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Bovinocultura de corte

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↠ Composição de rebanho
Definição: Número de animais por categoria.
↪ Este número pode ser levantado pela própria fazendo, contudo, usualmente é
necessário realizá-lo junto ao dono e funcionários da fazenda.
↪ Um rebanho é considerado estável se seus índices zootécnicos se repetirem
por, no mínimo, 2 anos consecutivos, se mantendo constante a partir desse
período.
- Conceitos importantes
o Unidade animal (U.A.): 1 U.A = 450 Kg
↪ No Brasil, temos, em média:
Touros - De 1,25 U.A. a 1,5 U.A. ( 562,5 a 675 kg) a campo.
Matrizes - 1 U.A. ( 450kg)
Bezerros (0 - 1 ano) - 0,3 a 0,4 U.A. (135 kg a 180 kg)
Novilhas ( 1- 2 anos) - 0,5 U.A. (225 kg)
Animais ( 2-3 anos) - 0,75 U.A. (337,5 kg)
o Vaca solteira (VS) : Vaca que não está com bezerro no pé, podendo estar vazia ou
prenha.
↪ Usualmente são as mais descartadas posto que apresentam maior
probabilidade de problemas reprodutivos. Para isso, deve avaliar a quanto tempo
está solteira para ver se só está solteira por questões fisiológicas.
o Vaca parida (VP): Vaca com bezerro ao pé, podendo estar parida e prenhe ou
parida e vazia.
o Número total de matrizes (VT): VT = VS + VP
o Taxa anual de reposição de matrizes: Realização do descarte das piores matrizes
para deixar o rebanho jovem e produtivo. No lugar das matrizes descartadas
coloca-se novilhas do próprio plantel ou compradas de fora.
↪ Taxa ideal: 20%. Com este valor, há uma renovação do rebanho todo a cada 5
anos. Contudo, esta taxa só é alcançada em fazendas com alta natalidade e baixa
mortalidade.
↪ Para reposição, é mais recomendado o uso de novilhas do próprio plantel posto
que há maior segurança de histórico e menor gasto financeiro. Ao comprar de
fora, a maior vantagem é a compra só de fêmeas.
o Taxa anual de reposição de touros: Realiza o descarte dos piores touros posto
que o macho deve ser jovem para cobrir o maior número de fêmeas possíveis
além de evitar a endogamia.
↪ Taxa ideal: 33%. Com este valor, há uma renovação do rebanho todo a cada 3
anos.
- Taxas de referência
As taxas de referências ocorrem em fazendas bem manejadas, evidenciando os
melhores cenários produtivos.
o Taxa de natalidade (TN): Uma alta taxa de natalidade indica um bom manejo
sanitário, nutricional e de bem estar já que esta característica possui baixa
herdabilidade, tendo, portanto, alta ação ambiental.
↪ Taxa ideal: Acima de 85%.
o Taxa de mortalidade (TM): Em um cenário ideal, deveria ser 0, mas no dia a dia é
praticamente impossível. Sendo assim, em uma boa fazenda espera-se:
↪ Mortalidade de 0 - 1 ano: Abaixo de 5%.
↪ Mortalidade de 1- 2 anos: Abaixo de 3%.
↪ Mortalidade de 2 anos ou mais: Abaixo de 2%.
o Relação touro x vaca: É a quantidade de vacas por reprodutor.
↪ Taxa ideal: 1 x 50
↪ Taxa nacional: 1 x 25 / 1 x 30
o Idade ao primeiro parto (IPP): Muito difícil alcançar a taxa ideal, principalmente
a pasto.
↪ Taxa ideal: 24 meses
o Intervalo de partos ( IDP):É o tempo entre um parto e outro, estando
diretamente relacionado com a taxa de natalidade.
↪ Taxa ideal: 12 meses ( uma gestação por ano). Maior probabilidade de
ocorrência em plantéis pequenos posto que, para isso, a taxa de natalidade deve
ser de 100%.
↪ Cálculo: IDP = 12 𝑋 100𝑇𝑁
exemplo: IDP = → IDP = 14,1 meses.12 𝑥 10085
o Idade ao abate: Quanto mais novo o animal conseguir estar pronto para o abate,
melhor a carne será.
↪ Taxa ideal: 24 meses
o Composição de rebanho atual: É a existente na fazenda naquele momento.
o Composição de rebanho futura: É a projeção dos índices zootécnicos desejados.
o Evolução de rebanho: É a transição do rebanho atual para o rebanho futuro.
- Reposição de fazenda
Utilizando as taxas de referências, temos como exemplo:
Com isso, devido às taxas ideais, haverá diversas fêmeas para a reposição das
matrizes, dando ao produtor possibilidade de escolha e, por consequência, um
melhoramento genético.
↠ Evolução de rebanho
Definição: Ferramenta administrativa que irá planejar possíveis receitas e
despesas da fazenda.
↪ Para isso, primeiro deve-se estabelecer a composição do rebanho atual. Em
seguida, estabelecer os índices zootécnicos desejados para, então, realizar os
cálculos anuais de evolução do rebanho.
- Exemplo prático
Uma fazenda com:
5 reprodutores, 60 vacas paridas, 40 vacas solteiras, 54 fêmeas de 0-1 ano, 51
fêmeas de 1-2 anos e 50 fêmeas de 2-3 anos.
Intenção: Rebanho estabilizado com 100 matrizes (60vp + 40vs).
- Ano 1
1º - Transição de 1 touro x 25 vacas para 1 touro x 30 vacas
100 30 = 3 ( três touros serão necessários)÷
2º - Transição de natalidade de 60% para 75%
60 + 40 = 100 (vacas totais)
100 x 0,98 = 98 ( desconto da mortalidade de 2%)
98 - 0,2 = 78 ( desconto da taxa de reposição de 20%)
78 + 50 = 128 ( fêmeas de 2-3 anos, após 1 ano, já estão aptas a reproduzir)
128 - 28 = 100 ( venda das 28 vacas excedentes ao estabelecimento das 100
matrizes)
100 75% = 75 vacas paridas = taxa de natalidade do ano 1×
3º - Quantidade de vacas solteiras
100 - 75 = 25 vacas solteiras
4º - Quantidade de vacas de 0 - 1 ano
75 2 = 38 ( metade nascem machos e metade nascem fêmeas)÷
38 x 0,94 = 36 vacas 0 - 1 ano ( desconto da mortalidade de 6%)
5º - Quantidade vacas de 1- 2 anos
54 2 = 27 (Vacas que antes tinham de 0- 1 ao agora tem de 1-2 anos)÷
27 x 0,97 = 26 vacas de 1-2 anos (desconto da mortalidade de 3% )
6º - Quantidade de vacas de 2 - 3 anos
51 2 = 26 (Vacas que antes tinham de 1-2 anos agora tem de 2-3 anos)÷
26 x 0,98 = 25 vacas de 2-3 anos. (desconto da mortalidade de 2%)
- Cálculo da idade ao primeiro parto
Uma fazenda com:
52 fêmeas de 0-1 ano, 49 de 1-2 anos e 48 de 2-3 anos
Intenção: No ano 1 espera-se uma IPP de 36 meses
- Ano 1
48 vacas estão aptas a parir pois estão com 3-4 anos ( 36 a 48 meses)
Intenção: No ano 1 espera-se uma IPP de 42 meses
- Ano 1
48 12 = 4 (Média de vacas que irão parir em 1 ano)÷
4 x 6 = 24 ( Das 48, apenas 24 vacas irão parir)
↳ Distância entre 42 e 48, ou seja, entre as vacas com idade para parir.
↠ Pecuária de corte no brasil
- Introdução
No Brasil, a pecuária tem maior força por gado a pasto, contudo, a respeito do
gado confinado temos como principais estados representantes, respectivamente,
Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Estes representantes têm
alta força no mercado pois, apesar de estarem em maior quantidade, a criação a
pasto tem a problemática da maioria das pastagens do país está defasada,
conferindo um menor índice zootécnico. A despeito das fazendas, no Brasil elas
são caracterizadas por serem de médio a grande porte e o rebanho constituído
em sua maioria por zebuínos ou mestiços zebuínos com nelore.
- Taxa de desfrute
Definição: Mede a capacidade produtiva do rebanho em um determinado
período em porcentagem.
↪ Esta taxa é considerada alta quando está acima de 30%.
↪ Quanto maior o excedente de produção, maior a taxa de desfrute, evidenciando
uma fazenda bem manejada.
↪ Fatores que influenciam: Para uma alta TD, deve haver uma alta TN, baixa TM,
IDP (quanto mais rápido parir, mais excedentes gera) e uma baixa idade para
abate (sinal que a fazenda está bem manejada pois os animais chegam rápido a
idade de abate).
 𝑇𝐷 = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠𝑁º 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 × 100
- Taxa de abate
Definição: É o percentual resultante da relação entre o número de indivíduos
abatidos e o número total de indivíduos existente em um grupo ou em uma área.
↪ Se todos os excedentes são abatidos, TA = TD.
𝑇𝐴 = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑏𝑎𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠𝑁º 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 × 100
- Principais capins no Brasil
o Anos 50-60: Coastcross e Estrela. Exigiam determinadas condições climáticas.
o Anos 60-70: Colonião.
o Anos 70 - hoje: Braquiária devido a mudança na pecuária.
o Mais recente: Andropogon, mombaça e marandu.
- Características regionais da pecuária
o Norte: Clima tropical úmido. Por conta disso, as raças
mais utilizadas são os zebuínos ou seus mestiços devido a
alta tolerância ao calor. Ademais, sua criação é feita por um
modelo próximo a floresta.
o Nordeste: Clima semi-árido. Porconta disso, são
utilizadas as raças zebuínas pois tiveram origem próxima
ao nordeste, estando acostumados ao clima.
o Sudeste: Mata atlântica. Por conta disso, são utilizados os
zebuínos, europeus e seus cruzamentos. Nesta região, as
fazendas podem ser grandes ou pequenas devido a
presença de áreas planas.
o Centro oeste: Cerrado. Por conta disso, são utilizados os
zebuínos e seus cruzamentos. Como alimentação, as
braquiárias são predominantes, tendo fazendas grandes..
o Sul: Campos, planos e ferrageiros. São utilizadas raças
europeias como os angus.
- Cadeia de produção
1º - Insumos a produção
2º- Processamento
3º- Distribuição
4º - Consumo
- Ciclo completo de produção
1º- Fase de cria: Fase que contabiliza as matrizes, reprodutores e bezerros em
aleitamento, vendendo os bezerros nessa etapa.
2º- Fase de recria: Contabiliza desde animais desmamados até os que estão
prontos para confinamento ( 8/10 meses machos e 6/8 meses fêmeas).
↪ No caso das fêmeas, as bezerras desmamadas que
agora são novilhas ficarão em boa pastagem até estarem
aptas a reprodução. Após o nascimento dos bezerros, elas
passarão a ser chamadas de vacas.
↪ No caso dos machos, eles vão para a engorda até ficarem aptos ao abate.
3º- Fase de terminação: Contabiliza do boi magro até o pronto para abate (18/20
meses), engordando esses animais até chegarem no nível de abate.
obs: Em uma fazenda completa, há a realização dos 3 ciclos posto que há maior
controle, conhecendo a origem dos animais e não ficando a mercê do mercado.
↠ Principais raças de corte criadas no Brasil
Para entendermos as raças de corte utilizadas no Brasil, é necessário alguns
conceitos gerais sobre quais tipos de animais esperamos encontrar.
- Ondas de crescimento
A tendência de crescimento dos animais é para cima,
seguida do desenvolvimento do anterior e por fim do
posterior, ou seja, é estrutural, ocorrendo primeiro a
formação dos ossos, músculos e em seguida da gordura
(tecido nervoso.ósseo.muscular e gordura). Sendo assim,
sabe-se que o ganho de peso é mais eficiente quando o
animal está crescendo, posto que haverá a formação de
músculos e não somente de gordura. Logo, um animal
pronto para o abate deve possuir uma carcaça de 18 a 20@,
convexa e possuir acabamento, ou seja, deposição de
gordura na carcaça.
o Ponto de abate = Vivo + carcaça + acabamento.
o Rendimento de carcaça = P carcaça pós abate - P vivo.
- Biotipos
Os biótipos referem-se a idade adulta, sendo que o biotipo ideal depende das
condições do local, vendo qual mais se adequa. No Brasil, o biotipo mais utilizado
é o de médio porte já que o de pequeno o rendimento de carcaça é muito baixo e
o de grande exige condições que não possuímos. Sendo assim, há uma correlação
negativa entre tamanho e precocidade, ou seja, quanto maior o animal, mais
tardio ele será.
o Pequeno porte: Como o angus. Possui a vantagem de serem mais precoces
contudo são leves.
o Médio porte: Como o nelore.
o Grande porte: Como o quinino Possui a vantagem de serem pesados contudo
são tardios..
- Composição peso x idade
É fato que a composição muda com a idade, sendo que o ponto ideal para abate é
entre 22 e 33 meses, posto que nesse período haverá um aproveitamento total da
musculatura até surgir a gordura.
o Tecido ósseo: É o que menos varia devido a sua função estrutural.
o Tecido muscular: Cresce até a puberdade, havendo uma queda a partir desse
período.
o Gordura: É a composição que mais varia, aumentando durante a puberdade.
Sendo assim, primeiro surge a gordura visceral, intermuscular,subcutânea e
intramuscular.
obs: Cortes nobres - Na região dorso-lombar, garupa e colateral.
- Biotipo frigorífico
O biotipo frigorífico é composto pela estrutura, precocidade e musculatura do
animal.
o Estrutura: Prediz visualmente a área que o animal abrange visto de lado,
olhando-se basicamente para o comprimento corporal e profundidade de
costelas, avaliando, portanto, a conformação do animal e sua altura. Nesse
contexto, raças de médio porte usualmente possuem uma altura do sacro-chão
de 1,6 metros e um peso de 900 a 1000 kg, a exemplo do nelore.
o Precocidade: Avalia a rapidez de desenvolvimento. Para isso, é feita uma
avaliação do comprimento de costela (dorso-ventre) e do ventre ao solo, sendo
que uma costela é considerada grande quando é maior que a altura do chão..
Usualmente, os zebuínos são considerados precoces quando essa altura se
equilibra, com exceção do brahma, que é um animal mais baixo, possuindo um
comprimento de costela muito elevado.
o Muscolosidade: A musculosidade será avaliada através da evidência das massas
musculares. Um animal bom deve possuir alta musculatura no dorso-lombar e no
posterior, ficando convexo.
- Aprumos
Os aprumos mostram o direcionamento dos membros em relação ao
solo, devendo ser bem estruturados e regulares. Ademais, essa é uma
característica de alta herdabilidade, ou seja, passa para a progênie,
sendo necessário atenção para não perpetuar um biotipo ruim.
o Vista lateral: Devem ser perpendiculares ao solo e a linha dorso
retilínea tendendo a horizontal.
o Vista frontal: Mãos perpendiculares e alinhadas com os pés.
↪ Não pode ser aberto (ganchudo) ou fechado (arqueado) demais, nem com a
perna para trás e com o ângulo do joelho para dentro,ou seja, animais arqueados,
zambros e com perna de frango não são recomendados.
o Vista de trás: Devem ser perpendiculares ao chão e alinhados com os
dianteiros.
o Linha do ísquio - jarrete - solo: Os aprumos devem tocar nesses pontos para
estarem bem estruturados.
o Garupa: Um bom aprumo gera uma garupa com alta musculatura.
- Raças zebuínas
Origem: Asiática (paquistão e índia).
Características: Possuem couro/pele mais solta, barbela desenvolvida (resistência
ao calor, são adaptadas ao clima tropical), a presença de cupim (reserva de
nutrientes, está entranhado com gordura), tendem a não ter problema de parir,
são mais tardias e sua carne é de qualidade inferior à europeia.
🐄 Nelore
o Possuem pele escura e pelo claro, repelindo o sol. Por
conta disso, são muito boas para o clima tropical.
o Orelha em formato de lança.
o Chifre pontudo.
o É a principal raça de corte no Brasil pois já estão
adaptadas.
o Bezerros nascem fortes, possuem úbere com tetos
curtos e finos e a vaca cuida bem dos filhotes.
o Nelore mocho = macho sem chifre.
🐄 Brahman
o Origem: Estados unidos (é a junção do cruzamento
do girolando,guzerá, nelore e cris davoli)
o Objetivo: Foi criado para produção de carne.
o Características: Convexidade de musculatura,
principalmente o posterior, e alto comprimento de
costela.
🐄 Guzerá
o Características: Chifre em formato de lira, forte
pigmentação, altura de costela ligeiramente maior que
a altura ao chão, qualidade de linha de dorso e
posterior volumoso.
o Raça rústica, utilizada em regiões secas.
🐄 Tabapuã
o Machos não possuem frio.
o Feita no Brasil com genética guzerá
🐄 Girolando
o Grande maioria na produção leiteira.
o Características: Posterior volumoso, preenchido por
musculatura, crânio ultra convexo e orelha em
formato de folha seca.
🐄 Indubrasil
o Origem: Brasileira ( gir + guzerá).
o Características: Animal grande, bem aprumado.
o Utilizado no nordeste brasileiro.
- Raças européias britânicas
Origem: Escócia e Inglaterra.
Características: Tendem a ser muito precoces, de
menor porte que as continentais, muito férteis, com
carne de excelente qualidade e bem marmorizada.
🐄 Aberdeen Angus
o Características: São mais baixos, pernas mais curtas,
profundos, largos e possuem facilidade de parto.
o Podem ser pretos ou vermelhos, quando recessivos.
o Considerada uma carne de grife.
o Muito utilizada para cruzamento com raças
zebuínas, principalmente a nelore.
🐄 Hereford
o Características: Fértil, dócil e vigorosa.
- Raças europeias continentais
Origem: Demais países europeus.
Características: Mais férteis e com carne de maior
qualidade que os zebus mas menos que as
britânicas,grande porte e maior incidência de
distrofia.
🐄 Limousin
o Origem: Francesa.
o Característica: Possuem alto comprimento de
costelas.
🐄 BlondeD'aquitaine
o Origem: Francesa.
o Características: Alto rendimento de carcaça,
rusticidade, alto desenvolvimento muscular.
🐄 Charolês
o Origem: França (principal).
o Características: Sensível ao calor, sendo usada no
Brasil só para cruzamento, alta musculatura e peso.
🐄 Simental
o Origem: Suiça/Alemã.
o Objetivo: Utilizada no sul do Brasil e para cruzamentos
com zebuínos.
🐄 Pardo suiço corte
o Origem: Suiça.
o Características: Grande porte, alto peso de carcaça e
garupa larga.
🐄 Chianina, Marchigiana e piemontês.
o Origem: Itália.
o Características: Chianina é maior raça de touros
existentes, sendo muito tardio.
🐄 Belgian blue
o Origem: Bélgica.
o Características: Musculatura dura por modificações
genéticas, alto rendimento e apresenta dificuldades no
parto.
obs: Ao cruzar com zebuínos atenção a distocia.
- Cruzamentos
o Principal: Nelore como ventre e raças taurinas com o sêmen.
o 1ª: Nelore + limousin: Feita por inseminação artificial, criando
uma heterose máxima e alta complementaridade.
o 2ª: Nelore + pardo suíço.
o 3ª: Brahman + hereford = Braford. Raça sintética.
o 4ª: angus + brahman = Brangus. Raça sintética.58
3
8
↠ Marcas do registro genealógico da ABCZ
Em primeiro lugar, ABCZ é a associação brasileira de criadores
de zebuínos. Nesse contexto, técnicos dessa associação realizam
uma avaliação dos animais, instituindo marcas para eles. Sendo
assim, animais registrados tendem a ter até 3x mais valor
agregado do que um animal não registrado devido às
informações contidas sobre eles e devido a avaliação a qual são
submetidos. Logo, a ABCZ é válida para todas as raças zebuínas,
sendo um parâmetro, contudo, existem também associações
para cada raça.
OBS- Barriga de aluguel: A receptora deve ser da mesma raça do
que a que será gerada para que não haja confusão genética e
confusão na avaliação.
- Conceitos das marcas
o Série alfabética: Conjunto de 3 ou 4 letras, exclusivo do criador,
que identifica seu rebanho junto à ABCZ. Geralmente usa-se 4
letras para identificar diferentes plantéis de um mesmo criador.
o Número de registro de nascimento: Identifica o animal, de
acordo com a cronologia de nascimento na fazenda.
o Marca do criador: É a marca que identifica os animais da
fazenda.
- Marcação da fazenda
Definição: Marcação não obrigatória realizada pelos criadores
para identificar os animais visando a diminuição dos furtos.
o Realizada na face do animal ou na perna esquerda para não
comprometer a carcaça.
- Marcação feita pelo criador
o Nas orelhas: São marcadas por um equipamento que parece um alicate. Este
aparelho possui a forma com letras e
números, que, ao apertar, serão gravados
na orelha do animal.
↪ Orelha esquerda: Marca a série
alfabética do criador e número de registro
de nascimento na fazenda(RGN). Esta
série é fornecida pela associação,sendo
única para cada animal e proprietário.
Essa marcação pode ser feita até a desmama, sendo um procedimento de rotina.
↪ Orelha direita: É marcado o registro da mãe se o animal for fruto de fecundação
in vitro ou de inseminação artificial (TE).
o Perna esquerda: Marca do criador + série alfabética do criador (opcional) + N°
de RGN (opcional).
o Face direita: Carimbo do ano ou de era (último algarismo do ano de
nascimento).
- Marcação feita exclusivamente pela ABCZ.
o Perna direita: Série alfabética do criador, nº RGN e caranguejo.
↪ Série alfanumérica (do criador + numero de registro): Na perna direita
obrigatoriamente.
o Face esquerda: Caranguejo na face esquerda significa o registro provisório
realizado perto do período de desmama. Animais apresentados para registro
terão essa marca.
o Face direita: Caranguejo na face direita evidencia o registro oficial do animal, só
podendo ser realizados pelo técnico quando o animal foi aprovado nas avaliações
depois de adulto.
o Animal sem documentação oficial mas do ponto de vista prático é de raça pura:
Apresenta para registro, faz todas as marcas citadas e adiciona mais uma marca, a
de pura por avaliação (PA) na paleta esquerda.
↪ Usualmente cruza os PA com os PO,fazendo com que a geração seguinte seja
PC (puro controlado). Se cruzar PC com PO, há a segunda geração PC. Ao cruzar a
segunda geração de PC com PO, haverá a formação de PO.
↪ A marca PC também deve ser marcada na paleta esquerda.
↪ A marca PA e PC pode ser na esquerda ou em ambas: Caiu em desuso em
ambas.
o Animal clonado: Ao nascer, é feita na orelha esquerda a tatuagem da série
alfabética do criador e do RGN no animal. Na orelha direita vai o número do
registro de quem deu origem a ele. Após esse período, até a desmama, deverá ser
feito na perna esquerda a tatuagem de TN (transferência nuclear) e, abaixo dela,
o número de registro definitivo do animal que deu origem ao clone. Já na perna
direita deve-se colocar a série alfabética do criador
juntamente com o registro de nascimento
↪ Se aprovado a avaliação final, também levará a marca
do carangueijo.
↠ Provas zootécnicas
- Teste de performance
Definição: Avaliação do indivíduo com base em seu próprio desempenho.
Nesse contexto, o teste de performance é um teste aprovado pela associação
brasileira que é realizado em machos e fêmeas na própria fazenda, selecionando,
assim, os melhores animais para aquele plantel.
🐄 CDP
O controle de desenvolvimento ponderal, ou seja, a análise do ganho de peso em
determinada idade de animais submetidos as mesmas condições, idade e sexo, é
um dos fatores observados pelo teste de performance. Sendo assim, quem se
destaca dentro dessa pesagem tende a ter uma genética mais adaptada àquele
plantel, sendo superior aos demais e, por conta disso, selecionado para
perpetuação no plantel. Ademais, esse processo fornece esses dados para o
SRGRZ/ABCZ, auxiliando no conhecimento do comportamento de desempenho
da raça zebuína.
o Execução: Dado que geralmente são animais registrados a serem submetidos a
esse teste, temos:
1º- Informar o peso ao nascer nas primeiras 24h de vida do animal.
↪ Animais baixo peso: Tendem a ficar muito leve.
↪ Animais acima do peso: Predisposição a distocia.
↪ Ideal: Animais de peso médio, sem apresentar distocia e com potencial de
ganho de peso.
2º- Poderão participar animais com idade máxima de 210 dias na data da
pesagem.
3º- As pesagens serão trimestrais, podendo haver entre elas no mínimo 80 dias e
no máximo 10 dias.
4º- As pesagens são intercaladas entre técnico da ABCZ e criador.
5º- Podem ser feitas pesagens de inspeção para conferência, ou seja, podem
haver pesagens surpresa com o intuito de evitar fraudes.
o Informações obrigatórias: É obrigatória a formação de grupos
contemporâneos para a análise, informar as condições de criações, caso haja falha
em uma pesagem justificar o motivo e separar os animais em sistemas de
produção.
↪ SP 1: Sistema extensivo (a pasto).
↪ SP 2: Sistema semi-intensivo (semiconfinado).
↪ SP 3: Sistema intensivo (confinado).
o Idade padrão: As pesagens ocorreram, respectivamente, aos 210 dias, 365 dias e
450 dias, podendo haver um desvio padrão de +/- 60 dias.
↪ A pesagem é realizada aos 210 dias pois é o período de desmama, avaliando o
potencial do bezerro e a habilidade materna.
↪ A pesagem realizada entre os 365/450 dias é realizada pois há uma correlação
genética alta e positiva entre o peso a desmama, peso aos 450 dias e peso
quando adulto. Logo, um animal com peso bom nessas pesagens tende manter
esse padrão positivo.
↪ Entre 12 e 18 meses também sera realizada a avaliação da estrutura,
precocidade, músculos, umbigo, características raciais, aprumos e sexualidade.
o Classificação dos animais: Os animais após serem pesados aos 210 dias serão
avaliados pelo peso vivo médio do lote desvio padrão do peso vivo médio do±
lote (S). O desvio padrão irá depender do peso do lote e da idade dos animais.
Usualmente, os animais tendem a manter seus padrões, contudo, pode haver
variação entre os dias.
↪ Animais elite: Estão acima da média + desvio padrão.
↪ Animais superiores: Estão entre a média + desvio padrão.
↪ Animais regulares: Estão entre a média - desvio padrão.
↪ Animaisinferiores: Estão abaixo da média - desvio padrão.
- Exemplo prático
Peso médio vivo = 200 kg. S = 6 Kg. Idade = 210 dias.±
Animal 1 = 203 kg. Animal 2 = 192 kg. Animal 3 = 210 kg. Animal 4 = 198 kg.
1º- Idade dos animais classificados
210 60 → 150 dias±
↘
270 dias
2º- Média de peso
200 6 → 194 kg±
↘
206 kg
3º- Classificação
Com base na média de peso esperado, temos que:
Animal 1 -Superior (206 > 203 > 194)
Animal 2 - Inferior (192< 194)
Animal 3 - Elite (210>206)
Animal 4 - Regular(194 < 198 <206).
↠ Resultado dos cruzamentos
o Animais de raça pura: O desempenho dos animais de raça pura está
diretamente relacionado com a alimentação, nutrição e manejo. Nesse contexto,
deve- se ter as instalações adequadas, qualidade de mão de obra e outros efeitos
ambientais. Logo, a genética sozinha não determina o desempenho de uma
animal.
o Animais mestiços: Em animais mestiços, além dos fatores citados, devemos
incluir o fator da heterose.
↪ Heterose: É a diferença observada entre a média dos filhos e a média das raças
parentais para uma característica. Este fator é desejado em cruzamentos, sendo
que, o cruzamento entre duas raças puras gera heterose máxima, havendo
complementaridade entre raças (50% de uma raça e 50% de outra)..
- Exemplo prático
1º - Heterose Máxima
Nelore (N) x Angus (A)
F1: 50% N e 50% A (100% NA )→ Heterose máxima
2º Heterose Retida : F1 x F1
NA x NA
N A
N NN NA
A NA AA
Logo, podemos afirmar que o cruzamento de dois mestiços reduz a heterozigose
em 50% ( 50% NA , 25% NN e 25% NA )
o Cruzamento industrial: Consiste-se na produção de um meio sangue.
Normalmente, no Brasil, a matriz é zebuína (principalmente nelore) em
cruzamento com um europeu, gerando F1 50% Nelore e 50% europeu, sendo o
principal cruzamento.
↪ Matriz: Podem ser compradas novilhas para reposição ou repostas pelo próprio
rebanho
↪ Próprio rebanho: Separo uma parcela para reprodução com o touro da mesma
raça.
o Cruzamento rotacional: Esse sistema consiste no uso alternado de
reprodutores de raças diferentes a cada geração, ou seja, a cada geração há uma
alteração na raça pura do macho. Para isso, usualmente há a utilização de 2 ou 3
raças. Como vantagem desse método temos a elevação da heterose com o tempo
e, como desvantagem, a dificuldade de manejo.
o Bovinos compostos: Desenvolvidos com o intuito de manter a heterose alta,
mantendo as características benéficas das raças misturadas, conseguindo uma
alta produtividade. Sendo assim, um bovino composto é um animal formado por
diversas espécies, sendo, no mínimo, por uma zebuína, uma europeia britânica,
uma europeia continental e uma europeia adaptada.
↪ Bovinos compostos (mestiços) podem se tornar uma raça devido a longos
cruzamentos de animais de mesma linhagem mestiça.
Exemplos: Montana, bonsmara e senepol.
o Bovinos sintéticos: Deve possuir 2 raças em sua constituição, sendo constituída
de ⅝ europeu e ⅜ zebuína.
o Como fazer cruzamento: Deve-se estabelecer o objetivo, quais as condições no
sistema, se irá haver reposição externa de fêmeas, se sim, de onde virão, se haverá
uso de inseminação, qual o nível de controle na fazenda, qual o objetivo do
mercado e de ganhos com esse cruzamento.
o Objetivos do cruzamento: Aproveitar a heterose,utilizar as diferenças genéticas
entre as raças a favor do produtor, aproveitar as combinações genéticas e dar
flexibilidade no sistema de produção.
↠ Cronometria dentária bovina
É a avaliação da idade dos animais pela arcada dentária.
- Meios de avaliação
o Chifre: Observa presença de anel transversal, surgindo o primeiro aos 36 meses.
Após esse período, surge um anel a cada ano.
o Registro genealógico: Método de avaliação com maior acurácia posto que
possui os documentos de sua data de nascimento, do proprietário, nome da
fazenda, cor do animal e parentes.
o Dentição: Através da dentição,além da idade, é possível ter uma ideia do
manejo.
🐄 Anatomia
Serão avaliados os dentes incisivos devido a
facilidade de manuseio. Além disso, os bovinos só
possuem incisivos inferiores, sendo no total 8 dentes
incisivos.
Logo, os bovinos possuem 2 pinças, 2 primeiros
médios, 2 segundos médios e 2 cantos como dentes
incisivos inferiores. Além deles, na arcada superior há
a presença de 6 pré-molares e 6 molares.
🐄 Fisiologia
Os dentes nascem e caem do meio para o canto da
boca, ou seja, primeiro as pinças, seguida dos
primeiros médios, segundos médios e cantos.
🐄 Cronologia
O nascimento dos dentes de leite ou caducos ocorre nos
seguintes períodos:
o 1ª semana: Pinças e primeiros médios (4 dentes).
o 3ª semena: Segundos médios ( 6 dentes).
o 4ª semana: Cantos (8 dentes) - A dentição está completa a
partir desse período, tendo, portanto, um animal boca cheia.
Em continuação, a queda desses dentes de leite para a chegada
dos dentes incisivos permanentes (DIPs) ocorre:
o 24-27 meses: 2 primeiras pinças.
Após a primeira muda, os outros dentes caem a cada 8 meses,
ou seja:
o 35 meses: Pinças e primeiros médios.
o 43 meses: Pinças, primeiros médios e segundos médios.
o 51 meses: Pinças. primeiros médios, segundos médios e cantos.
↠ Identificação dos animais
o Bolus intra ruminal: Aplicado no bovino via esofágica,
colocando essa estrutura no rúmen. Dentro dele, há um chip com
todas as informações do animal, que será lido por radiofrequência.
Como vantagem deste método temos a maior acurácia e rapidez
para a leitura, contudo, tem- se a desvantagem do alto custo.
o Chip subcutâneo: Aplicado via agulha usualmente na base da
orelha, na inserção da cauda ou na bainha do umbigo, sendo
recomendado a padronização do local de aplicação dentro da fazenda para a
maior agilidade de leitura. Como vantagem deste método temos a maior rapidez
de leitura, contudo, como desvantagem temos o maior custo desse método e a
perda do equipamento ao vender o animal.
o Brinco eletrônico: Aplicado na orelha do bovino, este método é mais utilizado
do que os acima. Isto ocorre pois esse método é menos invasivo e possui alta
rapidez na leitura dos dados, contudo, como desvantagem temos a perda do
equipamento ao vender o animal além de seu alto custo.
o Brinco numérico: Aplicado na orelha, esse brinco possui o número ou código
de barras equivalente ao animal. Nesse contexto, ele possui a vantagem do baixo
custo, contudo, sua leitura é mais dificultosa.
o Ferro quente: Este método gera uma tatuagem definitiva no animal pelo
trauma com o fogo, sendo ainda hoje o método mais utilizado. Sendo assim, esse
método é muito utilizado devido ao baixo custo e facilidade de aplicação,
contudo, possui a desvantagem de ser agressivo, gerando problemáticas com o
bem estar animal.
↠ Instalações para gado de corte
🐄 Curral de manejo
O curral de manejo é indispensável na propriedade, sendo uma construção
prioritária pois ela tem como função possibilitar serviços de manejo com rapidez e
segurança. Nesse contexto, as principais atividades facilitadas pelo curral são as
vacinações, pesagem, apartação, castração e inseminação, contudo, ele também
auxilia na vistoria, marcação, embarque e desembarque, descorna e no combate
de endo e ectoparasitas.
o Materiais: Os materiais mais recomendados são de alvenaria, réguas de
madeira de boa qualidade (para conferir resistência) e, atualmente, tem-se usado
o eucalipto tratado, que é uma boa opção devido a baixa manutenção.
o Estrutura: Seringa, troncos, apartações, balança e embarcadouros são regiões
de forte impacto e estresse para os bovinos, logo, elas devem ser resistentes,
sendo feitas de alvenaria ou de réguas de madeira. Atualmente a alvenaria tem se
mostrado mais eficiente posto que ela não permite que o animal enxergue o lado
de fora, facilitando o manejo. Já as estruturas que não são submetidas a tanto
impacto, como cercas, podem ser usadas cordoalhas de aço.
o Forma: Atualmente os currais circulares ou ovalados, ou seja, que não possuem
cantos vivos (90º), tem se mostrado mais eficientes posto que o animal tende a
ficar andando, facilitando a apartação e diminuindo o estresse.
o Tamanho: Depende do número de animais e da jornadade trabalho, sendo
feito, normalmente, um cálculo para múltiplos de 250 animais em fazendas
pequenas e múltiplos de 500 animais em fazendas maiores. Nesse contexto,
precisamos saber a área total necessária para o curral para dimensionarmos o
tamanho que o curral deve ser e quantos animais cabem dentro dele,
dependendo, para isso, do formato dele. Sendo assim, temos como padrão:
↪ Vaca com bezerro (vp): 2,0 / cabeça, ou seja, 500 vacas paridas precisam de𝑚2
1000 de área total.𝑚2
↪ Animais de 270 a 540 kg (novilhas/garrotes): 1,6 / cabeça.𝑚2
↪ Animais de até 270 kg(bezerro): 1,3 / cabeça.𝑚2
Logo, o cálculo da área do curral é dado por:
A = nº de animais x área por animal - área de cobertura central
- Exemplo prático
Calcular a capacidade de um curral circular com raio de 20 metros e uma
cobertura central de 6 m de largura para vacas com bezerro.
S =π 𝑟2
S = 3,14 x 202
S = 3,14 x 400
ST = 1256 m2
Cobertura central = 6 m largura x 40 m comprimento (2r)
Cobertura central = 240 𝑚2
Área central = ST – Cobertura central
A = 1256 – 240 = 1016 𝑚2
Logo, dado que 1 vaca parida utiliza 2,0 , temos:𝑚2
2,0 ------- 1 vaca𝑚2
1016 ------ x𝑚2
X = 500 animais aproximadamente.
o Localização: O curral deve ser equidistante dos
pastos, facilitando o manejo, o terreno deve ser seco,
plano, bem ventilado e de boa drenagem (evitar
barro), com leve desnível, ter disponibilidade de água
em quantidade e qualidade, permitir o fácil acesso de
veículos e ter energia elétrica para facilitar em
estratégias de manejo.
↪ Área de cobertura central: Deve ser construída no
sentido leste-oeste para gerar sombra abaixo da coberta.
↪ Terrenos arenosos: Deve concretar os mourões ou palanques para dar
estabilidade.
o Componentes do curral: As estruturas de a até g devem ser feitas de alvenaria
ou madeira para que os animais não enxerguem o lado
de fora.
a-seringa : Direciona os animais ao brete, tronco, balança e embarcadouro, sendo
construída fora ou sob a área coberta. Nesse sentido, os animais devem ser bem
direcionados para uma seringa sombreada, que é controlada pela porteira de
entrada.
b-tronco coletivo: Serve para vacinações, condução dos animais ao tronco de
contenção, balança, embarcadouro e apartadouro.
c-tronco individual: Pode ser manual ou hidráulico.
d-apartadouro: Estrutura com diversas saídas para
diferentes locais do curral, direcionando o animal, podendo
ser redondo ou em linha reta continuando o tronco coletivo.
e-balança
f-porteira de apartação
g-embarcadouro
h-curraletes: Divisão interna do curral.
i-porteiras.
o Divisões: As divisões no curral são feitas pela cerca,
porteira e área de serviço sendo que, por meio do corredor
de circulação, há uma comunicação entre os currais.
- Cercas: Devem possuir de 1,8 a 2m de altura, com distanciamento entre os
mourões de 2 a 2,5m. Cercas externas podem ser feitas com cordoalha de
aço, possuindo uma distância de 20cm uma da outra e aterradas para
evitar descarga elétrica. Por fim, em currais pré moldados as cercas podem
ser feitas de concreto.
- Porteiras: Devem ser feitas de madeira ou de cano de aço, nunca de
cordoalhas. Nesse contexto, a altura das cercas internas deve ter de 1,8 a 2,0
m e das externas 2,0 a 2,2 m. A largura depende do tamanho do curral,
animais e etc. Ademais, pode-se colocar 2 mourões e travar a porteira com
uma cordoalha de aço em X para que ela não empena.
↪ Área de serviço: abriga o brete, tronco de contenção, apartador e balança.
- Brete: Em formato de “V” acomoda melhor o corpo do bovino, dando mais
conforto. Além disso, ele não pode ter espaços para que a pata do animal
não enrosque e deve possuir um lado mais baixo ou um salva vidas para
tirar o esterco ou animais em situações de emergência. Ao lado do brete,
há uma passarela para acesso aos animais para vacinação, condução de
animais e etc.
- Piso: Pavimentado, na mesma linha que o caminhão, nunca mais baixo.
- Imagens
- A pasto
o Cocho de sal mineral: Deve evitar que seja molhado, podendo usar um cocho
com janela ou até mesmo galpões plásticos. Além disso, pode-se usar o sistema
de creep feeding quando é necessário suplementação apenas dos bezerros.
o Cerca com balancim: É feita com filetes de arame grosso e rígidos entrelaçados
no fio da cerca, mantendo ela esticada. Esse método reduz muito o custo de
produção da cerca, contudo, necessita de manutenção mais constante.
↠ Confinamento de bovinos de corte
Em primeiro lugar, confinamento é um sistema de criação em que os animais são
terminados em locais com área restrita, sendo a dieta fornecida em cochos. Nesse
contexto, este método pode ser usado para qualquer fase do animal,contudo, é
mais utilizado na terminação visando a engorda do animal para abate, que ficará
confinidado em média 90 a 150 dias, iniciando o confinamento na fase seca e
vendendo na época das águas. Isto ocorre pois a maioria do gado de corte
brasileiro está a pasto e na época de seca (de janeiro a março) a pastagem está
ruim, fazendo com que o animal emagreça e o peso da cabeça suba. Nesse
sentido, no confinamento o animal continuará a engordar mas será vendido por
um preço mais elevado. Além disso, a utilização do confinamento libera fazenda
para o tratamento de outros animais. Sendo assim, para que o confinamento
consiga aumentar a eficiência produtiva, as outras fases de produção e a
qualidade do animal devem ser asseguradas.
o Vantagens: Aumenta a eficiência produtiva, reduzindo o tempo necessário
para abate, conseguindo um melhor aproveitamento do animal produzido e do
dinheiro investido na fase de cria e recria, uso da forragem excedente de verão e
liberação de pastagens para outras categorias durante o confinamento, uso mais
eficiente de mão de obra, maquinários e insumos e a flexibilidade que ele permite
pois há uma previsão do valor da cabeça do gado pela bolsa no período que será
feito o abate, permitindo identificar se vale a pena ou não o confinamento.
- Custo das instalações
O custo das instalações é muito relativo, dependendo da região, personalização,
sistema de intensificação, tecnologia desejada e etc. No entanto, tem-se que, em
média, são gastos entre 1500 a 4000 dólares para um confinamento que abriga 1
cabeça a cada 20/24 , sendo o mais comum no Brasil.𝑚2
o Principais gastos: O principal item de custo é o preço do boi magro e, em
segundo lugar, a alimentação. Sendo assim, visando a economia, as fazendas
mais modernas tentam realizar o ciclo todo na fazenda para que não precisem
comprar animais de fora.
- Fatores que influenciam
1º Fonte de animais: Os animais para terminação podem vir da própria fazenda ou
comprados de fora.
2º Fonte de alimentos: Podem ser comprados ou produzidos na fazenda. No
entanto, como há um alto uso de concentrado na dieta desses animais, é
necessário a atenção ao valor de compra externa.
3º Separação dos animais: É vital separar os animais por idade, tamanho, peso,
sexo e estrutura visando a uniformidade do rebanho e um bom manejo, como
utilização de rações adequadas. Ademais, essa separação deve ser feita antes do
confinamento e não ser modificada mais para que não haja brigas por
dominância durante o confinamento.
4º Fazer totalmix: É o fornecimento de tudo no cocho (concentrado +volumoso)
de uma vez e misturado para que os animais não separem o alimento e comam
por igual.
- Localização e infraestrutura
Para um confinamento adequado, alguns fatores são essenciais, tais como:
o O terreno deve ter boa drenagem, com leve declividade (3%) para que o cocho
fique mais no alto e, preferencialmente, de terra batida.
o Deve fornecer conforto aos animais, com áreas sombreadas.
o Área de cocho, bebedouros e descanso proporcionais ao número de animais.
o Disponibilidade de água.
o A distância entre os setores deve possuir pistas largas para passagem de
equipamentos e o silo e o cocho devem ser próximos.
o Barracão fechado e protegido para guardar os grãos usados na dieta.
o Deve ser realizada a vacinação, vermifugação e tratamento contra ectoparasitas
na entrada para o confinamento. Além disso,os animais devem ser submetidos a
um período de adaptação para evitar timpanismo e acidose.
o Limpar o cocho sempre antes da primeira alimentação.
o Fornecer dieta, no mínimo, 2 vezes por dia posto que, quando fornece
espaçadamente o animal é obrigado a levantar e ir comer, criando musculatura.
Além disso, a comida no cocho sempre fica fresca.
- Piquetes
O revestimento (piso) do piquete deve estar de acordo com as condições de
pluviosidade, de drenagem, secagem e tempo de confinamento na propriedade.
Nesse contexto, o revestimento mais utilizado é o de terra batida e, em casos de
alta pluviosidade, deve-se adensar menos e fornecer maior declividade.
🐄 Tamanho do lote
O tamanho do lote deve ser mensurado com base na capacidade do caminhão de
transporte, devendo ser, portanto, múltiplo da carga do caminhão. Isto ocorre
visando a diminuição do custo de produção já que o caminhão cobra por corrida
e não por carga, logo, quanto menos viagens forem necessárias mais rentável
será. Além disso, outro ponto importante é a quantidade máxima de animais,
sendo recomendado aproximadamente 150 por lote para que eles não possuam
dificuldades sociais e de reconhecimento, evitando brigas por hierarquia.
🐄 Área por animal
Tem -se como parâmetro 5 a 10 / cabeça em pisos revestidos e 20 a 40 /𝑚2 𝑚2
cabeça em pisos não revestidos. No Brasil, são feitas em média 7 a 50 /cabeça.𝑚2
o Área de cocho: O cocho deve ser colocado em solo firme, devendo ter largura
de aproximadamente 70 cm e 40 cm de altura, sendo que esse valores podem
variar de acordo com a altura do boi.
o Área de bebedouro: Deve possuir área constante de disponibilidade de água.
- Características dos animais confinados
Usualmente são utilizados bovinos machos inteiros (sem castrar) para o
confinamento posto que, devido a testosterona, esses animais tendem a ganhar
peso mais rápido. Nesse sentido, se há pouca gordura no subcutâneo ou
intramuscular, no momento do resfriamento a carne fica dura e, no caso do
bovino macho inteiro, ele tem a capacidade de baixa produção de gordura, sendo
necessário uma dieta com alto teor energético (concentrado) ou aplicação de
vacina de imunocastração faltando 30 dias para o abate com o intuito de inibir a
testosterona e aumentar a produção de gordura, compensando esse déficit inicial.
Logo, em termos de ponto para abate (gordura + acabamento) podemos afirmar
que a fêmea fica pronta antes, em seguida os machos castrados e por último os
machos inteiro.
o Animais jovens: Animais mais jovens possuem maior ganho de peso e de
eficiência alimentar.
o Animais idosos: Ganham bastante peso, contudo em forma de gordura,
diminuindo a eficiência alimentar.
o Pequeno porte: São animais mais precoces, contudo, de menor peso.
o Grande porte: São animais mais tardios, contudo, de maior peso.
Logo, podemos afirmar que um animal sadio, jovem e com bom potencial
genético é o melhor animal para abate.
↠ Manejo de pastagens
É fato que a pecuária em pastagens é amplamente difundida no Brasil, estando
aproximadamente 86% dos bovinos de corte nessas instalações. Nesse sentido,
para melhor utilização dos hectares e, por consequência, melhor produtividade, o
uso de tecnologias a campo tem se difundido. Sendo assim, quanto melhor a
condição de pastagem, melhor a produção, contudo, o manejo de pastagem tem
a desvantagem do alto custo da terra, não conseguindo formar grandes pastejos
devido a esse custo.
- Conceitos importantes
o Período de ocupação: Geralmente fornecido em dias, é o tempo que os
animais ficam nas pastagens.
o Período de descanso: Geralmente fornecido em dias, é o tempo que os animais
ficam fora das pastagens.
o Ciclo de pastejo: É o período de ocupação + o período de descanso.
o Pressão de pastejo: Fornecida em porcentagem, é o Kg de matéria seca
disponível para cada 100 Kg de peso vivo. Nesse sentido, a pressão de pastejo está
diretamente relacionada à quantidade de alimento por cabeça bovina.
↪ Quanto maior a quantidade de matéria seca, maior a pressão de pastejo.
↪ Quanto maior a quantidade de animais, menor a quantidade de matéria seca e
menor a pressão de pastejo.
↪ Pressão de pastejo utilizada: Geralmente de 2 a 2,5% do peso vivo, no mínimo.
Ou seja, para cada animal de 100 Kg de peso vivo, deve haver, no mínimo, 2 a 2,5
Kg de matéria seca. Nesse contexto, recomenda-se a utilização de um número
maior de pressão de pastejo desejada para conferir uma margem de segurança já
que os animais deitam e defecam no pasto, não se alimentando nessas regiões.
o Taxa de lotação: Fornecida em ua/ha, é o número de animais por área. Nesse
contexto, a taxa de lotação possui uma correlação negativa com a pressão de
pastejo.
↪ Quanto maior a pressão de pastejo, maior a taxa de alimentação e menor a taxa
de lotação.
o Capacidade suporte: É o quanto cada pasto suporta de animais bem
alimentados sem defasar.
↪ Limite mínimo: 1 ua/ha, assegurando uma alta quantidade de comida por
cabeça e, por consequência, alta pressão de pastejo.
↪ Limite máximo: 3 a 5 ua/ha.
- Exemplo prático
1) Quais as condições da fazenda para assegurar 6% de pressão de pastejo?
Produção de capim: 8760 Kg/ano ; Tx lotação = 1 ua/450 Kg
1 - 8760 Kg PV : 365 dias = 24 Kg Ms/ dia de capim disponível
100 Kg ----- 6 Kg Ms
x Kg ----- 24 Kg Ms
x = 400 Kg PV. → Capacidade suporte.
2 - 100 Kg ----- 6 Kg Ms
400 Kg----- X Kg Ms
x = 24 Kg de matéria seca por animal de 400 Kg.
3- Taxa de lotação: 1 ua ----- 450 Kg
x ua ----- 400 Kg
x = 0,88 % ua.
4- Consumo diário de MS: 400 x 2,5% = 10 kg MS/dia.
2) Quais as condições da fazenda para assegurar 4% de pressão de pastejo?
Produção de capim: 8760 kg MS/ha/ano ; Tx lotação = 1 ua/450 Kg
1 - 8760 Kg PV : 365 dias = 24 Kg Ms/ dia de capim disponível
2 - 100 Kg ----- 4 Kg Ms (4%)
x Kg ------- 24 Kg Ms
x = 600 Kg PV. → Capacidade suporte.
3- 1 ua ----- 450 Kg
x ua ----- 600 Kg
x = 1, 33 ua/ha
4- Consumo diário de MS: 600 kg x 2,5% = 15 kg MS/dia
Logo, em comparação com o exemplo 1, a fazendo do exemplo 2 tem capacidade
de colocar mais animais ou animais mais pesados.
- Sazonalidade de produção de forragem
As pastagens se alteram em função da época do ano. Nesse sentido, nos períodos
de seca há uma diminuição das pastagens, diminuindo a quantidade de
proteínas necessárias para os animais, fazendo com
que eles emagreçam. Para que isso não ocorra,
deve-se suplementar a alimentação dos bovinos
com sal branco/mineral, energéticos (farelos), e
ureia, fornecendo, assim, tudo que o animal precisa
para não perder peso. No entanto, a suplementação
deve ser feita sempre com a alimentação com
capim já que o capim é uma importante fonte de
matéria fibrosa e de celulose.
↪ Altura de pastagem de 40cm: Há uma alta
pressão de pastejo, indicando uma baixa taxa de
lotação. Isto ocorre pois se há mais capim é sinal de
que há menos gado se alimentando.
↪ Altura de pastagem de 10 cm: Há uma baixa pressão de pastejo, indicando uma
alta taxa de lotação pois os animais comeram muito.
🐄 Técnica do quadrado
Utilizada para mensurar a produção de matéria seca no pasto, esta técnica
consiste em acentuar até a base do capim o quadrado e cortar todo o capim de
dentro dele. É recomendado em pastos maiores a realização em diversos locais do
pasto para conseguir tirar uma média.
1 ---- x Kg capim.𝑚2
10.000 (1 ha) ----- x kg de capim. → Quantidade de matéria verde no pasto.𝑚2
obs- A mensuração do do quadrado pode variar em função das diferentes𝑚2
forrageiras.
🐄 Quantidade x qualidade
A idade ideal de quantidade/qualidade de uma forrageira depende muito de sua
espécie, contudo, usualmente o meio termo entre forragens novas e velhas é
utilizado. Nesse contexto temos:
o Forragens novas: Possuem maior qualidade mas estão presentes em menor
quantidade.
o Forragens antigas: Possuem pior qualidade mas estão presentes em maior
quantidade.
- Pressão de pastejo x Produção
Para que ocorra um bom pastejo, é necessário atenção ao objetivo do produtor e
condições ambientais/ do animal. Nesse sentido, temos:
o Alto ganho de peso: Se o objetivo é umalto ganho de peso, o pasto deve estar
mais vazio para fornecer maior quantidade de capim por cabeça, permitindo que
o bovino selecione o que irá consumir, enriquecendo sua dieta.
o Baixa taxa de lotação: Atenção pois pode gerar subpastejo. No início, o
subpastejo é favorável , contudo, conforme o tempo as forrageiras que não foram
consumidas ficam velhas e lignificam, diminuindo o consumo pelo animal.
o Ganho/área: Na realidade, é muito raro os
animais atingirem o máximo de ganho, ou
seja, ter uma capacidade máxima de
amplitude alcançada. Contudo, se há mais
animais, há maior peso por hectare.
↪ Amplitude ótima: Mostra a capacidade
suporte ideal. sendo a melhor possível
quando há alto ganho de peso e alto ganho
por área.
o Subpastejo: Em casos de subpastejo os
animais “raspam” o pasto, deixando a
quantidade de alimento insuficiente,
dificultando a manutenção do local e, por consequência, o degradando.
🐄 Estabelecimento do pastejo
Para um bom pastejo a capacidade suporte deve ser respeitada. Isto ocorre pois,
caso ela não seja, o pasto será degradado. Sendo assim, é
vital deixar sempre uma área foliar remanescente, ou
seja, uma área com uma certa quantidade de forrageiras.
Nesta área o meristema apical das plantas deve ser
mantido, proporcionando a rebrota e uma melhor
resposta a fotossíntese, rebrotando mais rápido. Logo,
para assegurar a manutenção do pasto é necessário uma
medição por régua de manejo de pastagem, que
identifica valores aceitáveis para cada forrageira. Se a altura estiver “verde” na
régua, os animais podem entrar para pastagem.
- Sombreamento de pastagens
O sombreamento é vital para o fornecimento do conforto térmico, que
proporciona uma melhor alimentação pelo melhoramento das forrageiras e por
consequência melhor desempenho. Nesse sentido, o sombreamento pode ser
feito de forma natural ou artificial.
🐄 Sistemas de pastejo
- Lotação contínua
Nesse sistema, há o uso de carga fixa ( não muda quantidade de animais) ou
variada (muda a quantidade de animais), no entanto, o pasto nunca fica vazio. Por
conta disso, esse método não é mais viável devido a variação de pastagem.
- Lotação variável
A quantidade de animais pode ser de carga fixa ou variável, contudo, há uma
alternância de lotação com outros pastos.
- Pastejo diferido
Nesse método é “reservado” uma área de 20% da área da fazenda para
manutenção, não deixando o gado pastar para que, na seca, haja esse local. Nesse
sentido, no período da seca essa área de 20% com no mínimo 3 tipos de
forrageiras é oferecida para os animais mais exigentes, que irão se alimentar da
forrageira com características que melhor o agradam. Dessa forma, o objetivo
desse sistema é manter a mesma lotação de animais do período chuvoso, ou seja,
é assegurar a alimentação dos animais, unindo uma boa pastagem com
suplementação, como por exemplo a mistura múltipla ou sal proteinado, sendo
utilizado, portanto, durante o período das águas.
- Lotação rotacionada
Sistema intensivo de produção a pasto, nesse sistema há a plantação escalonada
nos diferentes piquetes, que serão adubados, aumentando a capacidade suporte
do pasto. Isso ocorre pois, devido a adubação, é possível colocar um maior
número de animais em pouco tempo, sendo que a média de ocupação é de 3 á 5
dias e de 3 a 5 meses para estabelecimento do piquete, valores esses que variam
com a qualidade da forrageira, condições climáticas, manejo e exigência do
animal. Esse sistema é indicado no verão, onde há um favorecimento do
rebrotamento devido a maior temperatura, umidade e luminosidade. Logo,
atualmente a lotação rotacionada tem ganhado mais forças devido ao alto custo
da terra posto que, nesse sistema, é possível uma menor área mas com mais
intensificação do processo, sendo indicado a presença de 3 forrageiras nessa área
para segurança, garantindo diferentes resistências ao clima e atendendo as
necessidades dos animais.
o Número de piquetes necessários: É definido pelo período de descanso e de
ocupação.
NºP = + 1𝑃𝐷𝑃𝑂
Exemplo prático:
Em uma fazenda com PD = 32 dias, PO = 4 dias, Período de utilização 180 dias,
Produção de forragem = 13650 kg MS/ha/180 dias com 100 animais.
1- Duração do ciclo de pastagem
PD +`PO → 32 + 4 = 36
2- Número dos ciclos de pastejo
Qntd de ciclos = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑞𝑢𝑒𝑡𝑒𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑠𝑡𝑒𝑗𝑜
Qntd = 180 36 = 5÷
3- Quantidade de forragem disponível por ciclo no pasto
Qntd de forragem = 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
Qntd = 13650 5 = 2750 Kg de MS por ciclo.÷
4- Perdas de matéria seca
A quantidade de matéria seca pode se perder pela pastagem passar do ponto, a
pastagem onde o gado anda, qual forrageira foi plantada e locais com urina e
defecação. Logo. há, em média, uma perda de 20 a 30% das matéria seca
disponível.
Considerando uma perda de 30% temos um aproveitamento de 70% das 2750
70% x 2750 = 1911 kg MS consumível / ha / ciclo de pastejo.
5- Número de piquetes
NºP = + 1𝑃𝐷𝑃𝑂
32 4 + 1 = 9÷
6- Área de piquetes
Considerando que cada animal consome 12 kg MS/dia = 100 animais x 12 = 1200
kg MS/100 / UA / DIA
Dado que os 100 animais pastam durante 4 dias, temos: 1200 X 4 = 4800 kg MS AP
= 4800 / 1911 (MS consumível) = 2,5 ha.
Logo, a área de piquete = 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑀𝑆 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑄𝑛𝑡𝑑 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑖𝑞𝑢𝑒𝑡𝑒 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
7- Área total de piquetes
At = A piquete x nº piquetes
At = 2,5 x 9 = 22,5 ha
8- Taxa de lotação real e instantânea
Tr = 100 22, 5 (área total) = 4,4 ua/ha÷
Ti = 100 2,5 ( área de piquete) = 40 ua/ha÷
↠ Estação de monta
Estação de monta é, por definição, a concentração de coberturas naturais ou
inseminação artificial em um período limitado do ano. Nesse contexto, ela tem
por objetivo a sincronização do parto das matrizes com o início do período de
chuvas já que, nesse período, há melhor e maior oferta de pastagens, atendendo
as necessidades das matrizes, que estão mais exigentes nessa época. Sendo
assim, a estação de monta é realizada de acordo com a região, regime de chuvas
e temperatura de cada local, iniciando, normalmente, 9 meses antes do período
das chuvas ou em fazendas bem manejadas, 4 meses antes desse período.
Em continuação, a estação de monta restringe o tempo que as vacas ficam com o
touro para que elas passem a seca prenha, no início das chuvas estejam parindo e
no meio o pós parto.
o Estação de monta de outono: É estendido o período de monta de abril a junho
para animais que não conseguiram emprenhar antes, dando às matrizes uma
“segunda chance”.
o Novilhas: Dado que as novilhas nunca pariram, a exigência nutricional é menor
do que as das vacas, logo, a estação de monta pode ser menor (em média 3
meses) já que elas exigem menos tempo para entrar no cio e emprenhar. A
utilização de 3 meses de estação de monta permite maior descanso para elas no
final (mínimo 30 dias), que é necessário já que elas ainda estão em processo de
crescimento, iniciaram a lactação, emprenharam e etc, se tornando vacas.
o Vacas: Maior exigência nutricional já que estão em processo de lactação.
🐄 Por que realizar a estação de monta?
1- Concentra os trabalhos da monta natural com a inseminação artificial.
2- Permite a utilização de touros de alta capacidade reprodutiva com elevado
número de vacas, gerando um nº de descendentes significativos com os melhores
animais.
3- Concentração de nascimentos, com esforço concentrado nas tarefas de
supervisão dos recém-nascidos, ou seja, possibilita a racionalização do manejo,
realizando atividades específicas como vacinação na mesma fase ao mesmo
tempo na fazenda.
4- Permite a organização de lotes homogêneos na desmama posto que a estação
de monta forma grupos contemporâneos, deixando o melhoramento genético e a
seleção mais evidente e justa.
5- Concentra a faixa etária das novilhas de reposição, facilitando a seleção e o
descarte, conseguindo descartar os animais que não emprenham, realizando por
consequência uma seleção de fertilidade.
6- Permite concentrar as faixas etáriasdos garrotes destinados ao abate,
facilitando a formação de lotes de acabamento.
7- Favorece a seleção de vacas com maior habilidade materna, facilitando o
descarte das piores mães.
8- Equacionar a necessidade nutricional de um rebanho com a produção
quantitativa e qualitativa das forragens.
9- É a maneira mais segura de se avaliar um rebanho de corte, pois os animais
com a variação máxima de 120 dias de idade estarão sob condições ambientais
muito semelhantes.
10- Simplifica e racionaliza a mão-de-obra.
11- Caso haja necessidade de suplementação, esta poderá ser conduzida de uma
forma mais econômica, direcionando o alimento disponível para as categorias de
maior exigência nutricional, de acordo com os objetivos da propriedade.
12- Quanto menor a EM, melhor a condição de ser formar GC nos programas de
avaliação genética.
obs- Dado que a desmama acontece no período das secas, é necessário um
cuidado com os bezerros, colocando-os em pastos melhores (pasto diferido) e
suplementá-los com mistura múltipla/ sal proteinado para que ele não perca peso
e atrase a ipp ou idade para abate.
↠ Criação e manejo de bezerros de corte
Para uma criação e manejo de bezerros de corte efetiva é vital que haja baixa
mortalidade, manejo adequado da vaca gestante pré parto, atenção à saúde e
etc.
o Baixa mortalidade: Dado que a maioria das criações estão a pasto, os bezerros
estão com menos intensivos contudo, estão sujeitos ao clima. Sendo assim, é
necessário um bom local para evitar doenças infectocontagiosas e uma
alimentação deficitária, que são as duas principais causas de mortalidade em
bezerros.
o Vaca gestante: Deve possuir uma pastagem melhor e água constante já que
uma colostragem correta diminui muito a mortalidade.
↪ Pasto maternidade: As matrizes são colocados nesse pasto 45 dias antes do
parto e 45 dias após o parto para melhores condições. No entanto, esse
mecanismo tende a aumentar a rejeição das vacas pelos bezerros.
o Saúde: É necessário cuidado com a cura do umbigo, sendo recomendado o uso
de solução de iodo e cortar a 4 dedos do umbigo o cordão. Além disso, a
vacinação deve ser realizada, o controle de parasitas externos e de verminoses e
atenção para casos de diarréia.
↪ Parasitas externos: O controle deve ser feito de acordo com a raça e a ocorrência
no pasto. Nesse sentido, o controle de carrapatos, quando necessário, pode ser
feito no início das chuvas com 2 banhos intervalados de 21 dias.
↪ Verminoses: É necessário quebrar o ciclo, ou seja, é preciso matar as formas
infectantes nos animais, fazendo o controle no meio/final das secas e no início das
águas. Além disso, o controle de moscas, apesar de difícil, deve ser feito visando o
controle do berne nos meses de agosto a outubro, período de mais incidência..
o Descorna: Realização de acordo com a raça. Se for feita, deve ter atenção as
condições sanitárias.
obs: Normalmente, só se realizam as operações de controle de parasitas internos
e externos a partir da desmama, salvo em condições de manejo intensivo.
🐄 Creep feeding
Sistema de suplementação dos bezerros em aleitamento. Nesse sistema, há a
separação de um cocho fechado somente para o bezerro que está mamando ao
lado do cocho de sal da mãe, fazendo com que quando a mãe for para seu cocho,
o bezerro vá para o seu e coma a suplementação. Sendo assim, para que eles
comam é necessário ensiná-los, deixando a mãe entrar nesse cocho poucos dias
para ensinar, deixar um bezerro mais velho que já saiba ou realizar um caminho
de comida até o cocho. Logo, o creep feeding tem por objetivo a suplementação
dos bezerros, estimulando a pastagem e, por consequência, diminuindo as
mamadas. Com isso, esses animais se desenvolvem e as vacas ficam com um
escore corporal melhor já que estão sendo menos exigidas, reiniciando o novo
ciclo de monta mais rápido.
- Quando utilizar?
1- Em animais nascidos entre outubro e dezembro posto que eles irão desmamar
na seca, podendo perder o peso que ganhou no creeping.Logo, nesses casos é
vital a utilização de pastejo diferido e a suplementação.
2- Modificação na estação de monta: Não muito utilizado já que a matriz é a
prioridade.
Desvantagens: Esse manejo possui um alto custo, logo, é dependente do manejo
pós desmama para que não haja a perda do que ganhou no creepfeeding.
- Práticas de manejo
1- Reunir às crias um bezerro mais velho por alguns dias, para atuar como “guia”,
2- Espalhar um pouco de ração do lado de fora do cercado, junto aos locais de
passagem dos bezerros, de maneira que as vacas possam “ensinar suas crias a
comer''.
3- Permitir o acesso ao cocho, tanto das vacas como dos bezerros, durante alguns
dias.
4- Permitir somente a entrada dos bezerros no cocho.
5- Deve ser localizado junto às áreas de descanso das vacas (malhadouro), às
aguadas ou nas proximidades do cocho de sal.
6- Cocho com comprimento de 0,10 m / bezerro, e largura possibilitando a
alimentação de dois animais simultaneamente (um de cada lado).
7- Cocho das vacas devem ser mais altos para evitar que os bezerros comam o
suplemento delas após o período de adaptação.
8- Toda vez que tiver o uso de uréia como suplemento, o cocho deve ser coberto
posto que a uréia não pode molhar já que ela é muito solúvel, ficando
extremamente forte, intoxicando o animal.
9- Cochos de sal devem estar próximos ao bebedouro visando o estímulo do
animal de lamber o sal ao ingerir água e após o descanso nesta região.
obs- É importante que nos lotes, os bezerros sejam de idades bem próximas.
- Dimensões
Há variações de acordo com o tamanho dos animais e a raça, contudo, em média
temos:
o Altura da cerca de 1,5 a 2.0 metros, com
uma separação embaixo de 0,8 metros.
o Disponibilizar 10 cm de cocho para
cada animal, nos 2 lados do cocho para
que todos tenham acesso ao cocho ao
mesmo tempo, evitando heterogênese.
o Disponibilizar 1,5 por bezerro para𝑚2
que haja conforto.
o No mínimo 2 metros de distância do
cocho para cerca de circulação.
o 1 entrada para cada 25 bezerros.
- Sugestão de suplementação
Deve haver 16 a 20% de proteína bruta, podendo ser comprada pronta, misturas
com sal proteinado, uréia ou suplementação caseira.
o Consumo de 200 a 400g por dia de mistura ou até 1% do peso vivo do animal
Exemplo:
66 % quirera de milho, 28% de farelo de soja, 3% sal mineral, 1% sal branco, 2%
fosfato bicálcico.
- Materiais do creep feeding
A estrutura do creep pode ser feita de madeiras de boas qualidades ou metálica,
sendo fixa ou móvel.
🐄 Creep grazing
É deixado uma área pequena no pasto das matrizes onde só o bezerro tem acesso
ou sistema de pastejo rotativo onde os bezerros têm acesso ao pasto antes das
vacas. , deixando nesse local uma melhor forrageira/leguminosa. Contudo, não é
muito utilizado pois o manejo é difícil.
🐄 Desempenho do nascimento a desmama
Depende da dieta, do ganho de peso, da capacidade da mãe, manejo e etc,
influenciando na ipp e na idade de abate. Nesse sentido, o desmame é realizado
depois de 6 a 8 meses após o nascimento. Dessa maneira, seguindo a estação
feita geralmente, esses animais serão desmamados na seca, podendo ficar em
estresse nutricional pela troca de dieta e pelo afastamento da mãe. Para
minimizar esse estresse e não afetar ganho de peso, existem 2 tipos de desmame:
- Tradicional
Nesse modelo o animal já está apto a pastejar, sendo necessário pastos de boa
qualidade (como o pastejo diferido, por exemplo) para atender as exigências deste
grupo. Além disso, alguns procedimentos devem ser seguidos:
↪ Pesar e marcar os animais na desmama.
↪ Realizar a vacinação de controle regional: Verificar se ainda não foi feita ou se
necessário reforço.
↪ Vermifugação.
↪ Evitar transportes nessa época: Reduzir o estresse.
↪ Separar por sexo: No caso de raças zebuínas, a separação pode ser feita com 1
ano. Se forem taurinas ou mestiças, a separação deve ser feita logo após a
desmama pois são mais precoces, sendo possível que os machos emprenhem as
bezerras antes do desejado.
↪ Não ultrapassar 200 bezerros por pasto: Para que haja o reconhecimento e
criação de vínculo social alémde facilitar o manejo.
- Precoce
Realizado entre 3 e 4 meses de idade. Dessa maneira, o pasto deve ser
diferenciado para assegurar a nutrição dos animais, sendo essencial o
fornecimento de creep feeding para a suplementação desses animais durante
seus 5 a 6 meses de vida.
o Vantagem: Como os bezerros são separados mais cedo da vaca, ela consegue
se recuperar e entrar no cio mais rapidamente, melhorando as taxas reprodutivas.
o Desvantagem: Devido a idade, o bezerro ainda é muito sensível, sendo
necessário atenção para que ele continue ganhando peso e não comprometa a
cadeia de produção..
- Pastagem
Devem ter alto valor nutritivo, pequeno porte e alta densidade. Em vista disso, é
recomendado o uso de brachiárias, tifton, coastcross e estrela, posto que essas
forrageiras lignificam menos na época da seca, deixando o feno “em pé”. Ademais,
a associação com leguminosas é recomendada para assegurar a fertilidade do
solo e enriquecer a dieta.
o Alto teor nutritivo: As forrageiras só possuem alto teor nutritivo durante o
período das chuvas, logo, é necessário suplementação.
o Pequeno porte: Não pode crescer muito para que não atrapalhe o caminhar e
a socialização com os demais animais do rebanho.
o Alta densidade: O solo deve ficar fechado de vegetação.
- Castração
É realizada com o intuito de retirar a testosterona do corpo do animal.
o Vantagens: Facilita o manejo devido a diminuição da agressividade, favorece o
acabamento (qualidade e uniformidade da carcaça) e melhora a qualidade da
carne.
o Negativo: Provoca sofrimento no animal, perda de peso e, em casos extremos,
o óbito.
o Métodos:
↪ Cirúrgico: É realizada a retirada testículo.
↪ Burdizzo: Um “alicate” é colocado no cordão espermático para rompê-lo
internamente. Esse processo possui a desvantagem da dor gerada no animal,,
diminuindo produtividade por um tempo, contudo,não apresenta perigo de
infecção, geralmente feito após puberdade.
↪ Imunocastração: Utilização de um produto colocado no mercado que faz com
que o próprio organismo do animal crie um efeito imunológico, atuando contra o
GNRH para que não atue no testículo, precisando por vezes reaplicação. Deve ser
feito após puberdade, aproximadamente 30 dias antes de ir para outro pasto.
Esse método tem sido muito utilizado pois não compromete o bem estar animal.
o Quando castrar: Se a castração é realizada muito cedo o animal fica com
aspecto de fêmea, no entanto, se realizada quando muito velho a ocorrência de
efeitos colaterais é maior. Logo, a melhor idade para castração se dá por volta dos
4 meses.
- Animal inteiro
Um animal inteiro possui a vantagem de crescer mais rápido, tendo um peso vivo
e quantidade de musculatura maior, apresenta maior eficiência e conversão
alimentar, ganhando peso mais rápido, e possui maior rendimento de carcaça.
Contudo, produz menor teor de gordura na carne. Dessa maneira,usualmente os
produtores preferem os animais inteiros, que devem ser jovens, fornecendo
nutrição com alto teor energético (concentrado)para compensar a falta de
gordura na carne, assegurando a boa qualidade dela.
↠ O touro e a eficiência reprodutiva do rebanho
Em primeiro lugar, o ideal é uma estação de monta curta para que as vacas
venham a parir todas juntas, no entanto, ela se torna mais desafiadora no âmbito
das vacas e novilhas, que terão menos tempo para emprenhar. Nesse sentido,
para uma boa estação de monta é necessário um bom manejo já que as
características reprodutivas possuem baixa herdabilidade. Além disso, os
reprodutores devem possuir uma alta eficiência reprodutiva promovida pela
genética e manejo.
- Eficiência reprodutiva
A eficiência reprodutiva está intimamente relacionada a fatores de meio com
associação a fatores genéticos. Nesse sentido, podemos calculá-la da seguinte
forma:
Eficiência reprodutiva (ER) = x 100𝑁º 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑧𝑒𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑚𝑎𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜𝑁º 𝑑𝑒 𝑓ê𝑚𝑒𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
Dessa maneira, é considerada uma eficiência reprodutiva ideal valores acima de
85%, no entanto, para alcançar essa meta a taxa de natalidade da fazenda deve
ser de aproximadamente 90%, dependendo, portanto, de um bom manejo.
- Taxa de desfrute
A taxa de desfrute determina a produtividade da fazenda. Nesse ínterim, a taxa de
desfrute depende da eficiência reprodutiva, que depende de fatores genéticos
como período de serviço,intervalo de partos, idade a 1ªcria, índice de fertilidade e
idade de puberdade, e também depende da eficiência produtiva, que depende
de fatores do meio, como taxa de mortalidade, de crescimento, idade ao abate e
peso ao abate.
- Metas para as fêmeas
o Início da reprodução (IPP): Devem iniciar a reprodução entre 20 e 24 meses.
↪ Média nacional: 40 a 42 meses.
o Peso das novilhas: Deve ser de 160 a 280 Kg aos 13/14 meses de idade para que
esteja nos padrões mínimos de peso e idade para emprenhar.
o Peso das vacas paridas: Deve ser de 450 a 500 kg.
↪ No Brasil é indicado animais não tão pesados, como os da média citada, posto
que são menos exigentes e sua carcaça está dentro do estabelecido.
o Peso ao nascer: Os animais devem nascer relativamente leves: para evitar
distocia e ganhar peso rápido (de 30-35 kg ao nascer)
o Peso ao desmame: De 180 a 200 kg ao desmame.
↪ Ideal bovino 777: Desmama com 7@, ganha mais 7@ na recria e no
confinamento para terminação mais 7@.
- Touros e a eficiência reprodutiva
A habilidade reprodutiva do touro pode variar intensamente, fazendo com que os
problemas de fertilidade sejam frequentes. Nesse sentido, o número de
reprodutores é muito menor que o de fêmeas, sendo necessário, portanto,
atenção a eles já que eles deixaram diversos filhos no plantel. Como média, temos
1 touro x 25/30 vacas, variando com o nível do reprodutor. Logo, quanto melhor o
reprodutor, menor a quantidade de machos necessários, diminuindo custo de
manutenção com os machos, brigas, menor custo por bezerro produzido além de
gerar uma progênie melhor. Contudo, é necessário maior atenção no número de
filhos por reprodutor para evitar o processo de endogamia, além da ocorrência de
um risco maior se há a perda de um touro.
🐄 Principais problemas que acometem o touro:
o Subfertilidade: Um animal subfértil possui aspectos de fêmea por falha de
testosterona, possuindo a capacidade de se reproduzir mas com defeitos. Sendo
assim, a longo prazo, ele é pior que um infértil posto que ele dissemina esses
problemas. Além disso, a subfertilidade está atrelada a aspectos biométricos dos
testículos e físicos, posto que 40% dos touros são questionáveis quanto a essa
avaliação, afetando a morfologia do semen, gerando subfertilidade. Logo, é vital
uma avaliação do reprodutor para evitar a disseminação de defeitos para a prole.
🐄 Avaliação do reprodutor: Uma avaliação geral do reprodutor deve ser
realizada com o intuito de selecionar os melhores animais e descartar os animais
que apresentarem algum problema, devendo ter atenção a como determinadas
características influenciam na reprodução. Sendo assim, quanto maior o número
de fêmeas que o touro irá cobrir, maior e mais rígida a avaliação deve ser, já que
ele deixará várias progênies. Logo, o touro deve ter excelente avaliação,
desempenho, conformação e fertilidade.
o Exame clínico geral: É realizada a avaliação de escore corporal, aprumos,
presença de ectoparasitas, parâmetros de saúde e etc.
o Defeitos genéticos: São constatados se há problemas genéticos que, se
detectados, farão com que esse reprodutor seja descartado já que essa
característica poderá ser transmitida para a progênie.
↪ Exemplo: Animal prognata.
o Exame do sistema genital: Avaliação do testiculo, bainha (couro solto) e
umbigo.
↪ Testículos: Devem ser simétricos, com textura fibroelástica e perpendiculares
em relação ao solo, estando até a linha do jarrete e com cordão espermático
curto, e prega testicular no meio do testiculo para que não haja torção.
↪ Circunferência escrotal: Diretamente relacionada com a fertilidade onde:
↪ Umbigo: Deve ser direcionado para frente até a altura do jarrete.↪ Bainha: Deve ser direcionada para frente, de tamanho médio e não
ultrapassando a linha do jarrete para não ferir o prepúcio e expor o pênis.
Ideal bainha e umbigo: Testículo assimétrico: Cordão longo:
o Avaliação do comportamento: Ver se ele possui libido ou não próximo a
fêmeas no cio.
o Características sexuais secundárias:: Cabeça com fronte largo, chanfro curto e
musculatura evidente. Em animais de pelagem cinza, é comum o
escurecimento das extremidades. (tonalidade azulega). Estas
características estão diretamente relacionadas com a qualidade dos
testiculos e produção de testosterona.
o Avaliação dos aprumos: Passam geneticamente e podem gerar
dor/desconforto, atrapalhando a reprodução. Logo, o talão deve ter de 2
a 3 cm de altura e pinça com angulação de 45º.
o Avaliação da boca e narinas: Deve possuir narinas amplas e
dilatadas com boca grande que, ao ser vista de lado, não deixe ver o
queixo. Isso deve ser observado pois indica a capacidade respiratória e
de se alimentar. Além disso, é uma característica geneticamente
transmitida.
Bocas bem feitas: Boca ruim:
🐄 Classificação andrológicas por pontos: Também chamada de CAP, essa
avaliação avalia os animais com notas de 0 a 100 pontos de acordo com a
circunferência escrotal (40 pontos) e aspectos fisiológicos do semen (60 pontos).
Nesse sentido, temos que um touro de 60 á 80 pontos é considerado um touro
mediano, podendo cobrir de 25 a 40 vacas, enquanto que um touro de 80 á 100
pontos é considerado top bulls, podendo cobrir de 40 a 60 vacas.
- Inseminação artificial
Outra alternativa para o aumento da eficiência reprodutiva é o processo de
inseminação artificial. Para isso, é necessário uma infraestrutura e observação do
cio, contudo, esse processo possui um alto custo e é dependente de técnicas
exemplares de manejo. Como alternativa, há a inseminação artificial em tempo
fixo, onde é realizada uma padronização do cio das vacas para que a inseminação
seja realizada em um único momento, no entanto, o custo da genética ainda se
mostra elevado.
↠ Criação e manejo de fêmeas bovinas de corte
- Manejo de pastagens
Dado que a partir da fêmea há a continuidade do rebanho e que as características
reprodutivas são muito dependentes do meio, algumas exigências dos pastos
existem, sendo elas:
o Pastos menores (60ha): Para que seja possível o controle de qual touro está
cobrindo qual vaca.
o Pastos quadrados/retangulares: Auxilia no estímulo ao consumo.
o Pastos maiores e em grandes propriedades: Realizar a construção de um
corredor que leve o animal até o curral, facilitando o manejo. Além disso, nesses
pastos utiliza-se o cruzamento coletivo, isto é, coloca mais de um touro para cobrir
as vacas, perdendo um pouco o controle.
o Forrageiras: Dentro do mesmo pasto deve estar o mesmo tipo de forrageira.
Recomenda-se 3 tipos diferentes para garantir períodos críticos de escassez.
o Tamanho e lotação: Seu tamanho deve ser suficiente para manter separadas as
diversas categorias do rebanho, tendo uma lotação adequada por categoria.
🐄 No Brasil central
No Brasil central temos como principais forrageiras as do gênero Panicum
(Colonião, Tanzânia, Mombaça e Tobiatã) e Brachiária (Brachiarão). Nesse sentido,
a mombaça e tobiatão são muito utilizadas em fazendas com pastejo
rotacionado, contudo, a forrageira mais utilizada, mesmo que não seja a melhor,
ainda é a brachiaria.
- Cochos para sal
o Distância linear: 5cm por vaca em um cocho de 2,5 metros.
o Localização : Devem ficar do lado dos bebedouros de água para sempre que
forem beber, ingerir o sal ou no ambiente do malhador, local onde passam mais
tempo.
o Infraestrutura: Cascalhar ao redor do cocho para que não haja barro.
A meio metro do chão.
o Dimensões: Devem estar a meio metro do chão, possuir de 25 a 30 cm de boca
e profundidade e comprimento igual a 5cm. Além disso, cochos com altura
menor que 80 cm deverão ter uma travessa protetora, 50 cm acima de sua boca;
o Quantidade de sal: Colocar pouco e sempre para evitar empedramento do sal
(2 a 3x por semana).
- Banheiros
Local no curral onde há mangueiras furadas para banhar os animais contra
carrapatos. No entanto, só é utilizado em casos mais propensos ou de infestações
já estabelecidas, como as raças europeias, podendo ser feito de forma estratégica,
isto é, banhos intercalados a partir de outubro, com intervalo de 21 dias para
quebrar o ciclo do carrapato em locais de alta infestação, ou curativo. Sendo
assim, os banheiros são a melhor forma de banhar o gado com inseticidas,
realizando esse banho por imersão ou aspersão.
- Cuidados com os animais jovens
🐄 Novilhas
Dado que a meta de parição ocorre aos 24 meses e o peso mínimo para
reprodução é em torno de 280 kg, é necessário um bom manejo para fornecer
essas condições adequadas a fêmea. Para isso, deve-se fornecer suplementação,
o Vacinação: Febre aftosa e brucelose são obrigadas por lei. Manqueira devido a
alta incidência. Raiva e botulismo onde há casos.
o Vermifugação: Estratégica, ou seja, realizar a aplicação do vermífugo no
início,meio e fim da seca (maio,julho e setembro) até 30 meses de idade. Este
manejo é estabelecido devido ao alto custo do pesticida e da sensibilidade dos
animais mais jovens.. Dessa forma,nessa época o ambiente está ruim para os
helmintos, logo, a chance do animal se infectar pela forma infectante é menor e,
como a maior parte está no animal, há a diminuição da infestação no animal e da
reinfestação ambiental.
o Ectoparasitas: Controle estratégico de acordo com as infestações locais e época
do ano.
↪ Maio (início seca): Banhar todos os animais com piretróides.
↪ Setembro (início das águas): Banhar todos os animais com organofosforados.
↪ Período das águas eventuais: Banhar com piretróides quando o número de
moscas de chifre por animal for superior a 200.
- Manejo reprodutivo
Uma fazenda é considerada de bom manejo quando ela tem no máximo 4% de
mortalidade e índice de natalidade igual ou superior a 85%. Ademais, a reposição
das matrizes deve ser de 20%/ano e, o descarte de fêmeas ao desmame, de 35%.
Dessa forma, há a eliminação da fêmea que não esteja tão apta quanto as outras,
realizando uma seleção de fertilidade, o que beneficia o manejo reprodutivo..
🐄 Idade à puberdade: Devemos reduzir ao máximo para entrarem no cio mais
rápido, adiantando a idade ao primeiro parto, gerando um aumento do ganho
genético anual devido a redução do intervalo entre gerações, o que permite a
observação mais fácil se o manejo está dando certo.
↪ Desvantagem: Atenção pois, ao parir mais cedo, é necessário maior atenção a
vaca de primeira cria jovem pois, além de vaca de cria, ela ainda está em
crescimento, demandando maior exigência nutricional.
o Estratégias para reduzir a idade: Fornecer às novilhas um nível alimentar que
lhes permita uma continuidade de ganho de peso logo após a desmama, seleção
para fertilidade e considerar peso e idade. Logo, é necessário atenção à saúde dos
animais, estação de monta (proporciona descarte das fêmeas que não
emprenham), manejo alimentar e etc para que essa fêmea tenha bom
desempenho.
o Peso esperado: Uma novilha na estação de monta deve ter em torno de 300 kg
(50 a 55% do peso adulto de 500kg) para que consiga emprenhar rápido e sua
maturidade sexual ocorra cedo. Contudo, não pode ficar muito pesada pois, caso
fique, esse animal será submetido a restrição alimentar ao longo da vida, fazendo
com que a maturidade sexual seja tardia. Logo, uma boa fêmea é a fêmea com
boa conformação corporal o ano todo, tendo ganho de peso.
o Efeito do touro sobre a idade á puberdade: É coadjuvante, no entanto,
estudos apontam para uma diminuição do período de anestro pós parto na
presença de touros. Ademais, na teoria os touros ajudam na redução da idade a
primeira cria, todavia não é um consenso ainda, pois se as fêmeas estão muito
leves e jovens, na prática, elas não emprenham
🐄 Fatores responsáveis pelo baixo índice reprodutivo: É fato que a baixa
condição

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