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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 - PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO ALEXANDRE ALVES CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO SUMÁRIO 01 – Conceituação Inicial...............................................................................................................03 02 – Composição de um Plano de Negócios..............................................................................04 03 – Financiamento no Empreendedorismo..............................................................................08 04 – Técnicas e Índices Financeiros..............................................................................................10 05 – Conclusão.................................................................................................................................10 06 – Referências Bibliográficas....................................................................................................11 CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 3 Alexandre Alves CONCEITUAÇÃO INICIAL Como vimos até a presente aula, os empreendedores são pessoas que trabalham com inovação e ousadia em um cenário de incertezas. Como o contexto é incerto, o empreendedor é alguém que assume riscos. Também vimos que esse risco é sempre controlado. Isto porque, os empreendedores, no geral, apenas aceitam correr riscos em cenários que possam exercer certo grau de controle, o que é diferente dos jogos de azar, por exemplo, onde o resultado depende apenas da sorte. “A prática empreendedora remete à autonomia e iniciativa de atuar em cenários incertos. Dessa forma, a empreendedora ou o empreendedor assume riscos, traças metas e tende a lidar melhor com situações em que deve encarar a superação de obstáculos. Mas talvez a habilidade mais importante seja saber traçar um caminho entre o cenário atual e o cenário desejado.” (FERNANDEZ. RIBEIRO, 2012) Contudo, não devemos confundir, quando falamos que um empreendedor é alguém que aceita assumir riscos, essa mesma pessoa é alguém que busca reduzir ao máximo a chance de erro. Empreendedores são pessoas racionais. Por isso, usam (ou deveriam usar) das mais diversas ferramentas existentes para minimizar a chance de falha. Isso ocorre, por exemplo, com o MVP o mínimo produto viável que estudamos na aula passada. O MVP é a tentativa do empreendedor em reduzir os riscos que está correndo, minimizando os custos de lançamento de um produto e permitindo o seu teste direito no mercado. Dentre as diversas ferramentas utilizadas nesse sentido, o Plano de Negócios é sem sombra de dúvidas, a mais famosa delas. Nele, o empreendedor tem a oportunidade de expressar todo o seu conhecimento sobre um produto, serviço, processo de produção e/ou mercado. Além disso, expressar todas as variáveis que podem influenciar o caminho entre o negócio que se possui hoje e o patamar que se deseja chegar. Nele é possível ao empreendedor visualizar muitos aspectos do futuro empreendimento e já avaliar possíveis fragilidades e potencialidades e trabalhar as mesmas antes de iniciar de fato no mercado. Boa parte dos negócios que fecham no Brasil podem ter como causa a ausência de um adequado planejamento. O Sebrae (2013) define Plano de Negócios da seguinte maneira: “(Plano de Negócios) É um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.” (SEBRAE, 2013) Planos de Negócio são importantes tanto para pessoas que estão interessadas em abrir seus próprios empreendimentos, como para quem já possui uma empresa. Isso porque, o Plano traz diversas vantagens para os empresários que escolhem produzi-los: Organiza de forma sistemática as ideias que estão apenas na cabeça do empreendedor. Orienta a abertura da empresa ou expansão de um negócio já existente. Serve de guia/apoio para a administração da empresa. Facilita a comunicação entre os empreendedores, sócios, colaboradores e financiadores. Importante instrumento para captação de recursos, seja com investidores ou com bancos. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 4 Alexandre Alves Planos de Negócios geralmente são produzidos para um intervalo de cinco anos. Isso porque, esse período geralmente é o mais indicado para um planejamento mais consistente. Planos para períodos muito curtos ou períodos muito longos, podem não ter a mesma eficácia. Além disso, é interessante ressaltar que essa ferramenta pode ser utilizada tanto por pequenos empreendedores como para grandes empresas. Em ambos os casos, esse documento traz diversos benefícios. Até pouco tempo atrás, era comum que os empreendedores fizessem seus Planos de Negócio no papel, contudo, hoje, existem diversos softwares de computador que auxiliam na elaboração desse documento. Nesse sentido, o Sebrae disponibiliza o aplicativo PNBOX, um software gratuito e online que permite aos empreendedores elaborarem seus próprios Planos de Negócios. Essa ferramenta é razoavelmente simples, contudo, a lógica de funcionamento do software não é a maior preocupação do empreendedor, e sim, estudar o mercado e elaborar um documento realmente eficaz. Além do PNBOX, existe o Business Plan Pro, Biz Plan Builder, Make Money e o Plano de Negócios, portal do Professor José Dornelas. Para empreendedores iniciantes, é bom usar uma ferramenta gratuita para ir dando os primeiros passos no mundo da elaboração de Planos de Negócios. Nesse sentido, o PNBOX no Sebrae é uma excelente ferramenta para os empreendedores de primeira viagem. O software pode ser acessado pelo link a seguir: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano- de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 Com o passar do tempo, conforme o empreendedor ganha em experiência, pode partir para ferramentas mais elaboradas e complexas. Lembrando que o Plano dura em torno de cinco anos, dessa forma, é um documento elaborado com frequência. Outra alternativa gratuita para empreendedores iniciantes é o Portal Plano de Negócios do respeitado Professor José Dornelas. Nesse site é possível baixar modelos para preencher, ver exemplos prontos e se inspirar, além de ter acesso a leituras importantes sobre o assunto e que serão de grande valia na elaboração do Plano de Negócios. Nesse mesmo portal, o aluno tem acesso a cursos gratuitos e material como apostilas e artigos do professor. https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios Depois que estiver mais experiente, o empreendedor pode optar por ferramentas mais complexas e poderosas, a maior parte delas possuem um preço ou mesmo contratar empresas especializadas que prestam esse tipo de serviço. Esses casos são mais indicados para grandes empresas ou empreendimentos que já estão há bastante tempo no mercado. COMPOSIÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS Não existe uma regra fechada sobre o que deve conter um Plano de Negócios, esse aspecto varia muito de instituição para instituição e de autor para autor. No geral, alguns elementos sempre estão presentes. Nesse sentido, vamos apresentar uma proposta que serve de guia para o aluno. Lembrando que a presente disciplina é introdutória. O Sebrae oferece cursos e material disponível que permitem ao estudante se aprofundar no assunto. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 5 Alexandre Alves Tabela 1 – Elementos que compõe um Plano de Negócios. Adaptado de Almeida e Aleixo (2020) Elemento Descrição Capa Primeira folha do documento, costuma conter as informações principais, como título, nome do empreendimento, autores envolvidos, ano de elaboração, etc. Sumário Executivo Escrito após a conclusão do Plano de Negócios como um todo, esse elemento deve suscitar o interesse de quem lê o documento. Em termos gerais, contém os principais highlights do Plano. Descrição do Empreendimento Descrição detalhada da empresa (existente ou a ser construída) e do tipo de negócio que se pretende desenvolver. Costuma apresentar o problema que a empresa irá atuar para resolver e o “valor superior” que o empreendimento vai entregar para os clientes. Localização e Abrangência da Empresa Identificar a área de atuação do empreendimento (geograficamente falando) e a abrangência pretendida (local, regional, nacional) Análise Estratégia e Propósitos Organizacionais Esse elemento traz a visão, missão e valores do empreendimento. Deve estar coerente com o Plano de Negócios como um todo. Análise de Mercado Nesse espaço, o empreendedor deve demonstrar todo o conhecimento que possui do mercado em que se deseja atuar. Nessa parte, os concorrentes diretos e indiretos são enumerados. Além disso, é importante trazer as vantagens competitivas em relação aos demais players desse mercado. Plano Operacional de Produção Lista contendo todas as etapas envolvidas na operacionalização da produção da empresa. Inclui a tecnologia envolvida e se existe potencial de escalabilidade. Plano de Recursos Humanos Descreve a cultura organizacional da empresa, orientando a seleção, retenção e desenvolvimento do capital humano envolvido. Plano de Marketing Descreve como a empresa pretende expor seu produto/serviço no mercado e como pretende promovê-lo. Envolve questões relativas à praça, preço, promoção e produto. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 6 Alexandre Alves Plano Financeiro Identifica e quantifica os recursos financeiros necessários para operacionalizar a produção. Também deve destacar a viabilidade e rentabilidade do empreendimento. Anexos Documentos importantes e outros relatórios que ajudem o leitor a compreender a proposta apresentada ao longo do Plano. A construção de um Plano de Negócios é algo bastante complexo e precisa de referências e conhecimentos daquele que o elabora. Isso porque, sem um know how adequado, é impossível que uma pessoa elabore um Plano de Negócios eficiente. É preciso que o empreendedor use todo o rol de referências em prol da argumentação a favor do novo negócio. Além dos itens sintetizados na tabela, é muito importante que o empreendedor apresente um teste de hipótese. Esse tipo de teste, que comprova ou não a viabilidade de um empreendimento é algo muito apreciado por investidores e instituições financeiras como bancos. De posse de um teste positivo, a chance de o empreendimento dar certo é muito grande. Além disso, esse documento serve para o próprio empresário no que tange à segurança, servindo de guia para a tomada de decisão e justificando o capital investido, seja financeiro, seja pessoal. A definição dos Propósitos Organizacionais (missão, visão, valores etc.) também é algo muito importante. Perceba que tais informações são essenciais como guias para a atuação da empresa no mercado. Além disso, tendo definido esses dados, os mesmos podem servir como um fator de diferenciação do empreendimento frente aos concorrentes. Por exemplo, uma construtora que prega sustentabilidade, pode apresentar um aspecto que o diferencia das demais empresas similares, mas que não constroem pensando no meio ambiente. Por outro lado, esses propósitos precisam ser seguidos com cuidado, se essa mesma construtora é responsabilizada por jogar resíduos de sua atividade em um rio, a opinião pública tende a detratar a imagem da empresa, uma vez que essa não seguiu com os preceitos que pregava. Além disso, um bom Plano de Negócios deve conter uma análise do macroambiente e do microambiente. Enquanto o primeiro diz respeito a todas as variáveis relacionadas ao segmento que se pretende atuar, tais como variáveis sociais, legais, tecnológicas, políticas, econômicas e ambiente geral. O segundo, por sua vez, está atrelado aos fornecedores de matéria- prima e insumos, consumidores, concorrentes diretos, funcionários etc. Analisando os dois ambientes, é possível avaliar potencialidades e fraquezas do futuro empreendimento e corrigir os pontos negativos antes de lançar o empreendimento no mercado. Ademais, essa mesma avaliação permite trabalhar com os pontos positivos, utilizando-os como vantagem competitiva frente aos demais atores desse mercado. Por fim, um dos anexos que o Plano de Negócio deve conter é a chamada Análise SWOT. Essa ferramenta é muito utilizada na gestão de projeto e na administração como um todo para guiar a tomada de decisão. “Acredita-se que esse método foi criado na década de 1960 pelo consultor de empresas Albert S. Humphrey, ao integrar um projeto do instituto de pesquisa de CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 7 Alexandre Alves Stanford que foi financiado pelas maiores empresas da época.” (CASAROTTO, 2019) Essa análise leva em consideração os seguintes fatores: Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Por se tratar de uma avaliação bem complexa e abrangente, esse tipo de análise é bem-vista por investidores e instituições bancárias para financiar os mais diversos projetos. Além disso, uma boa análise SWOT auxilia os empreendedores a tomar o melhor caminho e trabalha na correção das fraquezas identificadas, por exemplo. Ou escolhendo o melhor nicho de atuação. Ainda segundo Casarotto (2019) as principais vantagens da Matriz SWOT são: Posição estratégia, melhora dos produtos e/ou serviços oferecidos, insights para solucionar problemas, oportunidade para novos produtos, tomada de decisão estratégica, priorização de ações, promoção de parcerias, análise das estratégias realizadas, segurança em tomada de decisões, reconhecimento realista do cenário atuante, compreensão assertiva sobre a concorrência, antecipação de tendências, planejamento de alternativas de ação, entre outros. IMAGEM 01 – Esquema da Análise SWOT. Forças e Oportunidades são fatores positivos na análise, enquanto Fraquezas e Ameaças são os fatores negativos. Perceba que, além dessa classificação, Forças e Fraquezas são aspectos internos ao negócio, enquanto, oportunidades e ameaças se constituem como aspectos externos. Fonte: Elaborado pelo autor. Na análise SWOT, as forças e Oportunidades são fatores positivos para o empreendimento. As forças são os pontos onde a empresa possui vantagem competitiva, enquanto as oportunidades são aquelas identificadas com potencial para serem aproveitadas pela empresa. Por outro lado, Fraquezas e Ameaças são os fatores negativos, são os itens que merecem atenção para serem corrigidos e os concorrentes ou qualquer outro aspecto que possa, de alguma forma, ameaçar o empreendimento. Analisando por outro lado, As Forças e Fraquezas dizem respeito a aspectos internos do próprio empreendimento e são mais fáceis de serem controlados e melhorados. No entanto,Oportunidades e Ameaças são fatores externos e são itens mais difíceis de serem modificados e/ou domados pelo empreendedor. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 8 Alexandre Alves FINANCIAMENTO NO EMPREENDEDORISMO O Plano de Negócios também pode conter um Plano Financeiro. Nesse sentido, é muito importante tratar da composição do capital de uma empresa. O dinheiro necessário para que o empreendimento possa iniciar as atividades pode vir de diversas fontes. O capital pode ser próprio, ou seja, são posses do próprio empreendedor. Por exemplo, A Space X, empresa norte americana de transporte espacial, foi fundada com capital de seu proprietário, Elon Musk. As empresas menores, normalmente são constituídas com capital próprio, como os pequenos mercados e padarias de bairro. Outra fonte comumente buscada por empreendedores são os investidores. Nesse sentido, existem eventos nacionais e internacionais onde investidores buscam oportunidades em empresas ainda pequenas e aplicam seu dinheiro, como forma de rentabilizar o capital, caso o negócio prospere. Um dos mais famosos nesse sentido é o Shark Tank, onde empreendedores apresentam suas ideias para investidores em busca de capital para prosseguir com seu Plano. Outra fonte bastante comentada são as instituições financeiras, como os Bancos. Contudo, essa fonte é a que merece mais cuidado por parte dos empreendedores. Isso porque, sempre existe uma taxa de remuneração para o capital investido, no caso dos bancos, essa taxa costuma ser a mais alta do mercado. Sendo esse valor muito alto, o custo de tomar esse empréstimo pode inviabilizar o empreendimento. Claro que empreendedores em posições de destaque conseguem pegar empréstimos em bancos com taxas bastantes atrativas, contudo, essa não é a realidade da maioria dos donos de pequenos negócios. Para empreendedores iniciantes, essa opção não é tão interessante. Imagine que uma pessoa que irá abrir seu primeiro negócio e ainda está aprendendo sobre o universo empresarial, inicia sua empresa com uma dívida e precisando pagar as parcelas do empréstimo com juros, isso pode inviabilizar o empreendimento e levar o negócio a falência. Além da composição do capital de uma empresa, o Plano Financeiro deve conter um levantamento de custos, tanto fixos, como variáveis relativos ao futuro empreendimento. Custos fixos dizem respeito aos gastos e despesas para manutenção do negócio, como aluguéis, folha de pagamento dos colaboradores, internet, pro-labore, honorários de contador e demais despesas fixas, aquelas que usualmente não variam, independente da produção. Custos variáveis por sua vez, são aqueles que variam conforme a produção da empresa. Nesse sentido, podemos citar os gastos com matéria-prima, impostos, mão de obra temporária, energia elétrica, água de mais valores dispendidos e que dependem da quantidade produzida pela empresa. Por exemplo, uma gráfica possui alguns custos fixos, como o aluguel e a folha de pagamento. Contudo, em um determinado mês, quando recebe mais pedidos que o usual, seu custo variável aumenta. Isso ocorre porque ela vai precisar de mais folhas para imprimir, mais tinta de impressora, vai gastar mais energia elétrica e, talvez, precise contratar um profissional temporário para ajudar com a demanda. Perceba que essas valores não são fixos, dependem da demanda. Outro fator muito importante a ser considerado em um Plano Financeiro é o capital de giro. Capital de giro são os recursos (dinheiro, crédito, estoque etc.) que permitem a empresa continuar funcionando. Ele pode ser calculado como a diferença (subtração) entre o montante da dívida da empresa e a quantidade de recursos disponíveis para pagar. Por exemplo, se no mês de fevereiro a empresa possui dívidas no total de R$: 10.000,00, mas possui apenas R$: 7:500,00 em caixa disponível para honrar essa conta, então, o capital de giro necessário nesse caso será de 2.500,00. É muito importante manter um capital de giro satisfatório, para isso, o empreendedor deve: identificar e cortar gastos desnecessários, disciplina no uso do capital de giro, ou seja, usar apenas quando for indispensável, negociar prazos com fornecedores e clientes, antecipar CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 9 Alexandre Alves pagamentos a receber ou pegar um empréstimo. Sobre esse último tópico, é importante que o empreendedor apenas utilize desse recurso em último caso, pois os juros bancários costumam ser bastante altos e tenha certeza de que a empresa possui garantias futuras que permitirão quitar esse valor. No caso de empréstimos, o não pagamento gera multas que tornam a dívida cada vez maior. Portanto, é necessário planejamento. O capital de giro é muito importante para manter o financiamento para clientes. Explicando melhor, atualmente, com a popularização do cartão de crédito, as pessoas têm preferido fazer compras a prazo. Isso garante mais facilidade para os consumidores e acesso a bens mais caros de forma mais rápida. Uma vez que, o consumidor não precisa ter o valor total, mas sim limite no cartão que permita a compra e o pagamento parcelado. Dessa forma, o empreendedor precisa estar ciente e com capital que permita fazer vendas a prazo e manter a empresa em pleno funcionamento até a entrada de todos os recursos das vendas parceladas. Isso ocorre, porque, em muitos casos o valor da primeira parcela recebida é menor que o custo para produzir aquele bem. No longo prazo e com o devido planejamento, esse tipo de operação é vantajoso para a empresa e permite vender para mais clientes, potencializando os resultados do empreendimento. No caso de novos empreendimentos, o Plano de Negócios e o Plano Financeiro devem considerar além do capital de giro, os investimentos iniciais. Esse investimento pode ser definido como os gastos pré-operacionais que surgirão ao longo do processo. Como exemplo, podemos citar o custo com abertura da empresa, registros de patentes ou marcas, pesquisa de mercado, honorários diversos, recrutamento, capacitação dos colaboradores, entre outros gastos. (HASHIMOTO; BORGES, 2014) Por fim, o Plano Financeiro constante no Plano de Negócios deve considerar uma previsão de receitas e despesas. Isto é, identificar em cada mês quais são os recursos a entrar e os recursos a sair, ou seja, as receitas (entradas) e despesas (saídas). Para isso, é importante considerar a sazonalidade do negócio. Por exemplo, papelarias costumam ter maiores faturamentos em meses de início de aula, como janeiro e julho, pois as pessoas compram o material escolar nessas datas e costumam usar o mesmo por todo o semestre até as férias. No final das férias, voltam para comprar novamente. Portanto, nesses meses a receita á maior, contudo em outros meses a tendência é que tenham menores entradas. Um bom planejamento garante que os recursos obtidos nos melhores meses sejam suficientes para manter a empresa em funcionamento ao longo dos períodos de baixa nas vendas. A previsão de receitas é muito importante para o empreendedor e para a gestão do negócio, pois permite entender a saúde financeira da empresa atual e no futuro próximo e ajuda na tomada de decisão. Por exemplo, se identificamos que a empresa está bem e possui previsão de entrada de recursos de forma satisfatória, é possível pensar em gastos com promoções por exemplo, concessão de melhores parcelamentos, aquisição de novos equipamentos, melhoria na estrutura da empresa, capacitação de pessoal etc. Por outro lado, se identificamos um período mais longo de baixas nas receitas, é hora de pensar em cortes de gastos ou mesmo aquisição de um empréstimo para manter a empresa funcionando. Isso apenas se identificado a presença de garantias futuras para quitar essa dívida. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃODE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 10 Alexandre Alves TÉCNICAS E ÍNDICES FINANCEIROS Concluído as análises financeiras a respeito do empreendimento, é possível fazer uso de alguns índices financeiros que auxiliem tanto na gestão do negócio, como na avaliação quanto a saúde da empresa. Essas técnicas costumam ser usadas por instituições financeiras, como bancos, e por investidores antes de fazer aporte em um negócio, sobretudo aqueles de risco. A seguir, veremos brevemente sobre os índices Financeiros, as Técnicas de Análise de Investimento e as Técnicas de fluxo de caixa descontado. Como essa disciplina é introdutória, vamos apenas citar para que o aluno saiba o conceito. No entanto, esse tema é bem mais complexo e necessita de aprofundamento para sua real compreensão. Índices ou Indicadores Financeiros são métricas de resultado que geram informações sobre uma empresa e auxilia na tomada de decisão. São calculados a partir do balanço patrimonial e demonstração de resultados e permitem entender a saúde financeira da empresa com relação a liquidez, atividade, endividamento e lucratividade. A liquidez diz respeito a capacidade de saldar as dívidas, atividade está relacionada com giro de estoque, endividamento é quanto a empresa está devendo ou deverá para se manter em atividade por um período de tempo e lucratividade é o retorno do negócio, seja ele bruto, operacional ou líquido. Os indicadores mais conhecidos são: Margem Bruta, Margem EBITDA, Margem Líquida, Margem de Custo, Ponto de Equilíbrio, Liquidez Corrente, Índice de Cobertura de Juros e ROI. Técnicas de Análise de Investimento são métodos que permitem compreender a atratividade de um determinado negócio. Essa atratividade é determinada por meio do retorno contábil sobre o investimento, prazo de payback (quanto tempo deve demorar para recuperar o montante investido) e técnicas de fluxo de caixa descontado, que é uma comparação entre o valor presente do benefício futuro versus outras oportunidades de investimento presente. Técnicas de Fluxo de Caixa Descontado são métricas que trazem para o presente a geração de riqueza futura do empreendimento. Medida por meio do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR), essa técnica compara a geração de riqueza futura do negócio com o montante inicial a ser investido. CONCLUSÃO Perceba que um Plano de Negócios é um documento bastante completo e sua elaboração possui certo grau de complexidade. Em alguns casos, em empreendimentos mais complexos e de maior investimento inicial, o empreendedor precisa contratar mão de obra especializada para elaborar esse documento. Em outros casos, como em pequenas empresas, esse estudo pode ser feito pelo próprio empresário. Sendo sua elaboração sempre recomendada para que se tenha maior segurança na tomada de decisão e um norte para se orientar quanto ao próprio crescimento e gestão do empreendimento. Por fim, vale destacar que um Plano de Negócios é essencial para obtenção de financiamento junto a instituições financeiras e investidores independentes, contudo ele vai muito além disso. Um Plano de Negócios é um documento orientador do empreendimento e auxilia na tomada de decisão. Portanto, é uma ferramenta de gestão. Tenha isso em mente quando elaborar esse documento. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO AULA 06 – PLANO DE NEGÓCIOS: PLANEJAMENTO E FINANCIAMENTO 11 Alexandre Alves REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Ana Paula Muniz de. Plano de Negócios: Mercearia Casa Ilca. Orientador: Rodrigo Carlos Marques Pereira. Trabalho de Conclusão de Curso de Administração do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense – UFF. Volta Redonda, RJ. 2013. ALMEIDA, Eder Gonçalves de. ALEIXO, Tayra Carolina Nascimento. Empreendedorismo e Inovação. Londrina: Educacional SA, 2020. BAGGIO, Adelar Francisco. BAGGIO, Daniel Knebel. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Revista de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, p. 25-38, 2014. Capital de giro: aprenda o que é e como fazer. Sebrae, 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-que-e-e-como-funciona-o- capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010aRCRD Acesso em 19 de março de 2022. CASAROTTO, Camila. Aprenda o que é análise SWOT, ou análise FOFA, e saiba como fazer uma análise estratégica do seu negócio. Rockcontend Blog, 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/como-fazer-uma-analise-swot/ Acesso em 19 de março de 2022. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. Empreendedorismo e viabilização de novas empresas. Um guia eficiente para iniciar e tocar seu próprio negócio. 2 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. Tudo o que você precisa saber para criar o seu plano de negócio. Sebrae, 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-um-plano-de- negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD Acesso em 17 de março de 2022. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. FERNANDEZ, C. F. B.; RIBEIRO, E. O empreendedor: plano de negócios do empreendedor. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. HASHIMOTO, M.; BORGES, C. Empreendedorismo: plano de negócios em 40 lições. São Paulo: Saraiva, 2014 LONGENECKER, J. G. et al. Administração de pequenas empresas: lançando e desenvolvendo iniciativas empreendedoras. 18. ed. São Paulo: Cengage, 2018. MARTES, Ana Cristina Braga. Weber e Schumpeter A ação econômica do empreendedor. Revista de Economia Política, vol. 30, nº 2 (118), pp. 254-270, abril-junho/2010. Plano de Negócios, Blog José Dornelas Empreendedorismo, 2022. Disponível em: https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios Acesso em 18 de março de 2022. PNBOX. Sebrae, 2022. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de- negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 Acesso em 18 de março de 2022. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-que-e-e-como-funciona-o-capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-que-e-e-como-funciona-o-capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://rockcontent.com/br/blog/como-fazer-uma-analise-swot/ https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-um-plano-de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-um-plano-de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD https://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7 https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/servicosdigitais/PNBOX/pnbox-seu-novo-plano-de-negocios-e-aqui,c00b4b9d88b8a710VgnVCM100000d701210aRCRD#pergunta-7
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