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Apostila - APH Bombeiro Civil PDF (Adriano TST)-1

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RINALDO ADRIANO 
Téc. Em Segurança do Trabalho 
SRTE/PE – 3791 
Alpinista Nível 1 N° ANEAC: 01887 
Bombeiro Civil - NÍVEL 2 
Instrutor de APH Credenciado 
SIBOCIPE N°1127 / 2017 
Whatsapp: 81-98506-2628 
FACE: ADRIANO TST 
Email: adriano.tst.bombeiro@gmail.com 
 
 
 
 
 
2 
 
ÍNDICE 
 
1. INTRODUÇÃO; 
2. HISTÓRICO DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR; 
3. AVALIAÇÃO GERAL DO ACIDENTADO E DO LOCAL DO 
ACIDENTE; 
4. BIOSSEGURANÇA; 
5. COLAR CERVICAL; 
6. CINEMÁTICA DO TRAUMA; 
7. KED; 
8. SINAIS VITAIS; 
9. LESÕES TRAUMÁTICAS; 
10. FRATURA E LUXAÇÃO; 
11. ENTORSE; 
12. QUEIMADURAS; 
13. TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE); 
14. TRAUMATISMOS RAQUE MEDULARES (TRM); 
15. TRAUMA DE TÓRAX; 
16. TRAUMA DE ABDOME; 
17. CONTENÇÃO DE HEMORRAGIAS E PREVENÇÃO DO 
ESTADO DE CHOQUE; 
18. DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS; 
19. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (ENTREVISTA, SSVV, EXAME 
FÍSICO COMPLETO, GLASGOW); 
20. ROLAMENTOS 90º E 180º E COLOCAÇÃO DA VÍTIMA NA 
PRANCHA LONGA; 
21. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA; 
22. REANIMAÇÃO CÁRDIO-RESPIRATÓRIA CEREBRAL (RCRC); 
23. IMOBILIZAÇÔES; 
24. FERIMENTOS E CURATIVOS. 
 
 
15/01/2019
X
Rinaldo Adriano
Instrutor 
 
 
 
 
 
 
3 
 
APH 
ATENDIMENTO PRÉ 
HOSPITALAR 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atendimento Pré-hospitalar (APH) é o atendimento prestado por equipe de saúde 
especializada em situações de urgência e emergência, em eventos ocorridos fora do 
hospital (extra-hospitalares) realizado nas vítimas de trauma, mal súbito 
(emergências cardiológicas, neurológicas, respiratórias) e distúrbios psiquiátricos, 
visando a sua estabilização clínica, evitando a internação hospitalar. 
 
DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA EXISTEM DOIS 
TIPOS DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR, O FIXO E O MÓVEL 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA Nº 2048, DE 5 DE 
NOVEMBRO DE 2002 
 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR FIXO 
 
O Fixo está dividido em dois tipos: 
 
1°. UNIDADE DE URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À 
SAÚDE E O PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: 
 As atribuições e prerrogativas das unidades básicas de saúde e das unidades de 
saúde da família em relação ao acolhimento/atendimento das urgências de baixa 
gravidade/complexidade devem ser desempenhadas por todos os municípios 
brasileiros, independentemente de estarem qualificados para atenção básica (PAB) 
ou básica ampliada (PABA). 
 
2°. UNIDADES NÃO-HOSPITALARES DE ATENDIMENTO ÀS 
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS: 
Estas unidades, que devem funcionar nas 24 horas do dia, devem estar habilitadas 
a prestar assistência correspondente ao primeiro nível de assistência da média 
complexidade (M1). Pelas suas características e importância assistencial, os 
gestores devem desenvolver esforços no sentido de que cada município sede de 
módulo assistencial disponha de, pelo menos uma, destas Unidades, garantindo, 
assim, assistência às urgências com observação até 24 horas para sua própria 
população ou para um agrupamento de municípios para os quais seja referência. 
 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL 
 
O Móvel também esta dividido em dois tipos: 
 
1°. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL PRIMÁRIO: 
 
4 
 
Quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão. 
 
2°. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL SECUNDÁRIO: 
Quando a solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha 
recebido o primeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência 
apresentado, mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade 
para a continuidade do tratamento. 
 
HISTÓRICO DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
 
O atendimento às emergências/urgências ocorre desde o período das grandes 
guerras, mais precisamente no século XVIII, período napoleônico; 
Neste período, os soldados feridos em campo de batalha eram transportados em 
carroças com tração animal, para serem atendidos por médicos, longe dos conflitos. 
 
Em 1792, o cirurgião e chefe militar Dominique Larrey, começa a "dar os cuidados 
iniciais", a soldados feridos, no próprio campo de batalha; 
 
Em 1863 formação da Cruz Vermelha Internacional, atuação destacada nas 
Guerras Mundiais do século XX. 
 
Os combatentes receberam treinamento de primeiros socorros a fim de prestar 
atendimento a seus colegas logo após a ocorrência de uma lesão no campo de 
batalha e durante o transporte até o hospital de guerra. 
 
Em 1965, na França surgem os Serviços de Atendimento Médico de 
Urgência (SAMU); 
 
Os SAMU, inicialmente centrados nos atendimentos de estrada, se estende a área 
urbana– Necessidade de organização e coordenação médica- Princípio de Regulação 
médica; 
 
Os atendimentos são realizados por equipe muldisciplinar, porém centrado no 
médico; 
 
A atuação do SAMU é conjunta com o Serviço de Segurança Pública, realizada pelo 
Corpo de Bombeiros, para ações de resgate. 
 
Em 1960, surgem os paramédicos norte-americanos (Categoria profissional 
classificada em nível Básico, intermediário e avançado) p/ atender as emergências 
pré-Hospitalar; 
Em julho de 1856, criado e organizado o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte 
sob a jurisdição do Ministério da Justiça - Serviço de Extinção de Incêndios; 
 
Em 1899, o Corpo de Bombeiros da mesma localidade punha em ação a primeira 
ambulância (de tração animal) para realizar o referido atendimento; 
 
Em 1º de junho de 1913, uma nova era que se inicia no Corpo de Bombeiros, é a era 
da tração mecânica. O galopar dos cavalos, seria gradativamente, substituído nas 
ruas da cidade, pelo ronco possante dos motores dos carros dos Bombeiros. 
 
 
5 
 
Em 1950, instalou-se em São Paulo o SAMDU Serviço de Assistência Médica 
Domiciliar de Urgência; 
 
A atividade de atendimento pré-hospitalar passou a ser diversificada de caráter 
público e/ou privado. 
 
Em 1976, o governo do estado de São Paulo implantou o Sistema de Ajuda ao 
Usuário nas rodovias, o DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) com serviço de 
Atendimento de Primeiros Socorros, com ambulância e profissionais de nível médio, 
controlados por médicos à distância. 
 
Em 1966 extinguiu o SAMDU por Decreto Lei; 
A atividade de atendimento pré-hospitalar passou a ser diversificada de caráter 
público e/ou privado. 
 
Em 1976, o governo do estado de São Paulo implantou o Sistema de Ajuda ao 
Usuário nas rodovias, o DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) com serviço de 
Atendimento de Primeiros Socorros, com ambulância e profissionais de nível médio, 
controlados por médicos à distância. 
No decorrer das décadas surgem vários serviços sem padronização. 
 
AVALIAÇÃO GERAL DO ACIDENTADO E DO LOCAL DO 
ACIDENTE 
 
OBJETIVOS: 
 
a)Executar corretamente os exercícios de avaliação inicial e secundária do 
acidentado, conforme protocolo de atendimento Pré-hospitalar; 
b) Compreender a importância e executar com correção, o repasse de informações, 
às equipes especializadas de atendimento Pré-hospitalar, sobre o estado geral das 
vítimas e dos procedimentos executados; 
c) Reconhecer a cena de acidente, seus participantes e localização; 
d) Efetuar a previsão dos traumas existentes com base na análise dos 
instrumentos envolvidos e situação final, e das lesões apresentadas pela vítima. 
 
Ao executar o atendimento de um acidentado, o socorrista deverá conduzir seus 
procedimentos pelas conclusões obtidas das análises primária e secundária, 
correspondendo respectivamente à avaliação dos sinais vitais referenciais de 
condição de vida e avaliação global do corpo acerca da normalidade anatômica e 
fisiológica geral., não esquecendo de analisar a cena do acidente. 
Tal conduta implicará na garantia de um atendimento com prioridade aos 
problemas sérios e letais à condiçãode vida e seqüencialmente aos exercícios 
necessários à melhoria do estado geral da vítima, sua imobilização e transporte 
necessário. 
 
CUIDADOS GERAIS NA ABORDAGEM DE VÍTIMAS 
 
Qualquer procedimento deve ser precedido da adoção de medidas preventivas 
destinadas ao: manuseio correto da vítima, prevenção de novas ocorrências e 
acionamento dos recursos de socorro especializado. 
 
6 
 
 
1. Prevenindo contaminações e novas lesões 
 
Utilizar luvas de proteção (preferencialmente de látex) para todo contato com a 
vítima, óculos para proteção da visão e máscara facial para proteção das vias 
aéreas. Prevenir a contaminação da lesão da vítima evitando deixá-la exposta sem 
colocar qualquer produto externo. A posição da vítima, apropriada ao atendimento, 
é decúbito dorsal. Todo manuseio deverá ser executado com cuidado apoiando 
sempre braços e pernas pela articulação. Prevenir a ocorrência de outras lesões ou 
acidentes secundários e mantendo a vítima em local seguro e acalmando-a sempre. 
2. Chamar Por Ajuda 
 
Solicita rapidamente, apoio dos serviços especializados de sua cidade, repassando 
informações da natureza do acidente, localidade e referências para auxiliar na 
chegada das equipes. Aceitar ajuda de pessoas para os procedimentos de socorro, 
desde que apresentem um mínimo de conhecimento e coerência em seus atos. 
 
 
BIOSSEGURANÇA 
 
BIOSSEGURANÇA 
 
Um socorrista consciente disto protege-se, usa barreiras e condutas preventivas. 
Devemos ser profissionais. O que é ser profissional? É mesmo considerando os fatos 
emocionais, não considerar cada ocorrência como se fosse a única ou a última, deve 
lembrar-se que tem (30) (trinta) anos de serviço e mais a vida após a aposentadoria. 
Como vamos estar em termos de saúde, depende em grande parte de nós. Ou não? 
 
BIOSSEGURANÇA é o conjunto de medidas de segurança que tem por objetivo 
reduzir a exposição dos profissionais aos agentes biológicos. 
 
 No ambiente podemos agressores biológicos, mecânicos, químicos, térmicos, 
elétricos e psíquicos. No caso dos socorristas o principal é o biológico, 
seguido do mecânico. 
 
 Nem todo micróbio presente no corpo causa infecção. A pele, a boca e os 
intestinos possuem uma flora normal que, coloniza o corpo, sem causar 
doenças. 
 
 A contaminação pode ocorrer pelo ar ou por contato com sangue ou fluidos 
corporais e ainda lesões causadas por instrumentos contaminados. 
 
 È obrigatória à comunicação ao órgão administrativo, para que as medidas 
necessárias possam ser tomadas para evitar a contaminação do socorrista 
após a exposição a uma situação de risco. 
 
 Todos os que trabalham no Atendimento pré-hospitalar devem vacinar-se 
contra HEPATITE B e TÉTANO. 
 
 
7 
 
COLAR CERVICAL 
 
DEFINIÇÃO: Colar cervical é um equipamento de saúde destinado à 
imobilização das articulações da região cervical, mantendo-as em posição 
anatômica e neutra. Existem dois tipos de Colar Cervical, São eles: 
 
ORTOPEDICO: Existem dois modelos, sendo que os mais comuns são fabricados 
em espuma, mantém a espinha cervical em posição neutra ou anatômica, 
proporcionando leve imobilização e auxiliando no tratamento de traumatismos, 
torcicolos e artrites. O formato anatômico e o acabamento em fecho aderente 
garantem o ajuste preciso do Colar, que possui ainda capa em tecido atoalhado 
para aumentar o conforto durante o uso. 
 
RESGATE: Fabricados em poliestireno de alta densidade e polietileno injetado. 
Proporcionando Alta imobilização da região cervical (neste fim, deve-se sempre 
ser utilizado acompanhado de Imobilizador de Cabeça), equipamento 
imprescindível nos atendimentos de Atendimento Pré-Hospitalar e Inter-
Hospitalar os quais seja necessária a imobilização e contenção desta região. 
 
 
COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTOS: 
 
1) O profissional (1) deverá fazer a estabilização manual e o alinhamento da coluna 
cervical para uma posição neutra; 
 
2) O profissional (2) deverá avaliar a região cervical, identificando possíveis contra-
indicações para a colocação do colar cervical e retirar suavemente os adereços e 
vestimenta do pescoço para que estes não interfiram no procedimento. 
 
2.1) Contra-indicações: 
- Objeto encravado no local de colocação do colar. 
- Ferimento com sangramento intenso (fazer curativo compressivo antes da 
colocação do colar). 
 
 COLAR CERVICAL 
NÃO-REGULÁVEL 
 TAMANHOS 
NEO NATAL ROSA 
PEDIÁTRICO LILÁS 
PEQUENO AZUL 
MÉDIO LARANJA 
GRANDE VERDE 
 
8 
 
1) O profissional (1) deverá fazer a estabilização manual e o alinhamento da coluna 
cervical para uma posição neutra; 
2) O profissional (2) deverá avaliar a região cervical, identificando possíveis contra-
indicações para a colocação do colar cervical e retirar suavemente os adereços e 
vestimenta do pescoço para que estes não interfiram no procedimento. 
 
31) A escolha do tamanho do colar cervical. 
- A escolha do tamanho ideal para o paciente é feita medindo-se (utilizando os 
dedos) a distância entre uma linha imaginária na base do pescoço (músculo 
trapézio) onde o colar ficará apoiado e o ângulo da mandíbula da vítima. 
 
Para se fazer esta medição o pescoço deverá estar alinhando e em posição 
neutra. 
- A medida exata do colar é a distância entre o ponto de referência (fixação preta) e 
a borda inferior do plástico rígido. Não se deve medir até o acolchoado de espuma. 
 
15/01/2019
X
Rinaldo Adriano
Instrutor 
 
 
4) O profissional (2) deverá montar o colar cervical. 
4.1) O colar é montado através do movimento do botão fixador em cor preta até o 
orifício (ponto de referência) na porção superior interna do colar e então ajustando 
a fixação preta totalmente através do estreito orifício. 
Pressione firmemente. 
 
5) O profissional (2) deverá colocar o colar na vítima. 
 
5.1) Vítima sentada. 
 
-Colocar o colar cervical iniciando pela parte do queixo, deslizando o colar sobre o 
tórax da vítima até que seu queixo esteja apoiado firmemente sobre o colar (parte 
anterior). 
- Passar a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima até se encontrar 
com a parte anterior. 
- Ajustar o colar e prender o velcro observando uma discreta folga entre o colar e o 
pescoço da vítima. 
 
5.2) Vítima deitada: 
 
- Passar a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima. 
- parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de forma que 
esteja apoiado firmemente. Ajustar o colar e prender o velcro observando uma 
discreta folga entre o colar e o pescoço da vítima. 
 
6) Observações; 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.1) O uso isolado do colar não imobiliza adequadamente, portanto, o profissional 
(1) deverá manter a imobilização e o alinhamento da cervical até a colocação do 
paciente na prancha rígida e a fixação dos estabilizadores de 
cabeça. 
 
6.2) Os colares devem ser de tamanho adequado para cada paciente e não devem 
impedir a abertura da boca do paciente, espontânea ou realizada pelo profissional 
caso ocorra vômito. 
6.3) Sempre se deve observar se após a colocação do colar houve uma obstrução ou 
uma dificuldade de ventilação. 
 
Seguir os passos 1 e 2 da colocação do colar não regulável. 
 
3) A medição na vítima deve ser feita seguindo os procedimentos já explicados. 
3.1) Medição do colar. 
- O colar deve ser medido antes de ser colocado na vítima. 
- Abrir as travas (os dois botões e as duas “setas”). 
- A medida exata do colar é a distância entre o ponto de referência (linha preta 
“sizing line”) e a borda inferior do plástico rígido. Não se deve medir até o 
acolchoado de espuma. 
- Encontrada a medida ideal, travar os dois botões e as duas setas. 
4) O profissional (2) deverá montar o colar cervical. 
4.1) O colar é montado através do movimento da base do mento, que está na porção 
posterior, trazendo esta basepara a porção anterior do colar. 
 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
 
A Observação analítica da cena de acidente, compreendida desde a idealização da 
posição inicial dos envolvidos até seu estacionamento final, considerando-se 
qualquer tipo de ocorrência (automobilístico, agressões de terceiros e do ambiente, 
quedas entre outras) fornecerá ao socorrista informações indispensáveis ao 
desenvolvimento de seu trabalho. Considerar o atendimento de uma vítima sem 
estas observações poderá resultar em medidas aquém das necessárias a melhoria 
do estado geral da vítima, quando não, da impossibilidade de prever seu 
agravamento geral com importante desperdício de tempo e recursos. 
 
OBSERVAÇÕES TÉCNICAS 
 
Diversos pontos devem, obrigatoriamente, ser analisados pelos socorristas, 
considerando-se a variação necessária, em função do tipo de ocorrência, e os meios 
disponíveis para o atendimento: 
 
a) Quantitativo de pessoas envolvidas no incidente; 
COLAR CERVICAL 
REGULÁVEL 
TAMANHOS 
PEDIÁTRICO AMARELO 
ADULTO AZUL 
 
10 
 
b) Posição inicial e final de cada pessoa envolvida na ocorrência; 
Se queda: altura aproximada do evento, relatar choques antecedentes ao estacionamento 
final; 
c) Se acidente automobilístico: relatar posição dentro do veículo uso de 
equipamentos de segurança (capacetes, cintos de segurança, pneumáticas de 
segurança), projeção para o exterior do veículo; 
d) Nos veículos: relatar medida aproximada das alterações na carroceria (carro ou 
moto), sinais de choque interno (alavancas, volante, guidão, pára-brisas), 
capotamento e/ou tombamentos; 
e) Se agressões de terceiros ou do ambiente: relatar materiais empregados 
(armamentos, ferramentas, veículos, estruturas); 
f) Nas vítimas: relatar localização de lesões, queixas declaradas de dor e 
desconforto, além de dificuldade motora e tátil; 
 
O socorrista nunca desconsidera o agravamento progressivo do estado geral da 
vítima, em razão da análise do mecanismo do acidente. Tampouco guia suas ações 
pelo relato exclusivo da vítima, adotando todos os procedimentos necessários ao 
perfeito atendimento da mesma. 
 
A Cinemática do trauma estuda a transferência de energia de uma fonte externa 
para o corpo da vítima. É interessante que o socorrista conheça algumas leis 
básicas da física. 
 
a) A Lei da Conservação de Energia – A energia não pode ser criada nem 
destruída, mas sua forma pode ser modificada. 
b) 1ª Lei de Newton – Um corpo em movimento ou em repouso permanece neste 
estado até que uma força externa atue sobre ele (Inércia). 
c) 2ª Lei de Newton – Forças (F) é igual a massa (m) multiplicada pela sua 
aceleração (a). 
 
Existem três mecanismos básicos de lesão por movimento: 
 Desaceleração frontal rápida 
 Desaceleração vertical rápida 
 Penetração de projétil 
 
Os fatores que devem ser considerados são a DIREÇÃO e a VELOCIDADE do 
impacto, tamanho da vítima e os sinais de liberação de energia (danos ao veículo) 
 
d) Energia Cinética – É a energia do movimento. É igual a metade da 
massa multiplicada pela velocidade elevada ao quadrado. 
e) Troca de Energia – Quando dois corpos se movimentando em 
velocidades diferentes e interagem, as velocidades tendem a se igualar. Quanto 
maior a densidade do tecido, maior a troca de energia. 
 No trauma fechado (atropelamento) o impacto se distribui em uma área 
mais extrema, de maneira que a superfície do corpo não é penetrada. À medida que 
o corpo desacelera, os órgãos continuam na se mover com a mesma velocidade que 
apresentavam, rompendo vasos e tecidos nos pontos de fixação, além da lesão 
direta em órgãos pelo impacto, quando houver. 
 
 
EC = M.V2 
 2 
 
11 
 
 Colisão da máquina 
COLISÃO DE VEÍCULOS Colisão do corpo 
 Colisão dos órgãos 
 
 Considerando as leis básicas da física e os tipos de colisões acima 
podemos inferir algumas lesões após analisar o cenário do acidente. Há lesões 
diferentes em colisões laterais, frontais, traseiras e capota mento. 
EM UMA COLISÃO A 70 km/h: 
O coração pesa 14 kg (normal 0,35kg) 
O cérebro pesa 60 kg (normal 1,5kg) 
O fígado pesa 72 kg (normal 1,8kg) 
O corpo pesa 2800 kg (normal 70kg) 
 
 SUSPEITAS DE TRAUMATIMOS GRAVE: 
 Perdas > 6m; 
 Colisões a mais de 32 km/h; 
 Expulsão da vítima para fora do veículo; 
 Morte de um dos ocupantes do veículo; 
 Danos severos ao veículo; 
 Ferimentos por arma de fogo com projéteis de alta velocidade (AR-15, FAL, 
etc...) 
 
ATENÇÃO – GARANTA A SUA SEGURANÇA ANTES DE INICIARA A 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA. NÃO PULE ETAPAS, APESAR DE ALGUMAS 
PODEREM SER FEITAS SIMULTANEAMENTE, DEVEMOS MATER O 
PENSAMENTO LÓGICO. 
 
KED 
 
O KED (Kendrick Extrication Device) ou Dispositivo de Extricação de 
Kendrick. 
 
 Em primeira Vista, o Nome Pode Assustar um pouco, Mas o KED, Nada 
mais é do que um instrumento de extricação criado por Rick Kendrick em 
1978. É interessante Como o Seu Desenvolvimento é Recente Considerando 
o quanto esse Tipo de ferramenta é importante no dia-a-dia do APH, Devido 
à Sua Eficiência e segurança. 
 
 Principalmente porque é usado por Profissionais Que Têm a Grande 
Responsabilidade De atender de forma Rápida e eficaz para Estabilizar um 
Paciente em situação de Emergência, como você pode conferir nos desafios 
do APH – Atendimento Pré-Hospitalar. 
 
 O uso Desse dispositivo é Freqüente porque um dos Principais Passos do 
Cuidado ao Traumatizado é a “Extração”. Como sabemos, esse é um Termo 
Muito Usado No meio e envolve Retirar Uma Vítima de um Local em que 
Está Presa ou não consegue sair com Segurança Usando Suas Próprias 
Capacidades. Portanto, a Principal Função Dessa Ferramenta é A 
Imobilização e Estabilização, em Conjunto Com o Colar Cervical, de toda a 
Coluna Vertebral Para que a Retirada Do Paciente Possa Acontecer COM 
SUCESSO. 
 
12 
 
 
Trata-se de um equipamento tipo veste ou colete com a parte posterior rígida, que 
fica em contato com a cabeça, pescoço e a coluna vertebral, até a cintura pélvica. A 
parte anterior consiste em duas “abas” que envolvem a coluna em sua porção final 
e a pelve do paciente, que são presas uma à outra por três tirantes de diferentes 
cores (conforme o fabricante). 
O KED foi idealizado e criado para a extricação de vítimas de veículos automotores, 
nos casos em que não é possível estabilizar seguramente o paciente em prancha 
longa, devido à sua posição dentro do veículo. O objetivo é estabilizar a coluna 
vertebral antes de proceder à imobilização completa em prancha longa. Porém, 
deve ser usado em vítimas conscientes e estáveis (sem risco imediato de morte 
ou complicação), em cenas seguras, que também não ofereçam risco à equipe de 
socorristas e somente quando o tempo não for a principal preocupação. 
 
OBS: Não Se Recomenda o uso do KED para pacientes Inconscientes e/ou 
Instáveis, devido à duração Necessária para a sua correta colocação. Para esses 
pacientes, podemos utilizar Técnicas de Extricação rápida como a “Chave de 
Rauteck” e a “Anaconda”. A Vantagem Em usá-las está na rapidez de aplicação e 
no fato de que não demandam o uso de muitos equipamentos. Porém, não oferecem 
tanta estabilidade e proteção quanto o KED. 
 
PROCEDIMENTO: A técnica para colocação do KED exige de dois a três 
socorristas com treinamento para sua correta utilização, pois o posicionamento 
incorreto do dispositivo pode causar movimentos bruscos na coluna e, 
portanto, danos físicos no paciente. E tudo o que a gente menos quer é agravar a 
situação, não é mesmo? 
 
Feitas a avaliação e a sinalização da cena, a vítima deve ser abordada juntamente 
com a estabilização manual da cabeça, mantendo-a em posição neutra, alinhada à 
coluna cervical. Um Segundo Socorrista Deve Então Colocar o Colar Cervical De 
Tamanho Adequado e Proceder Com A Avaliação Primária Completa (ABCDE). 
 
A – Controlar a coluna cervical e fazer manutenção de vias aéreas pérvias 
B –Avaliar o padrão respiratório e o processo de ventilação 
C – Avaliar o padrão circulatório e controlar hemorragias 
D – Fazer a avaliação neurológica 
E – Expor as vestes da vítima nos locais lesionados e fazer a prevenção de 
hipotermia. 
 
A vítima deve ser movimentada em bloco para frente, liberando espaço entre ela e o 
banco para a passagem do KED... O dispositivo deve ser colocado alinhado à 
coluna, com as abas posicionadas logo abaixo das axilas... É importante lembrar 
que os tirantes longos (tirantes da virilha) devem ser soltos e posicionados por 
cima do colete, para facilitar sua fixação ao final. 
 
Os tirantes devem ser bem presos e ajustados na ordem correta (por isso as cores 
diferentes) com o objetivo de envolver a vítima de forma uniforme. O primeiro a 
ser preso é o tirante central (abdominal), seguido pelo tirante inferior (quadril) e o 
superior (tórax). 
 
OBS: É preciso Ter Cuidado Nesse Momento Com Casos Em que Esse Método de 
Colocar o Dispositivo Na Vítima Deve Ser Feito de Maneira Diferente. Em 
 
13 
 
Gestantes, Por Exemplo, o Tirante Abdominal E o Torácico Não devem Ser 
Tracionados, Evitando A Compressão Abdominal. 
 
OBS: Em todos os pacientes, os tirantes longos (virilha) devem ser então 
passados por baixo dos joelhos, de fora para dentro, e posicionados em linha reta 
com a prega glútea, acoplados e bem ajustados. 
 
Por último, Procedemos Com a Imobilização Completa da Cabeça. É Importante 
Observar se Há Espaço Não Preenchido Entre A Cabeça/Coluna E o KED, 
Dificultando o Alinhamento Correto. Se Isso Ocorrer, Pode-se Colocar Um 
Acolchoamento Entre A Cabeça ou Coluna E o KED, Para Mantê-las Alinhadas E 
Em Posição Neutra. As Abas Superiores Devem Ser Posicionadas (Segure-as 
Juntamente Com o Colar Cervical, Pois Isso Permite Uma Troca 
Cuidadosa E Segura Da Imobilização Manual Da Cabeça) De Acordo Com A 
Imagem À Esquerda. 
 
Para Proceder À Imobilização Completa Da Cabeça, Prenda-a Com Os Tirantes 
(Tirantes De Cabeça) Na Lateral Das Abas, Passando Um Tirante Na Altura da 
Região Frontal da Cabeça E Outro Na Altura da Mandíbula, Tomando Cuidado 
Para Não Comprimi-la Ou Prejudicar A Ventilação Por Tração Excessiva. 
 
OBS: Nesse Momento, Já Não É Necessária A Imobilização Manual Da Cabeça, 
Pois A Mesma Está Completamente Estabilizada. 
 
ATENÇÃO! RETIRADA Da vítima com o uso do KED 
 
Se O Socorrista Seguiu Esses Direcionamentos, O Paciente Então Se Encontra Com 
A Coluna Vertebral Imobilizada. Mas O Trabalho Ainda Está Só No Começo. O 
próximo Passo é A Retirada Segura Do Veículo. Para Isso, Posicionamos A Prancha 
Longa Na Abertura Do Veículo (Porta) Com Sua Porção Final Entre O Banco E As 
Nádegas Da Vítima. Um Socorrista Deve Segurar E Tracionar A Prancha Contra O 
Banco, Impedindo Que Ela Se Movimente Ou Caia Durante A Movimentação Do 
Paciente. 
 
O KED Possui Quatro alças, Posicionadas Paralelamente Umas Às Outras: Duas 
Na Altura Da Cabeça (Superiores) E Duas Na Altura Do Quadril (Inferiores). 
Essas Abas São Necessárias Para Girar O KED Com O Paciente E Retirá-lo Do 
Veiculo Para A Prancha Longa. 
 
Um socorrista Deve Segurar As Abas Do Lado Direito (Superior E Inferior) E Outro 
Socorrista As Do Lado Esquerdo (Superior E Inferior). A Vítima Então Vai Sendo 
Virada Em Sincronia, Ao Comando Do Profissional Que Está À Direita Da Vítima. 
 
À medida Que Se Gira A Vítima, Suas Pernas Devem Ser GIRADAS E 
RETIRADAS Da Parte Inferior Do Painel E Elevadas CONFORME O GIRO 
Impedindo Que Fiquem Presas E Sejam Tracionadas. O Paciente Então É Colocado 
Sentado Na Prancha Longa OU ENCOSTADO E, Nesse Momento, Devem-se Soltar 
Os Tirantes Da virilha E As Pernas Abaixadas NA PRANCHA LONGA. 
 
Os Socorristas Então Fazem Um Movimento Sincronizado Para Posicionar A 
Vítima Na Prancha. OBS: O Tirante De Tórax Pode Ser Afrouxado UM POUCO 
Durante Esse Processo. 
 
14 
 
OBS: Com A Vítima Posicionada Na Prancha, O KED Não Pode Ser Removido,E 
Deve Ser Iniciada A Imobilização Completa (Tirantes De Tórax, Quadril, 
Membros Inferiores E Imobilização Da Cabeça –Head Block E Tirantes). 
 
 
SINAIS VITAIS 
 
OBJETIVOS: 
 
Conceituar sinais vitais; Compreender a importância da avaliação dos sinais vitais 
no atendimento a uma vítima; 
 
DIFERENCIAR SINAL DE SINTOMA 
 
Para atendermos uma vítima de forma eficaz precisamos de informações essenciais 
sobre suas condições físicas, principalmente sobre a capacidade de funcionamento 
de seus órgãos vitais. A aferição dos sinais vitais nos dará informações importantes 
e influenciarão diretamente na tomada de decisões sobre qual técnica ou conduta a 
seguir. Para efeito de atendimento pré-hospitalar, consideraremos Sinai vitais a 
RESPIRAÇÃO, O PULSO E A PRESSÃO ARTERIAL. 
 
Algumas condições podem interferir nos valores dos sinais vitais – Condições 
ambientais, físicas ou do equipamento. O socorrista deve estar atento para não 
interpretar erroneamente um sinal vital Algumas condições podem interferir 
nos valores dos sinais vitais – Condições ambientais, físicas ou do 
equipamento 
O socorrista deve estar atento para não interpretar erroneamente um sinal 
vital. 
 
1. RESPIRAÇÃO 
 
O ato de respirar inclui a entrada de oxigênio na inspiração e eliminação de 
dióxido de carbono pela expiração. A finalidade é a troca gasosa entre o 
sangue e o ar dos pulmões. Podem variar em freqüência, volume (superficial 
ou profunda) e ritmo (regular ou irregular). 
 
Freqüência 
Bebê – até 01 ano 30 – 60 movimentos 
respiratórios por minuto 
(mrpm) 
Criança – 1 a 8 anos 20 a 30 movimentos 
respiratórios por minuto 
Adulto - mais de 8 anos 12 a 20 movimentos 
respiratórios por minuto 
 
 
 
 
 
15 
 
ALTERAÇÕES NOS PADRÕES RESPIRATÓRIOS 
 
CONDIÇÃO DESCRIÇÃO 
Apnéia Cessação intermitente (10 a 60 s) 
ou completa, das respirações. 
Bradpnéia Respiração lente, regular. 
Taquipnéia Respirações rápidas, regulares. 
Dispnéia Respirações difíceis, que exige 
esforço aumentado e uso de 
músculos acessórios. 
 
2. PULSO 
 
É a onda provocada pela opressão sangue contra a parede arterial em cada 
batimento cardíaco, sentida pelo toque como um impacto ou batida suave. 
Nos adultos devemos checar o pulso carotídeo, prioritariamente, seguido do 
braquial e radial. Nos bebês devemos checar o pulso na artéria braquial. 
O pulso pode variar em freqüência, ritmo (regularidade de intervalos) e 
volume (forte e cheio ou fraco e fino). 
 
FREQÜÊNCIAS NORMAIS 
 
Adulto 60 a 100 bpm 
Crianças 80 a 120 bpm 
Bebês 100 a 160 bpm 
 
ALTERAÇÕES NA FREQÜÊNCIA (ADULTO) 
 
Condição Batimentos Causas 
Taquicardia Acima de 100 bpm Hemorragia, desidratação, hipoxemia, 
medo, etc. 
Bradicardia Abaixo de 60 bpm Choque neurogênico, problemas 
cardíacos, etc. 
 
Para se obter o número de batimentos cardíacos e de movimentos 
respiratórios por minuto devemos ser feitas durante 30 ou 15 segundos e 
multiplicados por 2 ou 4 respectivamente. Geralmente a vítima altera o 
movimento respiratório quando percebe que estamos aferindo, motivo pelo 
qual, devemos distrair a sua atenção enquanto aferimos. 
 
LESÕES TRAUMÁTICAS 
 
FRATURA, LUXAÇÃO E ENTORSE 
 
OBJETIVOS: 
 
a. Conceituar Fratura, luxação e entorse; 
 
16 
 
b. Relacionar as causas destas lesões; 
c. Identificar a sintomatologia destas lesões; 
d. Diferenciar Fratura, luxação e entorse. 
 
 
Lesões de extremidades não freqüentemente encontradas na prática pré-hospitalar, 
mas, raramente representam risco de vida, contudo podem causar choques, danos 
a vasos sanguíneos e nervos. As causas mais comuns são acidentes 
automobilísticos, queda e acidentes esportivos. 
 
A maioria das lesões de extremidade á avaliada durante o exame secundário, por 
não causar risco de vida. Freqüentemente, entretanto, são as lesões mais visíveis 
no acidentado, induzindo os socorristas ao erro de deixar de realizar o exame 
primário completo. O socorristadeve examinar toda a vítima, procurando a 
existência de lesões nas extremidades, dentre outras. O cuidado adequado 
resultará em diminuição da dor, do choque, menor tempo de hospitalização e mais 
rapidez no retorno as atividades normais. 
 
FRATURA e LUXAÇÃO 
 
1. Definição: 
 
 Fratura é qualquer interrupção na continuidade de um osso, de origem 
traumática, causada por um trauma direto ou indireto, de alta ou baixa 
energia. 
 Luxação é o deslocamento das extremidades ósseas que formam uma 
articulação, de modo que as superfícies articulares não ficam mais em 
contato adequado. 
 
2. Principais Classificações (fraturas) 
 
Fechada (simples) -> A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas; 
 
Abertas (compostas) -> O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma 
ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a pele (esse ferimento 
pode ser apenas uma pequena abertura sobre a fratura, ou pode permitir que uma 
ou duas extremidades fraturadas se projetem através da pele); 
 
Obs: É extremamente importante determinar se a fratura é aberta ou fechada. As 
fraturas abertas são muito mais graves que as fechadas devido a sua maior perda 
sanguíneas: e por serem contaminadas podem se infectar. 
 
Todas as fraturas abertas devem ser tratadas cobrindo-se o osso e o ferimento com 
um curativo, aplicando-se pressão local para estancar qualquer sangramento e 
imobilizando-se adequadamente a extremidade. 
 
As extremidades ósseas podem estar muito contaminadas (cobertas com graxa, 
sujeira ou grama), o que apenas aumentará a probabilidade de infecção da fratura. 
O médico deve ser sempre avisado se a extremidade óssea deslizou 
espontaneamente para dentro do ferimento. 
 
17 
 
 
3. Outras classificações (fraturas) 
 
Galho verde-> Uma fratura incompleta que atravessa apenas parte do osso é 
chamada de fratura em galho verde. Ocorre apenas em crianças; 
Transversa-> O traço de fratura é reto através do osso, formando um ângulo reto 
com o seu maior eixo; 
Oblíqua-> O traço de fratura cruza o osso em ângulo oblíquo; 
Espiralada-> A linha de fratura se encontra ao redor e através do osso; 
Cominativa-> O osso está fraturado em mais de dois fragmentos; 
Impactadas-> Assunto: extremidades ósseas quebradas são comprimidas entre si; 
Incompleta-> Ocorre a lesão óssea, mas não rompe a continuidade óssea; tipo de 
ocorrência comum em crianças; 
Completa-> Os fragmentos ósseos perdem a continuidade, ficando desviados ou 
não. O manuseio destas fraturas deve ser cuidadoso e técnico para evitar lesão nos 
tecidos vizinhos; 
 
QUANTO A PRESENÇA DE LESÕES ASSOCIADAS À FRATURA 
PODE SER: 
 
Simples-> a fratura é uma lesão única, sem a evidência de lesão associada; 
Complicada-> está acompanhada de lesões associadas. O trauma causador de 
fratura exposta é de alta energia e velocidade, podendo ocorrer lesões associadas 
locais, como as musculares, tendinosas, vasculares, bem como, lesões sistêmicas 
associadas (traumas abdominais, torácicos e cranianos). 
 
4. CAUSAS 
 
Um traumatismo grave algumas vezes pode provocar tanto uma fratura quanto a 
luxação de uma articulação. Esse tipo de lesão é chamado de fratura-luxação. 
Várias causas de fraturas e luxações são discutidas adiante: 
 
Traumas diretos-> A lesão ocorre no local de impacto: por exemplo, a patela pode 
ser fraturada quando se choca contra o painel de um carro em um acidente 
automobilístico; 
Traumas indiretos-> A lesão não ocorre no local do impacto, porém em um local 
distante do trauma: por exemplo, o punho pode ser quebrado quando uma pessoa 
cai com a mão estendida, ou o quadril pode ser luxado quando o joelho se choca 
contra o painel de um carro; 
Forças de torção-> Uma força de torção intensa pode resultar em uma entorse 
grave, fratura ou luxação. Este tipo de lesão é visto ao nível do tornozelo em 
acidentes de esqui e futebol. Várias lesões de joelho são produzidas por torção; 
Espasmos musculares-> Algumas vezes, os músculos podem se contrair com tal 
força que, na realidade produzem uma fratura por 
avulsão; isto é, um fragmento ósseo pode ser 
arrancado pela estrutura músculo-tendão; 
Estresse físico-> Os ossos podem ser fraturados 
quando sujeitos a estresses repetidos, como durante 
uma caminhada longa; 
 Condições patológicas-> Processos destrutivos 
localizados, como câncer, podem enfraquecer um 
 
 
18 
 
osso, de forma que apenas uma ligeira força algumas vezes imperceptível, produz 
uma fratura (osteoporose); 
 
5. SINTOMATOLOGIA 
 
FRATURAS 
 
Uma fratura é facilmente reconhecida se houver extremidades ósseas projetadas 
através da pele ou se houver deformidade evidente de uma extremidade. Entre os 
sinais e sintomas que devem levar o socorrista a suspeitar de fratura, e a tratar o 
paciente de acordo, estão os seguintes: 
 
Deformidade-> Um braço ou uma perna pode estar em posição não natural, ou 
então angulada num local onde não há articulação; 
Dor-> A dor em geral é aguda e localizada no local da fratura. O ponto de maior 
sensibilidade pode ser encontrado pela palpação delicada ao longo do osso com a 
ponta de um dedo; 
Crepitação-> Pode se ter uma sensação quando as extremidades 
fraturadas se atritam. Este sinal não deve ser pesquisado intencionalmente, 
porque apenas aumenta a dor do paciente; 
Tumefação (edema) e equimose (descoloração)-> quase sempre existe 
certo grau de tumefação nas fraturas. Esta resulta de hemorragia, que 
ocorre imediatamente após a lesão, ou do edema (aumento de líquido nos 
tecidos), que pode não se tornar evidente durante várias horas. O 
sangramento associado a uma fratura ocorre quando os vasos sanguíneos 
principais do osso e dos tecidos moles bem como os músculos próximos à 
fratura se rompem; 
Impotência funcional da extremidade-> um paciente que tenha tido 
uma lesão grave de membro inferior ou superior geralmente protege a parte 
lesada, e não tentará andar ou usar o braço ou a perna. Entretanto, em 
alguns casos de fraturas incompletas ou impactadas, a função de uma 
extremidade pode ser mantida até um grau acentuado. Todavia pode haver 
perda parcial ou completa dos movimentos nas articulações adjacentes; 
Fragmentos expostos-> em uma fratura aberta, ou composta, os 
fragmentos ósseos podem se projetar através da pele ou serem vistos do 
ferimento. 
 
 LUXAÇÕES 
 
Os sintomas e sinais mais importantes para a identificação de uma 
luxação são: 
 
 Deformidade acentuada da articulação; 
 Dor ou tumefação da articulação; 
 Dor a qualquer tentativa de movimento da articulação; 
 Perda completa ou praticamente completa dos movimentos da 
articulação; 
 Uma articulação imóvel (bloqueada), geralmente fixa em uma posição 
deformada. 
 
19 
 
 
LUXAÇÕES ESPECÍFICAS 
 
Escapuloumeral - 50 -> causada por trauma indireto, que ocorre em queda com 
apoio sobre a mão ou cotovelo. O ombro mostra-se deformado, com o acrômio 
saliente; a vítima queixa-se de dor intensa e impotência funcional. No atendimento 
a vítima, apóie o antebraço em tipóia feita com a bandagem triangular e imobilize o 
braço contra o tórax usando bandagens; 
Cotovelo-> ocorre por trauma indireto causado por queda com apoio sobre a mão. 
A vítima tem dor intensa, com deformidade visível no nível da articulação do 
cotovelo e impotência funcional. Sempre examinar o vásculo nervoso para detectar 
qualquer lesão dessas estruturas; 
 Punho-> rara e normalmente associado ou confundido com fraturas do 
rádiodistal; tanto a fratura como a luxação é causada por trauma com apoio sobre a 
mão. Imobilizar na posição da deformidade e sempre examinar a sensibilidade e 
motricidade da mão; 
Dedos dos pés e das mãos-> causada, na maioria das vezes, durante a prática 
esportiva, manifestam-se por dor, deformidade, encurtamento e impotência para 
fletir o dedo. O segmento deve ser protegido, apoiado e imobilizado em posição de 
deformidade; 
Quadril-> ocorre emtraumas de alta energia e velocidade em pacientes que 
sofreram quedas ou acidentes de trânsito, muitos casos associados a fraturas. A 
vítima tem dor intensa, impotência funcional e grande deformidade de todo o 
membro inferior lesado. A deformidade caracteriza-se por rotação e encurtamento 
de todo o segmento. A vítima de luxação do quadril deve ser cuidadosamente rolada 
sobre uma tabua longa. Se necessário, erguê-la apenas o necessário para deslizar a 
tábua sob ela. Use almofadas e cobertores para acolchoar e apoiar o membro lesado 
na posição da deformidade. Fixe a vítima à tábua com cintos e bandagens. Não se 
esqueça de examinar o vásculo nervoso do segmento lesado. Esteja atento a sinais 
de choque neurogênico e a um possível choque hipovolêmico; 
Joelho-> causada por trauma indireto que age no joelho. A vítima apresenta 
grande deformidade, com dor intensa e impotência funcional do segmento. 
Examinar o vásculo nervoso, pois existe grande incidência de lesão arterial 
associada à luxação de joelho. Imobilizar a articulação na posição da deformidade, 
usando tala que se estenda do quadril ao tornozelo e acolchoando o joelho de forma 
a proteger a angulação local; 
Tornozelo-> causado por trauma indireto apresenta deformidade característica, ás 
vezes associadas o grande aumento de volume, também com dor intensa, 
impotência funcional, geralmente associada à fratura. Imobilizar na posição de 
deformidade; 
 
ENTORSE 
 
1. Definição 
 
 Entorse são a ruptura parcial ou estiramento dos ligamentos ao redor de uma 
articulação; 
 
Dois locais comuns de entorses são o tornozelo e o joelho. A lesão do tornozelo 
geralmente resulta de uma torção súbita para dentro do pé e tornozelo, lesando os 
 
20 
 
ligamentos laterais do tornozelo. As lesões ligamentares podem ser apenas um 
estiramento parcial ou podem apresentar uma ruptura completa. 
 
2. Causas 
 
As entorses geralmente são produzidas pela torção ou distensão de uma articulação 
além do seu grau de amplitude normal, resultando em um estiramento anormal dos 
ligamentos ao redor. As entorses variam em gravidade desde lesões leves até 
aquelas que causam dano grave de todos os tecidos ao redor da articulação. 
 
 
3. SINTOMATOLOGIA 
 
É semelhante às da luxação, porém com menos intensidade. 
 
 Dor local; 
 Perda completa ou praticamente completa dos movimentos da articulação; 
 Edema; 
 Em alguns casos, alteração anatômica da articulação. 
 
4. Conduta pré-hospitalar 
 
 Imobilizar a articulação comprometida e a região acima e abaixo; 
 Jamais tentar mobilizar a articulação ou tentar colocar na posição 
anatômica; 
 Manter a área em repouso. 
 
QUEIMADURAS 
 
Objetivos: 
 
 Conhecer os tipos de queimaduras; 
 Conhecer os agentes causadores de queimaduras; 
 Calcular a área queimada, segundo a regra dos nove; 
 Conhecer algumas medidas de APH para queimaduras. 
 
O fogo é o principal agente das queimaduras, embora as produzidas pela 
eletricidade sejam, de todas, as mais mutilantes, resultando com freqüência na 
perda funcional e mesmo anatômica de segmentos do corpo, principalmente dos 
membros. 
 
A exposição ao sol, comum entre lavradores e pescadores, pode provocar a urticária 
solar, (edema localizado, acompanhado de coceira, que pode preceder a lesão da 
pele). 
 
De um modo geral, para cada 100 doentes queimados, três (3) morrem em 
decorrência das queimaduras. Estas lesões são muito importantes para o 
agricultor, que passa o dia todo sob o sol e tem o mau hábito de praticar a 
"queimada" para limpar o terreno e para colher a cana-de-açúcar. 
 
 
21 
 
1. Definição: 
 
Queimaduras são lesões da pele, provocadas pelo calor, radiação, produtos químicos 
ou certos animais e vegetais, que causam dores fortes e podem levar a infecções. 
 
2. Classificação: 
As queimaduras podem ser classificadas quanto ao: 
 Agente causador; 
 Profundidade ou grau; 
 Extensão ou severidade; 
 Localização; 
 Período evolutivo. 
 
2.1. Agentes causadores (tipos) de queimaduras 
 
Físicos: temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, etc.; 
Eletricidade: corrente elétrica, raio, etc.; radiação: sol, 
aparelhos de raios X, raios ultravioletas, nucleares, etc. 
Químicos: produtos químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc. 
Biológicos: animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc. 
e vegetais: o látex de certas plantas, urtiga, etc. 
 
2.2 - Profundidade ou Grau da queimadura. 
 
1° Grau, da pele, ou superficial: só atinge a epiderme ou a pele (causa 
vermelhidão). 
2° Grau, da derme, ou superficial: atinge toda a epiderme e parte da derme (forma 
bolha). 
 
3° Grau, da pele e da gordura, ou profunda: atinge toda a epiderme, a derme e 
outros tecidos mais profundos, podendo chegar até os ossos. Surge a cor preta, 
devido a carbonização dos tecidos. 
 
A foto abaixo mostra da esquerda para a direita, os três tipos de queimadura: 1º., 2º. 
e 3º. Graus. 
 
2.3 - Extensão ou severidade da queimadura. 
 
O importante na queimadura não é o seu tipo e nem o seu grau , mas sim a 
extensão da pele queimada , ou seja, a área corporal atingida. 
Baixa: menos de 15% da superfície corporal atingida; 
 
 
22 
 
Média: entre 15 e menos de 40% da pele coberta; 
Alta: mais de 40% do corpo queimado. 
Uma regra prática para avaliar a extensão das queimaduras pequenas ou 
localizadas, é compará-las com a superfície da palma da mão do acidentado, 
que corresponde, aproximadamente a 1% da superfície corporal. 
 
Para queimaduras maiores e mais espalhadas, usa-se a REGRA DOS 9% 
(vide figura abaixo): 
 
3. Atendimento pré-hospitalar: 
 
1. Retirar a vítima do contato com a causa da queimadura: 
 
a) lavando a área queimada com bastante água, no caso de agentes químicos; 
retirar a roupa do acidentado, se ela ainda contiver parte da substância que causou 
a queimadura; 
b) apagando o fogo, se for o caso, com extintor (apropriado), abafando-o com um 
cobertor ou simplesmente rolando o acidentado no chão; 
 
2. Verificar se a respiração, o batimento cardíaco e o nível de consciência do 
acidentado estão normais. 
 
3. Para aliviar a dor e prevenir infecção no local da queimadura: 
 
Um Adulto De Frente: 
 
9% = Rosto 
9% = Tórax 
9% = Abdômen 
9% = Perna Direita 
9% = Perna Esquerda 
9% = Os 2 Braços 
1% = Órgãos Genitais. 
55%=Subtotal 
Agora, De Costas: 
 
9% = Costas; 
9% = Abdômen; 
9% = Perna Direita; 
9% = Perna Esquerda; 
9% = Os 2 Braços; 
45%=Subtotal 
 
55%(frente) + 
45%(costas) = 100% 
 
23 
 
a) mergulhar a área afetada em água limpa ou em água corrente, até aliviar a dor. 
Não romper as bolhas e nem retirar as roupas queimadas que estiverem aderidas à 
pele. Se as bolhas estiverem rompidas, não colocá-las em contato com a água. 
b) não aplicar pomadas, líquidos, cremes e outras substâncias sobre a queimadura. 
Elas podem complicar o tratamento e necessitam de indicação médica. 
c) Cobrir a área queimada com ataduras ou um pano limpo umedecidos - curativo 
oclusivo 
 
4. Se a pessoa estiver consciente e sentir sede, deve ser-lhe dada toda água que 
deseja beber, porém, lentamente e com cuidado. 
5. Encaminhar logo que possível a vítima ao posto de saúde ou ao Hospital, para 
avaliação e tratamento. 
 
Outros cuidados: 
 
a) Não dê água a pacientes com mais de 20% do corpo queimado; 
b) Não coloque gelo sobre a queimadura; 
c) Não dê quaisquer medicamentos intramusculares, subcutâneos ou pela boca 
sem consultar um Médico, exceto em caso de emergência cardíaca; 
e) Deve-se providenciar o transporte imediato do acidentado, quando a área do 
corpo queimada for estimada entre 60 e 80%. 
f) Além da percentagem da área corporal atingida, a gravidade das queimaduras é 
maior nos menores de 5 anos e maiores de 60. 
 
 
TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO 
(TCE) 
 
OBJETIVOS: 
 
 Definir trauma crânio-encefálico, bem como, seus mecanismos de lesões. Classificar os tipos de TCE; 
 Conhecer os procedimentos adequados no atendimento ao paciente vítima de 
TCE Os TCE sejam por acidentes ou violências, são importantes problemas 
de saúde pública, dada a sua magnitude como causa de morte, atingindo 
principalmente o adulto jovem; 
 Considerando que se trata de um evento previsível enquanto causa é preciso 
abordá-lo na sua totalidade para a adequada intervenção em suas diferentes 
fases (antes e após o evento traumático). 
 
O TCE é a causa mais freqüente de morte entre os dois e quarenta e dois anos de 
idade e tem uma mortalidade entre 5 a 50 %.Em quase 50% dos pacientes poli-
traumatizados há TCE associado. 
 
1. Definição: 
 
É definido como qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou 
comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo. 
 
24 
 
 
2. Mecanismo da lesão 
As lesões cerebrais que se observa nos traumatismos crânio-encefálico representam 
apenas o desenlace final de um conjunto de eventos dinâmicos. Deve-se então 
estabelecer a distinção entre a lesão inicial ou primária e a lesão cerebral 
secundária. 
 
 
 
 
Lesão 
primária 
Ocorrem segundo a biomecânica que determina o trauma (forças 
de impacto e inercial). 
Lesão 
secundária 
Ocorrem segundo alterações estruturais encefálicas decorrentes 
da lesão primária, bem como, de alterações sistêmicas 
decorrentes do traumatismo. 
 
 
 
3. Classificação: 
 
 
 
 
Lesão primária
Fraturas
linear cominutiva Afundamento composta
Contusões e 
lacerações da 
substância 
cinzenta
Lesão axonal difusa
Lesão secundária
Hematomas
intracranianos
extradural subdural intraparenquimatoso
HIC
Edema
cerebral
Lesão cerebral
isquêmica
hiperemia
 
25 
 
 
4. Sinais e Sintomas 
 
A manifestação mais freqüente nos pacientes com TCE é a alteração do nível de 
consciência. Então a avaliação neurológica deve ser feita em todos os pacientes 
politraumatizados. O nível de consciência está freqüentemente diminuído e é muito 
importante que seja avaliado e monitorado com freqüência, mesmo porque se 
constitui num dos importantes indicadores de deterioração neurológica. 
A avaliação do nível de consciência é feita mundialmente pela escala de coma de 
Glasgow (ECG). A somatória máxima é de 15 pontos indicando estado 
neurofisiológico normal e de 03 pontos, na sua pontuação mínima. Uma pontuação 
< 08 indica o ponto crítico e definição de coma. 
 
Pelo exame das pupilas verifica-se a alteração do tamanho das pupilas, 
comparando-se os diâmetros, buscando assimetrias e verifica-se a resposta à luz, se 
positiva ou negativa. A motricidade óculo cefálica visa fundamentalmente à 
avaliação da integridade tronco cerebral e, portanto está indicada para os pacientes 
com distúrbios graves da consciência. 
 
O padrão respiratório deve ser avaliado quanto ao ritmo, freqüência e amplitude, 
identificando padrões anormais como Cheyne-stokes, hiper pínea neurogênica 
central, respiração apneustica, entre outras. Na atividade motora buscam-se sinais 
de déficits motores (parecias e plagias) e posturas patológicas (flexão, hiper 
extensão) Junto com as alterações do nível de consciência. Os pacientes com TCE, 
freqüentemente apresentam PIC (pressão intracraniana) aumentada. A PIC 
representa a pressão exercida pelos três componentes intracranianos numa 
estrutura sólida, a caixa craniana. Se um dos componentes aumenta de volume, 
uma diminuição concomitante do outro ou dos remanescentes componentes deve 
ocorrer para manter a PIC em normalidade. O mecanismo para reduzir o volume 
chama-se compensação. 
 
O primeiro mecanismo de compensação é a redução do LCR (líquido 
cefalorraquidiano).O segundo é o de redução do volume sanguíneo cerebral. Mas 
estes mecanismos são finitos e podem se exaurir. (QUAIS SÃO OS SINAIS DE 
AUMENTO DA PIC E POR QUE OCORREM) 
A PIC normal está entre 0-15 mm hg numa pessoa com complacência normal. 
 
5. Conduta Pré-Hospitalar 
 
No atendimento imediato ao paciente com TCE a prioridade não é o atendimento 
das suas lesões primárias. É preciso, em primeiro lugar, ver a vítima com um poli 
trauma e intervir para a manutenção da sua vida. 
 
O desenvolvimento da assistência ao traumatizado fez com que cerca de 24% das 
mortes por trauma fossem evitadas, desde que, o pronto atendimento seja efetivo 
na primeira hora após o trauma, isto é, um atendimento organizado pode fazer a 
diferença. Em todos os pacientes poli traumatizados com TCE ou não a prioridade é 
a manutenção respiratória e hemodinâmica, ou seja, desobstruir vias aéreas, 
ventilar e normalizar o volume circulante. Paralelamente é preciso prevenir às 
lesões medulares, principalmente, a cervical. 
 
 
26 
 
Assim, na assistência pré-hospitalar, há uma avaliação padrão (ABC do 
atendimento) que é rápida e eficaz, e tem o objetivo de salvar vidas, através das 
prioridades de atendimento. 
Num segundo momento, á nível hospitalar, o esvaziamento gástrico e urinário é 
feito e todos os diversos parâmetros são monitorados, incluindo a avaliação 
neurológica, SSVV, função respiratória, balanço hidro eletrolítico, PVC, etc. A 
vacinação antitetânica não deve ser esquecida. A HIC e as crises convulsivas devem 
ser tratadas. 
 
TRAUMATISMOS RAQUE MEDULARES 
(TRM) 
 
OBJETIVOS: 
 
Identificar a sintomatologia de uma vítima de TRM; 
Conhecer alguns mecanismos de lesões que causam TRM; 
Compreender que o TRM é uma lesão grave que requer total atenção e cuida do 
socorrista na movimentação do acidentado; 
Executar o atendimento a uma vítima de TRM, imobilizando toda a coluna 
vertebral. 
 
Os TRM estão entre as causas mais comuns de morte e seqüelas sérias após 
traumatismo,sendo às vezes agravados por não terem sido reconhecidos ou por 
conduta inadequada. 
As causas mais comuns são os acidentes de trânsito, cerca de 50%, seguindo-se as 
quedas de alturas, os projeteis de arma de fogo e mergulhos em local raso. 
 
1. Definição 
Os Traumatismos Raque medulares consistem em lesões causadas por golpes sobre 
a coluna vertebral com acometimento da medula espinhal e /ou dos seus 
envoltórios. 
 
2. Mecanismo de lesão 
As lesões surgem quando a força que as produz ultrapassa a amplitude máxima de 
movimento de cada segmenta da coluna vertebral, levando a danos liga mentares 
e/ou ósseos, cuja combinação determina o resultado da lesão. 
Aproximadamente 80% dos traumas da coluna cervical resultam da colisão do corpo 
em movimento contra um objeto estacionário, com conseqüente hiper flexão e hiper 
extensão da coluna. O relato feito pela equipe de atendimento pré-hospitalar deve 
esclarecer os seguintes itens: 
 
 O tipo de acidente; 
 A posição em que a vítima se encontrava no veículo; 
 Se a vítima foi ejetada do veículo; 
 Se a vítima usava o cinto de segurança; 
 Se a vítima quebrou o pára-brisa com a cabeça e a face; 
 Presença ou ausência de paralisias, parestesias ou parecias; 
 Diminuição do nível de consciência; 
 Deterioração do nível sensório motor. 
 
 
27 
 
3. Mecanismos de TRM em relação à força de impacto: 
 
Força de 
impacto 
Mecanismo de lesão 
Carga axial Compressão sofrida pela coluna quando a força de impacto é 
exercida no ápice do crânio, quando o indivíduo bate com a ponta 
do crânio no solo ou quando ocorre a queda de um peso sobre o 
crânio. 
Hiper flexão A coluna é exageradamente fletida para frente. Comum nos 
mergulhos em águas rasas em que a coluna cervical é fletida para 
frente ou colisão frontal em que o passageiro do veículo, usando o 
cinto de segurança do tipo abdominal, tem sua coluna lombar 
exageradamente fletida. 
Extensão Acontece quando o crânio tende a estender a coluna para trás 
ocorrendo com freqüência quando o veículo se choca com a parte 
traseira de outro, produzindo lesão em coluna cervical. 
Rotação Ocorre principalmente em acidentes de moto ou em capota mento 
onde a vítima é arremessada à grandedistância do veículo, 
possibilitando a rotação exagerada de um segmento da coluna em 
relação a outro. 
Carga lateral Ocorre nos capota mento ou colisões laterais, onde a coluna é hiper 
fletida no sentido látero lateral. 
Força de 
impacto 
Mecanismo de lesão 
Distração Ocorre quando as forças que envolvem os traumatismos estão em 
direções oposta, caudal e cranial mente. É clássico de lesões 
produzidas por enforcamento em que o peso do corpo tende a 
distender o pescoço estando o crânio fixo. 
Ferimentos 
penetrantes 
O tecido nervoso é lesado diretamente por projeteis de arma de 
fogo ou por arma branca 
 
 A medula espinhal lesada, em um determinado período de horas, pode 
edemaciar, o calibre dos vasos sanguíneos modifica-se, podendo fragmentar 
as estruturas dos neurônios.A quantidade de tecido lesionado é determinada 
pela força de lesão e é progressiva em relação ao tempo. 
 
4. Sinais e sintomas: 
 
Quanto mais cranial for a lesão pior é o quadro clínico do paciente, bem como, o seu 
prognóstico.Nos casos mais graves, no momento que ocorreu o TRM, ocorre os 
choques medulares, caracterizados pela perda funcional da medula, 
imediatamente.baseados nas manifestações clínicas, podemos localizar 
topograficamente as seguintes lesões: 
 
Lesão Manifestações clínicas 
C1 São fraturas instáveis. Atenção redobrada às condições 
ventilatórias. Deve ser mantida e a imobilização da cabeça deve 
ser providenciada imediatamente, juntamente com a 
imobilização do paciente sobre superfície rígida. 
C2 São fraturas instáveis e também exigem imobilização adequada 
 
28 
 
C3 e C7 Podem estar associadas a lesões da traquéia e laringe, levando 
ao comprometimento da respiração. 
Coluna 
torácica 
São geralmente estáveis pela proteção conferida pela caixa 
torácica.Quando estão entre T11 e L1 podem comprometer a 
motricidade e a sensibilidade das extremidades por lesão da 
cauda eqüina. 
 
Coluna 
lombar 
Provocam lesões similares às provocadas pelas lesões da coluna 
tóraco-lombar. 
 
 
Alguns equipamentos utilizados para a imobilização da coluna vertebral 
 
 
 COXINS KED COLAR PRANCHAS 
 
ATENÇÃO: A GRANDE MAIORIA DOS SINAIS E SINTOMAS 
DESCRITOS ACIMA OCORRERÃO SE HOUVER A LESÃO MEDULAR. 
LESÕES ÓSSEAS VERTEBRAIS PODEM SER ASSINTOMÁTICAS E POR 
ESSE MOTIVO DEVEMOS CONSIDERAR TODO POLITRAUMATIZADO 
COMO PORTADOR DE LESÃO RAQUIMEDULAR, TOMANDO-SE 
TODOS OS CUIDADOS COM A IMOBILIZAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO, 
ATÉ QUE SEJAM REALIZADOS OS EXAMES ESPECÍFICOS. 
 
5. Conduta pré-hospitalar: 
O atendimento inicial deve ser realizado com a vítima no solo ou na prancha rígida, 
isto é, não deve ser transferido de uma superfície para outra até que seja 
descartada a possibilidade de trauma em coluna. 
 
A vítima deverá ser avaliada na posição de supina, neutra e com alinhamento dos 
seguimentos corpóreos: cabeça, pescoço, tórax, bacia e membros. 
A vítima com TRM é antes de tudo, vítima de um acidente, portanto pode 
apresentar outras lesões traumáticas, além do TRM. Fundamentado nisto o 
atendimento deve ser sistematizado, seguindo a seqüência do ABCDE, seguido da 
avaliação secundária.nesta fase é imprescindível manter a pressão arterial em 
níveis normais, bem como evitar a hipóxia sistêmica, para que não ocorra piora da 
lesão medular devido ao aumento do edema local e a conseqüente piora do quadro 
clínico. A vítima deverá ser examinada em posição que permita a inspeção e 
palpação de toda extensão da coluna. Se houver necessidade de movimentá-lo, será 
feito em “bloco”, mantendo o alinhamento da cabeça, pescoço, tórax, bacia e 
membros. 
 
 
 
29 
 
TRAUMA DE TÓRAX 
 
Objetivos: 
 
 Definir trauma torácico; 
 Identificar sinais e sintomas de trauma torácico; 
 Conhecer procedimentos de suporte básico a vítimas com traumas torácicos. 
 
As lesões torácicas estão entre as quatro principais causas de morte nos 
traumatizados. Atendimento inicial adequado, com a instituição de medidas 
terapêuticas precoces, pode ajudar a diminuir esse índice. 
 
1. Definição: 
 São lesões que acometem a caixa torácica, podendo comprometer a função 
cardiorrespiratória. 
 
2. Classificação: 
 
PRINCIPAIS LESÕES TORÁCICAS QUE COMPROMETEM A VIDA DO 
PACIENTE, DIAGNOSTICADAS NO EXAME PRIMÁRIO: 
 
A. Pneumotórax Hipertensivo: 
 
Traumas contusos de tórax podem provocar o aparecimento do pneumotórax 
hipertensivo que é caracterizado pela instalação de uma válvula de mão 
única, permitindo, o acúmulo de ar entre a pleura visceral e parietal. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
 Desvio de traquéia do lado oposto; 
 Taquicardia; 
 Dispnéia progressiva; 
 Hiper timpanismo (som de tambor à percussão do tórax, do lado 
afetado); 
 Ausência de murmúrio vesicular à ausculta; 
 Cianose. 
 
A pesquisa deve ser baseada na realização do exame físico. 
 
 Inspeção - pesquisar sinais de trauma, escoriações, hematomas, 
afundamentos, simetria de movimentos respiratórios. 
Trauma 
Torácico
Aberto
Penetrante
Não 
Penetrante
Fechado
 
30 
 
 Palpação - pesquisar dor, crepitação óssea, presença de enfisema 
subcutâneo. 
 Percussão - verificar a presença de hipertimpanismo. 
 Ausculta - pesquisar a ausência de murmúrio vesicular. 
 
 
 
 
 
Conduta Inicial: 
 
 O socorrista deve ter consciência de que tem uma vítima muito grave nas 
mãos e de que a vítima precisa de um procedimento evasivo (drenagem do tórax), 
por este motivo deve oferecer o suporte básico à vida e transportar a vítima a mais 
rápida possível para um hospital, monitorando seus sinais vitais. Concluirá o 
exame primário e secundário, se for o caso, a caminho do hospital. 
 
Conduta Definitiva (procedimento médico): 
 
Drenagem pleural em sistema fechado, sob selo d’água. 
 
B. Pneumotórax Aberto: 
 
Caracterizado por lesão que permite a comunicação entre o meio externo e o interno 
provocando o equilíbrio entre a pressão intra pleural e a atmosférica. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
 Trauma topnéia; 
 Dispnéia; 
 Taquicardia; 
 Hiper timpanismo; 
 Ausência de murmúrio vesicular. 
 
Traumatopnéia: Caracteriza-se por saída de ar pelo orifício da lesão. Isso 
acontece quando esse orifício é maior que 2/3 do diâmetro da traquéia. 
 
Conduta Inicial: 
 
Consiste em realizar um curativo plástico valvulado sobre a lesão, fechado em três 
lados (o lado aberto para baixo), permitindo que pelo lado aberto haja a saída de ar 
durante a expiração e a não entrada durante a inspiração. Esse procedimento 
permite uma significativa melhora das condições respiratórias do paciente. 
 
Conduta Definitiva (procedimento médico): 
 Drenagem pleural em sistema fechado sob selo d’água (procedimento 
médico). 
 
C. Hemotórax: 
 
 
31 
 
Consiste em um rápido acúmulo de sangue no espaço pleural, provocado 
principalmente pela laceração da artéria mamaria ou veias intercostais após 
traumas penetrantes. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
 Ferimentos penetrantes; 
 Afundamentos; 
 Dor localizada; 
 Cianose; 
 Dispnéia; 
 Maceis da caixa torácica; 
 Diminuição ou ausência de murmúrio vesicular; 
 Sudorese, palidez, taquicardia, hipotensão, perfusão capilar 
diminuída, como sinais indicativos de hipovolêmica no hemotórax 
maciço. 
 
Conduta inicial 
 
 O socorrista deve ter consciência de que tem uma vítima grave nas 
mãos e de que a vítima precisa de um procedimento evasivo (drenagem do 
tórax), por este motivo deve oferecer o suporte básico à vida e transportar a 
vítima a mais rápida possível para um hospital, monitorando seus sinais 
vitais e realizando as condutas de prevenção do estado e choque. Concluirá o 
exame primário e secundário, se for o caso, a caminho do hospital 
 
Conduta definitiva (procedimento médico): 
 
Drenagem pleural em sistema fechado sob selo d’água para descompressão 
torácica e reposição volêmica de acordo com os sinais indicativos de choque.D. Tórax Instável: 
 
Caracterizado por fratura de múltiplos arcos costais, produzindo restrição 
na expansão pulmonar com conseqüente hipoventilação, associada a dor 
severa. 
 
O diagnóstico é baseado principalmente no exame físico e na relação do 
mecanismo do trauma com a possibilidade de lesão. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
 Dor; 
 Crepitação óssea; 
 Afundamento; 
 Escoriações; 
 Hematomas; 
 Hipo ventilação; 
 
32 
 
 Movimentos torácicos assimétricos; 
 Cianose; 
 Dispnéia. 
 
Conduta pré-hospitalar: 
 
O melhor a fazer no suporte básico do APH é não imobilizar. O socorrista deve ficar 
atento para não causar outras lesões durante a movimentação do acidentado, 
compreendendo que se o impacto foi suficientemente forte para causar essas 
fraturas, pode ter lesado outros órgãos internos. Melhorar as condições ventila 
tórias através da administração de oxigênio úmido, além da monitorização dos 
sinais vitais. 
 
E. Tamponamento Cardíaco: 
 
Caracterizado pelo acúmulo de sangue no saco pericárdico, provocado 
principalmente por ferimentos penetrantes, ocasionando restrição da atividade 
cardíaca. O diagnóstico é feito principalmente através do exame físico adequado e 
sistematizado: 
 
Inspeção - observar a presença de lesões perfurantes localizadas. 
Ausculta - as bulhas cardíacas estarão hipo fonéticas. 
Pesquisar a Tríade de Beck - > da pressão venosa central, < da pressão arterial 
e > da freqüência cardíaca. 
 
Tratamento: 
Dirigido para o alivio temporário dos sintomas e consiste em aspirar o sangue 
coletado no saco pericárdico através da pericárdio centese. 
 
 
A - pneumotórax hipertensivo B - pneumotórax C – hemopneumotórax 
 
TRAUMA DE ABDOME 
 
OBJETIVOS: 
 
 Identificar sinais e sintomas de trauma abdominal; 
 Conhecer procedimentos de suporte básico aos traumas abdominais. 
 
Lesões intra - abdominais não diagnosticadas continuam sendo causa de mortes 
evitáveis em pacientes traumatizados. As lesões podem passar desapercebidas no 
atendimento inicial, pois os sinais clínicos são discretos e muitas vezes mascarados 
 
33 
 
por lesões extras abdominais como o trauma de crânio, intoxicações e trauma 
raquimedular. 
 
A cavidade abdominal, por sua vez, constitui-se em grande reservatório para 
perdas ocultas de sangue. 
 
1. Definição: 
 
 São lesões que acometem a cavidade abdominal, podendo muitas vezes associar-se 
á outras lesões, principalmente de tórax. 
2. Classificação: 
 
Trauma Fechado - Decorrente muitas vezes de contusões abdominais provocadas 
por acidentes automobilísticos, pelas alterações bruscas de velocidade e/ou a 
compressão direta por agentes externos. Assim, as vísceras parenquimatosas, tanto 
pelo tamanho como pelo peso, são particularmente susceptíveis às lacerações, 
cisalhamento de pedículos vasculares, esmagamentos e rupturas. É importante 
conhecer o mecanismo do trauma e relacionar à possibilidade da lesão. 
 
Trauma Penetrante - Determinados em sua grande maioria por arma de fogo ou 
arma branca. Os traumatismos penetrantes podem provocar efeito indireto, pela 
dissipação da energia ou pelo percurso feito pelo projétil ou arma. 
 
Considerando os ferimentos penetrantes abdominais, deve-se lembrar que os 
ferimentos de dorso, períneo e tórax podem comprometer estruturas abdominais. 
Os ferimentos do tórax inferior acometem a região de transição torácica - 
abdominal, que pode ser limitada superiormente por uma linha que passa pelo 4º 
espaço intercostal anteriormente e pelo 7º espaço intercostal posteriormente, e seu 
limite inferior é dado pela reborda costal. Durante a expiração o diafragma sobe até 
o 4º espaço intercostal o que explica o possível comprometimento abdominal dos 
ferimentos deste segmento do tronco. Assim todos os ferimentos que comprometem 
esta região devem ser considerados abdominais até que se prove o contrário. 
 
Fraturas Associadas: 
 
As fraturas ósseas, dependendo da localização, podem provocar lesões em órgãos 
viscerais: 
 
 Fraturas de Costelas Inferiores - podem lesar baços e fígado. 
Lesões Ósseas em coluna Torácica Inferior - podem lesar pâncreas e intestino 
delgado; 
 Fratura do processo Transverso da Coluna Lombar - pode lesar rins e 
vísceras abdominais; 
 Fraturas Pélvicas - podem lesar vasos pélvicos e estruturas retro 
peritoneais. 
 
3. Avaliação Inicial 
 
Deve-se priorizar o A B C D E, o exame físico direcionado deve ser realizado 
durante o exame secundário. O importante é confirmar a existência do trauma 
 
34 
 
abdominal e não o diagnóstico diferencial de qual órgão foi lesado. Valorizar a 
história do trauma relacionando sempre com a possibilidade de lesão 
 
4. Exame Físico 
 
Deve ser direcionado e sistematizado. 
 
a. Inspeção: O paciente deve estar exposto (prevenir a hipotermia) e observa-se a 
face anterior e posterior do abdome, tórax inferior e a região perineal a procura de 
escoriações, hematomas, ferimentos penetrantes e lacerações; 
b. Palpação: Através da palpação podemos obter dois tipos de resposta do 
paciente. A SUBJETIVA, onde o paciente localiza a dor e refere à intensidade e a 
OBJETIVA onde há contração involuntária dos músculos abdominais e aumento da 
tensão abdominal que pode indicar uma irritação do peritônio. 
 
Sondagens 
 
Eventualmente a sondagem vesical e naso-gástrica (procedimentos médicos) podem 
ser realizadas no pré-hospitalar para fins diagnósticos e terapêuticos sem que, no 
entanto, contribua para retardar o transporte do paciente ao hospital. 
 
CONTENÇÃO DE HEMORRAGIAS E PREVENÇÃO 
DO ESTADO DE CHOQUE 
 
 CONTENÇÃO DE HEMORRAGIAS 
 
 
 
 
 
Definiremos a hemorragia, como a perda aguda de sangue. Embora exista 
uma considerável variação individual, o volume sangüíneo de um adulto 
normal corresponde a aproximadamente 7% de seu peso corporal, assim 
sendo, um adulto com 70 Kg terá aproximadamente 5,0 litros de sangue 
circulante. No caso de adultos obesos o volume sanguíneo é calculado 
tomando como parâmetro o seu peso ideal citado acima. 
OBJETIVOS: 
 
 Reconhecer a existência de uma hemorragia, 
através do conjunto de sinais e sintomas; 
 Compreender a importância de adotar 
condutas imediatas de controle de controle de 
hemorragia, através de técnicas básicas; 
 Conhecer os efeitos fisiopatológicos de uma 
grande hemorragia; 
 Prevenir e reconhecer o estado de choque 
hipovolêmico, neurogênico e anafilático. 
 
 
35 
 
No caso de crianças, o volume corresponderá de 8% a 9% do peso corporal, 
assim, se considerarmos uma criança com 10 Kg obteremos um volume 
correspondente de 0,8 litros a 0,9 litros de sangue circulante. 
Nosso organismo tenta compensar, inicialmente a perda de sangue, 
progressiva vasoconstricção periférica e visceral para preservar o fluxo 
sangüíneo dos rins, coração e cérebro, sendo a taquicardia e a taquipnéia o 
sinal circulatório mensurável mais precocemente. A hipotensão é um sinal 
tardio, já ocorreu grande perda de sangue. 
 
1. Conceito 
Hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso 
sanguíneo, veia ou artéria, alterando o fluxo normal da circulação. A 
hemorragia abundante e não controlada, pode causar a morte em 3 a 5 
minutos. 
 
 
2. Conjunto de Sinais e Sintomas 
 
 Taquicardia; 
 Taquipnéia; 
 Pele fria; 
 Hipotensão; 
 Sudorese; 
 Tontura, confusão mental. 
 Vômito; 
 Sede; 
 Ansiedade; 
 Redução da perfusão periférica. 
 
OBS: A presença dos sinais e sintomas acima citados não necessariamente estarão 
presentes ao mesmo tempo, dependerá da gravidade da hemorragia. 
 
3. Técnicas de Contenção 
 
1. CURATIVO COMPRESSIVO 
Consiste na instalação de materiais em forma de bandagens ou ataduras sobre a 
lesão DIRETAMENTE, pressionando a lesão para contenção da perda de sangue. 
Na execução da técnica verificar o uso de bandagens umedecidas com água limpa 
ou material estéril. NUNCA retirar uma faixainstalada que venha a ficar 
embebida em sangue de uma hemorragia profusa. NUNCA utilizar materiais finos 
e cortantes como fios, barbantes e afins, bem como, verificar se cintos comuns 
 
36 
 
promoverão o resultado desejado. Certificar-se de empreender a força necessária 
para contenção da hemorragia sem, contudo, forçar a ponto de impedir a passagem 
do sangue para as partes distais do membro. Utilizar as técnicas de contenção de 
forma associada; 
 
2. ELEVAÇÃO DO MEMBRO 
Técnica de contenção de hemorragia que consiste na elevação do membro afetado 
pela lesão em um nível acima do restante do corpo, dificultando o extravasamento 
do sangue pela ação da gravidade. Este procedimento não deverá ser usado quando 
de lesões na cabeça, obrigando-se a vítima a deitar com todo o corpo no mesmo 
nível; 
 
 
3. PONTOS DE PRESSÃO 
 Consiste no estabelecimento de uma pressão, permanente e controlada, pelas 
mãos, apenas, sobre as artérias de referência da região afetada, onde estas passam 
juntas a estruturas ósseas. 
 
4. PRESSÃO DIRETA 
Geralmente a hemorragia externa é interrompida quando é feita uma pressão 
direta sobre o local ferido, que pode ser feita por qualquer pessoa, devidamente 
protegida por EPI, ou pela vítima consciente, enquanto o socorrista providencia o 
material necessário para tal. A contensão imediata realizada com gazes ou 
bandagens triangulares antecede a estabilização com curativo adequado 
(compressivo ou oclusivo). Em qualquer das situações jamais deixar de usar luvas 
ou outra barreira de proteção. Para estancar uma hemorragia é importante que se 
conheça a localização das principais artérias e veias do corpo. 
 
PREVENÇAÕ DO ESTADO DE CHOQUE 
 
Define-se Estado de Choque como a falência das funções vitais orgânicas, levando 
ao óbito, principalmente ocorrendo por depreciação da nutrição sangüínea e de 
oxigênio no tecido cerebral e cardíaco. São sinais e sintomas geralmente ligados a 
instalação do estado de choque: palidezes cutâneas, frias e sudorese intensa, 
dispnéia e taquipnéia, sensação de desconforto até pânico, taquicardia e hipotensão 
arterial. No atendimento Pré-hospitalar destacam-se os seguintes processos de 
Choque: 
 
1. HIPOVOLÊMICO ou HEMORRÁGICO 
Ocorre pela perda excessiva de sangue circulante, comprometendo as funções 
vitais. Verifica-se que os processos de compensação orgânica são insuficientes para 
manutenção do estado geral. Deve ser prevenido inicialmente com a colocação da 
vítima na posição deitada com as pernas e posição ligeiramente superior ao 
restante do corpo, e ainda com a utilização de técnicas de controle de hemorragias. 
 
2. CHOQUE NEUROGÊNICO 
Ocorre por uma desproporção abrupta da relação continente/conteúdo. No caso, por 
uma dilatação vascular geral, inversamente ao volume de sangue inalterado, no 
sistema circulatório, normalmente por hiper-estimulação neurológica (dor ou 
pânico). Sua ocorrência é mais restrita e as conseqüências menos nocivas, vez que 
 
37 
 
passadas as ações agressivas o quadro geral tende a normalizar-se. Atenção 
especial ao desenvolvimento de dor em local de acidente e acompanhamento de 
alterações cardiovasculares. 
 
3. CHOQUE ANAFILÁTICO 
Ocorre por reação orgânica à absorção de substâncias externas, a exemplo: 
medicação inadequada ou vencida, hipersensibilidade a componentes químicos. 
 
Neste tipo de choque, a intervenção medicamentosa torna-se imprescindível, para 
reversão da reação química instalada. Por definição, todos os procedimentos 
adotados pelos socorristas durante as ações de atendimento pré-hospitalar, se 
configuram como ações de combate a instalação do estado de choque, entretanto, 
exige-se os seguintes exercícios para combate direto: 
 
a) Recuperação e manutenção dos sinais vitais referenciais (aplicação do ABCDE); 
b) Posicionamento da vítima: decúbito dorsal, com as pernas ligeiramente 
elevadas, no máximo 30 cm; 
c) manter a temperatura corporal da vítima (cobertor térmico); 
d) Nunca dar líquidos à vítima, a sensação de sede deve ser minimizada com gaze 
embebida em soro, para os lábios secos; 
e) Se disponível, forneça oxigênio suplementar a 10 l/min; 
f) manter a temperatura corporal da vítima. 
 
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
OBJETIVO: Reconhecer a sintomatologia de obstrução de via aérea e a 
importância de realizar a desobstrução; 
 
A obstrução das vias aéreas superiores pode levar a inconsciência e à parada 
cardiorrespiratória. O relaxamento da língua é uma das causas mais freqüentes de 
dificuldade à passagem do ar. 
 
Durante a avaliação primária (A) o bombeiro ou socorrista deve assegurar a 
permeabilidade das vias aéreas, procurando identificar sinais de obstrução, seja por 
corpos estranhos, fraturas faciais, ou mesmo por fluidos. 
 
Vale salientar que todas as manobras deverão preservar a coluna cervical e, em 
hipótese alguma, a cabeça e pescoço da vítima traumatizada deve ser movimentado 
inadequadamente, com o intuito de manter uma via aérea livre. A adoção de tais 
manobras pode ser fatal. 
 
1. Reconhecimento da obstrução das vias aéreas por um corpo estranho: 
 
 Vítima Consciente: A vítima leva as mãos ao pescoço, e subitamente é 
incapaz de falar, tossir e respirar torna-se cianótico ou apresenta esforços 
exagerados para respirar. Inexistem movimentos respiratórios ou estes não são 
detectados. 
 Vítima que se torna inconsciente: Inicialmente a vítima apresenta-se 
consciente. Se a obstrução não for removida dentro de um curto espaço de tempo, 
 
38 
 
ocorrerá inconsciência, parada respiratória e, persistindo a oclusão, parada 
cardiorrespiratória. 
 Vítima inconsciente: Vítima encontrada inconsciente deve ser tratada 
como potencial portador de trauma raque medular ou parada cardiorrespiratória. 
As manobras de desobstrução respiratória dar-se-ão a partir do momento que for 
identificado o agravo. 
 
2. Conduta Pré-hospitalar 
 
a. Adulto Consciente Com Obstrução Parcial 
 - Orientar a vítima consciente com obstrução parcial das vias aéreas a tossir ou 
continuar tossindo; 
 - Caso o corpo estranho não tenha sido removido pela tosse, ministrar oxigênio por 
máscara facial com um fluxo de 7 a 10 l/min; 
- Vítima sem suspeita de lesão na coluna cervical poderá ser transportada sentada, 
numa posição confortável e aquecida; 
 - Manter constante observação da vítima, incluindo sinais vitais. 
 
b. Adulto Consciente Com Obstrução Total 
a) Se a vítima não puder respirar, tossir ou falar, realizar compressões abdominais 
Manobra de Heimlich; 
b) As manobras devem prosseguir até a desobstrução das vias aéreas; 
c) Enquanto não houver êxito na desobstrução, transportar a vítima ao hospital 
rapidamente, sem interromper a Manobra de Heimlich, contudo, sem deixar de 
ventilar a vítima a cada minuto. 
 
c. Adulto que se tornou ou está inconsciente 
a) Deitar a vítima em decúbito dorsal; 
b) Abrir as vias aéreas com a manobra mais adequada; 
c) Verificar a respiração (ver, ouvir e sentir); 
d) Se a respiração estiver ausente, realizar duas ventilações. Se o tórax não 
expandir na primeira ventilação refazer a manobra para abertura das vias aéreas e 
ventilar novamente, se ainda assim permanecerem obstruídas executar a manobra 
de Heimlich, aplicada para vítimas inconscientes; 
e) Se desobstruir e a vítima voltar a respirar: ministrar oxigênio por máscara 
facial com um fluxo de 7 a 10 l/min; transportá-la aquecida; monitorar os sinais 
vitais; 
f) Se desobstruir e a vítima não voltar a respirar: proceder a manobra de 
ventilação artificial (uma a cada 05 seg.); monitorar pulso e, sendo necessário, 
iniciar RCP. 
 
d.Técnicas de desobstruções das vias aéreas 
 
1) Busca às Cegas: 
 
Esta técnica pode ser utilizada quando o corpo estranho estiver visível na boca da 
vítima inconsciente. Usar cautela para não introduzir o objeto sólido nas vias 
aéreas superiores. 
 
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Posicionar a vítima em decúbito

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