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Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 1 Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Prof. Ms. Valdemirson Alves Barboza Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 2 3 Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 3 Professor Mestre Valdemirson Alves Barboza 3 Introdução 3 1- Marketing de Eventos 6 1.1 - Eventos 7 1.1.1 - Classificações de Eventos 7 1.1.1.1 - Subdivisão dos eventos 7 1.1.1.2- Natureza das atividades 8 1.1.1.4 - Classificação quanto ao escopo 8 1.1.1.7 - Classificação quanto à natureza 9 1.1.2 - Mercado em crescimento 9 1.2 - Marketing de Evento 10 1.2.1 - Entendendo o Marketing Promocional 12 1.3 – Os cinco Ps do Marketing de Eventos 14 2 - O papel do Patrocínio, do Relações Públicas, da propaganda e do merchandising em eventos 15 2.1 – O Patrocinador 15 2.2 – O Relações Públicas 17 2.3 – A Propaganda em eventos 18 2.4 – O merchandising em eventos 19 3 - Eventos empresariais como estratégia para fortalecimento da imagem institucional. 21 3.1 - Objetivos individuais dos eventos 21 3.2 - Eventos para público interno 22 3.3 Eventos para público externo 22 3.4 – A Organização de Eventos 22 3.5 - O Planejamento de Eventos 23 3.6 - ventos Institucionais: reuniões, conferências, exposições, café da manhã e outros. 23 5 - Eventos promocionais: feiras e exposições 29 6 - Marketing de eventos especiais: festivais e shows 31 6.1 Definições de megaevento, festivais e shows. 34 7 - Legislação para eventos 35 8 - Normas e alvarás e direito do consumidor 40 8.1 - Normas e Alvarás 40 8.2 – Direito do consumidor 43 9 - Gestão de eventos de natureza pública ou privada: serviços de terceiros, contratos, fornecedores e orçamentos 45 9.1 - Gestões de eventos de natureza pública ou privada 45 9.2 - Serviços de Terceiros 46 9.3 – Contratos 47 9.4 – Fornecedores e Orçamentos 48 Bibliografia 50 Planejamento e organização de eventos emPresariais Professor mestre valdemirson alves Barboza Nessa apostila serão apresentados os conceitos e definições de marketing de eventos e a classificação dos eventos. Serão abordados também os conceitos de eventos empresariais, as estratégias para fortalecimento da imagem institucional através dos eventos e a tipologia existente no mercado de eventos empresariais. Itens como a organização de eventos institucionais e promocionais, os eventos empresariais como estratégia para fortalecimento da marca organizacional, eventos corporativos na área pública e privada também serão detalhados como forma de melhor compreensão da abrangência e importância dos eventos nas corporações e, como último tópico, serão apresentados os principais pontos relacionados à legislação de eventos, envolvendo normas, alvarás e o direito do consumidor. introdução O marketing se apresenta como uma novidade do século XX, desenvolvido ao longo da vida das empresas na sociedade capitalista pós Revolução Industrial. Logo após o início da revolução industrial, ocorrida no século XIX, na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, o foco das empresas estava na produção de bens em maior quantidade (o que chamamos de economia de escala e cujo maior exemplo é Henry Ford com seus enormes veículos pretos), tudo que era produzido era consumido, já que o mercado se encontrava carente de produtos industrializados. Com a evolução do capitalismo, a própria concorrência foi aumentando, gerando nas empresas a necessidade de se ampliar os esforços de vendas para que seu produto pudesse se sobressair ao dos concorrentes. O primeiro foco do marketing, portanto, era na produção e nas vendas, não importando as necessidades dos clientes. Os fabricantes se preocupavam em produzir uma mercadoria que se adequasse para o maior número de pessoas possível. Essa ideia mudou e o foco passou a ser o cliente, com as suas reais necessidades. Muitos empresários se perguntam o que exatamente é o marketing. Mas para chegar a uma resposta concisa é um pouco difícil devido à expansão. Marketing significa ação no mercado, ou seja, o estudo da dinâmica das ações do mercado e o termo foi traduzido para o Brasil como mercadologia, sendo os profissionais da área design ados como mercadólogos. O marketing tem diversas conceituações, uns dizem que é o conjunto de estratégias para direcionar o posicionamento de uma marca, produto ou serviço. Outros falam que é atender as necessidades, mas basicamente é a atividade humana que visa facilitar as relações de troca, satisfazendo desejos e necessidades de clientes e fornecedores. Philip Kotler é considerado um autor de referência quando se fala em marketing, portanto, transcrevemos sua definição para o termo: “é o processo social e administrativo pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e o que desejam através da criação e troca de produtos e valores com outras pessoas”. O estudo da relação de trocas é realmente o ponto principal do marketing, já que o marketing trata da comercialização seja de produtos, de serviços ou de conceitos. sumário Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 4 5 Em apresentação dos panoramas do marketing para os anos 90, Philip Kotler apresentou um conceito mais sintético de marketing “atender as necessidades dos clientes com lucros”, o que preserva a ideia da troca, já que você precisa dar algo ao cliente para atender as necessidades dele e, em troca, ele lhe dá algo que traz lucros (seja esse lucro financeiro, ou qualquer outra forma de compensação). Ao ler sobre marketing, percebemos que ele nunca obteve uma explicação definitiva. Se procurarmos definições para o termo, encontraremos centenas delas. Com certeza uma diferente da outra. Vejamos: “Marketing é o conjunto de atividades huma- nas que tem por objetivo facilitar e consumar relações de troca”. (Kotler) “... o processo através do qual a economia é integrada à sociedade para servir às necessida- des humanas”. (Peter Drucker) “... o processo de conquistar e manter clien- tes”. (Theodore Levitt) “Marketing é o desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e ser- viços do produtor ao consumidor, ou usuário”. (American Marketing Association). Para complicar um pouco mais, autores vão descrevendo e desenvolvendo novos tipos de Marketing. Alguns deles consagrados como: Alguns conceitos: MARKETING DE NICHO - Estratégia de ataque a uma parte do mercado, através de uma segmentação bastante estreita, visando atender um grupo pequeno desse mercado, com um composto personalizado e específico para o nicho. MARKETING DE RELACIONAMENTO - Permitir que empresas mantenham relacionamento estreito/parceria com seus clientes e com isso consigam a lealdade dos mesmos. Uma filosofia que visa fidelizar seus clientes. MARKETING DE SERVIÇOS - Disciplina que estuda os fenômenos e fatos que ocorrem na venda de serviços. Entre os serviços, podemos citar os de lazer (hotéis, excursões), os de interesse público (transporte, comunicação), os imobiliários (locação, venda de apartamento, casas), os de alimentação (rotisseries, congelados), os de engenharia (instalações, manutenção), os de seguro (de vida, de acidentes pessoais), os de saúde (hospitais, planos de saúde) entre outros. MARKETING DE VAREJO - Atividade comercial responsável por providenciar mercadorias e serviços desejados pelos consumidores. Henri Richter definiu o varejo como um processo de compra de produtos e quantidade relativamente grande dos produtores, atacadistas e outros fornecedores e posterior venda em quantidades menores ao consumidor final. MARKETING DIRETO- Marketing efetuado através de propaganda em vários tipos de mídia que interagem diretamente com os consumidores, geralmente solicitando a eles que apresentem uma resposta direta. MARKETING INTERNO - Marketing executado por uma empresa de serviços para treinar e motivar de forma efetiva os funcionários que entram em contato com o consumidor e com todo o pessoal de apoio no serviço, de modo a trabalhar uma equipe para proporcionar a satisfação do cliente. MARKETING POLÍTICO - Emprego das ferramentas do marketing a fim de posicionar o candidato. Destacam- se a pesquisa de mercado eleitoral, o planejamento do conceito do candidato às estratégias, que serão aplicados à mídia a ser utilizada e à organização geral da campanha. MARKETING SOCIAL - Atividade empreendida para gerar mudança de comportamento e atitudes visando uma transformação social. Marketing para causas sociais: estratégia de posicionamento que associa uma empresa/ marca a uma causa social visando agregar valor à marca e estimular as vendas. MARKETING REVERSO - Representa a busca de fornecedores por parte de uma empresa. No modelo tradicional era o fornecedor quem buscava o cliente. Há muitas razões para um comprador aplicar o marketing reverso, entre elas destacam-se as seguintes: altos retornos, deficiências de mercado, considerações futuras, procurações políticas, questões geográficas e ambientais, tecnologia, reconhecimento e valorização, além de tendências atuais. É uma maneira agressiva e imaginativa de alcançar os objetivos de suprimentos em que o comprador toma a iniciativa de fazer as propostas, sejam para fornecedores, ou para usuários dentro da organização. MARKETING EM MASSA - Abordagem de marketing que visa atingir todos os consumidores de maneira única. MARKETING INSTITUCIONAL - Atividades empre- endidas para criar, manter ou alterar as atitudes e com- portamentos dos clientes-alvo para com uma organização. MARKETING DE PERMISSÃO - Marketing de Per- missão – forma diferenciada de email marketing, onde é a utilizada de forma deliberada e autorizada o email como mídia. Com ele, empresas e outras organizações (entida- des, partidos políticos etc.) têm acesso privilegiado a um grupo seleto de pessoas com o objetivo de difundir ideias, vender produtos e serviços etc. MARKETING PESSOAL - É o ato de um indivíduo ir modificando seu comportamento e sua forma de agir, visando um melhor posicionamento no mercado, ou em empresas que lhe interessam. Para isso, o indivíduo precisa desenvolver técnicas para poder divulgar sua imagem, sua competência e utilizar seus contatos para chegar onde quer. MARKETING DIGITAL - São ações de comunicação que as empresas podem utilizar por meio da Internet e da telefonia celular e outros meios digitais para divulgar e comercializar seus produtos, conquistar novos clientes e melhorar a sua rede de relacionamentos. O marketing digital engloba a prática de promover produtos ou serviços através da utilização de canais de distribuição eletrônicos para chegar aos consumidores rapidamente, de forma relevante, personalizada e com mais eficiência. MARKETING CULTURAL - Segundo Vaz (1995), marketing cultural é o conjunto das ações de marketing utilizado no desenvolvimento de um projeto cultural e aplicado tanto em relação aos objetivos e critérios que orientam a concessão de fundos, como quanto aos procedimentos de arrecadação de recursos. MARKETING RELIGIOSO Visa satisfazer as necessidades das pessoas no campo da fé. MARKETING DE TURISMO - Adaptação planejada e convergente das empresas de turismo, no âmbito privado ou público, abrangendo o local regional, nacional e internacional, objetivando a satisfação dos clientes de determinados segmentos com o intuito de obter lucros. MARKETING ESPORTIVO - Segundo Bertoldo (2000), marketing esportivo é um conjunto de ações vol- tadas à prática e à divulgação de modalidades esportivas, clubes e associações, seja pela promoção de eventos e torneios ou pelo patrocínio de equipes e clubes esportivos. MARKETING GLOBAL - Integração que envolve produtos padronizados, embalagem uniforme, nome de Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 6 7 marca idêntico, introdução sincronizada de produtos no mercado, mensagem de propaganda semelhante, ou mesma coordenação de campanha de vendas em diversos mercados de vários países. MARKETING BUSINESS TO BUSINESS - Ou ma- rketing empresarial - é o conjunto de relações existentes entre organizações, produtoras de bens e/ou prestadoras de serviço, visando um benefício específico. MARKETING LOCAL - Implica desenvolver marcas e promoções sob medida para atender as necessidades e os desejos de grupos e clientes locais como, cidade, bairros e até mesmo lojas específicas. Fontes: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/marke- ting-pessoal-afinal-o-que-e-isso/20745/ http://www.portaldomarketing. com.br/Dicionario_de_Marketing/M.htm–http://pt.wikipedia.org/wiki/ Marketing_digital Ao interpretar os vários conceitos e as várias definições sobre marketing, observar-se que o consumidor é o primeiro foco do marketing e também percebemos que, com o passar do tempo, algumas mudanças e adaptações redefiniram bastante a função do marketing que incluem os seguintes itens na visão de Allen (2008). 1.1 - Eventos Os eventos sempre estiveram presentes em nossa sociedade, desde as mais antigas épocas até a atual. Atividades como reuniões nomeadas de eventos, com a finalidade de ampliar seus relacionamentos e o convívio seja entre parentes, no trabalho, na escola ou no lazer e de quebrar a rotina do dia a dia fazem parte das mais diversas organizações como famílias, igrejas, empresas etc. De uma maneira geral, o evento tem uma característica básica - propiciar uma ocasião especial para o encontro de pessoas, que se reúnem com um objetivo específico. Conforme artigo disponibilizado no site http:// tronsmone.blogspot.com/2010/08/origem-dos-eventos. html, os primeiros eventos registrados na história foram os Jogos Olímpicos da Antiguidade, realizados pela primeira vez em 776 a.C., em Olímpia, Grécia. Devido ao sucesso, o evento passou a ser realizado de quatro em quatro anos, durante mil anos, expandindo-se para outras cidades gregas. A mobilização das pessoas era tamanha que havia até trégua das guerras, muito comuns naquela época. Com o fim da era conhecida como Antiguidade, o evento foi suspenso até 1896, ano que marcou a primeira versão dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas. O Carnaval é outro evento que surgiu na Antiguidade, em 500 a.C., com as Festas Saturnálias. Além de lazer, permitiam representações de desejos, esperanças e folclore das cidades greco-romanas. Nos dias atuais, os eventos tornaram-se essenciais à nossa cultura. Atualmente as pessoas dispõem de um tempo maior em lazer, como uma maneira mais cuidadosa de gastar dinheiro consigo mesmas em uma busca eminente de conhecimentos e novas sensações e experiências. Canton (1997) define eventos como sendo um conjunto de ações profissionais desenvolvidas com o objetivo de atingir resultados qualificados se quantificados junto ao público-alvo; conjunto de atividades profissionais desenvolvidas com o objetivo de alcançar o seu público- alvo através do lançamento de produtos, da apresentação de pessoas, empresas ou entidades, visando estabelecer o seu conceito ou recuperar o seu público-alvo; realização de ato comemorativo, com ou sem finalidade mercadológica, visando apresentar, conquistar ou recuperar o seu público- alvo. Já Melo Neto (2001) argumenta que os eventos são, atualmente, a mais nova forma de alavancagem de qualquer negócio profissional. Sem eventos não se atrai público. Consequentemente, não há vendas, não há promoção de marcas ou produtos nem diversão, paraninguém. Enfim, nada se faz sem eventos. Os eventos tornam-se elementos de transformação social, de cultura, de educação, conscientização e mobilização de massas, além de serem os maiores e melhores geradores de conteúdo para a mídia. Os eventos criam, recriam, inovam e reinventam. Não são mais simples fatos, mas acontecimento e agentes transformadores de toda a sociedade. 1.1.1 - Classificações de Eventos 1.1.1.1 - Subdivisão dos eventos Um profissional de eventos deve identificar e analisar as demandas do patrocinador, identificando-as em termos de período de realização (timing), público-alvo (escopo), ações estratégicas de marketing e seus objetivos (finalidade), mercados-alvos (locus) e natureza das atividades envolvidas. Crescimento do número e da diversidade de serviços (incluindo eventos) que requerem diferentes abordagens de marketing do que aqueles voltados para bens. Reconhecimento dos requisitos únicos de marketing de organizações sem fins lucrativos (típico de muitos festivais). A crescente importância dos parceiros. Exemplo, a comunidade, o governo, os investidores, patrocinadores, a mídia e outros que podem ser tão influentes quando os consumidores são capazes de afetar o sucesso e a sobrevivência de uma organização. Avanços em tecnologia como a Internet, a ligação de computadores com as telecomunicações e outras inovações que afetam o marketing de serviços, incluindo eventos. Internacionalização, que criou oportunidades globais de entrar em novos mercados. Exemplo, a montagem de eventos em locais fora dos grandes centros. Fonte: Organização e Gestão de Eventos, Allen Johnny , 3ªedição, Campus,2008. É dentro dessa visão apresentada por Allen (2008) que iniciamos os nossos estudos sobre marketing de eventos e também nos apoiamos no seguinte conceito de Kotler; Keller, (2008, p.2), “o marketing está por toda parte. Formal ou informalmente, pessoas e organizações envolvem-se em um grande número de atividades que podem ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso nos negócios. E o marketing afeta profundamente nossa vida cotidiana. Ele está em tudo o que fazemos das roupas que vestimos aos sites em que clicamos, passando pelos anúncios que vemos. (...) O bom marketing não é acidental. Ele resulta de planejamento e execução cuidadosos. Em quase todos os setores, as práticas de marketing estão sendo continuamente refinadas e reformuladas para aumentar as chances de sucesso”. 1- marketing de eventos Antes de estudarmos o marketing de eventos, vamos ver alguns conceitos sobre evento e como ele se transformou em ferramenta de comunicação. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 8 9 1.1.1.2- Natureza das atividades O que define a tipologia do evento é a natureza das atividades realizadas. Há eventos especiais e de participação. Nos eventos especiais há estreita ligação em relação às comemorações e festejos de uma data histórica ou fato relevante. Já nos eventos de participação, o foco está nas atividades sociais, ecológicas, de lazer e entretenimento, através das quais objetiva-se buscar um maior envolvimento da comunidade. 1.1.1.3 - Classificação quanto ao timing Quanto ao timing, temos os seguintes tipos de eventos: Eventos permanentes aqueles que ocorrem periodicamente (mensal, semestral, anual, bianual, etc.). Por exemplo, as férias, as exposições, os bailes carnavalescos, os projetos de estações, bienais, congressos e seminários anuais. Eventos únicos àqueles que ocorrem uma única vez – casamento de um rei, nascimento de um príncipe. Eventos esporádicos ocorrem a intervalos irregulares de tempo, a critério de seus patrocinadores. Eventos de oportunidade ocorrem em épocas de realização de megaeventos internacionais (Olimpíadas, Copas do Mundo, Celebração de Anos Internacionais pela ONU). O objetivo é aproveitar o clima e a divulgação desses eventos, fatos e acontecimentos e realizar eventos de menor porte sobre o mesmo tema. 1.1.1.4 - Classificação quanto ao escopo Quanto ao escopo, encontramos eventos de massa e eventos de nicho. Os eventos de massa são destinados ao grande público. Os eventos de nicho ocorrem em ambientes selecionados e destina-se a segmentos de público específico. 1.1.1.5 - Classificação quanto à finalidade Quanto aos objetivos promocionais (finalidade), os eventos podem ser classificados como: Eventos promocionais de marcas - objetivam melhorar o perfil das marcas dos patrocinadores e aumentar a sua exposição na mídia. Eventos promocionais de produtos e serviços - visam vender produtos e serviços ao grande público. Os feirões realizados pelas concessionárias de veículos, os eventos realizados nos parques temáticos, são exemplos desta categoria de eventos. 1.1.1.6 Classificação quanto ao locus Quanto ao locus, os eventos podem ser locais, regionalizados e globais. Os eventos locais ocorrem apenas uma vez e num único local, ou diversas vezes em diferentes locais, numa única cidade. Os eventos regionalizados integram o que denominamos Projetos e se compõem dos eventos menores (shows, exposições, mostras, exibições, jogos), que se realizam em diversas cidades do país ou em uma ou mais regiões. Os eventos globais, também denominados de eventos globalizados, envolvem entidades e representantes de diversos países e atraem atenção da mídia mundial. 1.1.1.7 - Classificação quanto à natureza Quanto à sua natureza, os eventos podem ser classificados em: Artísticos e Culturais (exibições, peças teatrais, shows de música clássica e popular, exposições de arte, lançamentos de livros e filmes etc.). Científico – (medicina, botânica, outros). Comerciais/ Mercadológicos (convenções, seminários, lançamento de produtos, feiras de negócios, inauguração de empresas). Ecológicos (caminhadas e passeios ecológicos, mutirões de limpeza). Entretenimento e lazer (gincanas, jogos e brincadeiras, etc.). Especiais (carnavais fora de época, eventos sobre datas comemorativas, fatos históricos etc.) Esportivos (jogos e competições como Olimpíadas, Copa do Mundo, Fórmula 1, campeonatos, competições amistosas etc.). Folclórico (culturas regionais dos países, abordando lendas, tradições, culturas típicas). Populares (atrações abertas ao público em geral, normalmente com distribuição de brindes, doces etc.). Pode ser patrocinado por empresas ou entidades. Relacionamento/ sociais (festas, reuniões familiares, encontros, coquetéis, jantares etc.). Religiosos (envolve desde festas com oferendas para entidades religiosas, grandes missas ou encontros em estádios de futebol, teatros e outros). Técnicos/científicos (congressos, seminários, palestras, encontros, convenções, mesa redonda etc.). Turístico (explora recursos turísticos de alguma região – visitação a pontos turísticos, representações e outros). 1.1.2 - Mercado em crescimento Para Giacaglia (2003) o número crescente de eventos no Brasil, tem índice de expansão médio de 7% ao ano, conforme a Associação Brasileira de Empresas Organizadoras de Eventos (ABEOC). Segundo dados da ABEOC, são 50 mil eventos anuais, que geram mais de R$ 30 bilhões em negócios e atraem cada vez mais participantes e visitantes. A autora acrescenta que o impressionante crescimento da área de eventos explica-se sobretudo pelos inúmeros benefícios que geram para os negócios das empresas, bem como para os consumidores. Segundo a autora, os eventos possibilitam, entre outros, os seguintes benefícios: 1 – Estreitamento das relações com os clientes, possibilitando uma interação com todos os profissionais da empresa; 2 –Apresentação dos produtos/serviços da empresa para seu mercado-alvo, ampliando o leque de exposição. Por ser dirigido, o evento consegue, emum curto período de tempo e de uma só vez, atingir boa parte do público-alvo da empresa; 3 – Ganho de novos clientes, por meio da venda a curto, médio e longo prazo, além da geração de um mailing de prospecção para a equipe de vendas; 4 – Obtenção de informações sobre o mercado e concorrentes; 5 –Venda ou transmissão de informações ao canal de vendas; 6 – Atualização profissional técnica; 7 –Alavancagem da imagem institucional; 8 –Estabelecimento de novos contatos comerciais; 9 –Lançamento de novos produtos. Fonte: O evento como estratégia na comunicação das empresas – Mariângela Benine Ramos Silva Os eventos se subdividem por diversas categorias. Podem ser especiais ou de participação Podem ser classificados quanto ao seu timing, escopo, finalidade, locus e natureza. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 10 11 1.1.3 - Evento como ferramenta de comunicação O evento bem planejado e organizado pode elevar, recuperar, manter ou aumentar a im agem/conceito de uma organização junto ao seu público de interesse. Dessa forma, o evento passa a ser uma estratégia de comunicação que: 1 - Atinge o público-alvo desejado; 2 - Divulga a marca de uma empresa, 3 –Promove seus produtos, 4 - Potencializa suas vendas 5 - Contribui para a expansão e a conquista de novos mercados. Fonte: O evento como estratégia na comunicação das empresas – Mariângela Benine Ramos Silva Em termos de negócios, os eventos vêm se tornando cada vez mais essenciais à vida econômica das empresas. A cada ano eles crescem em número, proporções e grau de sofisticação. Competindo com e até, eventualmente, superando em importância a publicidade e propaganda, assumindo um papel transformador da imagem institucional das organizações. Como podemos perceber, a definição da empresa pelo uso do evento é, sem dúvida, uma decisão estratégica, resultante de uma análise do mercado, produto, concorrência e dos outros elementos componentes do mix de comunicação. Para escolher o evento como estratégia, a empresa deve ter em vista os seguintes objetivos, isoladamente ou em conjunto: 1 - Aproximar o público da empresa e do produto; 2- Associar a marca ao evento ou atividade criando um residual de lembrança; 3 - Criar imagem favorável (goodwill) junto à opinião pública; 4 - Reduzir barreiras existentes geradas por fatos, acontecimentos e situações negativas ocorridas no mercado em razão de problemas com produtos, fatores ambientais, culturais, sociais etc.; 5 - Ampliar o nível de conhecimento da marca. Fonte: O evento como estratégia na comunicação das Empresas – Mariângela Benine Ramos Silva O que torna o evento uma atividade de marketing na visão de Melo Neto (2001) é a sua capacidade de juntar negócio do patrocinador com os consumidores potenciais em um ambiente interativo. Esta combinação, na visão do autor, (negócio-consumidor) se processa por meio da ocorrência de um fato e de um acontecimento que atrai o interesse de pessoas. Estas motivadas pelo interesse de participar de algo diferente e em busca de opções, diversidades de lazer e entretenimento, decidem participar direta ou indiretamente do evento. O autor também salienta que ao participarem, tais pessoas interagem com o negócio do patrocinador, tomam conhecimento do seu produto e aprendem a valorizar sua marca. Desta forma, o patrocinador aproxima-se do cliente, criando fidelização perante a sua marca e, assim, estabelece canais de comunicação com clientes potenciais. Portanto, para o autor, o evento além de uma ferramenta de comunicação, é um instrumento de marketing do patrocinador quando satisfaz as seguintes condições: divulga sua marca, promove o seu produto, atinge o público alvo desejado e potencializa suas venda. 1.2 - Marketing de Evento A história é rica de exemplos de homens inovadores que, para aumentar a venda de seus eventos, ultrapassaram as fronteiras do convencional e fizeram de seus eventos um sucesso. Hoyle (2012) aponta: “Estes empreendedores conheciam a tendên- cia natural das pessoas a participarem de algo novo, diferente, onde pudessem ser os primeiros a descrever esta experiência.” Para que estes eventos dessem certo, estas pessoas apesar de seguirem caminhos e desafios diferentes, concordavam em um ponto: a utilidade incontestável dos três “Es” de marketing de eventos, segundo Hoyle (2012): • Entretenimento • Emoção • Empresa Três “E” de Marketing de Eventos. ENTRETENIMENTO: está disponível em qualquer parte da sociedade, o que fará de um evento um sucesso, é o marketing convencer as pessoas de que elas encontrarão lá algo novo, diferente, exclusivo e feito só para elas, instigando assim seu comparecimento ao evento. EMOÇÃO: é real, pois, pode ser sentida e provoca sentimentos positivos ou de desaprovação a respeito de um evento, por isso, deve-se sempre ser levada em consideração, deve ser incorporada e seguramente cumprida. EMPRESA: a palavra empresa é definida pela Webster`s Unabridged Dictionary apud Hoyle,como: “a disposição para assumir riscos ou tentar algo novo; implica energia e iniciativa”. A empresa é ligada às características inovadoras de seus proprietários como vontade de romper barreiras convencionais e buscar o novo. Fonte: Marketing de Eventos, Leonardo H, Hoyles Jr., Ed.Atlas, 2012. As funções de marketing em um evento ou um serviço de lazer devem ser minuciosas. O impulso para a participação de um indivíduo num evento, festival, ou serviço de lazer é atrelada a uma necessidade criada previamente, a ser preenchida, que pode estar articulada ao entretenimento, interação social, entre outras. Segundo Allen (2003) “vender eventos é um processo de empregar o mix de marketing para atingir metas organizacionais através da criação de valor para os clientes e consumidores. A organização precisa adotar uma orientação de marketing que dê ênfase à formação de relacionamentos mutuamente benéficos e a manutenção de vantagens competitivas”. Na visão de Melo Neto (2001) o marketing de eventos é uma modalidade de marketing promocional que objetiva criar ambientes interativos onde o negócio do patrocinador se junta a consumidores potenciais, promove a marca e aumenta as vendas. Para Melo Neto (2001) o marketing de eventos se insere na categoria de marketing promocional devido a sua natureza institucional, pois ele valoriza a marca do patrocinador, maximiza a sua divulgação, reforça a sua imagem e torna a marca mais conhecida. O autor também observa que: “Devido ao amplo significado de eventos e que podemos aplicá-lo a qualquer modalidade de marketing promocional (esportivo, social, cul- tural, ecológico) e o patrocínio de eventos é uma modalidade de investimento em qualquer um desses segmentos, podemos classificar o marke- ting de eventos como uma subcategoria dentro das categorias de marketing promocional”. Portanto, para Melo Neto (2001), o sucesso do evento concorre para reforçar a imagem da marca do patrocinador na mente dos consumidores. O recall (lembrança e fixação Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 12 13 da marca) é garantido, o que significa forte impulso para comparar o produto do patrocinador do evento. É nesse aspecto que reside a força do marketing de eventos como uma estratégia de comunicação alternativa junto ao público-alvo da empresa patrocinadora. Sendo assim, para o autor, o resultado é a promoção da marca e das vendas do produto. O sucesso do evento é transferido para a marca do patrocinador e o aumento das vendas surge naturalmente. O autor ressalta também que, “... para o consumidor, presente ao evento, o impacto ainda é maior. Ele associa diretamente o sucesso do evento ao valor e prestígio da marca do patrocinador. Para os consumidores que tomaramconhecimento do evento através da mídia, a marca do patrocinador se torna mais familiar e sua divulgação é potencializada através de um ambiente de grande emoção. A consequência natural de uma marca forte, conhecida e bem divulgada é o aumento das vendas.” “Embora não sendo este o objetivo final do marketing de eventos, tal fato ocorre como parte do efeito indireto das ações de promoção institucional nele inseridas.” Finalizando seu pensamento sobre o marketing de evento, o autor saliente que o objetivo almejado é a promoção institucional da marca do patrocinador. E que a estratégia promocional é simples: associar a marca a um evento de sucesso e comunicar-se melhor com o mercado- alvo da empresa patrocinadora, ou seja, os seus clientes potenciais. 1.2.1 - Entendendo o Marketing Promocional Para Felerico (2006), a comunicação integrada de marketing propõe que as empresas, cada vez mais, lancem mão de ferramentas de comunicação e propaganda, promoção de vendas, relações públicas, merchandising e marketing direto, de forma mais eficiente e eficaz promovendo várias ações e falando com diferentes públicos que se relacionam com uma empresa, tais como: funcionários, fornecedores, investidores, formadores de opinião, consumidores e comunidade em geral, para assim fazer parte da atenção seletiva das pessoas, ocupando um espaço positivo na mente dos indivíduos. Desta forma, o marketing promocional é uma atividade de marketing aplicada a produtos, serviços ou marcas, visando, por meio da interação junto ao seu público-alvo, alcançar os objetivos estratégicos de construção de marca, vendas e fidelização. Para a AMPRO ( Associção de Marketing Promocional) através do artigo de Alexandre Portela Barbosa publicado em 2008 no site http://www.recantodasletras.com.br/ artigos/1266438 o Marketing Promocional é conceituado como sendo: “uma atividade do marketing aplicada a produtos, serviços ou marcas, visando, por meio da interação junto ao seu público-alvo, alcançar os objetivos estratégicos de construção de marca, vendas e fidelização.” Barbosa (2008) observa que as ferramentas do marketing promocional aplicam-se a todas as técnicas, meios e instrumentos utilizados pelo marketing promocional, em todos os níveis, referindo-se a todas e quaisquer campanhas que envolvam: “Promoções com distribuição gratuita de prêmios, através de concursos, sorteios, vales- brindes ou operações semelhantes; Ações constituídas de ofertas, descontos, liquidações, trocas, coleções, amostras grátis, brindes, vendas condicionadas com quaisquer itens acoplados a produtos, prêmios; Ações de demonstrações, degustações e amostragens; Atividades de marketing de incentivo: concursos de vendas e programas de incentivo à produtividade e desenvolvimento de produtos e serviço para efetivação dos programas de incentivo; Eventos de qualquer natureza, incluindo os de lançamento de produtos, esportivos; Produtos, equipamentos e serviços para realização de eventos de todos os portes. Organização e implementação de feiras, exposições, convenções, seminários, reuniões, encontros, fóruns, simpósios, congressos, cursos, festivais, gincanas, desfiles, festejos, efemérides, certames, shows, patrocínios, copas, circuitos; As atividades de in store marketing em geral; Cuponagens, material de literatura e promocional de ponto-de-venda; Projetos de embalagens, marcas, logotipos, logomarcas, símbolos, programação visual e demais peças que envolvem os produtos; Identidade visual corporativa; Ações de merchandising e Materiais no ponto de venda; Atividades de coordenação de assessoria de imprensa e relações públicas.” Já na definição de Ferracciù (2007), o marketing promocional é “uma operação de planejamento estratégico ou tático combinado, sinérgica e sincronizadamente, às ações de promoção de vendas com uma ou mais disciplinas das outras comunicações multidisciplinares de marketing”. Quanto ao seu uso, Ferracciù ainda esclarece que o marketing promocional pode ser aplicado a qualquer pessoa, firma, companhia, empresa ou organização, sejam eles promotores, agentes intermediários ou receptores. De acordo com as definições do autor, os promotores são aqueles que vão iniciar ou delegar a implantação das técnicas promocionais, responsabilizando-se por todo o projeto. Os agentes intermediários, sob delegação do promotor, são responsáveis pelo planejamento, pela criação, divulgação, administração, operação e implementação de quaisquer modalidades de atividades promocionais, no todo ou em partes, responsabilizando-se nos limites de sua contratação. Já os receptores são divididos em dois grupos: receptores comerciais e receptores finais. Os comerciais vão receber a promoção de vendas do promotor ou agente intermediário e ficar responsáveis por destiná- los aos consumidores finais. Eles são clientes comerciais dos promotores e pertencem, direta ou indiretamente, ao canal de distribuição e venda de bens, produtos, ideias ou serviços. Por fim, os receptores finais são aqueles para quem as técnicas promocionais são dirigidas, são os consumidores finais dos produtos, ideias ou serviços. Ao analisarmos os conceitos de marketing de eventos e marketing promocional veremos que o marketing de eventos estão próximos um do outro como apresenta Fernanda Salem em seu artigo na Exame.com, em 2011, intitulado “Eventos impulsionam o marketing promocional”. “Levantamento da Ciagroup detectou que 46% dos profissionais da área utilizam os eventos como maior ferramenta de comunicação. O marketing promocional consolida seu espaço na estratégia das empresas e, entre as ações realizadas, os eventos lideram a preferência dos profissionais. É o que afirma uma pesquisa da Ciagroup com 790 executivos de todo o país durante a HSM Expomanagement, em novembro. O levantamento detectou que 46% dos profissionais da área utilizam os eventos como maior ferramenta de comunicação. Outra pesquisa, realizada pela Ampro, também em 2011, reafirma este ponto: de um total de dois mil entrevistados, a experiência de marketing mais recente havia sido a realização de eventos, com 71% das respostas. “Percebemos com pesquisas que há um crescimento na área de eventos. Talvez o destaque já seja resultado da chegada das Olimpíadas ou da Copa. O que sabemos é que há uma grande tendência de relacionamento com o público e as marcas buscam os eventos para gerar, mais que exposição, uma experiência para o consumidor, reforçando o lado emocional das empresas”, diz Sandro Ari Pinto, sócio e vice-presidente de comunicação e estratégia da Ampro - Associação de Marketing Promocional. Recentemente, um estudo do Instituto Alatur também apontou que o número de eventos Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 14 15 realizados por empresas no Brasil em 2011 cresceu 43%. E, dentro desta área, a grande aposta é na sustentabilidade. A tendência é aproveitada em ativações de marca e patrocínio a festivais como o SWU, por exemplo, mas pode ganhar um peso ainda maior quando é desenvolvido pela própria empresa. Um levantamento realizado pela Fran6 Análise de Mercado mostra que 41% das companhias já executam eventos verdes e 25% conversam sobre o tema. Para realmente agregar valor à marca, a promoção não pode ser um evento isolado ou importante apenas pelo prêmio. Para conquistar também os que não ganharem, é preciso que a ação faça as pessoas interagirem e mostre a importância daquele consumidor para a companhia. “O que faz a promoção ser eficiente é o reconhecimento, mostrar que as pessoas atingidas são importantes para a marca e, por isso, estão sendo premiadas. Não se pode apenas dar o prêmio, mas também divulgar para quem não está participando diretamente. Um exemploé o da Parmalat, com o brinde dos bichinhos de pelúcia, que transcendeu a ação. Foi gerado um carinho com a empresa, construído por meio da comunicação”. 1.3 – Os cinco Ps do Marketing de Eventos Independente da natureza do evento, Hoyle (2012) propõe que o seu sucesso dependerá de que o profissional de eventos reconheça o papel essencial a ser exercício pelos cinco Ps de marketing. Produto; Preço; Ponto (localização); Relações Públicas (Public Relations) e Posicionamento. 5Ps do Marketing de Eventos Através dos estudos dos 5Ps, o profissional de marketing de eventos poderá criar as melhores estratégias de preço, do local do evento, o melhor posicionamento do evento e ótimas estratégias de relações publicas, mas primeiro esse profissional deverá ter bem definido qual o seu produto. Tal como o marketing convencional, as estratégias de um bom plano de marketing sempre partirá de pesquisas e análises e dos estudos dos 4ps. 2 - o papel do Patrocínio, do relações Públicas, da propaganda e do merchandising em eventos 2.1 – O Patrocinador O que torna um evento atrativo para os patrocinadores é a possibilidade de aproximar a sua empresa ou o seu PRODUTO Pode ser um programa educacional, uma feira ou uma convenção já consagrada. Pode ser uma reunião de uma organização cívica ou o lançamento de um produto. A venda de um evento exige que a mensagem enfatize a forma pela qual o participante será beneficiado. Promessas como aumento da produtividade, maximização da rentabilidade ou simplesmente passar momentos agradáveis podem ser benefícios legítimos para persuadir uma pessoa a comprar o produto ou a comparecer ao evento. PREÇO Entre as responsabilidades do profissional de evento, em primeiro lugar está o entendimento das metas financeiras da organização patrocinadora. A pesquisa de mercado ilustrará os padrões de preço da concorrência: quem está oferecendo um produto similar, a que público e a que preço? Igualmente importantes são considerações como o nível da demanda pelo produto e os indicadores econômicos, como a saúde relativa da economia em determinada cidade ou região ou, em crescente extensão, globalmente. O preço pode ser secundário em relação ao valor percebido. É nessa área que o profissional de eventos pode exercer papel importante. PONTO (localização) A localização de seu evento pode ditar não apenas o comparecimento, mas também o caráter e a personalidade do evento. Por exemplo, para um evento ser realizado em um resort de luxo, essa localização deve ser parte-chave da estratégia de marketing. O local do evento pode receber o maior destaque na propaganda e nos materiais promocionais. A localização deve ser vendida com vários elementos importantes em mente, como mostra: - Disponibilidade de estacionamento - Ambiente agradável e originalidade do local - Segurança e proteção dos participantes - Disponibilidade de transporte público (aeroporto e cidade) RELAÇÕES PÚBLICAS É componente importante do composto de marketing. Você pode anunciar algo que deseja – isto é, o que você diz sobre sua organização e seu evento. Relações públicas podem determinar o que as outras pessoas percebem de você e de sua missão. Pode ser tão intensa quanto uma equipe de assessores de imprensa que distribui release a jornais ou a convocação de conferências de imprensa para destacar as virtudes de seu evento. A essência de uma campanha de relações públicas é que ela nunca para; ao contrário, é um esforço contínuo para a criação de percepções positivas de sua organização e seus produtos. Você não precisa ser um profissional de relações públicas para praticar relações públicas eficazes. Preparar um release para a imprensa, divulgar um artigo ou um simples telefonema ao editor de uma publicação técnica pode resultar em valiosa publicidade para seu evento. FERRAMENTAS DE RELAÇÕES PÚBLICAS DE EVENTOS - Videoteipes - Audioteipes - Convites/ entrada para o evento - Informações de telefone, fax e email para contatos - Releases para mídia (notícias orientadas) - Releases de publicidade (promocionalmente orientados) POSICIONAMENTO É estratégia de determinar, mediante intuição, pesquisa e avaliação, as necessidades do cliente que seu evento pode preencher. Que tipo de eventos a concorrência está oferecendo? Que nível de investimento os concorrentes estão exigindo de seus participantes? Fonte: Marketing de Eventos, Leonardo H. Houle Jr. Ed. Atlas, 2012. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 16 17 produto de um público potencial e, em um momento de emoção e interatividade. Envolvido em uma situação de lazer, entretenimento, alegria, emoção, o consumidor está mais propenso a perceber e gravar a marca do patrocinador, além de estabelecer vínculos com esse consumidor. Por isso, o evento é considerado um grande instrumento de promoção, já que potencializa a marca maximizando sua imagem e fortalecendo o seu posicionamento. Eventos esportivos, culturais, de lazer, sociais, entre outros, para alcançar sucesso, deve conter em sua fórmula ingredientes que permitam a participação dos convidados de forma a que possa realizar suas fantasias e obter emoção. Dessa forma, esses eventos devem ser pensados com base em; muda as atitudes do público em relação a marcas e produtos. Patrocínio e co-patrocínio – Nesse caso, o patrocinador arca com os ônus do evento, ou, em caso de co-patrocínio, os gastos são divididos conforme as cotas de patrocínio. Da mesma forma, são feitas as divisões da divulgação da marca dos patrocinadores nos materiais promocionais, ou seja, caso haja um único patrocinador a marca deste aparece com destaque, caso o patrocínio seja dividido em duas partes iguais, os dois terão direito ao mesmo espaço para suas marcas. Patrocinadores com cotas menores têm direito a exposição da marca com peso menor. Devemos observar que cada vez mais empresas aderem ao poder dos eventos. Não importa qual o tipo de produto oferecido: desde montadoras como a Audi e Mercedes Benz, Fiat,por exemplo; grifes de roupas como a Triton, a C&A, Marisa; empresas de bebidas, como a Skol, Kaiser, Brahma e a Coca-Cola; ou os fabricantes e as operadoras de celulares, como Nokia, Motorola, Claro, Tim e Vivo. Nos últimos tempos, os maiores eventos no país foram criados por grandes empresas patrocinadoras, que vêm nos eventos um grande retorno, para sua marca, para seu produto, para a imagem das organizações, além da fidelização do seu público alvo. 2.2 – O Relações Públicas Segundo a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP apud SIMÕES, 1995, p. 82): “Relações Públicas é a atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer e manter a compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada e os grupos de pessoas a que esteja, direta ou indiretamente, ligada.”. Em síntese, Simões diz que Relações Públicas “é uma atividade das organizações, que, por sua vez, são constituídas de pessoas. Jamais se faz Relações Públicas de produtos ou serviços. A esses cabe a promoção de vendas e outras atividades que não estão em foco”. Finalizando, ele afirma que ao realizarmos uma atividade contínua e planejada na busca da compreensão mútua entre a empresa pública ou privada é necessário se obter a boa imagem, facilitando, também, o processo de transação, isto é, de marketing. De acordo com Margarida Kunsch (1986), as Relações Públicas têm muito a contribuir no sentido de facilitar o inter-relacionamento das organizações com os seus diversos públicos, obtendo um efetivo “feedback” na comunicação. Assim, é muito amplo o campo a ser explorado pelas Relações Públicas, pois, dependendo do tipo de organização, de seus objetivos, sua finalidade e sua política, é que se vai traçar um plano de trabalho adequado para cada uma. Margarida Kunsch (2001) afirmaque Relações Públicas são os procedimentos da administração, sistematicamente estruturados, que se destinam a manter, promover, orientar e estimular a formação de públicos, por meio de comunicação dirigida, a fim de tornar possível a coexistência dos interesses visados. Diante do exposto, conclui-se que o profissional de Relações Públicas é o administrador da comunicação organizacional. Ele é o estrategista que planeja e define a direção que as empresas devem seguir. Da mesma forma é quem mede a aceitação dessas com seus públicos, podendo alterar a opinião pública, em favorecimento à imagem institucional das empresas. Pode- se confirmar que esse profissional é o mais preparado para assumir a condição de Gestor, contando com o apoio Emoção – deve envolver o evento, antes, durante e depois é assim que ocorre com shows, jogos, peças de sucesso, onde a própria expectativa de ir ao evento já emociona seu público. articipação – quanto mais interativo o evento, mais chances de despertar emoções e de criar memória. Poder dançar, cantar, torcer, vibrar durante o evento e, ainda, participar de outras experiências como sorteios e jogos propiciam emoções que se propagam em memorização. PFantasia – cenários, iluminação, jogos de cena e tudo que transcenda o espaço do evento auxilia também na potencialização dos seus resultados. Realização – é quando os participantes do evento conseguem sair dessas manifestações realizadas por terem vivido suas fantasias, sentido emoções por meio de sua participação. Os resultados obtidos em um evento podem ainda ser potencializados com ações estratégicas, como: ¾ distribuição de amostras de produtos, ¾ realização de estratégias de degustação, ¾ exploração como mídia regional, com pequenos anúncios inseridos no local do evento (com luminosos, placas e outros), ¾ anexo ao evento pode ser inserido ponto de demonstração do produto ¾ inserção de estande ou outro anexo para comercialização do produto com preços diferenciados, ¾ pela receptividade proporcionada nesses eventos, é possível também explorar esses eventos como local de pesquisa para melhoria constante de seus produtos ou empresa. Pesquisas comprovam que os patrocínios de eventos geram atitudes favoráveis dos consumidores, desde que tenham sido bem planejados e organizados e tenham refletido emoção e interação com os participantes. Além disso, quando uma pessoa que participou de um evento ainda o acompanha pela TV ou lê informações a seu respeito em jornais e revistas, é comprovado que a “adesão” ao evento é maior. O recall sobre o evento e sua repercussão acaba sendo gerado associado à grandeza, beleza e emoção do evento, assim ocorre uma combinação dos dois tipos de retorno esperados pelos patrocinadores: Retorno institucional: reforça a imagem da marca e aumenta a sua exposição na mídia. Retorno de vendas: gera impulsos de compra e desejo de mudar os hábitos de compra nos consumidores. O patrocínio de eventos costuma ser um investimento de retorno garantido para os seus investidores, já que Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 18 19 das demais áreas da comunicação, como o marketing, a publicidade e o jornalismo, a fim de operacionalizar o planejamento estratégico da organização. 2.3 – A Propaganda em eventos A propaganda, provavelmente, é considerada a estratégia mais importante no processo de comunicação de marketing. Boone & Kurtz (1998), interpretam a propaganda como uma comunicação não pessoal, paga, que se utiliza de várias mídias, feita por empresas comerciais, organizações sem fins lucrativos ou indivíduos que, de algum modo, são identificados na mensagem da propaganda e cuja expectativa é informar ou persuadir os componentes de uma audiência particular. Para Costa (1991), a propaganda é uma forma de comunicação impessoal, unilateral, paga e assumida pelo anunciante que assina suas mensagens, podendo atingir grande volume de pessoas no público visado, em grandes extensões geográficas, permitindo que um produto possa, rapidamente, tornar-se conhecido e aceito. Segundo as ideias de Kotler (1998), a propaganda é qualquer forma paga de apresentação impessoal e de promoção de ideias, bens ou serviços realizados por um patrocinador identificado. E McCarth (1997), conclui que a propaganda é a principal forma de venda em massa, definida como qualquer forma paga de apresentação impessoal de ideias, bens ou serviços elaborados por patrocinador identificado, incluindo o uso de mídias, como revistas, jornais, rádios, televisão, cartazes e mala direta. Para se anunciar, deve-se recorrer às mídias que mais se adequam à natureza do produto ou serviço do anunciante. De acordo Boone & Kurtz (1998), a mídia eletrônica compreende rádio e televisão e a mídia impressa é compreendida por jornais, revistas, cartazes e mala direta. As técnicas mais predominantes e tradicionais de marketing para eventos envolvem a propaganda e mais especificamente a propaganda impressa, que envolve jornais ou revistas. A propaganda impressa permeia nosso dia-a-dia. As imagens de propaganda de eventos chegam até nas laterais dos ônibus, nos jornais e revistas, nos cartazes afixados nos postes e muros ao longo das vias públicas. No entanto, os avanços nas tecnologias eletrônicas e nas mídias de comunicação de massa, além das segmentações propiciadas pela TV a cabo, fornecem uma plataforma para a propaganda de eventos em televisão e rádio e na Internet, mediante banners e outras inserções, e mesmo as grandes telas dos cinemas. Como decidir sobre o instrumento de propaganda correto para necessidades de um evento? Primeiro deve- se identificar a audiência que se deseja atrair. Depois, investigar as características demográficas atendidas pela mídia de propaganda que se deseja considerar. O executivo de marketing de eventos considera as emissões de rádio e televisão com cobertura regional, nacional ou até internacional. Os profissionais de eventos criativos constatarão que a propaganda impressa não está limitada a revistas, jornais e livretos, mas a virtualmente qualquer item que aceite impressão, como canecas de café, ímãs de geladeira, calendários e blocos de anotações. Até é comum comprar (frequentemente a preços inflados) camisas, bonés e outros itens de vestuário que exibem logos e slogans do fabricante ou de uma equipe esportiva. Pagando-se pelo privilegio de ser portadores de cartazes ambulantes.Em um evento próprio, há muitas oportunidades para vender o evento e sua organização patrocinadora, mas também um lembrete do evento para o participante desfrutá-lo muito tempo após seu encerramento. Sacolas de compras podem ser impressas com o nome do evento e anúncio dos patrocinadores. 2.4 – O merchandising em eventos A palavra merchandising não possui uma tradução direta para a língua portuguesa, por isso, numa tradução livre, podemos denominá-la como uma técnica mercadológica aplicada ao ponto-de-venda de um produto ou serviço. Isso significa, em resumo, apresentar ao potencial consumidor o produto/serviço na hora certa (timing), no ponto adequado e com a promoção (ferramenta promocional) correta. Essa combinação faz com que o cliente prospectado seja seduzido, envolvendo-se com todo o clima que foi articulado para ele. As empresas que mais se utilizam da técnica de merchandising são as de produtos supérfluos, com seus programas de merchandising expostos nas gôndolas dos supermercados. A maneira como são expostos os produtos, a altura, o empilhamento e a própria composição da embalagem promovem um layout à marca de forma a que esta fique mais visível e, consequentemente, seja mais reconhecida e vendida. Ações de merchandising inseridas em eventos podem trazer identificação imediata para quem está presente no evento,mas também para quem o assiste ou acompanha posteriormente pela mídia e, portanto, é importante saber todas as formas de merchandising possíveis de serem realizadas, dentre elas, podemos citar: ¾ Embalagens diferenciadas e exclusivas do produto para distribuição no evento. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 20 21 Hoyle (2012) afirma que o verdadeiro sucesso em marketing de eventos especiais, concertos e festivais é a combinação das forças de propaganda, relações públicas e promoção. Para implementar uma campanha de marketing bem-sucedida, o profissional deve criar aspectos da propaganda, das relações públicas e da promoção que se complementam. A chave é programar a propaganda para criar conscientização em conjunto com uma campanha de relações públicas para maximizar o impacto. As promoções devem ser incorporadas no composto de marketing. Em alguns casos, uma promoção pode ser divulgada por propaganda para criar conscientização. 3 - eventos empresariais como estratégia para fortalecimento da imagem institucional. O evento como instrumento de comunicação tem seus próprios objetivos, conforme aponta Dias (1996 , p. 20), os objetivos são o de promover um acontecimento favorável à imagem de uma empresa e seu produto perante os públicos de seu interesse; atingir determinados públicos com a finalidade ostensiva de vender uma boa imagem; integrar de forma a sintonizar os interesses dos diferentes públicos de uma comunidade, organização ou grupo de pessoas; informar às pessoas o sentido promocional do acontecimento, despertando nelas o interesse pelo produto, a preferência pela marca e a participação da organização na vida da comunidade; instituir um canal de comunicação direta e permanente, que indique ao seu dirigente o que ele espera do corpo funcional de seu interesse; relacionar as potencialidades do ser humano com a sua capacidade de realização e, por último, criar o fato - a inteligência e o exercício do poder são parte da estratégia do evento, pois através deles é criado o fato em benefício de uma organização ou uma pessoa. Outra visão interessante é a de Meireles (1999), onde a autora define evento como um instrumento institucional e promocional, utilizado na comunicação dirigida, com a finalidade de criar conceito e estabelecer a imagem de organizações, produtos, serviços, ideias e pessoas, por meio de um acontecimento previamente planejado, a ocorrer em um único espaço de tempo, com a aproximação entre os participantes, quer seja física, quer seja por meio de recursos da tecnologia. Para Allen (2008), o setor corporativo está envolvido em eventos nos mais variados níveis. As empresas também podem criar seus próprios eventos, a fim de lançar novos produtos, aumentar as vendas ou aprimorar a imagem corporativa. Os eventos empresariais têm como objetivo estabelecer e manter clima de boa vontade entre os públicos de seu interesse bem como a proposta de integração desses públicos com a empresa. Quanto à sua forma de organização, se dará através de agrupamento de indivíduos, formal ou informalmente. Outro ponto importante dos eventos empresariais é que geralmente referem-se às áreas de alta gerência, vendas, acionistas, produção e outros. 3.1 - Objetivos individuais dos eventos 1. Comemorar datas importantes, tanto cívicas quanto de confraternização; 2. Integrar a empresa à comunidade; 3. Divulgar serviços ou produtos; 4. Fazer inaugurações de interesse público; 5. Lançar campanhas voltadas para a comunidade; 6. Recepcionar ou homenagear autoridades ou pessoas de destaque; 7. Prestigiar integrantes de seu público interno que tenham se destacado em alguma área; 8. Homenagear empregados que estejam se aposentando ou assumindo cargos relevantes; 9. Estabelecer clima de cordialidade e cooperação entre a empresa e os empregados, extensivo aos seus familiares; ¾ Brindes que possam ser usados durante os eventos como leques, squizz, bonés, viseiras, entre outros. ¾ Camisetas do patrocinador que servem, inclusive, como ingressos para entradas nesses eventos. ¾ Bonecos e demais produtos infláveis que propiciam ações lúdicas com os produtos e marcas. ¾ Pôsteres, bandeirolas, banners, luminosos, placas de sinalização, adesivos de chão e outros materiais que potencializam a exposição da marca. ¾ Distribuição de bottons, chaveiros, miniaturas do produto e outros itens que possam multiplicar a situação do evento a cada vez que o objeto for usado. ¾ Inserção de merchandising eletrônico na tela ao transmitir o evento para impulsionar ainda mais a marca. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 22 23 10. Elevar a moral do público interno; 11. Esclarecer ou corrigir informações errôneas sobre as atividades e os objetivos da empresa. 3.2 - Eventos para público interno Os diversos tipos de organizações promovem, participam apoiam ou patrocinam eventos nos âmbitos interno e externo. Os eventos internos geralmente têm a finalidade de integrar os colaboradores e sua organização. Na maioria das vezes, está sob a responsabilidade do departamento de Recursos Humanos, ou de comissões criadas especificamente para tais momentos. Entre os eventos mais usuais para o público interno destacam-se: Dias de visita para as famílias dos empregados; Mostras e exposições de trabalhos artísticos feitos por empregados ou membros de suas famílias; Concursos; Competições esportivas; Lançamento de benefícios aos empregados ou às suas famílias, tais como bolsas de estudo ou cursos de aperfeiçoamento; Inauguração de clubes desportivos ou associações recreativas para empregados; Convenções internas; Datas especiais, tais como Dia das Mães, Dia dos Pais, Dias das Crianças, Natal, Ano Novo, Páscoa ou alguma outra data específica do calendário da empresa. 3.3 Eventos para público externo Já os principais objetivos dos eventos externos (consideramos aqui um evento como externo se ele não estiver dirigido prioritariamente aos colaboradores de uma organização) são inicialmente a troca de informações, experiências, por meio de apresentação e conhecimento de tendências, a fim da empresa se manter atualizada em relação ao que está sendo feito por concorrentes ou esperado por clientes ou outros públicos de interesse, divulgando seu negócio, marca, produtos ou serviços oferecidos. Entre os eventos, destinados para o público externo, mais usuais pode-se ressaltar: Visitação pública; Inauguração de interesse público; Comemoração de datas cívicas; Exposições (fixas e itinerantes); Concursos para o público externo; Organização e financiamentos de grupos artísticos e culturais; Adoção de praças e escolas; Patrocínio para clubes, hospitais e creches; Criação de movimentos ecológicos ou outros voltados para o bem da comunidade; Criação de cursos para alfabetização de adultos. Dois outros fatores importantes ligadas aos eventos empresariais que auxiliam na construção da imagem institucional são: a organização e o planejamento dos eventos, já que esses fatores estão diretamente ligados ao sucesso ou fracasso dos eventos e, consequentemente, ao sucesso ou fracasso atrelados à imagem da empresa patrocinadora ou organizadora do evento em questão. 3.4 – A Organização de Eventos Qualquer falha comprometerá o conceito/imagem da organização para a qual é realizado e do seu organizador. Para atingir os objetivos, é fundamental ter um criterioso planejamento. Há diversos modelos de plano, utilize os mais completos e detalhados para evitar esquecimentos e falhas. 3.5 - O Planejamento de Eventos Ao se fazer o planejamento para um evento, deve-se levar em conta: Objetivos: devem ser considerados como geral e específicos. É onde determina o que pretende com oevento, de forma ampla e específica. Públicos: é a quem se destina o evento, determinando se externo, interno ou misto e quem dentro dessa classificação (idade, sexo, proximidade com a empresa etc). Estratégias: consiste naquilo que serve de atração para o público de interesse do evento (shows, coquetéis, brindes, atrações etc). Recursos: são todos os humanos, materiais e físicos que serão utilizados no evento. Implantação: é a descrição dos procedimentos, desde a aprovação do projeto até o seu término. Fatores condicionantes: são fatos, decisões e acontecimentos aos quais o projeto fica condicionado para a sua realização. Acompanhamento e controle: é a determinação de quem e como será feita a coordenação de todo o processo da organização do evento. Orçamento previsto: deve ser feito detalhadamente. É dele que virão os recursos financeiros necessários para o pagamento dos recursos humanos e materiais. Caso se busque patrocínio, apoio, permuta, deverá ser dividido em cotas para serem negociadas com os interessados. 3.6 - ventos Institucionais: reuniões, conferên- cias, exposições, café da manhã e outros. Para elucidar esse tópico apresentaremos os principais eventos empresariais destacados no livro Estratégias para Eventos, de Britto e Fontes, (2002) que são: brainstorming, brunches, convenções, coquetéis, feiras, happy-hours, inaugurações, lançamento (livros, pedra fundamental, produtos e serviços), visitas técnicas, workshops, entre outros. Brainstorming - Reunião criativa com grupo de pessoas orientadas para trocar ideias livremente sobre um determinado tema, estimulando a criatividade. Brunch - Mistura de café da manhã com almoço (breakfast + lunch) muito usado para atrair visitantes a alguns tipos de eventos como reuniões, palestras e outros. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 24 25 Convenção - Assembleia ou reunião de natureza política, ou outra, para tratar de um assunto relevante. Normalmente composto por profissionais de uma mesma empresa, ou área de atuação, para apresentação de um tema específico. Pode ser uma convenção de vendas, para lançamento de um produto, para uma comemoração ou outros. Buscam integração e contam com estímulos para participação de todos. Coquetel - Reunião de pessoas com objetivo de comemoração de acontecimento ou data festiva. Sua característica é oferecer bebidas, canapés e outros pratos e que tem curta duração (no máximo uma hora e meia). Pode ocorrer no final de outro evento. Solenidade - normalmente é um evento que conse- gue concentrar muitas pessoas. Não raro, destina-se a ho- menagens que preveem a entrega de prêmios, de placas comemorativas, prática de discursos etc. Happy-hour - Reunião de fim de tarde para descontrair ou para discutir com mais privacidade assuntos pendentes. Normalmente realizada em bares e com consumo de bebidas. Lançamento de pedra fundamental - Momento que pretende assinalar o início de uma construção e consistwe em colocar numa caixa algo que represente o momento vivido pela organização e fique registado para gerações futuras. Lançamento de Livro - Trata-se de apresentar o autor e a sua obra ao público interessado. O lançamento é feito numa sessão de autógrafos e dedicatórias Workshop - Reunião de pessoas com um artista, grupo de artistas ou professores, na qual os participantes exercem atividades relacionadas a uma arte ou tema específico. Inaugurações - é um evento formal de alta representatividade social, e, portanto, requer um planejamento minucioso, envolvendo todas as fases de um evento complexo, portanto, não deve ser confundido com apenas um cortar de fita e o descerramento de uma guarnição que envolve uma bela placa comemorativa. Reunião - Conjunto de pessoas que se agrupam para algum fim Visita Técnica - Quando uma organização recebe grupos de pessoas seguindo um programa criterioso, com o objetivo de divulgá-la para o seu público de interesse, através da apresentação das instalações, missão, atividades e dos colaboradores. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 26 27 Palestra - uma pessoa, conhecida como palestrante se propõe em levar aos ouvintes o seu conhecimento, a sua experiência ou o seu entendimento sobre determinado assunto. Não existe uma regra fixa quanto ao tempo de duração e a participação do público. Normalmente, realiza- se no intervalo de 30 e 60 minutos, com ou sem perguntas durante a exposição. Perguntas normalmente ocorrem após o término da palestra. Seminário - destinado a pessoas que apresentem praticamente o mesmo nível de conhecimento. Os participantes têm prévio conhecimento do que será tratado. Divide-se em três fases: Exposição, discussão e conclusão. Coffee-break - é conhecido como a famosa “paradinha para o café”, ocorrendo em reuniões de altos executivos, cursos, palestras, congressos. Muitas vezes é utilizada uma sala de apoio para servir o coffee-break, que dura em torno de quinze minutos, ocorrendo ocasionalmente entre às 10:00 e às 15:00 horas. Mesa redonda - técnica utilizada por pequenos grupos comprometidos com um mesmo ramo de conhecimento ou interesse, para esclarecimentos, troca de ideias, discussão de casos. Cada participante tem tempo para expor os seus pontos de vista, para serem apreciados e debatidos. Fórum - destinado exclusivamente às pessoas que dominem o assunto a ser tratado. O participante poderá debater com liberdade suas posições, sem restrições quanto à quantidade de participantes. Existe um mediador para garantir a participação livre dos interessados, direcionando-os na busca do consenso e no registro de opiniões significativas. Ciclo de palestra - é uma série de palestras. Tanto pode ser um assunto desdobrado em várias apresentações como vários assuntos que se complementam. Igualmente, pode ser ministrado por um ou vários palestrantes, especialistas no assunto. Conferência - é uma reunião formal, em que um especialista desenvolve determinado tema sobre o qual tem amplo domínio. Ao final de sua exposição, responde perguntas. Convenção - é o esforço de um determinado agrupamento social. Normalmente busca a integração, o conhecimento recíproco dos seus participantes, a homogeneização de procedimentos, comportamentos ou informações. Fonte:http://www.sinprorp.org.br/Clipping/2003/331.htm Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 28 29 Conforme a classificação apresentada pela autora Lukower (2003) fica bem mais simples compreender e classificar os eventos promocionais e institucionais. 5 - eventos promocionais: feiras e exposições O papel do evento promocional será o de promover um produto e serviço de uma empresa, governo, instituição pública ou de uma pessoa e para uma melhor compreensão desse assunto serão apresentados alguns exemplos de eventos promocionais, conforme apontados por Matias (2001), tais como: desfile, feira, exposição, oficina, salão, showcasing, open day. Desfile – Enquadra-se na categoria promocional. Nor- malmente é promovido por confecções para apresentar seus produtos. Deve contar com alguns ingredientes bá- sicos para ter sucesso: manequins bem escolhidos, trilha Não podemos esquecer que todo evento empresarial objetiva agregar valor e conceituar de forma positiva a imagem de uma empresa, entidade, órgão e governo. Antes de conhecermos alguns eventos promocionais como é proposta do próximo tópico, é importante analisarmos a visão de Lukower (2003) quanto à classificação e às tipologias existentes em cada evento. Social Não apresentam objetivo comercial. Seu objetivo maior é a confraternização dos participantes. Podem ser realizados por pessoa física ou jurídica – pública ouprivada. Consiste em: Almoço, banquete, café da manhã, brunch, chás, coquetel, festas ao ar livre, festas beneficentes, festa de debutantes, jantar de banquete, noivados, open house. Profissionais Trata-se de uma classe de evento que, direta ou indiretamente, trabalha muito a promoção da marca institucional.Tem como objetivo maior o aspecto comercial. Em sua grande maioria, são realizados por organizações – públicas ou privadas. Consiste em: Coffee-break, colóquio, cursos, desfiles, leilões, visitas institucionais. Mistos É a classe de eventos mais comum de ser encontrada nos dias atuais. Eventos promovidos por organizações do terceiro setor ou iniciativa privada e que contem com patrocínio ou algum tipo de apoio governamental, também são considerados eventos mistos. Este tipo de eventos apresentam objetivos comerciais e sociais ao mesmo tempo. Consiste em: Condecorações, homenagens e premiações, inauguração, posses. Técnico- científicos Tipo de eventos que envolvem a troca de informações de caráter técnico- científico sobre alguma área de conhecimento. Consiste em: Ciclo de palestras, conferências, congressos, fórum, mesa-redonda, painel, reunião, semana, seminário, simpósio, workshop. Eventos de caráter empresarial De acordo com Lukower (2003), geralmente seus objetivos giram em torno do campo de negócios de forma generalizada. Consiste em: Reciclagem, demonstração de resultados, apresentação de metas organizacionais, divulgação de ações de incentivo, vendas, convenção, feira. Artísticos Estão inseridos nesta classe todos os tipos de apresentações como peças de teatro, atividades performáticas, estes também podendo se enquadrar enquanto eventos culturais. Consistem em: Shows, exposição, amostra, vernissages. Culturais Enquadra-se em diversas formas de celebração, exibição e expressão cultural, onde podemos citar questões relacionadas à apresentação de obras de arte, elementos folclóricos, ritos de passagem etc. De acordo com Lukower (2003), é muito importante ter cuidado ao classificar um evento como artístico ou cultural, isso porque em diversas ocasiões evento de objetivo comercial podem se maquiar dentro destes dois tipos de classe. Consistem em: Concurso, entrevista coletiva, formaturas, tarde de autógrafos, torneio. Religioso Eventos que tenham no aspecto religioso o seu maior objetivo. Tais eventos também podem ter objetivos sociais, culturais, etc., mas a questão religiosa será sempre o motivador mais significativo para sua realização. Consistem em: Bar e bat-mitzvá, batizados, brit-miláh, casamentos, conclave, primeira comu- nhão. Recepções oficiais Apresentam-se com caráter diplomático e devem seguir as normas de cerimonial e protocolo oficiais. Atualmente, diversas práticas das recepções oficiais têm sido aplicadas em eventos sociais onde não existe a presença de autoridades. Consistem em: Recepção na hora do almoço, almoço com bufê, almoço. Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 30 31 sonora adequada, bons produtos, grande divulgação e convidados adequados e bem escolhidos. Exposição - Apresentação pública de produtos, tecno- logias, ou trabalhos, onde podem estar presentes, ou não, os autores dos trabalhos para explicações aos visitantes e contar, ou não, com a possibilidade de vender os objetos/ produtos expostos. Festa - Comemoração de ocorrências diversas desde a safra de um determinado produto até de datas ou temas específicos. Ex; Festa da primavera, festa da colheita. Oficina - Reunião de pessoas para aprender a fazer algum trabalho, produto ou ação. Voltado para produção do conhecimento, tem nas atividades práticas o seu diferencial, já que visa potencializar o desempenho dos participantes. Showcasing – Alternativa para feiras. É uma vitrine interativa. Os produtos ficam em vitrines fechadas e os participantes não têm contato com os expositores. A comunicação ocorre por meio de telefones instalados em uma cabine e conectados diretamente a uma central de informações. Visitas ou open day - Reunião usada para mostrar a empresa, equipamentos e método de trabalho a determi- nado público. Deve contar com planejamento para recep- ção, demonstração audiovisual, entrega de brindes, entre outros. Mostra - Apresentação de um produto, arte, trabalho e/ou tecnologia. Normalmente é itinerante e de menor porte do que uma exposição. Feiras - Local público onde se expõem e vendem – direta ou indiretamente - determinados produtos e serviços. Contam com vários estandes e expositores. As feiras podem ser comerciais (foco-vendas), industriais (vendas B2B), ou promocionais foco- demonstração - dirigidas a grupos específicos. Fonte: http://www.sinprorp.org.br/Clipping/2003/331.htm 6 - marketing de eventos especiais: festivais e shows Tem ocorrido, no Brasil um crescimento bem significativo no número de eventos especiais, festivais e shows, isto Planejamento e Organização de Eventos Empresariais Planejamento e Organização de Eventos Empresariais 32 33 tem despertado um grande interesse nas organizações responsáveis por organizar eventos e, consequentemente, o marketing de eventos, através de boas estratégias, passa a ser de fundamental importância para o sucesso desses eventos especiais. Se fizermos uma análise de forma criteriosa encontraremos diversos tipos de eventos especiais, começando por eventos religiosos, como exemplo o Dia de Nossa Senhora Aparecida (padroeira do Brasil), eventos esportivos, como o caso da Fórmula 1 e Indy em São Paulo. Festivais de músicas como o Rock in Rio, grandes apresentações de cantores consagrados no mundo, podem ser considerados eventos especiais, além de congressos, feiras ou exposições. Quanto ao tamanho os eventos especiais podem ser classificados como: Pequeno porte: com número de até 200 participantes Médio porte: com número estimado entre 200 e 500 participantes Grande porte: com mais de 500 até 3000 participantes Megaevento: acima de 3000 participantes (alguns autores classificam como megaeventos aqueles com mais de 100.000 participantes) Fonte Organização de Eventos, Marlene Matias, 2001. O número de participantes no evento sempre deverá ser estimado no momento de pré-evento, mas deve-se sempre lembrar que no dia ele pode aumentar, por isso é essencial trabalhar com a possibilidade de se contar com um número maior do que o esperado. Após definido local, público alvo e o número de participantes nos eventos, inclusive os classificados como especiais, será analisado qual o mais apropriado em relação à participação do público, que poderão ser: Eventos fechados: ocorrem dentro de determi- nadas situações específicas e com público-alvo defini- do, que é convocado e/ou convidado a participar. Eventos abertos: propostos a um público, podem ser divididos em: • Aberto por adesão: apresentado e sujeito a um determinado segmento de público, que tem a opção de aderir mediante inscrição gratuita e/ou pa- gamento de taxa de participação. • Aberto em geral: atinge a todas as classes de público. Fonte Organização de Eventos, Marlene Matias, 2001. Segundo Hoyle (2012), os megaeventos, que poderão ser os festivais, shows e as feiras estão mais variados e sofisticados a cada dia. As atividades de marketing desses eventos requerem táticas inovadoras e exclusivas. O sucesso de um evento pode não depender de seu tipo e tamanho, de alguma atração especial ou de sua causa, mas sim de como o profissional de marketing leva vantagem em certos fatores. Esses fatores incluem localização, competição, condições climáticas, custo e entretenimento. O autor observa em seu livro, que as ações de Marketing de Guerrilha são muito utilizadas nos eventos especiais. Marketing de Guerrilha usando a definição oficial divulgada pela American Marketing Association, “... marketing não
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