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Glomerulopatias secundárias + Imunossupressores - Tut 7

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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 1 
 
Tutorial 7 – mod X – Dr. Google 
Glomerulopatias secundárias + imunossupressores
Glomerulopatias secundárias 
Nefropatia diabética 
- É uma complicação crônica do DM, que acomete cerca 
de 35% dos pctes com DM tipo I (principal causa de morte 
nesse grupo: nefropatia diabética). Cerca de 10 a 40% 
ocorre em pctes com DM tipo II (principal causa de morte 
nesse grupo: doença cardiovascular). 
- A presença da nefropatia diabética está associada a um 
aumento da mortalidade de aproximadamente 100 vezes 
em pctes com DM tipo I e de 5 vezes em DM tipo II. 
- No Brasil, em São Paulo, cerca de 10,9% dos pctes em 
dialise são portadores de diabetes. 
- Estudos mais recentes mostram que 26% dos pctes em 
hemodiálise apresentam ND, sendo a sobrevida média 
desses pctes de apenas 26 meses. 
FISIOPATOLOGIA 
- Há fatores genéticos e fatores não genéticos que podem 
contribuir para o desenvolvimento de ND. 
- Fatores Não-Genéticos: 
- Hiperglicemia sustentada: estimula oxidação das 
moléculas de glicose no CK, gerando radicais no nível 
mitocondrial e ativam quatro vias metabólicas: polióis 
(acúmulo de sorbitol), hexosaminas, proteína C quinase 
(induz albuminúria) e estimulação para produção de 
glicosilação ñ enzimática de AA e proteínas. 
- Essas vias com atividade aumentada levam a: 
 Dano celular (sorbitol faz estresse hiperosmótico, 
redução de Na/K/ATPase que faz a lesão), 
 Hipertrofia celular, aumento na produção de 
matriz mitocondrial e perda proteica (AGE) 
- HAS 
- Mau controle glicêmico 
- Hipercolesterolemia 
- Tabagismo 
- Fatores hemodinâmicos 
- Fatores Genéticos: 
- Outros fatores de risco: 
- Fatores alimentares: consumo de proteínas inferior a 
20%. Além disso, uma maior ingestão de proteínas vinda 
de peixes parece estar associada à redução do risco de 
desenvolver ND em pctes com DM tipo I. 
- Refrigerantes com açúcar artificial, pois estuda-se que a 
frutose aumenta o ácido úrico, que induz estresse 
oxidativo e faz disfunção endotelial. 
- Aumento da TFG (hiperfiltração glomerular): a 
hiperfiltração causa dano à parede capilar e aumenta a 
passagem de macromoléculas e depósitos destas no 
mesângio -> altera a permeabilidade da membrana 
- Níveis de albuminúria elevados: mesmo que em níveis 
normais. 
CLASSIFICAÇÃO 
Classe Descrição 
I Alterações leves ou não específicas à MO 
e espessamento de MBG no ME 
IIa Leve expansão mesangial 
IIb Grave expansão mesangial 
III Esclerose nodular 
IV Glomeruloesclerose diabética avançada 
 
- A ND apresenta em seu curso clínico 3 etapas 
evolutivas: 
Categoria Urina 24h Amostra de 
urina casual 
Normal – albuminúria < 30mg < 17mg/L 
Nefropatia incipiente 
(microalbuminúria) 
30 - 300mg 17 – 173 
mg/L 
Nefropatia Clínica 
(macroalbuminúria) 
>= 300mg >= 174 mg/L 
Proteinúria >= 500mg/24h >= 430mg/L 
 
1. Fase de nefropatia incipiente: 
- Níveis aumentados de excreção urinária de albumina- 
microalbuminúria. A microalbuminúria ocorre em 30 a 
45% dos pctes com DM tipo I e em 13 a 26% em pctes 
com DM tipo II. 
- Função renal normal. 
- Espessamento da membrana basal glomerular e 
hiperfiltração e hipertrofia glomerular e renal. 
- Geralmente os pctes ficam anos nessa fase 
(aproximadamente 10 anos), porém, em alguns casos 
pode haver rápida progressão devido a fatores como: mau 
controle glicêmico, níveis tensionais elevados, 
dislipidemia, tabagismo e fatores genéticos. 
- HAS geralmente ausente em DM1 e presente em DM2. 
- A microalbuminúria está relacionada a dislipidemia 
(aumento do LDL e TGL e diminuição do HDL), alterações 
na função endotelial (aumento no fator plasmático VII, 
atividade do inibir 1 do ativador do plasminogênio) e dos 
fatores de coagulação. 
2. Fase da Nefropatia Clínica: 
- Proteinúria maior que 200 ug/min ou proteinúria de 24h 
maior que 500 mg. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 2 
 
- É a fase da proteinúria ou da macroalbuminúria. 
- Nessa fase, geralmente os pctes da DM tipo II são 
idosos, obesos e com mais de 10 anos de duração de DM 
e com HAS, hipercolesterolemia e mau controle glicêmico. 
- HAS presente em 90% dos pctes. 
- A retinopatia também está presente nesta fase em 90% 
da DM1 e em cerca de 60% da DM2. 
- Em pctes com DM tipo I, a partir do diagnóstico de 
nefropatia clínica, ocorre redução nos valores da TFG na 
ordem de 1 ml/min/mês. Já em DM tipo II, a perda da 
função renal é mais heterogênea, podendo ser mais lenta 
0,5 ml/min/mês. 
- Os princípios que determinam a velocidade do declínio 
da TFG são PA, colesterol sérico, tabagismo, controle 
glicêmico, nível de proteinúria, grau de lesão 
histopatológica. Fatores genéticos estão envolvidos no 
mau prognóstico. 
- O melhor controle da glicemia está associado a menor 
perda de função renal. 
3. Fase de Insuficiência Renal Terminal: 
- Uremia e necessidade de diálise e transplante. 
DIAGNÓSTICO 
- TGF avalia função renal para diagnóstico, estadiamento 
e seguimento da ND. 
- A ND geralmente ocorre após algum tempo de DM. Por 
isso, o rastreamento deve começar após 5 anos de DM 
tipo I. Já no tipo II o rastreamento deve ser feito por 
ocasião do diagnóstico de DM. O rastreamento para 
ambos deve ser repetido a cada 1 ano. 
- EQU 
- Urocultura 
- Dosagens totais de proteína na urina de 24h (valores 
acima de 430 mg/L possuem grande sensibilidade para 
doença). 
- Dosagem de albuminúria (valores maiores que 17 mg/L 
são diagnóstico de microalbuminúria, e valores menores 
que isso são considerados normais). 
- Creatinina 
- Fatores que diminuem probabilidade de ND: proteinúria 
com menos do que 10 anos de duração de DM, velocidade 
de queda da TFG maior que a esperada, súbita síndrome 
nefrótica, presença de hematúria, elevação da creatinina 
sem aumento de proteinúria. 
TRATAMENTO 
- Multifatorial: medidas ñ farmacológicas como perda de 
peso, atividade física, interrupção do tabagismo + 
tratamento da hiperglicemia, microalbuminúria, HAS e 
hipercolesterolemia. 
Prevenção Primária 
- Obj: evitar a instalação da ND removendo ou 
modificando fatores de risco. 
- Controle dos níveis glicêmicos (infusão subcutânea de 
insulina ou medicamentos: reduzem a macro e 
microalbuminúria) 
- Controle da PA (múltiplos agentes anti-hipertensivos, 
principalmente IECA). 
Prevenção Secundária 
- Obj: retardar o processo evolutivo de ND. 
- Tratar riscos vasculares (AAS), dislipidemia (<100), 
tabagismo. 
- Dieta hipoproteíca (substituição de proteína animal -> 
vegetal): cerca de 0,8 g/kg/dia. 
- Controle glicêmico (Hb glic menor ou igual a 7%) 
- Independente da presença de HAS, deve-se usar IECA 
pois eles ajudam na diminuição da micro e 
macroalbuminúria. 
- Pctes com nefropatia clínica devem ser avaliados pelo 
menos a cada 3 meses. 
- Exame oftalmológico anual. 
Lúpus Eritematoso Sistêmico- Nefrite Lúpica 
- A doença renal é uma manifestação clinica frequente no 
LES. Acomete principalmente mulheres jovens. 
- A prevalência na nefropatia deve ser maior que 90%, 
pois a biópsia renal em pctes sem qualquer evidência 
pode revelar alterações glomerulares, como depósito de 
imunocomplexos. 
- O diagnóstico de LES é definido pelo preenchimento de 
alguns critérios clínicos e laboratoriais feitos pela 
American Rheumatismo Association (ARA). Há 11 fatores 
principais, os quais: 
 
- A presença de 4 desses critérios já confere 96% de 
sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de LES. 
- Fatores genéticos estão associados pois: presença de 
auto anticorpos em familiares de pctes com LES e uma 
maior suscetibilidade do lúpus em pctes com deficiências 
congênitas no sistema complemento. 
- O acometimento renal ocorre quando há presença de 
proteinúria persistente acima de 500g/dia OU presença de 
cilindros celulares no sedimento urinário (após se afastar 
ITU e efeito de drogas). 
EMANUELA HANNOFF PILON –MEDICINA 202 3 
 
FISIOPATOLOGIA 
- A patogênese da doença renal no LES é muito complexa 
e com vários mecanismos que envolvem injúria renal. 
- O envolvimento glomerular faz com que a nefropatia 
lúpica seja induzida por imunocomplexos. 
- Formação de auto anticorpos devido a hiperatividade de 
linfócitos B (que ocorrem devido a distúrbios regulatórios 
de linfócitos T ou por disfunções na imunorregulação) -> 
auto anticorpos que vão contra o DNA de fita simples e 
hélice dupla, ribonucleoproteínas, histonas e as vezes 
contra proteínas da matriz extracelular (colágeno). 
- Na nefrite lúpica haverá deposição crônica in situ de 
imunocomplexos circulantes anti-DNA que irá 
representar, histologicamente, lesões mesangiais e 
proliferativas endocapilares. 
- A localização dessa deposição nos glomérulos depende 
de fatores: tamanho, carga elétrica, avidez dos 
complexos, capacidade de clareamento do mesângio e 
fatores hemodinâmicos locais. 
- Quando depositados, os imunocomplexos irão ativar o 
sistema complemento -> ativação de fatores 
procoagulantes -> infiltração de leucócitos -> liberação de 
citocinas que regulam a proliferação glomerular. 
- Essas alterações irão se manifestar clinicamente por 
glomerulonefrite proliferativa e sedimento urinário + 
proteinúria e redução da filtração glomerular. 
- A injuria glomerular e vascular no LES pode ser ampliada 
por fenômenos locais decorrentes da coagulação 
intravascular. 
- A nefropatia do LES é caracterizada pela sua forma 
heterogênea de apresentação histológica, havendo 
lesões de diversos potenciais. 
- O envolvimento da LES irá ocorrer com a deposição de 
imunocomplexos nos glomérulos que irão gerar 4 padrões 
característicos: mesangial, proliferativo focal, proliferativo 
difuso e membranoso. Porém, devido a grandes 
quantidades de classificação histológica, ocorre 
dificuldade de classificações morfológicas, por isso foi 
feita uma nova classificação morfológica pela OMS: 
Classe I - Biopsia Normal 
- Rins normais na microscopia e na imunofluorescência. 
- Geralmente não é feita biopsia nesses casos. 
Classe II - Alterações Mesangiais Puras 
- Lesões glomerulares restritas ao mesângio, com 
hipercelularidade. 
- Normais na microscopia ótica, mas presença de 
imunocomplexos na imunofluorescência. 
- Normal em pctes ambulatoriais com função renal normal, 
proteinúria e hematúria discretas. 
Classe III - Glomerulonefrite Focal e Segmentar 
- Proliferação endocapilar: células mesangiais, 
endoteliais, neutrófilos e monócitos. 
- A lesão focal e segmentar recebe essa denominação em 
casos em que o acometimento dos glomérulos seja menor 
que 50%. 
- Necrose fibrinóide, picnose nuclear e ruptura da 
membrana basal glomerular + infiltração de neutrófilos. 
- Hipertensão, sedimento urinário, proteinúria, creatinina 
elevada (25%). 
- Imunofluorescência: deposito de Ig e complemento. 
Classe IV - Glomerulonefrite Proliferativa Difusa 
- Classe histológica mais frequente no LES. 
- Acometimento de mais de 50% da superfície dos 
glomérulos com distribuição difusa e global. 
- Necrose, fibrinóide, infiltração de neutrófilos e 
crescentes epiteliais. 
- Manifestações clínicas: proteinúria nefrótica, 
hematúria, perda da função renal, cilindros hemáticos, 
hipertensão. Em alguns casos pode levar a IR progressiva 
com grande perda aguda da função renal. Isso ocorre em 
casos de necrose. 
Classe V - Glomerulonefrite Membranosa 
- Depósitos imunes subepiteliais com padrão 
membranoso, com subclasses: doença membranosa e 
proliferativa mista) 
- Manifestações: síndrome nefrótica e função renal 
preservada. 
Classe VI - Glomerulonefrite Esclerosante Avançada 
- Lesões cicatriciais e esclerosantes (90%) levando a IRC. 
- Sendo assim, a glomerulonefrite focal/segmentar e a 
glomerulonefrite proliferativa difusa são as formas mais 
graves de envolvimento renal. 
- Devido a essas classificações da nefropatia lúpica, há 
um índice com bases nos achados histopatológicos que 
indicam se as lesões renais por LES são reversíveis ou 
são cronificadas e, portanto, irreversíveis: 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- Dependem da gravidade das lesões histológicas renais. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 4 
 
- Geralmente, alterações urinárias são concomitantes com 
os outros sintomas sistêmicos e, raramente, a nefrite será 
uma manifestação precoce. 
- Pctes classe I e II tem sedimento urinário inativo e 
proteinúria < 1g/dia. Testes sorológicos podem estar 
alterados. 
- Já lesões classe III, há hematúria e cilindros hemáticos, 
proteinúria sempre presente e de característica nefrótica. 
HAS frequente e sorologia + no momento da biópsia. 
- Lesões do tipo IV é a forma mais ativa e grave do 
envolvimento renal. Há síndrome nefrótica e sedimento 
urinário alterado. IR moderada é comum podendo haver 
perda rápida da função renal. 
- Tipo V: quadro nefrótico sem função renal alterada. 
Associada a trombose da veia renal e defeito na 
coagulação. 
DIAGNÓSTICO 
- Doença de evolução a longo prazo com períodos de 
recidivas e períodos de remissão. 
- Obj: detectar injúria renal precoce para que já sejam 
usados imunossupressores. 
(1) Testes sorológicos: velocidade de 
hemossedimentação, PCR, complemento, auto 
anticorpos, imunocomplexos e citocinas. 
- Os testes melhores: anti-DNA e níveis séricos de CH50 
e fração de C3. 
(2) Creatinina 
(3) EQU 
TRATAMENTO 
- Depende da lesão histológica e do grau de 
comprometimento da função de filtração. 
- Classe I e II não necessitam de tratamento. 
- Classe III: não necessitam de tratamento específico. Só 
suporte terapêutico para manifestações extrarrenais. 
Pode-se usar Corticoide para que a atividade sistêmica 
não se prolifere. Se agravar, mesmo tratamento da IV. 
- Classe III e IV: Corticoides em doses elevadas 
(prednisona por 6 a 8 semanas) + Drogas citostáticas 
(Ciclofosfamida) 
- Classe V: Corticoides (prednisona) durante 8 semanas. 
Pode haver associação com Ciclofosfamida (evitar 
imunossupressão agressiva). 
- Classe VI necessitam de diálise e transplante renal. 
Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídio 
- Caracterizada por tromboses arteriais e venosas e 
perdas fetais recorrentes. Percebeu-se uma atividade 
anticoagulante no plasma de pctes com Lúpus. 
- Os autoanticorpos associados à SAF são dirigidos contra 
proteínas plasmáticas ou contra proteínas expressas ou 
ligadas na superfície de células ou plaquetas. 
Manifestação Clínica 
- Trombose, tanto venosa quanto arterial. 
- Vasos de todos os tamanhos podem ser envolvidos. 
Tratamento 
- Na ausência de manifestações clínicas, não se 
recomenda profilaxia primária, exceto AAS para pctes de 
alto risco. 
- Em pcte com LES e APL sugere AAS + hidroxicloroquina. 
- Varfarina é um bom anticoagulante. 
- Imunossupressão tem sucesso terapêutico limitado. 
Amiloidose 
- Caracterizada pelo acúmulo proteico anormal no tecido. 
- A amiloidogênese ocorre quando determinado estimulo 
provoca alteração na [ ] ou estrutura de uma proteína 
sérica que após polimerização acaba por se depositar nos 
tecidos. 
- As proteínas envolvidas nesses processos são: 
(1) Cadeia leve de Ig: proteína amiloide AL 
(percursora: cadeira leve da Ig). 
(2) Amilóide A: proteína amiloide A (percursora: 
proteína SAA). Acompanha amiloidose 
secundária, após doenças infecciosas, 
inflamatórias, neoplasias, etc. 
(3) Outras: transtiretina, gelsolina, apolipoproteína, 
calcitonina, polipeptídeo amiloide da ilhota de 
langerhans, fator atrial natriurético, cistatina C. 
- Nos rins, esses depósitos geralmente ocorrem no 
mesângio de forma segmentar e focal. 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
- Sintomas comuns: fadiga, edema, dispneia, anorexia e 
parestesia. 
- Sinais comuns: púrpura periorbital, hepatomegalia. 
- Sintomas raros: claudicação, rigidez e dor articulares. 
- Sinal raro: infiltração serosa das pálpebras.- Quadro clínico mais comum: síndrome nefrótica e pctes 
acima de 40 anos. 
Amiloidose primária 
- Não possui associação com outra doença sistêmica. 
- Gera Proteinúria e síndrome Nefrótica (deposição 
glomerular). 
- Rins aumentados de tamanho 
- Diagnóstico: faz-se em pctes com IR de causa não 
definida, com síndrome nefrótica, acima de 40 anos. Além 
de pesquisa monoclonal em soro e urina por 
imunoeletroforese. Há presença comum de cadeia leve do 
tipo lambda e do tipo kapa. 
- Pctes que já apresentam creatinina plasmática > 
2mg/dL, ou proteinúria muito intensa (>10g/24h) possuem 
prognóstico renal reservado. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 5 
 
- Além do rim pode haver deposição de proteínas de 
cadeia leve no coração, língua, nervos periféricos, vasos 
sanguíneos e trato digestivo. 
Amiloidose secundária 
- Associada a estímulo inflamatório crônico e 
acompanhado de doenças infecciosas, inflamatórias ou 
neoplásicas. 
- Níveis elevados de proteína amiloide A (proteína SAA) 
através da produção dos mediadores IL-1 e IL-6. 
- Fragmentos menores tendem a se depositar nos 
glomérulos e fragmentos maiores se depositam nos vasos 
sanguíneos. 
Amiloidose Renal Hereditária 
- Doença rara onde há deposição de amiloide, 
preferencialmente nos rins. 
DIAGNÓSTICO 
- Biópsia 
 
TRATAMENTO 
- Uma terapia estudada efetiva se refere ao tratamento da 
síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca e 
hepatomegalia. 
Doença por deposição de cadeias leves 
- As cadeias leves de imunoglobulinas nefrotóxicas são 
produzidas em pctes com neoplasias malignas. 
- Essa doença confere um padrão específico de lesão 
renal: nefropatia de cilindros. Isso causará insuficiência 
renal com síndrome nefrótica. 
- Esses pctes irão produzir cadeias leves kappa que não 
possuem características bioquímicas necessárias para 
formação de fibrilas amiloides. Nesses casos, elas irão 
sofrer auto agregação e formar depósitos granulosos ao 
longo do capilar glomerular e mesângio da membrana 
basal tubular e da cápsula de Bowman. 
- Quando essa agregação ocorre predominantemente nos 
glomérulos, há a síndrome nefrótica e cerca de 70% dos 
pctes progridem para dialise. 
- São facilmente identificadas pelo anticorpo anticadeias 
leves na Imunofluorescência. Ou como depósitos 
granulosos pela microscopia eletrônica. 
Nefropatia do vírus da Imunodeficiência 
Humana (HIV) 
- A nefrotoxicidade da terapêutica (terapia antiviral) e as 
alterações hemodinânimas e eletrolíticas foram as 
primeiras responsáveis pelas descrições de insuficiência 
renal aguda. 
- A nefropatia associada ao HIV (HIVAN) é a forma mais 
comum de doença renal crônica em pctes HIV +. 
- Nesses casos, ocorre um tipo de lesão glomerular que é 
uma forma especial de glomeruloesclerose segmentar e 
focal, geralmente associada à síndrome nefrótica e perda 
progressiva da função renal. 
- A HIVAN é normalmente uma complicação tardia do HIV, 
sendo evidenciado pela diminuição de linfócitos CD4+ e 
pela história de infecções oportunistas prévias. 
FISIOPATOLOGIA 
- A lesão histológica mais frequente na infecção por HIV é 
a glomeruloesclerose segmentar e focal. Isso ocorre em 
associação com várias outras situações clínicas, embora 
nenhuma delas seja bem explicada. 
- Mas, sabe-se que a nefropatia por HIV decorre da 
desregulação na interação entre vírus/hospedeiro. O HIV 
pode infectar diretamente as células mesangiais e 
epiteliais -> efeito citopático -> expressão de citocinas e 
fatores de crescimento -> produção da matriz e esclerose 
mesangial. 
- Ou a infecção pelo HIV altera o ciclo celular com 
intensificação da apoptose e alterações da polaridade 
celular, explicando assim a dilatação tubular micro cística 
característica da nefropatia. 
- As lesões renais associadas ao HIV podem ser por 3 
tipos: 
(1) Glomeruloesclerose focal de forma colapsante 
(2) Glomerulonefrite proliferativa mediada por 
imunocomplexos 
(3) Nefropatia túbulo intersticial 
- O termo ‘nefropatia associada ao HIV’ é reservado para 
a Glomeruloesclerose focal colapsante, com oclusão da 
luz capilar, segmentar ou global, como alguns achados 
característicos: hipertrofia das células epiteliais e 
endoteliais do glomérulo-formação de coroa podocitária, 
dilatação microcística dos túbulos com presença de 
cilindros proteicos, degeneração celular e necrose. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 6 
 
- Síndrome Nefrótica + Perda progressiva da função renal 
- Edema: pode ser insidioso ou abrupto. 
- Geralmente não ocorre HAS. 
- Níveis séricos de complemento estão normais e as Ig 
podem estar aumentadas. 
- Imunofluorescência: deposição de IgM e C3 
- Dilatação tubular com precipitados pouco densos, 
granulares e com proteínas Tamm-Horsfall. 
- Quadro microscópico característico: glomeruloesclerose 
segmentar ou focal com alterações nas células epiteliais 
glomerulares, dilatação tubular, infiltrado com fibrose e 
presença de estruturas túbulo-reticulares 
intracitoplasmáticas. 
TRATAMENTO 
- Terapia antiviral, pois a negativação da carga viral 
mudou muito a história natural da HIVAN. Reduz 
proteinúria. 
Microangiopatias Trombóticas 
- Composto de: Púrpura Trombocitopenia Trombótica 
(PTT) e Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU). 
- Ambas compartilham características de: púrpura 
trombocitopênica idiopática, anemia hemolítica, 
insuficiência renal e distúrbios neurológicos. 
- Quando os pctes são crianças há tendência a ser SHU, 
e quando são adultos com doença neurológica ela passa 
a ser considerada PTT (20-50a). Mulheres + afetadas. 
- Porém, nos adultos geralmente há uma mistura de 
ambas, portanto: PTT/SHU. 
- Na parede do capilar glomerular há evidências de 
endoteliose capilar glomerular, que é associada a trombos 
plaquetários, dano da parede capilar e formação de 
material de fibrina dentro e ao redor dos glomérulos. 
- A síndrome PTT/SHU também é observada na gravidez, 
com o uso de contraceptivos orais ou quinina, em pctes 
com transplante renal que recebem substância específica 
para combater rejeição, e em pctes que estão tomando 
agentes antiplaquetários (ticlopina e clopidogrel) ou após 
infecção por HIV. 
FISIOPATOLOGIA 
- Há 2 grupos reconhecidos de fisiopatologia: 
- SHU na infância associada a diarreia êntero-
hemorrágica: causada pela toxina liberada pela E. coli e, 
ocasionalmente, pela Shigella dysenteriae. 
- A toxina shiga lesiona diretamente os endotélios, 
enterócitos e células renais -> causando apoptose -> 
aglomerados de plaquetas -> hemólise intravascular pela 
ligação aos receptores de glicolipídios. 
- Esses receptores são mais abundantes em crianças do 
que em adultos. 
- Algumas crianças com deficiências de proteínas do 
complemento expressam SHU atípica. 
- PTT/SHU em adultos: Deficiência genética da 
metaloprotease ADAMTS13, causando assim 
aglomeração das plaquetas e hemólise intravascular. 
- Anticorpos para ADAMTS13 podem ser encontrados, 
mas são muito raros. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- Pêntade da PPT: trombocitopenia, anemia hemolítica, 
sinais e sintomas neurológicos, manifestações renais e 
febre. 
- Tríade de SHU: LRA grave, trombocitopenia e anemia. 
- Tem elevação de LDH, aparecimento de hemácias 
fragmentadas em esfregaços do sangue periférico. 
- Sintomas GI, além de proteinúria, hematúria, 
hipertensão e LRA. 
DIAGNÓSTICO 
- Anemia normocítica, aumento na disparidade do 
tamanho das hemácias, reticulocitose, LDH elevada. 
- Positividade da pesquisa de toxina Shiga ou na cultura 
para E. coli toxigênica aponta para o diagnóstico. 
TRATAMENTO 
- PPT/SHU: plasmaférese até que se observe uma 
elevação na contagem de plaquetas. Em pctes com 
recidiva, mantem-se o tratamento com a plasmaférese 
diária. A maioria irá responder com 2 semanas de 
tratamento. 
- Pode-se usar também imunossupressores ou do 
rituximabe. 
- SHU: devidoa diarreia infecciosa, não se deve utilizar 
antibióticos pois estes aceleram a liberação de toxinas. 
Portanto, utiliza-se apenas a terapia de suporte em 
crianças com SHU pós-diarreica. 
Imunossupressores 
- São fármacos usados na terapia de doenças autoimunes 
com o objetivo de prevenis e/ou tratar rejeição de 
transplantes e em doenças auto-imunes. 
- Como comprometem as respostas imunológicas, 
promovem diminuição da resposta a infecções e podem 
facilitar a emergência de linhagens celulares malignos. 
- A maioria desses fármacos atua durante a fase de 
indução da resposta imunológica, reduzindo a proliferação 
de linfócitos. Outros fármacos podem inibir aspectos da 
fase efetora. 
- São caracterizados: 
(1) Fármacos que inibem a produção ou ação da IL-
2 (Ciclosporina, Tacrolimo) 
(2) Fármacos que inibem a expressão de genes de 
citocinas (corticoesteroides) 
(3) Fármacos que inibem a síntese de purina e 
pirimidinas (Azatioprina, Micofenolato, Mofetila). 
1. Ciclofosfamida: 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 7 
 
- Ativa mostarda de fosforamida, que forma ligações 
cruzadas com o DNA que impedem a replicação da célula. 
- Vai suprir as funções das células T e B em 30-40%. 
- Muito usado em doenças reumáticas. Indicado para 
artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, vasculite, 
Granulomatose de Wegener e outras doenças 
reumáticas. 
2. Ciclosporina 
- É um ATB peptídico, que por regulação da transcrição 
gênica, inibe a produção de IL-1 e IL-2 e secundariamente 
inibe a interação entre macrófagos e células T e sua 
responsividade. As células B são afetas tbem pois 
dependem das células T. 
- Indicações: artrite reumatoide, evita aparecimento de 
erosões ósseas, LES, polimiosite, dermatomiosite, 
Granulomatose de Wegener. 
- Efeitos colaterais: leucopenia, trombocitopenia, anemia. 
Em altas doses pode ser cardiotóxica, podendo causar 
esterilidade, principalmente em mulher. 
3. Metotrexato 
- 1ª Linha de tratamento de artrite reumatoide e o mais 
usado. 
- Faz inibição da aminoimidazolcarboxamida (AICAR) e da 
timidilato-sintetase. Isso, por mecanismo concomitante 
acaba suprindo ações inflamatórias de neutrófilos, 
macrófagos, células dendríticas e linfócitos. 
- Exerce efeitos inibitórios diretos na proliferação e 
estimula apoptose nas células imunes inflamatórias. 
- ½ vida: 6-9h mas pode se estender por até 24h. 
- Indicações: artrite reumatóide, psoríase, artrite 
psoriática, dermatomiosite, LES, vasculite, etc. 
- Efeitos colaterais: náuseas, úlceras da mucosa, 
leucopenia, anemia, estomatite, ulcerações 
gastrointestinais, alopecia, hepatotoxicidade. 
- Contraindicado durante a gravidez. 
4. Micofenolato de Mofetila 
- Será convertido em Ácido Micofenólico que é a forma 
ativa do fármaco. Irá inibir a inosina monofosfato 
desidrogenase que leva a supressão da proliferação de 
linfócitos T e B. 
- Indicações: Doença renal por LES, vasculite, 
Granulomatose de Wegener. 
- Efeitos colaterais: náuseas, dispepsia e dor abdominal, 
leucopenia, trombocitopenia e anemia.

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