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Estipulação em favor de terceiro e promessa de fato de terceiro

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ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO E PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
Doutrina utilizada: Contratos e Atos Unilaterais, de Carlos Roberto Gonçalves 
→ Estipulação em favor de terceiro 
Quando ocorre? Quando uma pessoa convenciona com outra que concederá uma vantagem 
ou benefício em favor de terceiro, que não é parte no contrato. 
• Estipulante – aquele que estipula que alguém realize uma obrigação em favor de 
terceiro; 
• Promitente – aquele que realiza o contrato com o estipulante se obrigando a realizar 
algo em favor de terceiro; 
• Terceiro ou beneficiário - não integra a relação jurídica. 
Princípio da relatividade dos efeitos do contrato (contrato em relação a terceiro) 
No Novo Código Civil, o contrato além de resolver os interesses pessoais dos contraentes, 
reconhece uma função social. Tal fato tem como consequência, por exemplo, possibilitar que 
terceiros, que não são propriamente partes do contrato, possam nele influir, em razão de 
serem direta ou indiretamente por ele atingidos. EX.: seguros de vida, separações judiciais 
consensuais, nas quais se inserem cláusulas em favor dos filhos do casal, nas convenções 
coletivas de trabalho, por exemplo, em que os acordos feitos pelos sindicatos beneficiam toda 
uma categoria. 
o Capacidade: só se é exigida entre estipulante e promitente. 
o Momento de formação do contrato: o vínculo obrigacional se dá entre estipulante e 
promitente, não sendo necessário o consentimento do beneficiário. 
o Momento de execução do contrato: quando o favorecido aceita o benefício, forma-
se o triângulo. A produção de efeitos depende da aceitação deste. 
o Atribuição patrimonial gratuita: preponderante, e sem contraprestação, pois 
invalidaria o intuito da estipulação. Há de ser sempre em favor do beneficiário. 
Regulamentação no Código Civil: 
Art. 436: 
“O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido 
exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o 
estipulante não o inovar nos termos do art. 438”. 
Dessa forma, a obrigação assumida pelo promitente pode, assim, ser exigida tanto pelo 
estipulante como pelo beneficiário, que assume, na execução do contrato, as vezes do credor, 
ficando todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não 
houver reservado a faculdade de o substituir. 
Art. 437: 
‘’Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a 
execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.’’ 
Se estiver estipulado no contrato que o beneficiário possui o direito de exigir a execução do 
contrato, o promitente não poderá ser exonerado. Assim, a estipulação é irrevogável. A 
ausência de previsão desse direito sujeita o terceiro à vontade do estipulante, que poderá 
desobrigar o devedor, bem como substituir o beneficiário, nos termos do art. 438. 
Art. 438: 
‘’O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, 
independentemente da sua anuência e da do outro contratante. 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última 
vontade.’’ 
No silêncio da lei, o estipulante pode substituir o beneficiário, não se exigindo para tanto 
nenhuma formalidade, a não ser a comunicação ao promitente, para que este saiba a quem 
deve efetuar o pagamento. 
 
→ Promessa de favor de terceiro 
Prescreve o art. 439, CC: ‘’Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas 
e danos, quando este o não executar”. 
O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer que, não sendo executada, 
resolve-se em perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular terceiro a uma obrigação. 
As obrigações têm como fonte somente a própria manifestação da vontade do devedor, a lei 
ou eventual ato ilícito por ele praticado. 
Aquele que promete fato de terceiro assemelha-se ao fiador, que assegura a prestação 
prometida. 
A rigor, a promessa de fato de terceiro não exprime uma exceção ao princípio da relatividade, 
ao contrário do que sustenta grande parte da nossa doutrina. A promessa de fato de terceiro 
não gera efeito jurídico algum para o terceiro. 
• Inovações introduzidas pelo Código Civil de 2002 
Art. 439: 
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, 
dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, 
a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens”. 
Objetivo: proteção de um dos cônjuges contra os desatinos do outro. 
EX.: Leônidas prometeu obter a anuência de Talita, sua esposa, na concessão de uma fiança, 
tendo esta se recusado a prestá-la. A recusa sujeitaria Leônidas (promitente) a responder por 
perdas e danos que iriam sair do patrimônio do casal, consorciado por regime de comunhão, 
prejudicando Talita que nada prometera. 
o A fiança dada pelo marido sem a anuência da mulher pode ser por esta anulada (CC, 
art. 1.649). 
o Excluem-se da comunhão “as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão 
em proveito do casal” (CC, art. 1.659, IV) 
Art. 440: 
“Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter 
obrigado, faltar à prestação”. 
Assumindo a obrigação, o terceiro passou a ser o principal devedor. A assunção da obrigação 
pelo terceiro libera o promitente.

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