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As Funções das Moedas no Mundo Globalizado

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As Funções das Moedas no Mundo Globalizado 
A moeda-mercadoria facilitou as trocas 
porque viabilizou as vendas, 
independentemente de o comprador ter 
um bem que interessasse ao vendedor. No 
entanto, a maior parte das moedas-
mercadorias continuava trazendo algumas 
dificuldades de mercado, pois elas não 
tinham características que são desejáveis 
para qualquer moeda. Podemos ver essas 
características: 
1- Aceitabilidade: A moeda deve 
ser aceita pela maioria das 
pessoas. 
2- Homogeneidade (Qualidade 
Padronizada): Moedas de igual 
valor devem ser idênticas. 
3- Divisibilidade: A moeda deve 
poder ser fracionada ou 
ampliada em diversos valores 
para facilitar as trocas. 
4- Indestrutibilidade: A moeda 
não pode se deteriorar à 
medida que é 
usada/manuseada. 
5- Facilidade de manuseio e 
transporte: Portar/carregar a 
moeda deve ser uma tarefa 
simples. 
6- Transferibilidade: A moeda 
deve ser facilmente transferível 
de uma pessoa para outra (ou 
seja, ela não deve trazer marcas 
que identifiquem o seu 
possuidor). 
Surge a moeda metálica (processo chamado 
de metalismo) para facilitar a vida das 
pessoas e das empresas. 
Os metais foram os elementos que mais 
traziam consigo as características 
(qualidades) buscadas nas moedas, por isso 
eles passaram a ser utilizados como moeda. 
Inicialmente, os metais eram pesados para 
a determinação do seu valor, mas isso logo 
foi alterado com a cunhagem (impressão na 
moeda do seu valor). Cobre, bronze, ferro, 
prata e ouro foram utilizados na produção 
da moeda metálica. 
As moedas metálicas começaram a trazer 
dificuldades de transporte internacional (já 
que os países começavam a se relacionar 
mais comercialmente), tanto pelo peso da 
moeda como pelo risco de roubo. 
 Assim, os comerciantes da época passaram 
a recorrer às casas de custódia (instituições 
equiparadas aos bancos comerciais que 
temos hoje em dia) para guardarem suas 
moedas metálicas. A coisa funcionava da 
seguinte maneira: quando o dono da moeda 
metálica deixava seu recurso financeiro 
guardado no banco, ele recebia um papel 
conhecido como certificado de depósito 
(que a pessoa tinha de levar de volta ao 
banco para conseguir “sacar” sua moeda 
metálica). Assim, por comodidade e 
segurança, os proprietários do certificado 
de depósito começaram a usá-los (no lugar 
da moeda metálica) para a compra de 
mercadorias (ou seja, o dono do certificado 
de depósito o repassava para outra pessoa, 
e essa segunda pessoa poderia sacar aquele 
valor em moeda metálica na casa de 
custódia). Surge, assim, um novo tipo de 
moeda: a moeda-papel. Essa moeda-papel 
era totalmente conversível (100% 
lastreada) em moeda metálica, pois, para 
isso, bastava ao proprietário do certificado 
bancário apresentá-lo ao banco. 
Ao longo do tempo, o lastro tornou-se 
menor do que 100% (os donos das casas de 
custódia perceberam que nem todos os 
detentores dos certificados de depósitos 
reconvertiam o certificado em moeda 
metálica ao mesmo tempo, o que trouxe a 
possibilidade para os “banqueiros” 
emitirem empréstimos, com certificados 
sem lastro), até que o sistema monetário 
evoluiu para a criação do papel-moeda (ou 
moeda fiduciária), em que as notas 
bancárias não tinham lastro algum. 
O poder público (governo) ficou 
preocupado com essa falta de lastro do 
papel-moeda e passou a regulamentar o 
poder de emissão das notas bancárias 
(papel-moeda), confiando a uma única 
instituição o direito a essa tarefa, fazendo 
surgir os primeiros Bancos Centrais. Assim, 
o papel-moeda passou a ser aceito por força 
de lei, denominando-se moeda de curso 
forçado. 
Novas características da moeda que são 
atreladas ao papel-moeda: 
• Inconversibilidade Absoluta: Não 
há garantia de conversibilidade do 
papel-moeda em nenhum metal 
(ou outra mercadoria). 
• Inexistência de lastro metálico: A 
quantidade de papel-moeda que é 
impressa não tem um valor 
correspondente guardado em ouro 
• Monopólio estatal de emissão 
Apenas: o governo do país pode 
emitir sua moeda oficial. 
A moeda continuou evoluindo, e o 
crescimento dos bancos comerciais trouxe 
outro tipo de moeda: a moeda escritural 
(também chamada de moeda bancária). 
A moeda escritural recebe esse nome 
porque só existe na escrita (registro) 
contábil dos bancos (lançamentos de 
débitos e créditos bancários), não tendo 
uma existência física (em cédula impressa). 
• Criada pelos bancos comerciais, 
essa moeda corresponde aos 
recursos que os clientes depositam 
nas instituições financeiras, e sua 
movimentação é feita por cheques 
ou ordens de pagamentos 
(transferência entre contas, DOCs 
bancários, etc.). 
Assimile Os bancos comerciais podem criar 
moeda escritural, no processo chamado 
multiplicador bancário. Portanto, os bancos 
comerciais conseguem aumentar a oferta 
de moeda (meios de pagamentos) num país. 
Assim, ao fazer política monetária, o 
governo precisará de instrumentos para 
controlar a criação de moeda escritural feita 
nos bancos comerciais, a fim de realizar 
política monetária. 
Hoje em dia, estão aparecendo formas 
modernas de movimentação de recursos, as 
chamadas moedas eletrônicas (ou e-cash). 
Elas não são exatamente moedas, sendo 
apenas novas formas de viabilização de 
pagamentos e recebimentos. Essa moeda 
eletrônica vai muito além dos cartões de 
crédito. Os smart cards são cartões de 
plástico (como os cartões de crédito) com 
um chip (microprocessador) embutido que 
permitem um pré-pagamento de valores 
para a aquisição de bens e serviços. Eles 
podem utilizar uma tecnologia que 
necessite de contato para finalizar o 
processo (como acontece com os cartões de 
vale-refeição, em que o cartão precisa ser 
inserido num leitor), ou sem contato (como 
acontece com os Vales-Pedágio (como o 
“Sem Parar” nas estradas), em que a 
aproximação do cartão transmite as 
informações por antena a um receptor, para 
que haja a abertura da cancela, liberando a 
passagem do veículo). 
Existem 3 funções clássicas da moeda, 
mas podemos ampliar essa visão com 
outras 3 funções: 
• Meio de troca (ou circulação): 
Acontece quando o comprador 
passa moeda ao vendedor ao 
comprar um bem/serviço. Quando 
entra em uma padaria, por 
exemplo, você está confiante que o 
local vai aceitar sua moeda em 
troca dos itens que são vendidos ali. 
• Unidade de conta: É um padrão de 
medida que todos na economia 
usam para anunciar preços. Se um 
suco custa R$ 5,00 e uma bolacha 
custa R$ 2,50, é correto dizer que o 
suco custa 2 bolachas, mas não 
fazemos dessa forma, pois usamos 
a moeda (e não a bolacha) como 
unidade de precificação. 
• Reserva de valor: Se não houver 
inflação, a moeda pode ser 
acumulada para a compra de um 
bem/serviço no futuro. Assim, 
quando um vendedor aceita moeda 
no presente, ele pode ficar com a 
moeda e tornar-se um comprador 
no futuro. 
Funções ampliadas da Moeda 
 
• Padrão de Pagamento Diferido: A 
palavra diferido significa adiado, 
prorrogado. Assim, a moeda é 
usada para facilitar os 
pagamentos/recebimentos ao 
longo do tempo. Essa função, faz a 
moeda viabilizar o crédito e os 
adiantamentos financeiros. Dessa 
forma, quando uma pessoa compra 
uma mercadoria para pagá-la no 
futuro, ela utilizará a moeda para 
cumprir com esse acordo. 
• Liberatória: A moeda tem a 
capacidade de liberar (por isso o 
termo liberatório) um devedor de 
uma situação passiva (o Estado 
garante isso), ou seja, quando 
alguém tem uma dívida e quita esse 
compromisso financeiro com a 
moeda, a pessoa fica livre da 
situação de devedora, em termos 
jurídicos. 
• Instrumento de Poder: A moeda 
traz poder para o seu possuidor, ou 
seja, quem tem muito dinheiro 
acaba por ter poder, e quem tem 
poder almeja muito dinheiro. Esse 
poder não fica restrito apenas à 
área econômica, mas pode atingir 
também as esferas política e social.Referência: Microeconomia - Vaine 
Fermoseli Vilga e Maria de Fátima Gimenes 
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