedor individual. catadores, prestadores de serviço (limpeza, consertos etc.). Pamplona (2013) defi ne que o setor informal detém situações como trabalhadores por conta própria, pequenos empregadores e caracteriza-se como forma de produzir autoemprego para a geração de renda. Por fi m, há também as instituições. Instituições são sistemas duráveis que envolvem um conjunto de normas, valores, regras e sua evolução (VEBLEN, 1899). Uma instituição é uma organização que passou por um processo de institucionalização, isto é, ela foi aceita e reconhecida como legítima pela sociedade. Alguns exemplos de instituições são igrejas, universidades, sindicatos dos trabalhadores, escolas, bancos e até mesmo a família e o casamento. Instituições são sistemas duráveis que envolvem um conjunto de normas, valores, regras e sua evolução Uma empresa deve planejar e desenvolver projetos para alcançar seus objetivos. Agora que você refl etiu sobre as organizações de que participa, por que conhecer as organizações é importante? Você se lembra de qual é o conceito de organização? As organizações são formadas por uma ou mais pessoas em torno de um objetivo comum. Com isso, saber onde quer chegar é muito importante para qualquer empresa. E é aí que entram os projetos. Uma empresa deve planejar e desenvolver projetos para alcançar seus objetivos. 14 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos As Habilidades Nas organizações, as pessoas têm a possiblidade de desenvolver suas habilidades. Há três tipos de habilidades: as habilidades técnicas, as habilidades humanas e as habilidades conceituais, apresentadas no Quadro 2. Quadro 2 - Tipos de habilidades profi ssionais Fonte: Adaptado de Chiavenato (2003). Existem profi ssões que são extremamente técnicas. Um engenheiro civil, por exemplo, desenvolve a capacidade de projetar prédios a partir de cálculos extremante específi cos. Médicos, enfermeiros, dentistas e fi sioterapeutas aprendem métodos para cuidar da saúde dos pacientes. Isto quer dizer que nem todo mundo possui habilidades técnicas para atuar como profi ssional de alguma área. Às vezes é necessário um diploma, mas há habilidades técnicas que podem ser desenvolvidas com o tempo, de maneira autodidata ou com o auxílio de outros. Por exemplo, utilizar o Excel, aprender um idioma ou fazer o jardim de uma casa. Pessoas com habilidades humanas apresentam facilidade de relacionamento interpessoal e grupal, ou seja, compreendem as atitudes e as motivações das pessoas. Em geral, pessoas com habilidades humanas são bons líderes, capazes de infl uenciar sua equipe, prestadores de serviços e outras partes interessadas na atividade de uma organização. Já as habilidades conceituais se relacionam com a capacidade dos gestores de verem o todo e as partes, isto é, ao se ter noção do todo da organização é mais fácil entender como ela está funcionando. Essa capacidade é importante para estabelecer estratégias e parcerias entre a empresa e outras partes interessadas. Entre ações relativas a habilidades conceituais está a capacidade de tomar decisões estratégicas, planejamento e o estabelecimento de metas e objetivos. 15 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 Por exemplo, um diretor de uma empresa de telefonia pode estabelecer o objetivo de aumentar a satisfação dos clientes com os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC). Para tanto, além de entender como o serviço de SAC funciona na empresa, ele precisa ter noções sobre todos os processos empresariais e os possíveis problemas enfrentados por ela. Para atingir o objetivo, ele pode propor uma meta de melhorar em 30% as avaliações boas e ótimas recebidas pelos atendentes. Para isso, o sistema de avaliação dos atendentes deve funcionar como uma atividade-chave para a mensuração da meta. Isto é, a empresa deve possuir ou criar um sistema que avalie cada serviço de atendimento ao consumidor. Uma meta se difere de um objetivo justamente por ser mensurável, ou seja, ela deve ser medida e monitorada para saber se a primeira foi alcançada. Com isso, o diretor precisa entender vários setores e processos da empresa para trabalhar de maneira estratégica e conceitual, mas também precisa se relacionar com outros gestores e funcionários para conseguir alcançar seu objetivo. A Figura 1 demonstra as habilidades pessoais necessárias conforme os cargos ocupados na organização. Figura 1 - As habilidades pessoais e sua relação com o nível de atuação Fonte: Adaptado de Chiavenato (2003). No nível operacional de uma empresa, é comum que os funcionários desenvolvam habilidades técnicas. Por exemplo, um técnico eletricista precisa saber conduzir a manutenção corretiva dos equipamentos de uma indústria. Porém, ele também precisa se relacionar com outros funcionários da empresa, atender às solicitações dos superiores e trabalhar com seu par. Com isso, Uma meta se difere de um objetivo justamente por ser mensurável, ou seja, ela deve ser medida e monitorada para saber se a primeira foi alcançada. 16 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos as habilidades técnicas são imprescindíveis, mas as humanas também são importantes, e apesar de menores, não quer dizer que as habilidades conceituais não existam. Atividade de Estudos: 1) Agora, suponhamos que este técnico tenha concluído um curso superior e, por ter efetuado um bom trabalho na empresa, ele tenha sido promovido à gerência intermediária. Isto garante que ele será um bom gestor? ___________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Se observarmos a Figura 1, um gestor precisa se relacionar tanto com o nível operacional tanto quanto com o nível da alta direção. Ou seja, o gestor intermediário precisa de habilidades que permitam a ele conversar e infl uenciar chefes e subordinados. Para tanto, ele precisa desenvolver um mix de habilidades, ou seja, precisa ter habilidades técnicas, humanas e conceituais. Se o eletricista que citamos continuar sendo um ótimo técnico, mas não se preocupar com as outras habilidades que precisa ter para um cargo de gerência, ele pode não conseguir atuar de maneira efi ciente. Por fi m, pessoas da alta direção, como um diretor ou proprietário da empresa, precisam se preocupar com a imagem da empresa, as parcerias que são feitas, a estrutura e os objetivos estratégicos da organização. Para isso, fazer uso de teorias, ideias e conceitos pode ajudar na manutenção e competitividade da empresa. Além disso, as habilidades humanas para fechar contratos, lidar com os gerentes, fornecedores, acionistas. Por isso, em alguns casos os membros da gerência e da alta direção são criticados por não possuírem domínio técnico. No entanto, em geral, gestores e diretores precisam de habilidades diferentes para garantir a competitividadeda organização. 17 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 Atividade de Estudos: 1) Quais são as diferenças entre as habilidades humanas, técnicas e conceituais? Quais habilidades um gestor de projetos que trabalha no nível intermediário de uma empresa de construção civil precisa ter? _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ O Papel e os Desafios do Gestor de Projetos Agora que já vimos as principais habilidades necessárias no contexto organizacional e conceitos básicos sobre os tipos de organização, podemos começar a discutir o posicionamento do gestor de projetos neste contexto. De acordo com o Project Management Institute (2010), Instituto de Gerenciamento de Projetos e ferramenta de gestão de projetos que estudaremos nesta disciplina, o gestor de projetos precisa desenvolver 11 habilidades. 1) Liderança. 2) Trabalho em equipe e administração de confl itos. 3) Tomada de decisão. 4) Criatividade. 5) Adaptação a mudanças. 6) Tratativa com fornecedores. 7) Habilidades de negociação. 8) Capacidade de comunicação escrita e verbal. 9) Organização de tarefas e planejamento. 10) Foco no cliente. 11) Orientação a resultados. 18 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Atividade de Estudos: 1) Quais habilidades listadas pelo PMBOK você classifi caria como habilidades técnicas? E como habilidades conceituais? E relacionais? ___________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Fica claro que um gestor de projetos precisa desenvolver várias habilidades no contexto organizacional, visto que desempenha uma atividade complexa e repleta de variáveis internas e externas à organização que interferem no processo de gestão. Porém, não há consenso na literatura e no mercado sobre quais são as habilidades requeridas para um gestor de projetos. Em um blog sobre gestão de projetos, por exemplo, Thassia Vaz lista sete habilidades essenciais para um gestor de projetos. As sete habilidades do gestor de projetos: 1) Organização, 2) Liderança, 3) Comunicação; 4) Negociação; 5) Gerenciar crise; 6) Resolução de Problemas e tomada de decisão e 7) Persistência. Já no blog O Gerente de Projetos, Armando Terribli Filho apresenta uma pesquisa da PMSURVEY.ORG de 2013, em que, no Brasil, as principais habilidades reconhecidas como necessárias para um gestor de projetos, segundo respondentes de mais de 650 organizações, são: 1. Comunicação – 60%. 2. Liderança – 50%. 3. Negociação – 41%. 4. Conhecimento em gestão de projetos – 35,2%. 5. Capacidade de integrar as partes – 29,2%. 6. Gerenciamento de confl itos – 26,5%. 7. Trabalho em equipe – 24,9%. 8. Iniciativa – 24,3%. 9. Conhecimento técnico – 23,8%. 10. Organização – 15,3%. 11. Política – 9,6%. Domínio de Ferramentas de Gestão de Projetos – 8,2%. 19 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 O Leo deixou o link dos sites citados para você estudar um pouco mais! Sites: <http://www.projectbuilder.com.br/blog-pb/entry/carreira/ as-7-habilidades-essenciais-do-gerente-de-projetos>. <https://ogerentedeprojetos.com/>. Stakeholders são todas as partes interessadas em um projeto ou organização, sejam eles internos ou externos. Por exemplo, se o meu projeto é abrir um novo curso de pós-graduação na UNIASSELVI, os stakeholders podem ser alunos, professores, fornecedores de material didático, empresas, governo, bancos e vários outros que possuem interesse direto ou indireto sobre a atividade. Como já dissemos, pelo fato de as organizações poderem variar de tamanho, estrutura e fi ns, habilidades distintas podem ser necessárias para que seu projeto seja bem-sucedido. Portanto, o ideal é entender o negócio da sua empresa e fi car atento aos processos necessários no seu ambiente de trabalho. Por exemplo, quantos fornecedores são necessários para desenvolver um único produto na sua empresa? E quantos itens são requeridos para fazer o mesmo produto? Qual é o prazo médio desde o pedido até a entrega do produto ao cliente? Qual é o custo de produção do produto? E qual é o lucro da empresa? Quanto mais você entender sobre os processos e áreas da sua empresa, maiores as chances de desenvolver o projeto prevendo ao menos dois aspectos importantes: 1) a capacidade da empresa de atender ao pedido do cliente; 2) as limitações da empresa para atender ao mesmo pedido/projeto. Conhecer a sua empresa e seus colegas são os primeiros passos para entender quais habilidades você precisa para gerir seus projetos. Um bom gestor deve reconhecer as habilidades de sua equipe para saber delegar funções de maneira assertiva. Por outro lado, também é preciso entender o contexto em que se atua, ou seja, seu ambiente externo e seus stakeholders. 20 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos O gestor de projetos deve ser visto como um elemento conector de vários relacionamentos com stakeholders. Ele precisa se relacionar com os clientes e considerar as necessidades e desejos dos mesmos, mas também deve considerar os objetivos da empresa em que se insere (REGO; SILVA, 2012). A Figura 2 mostra os possíveis stakeholders de um gestor de projetos. Figura 2 - Stakeholders de um projeto Fonte: A autora. Agora, você é capaz de entender o papel de um gestor de projetos, uma vez que ele atua como uma ponte entre os interessados internamente na empresa e os stakeholders externos à organização. Tudo isso visando atingir os objetivos organizacionais (aumento dos lucros, atingimento de metas, manter uma boa imagem e reputação organizacionais, entregar os pedidos dentro do prazo, entre outros). Mas, sabendo das habilidades e da centralidade do gestor dos projetos nas organizações, quais seriam suas responsabilidades? Em geral, as responsabilidades de um gestor de projetos se relacionam com suas obrigações quanto às atividades que precisam ser desenvolvidas, resultados esperados, uso dos recursos e padrão de conduta (MAXIMIANO, 2002). Ao realizar qualquer projeto, o gerente é responsável por sua execução ao longo de todo o trabalho, desde a ideia inicial até a entrega dos resultados para os clientes (REGO; SILVA, 2012). Em outras palavras, a responsabilidade de um gestor de projetos é assegurar que o projeto seja realizado dentro de todos os padrões de desempenho, desde as metas até os prazos e custos Em geral, as responsabilidades de um gestor de projetos se relacionam com suas obrigações quanto às atividades que precisam ser desenvolvidas, resultados esperados, uso dos recursos e padrão de conduta 21 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 (MACHADO, 2009). No entanto, imprevistos e difi culdades podem surgir durante o desenvolvimento de projetos, e mesmo o gestor mais habilidoso e com experiência pode ter que conviver com um ambiente de mudanças. Por isso, gerir projetos requer resiliência, ou seja, enfrentar problemas, desafi os e momentos de adversidade, com a capacidade de se adaptar ou evoluir. Machado (2009, p. 32) cita que “Um dos grandes desafi os do gerente de projetos é saber dosar a adequada atenção aos elementos constituintes do sistema do projeto. Muitos elementos do projeto podem ter pouco relacionamento direto com o sistema que está sendo trabalhado, porém, podem ser críticos para o seu sucesso”. Os desafi os do gestor deprojetos 1) O projeto não começa na data marcada Uma vez que todo o planejamento do projeto está feito em torno de uma data defi nida, um atraso no início do projeto, causado por fatores comuns, como composição de equipe do projeto, requisitos ainda não fechados ou orçamento não liberado, deveria alterar facilmente essa data. O que ocorre, na prática, é o “congelamento” da referida data, impulsionado por uma expectativa de conclusão do projeto por parte do cliente, por sua vez refl etida diretamente nas áreas decisórias das organizações. Assim, o gerente do projeto já inicia o seu trabalho com atividades em atraso e a ação primordial que ele deve tomar, nessa situação, é documentar muito bem o fato e deixar tanto o cliente quanto o executivo da sua organização cientes do problema, além de procurar defi nir um tratamento de ajuste que possa reverter essa situação ao longo do projeto e implementá-lo o quanto antes. 2) O projeto tem objetivos nebulosos Para projetos cujos objetivos ainda não estão claramente defi nidos, comumente caracterizados quando o cliente ainda não apresenta a verdadeira noção do que pretende realizar, é fundamental que o gerente do projeto procure entender claramente qual será o resultado fi nal, uma vez realizadas todas as atividades previstas, e, a seguir, buscar alinhar sua visão do projeto à do cliente, explicitando todos os pontos duvidosos ou ainda sem 22 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos defi nição. O projeto tem requisitos mal defi nidos. Outro caso comum surge nas regras ou especifi cações dos projetos, quando estas não se encontram bem defi nidas, com ambiguidades ou incompletas. Nesse caso, cabe ao gerente do projeto descobrir quais são esses pontos e, ao fazer a lista de riscos, apontar de forma clara que determinadas atividades estão com as regras de execução em aberto e que isso pode impactar nos prazos do projeto. Ao se fazer a lista de riscos, o gerente pode identifi car o tratamento certo para esse risco (mitigar, evitar, transferir ou aceitar) ou, simplesmente, pode tratar essas regras pendentes como pré-requisitos para que o projeto continue a partir deste determinado ponto. 3) Constante mudança de escopo É o mais comum dos problemas enfrentados em todos os projetos. Seus efeitos podem gerar até o alargamento dos objetivos do projeto, e, portanto, devem ser analisados por completo. Uma regra básica para o gerente é entender que toda mudança, por menor que seja, gera algum impacto para o projeto, seja um replanejamento que deverá ser feito, um prazo que vai ter que aumentar, um acréscimo na alocação de horas da equipe etc. Será mais prático para o gerente lidar com esse tipo de problema se ele elaborar um fl uxo de mudanças bem defi nido, documentando toda e qualquer mudança e suas respectivas consequências para o projeto, inclusive medindo os pesos das mudanças em termos de esforço, prazo e custo, e apresentá-lo ao cliente para que este fi que alinhado aos impactos gerados. Dessa forma, o gerente evita que o seu projeto vá para o vermelho. Fonte: Disponível em: <http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/cronicas/ observa/pdf/03_gerenteprojetos.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016. Neste áudio de cinco minutos, você vai entender os desafi os dos projetos e entender porque os projetos são difíceis para todos nós. <http://www.ricardo-vargas.com/pt/podcasts/projectchallenges/>. Neste áudio de cinco minutos, você vai entender os desafi os dos projetos e entender porque os projetos são difíceis para todos nós. <http://www.ricardo-vargas.com/pt/podcasts/projectchallenges/>. 23 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 Depois de entender que os desafi os fazem parte da rotina de um gestor de projetos, vamos aprender como conduzir um projeto de maneira ética e responsável. Ética e Responsabilidade Profissional Antes de tudo, você deve se perguntar: por que devo estudar ética e reponsabilidade profi ssional em um curso de tópicos essenciais de gestão de projetos? Respondendo de uma maneira simplifi cada: porque a ética é um tema essencial para a gestão e o convívio em sociedade. Mas de forma mais abrangente, devemos considerar todas as mudanças e as particularidades pessoais e organizacionais que vimos anteriormente no capítulo. Estudamos que as pessoas têm habilidades diferentes em ambientes de negócio distintos. Vimos também que uma organização é composta por diversas pessoas que possuem um objetivo em comum. Agora, como conviver com os diversos objetivos pessoais se devemos considerar tanto a empresa e os stakeholders para a tomada de decisões e desenvolvimento dos projetos? A resposta é simples: é necessário tanto atuar de maneira responsável e permeado pela ética, quanto utilizar suas habilidades para exercer bem sua profi ssão. A ética é o estudo do comportamento humano e tem como objetivo estabelecer níveis de convivência aceitáveis entre os indivíduos de uma sociedade (BORGES; MEDEIROS, 2007). Ela deve estar presente em seu cotidiano, em sua profi ssão, e nos seus relacionamentos pessoais e empresariais. A ética no meio empresarial é denominada ética profi ssional. A ética é ainda indispensável ao profi ssional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à efi ciência que todo profi ssional deve possuir para exercer bem a sua profi ssão. O agir se refere à conduta do profi ssional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profi ssão (OLIVEIRA, 2012, p. 50-51). Agir eticamente é saber conviver em sociedade, aceitando o conjunto sem perder os valores individuais e visando ao crescimento coletivo. “E esse A ética é o estudo do comportamento humano e tem como objetivo estabelecer níveis de convivência aceitáveis entre os indivíduos de uma sociedade 24 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos crescimento, obtido pela ação ética consciente, reveste-se como indicador e diferencial indispensáveis não só na atuação das pessoas, mas de empresas e profi ssionais” (BORGES; MEDEIROS, 2007, p. 64). Contudo, apesar de parecer simples, atuar com ética é refl etir sobre o comportamento humano e identifi car constantemente o que é correto ou incorreto e construtivo ou destrutivo em um contexto sociocultural e histórico. Em suma, a ética depende do conjunto de valores, normas e características socioculturais, em que o indivíduo tenta aproximar aquilo que pensa daquilo que faz, considerando os benefícios e a qualidade de vida de maneira coletiva (VALLS, 2006). “A ética profi ssional pode, então, ser conceituada como o conjunto de condutas técnicas e sociais exigidas por uma determinada classe aos membros que a ela são ligados. A obediência ao código de conduta identifi ca o profi ssional como ético, e ele, por seu comportamento, alcança o reconhecimento dos demais membros da própria classe e da sociedade em geral” (BORGES; MEDEIROS, 2007, p. 64). O professor Mário Sérgio Cortella fala sobre a ética e a moralidade no vídeo de uma maneira bem didática <https://www. youtube.com/watch?v=vjKaWlEvyvU>. Confi ra! Mário Sérgio Cortela afi rma que ética é a junção de valores e princípios que usamos para decidir as três grandes questões da vida: 1) quero; 2) devo e 3) posso. Seu posicionamento vai ao encontro do pensamento de Valls (2006), o qual afi rma que ser ético signifi ca viver em coerência com um princípio ético, aproximando o que um indivíduo pensa com aquilo que ele faz. Todas as ações que tomamos que estão em contraposição com um princípio ético são ações antiéticas. Ser ético signifi ca viver em coerência com um princípio ético, aproximando o que um indivíduo pensa com aquilo que ele faz. Todas as ações que tomamos que estão em contraposição com um princípio ético são ações antiéticas. Outro conceito-chave quando falamosde ética é a moral. A moral é a prática de uma ética, isto é, “a moral corresponde às normas que orientam o comportamento prático, enquanto a ética consiste na ciência que realiza a avaliação crítica da 25 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 Quadro 3 – Moral, Imoral e Amoral Fonte: A autora. Atividade de Estudos: 1) Assista a um vídeo introdutório sobre a ética profi ssional. <https://www.youtube.com/watch?v=kdy4d-8V0Zc>. A partir do vídeo, pense em três exemplos de práticas que envolvem uma conduta ética que você considera importante na sua profi ssão. Atividades ÉTICAS no contexto profi ssional 1. 2. 3. Agora cite três situações antiéticas apresentadas no vídeo. Atividades ANTIÉTICAS no contexto profi ssional 1. 2. 3. moral. Portanto, ética é o tratado da moral, o estudo das escalas de valores do bem e do mal, do certo e do errado” (FLACH, 2007). 26 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Flach (2007) cita diversas situações de comportamentos antiéticos nas organizações: - Assédio moral: comunicativa hostil, em que um ou mais indivíduos coagem uma pessoa de tal forma que esta é levada a uma posição de fraqueza psicológica. - Inveja: um desejo de possuir o bem de outrem, ou ainda, como o pesar ou desgosto ante a propriedade alheia. - Mentira: deformações intencionais sobre o verdadeiro elaboradas por alguém que conhece a verdade. - Fofoca: notícia anônima de um fato ou acontecimento, e que se espalha publicamente. Nos estudos de Flach (2007), os fatores que geram comportamentos antiéticos, como fofocas, mentira, inveja e assédio moral nas organizações, são: • defesa ou afi rmação de personalidade; • manutenção do cargo e do emprego; • competição acirrada; • individualismo exacerbado; • tolerância a injustiças; • impunidade. Já os efeitos resultantes de comportamentos antiéticos, conforme Flach (2007), podem ser: • depreciação da imagem da organização; • desmotivação dos funcionários; • aumento do absenteísmo; • perda da qualidade de vida no trabalho; • doenças; • confl itos internos; • competições paralelas. Além dos fatores citados, há diversos outros comportamentos antiéticos em organizações, que vão desde corrupção, nepotismo, privilégios, abusos de poder, até assédio sexual, depredação física, trabalho escravo e muitos outros comportamentos que ferem os códigos de ética e de conduta. E então, já parou para pensar se você tem ou já teve alguma postura antiética em seu contexto profi ssional? E em seu contexto social? Há algo que pode ser feito para alterar esse comportamento? 27 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 Um livro para começar a aprofundar sobre a ética no contexto profi ssional está disponível gratuitamente no link a seguir: <http:// assis.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2014/11/%C3%89tica-e- Rela%C3%A7%C3%B5es-Interpessoais.pdf>. ARANTES, E. Ética e relações interpessoais. Instituto Federal do Paraná: Curitiba, 2013. Atividade de Estudos: 1) Psicologia do Comportamento – Você é feliz com suas escolhas? Leia as sentenças e responda atribuindo nota de 1 a 7, sendo 1 discordo totalmente e 7 concordo plenamente. As notas 2 a 6 são intermediárias. Você pode marcar qualquer número entre 1 e 7. Não há resposta correta. Um tema que vem sendo muito discutido nas organizações e interfere em sua postura profi ssional e ética é a felicidade. Portanto, preparamos uma atividade para você se conhecer melhor. Ainda, assim como nos contos e estórias que escutamos desde criança, possui uma moral que nos faz refl etir sobre o nosso cotidiano. Vamos começar? Afi rmativa Discordo < > Concordo Quando estou diante de uma decisão, fi co imaginando todas as possibilidades, mesmo as que não estão presentes no momento. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Não importa o quanto estou satisfeito com o meu trabalho, é sempre bom fi car atento à procura de coisa melhor. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Quando estou satisfeito com algo que me relaxa, tal como ouvir uma música, fi co trocando de canal para encontrar algo melhor para ouvir. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Quando estou diante da televisão, fi co olhando outros canais até encontrar algo que prenda um pouco minha atenção. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) 28 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Nos meus relacionamentos interpessoais, trato as pessoas como se fossem roupas: experimento várias para encontrar aquela que vai me vestir melhor. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Quando quero dar um presente para um amigo, tenho muita difi - culdade para escolher, pois me preocupo se ele vai gostar ou não. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Se vou alugar um fi lme ou comprar roupas, tanto faz. Fico muito indeciso com relação ao meu gosto. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Sou fã de carteirinha dos melhores cantores, dos melhores fi lmes, dos melhores atletas, dos melhores professores, das melhores novelas. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Quando quero escrever uma carta para um amigo ou parente, tenho difi culdades de passar meus pensamentos e fi co fazendo rascunhos, mesmo de coisas simples do dia a dia. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Não importa o que faço, tenho as melhores impressões sobre mim mesmo. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Nunca me contento com o segundo lugar em algo que eu faça. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Sempre me imagino vivendo de outra forma, diferente da que eu vivo atualmente. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Total Agora some os pontos que você atribuiu a cada uma das respostas. Se você somar mais de 48 pontos, existe uma tendência a ser obcecado pelo materialismo e pelo imediatismo. Caso você obtenha mais de 72 pontos, muito cuidado, a falta de agregado de sustentabilidade dos valores pode lhe arrastar para uma depressão. O interessante é que pensam fazerem as melhores escolhas e sendo mais objetivos, no entanto, vivem um sentimento de angústia, de insatisfação e normalmente se veem infelizes. Quando se comparam a outras pessoas, não sentem prazer e tendem a fi car arrependidos. Perdem mais tempo na vida escolhendo, logo, são mais ansiosos. A moral dessa atividade é: até mesmo as nossas escolhas devem ter limites. Opções ilimitadas não trazem satisfação e são frutos de ansiedade. A outra ideia é permitir a refl exão sobre 29 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 regras no cotidiano da vida voltadas a valores e a aspectos positivos. “Quem muito escolhe, perde a chance de viver de forma ética e de se satisfazer satisfazendo.” Fonte: Adaptado de: Oliveira (2012, p. 21-23). Agora que sabemos a importância de atuar com ética nas organizações e em nosso contexto coletivo, esperamos que você sempre tenha em mente que a ética envolve uma refl exão contínua sobre nossas vidas. Se quiser continuar a refl etir sobre a ética, indicamos um fi lme baseado em fatos reais que tem vários exemplos de situações antiéticas. Contudo, também precisamos de bons exemplos para nossas organizações. Você se lembra de pessoas ou situações dignas de repetição e continuidade? O Lobo de Wall Street (2013). Durante seis meses, Jordan Belfort (Leonardo Di Caprio) trabalhou duro em uma corretora de Wall Street, seguindo os ensinamentos de seu mentor Mark Hanna (Matthew McConaughey). Quando fi nalmente consegue ser contratado como corretor da fi rma, acontece o Black Monday, que faz com que as bolsas de vários países caiam repentinamente. Sem emprego e bastante ambicioso, ele acaba trabalhando para uma empresa de fundo de quintal que lida com papéis de baixo valor, que não estão na bolsa de valores. É lá que Belfort tem a ideia de montar uma empresa focada neste tipo de negócio, cujas vendas são de valores mais baixos, mas, em compensação,o retorno para o corretor é bem mais vantajoso. Ao lado de Donnie (Jonah Hill) e outros amigos dos velhos tempos, ele cria a Stratton Oakmont, uma empresa que faz com que todos enriqueçam rapidamente e, também, levem uma vida dedicada ao prazer. Fonte: Disponível em: <http://www.adorocinema.com/fi lmes/ fi lme-127524/>. Acesso em: 20 jun. 2016. 30 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos E então? Você acredita que é necessário alterar algum comportamento em seu contexto profi ssional? Além de refl etir, você pode partir para uma real mudança em seu dia a dia. Atividade de Estudos: 1) Estabelecendo objetivos pessoais e profi ssionais Comece pensando em três objetivos pessoais e/ou profi ssionais seus. Por exemplo, um objetivo pode ser ganhar uma promoção profi ssional, terminar o curso, ou iniciar o aprendizado de um novo idioma. Em seguida, pense na meta relacionada a este objetivo. Lembre-se de que as metas são quantifi cáveis, então é preferível que você coloque números e prazos. Por exemplo, uma meta a partir de agora pode ser chegar sempre no horário em todos os dias trabalhados, ou estudar uma hora por dia o material extra desta disciplina, ou matricular-se em um curso de idiomas on-line. O prazo deve envolver o tempo necessário para o fi m da atividade, isto é, o tempo estimado para alcançar seu objetivo. Lembre-se de acompanhar suas metas, afi nal, não se pode verifi car se seu objetivo foi alcançado se você não controlar o que se propôs a fazer. Objetivo Meta Prazo 31 O GESTOR DE PROJETOS E SUAS HABILIDADES: UM CONTEXTO DE ÉTICA E DE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Capítulo 1 AlGumas ConsideraçÕes Neste capítulo alinhamos alguns conceitos básicos para o entendimento da realidade do gestor dos projetos. A partir de agora você deve ser capaz de distinguir os tipos de organizações e compreender as principais habilidades pessoais em um ambiente de gestão (técnicas, humanas e conceituais). Além disso, você sabe que um gestor de projetos atua com um papel central diante dos diversos stakeholders que ele pode ter que se relacionar durante o desenvolvimento de um projeto. Por fi m, aprendemos que não basta ter habilidades, mas o comportamento profi ssional deve ser guiado pela moral e pela ética. Além disso, aprendemos sobre diversos comportamentos antiéticos que podem ser evitados. Como gestor de projetos, você deve ser capaz de identifi car alguns desses comportamentos e agir conforme as normas de conduta da sua organização. No próximo capítulo começaremos a entender o que é um projeto e aprenderemos um modelo geral para o gerenciamento de projetos. Então, bons estudos e até o próximo capítulo! ReferÊncias ADORO CINEMA. O lobo de Wall Street. Disponível em: <http://www. adorocinema.com/fi lmes/fi lme-127524>. Acesso em: 20 jun. 2016. ARANTES, E. Ética e relações interpessoais. Instituto Federal do Paraná: Curitiba, 2013. Disponível em: <http://assis.ifpr.edu.br/wp-content/ uploads/2014/11/%C3%89tica-e-Rela%C3%A7%C3%B5es-Interpessoais.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016. BORGES, E.; MEDEIROS, C. comprometimento e ética profi ssional: um estudo de suas relações junto aos contabilistas. São Paulo, Revista Contabilidade e Finanças, n. 44, p. 60-71, 2007. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. FLACH, L. Comportamentos antiéticos nas organizações: relatos ligados à inveja, mentira, fofocas e assédio moral. In: XXXI Encontro da Anpad. Anais... Rio de Janeiro – RJ, 22 a 26 de setembro de 2007. Disponível em: <http://www.anpad. org.br/admin/pdf/GPR-B2793.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016. 32 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da Revolução Industrial à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2002. MACHADO, A. S. Gestão de projetos inovadores. (2009). Dissertação de mestrado - Faculdades Integradas Pedro Leopoldo, Pedro Leopoldo, 2009. OLIVEIRA, A. R. Ética profi ssional. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Pará: Belém, 2012. PAMPLONA, J. B. 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Acesso em: 20 jun. 2016. 34 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos CAPÍTULO 2 Modelo Geral Para o Gerenciamento de Projetos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Conceituar planos, programas, projetos e portfólios. Explicar os elementos do gerenciamento de projetos. Constatar os elementos críticos de um projeto. Discutir casos de projetos bem-sucedidos e malsucedidos. 36 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos 37 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 ContextualiZação Este capítulo introduz o gerenciamento de projetos ao discutir seus principais elementos. Primeiramente, explicaremos o conceito dos projetos e faremos uma distinção entre planos, programas, projetos e portfólios. Você sabe explicar o que é cada um? Além disso, apresentaremos um modelo básico para a gestão de projetos que considera os principais componentes dos projetos de uma maneira bem global e abrangente. O intuito é que você consiga distinguir trabalhos rotineiros de um projeto devidamente formalizado. Por fi m, partiremos para uma parte bem aplicada, uma vez que veremos exemplos de projetos reais e discutiremos casos de projetos bem-sucedidos e malsucedidos. Os Projetos As pessoas de uma organização buscam atingir um objetivo. Muitas vezes, os projetos fazem parte do planejamento necessário para atingir um objetivo amplo, que pode ser atingir a sustentabilidade fi nanceira da empresa, aumentar as vendas, conquistar novos clientes, lançar novos produtos. Em outras palavras, os projetos são parte de um conjunto de ações que determinam o planejamento de uma organização. De acordo com o Project Management Institute (2010, p. 1), um projeto é “um esforço temporário empreendido para criar um produto ou serviço único”. Keelling (2006, p. 4) complementa que os projetos, em geral, possuem as seguintes características:• Possuem propósito e objetivos determinados. • Possuem duração limitada (com início, meio e fi m). • Apresentam uma data de início e outra de término. • Incluem recursos humanos e fi nanceiros do projeto. • Abrangem administração e estrutura de administrações do projeto. A Figura 3 exemplifi ca a abrangência dos planos, programas, projetos e portfólios, de forma que os planos envolvem objetivos de médio e longo prazo e normalmente são relacionados com a estratégia da organização. Os programas são grupos de projetos relacionados cuja gestão coordenada facilita o controle e a obtenção de benefícios que não estariam disponíveis se os projetos forem geridos individualmente. os projetos são parte de um conjunto de ações que determinam o planejamento de uma organização. 38 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Um portfólio é composto por projetos, programas e trabalhos que são agrupados com o intuito de facilitar a gestão dos mesmos e atingir objetivos estratégicos. Já os portfólios abrangem tanto os programas quanto os projetos. Um portfólio é composto por projetos, programas e trabalhos que são agrupados com o intuito de facilitar a gestão dos mesmos e atingir objetivos estratégicos. Porém, não necessariamente o portfólio é composto por elementos inter-relacionados ou interdependentes. Por fi m, há também projetos que não fazem parte de planos ou programas, mas um programa sempre será composto de projetos. (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2010). Figura 3 - Abrangência dos projetos Fonte: A autora. Para exemplifi car o contexto do projeto, abordaremos o uso e a ocupação do solo em um município. Todo município deve ter um Plano Diretor, este plano deve conter o planejamento com todas as diretrizes das áreas delimitadas para a preservação ambiental, regiões urbanizadas (limites territoriais dos bairros, por exemplo), zona rural do município e até regiões de interesse turístico. Além disso, o Plano Diretor deve conter informações sobre os padrões das casas, a saber: área mínima de fachada, número máximo de andares, tamanho dos quintais, normas para reformas, entre outros. Por exemplo, em edifi cações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional há maiores restrições legais de alterações de fachada. Em consonância com o Plano Diretor pode haver programas do município, como programas de arborização, programa de tratamento dos resíduos sólidos, programa de inclusão social etc. Estes programas não podem estar em contraposição com o Plano Diretor, ou seja, devem se basear em suas diretrizes para entrarem em vigor, mesmo sendo de segmentos distintos. 39 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 Por fi m, o mesmo município pode aprovar projetos que se encaixem nesse conjunto de plano e programas. Um projeto pode ser de educação ambiental nas escolas, ou de revitalização de um parque. Isto quer dizer que o projeto é algo aplicado de maneira específi ca e detalhada, fazendo parte de um contexto mais amplo. Aprendemos um pouco do contexto dos projetos, programas e planos e entendemos que um plano é bem mais geral, enquanto um projeto é muito específi co e deve apresentar objetivos e cronogramas claros. Mas existem também os portfólios, você já teve acesso a um? Suponhamos que você quer construir uma casa para sua família e vocês querem contratar um arquiteto para elaborar um projeto. Porém, como você nunca construiu uma casa antes, tem difi culdade em escolher este profi ssional. Então, entra em contato com os arquitetos da sua cidade e pede para eles mostrarem exemplos de trabalhos anteriores. Em outras palavras, você solicitou o portfólio de serviços destes profi ssionais, isto é, os projetos e programas dos quais cada arquiteto participou. A partir do portfólio você pode entender mais sobre o estilo de cada um dos arquitetos, os modelos de casas anteriores e até mesmo entender a qualidade do serviço que cada profi ssional oferece. Por exemplo, se o arquiteto possui um site com informações do escritório e equipe, um cartão de visitas bem feito e fotos e exemplos bem apresentáveis, você pode inferir que este profi ssional é organizado e preza pela qualidade. Já outro arquiteto que não tiver informações disponíveis ou não apresentar projeto fi nalizado pode ser questionado por você quanto à capacidade de entregar um projeto no prazo estabelecido. Além disso, o arquiteto deve estar ciente de todas as leis e diretrizes do Plano Diretor do município, lembra? E entender programas que possam eventualmente limitar ou estimular o uso do seu terreno. O projeto é algo aplicado de maneira específi ca e detalhada, fazendo parte de um contexto mais amplo. Atividades de Estudos: 1) Leia o texto e responda às questões sobre ele. Programa Rio Limpo é lançado em Blumenau Ação busca envolver toda a comunidade ambiental da cidade. [...] Inicia durante a semana do Dia Mundial da Água, promovido em 22 de março, o Programa Rio Limpo Começa na Nossa Casa. 40 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos A proposta consiste em despertar a consciência pela importância da preservação dos recursos hídricos, alertar sobre a necessária separação da água da chuva da ligação de esgoto e verifi car a regularidade das ligações domiciliares. Este trabalho será realizado por técnicos que estarão devidamente uniformizados, identifi cados e que terão acesso às dependências do imóvel. [...]. Selo “Amigo do Rio” Para aqueles que estiverem com as ligações de água de chuva e esgotamento sanitário executadas corretamente será entregue o selo de “Amigo do Rio”, valorizando as ações ambientalmente corretas. Nos casos em que seja preciso alguma adequação nas tubulações existentes, será emitido um documento com compromisso de prazo para regularização e as equipes técnicas do Programa darão todo suporte e orientações necessárias. “Desde 2010 até hoje, evoluímos de menos de 5% para mais de 33% de cobertura do serviço disponível em nossa cidade, o que signifi ca que cerca de 15 milhões de litros de esgoto retornam aos rios corretamente tratados diariamente. Fazermos agora nossa parte dentro das nossas casas é fundamental para garantir o melhor aproveitamento deste grande esforço pela cidade”, destaca Cleber Renato Virgínio da Silva, da Odebrecht Ambiental em Blumenau. O Programa Rio Limpo Começa na Nossa Casa é uma ação que busca envolver toda a comunidade ambiental da cidade e conta com o apoio da Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir), Fundação do Meio Ambiente de Blumenau (Faema), do Ministério Público de Santa Catarina, da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), da Caixa Econômica Federal, Prefeitura Municipal de Blumenau, Acaprena e unidade Blumenau da Odebrecht Ambiental. Fonte: <http://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/samae/samae/programa-rio-limpo- e-lancado-em-blumenau92>. Publicado em: 18 mar. 2016. Acesso em: 30 jun. 2016. Depois de ler o texto, tente responder às seguintes perguntas: 1) Você consegue identifi car a partir do texto os stakeholders do Programa Rio Limpo? ____________________________________________________ ____________________________________________________ 41 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Quais são os objetivos do Programa Rio Limpo? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Quais foram os resultados alcançados até março de 2016 quanto à oferta de serviço de coleta e tratamento de esgoto em Blumenau? ________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Você entendeu quais são as diferenças entre Plano, Programa, Projeto e Portfólio? O Quadro 4 reforça a diferença entre eles. Quadro 4 - diferenciação de plano, programa, projeto e portfólio Conceito Descrição Plano Documentos estratégicos e abrangentes que delimitam as diretrizes e sequên- cias de ações, os responsáveis e as principais providências a serem tomadas para atingir um objetivo global e metas de médio e longo prazo. Programa Um programa é um conjunto organizado de projetos, atividades e processos para se alcançar objetivos amplos. Projeto Reunião de esforços em tarefas multidisciplinares e integradas na busca de objetivos específi cos e sob condições de prazos e custos predeterminados (PA- TAH, 2004, p. 14). Portfólio Uma carteira de projetos que representam o conjunto de projetos e programas de um indivíduo, departamento ou organização. Fonte: A autora. 42 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Um ponto que deve ser considerado é que projetos, programas e portfólios não devem ser geridos da mesma maneira. De acordo com o Project Management Institute (2010), há diferenças na gestão do escopo, das mudanças, do planejamento, na gestão em si, no monitoramento e no sucesso de cada um deles. O Quadro 5 aponta como os elementos do projeto devem ser encarados de maneira mais particular, enquanto a gestão de programas e portfólios apresenta dimensões mais amplas e estratégicas para as organizações. Quadro 5 - Resumo comparativo de gerenciamento de projetos, programas e portfólios Elementos Projetos Programas Portfólios Escopo Projetos possuem objeti- vos defi nidos. O escopo é elabora- do progressivamente durante o ciclo de vida do projeto. Os programas possuem um escopo maior e fornecem benefícios mais signifi cativos. Os portfólios possuem um escopo de negó- cios que muda com os objetivos estratégicos da organização. Mudança Os gerentes de projetos esperam mudanças e implementam processos para manter as mu- danças gerenciadas e controladas. Os gerentes de pro- gramas devem esperar mudanças tanto de dentro como de fora do programa e estar prepa- rados para gerenciá-las. Os gerentes de portfólios monitoram continuamen- te as mudanças ocorri- das no ambiente mais amplo da organização. Planejamento Os gerentes de projetos elaboram progressiva- mente planos detalhados no decorrer do ciclo de vida do projeto a partir de informações de alto nível. Os gerentes de progra- mas desenvolvem o pla- no geral do programa e criam planos de alto nível para orientar o planeja- mento detalhado no nível dos componentes. Os gerentes de portfólios criam e mantêm comu- nicação e processos necessários ao portfólio global. Gerenciamento Os gerentes de projetos gerenciam a equipe do projeto para atender aos objetivos do projeto. Os gerentes de pro- gramas gerenciam a equipe do programa e os gerentes de projetos; eles proveem visão e liderança global. Os gerentes de portfó- lios podem gerenciar ou coordenar a equipe de gerenciamento de portfólios. Sucesso O sucesso é medido pela qualidade do produto e do projeto, pontualidade, conformidade orçamen- tária e grau de satisfação do cliente. O sucesso é medido pelo grau em que o programa atende às necessidades e aos benefícios para os quais foi executado. O sucesso é medido em termos do desempenho agregado dos componen- tes do portfólio. 43 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 Monitoramento Os gerentes de projetos monitoram e controlam o trabalho de elaboração dos produtos, serviços ou resultados para os quais o projeto foi realizado. Os gerentes de pro- gramas monitoram o progresso dos compo- nentes do programa para garantir que os objetivos, cronogramas, orçamento e benefícios globais do mesmo sejam atendidos. Os gerentes de portfólios monitoram o desempe- nho e os indicadores de valor agregado da carteira. Fonte: Project Management Institute (2010, p. 9). Ainda é válido destacar que os projetos são distintos de atividades rotineiras de uma organização, haja vista que o gerenciamento de projetos não envolve a gestão de operações. Em outras palavras, enquanto o gerenciamento de processos de negócios impacta atividades rotineiras da organização, tais como operações de produção, fabricação e contabilidade, o gerenciamento de projetos possui um cronograma defi nido com início, meio e fi m, além de objetivos específi cos. A Figura 4 mostra as diferenças entre um projeto e rotinas contínuas. Ainda é válido destacar que os projetos são distintos de atividades rotineiras de uma organização, Figura 4 – Comparação entre atividades rotineiras e atividades de projetos Fonte: Baseado em Keelling (2006, p. 5). Agora que você já entende a abrangência de um projeto, vamos falar sobre os principais elementos que o compõem. 44 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Elementos dos Projetos O número de elementos e a forma como estão organizados podem variar de projeto para projeto. Uma possível classifi cação dos projetos inclui o posicionamento conforme quatro dimensões, apresentadas no Quadro 6. Quadro 6 - Classifi cação dos projetos Dimensão Descrição Inovação Representa a incerteza da meta do projeto e/ou a incerteza no mercado. Tecnologia Representa a incerteza tecnológica. Complexidade Mede a complexidade do produto ou serviço, tarefa e organização. Ritmo Representa a urgência do projeto. Fonte: Adaptado de Marques Júnior e Plonski (2011). Apesar dos projetos poderem assumir classifi cações diferentes, sabe-se que, em geral, há pontos relevantes para o gerenciamento de projetos de qualquer área. Projetos altamente inovadores tendem a apresentar maiores desafi os para a gestão, justamente por evolver produtos, processos ou modelos novos. Por outro lado, a inovação pode se transformar em um fator que gera vantagem competitiva em relação aos concorrentes. O suporte tecnológico pode se basear em equipamentos, softwares e tecnologia necessária para desenvolver o projeto. Em algumas situações, é preciso criar novas tecnologias, em outras são necessárias adaptações e há também casos que utilizam tecnologia e softwares já difundidos e consolidados na organização. A complexidade do projeto pode se associar aos fatores inovação e tecnologia, bem como com a estrutura do projeto, número de envolvidos, orçamento e prazos. Por exemplo, preparar o Rio de Janeiro para as Olimpíadas em 2016 é altamente complexo, envolvendo vários setores e um prazo específi co, que não se pode alterar facilmente. Ainda, o ritmo do projeto envolve o tempo e os prazos estabelecidos, que podem necessitar de medidas urgentes e/ou outras mais fl exíveis. Pensando em uma escala de três pontos: baixa, média e alta, como você classifi caria o último projeto em que trabalhou? 45 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 Porém, agora que você já sabe o que é um projeto, o que seria o gerenciamento de projetos? Sabemos que projetos envolvem ferramentas como softwares, metodologias como a proposta pelo Project Management Institute e habilidades e conhecimento da equipe de projetos. Também estudamos que os projetos são orientados a objetivos específi cos. Assim, o gerenciamento dos projetos envolve a administração dos elementos envolvidos em um projeto determinado, sejam eles recursos humanos ou físicos. “O gerenciamento de projetos consiste na aplicação de conhecimento, competências, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, com vista ao cumprimento dos requisitos em pauta” (HELDMAN, 2006, p. 6). O PMBOK (2010) sugere seis componentes a serem gerenciados pela equipe de projetos de uma organização. São eles: 1. Escopo. 2. Qualidade. 3. Orçamento. 4. Recursos. 5.Cronograma. 6. Risco. Para entender melhor o que é cada um dos elementos do projeto, o Quadro 7 apresenta as defi nições de cada elemento crítico para o gerenciamento de um projeto em qualquer organização. O PMBOK (2010) sugere seis componentes a serem gerenciados pela equipe de projetos de uma organização. São eles: 1. Escopo. 2. Qualidade. 3. Orçamento. 4. Recursos. 5. Cronograma. 6. Risco. Quadro 7 - Elementos gerenciáveis dos projetos Elemento Defi nição Fonte Escopo O trabalho que deve ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado, com as características e funções especí- fi cas. PMI (2010, p. 429) Qualidade O grau com que um conjunto de características inerentes aten- de aos requisitos. PMI (2010, p. 440) Orçamento Estimativa aprovada para o projeto ou qualquer componente da estrutura analítica do projeto ou atividade do cronograma. PMI (2010, p. 437) 46 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Recursos Recursos humanos especializados (disciplinas específi cas, indi- vidualmente ou em grupos ou equipes), equipamentos, serviços, suprimentos, commodities, materiais, orçamentos ou fundos. PMI (2010, p. 441) Cronograma As datas planejadas para realizar as atividades do cronogra- ma e para atingir os marcos do cronograma (ponto ou evento signifi cativo no projeto). PMI (2010, p. 225) Risco Um evento ou condição incerta, que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo nos objetivos de um projeto. PMI (2010, p. 442) Fonte: A autora. A Figura 5 retrata de forma resumida os elementos que devem ser de interesse dos gestores de projetos. Figura 5 - Elementos relevantes no gerenciamento de projetos Fonte: A autora. Agora que já sabemos quais são os principais elementos de um projeto, o gerenciamento deles pode ser benefi ciado. Lembre-se de que alguns projetos podem possuir outros elementos críticos além dos que aprendemos, e que um projeto bem gerido pode seguir um modelo ou metodologia específi co da sua organização. Modelo Geral de Gerenciamento de Projetos O gerenciamento de projetos depende de métodos, pacotes de ferramentas e modelos de projetos. Assim, o gerenciamento de projetos é determinado pela aplicação de processos estruturados de maneira repetida e contínua por uma organização para a gestão de seus negócios. Com isso, o gerenciamento de 47 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 projetos depende de práticas e técnicas padronizadas (PATAH; CARVALHO, 2012). Tais técnicas podem fazer parte da experiência individual e aplicações de conhecimento de um gestor, ou, de outra forma, podem seguir exigências e práticas já estabelecidas em uma empresa. Tendo em vista a particularidade dos projetos, há também, na atualidade, vários modelos e métodos de gerenciamento. Os métodos mais difundidos foram propostos por institutos e associações dedicados ao estudo de projetos. (PATAH; CARVALHO, 2012). O Quadro 7 condensa métodos aplicados mundialmente. Quadro 7 - Principais associações de gerenciamento de projetos e seus conjuntos de métodos Instituto Conjunto de Métodos País de origem Foco da metodologia Project Management Institute (PMI) Project Management Body of Knowledge (PMBOK) Estados Unidos Gestão geral de projetos International Project Management Association (IPMA) ICB – IPMA Competence Baseline União Europeia Gestão geral de projetos Australian Institute of Project Management (AIPM) AIPM – Professional Compe- tency Standards for Project Management Austrália Gestão geral de projetos Association for Project Management (APM) APM Body of Knowledge Reino Unido Gestão geral de projetos Offi ce of Government Commerce (OGC) Project in Controlled Envirnon- ments (Prince 2) Reino Unido Gestão de Projetos de Sistemas de Informação Japan Project Manage- ment Forum ENAA Model Form – Interna- tional Contract for Process Plant Construction Japão Gestão de Projetos de Construções Fonte: Patah e Carvalho (2012, p. 183). O Quadro 7 demonstra que há diferenças nas metodologias conforme o país de origem do Instituto e a natureza do projeto em que se aplica a metodologia. Não existe um melhor modelo ou método ideal para todos os projetos, contudo, as metodologias podem contribuir para o estabelecimento de um padrão ou técnica. Assim, a literatura pode guiar os responsáveis pelos projetos a manterem o foco nos aspectos essenciais dos projetos. Como vimos, gerenciar os elementos escopo, qualidade, orçamento, recursos, cronograma e riscos pode afetar diretamente o objetivo-fi m do projeto, bem como o planejamento e a estratégia empresarial. Uma dica é saber as características dos métodos de gerenciamento de projetos a fi m de aplicá-los da melhor maneira para sua área de atuação. No Não existe um melhor modelo ou método ideal para todos os projetos, contudo, as metodologias podem contribuir para o estabelecimento de um padrão ou técnica. 48 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos Brasil, o Project Managemet Institute é uma das instituições mais reconhecidas pelo mercado. Nesse sentido, aprofundaremos nosso conhecimento sobre o Guia PMBOK no Capítulo 5. Não obstante, o Quadro 8 detalha as diferenças entre cada um dos principais métodos de gerenciamento de projetos existentes no mundo. Quadro 8 - Características dos métodos de gerenciamento de projetos Conjunto de métodos Características Diferenças entre os demais Project Management Body of Knowledge (PMBOK) Conjunto de métodos desenvolvido para diversos tipos de projetos, sendo, portanto, bastante genérico. Estruturado por áreas de conhecimento de um projeto. É complementado por dois conjuntos de métodos adicio- nais: Programa e Portfólio. ICB – IPMA Compe- tence Baseline Estruturado por competências que o projeto necessita desenvolver, divididas em: contextuais, comportamentais e técnicas. Juntamente com a norma australiana, apresenta um grau de profundidade bem maior que os demais métodos nos aspectos humanos da fi gura do gerente do projeto. AIPM – Professional Competency Stan- dards for Project Management Este documento, publicado pelo Instituto Australiano de Projetos, é bastante similar em sua estrutura ao PMBOK, dividido por áreas de conhecimento. Também possui um enfoque mais profundo nas habilidades humanas. APM Body of Know- ledge Um dos mais completos conjuntos de métodos, este documento apresenta conteúdos relacionados a projetos, valor, escritório de projetos e aspectos estratégicos da gestão de projetos. É o mais abrangente do con- junto de métodos. Project in Controlled Environments (Prince 2) Conjunto de métodos estruturado por etapas de um projeto e nas atividades a serem conduzidas pela equipe de gestão. Conjunto de métodos mais voltado para projetos de tecno- logia da informação. ENAA Model Form – International Contract for Process Plant Construction O documento tem um enfoque muito grande nos aspectos contratuais de um projeto. O foco desse conjunto de métodos são projetos de cons- trução em engenharia. Fonte: Patah e Carvalho (2012, p. 184). Os métodos de gerenciamento de projetos destacam elementos, processos e fases dos projetos em suas metodologias. Aprofundaremos os processos e as fases do ciclo de vida do projeto no capítulo seguinte. Basicamente, vimos que não existe um modelo único de gerenciamento de projetos, apesar de algumas técnicas serem mais conhecidas e difundidas do que outras. O uso de um modelo ou conjunto de técnicas pode contribuir para o sucesso de um projeto justamente por auxiliar na sua formalização e no planejamento das atividades. Porém, haja vista que estamos imersos em 49 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 um contexto de risco e de incertezas, utilizar um modelo não garante um bom desempenho para organizações. Mas, afi nal, o que é necessário para que um projeto sejabem-sucedido? O Sucesso dos Projetos O sucesso em projetos é usualmente defi nido como cumprir os objetivos de tempo, qualidade e custos, bem como satisfazer os stakeholders do projeto (PATAH; CARVALHO, 2012). Contudo, para verifi car essas questões, em geral é preciso que o projeto já tenha sido fi nalizado. Um projeto é concluído quando: a) suas metas foram alcançadas; b) quando estiver decidido que o projeto não é mais viável. (HELDMAN, 2006) É possível avaliar um projeto sem que ele tenha terminado? Há duas maneiras de se avaliar o sucesso do projeto. A primeira é o critério do sucesso em si, e para tanto é necessário que tenha terminado (MARQUES JÚNIOR; PLONSKI, 2011). Muitas vezes, será necessário envolver os stakeholders para tal avaliação, que podem, inclusive, ter percepções distintas sobre o sucesso de um mesmo projeto. A segunda é o desempenho do projeto, o qual pode ser medido durante a sua execução (MARQUES JÚNIOR; PLONSKI, 2011). Contudo, para se medir o desempenho é necessário um conjunto de métricas (pacote de medidas e indicadores) que buscam avaliar o projeto com acurácia. Em outras palavras, é possível avaliar o projeto de acordo com a gestão dos elementos que o compõem. Por exemplo, o gestor de projetos pode avaliar o projeto com as seguintes refl exões: 1. O escopo defi nido do projeto corresponde à realidade? As metas e objetivos estão sendo alcançados? 2. A qualidade do projeto atende aos requisitos estabelecidos? 3. O orçamento do projeto está em conformidade com o que foi planejado? 4. Os recursos estão em conformidade com o que foi planejado? 5. O cronograma está sendo seguido conforme os prazos estabelecidos? 50 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos 6. Os riscos estão sendo minimizados ou mitigados? Algum risco inviabiliza a continuidade do projeto? Assim, o gerenciamento de projetos envolve refl exões e decisões complexas sobre os elementos dos projetos. Nesse sentido, controlar e monitorar as atividades dos projetos pode contribuir para o desempenho e, consequentemente, para o sucesso deles. Eventualmente, algumas ações não terão sido pré- planejadas e a equipe de projetos precisará de fl exibilidade e de capacidade de adaptação para atingir os objetivos determinados. “A capacidade de executar projetos com sucesso leva à consecução dos benefícios esperados e dos objetivos da empresa. As organizações que executam projetos com sucesso empregam práticas efi cazes de gerenciamento de projetos como uma ferramenta de geração de mudanças” (PCW, 2012, p. 7). Dado o impacto estratégico que os projetos têm sobre os negócios, as organizações devem manter processos efi cazes de gerenciamento de projetos que capitalizem a inovação, monitorem progresso, valor e riscos e confi rmem que os projetos certos podem cooperar com a estratégia organizacional. Vimos que um projeto bem-sucedido precisa atender ou superar as expectativas dos clientes. Mas o que pode interferir para que um projeto não atinja suas metas? De acordo com uma pesquisa do PMO Survey (2010), profi ssionais de empresas brasileiras indicaram as principais fontes de insucesso de projetos, representadas no Gráfi co 1. “A capacidade de executar projetos com sucesso leva à consecução dos benefícios esperados e dos objetivos da empresa. As organizações que executam projetos com sucesso empregam práticas efi cazes de gerenciamento de projetos como uma ferramenta de geração de mudanças” (PCW, 2012, p. 7). Gráfi co 1 - Fontes de insucesso dos projetos Fonte: Adaptado de: PMO Survey (2010). Disponível em: <http://www.mp.go.gov.br/ portalweb/hp/33/docs/benchmarking_gp_2010_geral.pdf>, p. 77. Acesso em: 21 jun. 2016. 51 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 Assim, conforme o Gráfi co 1, as questões culturais são uma das maiores ameaças à gestão de um projeto. Em outras palavras, tanto a cultura individual quanto a cultura organizacional devem ser respeitadas, devendo ser observadas e geridas com cuidado pela equipe de projetos. Além disso, problemas de falta de recursos (fi nanceiros, humanos e conhecimento) também podem acarretar no insucesso dos projetos, merecendo atenção dos gestores. Assim, de maneira geral, falhas no gerenciamento dos principais elementos podem afetar o sucesso de um projeto: • Escopo mal defi nido. • Qualidade dos produtos/serviços deixou a desejar. • Carência ou mau uso de recursos. • Falhas no orçamento do projeto. • Análise indevida dos riscos. • Problemas na gestão do cronograma. Agora veremos alguns casos reais de empresas que desenvolveram projetos. Cada caso é de um setor específi co e apresenta resultados diferentes. Estude os três casos devidamente para fazermos uma atividade ao fi nal do capítulo. Cases a) Case 1 – Viaduto em Belo Horizonte, MG Um case de projeto muito malsucedido foi a construção de um viaduto em Belo Horizonte como parte do programa de Mobilidade Urbana para a Copa do Mundo. O viaduto desabou antes de ser inaugurado e dezenove pessoas foram indiciadas pela morte de duas pessoas decorrentes do desabamento. O Leo mostra uma reportagem que apresenta o triste caso. Viaduto desaba e deixa pelo menos dois mortos em Belo Horizonte Estrutura, que ainda estava sendo levantada, atingiu diversos veículos, incluindo um ônibus. Número de feridos já chega a 23. Pelo menos duas pessoas morreram ao serem atingidas por escombros de um viaduto que desabou no meio da tarde desta quinta-feira (3) em Belo Horizonte. A estrutura que caiu passa por 52 Tópicos Essenciais em Gestão de Projetos cima da Avenida Pedro 1º, uma das mais movimentadas da cidade e que liga o Aeroporto de Confi ns à região do Estádio do Mineirão. Na próxima terça-feira (8) o estádio sediará uma das semifi nais da Copa do Mundo. A construção do viaduto, que ainda não havia sido inaugurado, faz parte das obras do Move, nome dado ao BRT (Bus Rapid Transit) na cidade. Os trabalhos pertencem à Meta 2 das obras de mobilidade urbana da Copa em BH, responsável pelo alargamento da Avenida Pedro I. Além de direcionado ao Mineirão e ao Aeroporto de Confi ns, o tráfego da via também leva ao Complexo Arquitetônico da Pampulha e à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) campus Pampulha. A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura não soube informar o valor destinado para a elevação do viaduto. O Portal da Transparência da Copa do Mundo também não disponibiliza os custos exigidos especifi camente para esta obra. O total destinado às quatro metas do conjunto foi de R$ 713,4 milhões. O desabamento de um viaduto na capital mineira foi causado “certamente” por um erro “de projeto ou construção”, disse o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Fonte: Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/ viaduto-desaba-e-deixa-pelo-menos-dois-mortos-em-belo-horizonte- eafd4w2sb0dzbissxahv0lt8u>. Publicado em: 3 jul. 2014. Acesso em: 22 jun. 2016. b) Case 2 – Gestão de projetos e uso de software em uma organização No case 2, uma empresa brasileira conta como utiliza a gestão de projetos por meio de um software. Acesse o case por meio do link: Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=y1GxPT0Ixyg>. 53 MODELO GERAL PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Capítulo 2 c) Case 3 – Toyota Celica no Campeonato Mundial de Rali Finalmente, o case 3 apresenta como um projeto pode gerar competitividade de um produto e empresa mediante seus concorrentes. Toyota Celica GT-Four marcou época no WRC com quatro títulos de pilotos Um dos campos de testes mais severos do automobilismo é o Campeonato Mundial de Rali (WRC). E uma peculiaridade da modalidade é que de tempos em tempos uma marca descobre o “caminho das pedras” com um projeto bem-sucedido e domina a competição por várias temporadas. Se, hoje, Volkswagen e Hyundai se engalfi nham pela soberania da categoria, entre meados da década
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