Buscar

Sistema recursal trabalhista Parte I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Exame
de Ordem
Exame
de Ordem
XXX
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
SISTEMA RECURSAL TRABALHISTA – PARTE I
Livro Eletrônico
PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro
VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado
COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes
ASSISTENTES PEDAGÓGICAS:
Francineide Fontana, Jéssica Souza, Kamilla Fernandes, Larissa Carvalho e 
Yasmin Magno
SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo
ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro, Laís Rodrigues e Thaylinne Gomes Lima
REVISORA: Isabel Lopes
DIAGRAMADOR: Weverton Carvalho
CAPA: Equipe Gran Cursos Online
Gran Cursos Online
SBS Quadra 02, Bloco J, Lote 10, Edifício Carlton Tower, Sala 201, 2º Andar, Asa Sul, Brasília-DF
CEP: 70.070-120
Capitais e regiões metropolitanas: 4007 2501
Demais localidades: 0800 607 2500 Seg a sex (exceto feriados) / das 8h às 20h
www.grancursosonline.com.br/ouvidoria
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode 
ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe ração de informações ou transmitida 
sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos 
autorais e do editor.
© 07/2019
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br/ouvidoria
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I ...........................................................4
Introdução ................................................................................................4
1. Princípios dos recursos trabalhistas ...........................................................6
2. Efeitos dos Recursos Trabalhistas ............................................................13
3. Pressupostos de admissibilidade dos recursos trabalhistas .....................22
3.1. Pressupostos intrínsecos de admissibilidade ...........................................23
3.2. Pressupostos extrínsecos de admissibilidade ..........................................25
4. Juízos de Admissibilidade e de Mérito dos Recursos ...................................57
4.1. Juízo de Admissibilidade ......................................................................57
Resumo ...................................................................................................60
Questões de Concurso ...............................................................................61
Gabarito ..................................................................................................72
Gabarito do exercício sobre o depósito recursal ............................................73
Gabarito Comentado .................................................................................74
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
SISTEMA RECURSAL TRABALHISTA – PARTE I
Introdução
Olá, querido(a) aluno(a), você, que tem tudo para ser um(a) futuro(a) advoga-
do(a), terá conosco, do Gran Cursos Online, uma série de aulas em PDF destinadas 
a abranger todo o conteúdo de Direito Processual do Trabalho do mais recente edi-
tal do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Nesta aula, abordaremos outro tópico muito importante: Sistema Recursal 
Trabalhista: princípios, efeitos, pressupostos e juízos de admissibilidade. 
Grande parte desse tópico, assim como outros tratados ao longo deste curso, so-
freu impacto da Reforma Trabalhista, razão pela qual esta aula é, igualmente, mui-
to importante para o nosso curso.
O Sistema Recursal Trabalhista será abordado em duas aulas, tendo-se em 
vista a maior extensão do tema e a grande recorrência de cobrança desse tema nas 
provas da OAB.
Nesta primeira aula, abordaremos os aspectos teóricos e de constituição dos re-
cursos. Na segunda aula, trataremos sobre os pontos mais técnicos: espécies, pro-
cedimento, disposições específicas da CLT e Súmulas e OJs do TST sobre os recursos.
O direito processual do trabalho sofreu profundas modificações no ano de 2017, 
em virtude da entrada em vigor da Lei n. 13.467/2017, popularizada com o nome 
de “Reforma Trabalhista”. Além dessa relevantíssima alteração, você deve levar 
em conta que, no ano de 2016, entrou em vigor o Novo Código de Processo Civil, 
publicado em 2015.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Todas essas alterações colocam em nosso caminho um fato que impacta forte-
mente em seu estudo: não existem, ainda, muitas questões atualmente válidas da 
OAB sobre cada tema do nosso edital. Portanto, para seu exercício com questões, 
procurarei apresentar as questões existentes e, ainda, questões inéditas com o 
perfil da banca FGV, que comportam enunciados de casos concretos e quatro al-
ternativas (a até d). Se houver uma maior escassez de questões sobre o assunto, 
apresentarei questões da banca FGV oriundas de provas diversas da OAB, sempre 
com vistas a prepará-lo(a) para conhecer muito bem a banca.
Mesmo que a banca da nossa prova seja a FGV, apresentarei questões de outras 
bancas que abordem as disposições legais e jurisprudenciais específicas do tema, com 
a finalidade de atrair seu foco total para a fixação de algumas regras específicas, cujo 
conhecimento ajudará a tornar mais sólida sua bagagem para as demais questões.
Juntamente com toda a equipe do Gran Cursos Online, procurarei ajudá-lo(a) ao 
máximo a tornar-se habilitado(a) a exercer a advocacia, cuja carreira é fantástica e 
repleta de desafios entusiasmantes para um comprometido profissional do Direito.
Bons estudos!
Seja imparável!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
1. Princípios dos recursos trabalhistas
Os recursos trabalhistas são guiados por alguns princípios. Alguns desses prin-
cípios têm aplicabilidade em todos os momentos do processo, enquanto outros são 
aplicáveis em algumas circunstâncias específicas, que nem sempre se verificam.
Os doutrinadores costumam variar consideravelmente na listagem dos princí-
pios que norteiam os recursos no processo do trabalho. Portanto, direcionarei o 
enfoque aos princípios clássicos de cobrança em provas.
PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE (ou SINGULARIDADE): contra 
uma decisão judicial específica, se couber recurso, haverá um único recurso 
cabível. Não será possível a interposição de dois ou mais recursos contra a mesma 
decisão ao mesmo tempo. Cada recurso tem uma função específica, uma natureza.Exemplo: contra uma sentença de primeira instância eivada de omissão, é cabível 
a oposição de Embargos de Declaração. Esse recurso não pode ser interposto 
juntamente com o Recurso Ordinário, pois este tem por finalidade a reanálise da 
matéria pelo TRT, e aquele, a reanálise da matéria pelo próprio juiz.
PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTER-
LOCUTÓRIAS: no processo do trabalho, não é cabível interpor recurso contra de-
cisões interlocutórias, ao contrário do processo civil, no qual é cabível, em alguns 
casos, agravo de instrumento. A lógica do agravo de instrumento civilista não se 
aplica ao processo do trabalho.
Este princípio está insculpido no art. 893, § 1º, da CLT:
Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se 
a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da 
decisão definitiva. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Somente no recurso interposto contra a decisão final será possível impugnar 
decisões interlocutórias.
Exemplo prático: João, advogado, formula pedido de tutela provisória de urgência na 
reclamação trabalhista. A tutela, contudo, foi denegada pelo juiz. João deverá impug-
nar a denegação da tutela somente no recurso contra a decisão final (sentença).
Conforme a jurisprudência do TST, a denegação de tutela provisória antes da sen-
tença poderá dar ensejo a mandado de segurança, se ficarem comprovados os 
requisitos especiais desse remédio constitucional. No nosso exemplo, imagine que 
tais requisitos não foram demonstrados.
O TST, no entanto, fixou na Súmula n. 214 exceções à regra de que as deci-
sões interlocutórias seja irrecorríveis. Veja:
Súmula n. 214 do TST: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, 
da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas 
hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurispru-
dencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
Se a decisão interlocutória do TRT for contrária a Súmula ou OJ do TST, caberá 
recurso imediato. O recurso será aquele cabível na hipótese, tendo em vista o re-
gimento interno do tribunal.
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
Se os regimentos internos dos tribunais previrem recursos dentro do próprio 
tribunal para matérias decididas por decisões interlocutórias, elas serão recorrí-
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
veis, nos termos do regimento. Na grande maioria dos casos, trata-se de agravo 
interno.
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para 
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante 
o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Exemplo prático: Moisés ajuizou reclamação trabalhista em Curitiba (PR). A empre-
sa ré, no entanto, opôs exceção de incompetência territorial, porque Moisés teria 
prestado serviços em Natal (RN), razão pela qual a reclamação deveria ser remeti-
da a uma das Varas do Trabalho de Natal. O juiz acolhe a exceção e remete os autos 
a uma das Varas de Natal.
Nesse caso, a decisão do juiz é interlocutória terminativa do feito na Vara do Traba-
lho de Curitiba, razão pela qual cabe Recurso Ordinário contra essa decisão interlo-
cutória ao TRT da 9ª Região (Paraná).
Exatamente o mesmo raciocínio valeria para o caso de remessa do processo a tri-
bunal distinto que seja de outro ramo do Poder Judiciário (como Tribunal de Justiça 
ou Tribunal Regional Federal).
Essa última hipótese é abordada também em caráter legal, especificamente no 
art. 799, § 2º, da CLT:
Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, 
se terminativas do feito [contra a qual caberá recurso – acréscimo do profes-
sor], não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no re-
curso que couber da decisão final.
Regra geral: não cabe recurso imediato contra decisão interlocutória.
Exceções:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
•	 decisão interlocutória do TRT contrária a Súmula ou OJ do TST;
•	 decisão interlocutória recorrível dentro do mesmo tribunal;
• decisão terminativa que remeta o processo para Tribunal diferente (TRT/TJ/
TRF/TRE) daquele em que o processo se encontra.
PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE: o recurso deve ser discursivo e dialético, 
indicando quais são os segmentos da decisão que deseja impugnar e as razões que 
justificam tal impugnação. A construção do recurso (indicação das partes impug-
nadas e das razões recursais) é fundamental para viabilizar uma boa análise de 
validade e justiça da decisão recorrida pelo juízo recursal.
PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE: em regra, os recursos trabalhistas são 
interpostos somente em razão da vontade das partes. Logo, a matéria decidida não 
será reanalisada a menos que alguma das partes apresente o recurso cabível.
Uma exceção a esse princípio é a Remessa Necessária (art. 496 do CPC), que con-
siste em enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que condenem 
pessoas jurídicas de direito público a pagar determinado valor:
•	 União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 
salários mínimos;
•	 Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fun-
dações públicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 
salários mínimos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: todas as espécies de recursos que podem 
ser interpostos devem estar expressamente previstos em lei. Não é possível a cria-
ção de recursos para casos concretos específicos, nem a conjugação de elementos 
de vários recursos para justificar um só. Cada recurso deve ser regrado por dispo-
sições legais específicas e devidamente previsto na legislação processual.
Conclusão: o rol de recursos previstos em lei é fechado/taxativo/numerus clausus.
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS: em regra, a parte 
que recorrer não poderá ter o mérito da decisão piorado contra ela própria, a me-
nos que a parte contrária também recorra. Isso quer dizer que, entre as minhas 
alegações em grau de recurso, eu não posso ter minha situação piorada em razão 
das minhas próprias impugnações.
Existe uma exceçãoa esse princípio: as questões de ordem pública, que po-
dem ser acolhidas em qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo 
Poder Judiciário.
Exemplo: João, empregado, teve parte de seus pedidos acolhidos e parte julgada 
improcedente. João interpõe recurso ordinário a fim de ganhar, também, os pedi-
dos que perdeu. O TRT, analisando seu recurso, percebe que existe ação idêntica 
à de João (mesmas partes, causa de pedir e pedidos) pendente de julgamento no 
mesmo Tribunal, o que configura litispendência. Logo, o TRT pode extinguir o 
processo de João sem resolução do mérito com fundamento em litispendência. Este 
é um caso de reforma da decisão em prejuízo do recorrente (reformatio in pejus).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Obs.:� este exemplo de exceção ao princípio da proibição da reformatio in pejus 
também é válido como exemplo de Efeito Translativo, que é um efeito dos 
recursos, o qual estudaremos adiante.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE (ou CONVERSIBILIDADE): em alguns 
casos, o equívoco da interposição de um recurso inaplicável ao caso pode ser sana-
do pelo recebimento desse recurso errado como se ele fosse o recurso certo. Trata-
-se de receber um recurso errado como se fosse outro, o recurso correto. O órgão 
julgador percebe que a matéria alegada pelo recorrente geralmente é abordada em 
recurso diferente daquele que ela interpôs/opôs.
Exemplo: no TRT, a parte opõe embargos de declaração contra a decisão do rela-
tor, mas o relator recebe esse recurso como agravo interno, tendo em vista os fun-
damentos do recurso, que se amoldam muito mais ao agravo interno do que aos 
embargos de declaração.
Este é o exemplo sustentado na Súmula n. 421, item II, do TST:
Súmula n. 421, item II, do TST: Se a parte postular a revisão no mérito da 
decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração 
em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, 
submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recor-
rente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de 
modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.
Caso você não esteja entendendo a diferença entre as espécies de recursos nes-
te momento, fique tranquilo: ao longo das duas aulas que teremos sobre o Sistema 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Recursal Trabalhista, estudaremos todas as espécies de recursos cabíveis, com 
seus requisitos e pressupostos.
O Princípio da Fungibilidade não se aplica em casos de erros grosseiros, que são 
erros injustificáveis e impossíveis diante do bom senso e da mínima lógica proces-
sual. Exemplo de erro grosseiro seria a interposição de recurso de revista quando, 
na verdade, o recurso cabível é o recurso ordinário. Essas duas espécies de recur-
sos têm requisitos muito diferentes, inconfundíveis, especialmente no que 
tange ao tribunal competente para apreciar cada um.
Obs.:� alguns doutrinadores, como Mauro Schiavi e José Augusto Rodrigues Pinto, 
sustentam que o Princípio da Fungibilidade teria como decorrência o Princí-
pio da Variabilidade, segundo o qual a própria parte pode trocar o recurso 
interposto, se verificar que os pressupostos do outro recurso estão preen-
chidos de maneira mais patente. De acordo com essa lógica, se até mesmo 
o juiz pode, de ofício, receber um recurso como se fosse outro, por que a 
parte não poderia trocá-lo, dentro do prazo recursal?
 � Fica registrada, portanto, essa construção doutrinária, para robustecer seu 
conhecimento, embora tal princípio ainda não seja consagrado em provas.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: antes de conceituar este 
princípio, devo alertar que ele tem sido interpretado como relativo, e não absoluto. 
Essa “relatividade” deve-se à majoritária interpretação de que o Duplo Grau de Ju-
risdição NÃO É um princípio de hierarquia constitucional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Os que defendiam a natureza constitucional deste princípio diziam que ele esta-
va implícito no art. 5º, LV, da Constituição, que diz: 
Art. 5º, LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes. 
A necessidade de respeito ao duplo grau de jurisdição, segundo eles, devia-se à 
garantia dos “recursos” inerentes ao contraditório e à ampla defesa.
Essa tese não tem prevalecido na doutrina e na jurisprudência, que só reconhe-
ce a natureza constitucional do Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa.
Professor, e o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição? Que natureza ele teria, 
afinal de contas?
Tal princípio, caro(a) aluno(a), tem natureza infraconstitucional. O direito 
processual brasileiro, tanto o civil como o trabalhista, é estruturado de modo a per-
mitir a recorribilidade de quase todas as decisões judiciais. Portanto, tal princípio 
tem servido como “inspiração” para a criação dos recursos.
Há poucos casos de irrecorribilidade de decisões, como a sentença que homolo-
ga acordo em reclamação trabalhista, contra a qual somente cabe ação rescisória. 
Veja: embora não caiba recurso propriamente dito, cabe um determinado meio de 
impugnação autônomo (ação rescisória), que de certa forma dá efetividade ao Prin-
cípio do Contraditório e da Ampla Defesa.
2. Efeitos dos Recursos Trabalhistas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Antes de estudar as conceituações dos efeitos dos recursos, é importante 
conhecer dois termos técnicos em latim, muito envolvidos nos conteúdos refe-
rentes aos recursos:
•	 Juízo a quo: órgão judicial que proferiu a decisão recorrida e remete o recurso 
à instância superior (Juízo Inicial)
•	 Juízo ad quem: órgão judicial que analisará o recurso interposto e remetido 
(Juízo Final)
O efeito principal e mais notável nos recursos trabalhistas é o Efeito Devolutivo. 
Abaixo, conceituá-lo-ei.
EFEITO DEVOLUTIVO: Toda a matéria envolvida pelo recorrente em seu re-
curso é devolvida ao juízo ad quem, para reanálise das questões. O efeito devolu-
tivo alcança somente as partes da decisão impugnadas pelo recorrente.
Na Justiça do Trabalho, fala-se em efeito devolutivo em profundidade. A pro-
fundidade do efeito devolutivo é interpretada do seguinte modo: o juízoad quem 
recebe em devolução toda a matéria envolvida pelo recorrente no recurso, inclusive 
com todos os fundamentos trazidos na petição inicial e na contestação, mesmo 
que a sentença não tenha adotado tais fundamentos e ainda que as contrarrazões 
do recurso não mencionem tais fundamentos.
Essa interpretação foi fixada na Súmula n. 393, item I, do TST:
Súmula n. 393, item I, do TST: O efeito devolutivo em profundidade do 
recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, 
§1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da 
inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados 
em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
EFEITO SUSPENSIVO: O efeito suspensivo é uma exceção nos recursos traba-
lhistas, só podendo ser concedido em restritas hipóteses legais. O efeito suspensivo 
consiste na suspensão dos efeitos da decisão recorrida até que o juízo ad quem 
julgue o recurso interposto, para decidir se reforma, ou não, a decisão recorrida.
No CPC de 1973, era usual a ação cautelar para pedir efeito suspensivo a algum 
recurso. Com o Novo CPC, a regra muda.
O pedido de efeito suspensivo pode ser feito no próprio processo, desde que 
demonstrados alguns pressupostos (previstos no art. 1.012, § 4º, do CPC). Tais 
pressupostos são alternativos, isto é, pode ser preenchido tanto um quanto outro.
1) Probabilidade de provimento do recurso
OU
2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de dano grave ou de difícil 
reparação
Ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavel-
mente será provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, 
apoiando-se em fundamentação relevante. Como esses requisitos envolvem alguns 
conceitos jurídicos indeterminados (relevância), caberá ao órgão julgador determi-
nar o conteúdo dessa “relevância”.
A probabilidade de provimento pode ser relacionada ao recurso baseado em 
tese de amplo acolhimento da jurisprudência e na doutrina. A fundamentação re-
levante, quando o provimento não for provável, geralmente refere-se a premissas 
de fato convincentes à luz de um caso concreto, embora não consagradas na juris-
prudência nem na doutrina.
EFEITO TRANSLATIVO: Este efeito já foi citado anteriormente como uma ex-
ceção ao princípio da proibição da reformatio in pejus.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Quando o juízo ad quem analisa o recurso interposto, bem como as contrar-
razões da parte recorrida, ele pode verificar a existência de questões de ordem 
pública no processo, que possam ser inclusive resolvidas de ofício pelo órgão, inde-
pendentemente de requerimento de qualquer das partes.
Casos de questões de ordem pública são vários, destacadamente coisa julgada, 
litispendência, ausência de pressupostos processuais (valor nos pedidos, certeza e 
determinação dos pedidos), falta de interesse processual, entre outros.
Se o juízo ad quem constatar a existência de qualquer dessas questões, ele po-
derá se manifestar sobre ela de imediato, sem que essa manifestação acarrete vício 
na decisão por ser “ultra, extra ou citra petita”.
Repetirei o exemplo dado na descrição de um dos princípios estudados acima:
João, empregado, teve parte de seus pedidos acolhidos e parte julgada impro-
cedente. João interpõe recurso ordinário a fim de ganhar, também, os pedidos que 
perdeu. O TRT, analisando seu recurso, percebe que existe ação idêntica à de João 
(mesmas partes, causa de pedir e pedidos) pendente de julgamento no mesmo Tri-
bunal, o que configura litispendência. Logo, o TRT pode extinguir o processo de 
João sem resolução do mérito com fundamento em litispendência, mesmo que ne-
nhuma das partes recorridas tenha sequer chegado perto de alegar litispendência.
EFEITO SUBSTITUTIVO: A decisão proferida pelo juízo ad quem, em grau de 
recurso, substitui a decisão de mérito proferida pelo juízo recorrido.
Cuidado: essa “substituição” tem muito a ver com mérito. Trata-se de substi-
tuir uma decisão de mérito por outra, que pode escolher razões melhores e fun-
damentos jurídicos melhores para aquele caso concreto em análise. Também será 
caso de efeito substitutivo quando a decisão do órgão recursal conhece do recurso, 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
mas mantém os exatos termos da decisão proferida em primeiro grau. Essa mera 
confirmação também tem conteúdo de substituição, pois é como se a autorida-
de da decisão recorrida fosse aumentada com a confirmação de um órgão 
hierarquicamente superior.
Para sintetizar:
Efeito Substitutivo
Substituição de uma decisão de
mérito por outra de mérito
Confirmação de uma decisão de
mérito por outra de mérito
Se a decisão judicial recorrida for anulada por vício de natureza processual, 
como erro no procedimento (ausência de tentativa de conciliação, cerceamento 
de defesa etc.), NÃO OCORRERÁ efeito substitutivo. Nesse caso, a decisão 
será anulada, e não haverá nem confirmação de seus termos e nem substituição 
por mérito distinto.
EFEITO EXTENSIVO: O recurso interposto por uma das partes poderá ser 
aproveitado pelos litisconsortes dessa parte recorrente, a menos que os interesses 
dos litisconsortes sejam distintos/opostos.
Este efeito tem previsão no art. 1.005 do CPC:
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se 
distintos ou opostos os seus interesses.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor 
aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, o efeito extensivo só tem aplicabilidade 
no caso de litisconsórcio unitário, que é aquele em que a decisão judicial deve 
ser igual (uniforme) para todos os litisconsortes.
Veja que o próprio nome já indica o conceito do efeito: as razões do recurso 
estendem-se aos litisconsortes do recorrente, se os interesses destes não forem 
conflitantes com os do recorrente.
Exemplo prático: Ronaldo, empresário individual reclamado, é condenado a pagar a 
integralidade das verbas postuladas por Zezinho, reclamante. O polo passivo dessa 
reclamação foi ocupado por Ronaldo e pela empresa XX Terceirizações,também 
reclamada. Logo, houve litisconsórcio passivo.
Se somente Ronaldo interpuser Recurso Ordinário, a empresa XX Terceirizações 
poderá aproveitar os termos do recurso de Ronaldo, se os interesses desta empresa 
foram alinhados aos interesses de Ronaldo (exemplo: provimento do recurso para 
julgar indevidas todas as pretensões postuladas pelo reclamante Zezinho).
Todavia, se Ronaldo suscitar em recurso questões conflitantes com os interesses 
da empresa, esta não aproveitará o recurso interposto. Imagina que Ronaldo pede 
em recurso que toda a responsabilidade pelo pagamento da condenação seja da 
empresa XX Terceirizações. Neste caso, é evidente que o Efeito Extensivo não ocor-
rerá, pois as razões do recurso não se estenderão à empresa.
O Efeito Extensivo também tem repercussão na questão dos depósitos recur-
sais, que consistem em um pressuposto de admissibilidade recursal inerente ao 
“Preparo”. Esta é uma matéria que estudaremos, ainda, ao longo desta aula.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Para adiantar, apresento a Súmula 128, item III, do TST onde o efeito exten-
sivo se manifesta sobre os depósitos recursais:
Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado 
por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não 
pleiteia sua exclusão da lide.
Detalharei os pontos técnicos desta súmula no Título pertinente aos pressupos-
tos de admissibilidade recursais, onde abordaremos o depósito recursal, inclusive.
EFEITO REGRESSIVO: Este efeito ocorre sempre que o juiz resolve retratar-se 
de uma decisão proferida anteriormente, reconsiderando-a e modificando seus ter-
mos. Basicamente, o juiz regride, volta atrás.
No processo do trabalho, esse efeito pode ocorrer, por exemplo, quando o juiz 
indefere a petição inicial e o reclamante interpõe Recurso Ordinário, caso em que o 
juiz do trabalho, verificando o recurso, percebe seu erro e reconsidera sua decisão.
A previsão legal para este “regresso” está no art. 331 do CPC, aplicável 
subsidiariamente ao processo do trabalho, considerando-se que a apelação cível 
equivale ao recurso ordinário no processo do trabalho. Nesta hipótese específica 
(indeferimento da petição inicial e recurso ordinário contra a sentença), o juiz tem 
5 dias para retratar-se.
EFEITO EXPANSIVO: Este efeito teve origem na Teoria da Causa Madura. 
Tal teoria dizia que o órgão competente para julgar o recurso poderia, desde logo, 
apreciar o mérito das questões do processo quando o juízo a quo nem mesmo 
entrou nesse mérito. Essa atitude só poderia ser tomada pelo órgão recursal (ad 
quem) se a matéria a ser decidida de imediato fosse unicamente de direito ou, se 
fosse de fato, já houvesse ampla e suficiente dilação probatória sobre o fato.
Em palavras técnicas, o juízo ad quem só poderia fazer isso se o processo já 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
estivesse em condições de imediato julgamento.
Exemplo prático:
Tiago ajuíza reclamação trabalhista contra Rocha Construções, postulando verbas 
rescisórias. Após o término da instrução processual com ampla produção de provas, 
a reclamação de Tiago é extinta sem resolução do mérito, porque o juiz entendeu 
haver coisa julgada, uma vez que já tinha tramitado processo anterior com as 
mesmas partes, que deram quitação integral ao contrato de trabalho. Todavia esse 
processo anterior tinha como reclamante uma pessoa homônima de Tiago, isto é, 
com iguais prenome e sobrenome, fato que levou o juiz a confundir-se.
Tiago interpõe Recurso Ordinário. Neste caso, o TRT, verificando que realmente 
não existe coisa julgada, pode julgar imediatamente o mérito do processo (proce-
dência ou improcedência verbas rescisórias postuladas por Tiago), pois há 
plenas condições de imediato julgamento da causa, uma vez que toda a instrução 
probatória se esgotou e as partes declararam não ter outras provas a produzir.
No CPC, o efeito expansivo tem previsão no art. 1.013, §§ 3º e 4º:
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve 
decidir desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485* [*extinção do processo sem resolução 
do mérito];
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do 
pedido ou da causa de pedir* [*sentença ultra petita, extra petita ou citra petita];
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, 
se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retor-
no do processo ao juízo de primeiro grau.
O TST reconhece a aplicabilidade do efeito expansivo no processo do trabalho, 
fazendo-lhe referência na Súmula 393, item II:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá 
decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, 
inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.
Para sintetizar:
Condições de
Imediato Julgamento
Matéria exlcusivamente de direito
(discussão se exaure na aplicação da lei).
Matéria de fato já exaustivamente
provada, sem outras provas a produzir.
EFEITO DIFERIDO: Este efeito é uma decorrência do Princípio da Irrecorribili-
dade Imediata das Decisões Interlocutórias. Basicamente, o efeito diferido consiste 
no fato de a parte recorrer, após a sentença final, impugnando matéria decidida 
antes da sentença, isto é, em momento processual anterior.
Como já estudamos, a regra do processo do trabalho é que as decisões in-
terlocutórias proferidas pelos juízes durante a instrução processual – como inde-
ferimento de provas – não podem ser objeto de recurso imediato. Portanto, 
essa impossibilidade torna necessário que o conteúdo da decisão interlocutória seja 
impugnado somente em momento processual posterior, lá na frente.
Logo, vê-se que a impugnação da decisão interlocutória é diferida, isto é, pos-
tergada por necessidade.
Veja: o Recurso Ordinário pode ser interposto para atacar a Sentença, correto? 
O efeito diferido consiste na impugnação de uma decisão judicial proferida antes 
mesmo dessa decisão recorrida (sentença).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 94www.grancursosonline.com.brDIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
O TST, na OJ 92 da SDI-II, reconhece o efeito diferido aos recursos, nesses termos:
Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma 
mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.
3. Pressupostos de admissibilidade dos recursos tra-
balhistas
Pressupostos de admissibilidade dos recursos são elementos que devem ser de-
monstrados para que o recurso possa ser conhecido pelo juízo ad quem. São elemen-
tos sem os quais os recursos não podem prosseguir, isto é, não podem ser admitidos.
Na teoria geral dos recursos, estuda-se que o Tribunal, ao julgar o recurso, 
declarará se ele foi Conhecido e, após, se foi Provido. Relembrarei a diferença 
entre esses dois fenômenos:
CONHECIMENTO do Recurso: o recurso é conhecido quando preenche todos 
os pressupostos de admissibilidade (intrínsecos e extrínsecos), os quais estudare-
mos neste título da aula. O conhecimento do recurso é uma fase que não adentra 
no seu mérito: somente analisa os requisitos formais previstos em lei para que o 
órgão julgador admita analisar o teor do recurso.
DICA
Quando o órgão julgador diz “Conheço do recurso” é o 
mesmo que se ele dissesse “Admito o recurso”.
PROVIMENTO do Recurso: o recurso, já conhecido, apresenta razões jurídi-
cas que convencem o juízo ad quem a concordar com a parte recorrente e substituir 
a decisão recorrida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Conclusão: um recurso pode ser conhecido, mas, mesmo assim, não provido. 
Isso ocorre quando o recurso é admitido, por conter todos os pressupostos de ad-
missibilidade, mas as razões recursais não convencem o órgão julgador, e a decisão 
recorrida acaba sendo mantida.
Já deixei escapar acima que os pressupostos de admissibilidade podem ser 
INTRÍNSECOS ou EXTRÍNSECOS. Esses pressupostos devem ser preenchidos 
em conjunto, sob pena de o recurso não ser conhecido (inadmitido). Não basta 
preencher os intrínsecos: deve a parte preencher os extrínsecos e vice-versa.
Abordarei tais pressupostos em subtítulos específicos, abaixo.
3.1. Pressupostos intrínsecos de admissibilidade
Os pressupostos intrínsecos são também chamados na doutrina de “pressu-
postos subjetivos”, pois eles se referem ao sujeito que pretende recorrer. Os pres-
supostos intrínsecos/subjetivos existem para identificar quem pode recorrer e 
quem não pode. São pressupostos relacionados à pessoa.
Existem três pressupostos intrínsecos: CAPACIDADE, LEGITIMIDADE e 
INTERESSE.
3.1.1. Capacidade
Capacidade recursal coincide com a capacidade processual. A capacidade re-
cursal (capacidade para recorrer) é diretamente ligada à capacidade para a prá-
tica de atos da vida civil (artigos 3º, 4º e 5º do Código Civil). Portanto, para a 
interposição do recurso, o relativamente incapaz deve ser assistido, e o absoluta-
mente incapaz, representado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
3.1.2. Legitimidade
Legitimidade recursal a habilitação dada por lei à pessoa que, por estar em de-
terminada condição, pode apresentar recurso contra a decisão judicial. Entre ou-
tros, os principais casos de legitimados pela lei para recorrer são:
• as próprias partes;
• o terceiro prejudicado, quando demonstrar o nexo de dependência entre o 
interesse alegado e a relação jurídica resolvida na decisão sujeita a recurso;
• os litisconsortes e assistentes;
• o Ministério Público Do Trabalho, nas causas em que for parte ou atuar como 
fiscal da lei, ou em quaisquer das hipóteses em que a lei permita sua atuação;
• o substituto processual;
• o sucessor ou herdeiro;
• a empresa condenada solidária ou subsidiariamente.
3.1.3. Interesse
O sujeito recorrente deve demonstrar que tem um real e efetivo interesse na 
reanálise da decisão recorrida. Se ele não tiver nada a aproveitar com o reexame 
da matéria, ele não terá interesse recursal. Interesse recursal consiste na real pos-
sibilidade de eventual substituição da decisão recorrida favorecer seus interesses.
Exemplo: se a sentença julgou parcialmente procedentes os pedidos do reclaman-
te, ambas as partes terão interesse recursal: uma, para tentar a procedência de 
todos os pedidos; outra, para tentar a improcedência dos demais pedidos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Exemplo prático: Alessandra ajuíza reclamação trabalhista contra a empresa Mel 
Azul. O juiz do trabalho extingue o processo sem resolução do mérito porque Ales-
sandra não atribuíra valores aos pedidos pecuniários que formulou. A empresa, 
mesmo assim, resolve recorrer ao TRT para que fosse declarada a prescrição total 
e extintiva de todos os direitos de Alessandra decorrentes do contrato de trabalho, 
pois já teriam se passado três anos da extinção do contrato até o ajuizamento da 
ação (prescrição bienal).
A empresa recorreu alegando prescrição com fundamento no art. 1.013, § 4º, do 
CPC, que trata do efeito expansivo (teoria da causa madura), que permite ao 
Tribunal decidir desde logo sobre prescrição, mesmo que o juiz não tenha se pro-
nunciado.
Neste contexto, a empresa, mesmo não tendo nenhum prejuízo em decorrên-
cia da extinção do processo sem resolução do mérito, demonstrou que tem 
interesse recursal por outras razões.
No exemplo acima, você pôde perceber que o interesse recursal não precisa 
envolver valores, pedidos específicos ou procedência/improcedência. Ele pode ser 
representado por qualquer coisa que, em abstrato, possa favorecer juridicamen-
te a parte recorrente. Naquele caso, a pronúncia de prescrição impossibilitaria o 
ajuizamento de nova ação pela ex-empregada Alessandra, dando-se força de coisa 
julgada à relação jurídica.
3.2. Pressupostos extrínsecos de admissibilidade
Os pressupostos extrínsecos também são chamados na doutrina de pressu-
postos objetivos. Esses pressupostos relacionam-se não com o sujeito, mas, sim, 
com o recurso em si. Relacionam-se com as formalidades do recurso a ser inter-
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
posto, com a peça. Sem esses pressupostos, a peça não pode ser nem mesmo 
analisada pelo juízo ad quem.
Na doutrina, alguns autores enunciam os pressupostos extrínsecos com mais 
elementos, outros com menos. Escolhi trazer a você a lista de pressupostos apre-
sentada porCarlos Henrique Bezerra Leite, que é uma das mais amplas.
3.2.1. Recorribilidade
A decisão judicial que o recorrente pretende atacar deve ser suscetível de recurso. 
A lei deve prever a possibilidade de algum recurso contra a decisão impugnada.
Exemplo: é recorrível a sentença que julga procedentes os pedidos do reclamante.
Exemplo²: é irrecorrível a sentença que homologa acordo feito entre as partes em 
reclamação trabalhista (art. 831, parágrafo único, CLT).
3.2.2. Adequação
A peça apresentada pelo recorrente deve ser adequada em face da decisão impug-
nada. Deve ser a espécie recursal que a lei aponta como correta diante do contexto.
Exemplo: o recurso adequado para impugnar sentença de juiz do trabalho é o 
Recurso Ordinário (art. 895, inciso I, CLT). Logo, se a parte apresentar um recurso 
de revista, o recurso será inadequado.
Obs.:� quando o recurso apresentado for inadequado, será possível, em alguns casos, 
que o juízo ad quem convalide esse vício e receba o recurso como se fosse a 
peça adequada. Isso é o que estudamos como Princípio da Fungibilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Veremos adiante que os embargos de declaração servem para apontar omissão, 
contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do re-
curso; já o agravo interno serve para atacar o mérito da decisão proferida mono-
craticamente pelo relator do Tribunal.
O TST admite a aplicação da Fungibilidade em relação a esses recursos, rece-
bendo um como se fosse o outro, em razão de o erro da parte não ser “grosseiro”.
Súmula 421, item II, do TST: Se a parte postular a revisão no mérito da 
decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração 
em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, 
submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recor-
rente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de 
modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.
3.2.3. Tempestividade
Cada recurso deve ser interposto no prazo que a lei lhe conferir. Toda espécie 
de recurso terá seu prazo. Por exemplo, o recurso ordinário deve ser interposto 
em 8 dias, os embargos de declaração em 5 dias, o recurso extraordinário em 
15 dias etc.
Quanto ao prazo para interposição dos recursos, há vários detalhes.
A partir do Novo CPC, é possível a interposição do recurso antes mesmo do iní-
cio do prazo para sua interposição. É o que diz o art. 218, § 4º, do CPC: 
Art. 218, § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo ini-
cial do prazo.
Essa nova disposição deu causa ao cancelamento da Súmula 434 do TST, que 
considerava intempestivo o recurso interposto antes do início do prazo. Agora, 
o recurso só será intempestivo se for interposto após o término do prazo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Quanto aos prazos recursais, há ainda outras peculiaridades, que foram tratadas 
inclusive na aula sobre os Atos, Termos e Prazos Processuais. Abaixo, trarei algu-
mas importantes considerações feitas em tal aula, envolvendo os prazos recursais.
Durante o período de 20/12 a 20/01, os prazos para interposição de recursos, 
assim como todos os demais prazos processuais, permanecem suspensos. Veja 
o que diz o art. 775-A da CLT, recentemente criado:
Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os mem-
bros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares 
da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de 
julgamento.
Este artigo é muito recente: foi incluído pela Lei n. 13.545/2017, que é poste-
rior à Reforma (não é fruto da Reforma).
Basicamente, este art. 775-A criou nova hipótese legal de suspensão dos prazos 
processuais (inclusive recursais), que ocorre independentemente de qualquer 
manifestação no processo, seja do juiz, seja das partes.
De 20/12 a 20/01, nenhum prazo processual correrá. Eles continuarão onde para-
ram. Se, em 19/12, o prazo já estava em seu terceiro dia de contagem, o quarto 
dia de contagem será em 21/01, se esta data representar dia útil (se não for 
dia útil, o quarto dia será o primeiro dia útil subsequente).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Não confunda este período de suspensão processual (20/12 a 20/01) com o perí-
odo de Recesso Forense, que é algo diferente (unidades judiciárias e tribunais não 
funcionam durante o recesso).
Há, inclusive, notícias em sites considerados confiáveis da internet que apontam o 
período do art. 775-A erroneamente como de recesso.
No recesso forense (20/12 a 06/01), não há expediente, e todos os prazos, 
audiências e sessões encontram-se suspensos.
No período de 07/01 a 20/01, há expediente, mas, mesmo assim, todos os pra-
zos, audiências e sessões encontram-se suspensos.
Obs.:� Suspensão Processual: 20/12 a 20/01 (art. 775-A da CLT)
Recesso Forense: 20/12 a 06/01 (art. 62 da Lei n. 5.010/1966)
Ainda existe outra causa de suspensão dos prazos recursais: Férias Coletivas 
dos Ministros do TST. Sempre que houver essas férias, os prazos recursais se-
rão suspensos. É o que diz a Súmula 262, item II, do TST: 
Súmula 262, item II, do TST: O recesso forense e as férias coletivas dos 
Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais.
As férias coletivas dos Ministros do TST (e somente destes) suspendem apenas 
os prazos relativos a recurso (recursais). Os demais prazos fluem normalmente.
Tome cuidado: as bancas já tentaram confundir os candidatos dizendo que as férias 
coletivas dos Desembargadores do TRT produziriam o mesmo efeito (suspensão de 
prazos recursais), o que é falso.
Ainda sobre os prazos recursais, é fundamental conhecer a Súmula 385 do TST:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Súmula 385 do TST
I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, 
a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal 
(art. 1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existên-
cia de feriado local e nãoo comprovar no momento da interposição do recurso, 
cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o 
vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não conheci-
mento se da comprovação depender a tempestividade recursal;
II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a 
decisão de admissibilidade certificar o expediente nos autos;
III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, 
mediante prova documental superveniente, em agravo de instrumento, 
agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, desde que, em 
momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a comprova-
ção da ausência de expediente forense.
Desde já, você precisa fixar as seguintes regras:
Feriado Local
Ônus das Partes
Feriado Forense
Ônus do Juiz/Relator
Feriados locais são os municipais e estaduais. Imagine que uma parte quer in-
terpor recurso ordinário, e o faz no último dia do prazo. No meio desse prazo, houve 
um feriado municipal (Dia do Município), e a Vara do Trabalho não teve expediente.
Portanto, como é na Vara do Trabalho onde o recurso ordinário deve ser interpos-
to (para remessa ao TRT), o prazo ficará suspenso durante o referido feriado local.
O relator do TRT, ao efetuar o segundo juízo de admissibilidade do recurso, pode 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
não saber da existência do referido feriado municipal e inadmitir o recurso com 
base nisso. Portanto, a parte tem o dever de, no prazo do recurso, atestar, expres-
samente, a existência do feriado local.
Se a parte não tiver feito esse destaque no recurso, o relator dará a ela o prazo 
de 5 dias para comprovar a existência de feriado local, sob pena de o recurso ser 
inadmitido, se o feriado local for determinante para a tempestividade do recurso 
(recurso só estaria dentro do prazo se o feriado local fosse reconhecido).
Comprovação de
Feriado Local
Momento da interposição
do recurso
OU
No prazo de 5 dias, após
despacho do relator
O feriado forense, que é aquele determinado por lei federal ou pelo regimento 
interno do tribunal, deve ser atestado de ofício pela autoridade responsável pela 
admissibilidade do recurso (juiz ou relator).
Se tal autoridade não certificar o feriado forense, a parte prejudicada po-
derá interpor/opor os seguintes recursos, a depender do caso:
•	 Agravo de Instrumento: se for contexto de Recurso Ordinário inadmitido 
pelo juiz de primeiro grau ou de Recurso de Revista inadmitido pelo Presi-
dente do TRT, por exemplo.
•	 Agravo Interno: se for contexto de o relator, no TRT, inadmitir Recurso 
Ordinário ou o relator, no TST, inadmitir Recurso de Revista.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
•	 Agravo Regimental: quando a inadmissão do recurso ocorrer em hipótese 
para a qual o Regimento Interno assegure agravo regimental.
•	 Embargos de Declaração: quando a inadmissão do recurso decorrer de 
omissão, contradição, obscuridade ou manifesto equívoco na análise dos 
pressupostos extrínsecos do recurso.
Obs.:� estudaremos melhor o cabimento desses recursos na próxima aula sobre o 
Sistema Recursal Trabalhista (Parte II).
Nesses recursos, a comprovação do feriado forense deverá ocorrer mediante 
prova documental (anexo de lei, regimento ou outro ato normativo).
Mesmo que o juiz/relator não ateste o feriado forense, a parte prejudicada não 
poderá pleitear o reconhecimento desse feriado se, antes disso, ela teve pra-
zo expresso para demonstrar a ausência de expediente do órgão judiciário em 
determinada data.
Se a parte perdeu prazo dado para demonstrar a ausência de expediente forense 
em determinado dia, mesmo que nesse dia realmente não tenha havido expediente, 
o recurso ficará prejudicado, se sua tempestividade depender de tal comprovação.
Cabe mencionar também que alguns sujeitos específicos têm PRAZO EM 
DOBRO para recorrer. São os seguintes:
•	 União (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969);
•	 Estados (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969);
•	 Distrito Federal (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969);
•	 Municípios (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
•	 Autarquias (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969);
•	 Fundações Públicas de Direito Público (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969);
•	 Associações Públicas (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969 c/c art. 6º, inciso I, 
Lei n. 11.107/2005);
•	 Ministério Público do Trabalho (art. 180 do CPC);
•	 Defensoria Pública (art. 186 do CPC);
•	 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (art. 12 do Decreto-Lei n. 509/1969).
3.2.4. Regularidade de Representação
Sabemos que o processo do trabalho comporta a figura do jus postulandi. 
A interposição de alguns recursos pode ocorrer sem a assistência de advogado. Já 
a interposição de outros exige, necessariamente, a atuação de um advogado.
O jus postulandi, na Justiça do Trabalho, tem um limite. Esse limite é devido ao 
avanço da técnica jurídica. Algumas ações e recursos exigem da parte o preenchi-
mento de vários requisitos complexos, técnicos, cujo acesso, na grande maioria das 
vezes, só não é oneroso para os advogados. O limite do jus postulandi (ou, se pre-
ferir, as exceções ao jus postulandi) está estampado na Súmula 425 do TST:
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, 
a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal 
Superior do Trabalho.
Você pôde perceber, acima, que o art. 791 da CLT fala que as partes poderão 
acompanhar suas reclamações “até o final”. Todavia esse termo não deve ser inter-
pretado literalmente. Considerando a complexidade técnica dos recursos de com-
petência do TST, bem como as peculiaridades jurídicas de ações especialíssimas 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
como ação rescisória e mandado de segurança, o TST lançou ao art. 791 interpre-
tação sistemática, com resultado restritivo.
A Reforma Trabalhista criou outra hipótese em que o jus postulandi não preva-
lecerá: nos procedimentos de homologação de acordo extrajudicial.
O novo art. 855-B da CLT diz:
O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, 
sendo obrigatóriaa representação das partes por advogado.
Logo, não pode qualquer das partes submeter ao juiz acordo extrajudicial para 
homologação sem ter advogado constituído por procuração válida.
Portanto, as partes do processo trabalhista precisarão, necessariamente, ser 
representadas por advogado nos seguintes casos:
•	 Recurso de Revista (TST);
•	 Embargos Infringentes ou Embargos por Divergência (TST);
•	 Recurso Ordinário ao TST em processo de competência originária do TRT;
•	 Ação Rescisória (em qualquer tribunal);
•	 Mandado de Segurança (em qualquer juízo ou tribunal);
•	 Homologação de Acordo Extrajudicial (em qualquer juízo ou tribunal).
Você pode estar se perguntando: por que o professor não citou a ação cautelar? 
É porque a ação cautelar não mais existe no ordenamento jurídico, em razão de ter 
sido extinta pelo Novo CPC, que destinou sua finalidade inteiramente ao instituto da 
tutela provisória. Dessa forma, a Súmula 425 merece uma atualização, para excluir 
a ação cautelar do rol.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
35 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Todavia a regularidade de representação não se restringe a verificar a possibilidade 
ou impossibilidade de interposição sem advogado. Mesmo que em tese o recurso 
possa ser interposto sem advogado, a representação da parte poderá ser irregular.
Obs.:� Veja: se o recurso for interposto por advogado que não tenha instrumento 
de procuração nos autos e nem registro em ata de audiência de manda-
to tácito, a representação da parte será irregular. Isso vale para o recurso 
interposto por advogado sem poderes para isso.
 � Nesses casos, a parte deve sanar a irregularidade (juntando a procuração 
aos autos ou conferindo os poderes necessários) para que o pressuposto de 
admissibilidade “Regularidade de Representação” seja preenchido.
Veja o que diz a Súmula 383, item II, do TST:
Súmula 383, item II, do TST: Verificada a irregularidade de representação 
da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já cons-
tante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso 
designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida 
a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber 
ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a 
providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
RECORRENTE com representação irregular: recurso não é conhecido (inad-
mitido), por ausência do pressuposto extrínseco “Regularidade de Representação”.
RECORRIDO com representação irregular: não poderá apresentar contrar-
razões ao recurso interposto pelo recorrente; se as tiver apresentado, elas serão 
removidas do processo, como se não tivessem sido apresentadas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
36 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Obs.:� Prazo para regularização da representação processual em fase de recurso: 5 
DIAS, a contar do momento em que o relator do Tribunal detecta o problema.
Uma situação específica de irregularidade de representação processual percebida 
na fase recursal é abordada pela OJ 120 da SDI-I do TST:
I – Verificada a total ausência de assinatura no recurso, o juiz ou o relator 
concederá prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descum-
prida a determinação, o recurso será reputado inadmissível (art. 932, pará-
grafo único, do CPC de 2015).
II – É válido o recurso assinado, ao menos, na petição de apresentação ou 
nas razões recursais.
Ausência de assinatura do recurso pelo advogado é um exemplo prático de ir-
regularidade de representação. Todavia a consequência é a mesma reportada 
na Súmula 383:
Súmula 383
A parte tem o prazo de 5 dias para corrigir o problema. Se não corrigir o 
problema no prazo, o recurso será inadmitido (não conhecido), por ausência 
do pressuposto extrínseco “Regularidade de Representação”.
Para mais detalhes sobre a representação processual, remeto à aula sobre 
Partes e Procuradores, onde o tema é aprofundado.
3.2.5. Inexistência de Fato Extintivo ou Impeditivo do Direito de Recorrer
Esses fatos extintivos e impeditivos são tratados na lei em torno de dois atos 
processuais: renúncia e desistência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
37 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
A renúncia é um fato impeditivo do direito de recorrer. Conforme o art. 999 do 
CPC, a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte e pode 
ser feita de maneira expressa ou tácita.
A renúncia expressa não guarda mistérios: consiste na declaração escrita ou 
oral em audiência, registrada em ata, de que a parte não quer recorrer. Já a re-
núncia tácita consiste na aceitação da situação em que o processo se encontra, 
praticando-se ato incompatível com a vontade de recorrer (art. 1.000 do CPC).
Exemplo prático: Pedro ajuizou reclamação trabalhista contra Matias EIRELI, e o 
juiz do trabalho julgou totalmente procedentes os pedidos de Pedro. O represen-
tante legal de Matias EIRELI, logo após a publicação da sentença, peticiona nos 
autos apresentando, em anexo, comprovante de pagamento do valor líquido a que 
foi condenado e pedindo a extinção do processo.
O comportamento do reclamado é incompatível com a vontade de recorrer, pois ao 
pedir a extinção do processo em razão do pagamento ele indica que a decisão do 
juiz não merece reforma.
Logo, se após seis ou sete dias a reclamada solicitar o desarquivamento do pro-
cesso para o processamento de recurso ordinário, o recurso não poderá ser admi-
tido, pois existe um fato impeditivo do direito de recorrer: renúncia tácita (acei-
tação da decisão).
Já a desistência é um fato extintivo do direito de recorrer, pois esse direito 
chegou a existir em dado momento. A parte recorreu, mas manifesta ao juízo que 
não pretende que seu recurso seja analisado.
Segundo Bezerra Leite, a desistência deve ser sempre expressa. O advoga-
do só poderá sustentar a desistência se tiver poderes específicos para desistir 
(art. 105 do CPC).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
38 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Entretanto existem casos excepcionais que impedem que a desistência retire do 
Poder Judiciário o poder de analisar as razões do recurso. Tais casos estão previstos 
no art. 998, parágrafo único, do CPC:
A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já 
tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ouespeciais repetitivos.
O reconhecimento de repercussão geral, no STF, assim como a seleção do recur-
so para ser julgado como modelo de recurso repetitivo, são questões de interesse 
social, maior que o interesse das partes.
Portanto, se o recurso já tiver sido reconhecido como de repercussão geral ou 
afetado para julgamento em sede de recursos repetitivos, ele será apreciado para 
fins de fixação da tese jurídica a ser utilizada no futuro como precedente.
3.2.6. Preparo
O preparo é um pressuposto de admissibilidade diretamente relacionado ao 
dinheiro. Basicamente, o preparo consiste no conjunto de despesas processuais 
existentes para a interposição de recursos.
Divide-se o preparo em duas coisas: custas processuais e depósito recursal. 
Estudaremos cada item separadamente.
3.2.6.1. Depósito recursal
A necessidade do depósito recursal surge do art. 899, § 1º, da CLT, de reda-
ção arcaica, que condiciona a admissão de recursos, inclusive do recurso extraor-
dinário, ao “depósito da respectiva importância”. Essa importância corresponde ao 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
39 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
valor da condenação, observando determinado limite fixado pelo Tribunal Supe-
rior do Trabalho em uma tabela.
O texto da CLT fala em um suposto limite de “10 salários mínimos regionais”, que 
não é mais aplicável, ante o envelhecimento desse elemento no contexto jurídico.
O depósito recursal somente será necessário se houver condenação em pecúnia, 
isto é, em valores. Se a sentença tiver resultado meramente declaratório, ou con-
denar alguém a cumprir obrigação de fazer ou não fazer, não haverá condenação 
em pecúnia (pagar dinheiro). Logo, nesses casos, não haveria que se falar em de-
pósito recursal, e o preparo consistiria somente em custas processuais.
Antes de verificar a tabela, você deve aprender as regras básicas de necessida-
de de efetuar depósito recursal.
Comecemos:
qual é o valor a ser depositado?
O valor a ser depositado a título de depósito recursal é o valor da condenação 
que ainda não tenha sido depositado.
Exemplo¹: a empresa José Empreendimentos, reclamada, é condenada a pagar 
R$ 5.000,00 ao ex-empregado Júlio, reclamante. Inconformado com a sentença, 
a empresa pretende interpor Recurso Ordinário ao TRT. Para tanto, a empresa 
deverá depositar o valor de R$ 5.000,00.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
40 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
A regra, contudo, não é sempre fácil assim. Existe um limite máximo para esse 
depósito.
A atual tabela que fixa os limites máximos dos depósitos recursais (Ato 329/2018) 
é do ano de 2018 e apresenta os seguintes valores:
• Recurso Ordinário: R$ 9.513,16;
• Recurso de Revista, Embargos ao TST, Recurso Extraordinário e Recurso Or-
dinário em Ação Rescisória: R$ 19.026,32.
Tais valores são reajustados anualmente pela variação acumulada do Índice Na-
cional de Preços ao Consumidor – INPC/IBGE.
Exemplo²: Padaria Rocha é condenada a pagar R$ 100.000,00 a um ex-empre-
gado. Inconformada com os fundamentos da sentença, a Padaria Rocha pretende 
interpor Recurso Ordinário ao TRT. Nesse caso, o depósito recursal deverá ser de 
R$ 9.513,16, limite máximo fixado pelo TST.
Se a Padaria Rocha perder também no TRT, ela poderá interpor Recurso de Revista 
ao TST, efetuando depósito recursal de R$ 19.026,32 (limite). Se a Padaria perder 
também em sede de recurso de revista, poderá opor Embargos à SDI do TST, efe-
tuando depósito recursal de R$ 19.026,32 (limite).
Entretanto você não pode observar o limite da tabela em todos os casos. Lem-
bre: o valor do depósito recursal corresponde ao valor da condenação que ainda 
não tiver sido depositado em juízo!
Exemplo³: Ronaldo Engenharia Ltda., reclamada, é condenada ao pagamento de 
R$ 10.000,00 a um ex-empregado. Inconformada com os fundamentos da senten-
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
41 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
ça, a empresa pretende interpor Recurso Ordinário ao TRT. Nesse caso, o depósi-
to recursal também deverá ser de R$ 9.513,16, limite máximo fixado pelo TST. 
A empresa é novamente derrotada em grau de recurso ordinário, razão que a leva a 
interpor Recurso de Revista ao TST. Agora, o depósito recursal para interpor Recur-
so de Revista deve ser de apenas R$ 486,84, que é o valor da condenação ainda 
não depositado em juízo.
Obs.:� Conclusão: o limite máximo global e absoluto do depósito recursal sempre 
será o valor da condenação. Todavia, se o valor da condenação for muito 
alto, o recorrente nunca pagará mais que os limites fixados na tabela do ato 
normativo expedido pelo TST.
Agora que você já conhece as regras básicas sobre o depósito recursal, resta saber: 
para que serve o depósito recursal? Seria uma espécie de taxa, como as custas?
Não, caro(a) aluno(a). O depósito recursal tem a finalidade de garantir a 
execução dos créditos deferidos em juízo. Trata-se de uma forma de tornar o 
adimplemento das verbas trabalhistas mais certo e célere.
De acordo com o art. 899, § 1º, da CLT, os depósitos recursais efetuados pelo 
recorrente serão imediatamente liberados ao reclamante após o trânsito em 
julgado do processo, se o recorrente não conseguir reverter a decisão em grau 
de recurso. Essa liberação ocorre mediante simples despacho do juiz (“Conside-
rando-se o trânsito em julgado, liberem-se os depósitos recursais ao reclamante”).
As peculiaridades do depósito recursal sofreram consideráveis alterações 
por parte da Reforma Trabalhista.
Conforme o art. 899, § 4º, da CLT:
Art. 899, § 4º O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido 
com os mesmos índices da poupança.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para erica lucia guimaraes - 05214746717, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
42 de 94www.grancursosonline.com.br
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sistema Recursal Trabalhista – Parte I
Prof. Gustavo Deitos
Antes da Reforma, o depósito recursal era efetuado na conta do FGTS do re-
clamante. Agora, é efetuado em Conta Judicial, por meio de Guia de Depósito 
Judicial. A correção, como diz o dispositivo, observa os índices da Poupança.
O § 11º do art. 899 dispõe: 
Art. 899, § 11º O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou 
seguro garantia judicial.
A Reforma tratou de assegurar esses meios ao recorrente. Logo, eles estão sen-
do oportunizados.
A Lei n. 13.467/2017 tratou de criar uma lista de sujeitos que são isentos (dis-
pensados) de efetuar depósito recursal. Outra lista criada pela Reforma foi de su-
jeitos que podem efetuar o depósito recursal somente até a metade de

Continue navegando