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LARA CARVALHO MORAES 1 ANÁLISE DA DENTIÇÃO MISTA Saber fazer análise da dentição mista para gerenciar o espaço na arcada. Relembrando: Dentição decídua influencia na dentição mista (relembrar as características da dentição decídua). Arco de Baume tipo I x Arco de Baume tipo II: Tipo I mais espaços interdentais generalizados e, por consequência, melhor para acomodação dos dentes permanentes na dentição mista; mais favorável para o desenvolvimento da dentição mista. 70% das crianças possuem esse tipo de arco enquanto 30% possuem arco de Baume tipo II, que pode gerar uma dentição mista mais problemática, sendo necessário acompanhar mais de perto. Tabela) Se a criança possui dentes decíduos apinhados (dentadura decídua consolidada por volta dos 3 anos), a probabilidade de ter dentes permanentes apinhados ou grande problema de falta de espaço na arcada é 100%. Se a criança não possui espaços entre dentes decíduos, é de 70%. Quanto mais espaços interdentais, menor chance de apinhamento na dentição mista. ➢ No período de dentadura decídua completa (dos 6 meses aos 2,5 anos), o comprimento do arco, a distância intercaninos e a distância intermolares se mantêm constantes. ➢ Porém, há crescimento vertical do processo alveolar devido à irrupção dos dentes sucessores e crescimento sagital dos maxilares, produzindo as áreas retromolares para irrupção dos molares permanentes. Período da dentição mista: 1. Primeiro período transitório – Irrupção dos 1º molar e incisivos 2. Período intertransitório 3. Segundo período transitório – Irrupção dos caninos e pré-molares Obs.: Tem espaço adequado na arcada para acomodação de todos os dentes permanentes em boa oclusão? Ou é necessário intervir desde cedo? É necessário manter só o Espaço Livre de Nance ou será necessário extrações seriadas? O que é necessário para fazer análise da dentição? Deve-se ter incisivos superiores e inferiores e primeiros molares permanentes erupcionados!!! Logo deve-se estar finalizando o primeiro período transitório! 70% das crianças começam esse período transitório por volta dos 6 anos, logo essa análise idealmente é feita com cerca de 7 a 8 anos, dependendo da criança. LARA CARVALHO MORAES 2 Primeiro período transitório: Dos 6 aos 8 anos. Ocorre erupção dos primeiros molares permanentes e troca dos incisivos. Solicitação de documentação ortodôntica (modelo de gesso ou escaneamento digital) para além de fazer análise da dentição, poder também avaliar: ➢ Relação dos molares (classificação de Angle), overjet, overbite, mordidas cruzadas, inclinações axiais, curva de Spee. Forma dos arcos e assimetria, alinhamento e rotações dentárias, tamanho e forma dos dentes, forma do palato. Nesse modelo, será determinado a relação entre a quantidade de espaço no arco alveolar e a quantidade de espaço exigida para que todos os dentes se alinhem perfeitamente. Ou seja, verificar a quantidade de massa óssea e de massa dentária do paciente para saber se é compatível ou não. ANÁLISE DA DENTIÇÃO MISTA: ⎯ Procedimento importante para o DIAGNÓSTICO! ⎯ Orienta o planejamento ortodôntico – CONDUTAS TERAPÊUTICAS (Só acompanhar de 6 em 6 meses ou o paciente tem grande falta de espaço e vai precisar de intervenções desde já para acomodar todos os dentes) Qual conduta adotar? ▪ Supervisão de espaço ▪ Manutenção de espaço ▪ Recuperação do espaço (paciente que não tem espaço e será necessário recuperá-lo) Objetivos: ⎯ Avaliar a quantidade de espaço disponível no arco para os sucessores permanentes; ⎯ Estimar o diâmetro dos dentes permanentes não irrompidos por tabelas ou radiografias (Moyers; Nance); ⎯ Verificar se o volume dentário está de acordo com o tamanho da base óssea; Com o modelo de gesso na mão, consegue-se medir a massa óssea e a massa dentária dos dentes irrompidos (distância MD) e através de tabelas ou radiografias estimar a massa dentária dos dentes que ainda não irromperam (nesse estágio, são caninos e pré-molares). Materiais: ▪ Modelo de gesso ▪ Compasso de ponta seca / fio latão / paquímetro LARA CARVALHO MORAES 3 ▪ Lápis / borracha ▪ Régua milimetrada ▪ Ficha / cartão / papel Métodos: ESTATÍSTICOS: ▪ Análise de Moyers ▪ Análise de Tanaka e Johnston RADIOGRÁFICOS: ▪ Nance ▪ Huckaba ▪ Ruellas DISCREPÂNCIA DE MODELO: A análise é feita para descobrir a discrepância de modelo, ou seja, discrepância entre tamanho dentário e base óssea! DM = EP – ER EP: espaço presente (o que o paciente tem no momento de base óssea) ER: espaço requerido (o espaço que o paciente precisa para acomodar os dentes que ainda não irromperam) Pode ser: Positiva – EP é maior do que o ER (base óssea é suficiente para acomodar todos os dentes permanentes) Nula – EP é igual ao ER (espaço é justo, logo é necessário acompanhar mais de perto pois o espaço está tão justo que não se pode perder nada) Negativa – EP é menor do que ER (vai faltar espaço) ESPAÇO PRESENTE (AVALIADO-DISPONÍVEL): Valor do tamanho do osso basal em milímetro. Medido com fio de latão, compasso de ponta seca ou paquímetro. Medido entre a mesial do 1MP de um lado a mesial do 1MP do lado oposto (sobre a crista alveolar). Medido com fio de latão: Fio de latão passando pelas coroas dos dentes contornando a forma da arcada da MESIAL DO 1MP DE UM LADO ATÉ A MESIAL DO 1MP DO OUTRO LADO. Retificar o fio sobre uma régua e medir o valor final em milímetros. Norteia a conduta terapêutica! LARA CARVALHO MORAES 4 Medido com compasso de ponta seca ou paquímetro digital ou analógico: Medição é feita por quatro segmentos – A, B, C e D. ▪ A: Mesial do 1MP a mesial do C ▪ B: Mesial do C a mesial o IC ▪ C: Mesial do IC a mesial do C ▪ D: Mesial do C a mesial do 1MP ESPAÇO REQUERIDO: MÉTODOS ESTATÍSTICOS OU RADIOGRÁFICOS Estimar as larguras MD das coroas dos dentes permanentes não irrompidos (caninos e pré- molares). ESTATÍSTICOS: ▪ MOYERS ▪ Tanaka e Johnston RADIOGRÁFICOS: ▪ Nance ▪ Huchaba ▪ Ruella MÉTODO ESTATÍSTICO – MOYERS: ⎯ Fácil aplicação com boa acuracidade (qualidade daquilo que apresenta exatidão e precisão em suas medições) ⎯ Baixo custo – não utiliza radiografias ⎯ Não exige muito tempo de trabalho ⎯ Pode ser feita com igual segurança, tanto para o principiante quanto pelo especialista LARA CARVALHO MORAES 5 Como funciona? ⎯ Tabela de predição do diâmetro MD de caninos e pré-molares não erupcionados ⎯ Base do cálculo é a SOMA DAS LARGURAS MD DOS INCISIVOS INFERIORES (tanto para mandíbula como para maxila) ⎯ Tabela apresenta para cada valor obtido na soma dos 4 incisivos inferiores um valor correspondente para os caninos e pré-molares TABELA DE MOYERS: Primeira linha: somatória das larguras MD dos incisivos inferiores permanentes erupcionados obtido no modelo de gesso Primeira coluna: porcentagens e possibilidades - Usar a tabela sempre em 75%!!! Em seguida, cruzar os valores da primeira linha com a primeira coluna para obter a probabilidade da soma das larguras dos dentes que ainda não irromperam! Atenção: SEMPRE começar a análise de Moyers pelo ARCO INFERIOR! ESPAÇO REQUERIDO - ARCO INFERIOR: 1. Determinar a somatória dos diâmetros MD dos INCISIVOS INFERIORES. 2. A partir do valor dessa soma, utilizar a tabela em 75% - o valor encontrado na tabela corresponde à somatória dos diâmetros MD de caninos e pré-molares de uma hemi-arcada. SUPERIOR INFERIOR LARA CARVALHO MORAES 6 Exemplo: Somatório da largura dos incisivos inferiores deu 23mm. Procurar o valor 23mm na primeira linha e cruzar com 75% da primeira coluna para obter o valor estimado para a largura dos dentes não irrompidos, sendo esse 22,2mm. ER = 23 + 2. (22,2) = 67,4mm. ER = SOMATÓRIA DOS DIÂMETROS MD DOS INCISIVOS INFERIORES + 2. (VALOR DA TABELA)Por quê 2x? Porque o valor da tabela é para uma única hemiarcada. ESPAÇO REQUERIDO - ARCO SUPERIOR: ⎯ Para o arco superior é a mesma sequência de etapas ⎯ Porém fazer a PREDIÇÃO DOS CANINOS E PRÉ-MOLARES SUPERIORES A PARTIR DA SOMATÓRIA DOS ARCOS INFERIORES – ver tabela! ⎯ No momento do cálculo na fórmula colocar a somatória dos incisivos superiores Obs.: Fazer o superior com o uso da medida obtida pelo inferior. Por que incisivos inferiores? Dentes que possuem menos alteração de forma e, por consequência, de volume (superiores: agenesia, conoides). Na Análise de Moyers, quem manda é o arco inferior! 1. Determinar a somatória dos diâmetros MD dos INCISIVOS SUPERIORES. 2. Predição dos caninos e pré-molares superiores a partir da somatória dos incisivos inferiores (ex: 23mm). 3. Jogar na fórmula, usando o valor da somatória dos diâmetros dos incisivos superiores e o valor da tabela para arco superior obtido com o valor da somatória dos incisivos inferiores. Exemplo: Somatória dos incisivos superiores deu 32mm. Pegar o valor da somatória dos incisivos inferiores que é de 23mm e jogar na tabela para dentes superiores cruzando com 75% de probabilidade. Jogar os valores na fórmula. ER = 32 + 2. (22,6) = 77,2mm. ER = SOMATÓRIA DOS DIÂMETROS MD DOS INCISIVOS SUPERIORES + 2. (VALOR DA TABELA) LARA CARVALHO MORAES 7 MÉTODO ESTATÍSTICO – TANAKA E JOHNSTON: ⎯ Análise prática, precisa, de fácil memorização e rápida aplicação – economia de tempo ⎯ Similar a análise de Moyers (somatória dos incisivos inferiores para predizer o diâmetro MD de caninos e pré-molares) ⎯ Fórmula pela qual consegue obter predição de 75% de probabilidade 1. Somar a largura MD dos incisivos inferiores. 2. Adicionar à metade da soma da largura MD dos incisivos inferiores 10,5mm para mandíbula e 11,0mm para maxila. Exemplo: Comparação: Moyers é mais conservador no que diz a necessidade de espaço necessário. MÉTODOS RADIOGRÁFICOS ⎯ Medidas diretas do tamanho dos dentes no RX dificultam o diagnóstico devido as distorções/fator de magnificação de imagem. ⎯ Sujeitos a erros significantes na predição de tamanho devido inclinações/rotações dentárias. MÉTODO RADIOGRÁFICO - ANÁLISE DE NANCE (para previsões individuais): ⎯ Para CADA dente aplicar a fórmula. ⎯ Utilização de RX periapical. LARA CARVALHO MORAES 8 Até o momento, temos o valor da largura dos decíduos no RX e também no modelo em boca, enquanto que do permanente só temos no RX. Deve-se fazer isso para CADA DENTE individualmente!
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