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Sistema Urinário - RINS - Resumo Tortora

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Morfofuncional – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – 2º semestre 
 
 
➢ FUNÇÃO 
 Os rins desempenham a principal função do sistema urinário. As outras partes do 
sistema são essencialmente vias de passagem e áreas de armazenamento. As funções 
dos rins incluem: 
✓ Regulação da composição iônica do sangue. Os rins ajudam a regular os níveis 
sanguíneos de vários íons, sendo que os mais importantes são os íons sódio 
(Na + ), potássio (K + ), cálcio (Ca 2+ ), cloreto (Cl – ) e fosfato (HPO4 2– ) 
✓ Regulação do pH do sangue. Os rins excretam uma quantidade variável de 
íons hidrogênio (H + ) para a urina e preservam os íons bicarbonato (HCO3 – ), 
que são um importante tampão do H + no sangue. Ambas as atividades 
ajudam a regular o pH do sangue 
✓ Regulação do volume de sangue. Os rins ajustam o volume do sangue por 
meio da conservação ou eliminação de água na urina. O aumento do volume 
de sangue eleva a pressão arterial, enquanto a diminuição do volume de 
sangue reduz a pressão arterial 
✓ Regulação da pressão arterial. Os rins também ajudam a regular a pressão 
arterial por meio da secreção da enzima renina, que ativa o sistema renina-
angiotensina-aldosterona. O aumento da renina provoca elevação da pressão 
arterial 
✓ Manutenção da osmolaridade do sangue. Ao regular separadamente a perda 
de água e a perda de solutos na urina, os rins mantêm uma osmolaridade do 
sangue relativamente constante de aproximadamente 300 miliosmóis por litro 
(mOsm/ℓ)* 
✓ Produção de hormônios. Os rins produzem dois hormônios. O calcitriol, a 
forma ativa da vitamina D, ajuda a regular a homeostasia do cálcio, e a 
eritropoetina estimula a produção de eritrócitos 
✓ Regulação do nível sanguíneo de glicose. Tal como o fígado, os rins podem 
utilizar o aminoácido glutamina na gliconeogênese, a síntese de novas 
moléculas de glicose. Eles podem então liberar glicose no sangue para ajudar a 
manter um nível normal de glicemia 
✓ Excreção de escórias metabólicas e substâncias estranhas. Por meio da 
formação de urina, os rins ajudam a excretar escórias metabólicas – 
substâncias que não têm função útil no corpo. Algumas escórias metabólicas 
excretadas na urina resultam de reações metabólicas no organismo. Estes 
incluem amônia e ureia resultantes da desaminação dos aminoácidos; 
bilirrubina proveniente do catabolismo da hemoglobina; creatinina resultante 
da clivagem do fosfato de creatina nas fibras musculares e ácido úrico 
originado do catabolismo de ácidos nucleicos. Outras escórias metabólicas 
excretadas na urina são as substâncias estranhas da dieta, como fármacos e 
toxinas ambientais. 
➢ ANATOMIA 
Morfofuncional – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – 2º semestre 
 
 Os rins são um par de órgãos avermelhados em forma de feijão, localizados logo acima 
da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Por causa de sua 
posição posterior ao peritônio da cavidade abdominal, são considerados 
retroperitoneais. Os rins estão localizados entre os níveis das últimas vértebras 
torácicas e a terceira vértebra lombar (L III), uma posição em que estão parcialmente 
protegidos pelas costelas XI e XII. Se estas costelas inferiores forem fraturadas, podem 
perfurar os rins e causar danos significativos, potencialmente fatais. O rim direito está 
discretamente mais baixo do que o esquerdo, porque o fígado ocupa um espaço 
considerável no lado direito superior ao rim. 
❖ Anatomia externa dos rins 
✓ Um rim adulto normal tem 10 a 12 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura e 3 cm de 
espessura – aproximadamente do tamanho de um sabonete comum – e tem massa de 
135 a 150 g. 
✓ A margem medial côncava de cada rim está voltada para a coluna vertebral 
✓ Perto do centro da margem côncava está um recorte chamado hilo renal, através do 
qual o ureter emerge do rim, juntamente com os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e 
nervos. 
✓ Três camadas de tecido circundam cada rim: 
o A camada mais profunda, a cápsula fibrosa, é uma lâmina lisa e transparente 
de tecido conjuntivo denso não modelado que é contínuo com o revestimento 
externo do ureter. Ela serve como uma barreira contra traumatismos e ajuda a 
manter a forma do rim. 
o A camada intermediária, a cápsula adiposa, é uma massa de tecido adiposo 
que circunda a cápsula fibrosa. Ela também protege o rim de traumas e 
ancora-o firmemente na sua posição na cavidade abdominal. 
o A camada superficial, a fáscia renal, é outra camada fina de tecido conjuntivo 
denso não modelado que ancora o rim às estruturas vizinhas e à parede 
abdominal. Na face anterior dos rins, a fáscia renal localiza-se profundamente 
ao peritônio. 
❖ Anatomia interna dos rins 
✓ Um corte frontal através do rim revela duas regiões distintas: uma região vermelha 
clara superficial chamada córtex renal e uma região interna mais escura castanha-
avermelhada chamada medula renal 
o A medula renal consiste em várias pirâmides renais em forma de cone. A base 
(extremidade mais larga) de cada pirâmide está voltada para o córtex renal, e 
seu ápice (extremidade mais estreita), chamado papila renal, está voltado para 
o hilo renal. 
o O córtex renal é a área de textura fina que se estende da cápsula fibrosa às 
bases das pirâmides renais e nos espaços entre elas. Ela é dividida em uma 
zona cortical externa e uma zona justamedular interna. As partes do córtex 
renal que se estendem entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais. 
o Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais da medula renal constituem o 
parênquima, ou porção funcional do rim. No interior do parênquima estão as 
unidades funcionais dos rins – aproximadamente 1 milhão de estruturas 
microscópicas chamadas néfrons. 
Morfofuncional – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – 2º semestre 
 
✓ O hilo se expande em uma cavidade no interior do rim chamada seio renal, que 
contém parte da pelve renal, os cálices e ramos dos vasos sanguíneos e nervos renais. 
O tecido adiposo ajuda a estabilizar a posição destas estruturas no seio renal. 
❖ Néfron 
✓ Os néfrons são as unidades funcionais dos rins. Cada néfron consiste em duas partes: 
um corpúsculo renal, onde o plasma sanguíneo é filtrado, e um túbulo renal, pelo qual 
passa o líquido filtrado (filtrado glomerular) 
o Os dois componentes de um corpúsculo renal são o glomérulo e a cápsula 
glomerular (cápsula de Bowman), uma estrutura epitelial de parede dupla que 
circunda os capilares glomerulares. 
o O plasma sanguíneo é filtrado na cápsula glomerular, e então o líquido filtrado 
passa para o túbulo renal, que tem três partes principais. Em ordem de 
recebimento do líquido que passa por eles, o túbulo renal consiste em um (1) 
túbulo contorcido proximal (TCP), (2) alça de Henle e (3) túbulo contorcido 
distal (TCD). Proximal denota a parte do túbulo ligado à cápsula glomerular, e 
distal indica a parte que está mais longe. Contorcido significa que o túbulo é 
espiralado em vez de reto. O corpúsculo renal e os túbulos contorcidos 
proximais e distais se localizam no córtex renal; a alça de Henle se estende até 
a medula renal, faz uma curva fechada, e então retorna ao córtex renal. 
➢ Histologia do néfron e do ducto coletor 
 Uma camada única de células epiteliais forma toda a parede da cápsula glomerular, 
túbulos e ductos renais. No entanto, cada parte tem características histológicas 
distintas que refletem suas funções específicas. 
❖ CÁPSULA GLOMERULAR 
✓ A cápsula glomerular consiste em camadas visceral e parietal 
✓ A camada visceral é formada por células epiteliais pavimentosas simples modificadas 
chamadas podócitos. As muitas projeções em forma de pé destas células (pedicelos) 
envolvem a camada única de células endoteliais dos capilares glomerulares e formam 
a parede interna da cápsula. 
✓ A camada parietal da cápsula glomerular consiste em epitélio pavimentoso simples e 
forma a parede externa dacápsula. 
✓ O líquido filtrado pelos capilares glomerulares entra no espaço capsular, o espaço 
entre as duas camadas da cápsula glomerular, que é o lúmen do tubo urinário. 
❖ TÚBULO RENAL E DUCTO COLETOR 
✓ No túbulo contorcido proximal, as células são células epiteliais cúbicas simples com 
uma borda em escova proeminente de microvilosidades em sua superfície apical 
(superfície voltada para o lúmen). Estas microvilosidades, como as do intestino 
delgado, aumentam a área de superfície para a reabsorção e secreção. A parte 
descendente da alça de Henle e a primeira porção da parte ascendente da alça de 
Henle (a parte delgada ascendente) são compostas por epitélio pavimentoso simples. 
(Lembrese de que os néfrons corticais ou de alça curta não têm a parte ascendente 
delgada.) A parte espessa ascendente da alça de Henle é composta por epitélio colunar 
cúbico simples a epitélio colunar baixo. 
➢ Fisiologia renal 
 Para produzir urina, os néfrons e os ductos coletores realizam três processos básicos – 
filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular 
Morfofuncional – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – 2º semestre 
 
✓ Filtração glomerular. Na primeira etapa da produção de urina, a água e a maior parte 
dos solutos do plasma sanguíneo atravessam a parede dos capilares glomerulares, 
onde são filtrados e passam para o interior da cápsula glomerular e, em seguida, para 
o túbulo renal. 
✓ Reabsorção tubular. Conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos 
coletores, as células tubulares reabsorvem aproximadamente 99% da água filtrada e 
muitos solutos úteis. A água e os solutos retornam ao sangue que flui pelos capilares 
peritubulares e arteríolas retas. Observe que o termo reabsorção se refere ao retorno 
de substâncias para a corrente sanguínea. Por outro lado, o termo absorção indica a 
entrada de novas substâncias no corpo, como ocorre no sistema digestório. 
✓ Secreção tubular. Conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos 
coletores, as células dos túbulos renais e dos ductos secretam outros materiais – como 
escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons – para o líquido. Observe que a 
secreção tubular remove uma substância do sangue. 
❖ Filtração glomerular 
✓ O líquido que entra no espaço capsular é chamado filtrado glomerular. A fração de 
plasma sanguíneo nas arteríolas glomerulares aferentes dos rins que se torna filtrado 
glomerular é a fração de filtração. Embora uma fração de filtração de 0,16 a 0,20 (16 a 
20%) seja usual, o valor varia consideravelmente na saúde e na doença. Em média, o 
volume diário de filtrado glomerular em adultos é de 150 ℓ nas mulheres e 180 ℓ em 
homens. Mais de 99% do filtrado glomerular regressa à corrente sanguínea por meio 
da reabsorção tubular, de modo que apenas 1 a 2 ℓ são excretados como urina. 
o Membrana de filtração 
✓ Juntos, os capilares glomerulares e os podócitos, que circundam completamente os 
capilares, formam uma barreira permeável conhecida como membrana de filtração. 
Esta configuração em sanduíche possibilita a filtração de água e pequenos solutos, mas 
impede a filtração da maior parte das proteínas plasmáticas, células sanguíneas e 
plaquetas. As substâncias filtradas do sangue atravessam três barreiras de filtração – a 
célula endotelial glomerular, a lâmina basal e uma fenda de filtração formada por um 
podócito 
✓ As células endoteliais glomerulares são bastante permeáveis, porque têm grandes 
fenestrações (poros) com 0,07 a 0,1 μm de diâmetro. Este tamanho possibilita que 
todos os solutos do plasma sanguíneo saiam dos capilares glomerulares, mas impede a 
filtração de células sanguíneas e plaquetas. Localizadas entre os capilares glomerulares 
e na fenda entre as arteríolas glomerulares aferentes e eferentes estão as células 
mesangiais. Estas células contráteis ajudam a regular a filtração glomerular. 
✓ A lâmina basal, uma camada de material acelular entre o endotélio e os podócitos, 
consiste em fibras colágenas minúsculas e proteoglicanos em uma matriz 
glicoproteica; as cargas negativas na matriz impedem a filtração de proteínas 
plasmáticas maiores carregadas negativamente. 
✓ Estendendose de cada podócito estão milhares de processos em forma de pé 
denominados pedicelos, que envolvem os capilares glomerulares. Os espaços entre os 
pedicelos são as fendas de filtração. Uma fina membrana, a membrana da fenda, se 
estende através de cada fenda de filtração; isso possibilita a passagem de moléculas 
que têm um diâmetro menor do que 0,006 a 0,007 μm, incluindo a água, a glicose, as 
vitaminas, os aminoácidos, as proteínas plasmáticas muito pequenas, a amônia, a 
ureia e os íons. Menos de 1% da albumina, a proteína mais abundante no plasma, 
Morfofuncional – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – 2º semestre 
 
passa pela membrana da fenda, porque, com um diâmetro de 0,007 μm, a albumina é 
um pouco grande demais para passar. 
o O princípio da filtração – o uso da pressão para forçar os líquidos e solutos através 
de uma membrana – é o mesmo tanto nos capilares glomerulares quanto nos 
capilares sanguíneos de outras partes do corpo (ver a lei de Starling dos capilares, 
Seção 21.2). No entanto, o volume de líquido filtrado pelo corpúsculo renal é muito 
maior do que em outros capilares sanguíneos do corpo, por três razões: 
✓ Os glomérulos capilares apresentam uma grande área de superfície para a filtração, 
porque são longos e extensos. As células mesangiais regulam a quantidade de área de 
superfície disponível. Quando as células mesangiais estão relaxadas, a área de 
superfície é máxima, e a filtração glomerular é muito alta. A contração das células 
mesangiais reduz a área de superfície disponível, e a filtração glomerular diminui. 
✓ A membrana de filtração é fina e porosa. Apesar de ter várias camadas, a espessura da 
membrana de filtração é de apenas 0,1 mm. Os capilares glomerulares também são 
aproximadamente 50 vezes mais permeáveis do que os capilares sanguíneos da maior 
parte dos outros tecidos, principalmente por causa de suas grandes fenestrações. 
✓ A pressão sanguínea capilar glomerular é alta. Como a arteríola glomerular eferente 
tem um diâmetro menor do que o da arteríola glomerular aferente, a resistência à 
saída do sangue do glomérulo é alta. Como resultado, a pressão sanguínea nos 
capilares glomerulares é consideravelmente mais elevada do que nos capilares 
sanguíneos em qualquer outro local no corpo. 
o Pressão efetiva de filtração 
▪ A filtração glomerular depende de três pressões principais. Uma pressão promove 
filtração e duas pressões se opõem à filtração 
✓ A pressão hidrostática glomerular do sangue (PHGS) é a pressão do sangue nos 
capilares glomerulares. Em geral, a PHGS é de aproximadamente 55 mmHg. Ela 
promove a filtração, forçando a água e os solutos do plasma sanguíneo através da 
membrana de filtração. 
✓ A pressão hidrostática capsular (PHC) é a pressão hidrostática exercida contra a 
membrana de filtração pelo líquido que já está no espaço capsular e no túbulo renal. A 
PHC se opõe à filtração e representa uma “pressão de retorno” de aproximadamente 
15 mmHg. 
✓ A pressão coloidosmótica do sangue (PCOS), que é decorrente da presença de 
proteínas – como a albumina, as globulinas, o fibrinogênio no plasma e no sangue – 
também se opõe à filtração. A PCOS média nos capilares glomerulares é de 30 mmHg. 
✓ A pressão de filtração efetiva (PFE), a pressão total que promove a filtração, é 
determinada como segue: 
PFE = PHSG – PHC – PCOS 
o Taxa de filtração glomerular 
✓ A quantidade de filtrado formado em todos os corpúsculos renais de ambos os rins a 
cada minuto determina a taxa de filtração glomerular (TFG). No adulto, a TFG média é 
de 125 mℓ /min em homens e 105 mℓ /min em mulheres. A homeostasia dos líquidos 
corporais exige que os rins mantenham uma taxa de filtração glomerularrelativamente constante. Se a TFG for demasiadamente elevada, as substâncias 
necessárias podem passar tão rapidamente pelos túbulos renais que algumas não são 
reabsorvidas e são perdidas na urina. Se a TFG for muito baixa, quase todo o filtrado 
Morfofuncional – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – 2º semestre 
 
pode ser reabsorvido e determinadas escórias metabólicas podem não ser 
adequadamente excretadas. 
✓ Os mecanismos que regulam a TFG operam por dois modos principais: (1) ajustando o 
fluxo sanguíneo para dentro e para fora do glomérulo e (2) alterando a área de 
superfície disponível para filtração capilar glomerular. A TFG aumenta quando o fluxo 
sanguíneo nos capilares glomerulares aumenta. O controle coordenado do diâmetro 
das arteríolas glomerulares aferentes e eferentes regula o fluxo sanguíneo glomerular. 
A constrição da arteríola glomerular aferente diminui o fluxo sanguíneo no glomérulo, 
enquanto a dilatação da arteríola glomerular aferente o aumenta. Três mecanismos 
controlam a TFG: a autorregulação renal, a regulação neural e a regulação hormonal. 
▪ Autorregulação renal da TFG 
Os rins por si sós ajudam a manter o fluxo sanguíneo renal e a TFG constantes, apesar das 
mudanças cotidianas normais na pressão arterial, como as que ocorrem durante o exercício. 
Esse recurso é chamado autorregulação renal, e é composto por dois mecanismos – o 
mecanismo miogênico e o feedback tubuloglomerular. Atuando em conjunto, eles são capazes 
de manter a TFG quase constante ao longo de uma vasta gama de pressão arterial sistêmica. 
O mecanismo miogênico ocorre quando a distensão dispara a contração das células 
musculares lisas das paredes das arteríolas glomerulares aferentes. Conforme a pressão 
arterial sobe, a TFG também aumenta, porque o fluxo sanguíneo renal aumenta. No entanto, a 
pressão sanguínea elevada distende as paredes das arteríolas glomerulares aferentes. Em 
resposta, as fibras de músculo liso da parede da arteríola glomerular aferente se contraem, o 
que reduz o lúmen da arteríola. Como resultado, o fluxo sanguíneo renal diminui, reduzindo 
assim a TFG para o nível prévio. Inversamente, quando a pressão arterial diminui, as células de 
músculo liso são menos distendidas e assim relaxam. As arteríolas glomerulares aferentes se 
dilatam, o fluxo sanguíneo renal se eleva e a TFG aumenta. O mecanismo miogênico normaliza 
o fluxo sanguíneo renal e a TFG segundos depois de uma alteração na pressão sanguínea. 
O segundo contribuinte para a autorregulação renal, o feedback tubuloglomerular, é assim 
chamado porque parte dos túbulos renais – a mácula densa – fornece feedback ao glomérulo. 
Quando a TFG está acima do normal em decorrência da pressão arterial sistêmica elevada, o 
líquido filtrado flui mais rapidamente ao longo dos túbulos renais. Como resultado, o túbulo 
contorcido proximal e a alça de Henle têm menos tempo para reabsorver Na + , Cl – e água. 
Acreditase que as células da mácula densa detectem o aumento do aporte de Na + , Cl – e água 
e inibam a liberação de óxido nítrico (NO) das células do aparelho justaglomerular (AJG). Como 
o NO provoca vasodilatação, as arteríolas glomerulares aferentes se contraem quando o nível 
de NO diminui. Como resultado, menos sangue flui para os capilares glomerulares, e a TFG 
diminui. Quando a pressão do sangue cai, fazendo com que a TFG seja menor do que o normal, 
ocorre a sequência de eventos oposta, embora em menor grau. O feedback tubuloglomerular 
é mais lento do que o mecanismo miogênico. 
▪ Regulação neural da TFG 
Como a maior parte dos vasos sanguíneos do corpo, os dos rins são inervados por fibras 
simpáticas do SNA que liberam norepinefrina. A norepinefrina causa vasoconstrição pela 
ativação de receptores α1 , que são particularmente abundantes nas fibras musculares lisas 
das arteríolas glomerulares aferentes. Em repouso, a estimulação simpática é moderadamente 
baixa, as arteríolas glomerulares aferentes e eferentes estão dilatadas, e a autorregulação 
Morfofuncional – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – 2º semestre 
 
renal da TFG prevalece. Com a estimulação simpática moderada, tanto as arteríolas 
glomerulares aferentes quanto eferentes se contraem com a mesma intensidade. O fluxo 
sanguíneo para dentro e para fora do glomérulo é restrito na mesma medida, o que diminui 
apenas ligeiramente a taxa de filtração glomerular. Com maior estimulação simpática, no 
entanto, como ocorre durante o exercício ou hemorragia, a constrição das arteríolas 
glomerulares aferentes predomina. Como resultado, o fluxo sanguíneo para os vasos capilares 
glomerulares é muito reduzido, e a TFG diminui. Esta redução no fluxo sanguíneo renal tem 
duas consequências: (1) Reduz o débito urinário, o que ajuda a conservar o volume de sangue. 
(2) Possibilita um maior fluxo sanguíneo para os outros tecidos do corpo. 
▪ Regulação hormonal da TFG 
Dois hormônios contribuem para a regulação da TFG. A angiotensina II reduz a TFG; o peptídio 
natriurético atrial (PNA) aumenta a TFG. A angiotensina II é um vasoconstritor muito potente 
que estreita as arteríolas glomerulares aferentes e eferentes e reduz o fluxo sanguíneo renal, 
diminuindo assim a TFG. As células nos átrios do coração secretam peptídio natriurético atrial 
(PNA). A distensão dos átrios, como ocorre quando o volume sanguíneo aumenta, estimula a 
secreção de PNA. Ao causar o relaxamento das células mesangiais glomerulares, o PNA 
aumenta a área de superfície disponível para a filtração capilar. A TFG aumenta à medida que 
a área de superfície aumenta.

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