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1 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Considerações iniciais Conceito É um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e a resistência insulínica; A SM envolve: Obesidade (principalmente centrípeta), diabetes, hipertensão e dislipidemia (é preciso ter 3 dessas 4 condições juntas e obrigatoriamente dentre esses 3 tem que tá a obesidade). Epidemiologia Frequência de excesso de peso 50- 60% e obesidade 20-25% no Brasil; Impacto no adoecimento: Cardiovascular; Metabólico; Osteoarticular; Mental; Oncológico (câncer gastrointestinal em homens e em aparelhos reprodutivos nas mulheres); Gastrointestinal; Reprodutivo (os andrógenos passam a ser produzidos, inibindo a produção dos hormônios sexuais, causando amenorreia, SOP e infertilidade na mulher). Determinantes sociais de saúde (Dahlgren and Whitehead) Fatores de risco Status socioeconômico mais baixo em países desenvolvidos (alimentos mais calóricos são mais baratos); Predisposição genética; Consumo de uma dieta altamente processada e adição de açúcar; Rede social obesogênica; Inatividade física; Estresse; 2 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Depressão, alguns distúrbios alimentares e algumas outras condições psiquiátricas; Cessação do tabagismo; Sono desordenado ou insuficiente; Medicamentos; Obesidade infantil; Gravidez; Mudanças na microbiota intestinal; Mudanças relacionadas à idade (incluindo menopausa e perda de massa corporal magra); Preconceito de peso e estigma. OBS: GLP-1 diminui o esvaziamento gástrico, lentifica o esvaziamento e mantém o estômago dilatado, haverá mais estímulo via nervo vago para dar mais saciedade ao indivíduo. Avaliação clínica Anamnese Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP): Compreender as crenças e o contexto do paciente; História clínica pessoal e familiar (não só da obesidade, mas de todos os riscos cardiovasculares): Observar quais fatores de risco o paciente possui (identificar os pontos gatilhos para causar um aumento de pesso). Comorbidades; Na maioria as causas são primárias; Causas secundárias (raras): Endocrinológicas (hipotireoidismo, síndrome de Cushing, acromegalia..) Medicamentos (normalmente psiquiátricos: antidepresivos, anticonvulsivantes, antipsicóticos, estabilizadores de humor – aumentam o apetite. Anticoncepcionais – componente androgénico alto-, antidiabeticos, antidiabéticos..) Deve-se oferecer ao paciente outra classe de medicamento que não geral ganho de peso. Psiquátricas (ansiedade, compulsão alimentar –bulimia e binger alimentares) Exame físico IMC: Baixo peso <18,5; Saudável ≥ 18,5-24,9; Sobrepeso ≥ 25-29,9; Obesidade I ≥ 30-34,9; Obesidade II ≥35-39,9; Obesidade III ≥ 40; Super obesos >50. OBS: IMC aumentado e circuferência abdominal normal, normalmente em homens com massa corporal/ hipertrofia aumentada, exemplo os fisicuturistas. Circunferência abdominal: Homem: Normal: < 94; Aumentada: 94-102; Muito aumentada: > 102. OBS: Em homem é mais comum uma obesidade central, que normalmente não tem tanta alteração no IMC, só na circunferência abdominal. Mulher: 3 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Normal: < 80; Aumentada: 80-88; Muito aumentada: >88 Exame geral –pesquisa de causas secundárias. Exames complementares Perfil lipídico; Perfil glicêmico (se já for obeso, também faz hemoglobina glicada); Pesquisa de causas secundárias (em caso de suspeito): Exemplo solicitar o TSH ou do cortisal ou hormônios hipofisários ou TGO e TGP (obeso grau 1- maiores chances de ter esteatose hepática) OBS: Não se solicita isso para todo paciente obeso. Abordagem terapêutica – entrevista motivacional Pergunta se o paciente está disposto a diminuir o peso, fazer atividade física e mudar a dieta e de acordo com a respota deve enquadrar em algum desses grupos: Pré-contemplativo: Paciente não quer perder peso nos próximos 6 meses, não quer fazer o tratamento. Não deve estimular melhorar a dieta e fazer exercício, deve falar dos riscos da obesidade; Contemplativo: Quer perder peso nos próximos 6 meses, mas não quer perder nos próximos 30 dias. O paciente quer mudar, mas tem crenças cognitivas que impedem (ex: tempo e encontros da família), deve sensibilizar, apoiar, estimular para que ele se prepare para ação, deve apresentar as formas terapêuticas; Preparação para ação: Quer perder peso e já tentou mudar o estilo de vida, está fazendo planos para mudar; Fase de ação: Começou a ter atitude a menos de 6 meses; Fase de manutenção: Começou a ter atitude a mais de 6 meses. Abordagem terapêutica integrada 4 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Azul mais claro indica começar apenas uma dieta e atividade física Sobrepeso (sem comorbidades e sem alteração na circunferência): Não precisa de intervenção para emagrecimento, só promoção da saúde; Sobrepeso, pessoas com circunferência abdominal aumentada e obesidade grau 1 (sem comorbidades): Atividade física e dieta; Obesidade grau 1 (com comorbidade): Tratmento farmacológico; Obesidade grau 11: Tratemento farmacológico, exercicios e dieta. Porém se isso não funcionar e o paciente tenta a um tempo e ele tiver coomorbidades, deve fazer cirurgia bariátrca; Obesidade grau 111: MEV, medicamento e considerar cirurgia. Terapia nutricional Não existe dieta ideal; Evitar dietas radicais; Mudanças sustentadas (reeducação alimentar); Balanço energético negativo; Pobre em gorduras x Pobre em carboidratos; Balanceada; Adaptada as comorbidades; Dieta do mediterrâneo: Boa dieta para longo prazo. Princípios gerais dietéticos Aumentando a ingestão de vegetais e frutas; Aumentando a ingestão de alimentos ricos em grãos integrais; Aumentando o consumo de água; Reduzindo o consumo de açúcar na dieta e bebidas adoçadas com açúcar. Terapia comportamental Automonitoramento; Controle dos estímulos; Resolução de problemas; Reestruturação cognitiva; Grupo ou Individual. Atividade física 150-300 minutos por semana; Gradual e adaptado; Intensidade, duração e frequência; Associar exercícios isométricos/resistência – massa muscular; Orientação de educador físico; Adesão baseado em crenças e cultura; Regra 1: romper com o sedentarismo. Tratamento comportamental Deve-se identificar o comportamento disfuncional do obeso, através de 4 principais técnicas comportamentais: 5 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Automonitoramento (Gera maior consciência. ex: diário alimentar); Controle dos estímulos (planejamento de compra de alimentos, aumentar a atividade física no cotidiano, novas atividades em horários habituais de compulsão); Resolução de problemas; Reestruturação cognitiva (É necessário que se façam perguntas e análises que promovam a confiança do paciente e que relembrem momentos de sucesso). Abstração seletiva: Valoriza aquilo que reforça as superstições. Ex: Ter comido este doce indica que eu não sou capaz de controlar meu comportamento alimentar e não tenho poder sobre a comida”; Pensamento dicotômico: Penar em termos extremos. Ex: “ou eu sigo a dieta perfeitamente e emagreço rápido, ou eu não faço nada e sou um fracasso”; Pensamento supersticiosos: O paciente acredita que existem relações em situações que não estão relacionadas. Ex: “se eu for ao shopping, sairei da dieta”; Idealizações: O paciente associa o emagrecimento com resultados que não tem a ver com o emagrecimento. Ex: “quando eu for mais magra, saberei melhor o que eu quero”. MedicamentosUsados em obesos grau 1 com comorbidades e obesos grau 11. Orlistat: Inibi enzimas pancreáticas, gerando diminuição da absorção de gorduras; Seguro em pacientes com alto risco cardiovascular; Efeito colateral: Distensão abdominal e fratulencias (não tem muita adesão por causa desses efeitos); É bom para o paciente que ainda está melhorando a alimentação e pacientes com esteatose hepática; É cara; É contraindicado na gestação e para pacientes com má absorção crônica; Posologia: 120mg, 3x/ dia, antes das refeições. Sibutramina: Atua nas vias cerebrais dopaminergicos e seratorinegicos, gerando efeito anrorexigeno e inibindo a fome; Efeito colateral: Aumento da pressão e risco cardiovascular, cefaleia, disforia; Não deve ser usado por pacientes cardiopatas; Pacientes hipertensos podem usar se a pressão estiver controlada; Não é liberada em todos os países, no Brasil tem que assinar termo de responsabilidade; Foi feita para ser ultilizada como antidepressivo, mas não exerceu seu papael; 6 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Posologia: 15mg, quando for fazer desamame deve diminuir. Bupropriana: Trata depressão e tabagismo também; Semelhante a sibutramina, inibe a recaptação de serotonina e dopamina; Efeito colateral: Insônia, agitação; Primeira linha para pacientes tabagistas; É cara; É excelente para quem tem ansiedade, compulsão, ajuda na libido. Metformina: A perda de peso é moderada; Aumenta a sensbilidade da insulina nos tecido, reduzindo a produção hepática de glicose; Único off label com preço acessível; Boa opção para pacientes diabéticos/ pré- diabético/ reistência a insulina (SOP) e obesos; Normalmente não em usada em paciente obeso sem diabetes. Topiramato: Anticonvulsivante, usado no transtorno bipolar e controla enxqueca; Reduz a compulsão alimentar no geral e por especificadamente por doces; Emagrecedor razoável; Efeito colateral: Parestesias (formigamento) e prejuizo cognitivo (lentidão mental), por isso não tem muita adesão; Liraglutida: Vem ganhando muito espaço. É uma incretina, agonista da GLP-1. Retarda o esvaziamento gástrico, diminuindo a fome. Indicado para quem tem pré-diabetes e diabetes. Não é disponivel no SUS, é caro e o tratamento é subcutâneo. Lorcaserina: Efeito similar ao da sibutramina. Não é muito ultilizado, foi retirado do mercado pelo aumento de câncer de pulmão, colorretal e pancreático. Efeito colateral: cefaleia, tontura, fadiga. OBS: Nunca é feito sozinho. É feito junto com a atividade física e dieta. OBS: Só Orlistat e o Liraglutida, atualmente, que são aprovados para emagrecimento e tratamento de obesidade. Porém, na prática são usados outros. Medicações off label: Não são emagrecedoras clássicas, mas contribuem para o processo de emagrecimento. Ex: Bupropiona, metformina, topiramato. Bariátrica Indicado para obeso grau 11 com comorbidades e obeso grau 111, preferencialmete depois de 2 anos de tratamento. Balão intragástrico: Terapia auxiliar e temporário, normalmente funciona como uma preparação para a cirurgia, para diminuir o peso e diminuir o risco cirurgico; Banda gástrico/ Anel intragástrico: Ta em desuso. Controla o esvaziamento gástrico. 7 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Causa desconforto, refluxo e é ineficaz quanto a ingestão de alimentos líquidos ou calóricos; Bypass gástrico (mista: disabsorvida e restritiva): Alimento é desviado do estomago para o intestino. Mais classico. Pacientes que realizam essa cirurgia precisam suplementar vitaminar para o resto da vida; Gastrectomia vertical/ Sleeve: Deixa o estômago mais fino, sem desvio. É apenas restritiva. Ideal para pacientes que não precisam perder tanto peso; Switch duodenal: Sem grampeamento. É uma mistura do sleeve com o by-pass. Só é feita em superobesos, casos mais graves e específicos. OBS: Faz um prepara cognitivo, com dieta, piscicologo e exercicio físico para fazer a cirurgia. Seguimento compartilhado na APS Nutrição; Psicologia; Educação física; Endocrinologista: Só é necessário encaminhamento quando tem suspeita de obesidade secundária; Cirurgião: Só encaminha quando tem indicação de gastroplastia; Psiquiatria: Só encaminha na presença de transtornos alimentares e/ou psicológicos. OBS: Não é necessario todo o obeso ter acompanhamento com todos esses profissionais.
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