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SAÚDE DO TRABALHADOR Tem como objetivo a prevenção e promoção da saúde do trabalhador. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O INTRODUÇÃO • A saúde do trabalhador encontra-se no âmbito da vigilância da saúde → VISAT: Vigilância da Saúde do Trabalhador. • RENAST: Rede Nacional de Assistência ao Trabalha- dor, um plano governamental para investir na saú- de do trabalhador. • CEREST: Centro Especializado na Saúde do Traba- lhador, como um ambulatório do trabalho. ACIDENTES DE TRABALHO • Definição: Lesão, doença ou morte pelo exercício do trabalho, que leve a uma incapacidade temporária ou permanente da capacidade laboral. De trabalho formal ou informal! • Eu tenho que adequar o trabalho ao trabalhador: Adaptar o trabalho à capacidade laborativa que o trabalhador tem. • Notificação compulsória: Todos os acidentes de trabalho são de notificação compulsória! Quando: o Com exposição à material biológico: Notificação semanal. o MMM (Menor, Multilação, Morte): Grave! Notificação imediata! o Doença do trabalho: Notificação em unidade sentinela. • Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT): A CAT é para a previdência (4 vias), ou seja, só os trabalhadores formais terão a CAT emitida. O empregador tem obrigação de emitir a CAT! o 1º dia útil após o acidente: É quando a CAT deve ser emitida. Se acidente fatal a noti- ficação é IMEDIATA! o Qualquer médico pode preencher dados médicos da CAT: Apesar da obrigação ser do empregador, se ele não fizer você pode fazer como médico. DOENÇA PROFISSIONAL X DOENÇA DO TRABALHO • Doença profissional: Síndrome típica de determi- nado tipo de trabalhador, decorrente de um fator etiológico conhecido. Tem relação direta com a ati- vidade exercida pelo trabalhador! o Ex: Saturnismo, abestose, silicose. • Doença do trabalho: Decorrente de algum fator ambiental (condições de trabalho) INDIRETO em relação à atividade exercida pelo trabalhador. o Ex: Surdez por trabalhar em local ruidoso. CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE ACIDENTE • Acidente fatal: Aquele que leva à morte do trabalhador, a CAT deve ser emitida em até 24h. • Acidente grave: Engloba o grupo MMM; menores de 18 anos, acidente com mutilação e morte (que entra na classificação de fatal). • Acidente típico: Acidente no local de trabalho. • Acidente de trajeto: Na ida/saída do trabalho. CONSEQUÊNCIAS • Simples assistência médica: O segurado recebe o atendimento médico e volta para o trabalho. • Incapacidade temporária: Afastamento do traba- lho por um período de tempo. o < 15 dias: Sem benefício pecuniário (INSS) o > 15 dias: Com auxílio doença (benefício). • Incapacidade permanente: O trabalhador fica incapaz de exercer aquela atividade profissional. o Parcial: Consegue exercer outra atividade, nesse caso poderia ir pra outro setor. o Total: Aposentadoria por invalidez. INDICADORES PARA MEDIR O RISCO DO TRABALHO • Incidência acumulada: Risco de um tabalhador se acidentar no intervalo de tempo estudado. • Densidade de incidência: Mede a ocorrência dos acidentes, mas de maneira mais acurada pois considera o número de horas e de homens. • Letalidade: Indicador da capacidade dos acidentes do trabalho X de levar ao óbito. • Coeficiente de gravidade: Avaliação quantitativa das oerdas acarretadas pelos acidentes, considera a incapacitação temporária ou permanente. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O CLASSIFICAÇÃO DE SCHILLING • Schilling I: Quando o trabalho é A CAUSA! o Ex: Pneumoconiose, benzenismo. • Schilling II: O trabalho é um FATOR DE RISCO! o Ex: HAS, câncer, doença coronariana. • Schilling III: O trabalho é um AGRAVENTE. o Ex: Asma ocupacional, dermatite de ctto. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOENÇAS OCUPACIONAIS E DO TRABALHO PNEUMOCONIOSES • Pneumo é ar, conio é pedra: Deposição de partícu- las sólidas no parênquima pulmonar, com tendência a caminhar para a fibrose. • 2 principais: Silicose e Asbestose. • Pneumoconioses não fibrogênicas: Siderose, baritose, estanhose. Não há/há um leve desarranjo estrutural e leve infiltrado inflamatório ao redor. • Pneumoconiose fibrogênica: Silicose, asbestose, por carvão e pneumonite por hipersensibilidade. Levam à fibrose intersticial do parênquima. SILICOSE • Definição: Pneumoconiose por deposição de Silica (quartzo) no parênquima pulmonar. o Risco → Partículas < 10um e saturação de > 7,5% no ar tem risco muito grande. o Principal pneumoconiose no Brasil • Atividades laborais associadas: O que dá poeira! Jateamento de areia, pedreira, mineração. • Silicóticos são predispostos a TUBERCULOSE QUADRO CLÍNICO • Longa exposição: Assintomáticos até 10-20 anos de trabalho com silica. • Sintomas pulmonares discretos no início: Tosse e escarro, que pode agravar para uma dispneia de esforço e astenia. • Fases avançadas: Fibrose! Acarreta em insuficiên- cia respiratória e cor pulmonale. DIAGNÓSTICO • Conjunto de clínica + Exame de imagem • Radiografia de tórax: Fibrose nodular/linfonodal com calcificação periférica em casca de ovo. ASBESTOSE • Definição: Pneumoconiose por deposição de As- besto ou Amianto, que vem das fibras de um mineral preto, chamado de anfibólio. • Cancerígeno: O asbesto tem clara associação com câncer, por isso desde 2017 que é proibido a produção, venda e uso de materiais com amianto. • Atividades laborais associadas: Fabricação de caixas d’água (antigas), telha de amianto, cimento. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Pacientes desenvolvem uma predisposição à desenvolver um Mesotelioma de Pleura, Pericár- dio e Peritônio e CA de Pulmão. *PARA LEMBRAR: Asbestose → Telha → Mesotelhioma QUADRO CLÍNICO • Início assintomático: O trabalhador não sente nada por mais de 10 anos. • Quadro tardio: Dispneia aos esforços, estertores crepitantes em bases e baqueteamento digital. • Evolução para fibrose: • Radiografia de tórax: Fibrose difusa pelo parênquima. TRATAMENTO → Não existe! A prevenção é que seria o melhor remédio nesses casos. PNEUMOCONIOSE DOS TRABALHADORES DE CARVÃO • Definição: Pneumoconiose por inalação de poeiras de carvão mineral. • Ocupações de risco: Quem trabalha com carvão! • Sintomas: Assintomático e pode evoluir para fibro- se maciça progressiva. o S. de Caplan: Carvão + Artrite Reumatoide • Diagnóstico: Clínica + RX apresentando máculas pigmentadas peribronquiolares e perivasculares. BERILIOSE • Definição: Doença pulmonar pela inalação de fu- mos, sais ou poeiras de berílio. • Ocupações de risco: Trabalhadores em indústria aeroespacial, indústria de energia nuclear. • Sintomas: • Aguda: Irritação da árvore brônquica, causa uma pneumonite química, hipóxia e fibrose secundária. • Crônico: Doença Pulmonar pelo Berílio (DPB), acúmulo de linfócitos nos alvéolos levando a um quadro de hipersensibilidade, com dor torácica, tosse, fadiga, baqueteamento, hepatoesplenome- galia e lesões de pele. • Diagnóstico: Igual aos outros. Clínica + imagem. O RX apresenta granulomas não caseosos, sarcoide símile e acometimento alveolar e intersticial. ASMA OCUPACIONAL • Definição: Obstrução difusa e aguda das vias aéreas, de caráter reversível, causada pela inalação de substâncias alergênicas presentes no trabalho. o Ex: Poeiras de algodão, linho, borracha, couro, sílica, madeira vermelha. • Sintomas: Asma brônquica! Falta de ar, aperto no peito, “chieira” e tosse, acompanhado de rinorreia, espirros e lacrimejamento. Muitas vezes, uma tosse noturna persistente é a única queixa, associa- se à periodicidade (piora no trabalho,melhora nas férias ou afastamentos). • Conduta: 1) Afastamento da exposição 2) Tratar igual a uma asma brônquica (uso de BD, etc) 3) Solicitação de emissão de CAT e preenchimento do Laudo do Exame Médico 4) Supressão dos agen- tes causadores do quadro no ambiente de trabalho PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO (PAIR/PAINPSE) • Trabalhador imerso no ruído: Britadeiras, máqui- nas barulhentas e geralmente sem proteção. • Lesão bilateral e neurossensorial: Afeta os órgãos de Corti, uma lesão irreversível e lenta! • A lesão é não-progressiva sem ruídos: Se você parar de ouvir o ruído, a doença para de progredir. • Perda de frequências altas: 3, 4 e 6 KHz, um padrão audiométrico em gota, ruídos agudos. • Piora pelo Diabetes e por Medicamentos Ototóxi- cos: A lesão progride com maior amplitude. • Ideal → Proteção! O uso de EPI adequado é a melhor ferramenta preventiva da doença. LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO (LER/DORT) • Causa mais comum de afastamento de trabalho: A maioria evolui para incapacidade parcial. • Principalmente em mãos e punhos V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Atividades de risco: Movimentos repetidos, monótonos, de ritmo intenso, associado a pressão do trabalhador por produção. • Intensifica em vibração e no frio • Quadro clínico: Dor crônica, formigamento, dormência, fadiga associado a sofrimento psíquico (incertezas, medos, ansiedade e conflitos). • Ideal: Pausa de 10 minutos a cada hora de trabalho • Tratamento: • AINEs: O uso deve ser realizado, podemos começar leve com o ibuprofeno 2x ao dia por 7 dias. • Fisioterapia: Medida essencial adjunta aos AINEs. INTOXICAÇÕES EXÓGENAS INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS INSETICIDAS • Organoclorados (DDT): Não se usa mais! Droga tóxica, cumulativa, afeta o SNC. Pode ficar no solo por até 30 anos! • Organifosforados/Carbamatos (Melathion / Pro- poxur): Possuem o mecanismo de ação parecido, que é atuar inibindo a acetil colinesterase! o Síndrome Colinérgica: Evento parassim- pático! Miose, confusão mental, hipoten- são, bradicardia, colapso respiratório, sialorreia, náuseas, vômitos. o Diferença dos dois → OF é mais grave: Pois ele acarreta em inibição irreversível. o Tratamento → Antagonizar a acetilcolina: A droga de escolha é a Atropina! • Piretroides (Permetrina): É o inseticida utilizado na atualidade para dedetização. o Sintomas leves: Irritação, alergia. REVISÃO! VÍNCULOS MENTAIS PRINCIPAIS CHUMBO (SATURNISMO) INTRODUÇÃO • O chumbo é um contaminante ambiental • Onde podemos encontrar? 1. Tintas de artistas, fumaça de madeira pintada 2. Cerâmicas vitrificadas: Copos, jarras, pratos. 3. Galerias de tiro ao alvo 4. Fabricação de baterias de automóveis 5. Fundições e indústrias de armamamentos METABOLISMO • Absorção: O chumbo pode ser absorvido pela inalação ou ingestão. • Atravessa as membranas no plasma e acumula-se nos tecidos moles: Principalmente os ossos. • 95-99% do chumbo no plasma se encontra ligado à hemoglobina: É sequestrado pelas hemácias. • Toxicidade: O chumbo tem afinidade com a membrana celular e mitocôndrias, interferindo na fosforilação oxidativa e prejudica vias de sinaliza- ção intracelular dependentes de cálcio e atividade da proteína quinase C cerebral. QUADRO CLÍNICO • Exposição aguda: • Crianças: Dor abdominal, irritabilidade, letardia, anorexia, palidez, ataxia e fala arrastada. • Adultos: Todos os da criança + cefaleia, artralgia, mialgia, perda da memória de curto prazo e libido. • Altos níveis de exposição: Leva a um quadro grave de encefalopatia, convulsões, coma e até morte. • Exposição crônica: • Adultos: Anemia (também normo/normo), alterações do comportamento (irritabilidade, agressividade) e do estado mental, neuropatia periférica desmielinizante, distúrbios do tempo de reação, hipertensão, nefrite, DRC, aborto espontâneo e redução da quantidade de espermatozóides. o Linhas de Burton: “linha de chumbo” na borda gengival dos dentes. DIAGNÓSTICO • História de exposição: Na anamnese. • Pesquisa de pontilhados basofílicos: Achado nas hemácias por esfregaço do sangue periférico. • Dosagem sérica de chumbo: Obviamente elevada. • Dosagem de coproporfirina e protoporfirina: O primeiro na urina e o segundo no sangue, vão estar aumentados pois o chumbo interfere na incorpora- ção de ferro ao heme. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O MERCÚRIO (HIDRARGIRISMO) INTRODUÇÃO • Muitas ocupações envolvem exposição ao mer- cúrio: Garimpagem, trabalho com cloro-álcalis, fabricação de pesticidas, inseticidas e fungicidas, fabricação de instrumentos, lâmpadas, luzes de neon, baterias, papel, tinta, corante, equipamento elétrico, dentistas (indivíduos com obturações de amálgamas) e joalheria contendo mercúrio. QUADRO CLÍNICO MERCÚRIO ELEMENTAR/METÁLICO • Pneumonite, edema pulmonar não cardiogênico, sintomas neurológicos e polineuropatia. • Exposição crônica → Eretismo mercurial: Afeta o SNC, apresentando delirium, excitabilidade, perda da memória, insônia e timidez. o Tremor intencional característico: Ao exame físico. MERCÚRIO INORGÂNICO • Gastrointestinais: Diarreia, dor abdominal. • Renais: Síndrome nefrótica e insuficiência renal aguda. • Cardio: Mais raros! Pode haver hipertensão, taquicardia, colapso cardiovascular e até morte. MERCÚRIO ORGÂNICO (METILMERCÚRIO) • Presente principalmente em água contaminada pela indústria: Acidente na baía de Minamata, caso clássico no Japão em 1960. • Manifestações neurológicas: Parestesias intensas, disartria, ataxia, redução do campo visual, cegueira , microcefalia, espasticidade, paralisia e coma. • Toxicidade renal: Nefropatia membranosa que pode evoluir para síndrome nefrótica, é reversível se afastar o paciente da exposição • Avaliável pelos níveis de sangue (exposição recente) ou no cabelo (se crônica) BENZENO (BENZENISMO) INTRODUÇÃO • O que é o benzeno: É um hidrocarboneto aromáti- co que se apresença como um líquido incolor, lipossolúvel, voláril, inflamável e de odor típico. • Pode ser encontrado nos derivados de petróleo: Como gasolina, solventes e detergentes. • Quando inalados, ocupam espaço alveolar e resultam em hipóxia QUADRO CLÍNICO • Exposição aguda: • Irritante moderado das mucosas: Ocular e respira- tória, causando irritação, eritema. • Edema pulmonar: Se inalado em altas concent. • Efeitos neurológicos (principal): Narcose, sonolên- cia, tontura, náuseas, taquicardia, tremor, convul- sões, perda da consciência e até morte. • Exposição crônica: • Inespecíficos: Fadiga intensa, sonolência, cefaleia, lesões dermatológicas de difícil caracterização. • Efeitos hematológicos (principal): Depressão medular (pancitopenia), quadros de leucemias e aplasia de medula. DIAGNÓSTICO • Clínica compatível: Um paciente frentista de longa data, com história de exposição crônica e apresen- tando essa sintomatologia já é suficiente. Outro paciente típico é aquele com história de exposição crônica a pesticidas. • Dosagem de ácido trans-mucônico: Através da urina, é um exame específico. CROMO • Definição: Mineral-traço de inúmeras valências, o cromo hexavalanete é a forma mais perigosa e cancerígena, apesar de ser o mais usado (indústria) • Ocupações de risco: Trabalho com cromagem (galvanoplastia), indústria do cimento, névoas ácidas, soldagem de aço inox, indústria fotogrática. • Sintomas: Irritante para pele e para as vias aéreas, causando prurido nasal, rinorreia, epistaxe e que pode evoluir para ulceração e perfuração do septo nasal. Além de lesões cutâneas pruriginosas. o Câncer pulmonar: Efeito da inalação decromo, é o mais importante. • Conduta: Encaminhamento para o serviço especia- lizado, além de acompanhamento de risco para CA de pulmão por 20-30 anos. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O PROCEDIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS DECORRENTES DE UMA DOENÇA/ACIDENTE DO TRABALHO • O diagnóstico de uma doença do trabalho tem implicações médico-legais e previdenciárias: É dever do médico caracterizar a relação do traba- lhador com a Previdência Social e, daí, fazer o manejo mais adequado. • Perguntas importantes: • Quando um trabalhador é considerado segurado pela previdência social? Quando ele contribui para a Previdência Social, trabalhadores informais podem contribuir como autônomos! • Quais são os benefícios de ser segurado pela Previdência? Direito aos benefícios do INSS, como aposentadoria por idade, invalidez, tempo de contribuição e aposentadoria especial. Auxílio- doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão, etc. • Quais são as implicações médico-previdenciárias decorrentes do diagnóstico de uma doença do trabalho? Dado o diagnóstico, deve-se emitir a CAT em até o 1º dia útil após o acidente (imediato se acidente fatal), preferencialmente pelo emprega- dor, mas pode ser emitida por qualquer médico. São 4 vias e deve-se entregá-las: o 1ª via: Ao INSS. o 2ª via: Ao segurado ou dependente. o 3ª via: Ao sindicaro da classe trabalhista. o 4ª via: À empresa. • Quais as consequências do acidente de trabalho? Já citamos acima, basicamente ele pode ser aten- dido e voltar ou gerar uma incapacidade temporá- ria ou permanente. BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS APOSENTADORIA POR INVALIDEZ • Quem tem direito? O segurado que for considera- do incapaz total para o trabalho e sem condições de reabilitação. • Qual a carência exigida: 12 contribuições mensais. Sem carência se a invalidez for resultado de um acidente ou compor uma lista de doenças do MS. • O aposentado pode voltar o trabalho? Pode, mas perderá automaticamente a sua aposentadoria. Ele deve solicitar uma nova avaliação médico- pericial no INSS. • Aposentado por invalidez que depende de outra pessoa: Tem o acréscimo de 25% do salário-base para arcar com os custos de uma pessoa extra. • Revisão periódica: A cada 2 anos, até os 60 anos, via perícia médica. AUXÍLIO-DOENÇA • Quem tem direito? O segurado incapacitado por mais de 15 dias consecutivos. • Qual a carência exigida: 12 contribuições mensais, segue o mesmo esquema da aposentadoria por invalidez (sem carência em alguns casos). • Quem paga os primeiros 15 dias de doença? O empregador, a partir do 16º dia é dever do INSS. Em trabalhadores informais, o INSS paga a partir do primeiro dia da incapacidade. • Auxílio doença “comum”: Abrange todos os segurados do INSS, só ganha o benefício quem cumpriu a carência e não há estabilidade do emprego quando voltar, nem o empregador é obrigado a depositar o FGTS. • Auxílio-doença “acidentário”: Abrage somente o empregado vinculado a uma empresa, não precisa de carência e há estabilidade de 12 meses após o acidente, o empregador é obrigado a pagar FGTS. AUXÍLIO-ACIDENTE • Definição: Indenização dada ao segurado após sofrer um acidente que gere uma sequela definiti- va que reduza/incapacite sua capacidade laboral. • Quem tem direito: Todos, exceto o contribuinte individual e facultativo. • Quanto e até quando? 50% do salário-base, até que o indivíduo se aposente. PENSÃO POR MORTE • Definição: Benefício concedido aos dependentes do trabalhador em caso de morte. • Quem tem direito: Os dependentes do segurado que falecer, na seguinte ordem de classe: o Cônjuge, companheiro (em união estável) , filho não emancipado menores de 21 anos ou inálidos de qualquer idade. o Pais o Irmão não emancipado menor de 21 anos ou inválido de qualquer idade • Quanto? 50% da aposentadoria do falecido + 10% por cada dependente (filhos). • Por quanto tempo: Varia! Para os filhos até os 21 anos e para o cônjuge depende da idade dela: V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O BASES LEGAIS PARA AS AÇÕES DE SAÚDE NORMAS REGULAMENTADORAS (NR): Complemento da CLT, são obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por trabalhadores e empregadores. NR-1: Disposições gerais, informações básicas. NR-4: Serviços especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. • Objetivo: Prevenção de acidentes e doenças, eles fazem isso analisando o uso adequado de EPIs, eliminar riscos à saúde do trabalhador, promoção em saúde (ginástica laboral, ergonomia). • Composição da equipe: o Engenheiro de segurança do trabalho o Médico do trabalho o Enfermeiro do trabalho o Auxiliar de enfermagem do trabalho o Técnico de segurança do trabalho NR-5: Estabelecer a CIPA: Comissão interna de prevenção de acidentes. • Composta de empregados e empregadores: Visa prevenir doenças e acidentes. • É vedada a demissão de membro da CIPA sem justa causa: Haja vista que eles podem ser caçados. NR-6: Equipamento de proteção individual • O que é? É todo dispositivo ou produto de uso individual usado pelo trabalhador, que é voltado para a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. • Quem deve fornecer? A empresa é obrigada a fornecer EPI gratuito e adequado. NR-7: Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO) • Visa estabelecer a obrigatoriedade de um progra- ma de controle médico de saúde ocupacional. • Inclui exames médicos: Admissional, periódicos, de retorno, mudança de função e demissional. NR-15: Atividades e operações insalubres • O que são? São atividades desenvolvidas acima dos limites de tolerância para causar danos à saúde. • O que o trabalhador ganha realizando-as? Recebe adicional de 40% (se grau máximo); 20% se médio e 10% se grau mínimo. NR-16: Atividades e operações perigosas. • O que são? São aquelas realizadas com explosivos, fenômenos sísmicos, degradação química ou autocatalítica., • O que o trabalhador ganha realizando-as? É assegurado um adicional de 30% no salário. NR-17: Ergonomia • O que é? Consiste em adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. • É aquele princípio explicado nos primeiros tópicos do resumo → “Adaptar o trabalho ao trabalhador”
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