Buscar

Anatomia e biomecânica da articulação temporomandibular

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 95 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 95 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 95 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

128
Unidade IV
Unidade IV
Abordaremos o complexo da articulação temporomandibular (ATM) através de sua anatomia e 
biomecânica, além da inspeção e palpação de algumas estruturas ósseas e de tecidos moles.
Também falaremos sobre a coluna vertebral, apresentando uma descrição geral dessa 
articulação e, depois, mais especificamente, dos movimentos e da musculatura da coluna cervical, 
torácica e lombar.
Vamos ressaltar a importância de alguns testes utilizados, como o teste dos miótomos e a 
palpação para a identificação de pontos-gatilhos ou alterações de sensibilidade. Por último, 
discutiremos a avaliação postural, utilizando como referência a posição anatômica e os eixos e 
planos de movimentos.
7 COMPLEXO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
7.1 Descrição
Anatomia e biomecânica
A articulação temporomandibular (ATM) está inserida em um complexo denominado de sistema 
estomatognático, que comporta subsistemas como a fala, a mastigação, o sistema respiratório e a 
deglutição (BIASOTTO-GONZALEZ, 2005). Sua complexidade vai além: em razão do íntimo relacionamento 
com a coluna cervical através dos componentes estruturais que influenciam direta e indiretamente a 
postura mandibular, devemos considerar a participação estrutural e mecânica da cabeça e do pescoço 
(NEUMANN, 2015).
A ATM é uma articulação do tipo sinovial, condiliano e gínglimo, que corresponde às estruturas entre 
a fossa articular do osso temporal bilateralmente e os côndilos mandibulares. É, ainda, uma articulação 
interdependente. Uma em cada lado da mandíbula deve ser considerada em conjunto em qualquer tipo 
de observação. Entre suas estruturas ósseas, há o disco intra-articular, que divide completamente suas 
cavidades. Seu revestimento é diferenciado, de fibrocartilagem, com discreto poder de reparo, e não de 
cartilagem hialina (MAGEE, 2006).
Os estabilizadores estáticos são os ligamentos que se encontram nas paredes laterais da articulação 
e sua cápsula articular, que possui maior mobilidade em sua porção anterior e posterior e maior poder 
estabilizador em sua porção laterolateral. Além disso, a cápsula oferece uma pressão negativa de empuxo 
que também favorece a estabilidade dessa articulação (NEUMANN, 2015).
129
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
 Observação
Pelo fato de a ATM estar inserida em um conjunto de subsistemas, vale 
lembrar que a avaliação das disfunções temporomandibulares, bem como o 
tratamento específico vigente, pode agregar uma equipe multiprofissional 
para uma avaliação mais específica e criteriosa.
As articulações em conjunto realizam, principalmente, movimentos para a direção anterior (abertura) 
e em menor proporção para os lados (lateralidades). Durante o movimento de abertura da boca, ocorrem 
a translação e a rotação dos côndilos na fossa. A proporção em mm para a amplitude desses movimentos 
é de 4 x 1; a cada 4 mm de abertura, temos 1 mm de lateralidade.
As articulações são inervadas pelo nervo mandibular, mais precisamente por seu ramo 
auriculotemporal. O disco, por sua vez, não possui inervação e vascularização em sua zona 
intermediária, somente em sua periferia.
Para os movimentos e como estabilizadores dinâmicos, é de grande valia a sinergia dos músculos da 
cabeça e também do pescoço.
Existe uma íntima relação dessas articulações com a coluna cervical e o complexo do ombro. Isso é 
resultado das estruturas musculares biarticulares que cruzam essas estruturas e possuem funções em 
comum. Por esse motivo, a avaliação e a inspeção da ATM devem ocorrer em conjunto com a observação 
e a avaliação clínica dessas outras estruturas (BIASOTTO-GONZALEZ, 2005).
 Saiba mais
Estudos recentes mostram a associação das disfunções 
temporomandibulares com as condições de cefaleias e os fatores 
psicossociais. Para maior suporte do avaliador, existem questionários 
que podem auxiliar o clínico e facilitar a observação da influência dessas 
alterações nos pacientes.
Para conhecer mais detalhes desses estudos, sugerimos a leitura do 
texto a seguir:
PELICIOLI, M. et al. Physiotherapeutic treatment in temporomandibular 
disorders. Revista Dor, v. 18, n. 4, out./dez. 2017.
130
Unidade IV
7.2 Exame físico
A seguir, detalharemos o exame físico.
Em posição de repouso, considerar a boca discretamente aberta. Os lábios ficam próximos um do 
outro, e os dentes não estão em contato:
Figura 137 
Em congruência máxima, os dentes se encontram cerrados:
Figura 138
131
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
O padrão capsular corresponde à limitação da abertura bucal em amplitude máxima:
Figura 139 
7.2.1 Geral
Veremos a seguir os aspectos analisados no exame físico.
Inspeção e observação
• Marcadores anatômicos:
— osso frontal;
— osso temporal;
— osso parietal;
— occipital;
— zigomático;
— maxilar;
— mandíbula;
— côndilo;
— nasal.
132
Unidade IV
Palpação
• Estruturas ósseas:
— Mandíbula:
– Côndilos: os côndilos são palpados de forma simultânea bilateralmente. Para ter certeza do 
posicionamento, pode-se solicitar ao paciente que realize leve abertura e fechamento da 
boca. Nesse movimento, o terapeuta sentirá o deslizamento dos côndilos em seus dedos.
– Colo: o colo se encontra exatamente inferior ao côndilo e também é palpado bilateralmente.
– Ramo: seguindo para o ângulo, o examinador será capaz de sentir toda a extensão dos 
ramos mandibulares.
– Ângulo: os ângulos são as porções mais inferiores da mandíbula. Apontam para o mento, 
formando com os ramos uma angulação de 90 graus.
– Mento: o mento é a porção mais anterior e proeminente da mandíbula. Corresponde ao 
término da palpação óssea desse osso, que é o mento.
— Zigomático:
– Arco zigomático: o arco zigomático é palpado bilateralmente na região superior das 
bochechas. Observa-se, aqui, a origem proximal do músculo masseter.
— Hioide: está localizado na região superior da coluna cervical em sua porção anterior. O osso 
hioide não está articulado a nenhum outro osso; sua estabilidade, no entanto, se dá apenas 
por tecidos moles, como músculos e ligamentos. Pode ser testada sua mobilidade laterolateral 
através de uma pegada em pinça com o dedo polegar e médio.
— Osso temporal: osso fino que recobre lateralmente a calota craniana. Possui três porções 
distintas: escamosa, petrosa e timpânica.
— Osso frontal: palpacão superior às sobrancelhas até a face mais anterior do couro cabeludo.
— Ossos parietais: direito e esquerdo; pode-se averiguar discrepâncias nas alturas através 
da sutura.
— Osso occipital: porção mais posterior da cabeça. Nessa região, é possível observar alterações 
dos músculos curtos de pequeno braço de alavanca, que correspondem à cervical superior.
133
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Articulação temporomandibular
A figura a seguir apresenta a palpação lateral e posterior:
 
Figura 140 – Palpação lateral e posterior
• Tecidos moles:
— Músculo masseter: a palpação desse músculo deve acompanhar o trajeto desde sua origem 
proximal no arco do osso zigomático, seguindo na direção de suas fibras, até sua inserção distal 
no corpo da mandíbula.
Figura 141 – Palpação do músculo masseter
— Músculo temporal: este é um músculo penado com origem proximal vasta na fossa do osso 
temporal. A direção de suas fibras se estendem para a região dos processos coronoides da mandíbula.
134
Unidade IV
Figura 142 – Palpação do músculo temporal
— Músculo pterigoideo medial: os pterigoideos mediais estão inferiores aos masseteres com 
inserção na face posterior do ângulo da mandíbula.
Figura 143 – Palpação do músculo pterigoideo medial
— Músculos supra-hioideos: os músculos supra-hioideos se encontram entre a porção inferior 
da mandíbula e superior do osso hioide. São eles, respectivamente:
– digástrico;
– estilo-hioideo;
135
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
– milo-hioideo;
– gênio-hioideo.
Alça fibrosa para o tendão 
digástrico intermediário
Músculo masseter
Glândula parótida
Platisma (removido)
Processo mastoide
Osso hioide
Bainha carotídea
Cartilagem cricoideMúsculo esternotireoideo
Espaço supra-esternal 
(de Burns)
Incisura jugular
Manúbrio esternal
Músculo peitoral maior
Músculo deltoide
Músculo trapézio
Clavícula
Cabeça clavicular do músculo 
esternocleidomastoideo
Ventre inferior do 
músculo omo-hioideo
Músculos escalenos
Músculos esterno-
hioideo (intacto)
Ventre superior do músculo 
omo-hioideo (intacto)
Músculo tíreo-hioideo
Artéria carótida externa
Veia jugular interna
Músculo digástrico 
(ventre posterior)
Músculo estilo-hioideo
Glândula submandibular
Músculo milo-hioideo
Músculo digástrico (ventre anterior)
Cabeça esternal do músculo esternocleidomastoideo
Fáscia cervical superficial 
(recobrindo) e margem 
seccionada
Fáscia visceral 
(pré-traqueal) sobre 
a glândula tireoide 
e traqueia
Cartilagem tireoide
Fáscia dos músculos 
infra-hioideos
Figura 144 – Músculos da região anterior do pescoço
Movimentos ativos
Os movimentos ativos devem ser solicitados para inspeção.
Dá-se o comando verbal para que o paciente realize de forma ativa os movimentos de abertura e 
fechamento, a lateralização direita e esquerda, a protusão e a retração.
O avaliador observa se há assimetrias entre os lados, restrição e qualidade dos movimentos analisados 
e presença de desconforto, estalido ou dor.
136
Unidade IV
A) 
B) 
Figura 145 – Avaliação da abertura da boca com paquímetro (A) e régua (B)
Para mensurar as amplitudes ativas da articulação temporomandibular, pode-se utilizar régua ou 
paquímetro. As amplitudes são avaliadas em milímetros.
• Abertura: como padrão de normalidade, considera-se arco de movimento de 40-45 mm.
• Lateralidade E e D: para os movimentos de lateralidade, consideramos a relação de 4 para 1, 
sendo a cada 4 mm de abertura 1 mm de lateralidade.
137
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 146 – Avaliação da lateralidade
• Protusão: o paciente projeta para anterior a mandíbula. A mensuração é realizada em milímetros, 
e o movimento é realizado através da ação simultânea dos pterigoideos.
Figura 147 – Avaliação da protusão
• Retração: o paciente projeta para posterior a mandíbula. A mensuração é realizada em milímetros, 
e o movimento acontece através da ação simultânea dos músculos temporais bilateralmente.
138
Unidade IV
Figura 148 – Avaliação da retração
Para correção das medidas, consideramos o alinhamento dos incisivos centrais a fim de observar 
as diferenças estruturais. As correções de overbite e overjet mensuram estaticamente as coberturas 
estruturais. Overbite para a distância em mm que o incisivo superior cobre o inferior, e overjet para 
a distância dos incisivos em uma relação de distância anteroposterior, observando o transpasse 
quanto à profundidade.
Figura 149 – Avaliação do overbite e overjet
139
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
7.3 Avaliação clínica
Veremos a seguir como é realizada a avaliação da força muscular.
Músculos masseter, temporal e pterigoideo medial
A figura a seguir demonstra a avaliação dos músculos masseter, temporal e pterigoideo medial:
Figura 150 – Avaliação do grupo muscular: masseter, temporal e pterigoideo medial
Pterigoideo lateral
Veja agora como é feita a avaliação do músculo pterigoideo lateral:
Figura 151 – Avaliação do músculo pterigoideo lateral
140
Unidade IV
Músculos supra-hioideos
A seguir, a figura demonstra como é feita a avaliação do grupo muscular supra-hioideo:
Figura 152 – Avaliação do grupo muscular supra-hioideo
Ausculta articular
É necessário observar o comprometimento intra-articular, como estalidos e crepitações.
Figura 153 – Avaliação da ausculta articular da ATM
141
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Músculos periarticulares
A figura a seguir mostra um algômetro/dinamômetro de pressão para mensuração em Nm da 
sensibilidade dos músculos periarticulares
Figura 154 – Instrumento de avaliação: algômetro
Mobilidade
Durante os movimentos, podemos observar as simetrias estruturais e dinâmicas. É necessário visualizar 
se ocorre o posicionamento centralizado e alinhado dos incisivos mediais em repouso. Essa é a condição 
que utilizamos como linha de base para observar as assimetrias encontradas durante os movimentos.
Os desvios observados durante os movimentos ativos são descritos como desvio e deflexão. Caracterizamos 
como desvios as assimetrias observadas durante o movimento de abertura, no qual o indivíduo apresenta um 
desvio em formato de “S”. Ao término da abertura da boca, é possível observar novamente o alinhamento dos 
incisivos. Esse padrão de movimento nos mostra possíveis alterações unilaterais dos discos intra-articulares.
Para o padrão de abertura em deflexão, observamos, ao término do movimento de abertura, que 
o mento do paciente (centro do osso da mandíbula) tende a apontar para um dos lados. Esse padrão 
também caracteriza possíveis disfunções unilaterais da articulação temporomandibular.
7.4 Testes especiais
São considerados testes especiais:
• Sinal de Chvostek: consiste no espasmo dos músculos periarticulares da articulação 
temporomandibular. O clínico realiza uma percussão leve na região periauricular do nervo facial. 
Esse sinal está presente em até 10% dos indivíduos normais.
• Teste para sinovite: através da pegada do polegar nos molares, é realizada uma pressão para a 
direção posterior.
• Teste para capsulite: através da pegada do polegar nos molares, é realizada uma pressão para a 
direção lateral aos molares.
142
Unidade IV
• Teste para tendinopatia: através da pegada do polegar nos molares, o clínico realiza uma pressão 
para a direção anterior.
 Observação
Os testes especiais devem ser utilizados para aumentar a confiabilidade 
do avaliador para a hipótese diagnóstica. Deve-se considerar o raciocínio 
clínico a partir da observação da história diagnosticada do paciente, bem 
como dos movimentos ativos e passivos avaliados.
8 COLUNA VERTEBRAL
8.1 Descrição geral sobre a articulação
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, sendo sete na região cervical, 12 na região torácica, 
cinco na região lombar, cinco na região sacral e quatro que formam o cóccix.
No geral, cada vértebra é formada por um corpo vertebral, dois processos transversos laterais, um 
processo espinhoso posterior, facetas articulares superiores e inferiores e o orifício vertebral.
No entanto, para cada região da coluna vertebral, suas vértebras têm características próprias. Na 
região cervical, suas duas primeiras vértebras, por exemplo, atlas e áxis, localizadas logo abaixo da base 
do crânio, possuem características diferenciadas do restante das vértebras cervicais.
Atlas (C1) Atlas (C1)
Áxis (C2) Áxis (C2)
C7 C7
T1 T1
T12 T12
L1 L1
L5 L5
Sacro (S1-5) Sacro (S1-5)
Vértebras 
lombares
Vértebras 
torácicas
Vértebras 
cervicais
Vista anterior Vista lateral 
esquerda
Vista posterior
Sacro (S1-5)
Cóccix CóccixCóccix
Figura 155 – Imagem ilustrativa da coluna vertebral
143
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Corpo vertebral
Pedículo
Processo transverso
Processo articular superior
Processo mamilar Lâmina Processo espinhoso
Processo acessório
Forame vertebral
Figura 156 – Imagem ilustrativa da 2º vértebra lombar (vista superior)
As articulações da coluna vertebral são de dois tipos (sem contar as articulações especiais): diartroses 
e anfiartroses.
As diartroses são as articulações caracterizadas como juntas verdadeiras. Possuem superfície 
cartilaginosa, cápsula e líquido sinovial. São formadas pelas facetas articulares das vértebras e 
articulações costovertebrais nas costelas.
As anfiartroses não são especificamente articulações, mas permitem movimento, não possuem 
líquido sinovial e são semimóveis – os discos vertebrais e as junções ligamentares, por exemplo.
Entre cada vértebra, em toda a extensão da coluna vertebral, existe o disco intervertebral. O disco 
é peça fundamental para a funcionalidade da coluna vertebral. Além de agir como um dissipador de 
energia, evitando sobrecarga direta sobre a articulação, permite, junto com todo o complexoligamentar, 
mobilidade suficiente para que a coluna seja ao mesmo tempo funcional e estável.
Os discos, formados pelo ânulo fibroso, pelo núcleo pulposo e pela placa terminal, também possuem 
características diferentes em cada região da coluna vertebral. Por exemplo: na região cervical e lombar, 
os discos assumem uma forma com altura maior na sua parte anterior e, na região torácica, ligeiramente 
maior em sua parte posterior. Dessa forma, a coluna vertebral assume sua forma lordótica cervical e 
lombar e cifótica na região torácica.
144
Unidade IV
Curvatura 
torácica
Curvatura 
sacral
Curvatura 
lombar
Curvatura 
cervical
São quatro curvaturas 
na coluna vertebral
Figura 157 – Imagem ilustrativa das curvaturas da coluna vertebral
Considerando toda a anatomia e a forma dos discos intervertebrais, ele executa papel importante no 
carregamento e na distribuição das cargas compressivas.
Tecido fibroso; bandas concêntricas de 30 graus. 
Inseridas na parte óssea – Fibras de Sharpey. 
Colágeno I - periferia / Colágenos II - centro
Mucopolissacarídeos; 70/90% água.
Maior e mais hidratado L e C.
Hidrata e desidrata
30-50% área de secção transversa
Placa terminal: 
cartilagem, osso 
subcondral
Corpo 
vertebral
Corpo 
vertebral
Disco 
intervertebral
Anterior
Anterior
Posterior
Posterior
Anel 
fibroso 
(AF)
Núcleo 
pulposo 
(NP)
Bandas 
concêntricas
NP
AF
Figura 158 – Figura ilustrativa do disco vertebral
145
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Coluna torácica
Quando avaliamos a coluna torácica, devemos ter em mente que essa é a região da coluna mais 
rígida porque é composta, em quase toda a sua extensão, pelo gradil costal, criando uma proteção 
importante para os nossos órgãos vitais, como coração e pulmão.
As 12 vértebras torácicas são maiores que as vértebras cervicais e menores que as vértebras 
lombares. Possuem processos transversos maiores e duas facetas articulares que se ligam às costelas, 
formando as articulações costovertebrais (costelas e corpo vertebral), as articulações costotransversais 
(costelas e processos transversos), as articulações costocondrais (costelas e cartilagem costal) e as 
articulações esternocostais.
Quanto mais inferior analisamos os processos transversos, mais se nota uma perpendicularidade, até 
que se assemelhem às vértebras lombares.
Figura 159 
Coluna lombar
O segmento lombar da coluna vertebral, devido à sua localização, exerce papel muito importante 
para a funcionalidade do corpo como um todo. É esse segmento que dá a base necessária para toda a 
parte superior do tronco e os membros superiores exercerem suas funções, além de dar estabilidade e 
movimento para todo o membro inferior, transmitindo e absorvendo carga. Portanto, deve ser estável o 
suficiente para suportar todo o tronco e permitir mobilidade suficiente para que o corpo seja funcional.
Possuímos cinco vértebras lombares, que são as maiores de toda a coluna vertebral. Suas facetas 
articulares são perpendiculares, e as lâminas são amplas.
146
Unidade IV
Ainda em relação à sua localização, pela proximidade com articulações adjacentes, como quadril e 
sacroilíaca, o examinador deve, sempre que avaliar esse segmento da coluna vertebral, atentar-se para 
essas articulações.
Figura 160 - Vétebra lombar (vista superior) e temporal (vista lateral)
8.2 Músculos da coluna vertebral
A musculatura que atua diretamente na coluna vertebral está, em sua maior parte, localizada no 
tronco. É responsável por realizar movimentos fundamentais para a funcionalidade do corpo humano: 
flexão; extensão; flexão para direita e esquerda; rotação para direita e esquerda e circundução.
Além disso, essa musculatura também é responsável por manter a postura ereta, respondendo a todo 
momento à ação da gravidade através da musculatura antigravitacional.
Músculos menores, que possuem sua origem ou inserção diretamente nas vértebras, fazem com que 
estas se mantenham unidas, exercendo, assim, papel importante na estabilidade da articulação.
Possuímos, também, músculos que não estão diretamente ligados à coluna, mas que estão diretamente 
ligados à sua movimentação – por exemplo, a musculatura abdominal e os músculos da região pélvica.
8.3 Cervical
Exame físico
Para iniciar a avaliação da coluna cervical, o paciente pode estar sentado ou em pé e deve estar 
devidamente despido, de maneira que o avaliador consiga avaliar a cintura escapular, as vértebras 
torácicas, a coluna cervical e a cabeça.
O primeiro aspecto a ser observado deve ser a posição da cabeça e do pescoço: se há sinais de 
torcicolo, se o paciente apresenta um aumento da lordose cervical ou se há uma projeção anterior 
da cabeça.
147
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B) C) 
Figura 161 – Vista anterior, posterior e lateral da cervical
Outro aspecto importante a se observar é o alinhamento dos ombros, que, se assimétricos, podem 
indicar contratura ou espasmo muscular na região de trapézio superior ou do músculo elevador da 
escápula. Devemos lembrar que é comum o membro dominante do paciente ter o ombro levemente 
mais elevado.
Movimentos ativos
Durante a avaliação dos movimentos ativos da coluna cervical, o avaliador deve posicionar o paciente 
em sedestação. Os movimentos ativos a serem realizados são a flexão (80 a 90º), a extensão (70º), a 
flexão lateral para direita e esquerda (20 a 45º) e a rotação para direita e esquerda (70 a 90º).
Já os movimentos passivos podem ser realizados – com o paciente em decúbito dorsal – pelo examinador 
quando o paciente apresentar alguma amplitude de movimento incompleta, a fim de determinar o end 
feel do movimento, ou seja, a sensação ao final do arco de movimento, para tentar determinar se a 
limitação está acontecendo por um bloqueio ósseo, estrutural ou por questões relacionadas ao tecido 
mole. Para determinar o end feel, o examinador deve realizar passivamente o movimento desejado e, ao 
final, observar se a resistência para o ganho final da amplitude apresenta uma sensação mais rígida ou 
se apresenta uma limitação que, passivamente forçada, cede ao movimento.
Ainda durante o teste dos movimentos passivos, o examinador pode conseguir identificar a presença 
de um padrão capsular, que acontece quando existe uma limitação na amplitude de movimento para 
flexão lateral e rotação com uma extensão sem limitação.
148
Unidade IV
A) B) 
C) D) 
Figura 162 – Movimentos ativos da coluna cervical
 Observação
Para a articulação atlanto-occipital, observaremos, no início do arco de 
movimento de flexo-extensão, as alterações pela queixa clínica do paciente. 
Quanto mais amplo é o movimento, mais níveis inferiores participam do 
arco. O mesmo pode ser considerado para os movimentos rotacionais.
149
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Quadro 9 – Dermátomos
Ação Músculos Raiz nervosa
Flexão anterior da cabeça Reto anterior da cabeça
Reto lateral da cabeça
Longo da cabeça
Músculos hioideos
Oblíquo superior da cabeça
Esternocleidomastoideo
C1-C2
C1-C2
C1-C3
Nervo alveolar inferior
Nervo facial
Nervo hipoglosso
Alça cervical
C1
Acessório
C2
Extensão da cabeça Esplênio da cabeça
Semiespinal da cabeça
Longuíssimo da cabeça
Espinal da cabeça
Trapézio
Reto menor posterior da cabeça
Reto maior posterior da cabeça
Oblíquo superior da cabeça
Oblíquo inferior da cabeça
Esternocleidomastoideo
C4-C6
C1-C8
C6-C8
C6-C8
Acessório
C3-C4
C1
C1
C1
C1
Acessório
C2
Flexão lateral da cabeça Trapézio
Esplênio da cabeça
Longuíssimo da cabeça
Semiespinal da cabeça
Oblíquo inferior da cabeça
Reto lateral da cabeça
Longo da cabeça
Esternocleidomastoideo
Acessório
C3-C4
C4-C6
C6-C8
C1-C8
C1
C1-C2
C1-C3
Acessório
C2
Rotação da cabeça Trapézio
Esplênio da cabeça
Longuíssimo da cabeça
Semiespinal da cabeça
Oblíquo inferior da cabeça
Esternocleidomastoideo
Acessório
C3, C4
C4-C6
C6-C8
C1-C8
C1
Acessório
C2
Flexão do pescoço Longo do pescoço
Escaleno anterior
Escaleno médio
Escaleno posterior
C2-C6
C4-C6
C3-C8
C6-C8
150
Unidade IV
AçãoMúsculos Raiz nervosa
Extensão do pescoço Esplênio do pescoço
Semiespinal do pescoço
Longuíssimo do pescoço
Levantador da escápula
Iliocostais cervicais
Espinais do pescoço
Multífido
Interespinais do pescoço
Trapézio
Reto maior posterior da cabeça
Rotadores curtos
Rotadores longos
C6-C8
C1-C8
C6-C8
C3-C4
Escapular dorsal
C6-C8
C6-C8
C1-C8
C1-C8
Acessório
C3-C4
C1
C1-C8
Flexão lateral do pescoço Levantador da escápula
Esplênio do pescoço
Iliocostais do pescoço
Longuíssimo do pescoço
Semiespinal do pescoço
Multífido
Intertransversos
Escalenos
Esternocleidomastoideo
Oblíquo inferior da cabeça
Rotadores curtos
Rotadores longos
Longo do pescoço
C1-C8
Escapular dorsal
C4-C6
C6-C8
C6-C8
C1-C8
C1-C8
C1-C8
C3-C8
Acessório
C2
C1
C1-C8
C1-C8
C2-C6
Rotação do pescoço Levantador da escápula
Esplênio do pescoço
Iliocostais do pescoço
Longuíssimo do pescoço
Semiespinal
Multífido
Intertransversos
Escalenos
Esternocleidomastoideo
Obliquo inferior da cabeça
Rotadores curtos
Rotadores longos
C3-C4
Escapular dorsal
C4-C6
C6-C8
C6-C8
C1-C8
C1-C8
C1-C8
C3-C8
Acessório
C2
C1
C1-C8
C1-C8
151
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Quadro 10 – Miótomos
Raiz nervosa Ação do teste Músculos
C1-C2 Flexão do pescoço
Reto lateral, reto anterior 
da cabeça, longo da 
cabeça, longo do pescoço, 
esternocleidomastoideo.
C3 Flexão lateral do pescoço Longo da cabeça e pescoço, trapézio, escaleno médio.
C4 Elevação do ombro
Diafragma, trapézio, 
levantador da escápula, 
escaleno anterior e médio.
C5 Abdução do ombro
Romboides maior e menor, 
deltoide, supra-espinal, 
infra-espinal, redondo 
menor, bíceps, escalenos 
anterior e médio.
C6 Flexão do cotovelo e extensão do punho
Serrátil anterior, latíssimo 
do dorso, infra-escapular, 
redondo maior, 
peitoral maior, bíceps, 
coracobraquial, braquial, 
braquiorradial, supinador, 
extensor radial longo do 
carpo, escalenos anterior, 
médio e posterior.
C7 Extensão do polegar e desvio ulnar
Peitoral maior e menor, 
tríceps, flexor superficial e 
profundo dos dedos, flexor 
longo do polegar, pronador 
quadrado, flexor ulnar do 
carpo, abdutor longo do 
polegar, extensor longo e 
curto do polegar, extensor 
do dedo indicador, abdutor 
curto do polegar, flexor 
curto do polegar, oponente 
do polegar, escalenos médio 
e posterior.
T1 Intrínsecos da mão
Flexor profundo dos dedos, 
músculos intrínsecos da 
mão, flexor curto do polegar, 
oponente do polegar.
Teste dos miótomos
Para descartar uma possível lesão neurológica, o examinador deve realizar a avaliação dos miótomos 
cervicais. Para isso, são realizados testes de contração isométrica resistida.
152
Unidade IV
A) B) 
C) D) 
E) F) 
G) H) 
Figura 163 – Avaliação dos miótomos
153
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
 Lembrete
Para comprometimento de raízes nervosas, o clínico pode utilizar 
como base as alterações encontradas em dermátomos e miótomos 
especificamente para identificar a qual nível correspondem os sintomas 
do paciente.
Palpação
Durante a palpação da coluna cervical, o examinador deve se atentar à presença de pontos-gatilhos, 
alteração de sensibilidade, espasmos musculares e outros sinais que podem indicar alguma patologia.
Começando com o paciente em decúbito ventral, na região posterior da coluna cervical, a primeira 
estrutura a ser palpada é a protuberância occipital externa. O examinador palpa a região posterior e 
inferior do crânio na linha média e move os dedos distalmente até encontrar um gap. A parte óssea 
encontrada anteriormente ao gap é a protuberância occipital externa.
Ainda posteriormente, o examinador pode palpar os processos espinhosos e as facetas articulares das 
vértebras cervicais. O primeiro processo espinhoso mais evidente a ser palpado é o de C2. Escorregando 
os dedos posteriormente, podemos palpar o processo espinho de C1, menos evidente. Outro ponto 
importante durante a palpação dos processos espinhosos é que, para localizar e diferenciar a vértebra 
C6 de C7, o examinador pode realizar a flexão e a extensão passiva, observando, dessa maneira, que a 
vértebra C6 será aquela que se move enquanto a C7 permanece imóvel.
Partindo para a região lateral da coluna cervical, todos os processos transversos podem ser 
palpados; dessa vez, o da vértebra C1 é o mais evidente. Para identificá-lo, o examinador deve localizar 
o processo mastoide (abaixo e atrás do lobo da orelha), escorregar os dedos para baixo e um pouco 
para a frente, até achar uma região mais dura. Ao pressionar essa região, ele encontrará o precoce 
transverso de C1. Para localizar os outros processos transversos, o examinador deve lembrar a forma 
lordótica da coluna cervical e que os demais processos transversos podem ser identificados mais 
anteriormente a partir de C1.
Na região anterior, podemos palpar o osso hioide, que se localiza anteriormente às vértebras C2 e C3; 
a cartilagem tireoide, que se localiza anteriormente às vértebras C4 e C5; e a cartilagem cricoide, que se 
move durante a deglutição do paciente.
154
Unidade IV
Mandíbula
Processo transverso 
de C1
Processo espinhoso
Tubérculo carotídeo
Primeiro anel da cartilagem cricoide
Cartilagem tireoide
Osso hioide
Processo mastoide
Articulação facetária
Protuberância 
occipital externa
C1
C2 C3 C4
C5
C6
C7
Figura 164 – Imagem ilustrativa das vértebras cervicais
 Observação
Os chamados tender points apresentam dor pontual no ponto de 
pressão aplicado pelo clínico. Já os trigger points apresentam dor irradiada 
para outra parte do corpo mediante pressão aplicada no ventre muscular 
do músculo.
Medida do corpo e das partes: goniometria e perimetria
Para avaliação das amplitudes de movimento, podemos utilizar o goniômetro ou o inclinômetro.
As medidas são adquiridas em graus. Para utilização do goniômetro, o braço fixo deve permanecer 
no eixo articular, e o braço móvel deve acompanhar o segmento que está sendo avaliado.
A) B) C) D)
Figura 165 – A) Mensuração da amplitude do movimento de flexão; B) mensuração do movimento de 
extensão da coluna cervical; C) mensuração dos movimentos rotacionais direita e esquerda; 
D) mensuração dos movimentos de inclinação ou flexão lateral direita e esquerda
Para mensuração da amplitude de movimento com o inclinômetro, o clínico deve posicionar o 
dispositivo no topo da cabeça do paciente e solicitar verbalmente a realização dos movimentos que 
devem ser avaliados.
155
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B) C) 
D) E) 
Figura 166 – Avaliação dos movimentos de cervical
 Observação
Para os resultados obtidos com a goniometria, devemos considerar uma 
margem de erro de 5 graus de variância, uma vez que existe uma grande 
imprecisão de manejo do dispositivo.
8.3.1 Testes de função e de força muscular
Músculos flexores anteriores da cabeça
Para mensuração da força dos músculos que realizam o movimento de flexão da cabeça em relação 
ao pescoço, o paciente deve estar posicionado em decúbito dorsal, com os cotovelos flexionados e as 
mãos acima da cabeça.
O teste é realizado através da flexão da coluna cervical pela elevação da cabeça da maca, com o 
queixo deprimido e levado em direção ao esterno.
O avaliador deve aplicar uma força contra o osso frontal na direção posterior.
156
Unidade IV
O teste não deve ser realizado com o pescoço em extensão, como pode ser visto nas figuras 
a seguir, pois, nessa posição, há maior atividade dos músculos esternocleidomastoideos, junto 
à força dos escalenos e à porção de inserção dos músculos trapézios superiores na porção das 
clavículas anteriormente.
A) B) 
Figura 167 – Avaliação dos músculos flexores anteriores da cabeça
Músculos flexores anterolaterais do pescoço
O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, com a cabeça posicionada em rotação lateral. O clínico 
aplicará uma resistência na região do osso temporal do paciente, gerando uma força na direção posterior.
Os principais músculos que realizam esses movimentos e são testados nesse posicionamento são os 
esternocleidomastoideose os escalenos.
Figura 168 – Avaliação dos músculos anterolaterais do pescoço
Músculos flexores posterolaterais do pescoço
O paciente deve estar em decúbito ventral, com os cotovelos flexionados e as mãos acima da cabeça, 
repousando sobre a maca. Deve-se posicionar a cabeça do paciente em extensão posterolateral do 
pescoço, com a face direcionada para o lado que estiver sendo testado. O avaliador deve realizar uma 
pressão contra a face posterolateral da cabeça, na direção oposta, anterolateral.
157
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 169 – Avaliação dos músculos flexores posterolaterais do pescoço
Músculos trapézio fibras superiores
Para realização do teste, o paciente deve estar sentado e posicionado com elevação da extremidade 
acromial da clavícula e da escápula e extensão posterolateral do pescoço, levando o osso occipital em 
direção ao ombro elevado, com a face voltada para a direção oposta. O avaliador deve aplicar uma 
pressão contra o ombro, na direção da depressão, e contra a cabeça, na direção da flexão anterolateral.
Figura 170 – Avaliação do músculo trapézio superior
8.3.2 Testes especiais
Teste de compressão
Para realização do teste de compressão, o paciente deve estar sentado. O avaliador ficará atrás do 
paciente, com os cotovelos apontados para os ombros do paciente. Nesse momento, o examinador deve 
aplicar uma força na direção inferior (descendente) pelo topo da cabeça do paciente.
158
Unidade IV
Caso ocorra a reprodução dos sintomas clínicos apresentados pelo paciente previamente, 
consideramos o teste positivo.
Figura 171 – Teste de compressão cervical
Teste de Spurling
O paciente deve estar sentado e assumir o posicionamento de flexão lateral do pescoço. O avaliador 
aplica uma resistência em direção inferior no topo da cabeça do paciente. O teste é positivo quando o 
paciente referir dor para o mesmo lado da inclinação durante o teste.
Esse teste é utilizado para avaliar condições de radiculopatias. Os sintomas podem aparecer em toda 
a extensão do membro superior em trajeto de dermátomo, dependendo do nível cervical comprometido.
Figura 172 – Teste de Spurling
159
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Teste de Valsalva
O paciente deve assumir uma posição sentada para realização deste teste. O examinador 
deve instruir o paciente a prender a respiração e, depois, realizar e manter uma pressão como se 
estivesse evacuando. O teste é positivo se, ao manter a pressão, os sintomas clínicos do paciente 
se reproduzem.
Figura 173 – Teste de Valsalva
Teste de Adson
Para realização deste teste, o paciente deve permanecer sentado ou em pé, posicionado em frente 
ao examinador.
O terapeuta deverá observar a palpação do pulso através da artéria radial do paciente. Após essa 
etapa, deverá ser realizada uma abdução de 30 graus associada a uma hiperextensão do membro 
superior. Mantendo o braço do paciente nessa posição, o examinador deverá observar se o pulso se 
apresenta igual ou diminuído.
O teste, quando positivo, é indicativo de síndrome do desfiladeiro torácico.
160
Unidade IV
Figura 174 – Teste de Adson
Sinal de Lhermitte
Para realização deste teste, o paciente deverá estar sentado sobre uma maca com os membros inferiores 
estendidos. O avaliador deverá ficar atrás do paciente. Com uma das mãos, auxiliará o movimento de flexão 
da coluna cervical do paciente; com a outra mão, deverá realizar a flexão do tronco do paciente.
Durante o movimento, deve ser observada a reação do paciente. O teste é positivo quando a reação 
do paciente é semelhante a um arrepio e/ou desconforto do tipo parestesia. Em pacientes com suspeita 
de meningite, essa manobra poderá provocar uma forte dor do tipo ardência ou agulhada.
Também nesse teste devemos ficar atentos para a reação de proteção neural que pode ser manifestada 
pelo paciente através de uma flexão de joelhos, a fim de minimizar o estiramento neural provocado pela 
flexão da coluna.
Figura 175 – Sinal de Lhermitte
161
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Teste de distração
O paciente deve estar em decúbito dorsal, e, previamente à realização do teste, seus sintomas devem 
ser avaliados. O examinador deve usar uma pegada na região do queixo do paciente e, com a outra mão, 
realizar uma pegada na região do osso occipital do paciente. Uma força de tração deve ser aplicada, 
e, nesse momento, os sintomas do paciente devem ser reavaliados. O teste é positivo quando ocorre a 
redução dos sintomas durante o movimento de tração.
Esse teste deve ser utilizado quando houver suspeita diagnóstica de radiculopatia.
Figura 176 – Teste de distração cervical
Teste de Soto-Hall
Para realização deste teste, o paciente deve estar deitado em decúbito dorsal na maca. O examinador 
deverá instruir o paciente a realizar a flexão da coluna cervical ativa. Em seguida, o terapeuta, com a 
palma da mão sobre o osso esterno, deve empurrar com leve pressão para baixo, enquanto a outra mão 
realiza uma força de forma contrária sob a região do osso occipital.
Esse teste poderá revelar doença óssea ou ligamentar da coluna cervical através dos resultados de 
dor sob a pressão exercida pelo terapeuta.
Figura 177 – Teste de Soto-Hall
162
Unidade IV
Teste de percussão espinal
Para realização deste teste, o paciente deve estar sentado com a cabeça ligeiramente flexionada. 
O examinador deverá percutir o processo espinhoso e a musculatura associada a cada vértebra 
cervical com martelo neurológico. Se houver dor radicular, pode indicar fratura vertebral com 
comprometimento neurológico ou herniações com extravasamento para a medula.
Esse não é um teste específico, pois outras condições também podem ter como resposta os 
mesmos sintomas.
Figura 178 – Teste de percussão espinal
8.4 Torácica
Inspeção
Durante a inspeção da região torácica da coluna do paciente, devemos, primeiramente, observar 
se existe alguma alteração na postura global. O ideal é que o paciente esteja com o corpo desnudo, 
expondo pescoço, tronco e região pélvica.
Começamos observando o paciente em pé, desde o tornozelo até a região de pescoço e cabeça. Em 
seguida, verificamos se existe algum desvio fora do normal.
Hoje em dia, o conceito de postura normal já não é mais usado para justificar dores ou lesões, mas 
é de extrema importância entender a anatomia de cada paciente e saber identificar diferentes desvios e 
posturas que cada paciente pode adotar.
Durante a inspeção e observação da região torácica, podemos nos deparar com uma condição cifótica 
aumentada. Normalmente, a região torácica apresenta uma cifose em torno de 40º; porém, existem 
casos em que essa curvatura é maior. O examinador deve saber identificar essa curvatura, assegurar-se 
de que realmente há a presença de uma cifose excessiva e observar a posição escapular desse paciente. 
Escápulas planas podem dar a falsa impressão de uma curva cifótica aumentada.
163
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Existem quatro tipos de cifose: dorso de curvo, que consiste na diminuição da inclinação pélvica 
com cifose toracolombar ou torácica; corcunda, que consiste em uma angulação posterior acentuada 
(denominada giba); dorso chato, na qual acontece uma diminuição da inclinação pélvica com uma 
coluna vertebral móvel, ao contrário da dorso curvo; e corcunda de viúva, em que ocorrem fraturas de 
diversas vértebras por consequência de osteoporose ou menopausa.
Outra deformidade que pode ser observada durante a inspeção do paciente é a escoliose. A escoliose 
consiste em uma deformidade na qual existem uma ou mais curvas na coluna lombar ou torácica.
A escoliose pode ser estrutural ou não. Pode existir somente uma curvatura lateral na região torácica 
e somente na região lombar ou toracolombar.
A escoliose não estrutural pode ser causada por contraturas no quadril, irritação de raízes nervosas 
ou inflamação na região da coluna. Portanto, é de responsabilidade do examinador saber identificar 
tais fatores.
Figura 179 – Imagem ilustrativa de tipos de escoliose
Outra deformidadeque podemos encontrar é o peito de pombo (pectus carinatum), na qual o esterno 
encontra-se posicionado para frente e para baixo. É uma deformidade congênita que pode interferir na 
eficácia da respiração.
O peito de sapateiro (pectus excavatum) também é uma deformidade congênita, na qual o esterno 
encontra-se empurrado para trás, além do tórax de barril, em que o esterno está para frente e para cima.
 Lembrete
A escoliose não estrutural pode ser causada por contraturas no quadril, 
irritação de raízes nervosas ou inflamação na região da coluna. Por isso, é 
de responsabilidade do examinador saber identificar tais fatores.
164
Unidade IV
Movimentos
Para avaliar os movimentos da coluna torácica, o paciente deve estar em pé. Os movimentos 
realizados são: flexão anterior de 20º a 45º, extensão de 25º a 45º, flexão lateral (direita e esquerda) de 
20º a 40º, rotação (direita e esquerda) de 35º a 50º, expansão costovertebral de 3 cm a 7,5 cm, além dos 
movimentos combinados com coluna lombar e cervical durante a maioria dos movimento funcionais 
da coluna vertebral.
 A) B) 
C) D) 
Figura 180 – Avaliação dos movimentos da coluna torácica
165
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Quadro 11 – Movimentos da coluna torácica
Movimento Músculos
Flexão da coluna torácica
Reto do abdome
Oblíquo externo
Oblíquo interno
Extensão da coluna torácica
Espinal do tórax
Iliocostal do tórax
Longuíssimo do tórax
Semiespinal do tórax
Multífido
Interespinais
Rotação e flexão lateral da 
coluna torácica
Iliocostal do tórax
Longuíssimo do tórax
Intertransversos
Oblíquo interno
Semiespinal do tórax
Multífido
Oblíquo externo (lado contrário)
Transverso do abdome
Elevação das costelas
Escaleno anterior
Escaleno médio
Escaleno posterior
Serrátil posterior
Iliocostal do pescoço
Elevador da costela
Peitoral maior e menor
Serrátil anterior
Depressão das costelas
Serrátil posterior
Iliocostal lombar
Longuíssimo do tórax
Reto do abdome
Oblíquo interno
Oblíquo externo
Transverso do abdome
Quadrado lombar
8.4.1 Testes especiais
Quando pensamos especificamente na região torácica da coluna vertebral, testes especiais devem ser 
realizados se o avaliador suspeitar de algum problema ou se deparar com algum sinal clínico que pode 
ter relação com algum comprometimento que envolva a medula espinal. Existem três testes realizados 
com maior frequência para testar a neurodinâmica desse paciente, como veremos a seguir.
Teste de distensão dural na posição sentada (slump)
O examinador posiciona o paciente sentado, com os membros inferiores livres, e solicita que incline 
o tronco para frente, fletindo a coluna. O avaliador se posiciona ao lado do paciente, com uma mão na 
base do crânio do paciente. Enquanto o paciente mantém a cabeça e o pescoço em posição neutra, ou 
seja, somente com a inclinação do tronco, o avaliador questiona se os sintomas foram desencadeados. 
Se a resposta for não, o avaliador flexiona o pescoço do paciente. Nesse momento, o paciente estará 
166
Unidade IV
com o tronco e o pescoço flexionados, e o avaliador deverá questionar novamente sobre a exacerbação 
dos sintomas ou não. Se a resposta ainda for negativa, o avaliador deverá realizar a extensão do membro 
inferior a ser avaliado (no qual o paciente relata sintomas) e questionar novamente o paciente sobre a 
presença de sintomas.
O teste é considerado positivo quando os sintomas do paciente são desencadeados, indicando 
compressão da dura-máter e da medula espinal ou de raízes nervosas.
Figura 181 – Slump test
Distensão da raiz de 1º nervo torácico
O paciente é posicionado com o membro superior a 90º, o antebraço em flexão e pronação a 90º. 
O avaliador pede, então, que o paciente posicione as mãos atrás do pescoço, distendendo o nervo 
ulnar e a raiz de T1.
O teste é considerado positivo quando o paciente relata sintomas na região escapular e nos 
membros superiores.
Palpação
Durante a palpação, o examinador deve investigar a presença de espasmos musculares, dor à 
palpação, edema, alteração de temperatura e qualquer outro sinal.
Devemos começar a palpação pelo osso esterno, localizado na linha média do tórax. O examinador 
deve saber identificar e palpar o manúbrio do esterno, seguido pelo corpo e, por fim, pelo processo 
xifoide, observando a presença de alterações ou dor.
Depois, realiza-se a palpação das costelas e das articulações esternocostais, a fim de perceber alguma 
reação de dor, aumento de volume ou alteração de sensibilidade.
167
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Ao palpar a clavícula, o examinador deve percorrer todo o seu trajeto ósseo, desde sua junção com 
o esterno até sua junção na articulação acromioclavicular, para verificar a presença de algum calo ósseo 
ou proeminência anormal.
Figura 182 – Avaliação da palpação da clavícula
O abdome deve ser palpado também na busca de pontos dolorosos ou qualquer indicativo de lesão.
Figura 183 – Palpação de abdome
 Lembrete
As 12 vértebras torácicas são maiores que as vértebras cervicais e 
menores que as vértebras lombares. Possuem processos transversos maiores 
e duas facetas articulares que se ligam às costelas.
168
Unidade IV
Posteriormente, o examinador deve palpar a escápula, buscando pontos dolorosos na sua borda 
medial, lateral e parte superior, onde se originam os músculos importantes na estabilização do tronco e 
dos membros superiores.
Ainda na parte posterior do tronco, devemos palpar os processos espinhosos das vértebras torácicas, 
observando se existe alguma anormalidade ou presença de dor e movendo os dedos de 2 cm a 3 cm 
lateralmente, onde se localizam as facetas articulares.
Figura 184 – Palpação escapular
8.5 Lombar
A dor lombar (DL) é uma queixa e pode ser resultado de diferentes doenças. A nomenclatura DL se 
dá pela localização da dor entre a região baixa da coluna, podendo se estender até a linha glútea e gerar 
uma dor irradiada para os membros inferiores. Muitas vezes, a dor lombar é utilizada como diagnóstico.
O impacto da DL a torna um dos problemas de saúde pública mais relevantes (IHME, 2017). Estima-se 
que aproximadamente 540 milhões de pessoas podem apresentar essa queixa em algum momento 
da vida (BUCHBINDER et al., 2018). Nos Estados Unidos, estima-se que as despesas na área da saúde 
relacionadas à dor lombar atingem um valor próximo a 90 bilhões de dólares por ano, e, quando 
acrescentamos a perda de produtividade e o afastamento do trabalho, esse gasto passa para cerca 
de 635 bilhões de dólares. No Brasil, em 2016, foram gastos em torno de 714 milhões de dólares com 
desordens da coluna vertebral, representando 58% dos gastos na área da saúde (CARREGARO; SILVA; 
VAN TULDER, 2018).
Uma possível explicação para a baixa resolução e os números cada vez mais expressivos, em relação 
à incapacidade e ao impacto econômico com o passar do anos, é a dificuldade em diagnosticar e 
diferenciar esses pacientes, para, assim, propor a abordagem mais indicada.
Inspeção
Quando começamos a observar um paciente com alguma queixa na região da coluna lombar, 
devemos verificar desde o modo como ele chega ao examinador, como se movimenta e quais estratégias 
usa para a locomoção e a marcha.
169
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Antes de iniciar o exame no paciente, também é importante investigarmos a presença de alguma bandeira 
vermelha. Bandeiras vermelhas são sinais de advertência que podem indicar uma patologia grave. Devemos 
perguntar sobre a existência ou não de um trauma, se apresenta uma dor constante e progressiva, se perdeu 
peso nos últimos meses, se apresenta algum histórico de câncer (ou na família) e se já apresentou episódio de 
perda de urina ou fecal. Esses são alguns exemplos de questionamentos que devem ser feitos. Caso a resposta 
do paciente a essas perguntas seja positiva, devemos orientá-lo a buscar ajuda médica o quanto antes.
Bandeiras vermelhas:
• história de trauma;
• dor constante e progressiva;
• histórico de câncer;
• perda de peso;
• perda de fezes e/ou urina;
• anestesia emsela em torno do ânus, do períneo ou genitais;
• fraqueza motora disseminada ou progressiva.
Para começarmos a examinar a região lombar do paciente, devemos examiná-lo primeiramente em 
pé, em postura relaxada, para identificar a presença ou não de aumento na curva lordótica, escoliose e 
desalinhamento da pelve.
Normal Hiperlordose
Figura 185 – Imagem ilustrativa de hiperlordose lombar
170
Unidade IV
Movimentos
Para o examinador avaliar os movimentos da coluna lombar, o ideal é posicionar o paciente em pé. 
Quando nos deparamos com um paciente que possui queixa nessa região da coluna vertebral, é comum 
encontrarmos um padrão de evitação do movimento que pode gerar dor. Porém, durante a avaliação, 
o examinador, na medida do possível, deve ser capaz de conseguir acessar esses movimentos para 
entender como, quando e de que maneira os sintomas do paciente são exacerbados.
Os movimentos básicos a serem avaliados primeiramente são: flexão (40º a 60º), extensão (20º a 35º), 
rotação para direita e esquerda (3º a 18º) e flexão lateral direita e esquerda (15º a 20º).
O examinador, quando informado pelo paciente da presença de dor ou intensificação dos 
sintomas, ou quando identifica limitação, deve solicitar ao paciente que permaneça no movimento, 
no seu máximo de amplitude possível, por 10 a 20 segundos, para confirmar se realmente existe a 
exacerbação dos sintomas. Esse tipo de abordagem vale também para os movimentos combinados. 
Se o paciente relatar que a exacerbação acontece nesses tipos de movimentos, o examinador deve 
exigir o mesmo.
Visto que a presença de sintomas na região lombar está muito mais relacionada a movimentos 
combinados, devemos incluí-los na avaliação. Não devemos realizar somente movimentos em um único 
plano (flexão e extensão pura); é necessário acrescentar movimentos ativos, como flexão lateral com 
flexão, flexão lateral com extensão, extensão com rotação e flexão com rotação.
Esses padrões de movimentos combinados já podem indicar a origem do problema do paciente. 
Podemos suspeitar de uma síndrome facetária, por exemplo, se os sintomas do paciente se acentuarem 
durante os movimentos de extensão com flexão lateral. É possível suspeitar ou eliminar problemas (caso 
os testes de movimentos ativos combinados agravem os sintomas) de origem radicular, interferência de 
musculatura de quadril, déficits neurológicos, parestesia e rigidez.
Caso contrário, se os sintomas do paciente não forem exacerbados em movimentos ativos, devemos 
procurar outras origens (avaliar quadril e articulação sacroilíaca, por exemplo).
Por ser uma região diretamente ligada a funções comuns do dia a dia, como marchar, sentar, levantar 
e correr, é importante que o examinador inclua em sua avaliação a observação desse paciente em 
determinadas tarefas, para investigar possíveis compensações e identificar qual é o padrão adotado por 
esse paciente.
171
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B) C) 
D) E) F) 
G) 
Figura 186 – Movimentos ativos de coluna lombar
172
Unidade IV
Quadro 12 – Músculos da região de coluna lombar
Ação Músculos Raiz nervosa
Flexão anterior
Psoas maior
Reto do abdome
Oblíquo externo e interno do abdome
Transverso do abdome
Intertransversos
L1-L3
T6-T12
T7-T12-L1
T7-T12-L1
L1-L5
Extensão
Eretores da espinha
Iliocostal do lombo
Longuíssimo torácico
Transversoespinal
Interespinais
Quadrado lombar
Multífido
Rotadores
Glúteo máximo
L1-L3
L1-L3
L1-L5
L1-L5
L1-L5
T12-L1-L4
L1-L5
L1-L5
L1-L5
Flexão lateral
Latíssimo do dorso
Eretores da espinha
Iliocostal do lombo
Longuíssimo torácico
Transversos
Intertransversos
Quadrado lombar
Psoas maior
Oblíquo externo
Toracodorsal
L1-L3
L1-L3
L1-L5
L1-L5
L1-L5
T12-L1-L4
L1-L3
T7-T12
Rotação
Transversos
Rotadores
Multífido
L1-L5
L1-L5
L1-L5
Outros aspectos devem ser analisados na realização dos movimentos. Durante a flexão da coluna 
lombar, por exemplo, podemos e devemos observar se o paciente realiza uma compensação com o quadril, 
se existe um padrão muito maior de flexão de quadril do que das vértebras lombares propriamente ditas. 
Durante a extensão, também devemos observar se o paciente poupa as vértebras lombares e realiza uma 
extensão de tronco compensada por uma anteriorização da pelve.
Essas compensações podem estar acontecendo por um mecanismo de defesa do paciente, para evitar 
a dor, ou também por uma hipomobilidade articular das vértebras lombares e torácicas do paciente. 
Cabe ao avaliador questionar o paciente sobre a presença ou não de dor na realização dos movimentos, 
tentar excluir as compensações e, por fim, questionar novamente quanto à presença ou não de dor na 
região ou aumento dos sintomas.
173
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
1 – Flexão normal de 
lombar e quadril
2 – Flexão limitada de quadril 
e excessiva de lombar
3 – Flexão limitada de lombar 
e excessiva de quadril
Figura 187 – Avaliação do movimento de flexão anterior do tronco
Além dos movimentos ativos, a fim de garantir a integridade muscular e descartar qualquer fraqueza 
muscular de origem neurológica, devemos avaliar os miótomos. Para isso, o paciente é posicionado em 
decúbito dorsal, e cada miótomo é avaliado individualmente. As articulações a serem testadas devem 
estar em posição neutra, e o examinador deve aplicar uma resistência isométrica na musculatura a ser 
testada por, pelo menos, 5 segundos em ambos os membros individualmente.
Quadro 13 – Miótomos lombares
Raiz nervosa Ação do teste Músculos
L1-L2 Flexão do quadril Psoas, ilíaco, grácil, pectíneo, adutor longo, adutor curto.
L3 Extensão do quadril Quadríceps, adutores longo, magno e curto.
L4 Dorsiflexão de tornozelo Tibial anterior, quadríceps, tensor da fáscia lata, adutor magno, obturador externo, tibial posterior.
L5 Extensão dos pododáctilos
Extensor longo do hálux, extensor longo dos 
dedos, glúteos médio e mínimo, obturador interno, 
semimembranáceo, semitendíneo, poplíteo, fibulares 
longo e curto, extensor curto dos dedos.
S1
Flexão plantar do tornozelo
Eversão do tornozelo
Extensão do quadril
Flexão de joelho
Gastrocnêmio, sóleo, glúteo máximo, obturador 
interno, piriforme, bíceps da coxa, semitendíneo, 
poplíteo, fibulares longo e curto, extensor curto dos 
dedos.
S2 Flexão de joelho
Bíceps da coxa, piriforme, sóleo, gastrocnêmio, flexor 
longo dos dedos, flexor longo do hálux, músculos 
intrínsecos do pé.
S3 Músculos intrínsecos do pé, flexor curto do hálux, flexor curto dos dedos, extensor curto dos dedos.
174
Unidade IV
A) B) 
C) D) 
E) F) 
Figura 188 – Avaliação dos miótomos lombares
8.5.1 Testes especiais (CHAD)
Teste de Sorensen
O paciente deve se posicionar em decúbito ventral, apoiado somente com os membros inferiores na 
maca, mantendo todo o tronco (acima das cristas ilíacas) para fora da maca e os membros inferiores fixos. 
O paciente deve cruzar os braços sobre o tórax, e o examinador solicita que o paciente mantenha a posição 
do tronco sem apoio no plano horizontal durante o tempo que conseguir. O examinador deve cronometrar o 
tempo. É definida uma nota de corte para os pacientes que apresentaram dor ou não de 28 e 29 segundos.
• Confiabilidade: CCI 0,78.
• Sensibilidade: 92,3.
• Especificidade: 94.
175
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B) 
Figura 189 – Teste de Sorensen
Teste de centralização
Com o paciente em pé ou decúbito dorsal, o examinador solicita que ele realize todas as direções 
de movimento (flexão, extensão, movimentos combinados) e as repita de 5 a 20 vezes, até que ocorra a 
centralização ou periferização definitiva.
O teste é considerado positivo para sintomas discogênicos quando acontece a centralização dos sintomas.
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 40.
• Especificidade: 94.
Figura 190 – Teste de centralização
176
Unidade IV
Teste de distensão dural na posição sentada (slump)
O examinador posiciona o paciente sentado, com os membros inferiores livres, e solicita que 
incline o tronco parafrente, fletindo a coluna. O avaliador se posiciona ao lado do paciente, com 
uma mão na base do crânio dele. Enquanto o paciente mantém a cabeça e o pescoço em posição 
neutra, ou seja, somente com a inclinação do tronco, o avaliador questiona se os sintomas foram 
desencadeados. Se a resposta for não, o avaliador flexiona o pescoço do paciente. Nesse momento, 
o paciente estará com o tronco e o pescoço flexionados, e o avaliador deverá questionar novamente 
sobre o aumento dos sintomas ou não. Se a resposta ainda for negativa, o avaliador deverá realizar 
a extensão do membro inferior a ser avaliado (no qual o paciente relata sintomas) e questionar 
novamente sobre a presença de sintomas.
O teste é considerado positivo para herniação do núcleo pulposo ou radiculopatia lombar quando 
os sintomas do paciente são desencadeados, indicando compressão da dura-máter e da medula espinal 
ou de raízes nervosas..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 83.
• Especificidade: 55.
Figura 191 – Slump test
Elevação da perna reta (Lasègue)
O paciente deve estar em decúbito dorsal, com pescoço e cabeça em posição neutra. O examinador 
apoia o calcanhar de um membro do paciente e, com o membro contralateral em extensão, realiza uma 
flexão de quadril com o joelho em extensão, até que ocorra a exacerbação dos sintomas.
177
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
O teste é considerado positivo para herniação do núcleo pulposo ou radiculopatia lombar quando 
os sintomas são reproduzidos..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 78.
• Especificidade: 64.
Figura 192 – Teste de Lasègue
Palpação dos nervos isquiáticos, tibial e fibular comum
O paciente deve estar em decúbito dorsal para teste do nervo fibular comum e em decúbito ventral 
para teste dos nervos isquiáticos e tibial.
O examinador aplica uma pressão suave na parte posterior da cabeça da fíbula (para nervo fibular), a 
meio caminho entre a linha da tuberosidade isquiática até o trocânter maior do fêmur (nervo isquiático) 
e no ponto médio da prega poplítea (para nervo tibial).
O teste é positivo para dor na perna relacionada a dor lombar quando o paciente relatar dor ou 
desconforto se comparado ao lado contralateral..
• Confiabilidade: Kappa 0,96.
• Sensibilidade: 85.
• Especificidade: 60.
178
Unidade IV
Figura 193 – Palpação dos nervos isquiáticos, tibial e fibular
Teste de tensão do nervo femoral
O paciente permanece em decúbito ventral, e o examinador coloca uma das mãos na espinha ilíaca 
posterosuperior do mesmo lado em que irá fletir o joelho passivamente. Então, o examinador começa 
a fletir o joelho do paciente até iniciarem os sintomas. Pode ser realizado o aumento de extensão de 
quadril para elevar a sensibilidade do teste.
O teste é positivo para hérnia de disco lombar lateral quando os sintomas são reproduzidos..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 84.
• Especificidade: NT.
A) B) 
Figura 194 – Tensão do nervo femoral
179
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Teste de extensão lombar passiva
O paciente deve estar em decúbito dorsal, e o examinador realiza passivamente a extensão da 
coluna lombar com os membros inferiores em extensão, segurando os membros inferiores do paciente 
pelo tornozelo.
O teste é positivo para instabilidade quando o paciente relata dor, sensação de peso na região 
lombar e sensação de que está saindo do lugar..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 85,7.
• Especificidade: 45,5.
Figura 195 – Teste de extensão lombar passiva
Sinal do pinçamento doloroso
O paciente fica em decúbito dorsal, e o examinador solicita que o paciente eleve suas pernas, 
mantendo o joelho em extensão cerca de 30 cm para fora da maca. Depois, solicita que retorne as 
pernas para a maca.
O teste é positivo para instabilidade quando o paciente realiza uma queda rápida das pernas na maca.
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 39,8.
• Especificidade: 72,6.
180
Unidade IV
Figura 196 – Sinal do pinçamento doloroso
Finalizados os testes especiais, se o avaliador desconfiar de envolvimento neurológico relacionado 
aos sinais clínicos do paciente, é importante realizar a avaliação de reflexos patelar (L3-L4), posteriores 
de coxa mediais (L5-S1), posteriores de coxa laterais (S1-S2), tibial posterior (L4-L5) e calcanear (S1-S2).
Figura 197 – Avaliação dos reflexos neurológicos
Seguindo na avaliação dos aspectos neurológicos, quando o paciente apresentar sinais clínicos 
que indiquem lesão neurológica, o examinador deve avaliar os dermátomos para buscar alterações 
de sensibilidade, possível lesão de nervo periférico e nível de acometimento. Deve passar as mãos em 
todas as fases da perna e do pé, no abdome, nas costas, na coxa anterior e posterior, medialmente e 
lateralmente à coxa em ambos os membros, e buscar diferenças na sensibilidade quando comparados.
181
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Níveis dos principais dermátomos
C5 Clavículas
C5, 6, 7 Partes laterias dos membros superiores
C8; T1 Faces mediais dos membros superiores
C6 Polegar
C6, 7, 8 Mão
C8 Dedos anelar e mínimo
T4 Nível dos mamilos
T10 Nível do umbigo
T12 Regiões inguinais ou virilhas
L1, 2, 3, 4 Superfícies anteior e interna dos membros inferiores
L4, 5; S1 Pé
L4 Face medial do hálux
L5; S1, 2 Faces externa e posterior dos membros inferiores
S1 Margem lateral do pé e quinto pododáctilo
S2, 3, 4 Períneo
Intumescência 
lombossacral
Filamento terminal 
interno (parte pial)
Filamento 
terminal 
externo 
(parte pial)
Cone medular 
(término da 
medula espinal)
Cauda equina
Sacro
Término do 
saco dural
Nervo coccígeo
Cóccix
Relacionamento dos 
nervos com a coluna
Nervos cranianos
Nervos torácicos
Nervos lombares
Nervos sacral e coccígeo
Nervo espinal de C8 sai abaixo da vértebra C7 
(existem 8 nervos cervicais, mas somente 7 vértebras cervicais)
Nervo espinal de C1 sai acima da vértebra C1
Nervos espinais e dermátomos sensitivos
Padrão dematomal
Intumescência 
cervical
Base do crânio
Figura 198 – Imagem ilustrativa das delimitações das regiões de inervação sensitiva
Palpação
Quando realizamos a palpação da região lombar a fim de localizar a origem da dor ou do desconforto 
do paciente, devemos, durante toda a avaliação, questionar o paciente a cada palpação quanto à 
presença ou não dos sintomas.
Começando pela parte anterior da região lombar, o examinador posiciona o paciente em decúbito 
dorsal e inicia a palpação pela cicatriz umbilical, localizada na altura de L3-L4, que é o ponto de inserção 
dos quadrantes abdominais. Nessa região, palpamos algumas vísceras, como o apêndice no quadrante 
inferior direito, o fígado no quadrante superior direito e os rins quadrantes superiores direito e esquerdo, 
para descartar qualquer dor ou desconforto proveniente dessas estruturas. Dependendo do paciente, o 
examinador pode conseguir palpar, saindo da marca de L4-L4 (cicatriz umbilical) e descendo até L4, L5, 
S1, as facetas articulares anteriores desse paciente e o ligamento longitudinal.
182
Unidade IV
Descendo para a região inguinal, o examinador pode palpar as espinhas ilíacas ântero-superiores e a 
sínfise púbica. Nessa região, além de buscarmos sintomas de hérnia, abcesso e infecção na palpação dos 
linfonodos, o examinador deve palpar os tendões, as origens e as inserções de musculaturas que estão 
localizadas nessa região, como adutores, psoas e quadríceps femoral, e questionar o paciente sobre a 
presença de desconforto ao palpar cada estrutura.
Na crista ilíaca, podemos palpar a musculatura flexora de quadril (psoas maior e menor e ilíaco) 
em busca de espasmos e contraturas musculares. Pode-se observar o alinhamento entre as cristas e o 
alinhamento na região da sínfise púbica.
Ligamento pubofemoral
Ramo superior do púbis
Ramo inferior do púbis
Ligamento iliofemoral
Ligamento isquiofemoral
Zona orbicular
Trocanter maior
Trocanter 
maior
Trocanter 
maior
Crista intertrocantérica
Trocanter menor
Espinha ilíaca antero-superior
Espinha ilíaca 
antero-superior
Espinha ilíaca antero-inferiorEspinha ilíaca 
antero-inferior
Eminência iliopúbica
Lábio do acetábulo (fibrocartilagíneo)
Artéria obrutratória
Ramo anterior
Ramo posterior
Ramo acetabular
Membrana obturadora
Ligamento transverso do acetábulo
Túber isquiático
Túber 
isquiático
Protusão da 
membrana 
sinovial
Espinha 
isquiática
Trocanter menor
Linha 
intertrocantérica
Colo do fêmur
Cabeça do fêmur
Cartilagem articular
Face semilunar 
(articular do 
acetábulo)
Linha intertrocantérica
Ligamento da 
cabeça do fêmur 
(cortado)
Trocanter menor
Gordura na fossa do acetábulo 
(coberta pela membrana sinovial)
Ligamento iliofemoral (ligamento em Y de Bigelow)
Vista anterior
Vista posterior
Articulação aberta: 
vista lateral
Bolsa iliopectínea (sobre o espaço nos ligamentos)
Figura 199 
Já no aspecto posterior, o examinador começa palpando os processos espinhosos da coluna lombar. 
Para ter uma referência de qual vértebra lombar está palpando, o examinador deve posicionar as mãos 
nas cristas ilíacas e seguir posteriormente até a linha média do tronco; o processo espinhoso que tocar ali 
é referente a L4-L5, e, a partir daí, todas as outras vértebras lombares devem ser palpadas. O examinador 
deve buscar sinais de espasmos musculares, dor à palpação, desalinhamento e alguma depressão entre 
as vértebras que possa indicar escorregamento.
183
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Ao palpar o processo espinhoso de uma vértebra lombar, se o examinador posiciona os quirodáctilos 
lateralmente de 2 cm a 3 cm, ele chega às facetas articulares da vértebra, que são mais profundas e 
possuem a musculatura paravertebral sobreposta à região, podendo dificultar a palpação das facetas. 
Retornando ao processo espinhoso de L5, se o examinador descer os quirodáctilos, chegará ao sacro, 
que também possui processos espinhosos. Porém, pela sua anatomia mais fundida, é muito difícil 
diferenciá-los na palpação.
Ainda durante a palpação na parte posterior, o examinador pode palpar a espinha ilíaca póstero-superior 
e realizar a palpação de toda a crista posteriormente, tentando rastrear algum sintoma de dor ou 
desconforto. Mais distalmente, entre o sacro e o trocânter maior do quadril, o examinador pode palpar 
a musculatura glútea e piriforme em busca de espasmos, nódulos anormais e alteração de sensibilidade.
Logo abaixo das pregas glúteas, realizando uma pressão maior para vencer todo o tecido mole 
sobreposto, o examinador localiza a tuberosidade isquiática. Movendo mais lateralmente, ele pode 
palpar o troncânter maior do quadril, músculo tensor da fáscia lata.
Espinha ilíaca 
póstero-superior
Espinha ilíaca 
póstero-superior
Face auricular 
(para o sacro)
Espinha ilíaca antero-superior
Espinha ilíaca antero-superior
Asa do ílio (face glútea)
Linha intermédia
Tubérculo ilíaco
Lábio externo
Crista ilíaca
Acetábulo
Face semilunar
Limbo (margem) do acetábulo
Incisura do acetábulo
Ramo superior do púbis
Tubérculo púbico
Tubérculo púbico
Fase sinfisial
Eminência iliopúbica
Linha arqueada
Ramo superior do púbis
Linha pectínea do púbis
Crista obturatória
Crista obturatória
Ramo inferior do púbis
Ramo inferior do púbis
Linha intermédia
Lábio interno
Tuberosidade ilíaca
Crista 
ilíacaTúber isquiático
Túber isquiático
Corpo do ísquio
Corpo do ísquio
Incisura isquiática menor
Incisura isquiática menor
Espinha isquiática
Espinha isquiática
Corpo do ílio
Corpo do ílio
Incisura isquiática maior
Incisura isquiática maior
Linhas 
glúteas
Posterior
Anterior
Inferior
Ramo do ísquio
Ramo do ísquio
Ílio
Ísqui
Púbis
Vista medial
Vista lateral
Forame 
obturado
Forame 
obturado
Espinha ilíaca antero-inferior
Espinha ilíaca antero-inferior
Asa do ílio (com a fossa ilíaca)
Espinha ilíaca 
póstero-inferior
Espinha ilíaca 
póstero-inferior
Figura 200 
184
Unidade IV
8.6 Avaliação multidimensional
Em 90% dos casos de dor lombar, não é possível associar sintomas a exames clínicos e complementares. Por 
isso, na maioria das vezes, ela é definida como dor lombar não específica (DLNE) (FOSTER et al., 2018). Há uma 
multidimensionalidade de fatores que contribuem para o surgimento ou a persistência dos sintomas, como os 
fatores psicológicos, sociais, genéticos e biológicos que estão envolvidos na modulação da dor (JULL, 2017).
Na maior parte das áreas da medicina, o diagnóstico é considerado a chave para a eficácia do tratamento. 
Porém, quando tratamos a dor lombar, esse não é o cenário mais comum; o foco dos estudos clínicos ainda 
é muito direcionado à subdivisão desses pacientes baseada apenas em características biológicas da doença.
Contudo, em 90% dos casos, em que não existe uma causa específica, a multidimensionalidade de 
fatores que podem influenciar na DLNE dificulta a classificação desses pacientes. Portanto, torna-se 
extremamente necessária uma avaliação multidimensional desses pacientes, substituindo a avaliação 
puramente física, que envolve somente aspectos biológicos da dor.
Através de questionários validados e com boas propriedade psicométricas, fisioterapeutas 
musculoesqueléticos podem facilmente investigar todos esses aspectos sociais e comportamentais da 
dor (NIJS et al., 2013).
Na teoria, o modelo biopsicossocial é representado por três esferas, que englobam aspectos 
psicológicos, biológicos e sociais, e valoriza a importância do entendimento de cada aspecto e sua 
influência na dor de cada indivíduo (JULL, 2017).
A prevalência de depressão e ansiedade em paciente com DLNE é de 48,5% e 55%, respectivamente 
(SAGHEER; KHAN; SHARIF, 2013). A depressão está diretamente associada à maior intensidade e duração 
da dor e ao prognóstico ruim ao tratamento, o que produz maior incapacidade e afeta progressivamente 
a qualidade de vida. Sendo assim, a depressão é um dos fatores associados à incapacidade no paciente 
com dor lombar (HUNG; LIU; FU, 2015).
Outro fator comum em pacientes com DLNE é o distúrbio do sono. O sono é essencial para manter 
normais as condições emocionais, físicas e mentais. Os distúrbios do sono levam à diminuição de horas 
de trabalho e ao maior risco de lesão musculoesquelética. Estudos mostram que aproximadamente 50% 
dos pacientes com DLNE apresentam algum distúrbio relacionado ao sono (BAHOUQ et al., 2013). A dor 
associada a distúrbios do sono pode afetar a qualidade de vida, o nível de atividade física, a vida social e 
os aspectos emocionais; por isso, contribui diretamente para um mau prognóstico do paciente com DLNE.
É de extrema importância o entendimento da dor e de todos os seus aspectos para a tomada de decisão 
quando tratamos dos paciente com DLNE. A educação do paciente sobre a dor é uma das ferramentas 
adequadas (NIJS et al., 2013) para o manejo da dor no paciente com DLNE (MILES et al., 2011).
Portanto, a teoria biopsicossocial, que ressalta que os fatores associados à incapacidade, como os 
aspectos cognitivos, ambientais e sociais, podem influenciar na cronicidade da dor, vem sendo agregada 
e deve ser valorizada na avaliação e no tratamento de pacientes com dor lombar, na tentativa de 
melhorar o direcionamento do tratamento e torná-lo cada vez mais eficaz.
185
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Psico Social
Bio
Biomecânica
Sono
Dor
ForçaFunção
Depressão/
Ansiedade
Catastrofização
Cinesiofobia Profissão
Situação 
socioeconômica
Nível de 
escolaridade
Figura 201 – Diagrama biopsicossocial
8.7 Avaliação postural
8.7.1 Definição
O conceito de postura, definido há décadas, diz respeito a um estado de equilíbrio muscular e 
esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra uma lesão ou deformidade, em posição 
ereta, deitada, agachada ou encurvada. O termo também é utilizado para descrever o alinhamento corporal 
associado à orientação do corpo no ambiente.
Porém, o termo referente à posturologia, atualmente, ainda não é considerado um conceito fixo e 
é compreendido como parte da fisionomia fixa das estruturas inerentes do corpo, determinadas pela 
herança genética, ou parte da fisionomia móvel,determinada pela patologia ou pela cultura. Portanto, 
a postura é definida pelas genealogias entrelaçadas dos vários usos e significados associados ao próprio 
termo “postura”, e não necessariamente pelas reivindicações daqueles que definem qual postura deve 
ser. Desse modo, possui múltiplos significados abrangentes que exemplificam as genealogias inerentes 
a qualquer compreensão do corpo humano.
Com base na sustentação do corpo, atuam diversas estruturas ósseas que incluem toda a coluna 
vertebral, desde a coluna cervical até a coccígea e axial, envolvendo os membros distais, as estruturas 
musculares que circundam a coluna vertebral, desempenhando papel importante na sustentação da 
coluna vertebral e na estabilização do tronco, e, por fim, as estruturas ligamentares, que se adaptam 
facilmente aos movimentos realizados. Portanto, os componentes estáticos e dinâmicos do nosso corpo 
se complementam para melhor adequação da coluna vertebral diante de situações diárias.
A coluna vertebral comporta quatro curvas na vista sagital: a lordose cervical, a cifose torácica, a lordose 
lombar e a cifose sacral. Essas são responsáveis por permitir maior eficiência na absorção de energia e na 
mobilidade da coluna vertebral. Em um plano frontal, é considerada uma estrutura óssea retilínea, fazendo 
com que a presença das curvaturas no plano sagital aumente a resistência à compressão axial dez vezes mais.
No decorrer da formação embrionária, as curvaturas consideradas primárias são caracterizadas por 
terem conservado suas formas no embrião, e as secundárias como o resultado de adaptação do esqueleto. 
186
Unidade IV
Sendo assim, as curvas dorsal e sacral são consideradas primárias, e a cervical e lombar secundárias, uma 
vez que, a partir do desenvolvimento da posição pronada, o recém-nascido eleva a cabeça, promovendo 
um estímulo para a adaptação da lordose cervical. Assim, a partir da posição sentada, e evoluindo para 
a postura bípede, inicia-se a formação da lordose lombar.
Durante centenas de anos, as bases literárias sobre esse tema englobavam diversas vertentes que nos 
levavam a considerar o sistema postural como um sistema estruturado com múltiplas funções, como: 
lutar contra a gravidade e manter a postura ereta; opor-se às forças externas em situações necessárias; 
situar-se no espaço-tempo estruturado que nos envolve; equilibrar-se durante o movimento e guiar e 
reforçar o movimento. Desse modo, deu-se a importância necessária para a realização de uma avaliação 
física com ênfase na análise postural.
Na prática clínica, essa avaliação é realizada durante a análise do exame físico. Dessa forma, é considerada 
uma abordagem qualitativa com baixa sensibilidade e baixa confiabilidade intra e interavaliadores.
Durante o exame físico, há determinados conceitos e fundamentos da postura que devem ser 
esclarecidos para melhor abordagem.
Posição anatômica
A posição anatômica é considerada uma referência para definições e descrições dos planos e eixos 
corporais. Considera-se a posição anatômica do corpo aquela posição ereta, com a face direcionada 
para frente, os membros superiores ao lado do corpo, as palmas direcionadas para frente e os dedos e 
polegares estendidos.
Figura 202 – Posição anatômica
187
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Eixos
Os eixos são as linhas sobre as quais o movimento ocorre. Existem três tipos de eixos em ângulo reto 
entre si:
• Eixo sagital: localizado no plano sagital, estende-se horizontalmente na direção ântero-posterior. 
Os movimentos de abdução e adução ocorrem sobre esse eixo no plano coronal.
• Eixo coronal: localizado no plano coronal, estende-se horizontalmente na direção laterolateral. 
Os movimentos de flexão e extensão ocorrem sobre esse eixo no plano sagital.
• Eixo longitudinal: estende-se verticalmente na direção craniocaudal. Os movimentos de rotação 
medial e lateral, abdução e adução horizontal do ombro ocorrem sobre esse eixo no plano transverso.
Planos
Os três planos básicos de referência derivam das dimensões no espaço e formam ângulos retos entre si:
• Plano sagital: é vertical e se estende na direção ântero-posterior. O plano sagital mediano divide 
o corpo nas metades direita e esquerda.
• Plano coronal: é vertical e se estende na direção laterolateral. O plano coronal ou frontal divide 
o corpo nas porções anterior e posterior.
• Plano transverso: é horizontal e divide o corpo nas porções superior e inferior, craniana e caudal, 
respectivamente.
Plano sagital Plano coronal Plano transverso
Figura 203 – Planos anatômicos do corpo humano
188
Unidade IV
 Lembrete
Os eixos são as linhas sobre as quais o movimento ocorre. São eles: eixo 
sagital, coronal e longitudinal.
Os planos são referências que derivam das dimensões no espaço. São 
eles: plano sagital, coronal e transverso.
Tipos de alinhamento postural
A curvaturas fisiológicas da coluna vertebral consistem em uma curva convexa anteriormente no 
pescoço (lordose cervical), uma curva convexa posteriormente na região dorsal (cifose torácica) e uma 
curvatura convexa anteriormente na região lombar (lordose lombar).
De acordo com a linha de pensamento de Kendall e McCreary (2005), em uma postura alterada, a pelve 
pode estar inclinada anteriormente, posteriormente ou lateralmente. Em uma postura cifótica-lordótica, a 
pelve inclina-se para frente, criando um aumento da curva anterior dessa região e gerando maior lordose. 
Na postura com dorso plano e sway back, a pelve inclina-se para posterior, e a coluna lombar se torna plana.
Alinhamento 
ideal
Postura 
cifótica-lordótica
Postura com o 
dorso plano
Postura com deslocamento 
posterior do dorso (sway-
back ou relaxada)
Figura 204 – Tipos de alinhamento postural
Método clássico de avaliação postural
Através de inúmeros pesquisadores, foi-se elaborando um sistema de avaliação postural, de maneira 
a integrar todos os componentes a serem analisados nos planos sagital, frontal e axial e as considerações 
a respeito dos tipos de alinhamento postural.
189
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Equipamentos de avaliação
Durante uma avaliação postural clássica, pode-se utilizar diversos equipamentos para execução:
• Linha ou fio de prumo: a linha é suspensa a partir de um suporte acima da cabeça, e o peso de 
chumbo é fixado em contato com o chão.
• Caneta marcadora: a caneta é utilizada para marcações em pontos de referências anatômicas e 
para melhor visualização de desvios.
• Fita métrica: a fita é utilizada para mensurar o comprimento de membros e as circunferências, 
seja abdominal, seja de cintura pélvica, seja do membro.
• Vestimenta adequada: para melhor visualização de todo o corpo humano e referências 
anatômicas, solicita-se ao paciente que utilize roupas que cubram as regiões íntimas (um biquíni 
para as mulheres e uma sunga para os homens), possibilitando melhor análise das estruturas.
Referências anatômicas
Segundo Ferreira et al. (2010), para padronizar um método de avaliação postural, consideram-se 
algumas estruturas do corpo para tomada de referências anatômicas: tragus, acrômio, espinha ilíaca 
ântero-superior (EIAS), trocânter maior do fêmur, linha articular do joelho, ponto médio da patela, 
tuberosidade da tíbia, maléolos laterais, maléolos mediais, ponto médio entre o segundo e terceiro 
metatarso, processo espinhal de C7 e T3, ângulo inferior da escápula, espinha ilíaca póstero-superior 
(EIPS), linha medial da perna, tendão calcâneo e calcâneo.
Figura 205 – Referências anatômicas
190
Unidade IV
Desse modo, percebe-se que a avaliação postural é minimamente detalhada, subjetiva e descritiva 
e aponta possíveis diagnósticos ou causas de desfechos sobre a dor, sendo um complemento ao 
exame físico do paciente. Alguns pesquisadores incluem testes para flexibilidade e comprimento 
muscular e teste de força muscular para posterior execução do raciocínio clínico e interpretação 
dos achados dos testes.
8.7.1.1 Testes de flexibilidade e comprimento muscular
Teste do ângulo

Outros materiais