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SUICÍDIO Suicídio: ato deliberado, executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de modo consciente, intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal - Independente do paciente estar bem ou não, todo paciente bipolar/depressão perguntar sobre suicídio Funções do suicídio Clínica do suicídio Função instrumental: usar o comportamento suicida com a intenção de resolver um problema: matar a si mesmo seria um instrumento de solução para o sofrimento emocional incalculável de dor emocional Função expressiva: significa que há um valor de comunicação para o ato de tentativa suicida ou de falar para outros sobre suicídio. A expressão tem um propósito: a tentativa para receber ajuda lícita, para receber a compreensão de outros ou para ativar o suporte familiar e social Fatores de risco: Demográficos, diagnósticos, histórico psiquiátrico e psicológico Demográficos Adulto jovem Sexo masculino (75%) Desempregado Solteiro Ambiente desfavorável (p. ex., perdas de parceiros, financeiras, de emprego) Diagnósticos: Transtornos psiquiátricos: depressão, ansiedade, uso de substâncias Comorbidade com doença clínica => desesperança, perda dos papéis sociais Histórico psiquiátrico Tentativas prévias Histórico familiar de suicídio Histórico de absusos físicos e sexuais Exposição ao comportamento suicida de um amigo ou familiar próximo Psicológicos Desesperança Cognições relacionadas com o suicídio Maior impulsividade Déficits na resolução de problemas Perfeccionismo (perfeccionismo socialmente prescrito) Desesperança: a crença de que nenhuma ação pode salvar o paciente do sofrimento Estadiamento do suicídio Suicídio completo Tentativa de suicídio Planejamento suicida Ideação suicida Comportamento parassuicida Investigação do risco Alívio, acolhimento e valor ao paciente, fortalecendo a aliança terapêutica Identificação e tratamento prévio de transtornos psiquiátricos existentes O tema deve ser abordado com cautela, de maneira gradual Estratégia de triagem: Você tem planos para o futuro? A vida vale a pena ser vivida? Se a morte viesse, ela seria bem-vinda? Você está pensando em se machucar/se ferir/fazer mal a si mesmo/morrer? Você tem algum plano específico para morrer/se matar/tirar sua vida? Você fez alguma tentativa de suicídio recentemente? Investigação do risco · Há meios acessíveis para cometer suicídio (armas, andar de casa/prédio onde mora, remédios ou inseticidas)? · Qual é a letalidade do plano e qual é a concepção da letalidade pelo paciente? Qual é a probabilidade de resgate ou como foi o resgate? · Alguma preparação foi feita (carta, testamento ou acúmulo de comprimidos)? · Quão próximo o paciente esteve de completar o suicídio? O paciente praticou anteriormente o ato suicida? · O paciente tem habilidade de controlar seus impulsos? · Há fatores estressantes recentes que tenham piorado as habilidades de lidar com as dificuldades ou de participar no plano de tratamento? · Há fatores protetores? Quais são os motivos para o paciente se manter vivo? Qual é a visão do paciente sobre o futuro? Investigação do risco e manejo Baixo risco: pensamentos suicidas sem planejamento · escuta acolhedora para compreensão e amenização de sofrimento; · facilitar a vinculação do sujeito ao suporte e à ajuda possível a seu redor – social e institucional; · Iniciar o tratamento de possível transtorno psiquiátrico. Médio risco: pensamentos suicidas com planejamento, sem intenção iminente · total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio · escuta terapêutica · realização de contrato terapêutico de “não suicídio” · investimento nos possíveis fatores protetivos do suicídio · família e amigos do paciente como parceiros no acompanhamento do indivíduo · Convém encaminhar o paciente para o serviço de psiquiatria Alto risco: pensamentos suicidas com planejamento, com intenção iminente Ex. tentativa recente com intenção mantida; várias tentativas em curto espaço de tempo · Nunca deixar a pessoa desacompanhada · total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio · realização de contrato terapêutico de “não suicídio” · família e amigos do paciente como parceiros no acompanhamento do indivíduo · Convém encaminhar o paciente para o serviço de psiquiatria de urgência Fazer orientações aos cuidadores: · Vigilância 24 horas · Itens que podem causar danos (facas, instrumentos pontiagudos, remédios, cintos, cordas) devem ser retirados · Portas, inclusive do banheiro, não devem ser trancadas · Medicações devem ser administrada por um cuidador, paciente não deve ter acesso Avaliação de tentativa de suicídio Método violento vs. não violento Grau de impulsividade Planejamento Danos médicos · Possibilidade de escape da tentativa Grave: necessidade de intervenção médica ou cirúrgica para evitar sequelas · Quanto maior a gravidade => maior o risco de nova tentativa Tratamento farmacológico · Tratamento das comorbidades (ansiedade, depressão, impulsividade, substâncias) · Carbonato de Lítio e Clozapina Outras emergências psiquiátricas Agitação psicomotora Comportamentos motores e/ou verbais aumentados e inadequados, acompanhados de excitação psíquica e elevação das respostas a estímulos. Está associada a risco para a integridade física do indivíduo, de pessoas próximas ou até mesmo da equipe de saúde Atenção: sinais de agressão iminente, como contato visual prolongado, aumento do volume da voz, face e postura ameaçadoras, ameaças verbais e movimentos súbitos Manejo · manejo verbal e comportamental (descalonar a agitação) · contenção farmacológica oferecer tranquilização rápida sem sedação excessiva: · contenção física: equipe treinada, 5 pessoas, membros + abdominal Agitação psicomotora Haloperidol 5mg VO ou IM a cada 30mim até 20mg/dia (até mais se monitorar) + Prometazina 25mg VO ou IM até 50mg/dia EC: parkinsonismo, acatisia, distonia aguda, alargamento de QTc, hipotensão postural e risco de síndrome neuroléptica maligna Clorpromazina 25 a 50mg VO (a cada 1 a 4 horas) Olanzapina 10mg VO (a cada 2 horas) até 40mg/dia Risperidona 2mg VO (a cada 2 horas) até 8mg/dia Lorazepam 2mg VO (a cada 2 horas) até 12mg/dia Midazolam 15mg IM (repetir em 1 hora) até 30mg/dia Síndrome neuroléptica maligna Rigidez muscular (podendo ocorrer rabdomiólise), hipertermia, disautonomia e hipermetabolismo (aumento de PA, FC e FR) e alteração do nível de consciência. Exames laboratoriais: aumento de CPK (geralmente mais de 1.000 UI/L), mioglobina, leucócitos (10 a 40 mil/mm3) e enzimas hepáticas. Evolução: 24 a 72 horas, nas duas primeiras semanas de início, troca ou aumento de dose do agente antidopaminérgico. Também pode correr na retirada Tratamento: descontinuação do fármaco, hidratação vigorosa EV, redução da temperatura, alcalinização da urina e medidas de suporte clínico; Bromocriptina e Amantadina; Relaxantes musculares, como dantroleno EV Síndrome serotoninérgica Tremor, rigidez muscular, mioclonias, clonias, hiper-reflexia, alteração do nível de consciência, hipertermia, instabilidade autonômica, diarreia e vômitos. Aumento da atividade serotoninérgica no SNC e SNP e, portanto, relaciona-se ao uso combinado de agentes serotoninérgicos ou intoxicação Tratamento Descontinuação do fármaco serotoninérgico, hidratação EV rigorosa, correção de distúrbios hidreletrolíticos e suporte clínico; Ciproeptadina ou Clorpromazina
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