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SAÚDE DO TRABALHADOR

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SAÚDE DO TRABALHADOR 
Tem como objetivo a prevenção e promoção da saúde do trabalhador. 
 
V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O 
INTRODUÇÃO 
• A saúde do trabalhador encontra-se no âmbito da 
vigilância da saúde → VISAT: Vigilância da Saúde 
do Trabalhador. 
• RENAST: Rede Nacional de Assistência ao Trabalha-
dor, um plano governamental para investir na saú-
de do trabalhador. 
• CEREST: Centro Especializado na Saúde do Traba-
lhador, como um ambulatório do trabalho. 
ACIDENTES DE TRABALHO 
• Definição: Lesão, doença ou morte pelo exercício 
do trabalho, que leve a uma incapacidade 
temporária ou permanente da capacidade laboral. 
De trabalho formal ou informal! 
• Eu tenho que adequar o trabalho ao trabalhador: 
Adaptar o trabalho à capacidade laborativa que o 
trabalhador tem. 
• Notificação compulsória: Todos os acidentes de 
trabalho são de notificação compulsória! Quando: 
o Com exposição à material biológico: 
Notificação semanal. 
o MMM (Menor, Multilação, Morte): 
Grave! Notificação imediata! 
o Doença do trabalho: Notificação em 
unidade sentinela. 
• Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT): A 
CAT é para a previdência (4 vias), ou seja, só os 
trabalhadores formais terão a CAT emitida. O 
empregador tem obrigação de emitir a CAT! 
o 1º dia útil após o acidente: É quando a CAT 
deve ser emitida. Se acidente fatal a noti-
ficação é IMEDIATA! 
o Qualquer médico pode preencher dados 
médicos da CAT: Apesar da obrigação ser 
do empregador, se ele não fizer você pode 
fazer como médico. 
DOENÇA PROFISSIONAL X DOENÇA DO TRABALHO 
• Doença profissional: Síndrome típica de determi-
nado tipo de trabalhador, decorrente de um fator 
etiológico conhecido. Tem relação direta com a ati-
vidade exercida pelo trabalhador! 
o Ex: Saturnismo, abestose, silicose. 
• Doença do trabalho: Decorrente de algum fator 
ambiental (condições de trabalho) INDIRETO em 
relação à atividade exercida pelo trabalhador. 
o Ex: Surdez por trabalhar em local ruidoso. 
CLASSIFICAÇÃO POR TIPO DE ACIDENTE 
• Acidente fatal: Aquele que leva à morte do 
trabalhador, a CAT deve ser emitida em até 24h. 
• Acidente grave: Engloba o grupo MMM; menores 
de 18 anos, acidente com mutilação e morte (que 
entra na classificação de fatal). 
• Acidente típico: Acidente no local de trabalho. 
• Acidente de trajeto: Na ida/saída do trabalho. 
 
CONSEQUÊNCIAS 
• Simples assistência médica: O segurado recebe o 
atendimento médico e volta para o trabalho. 
• Incapacidade temporária: Afastamento do traba-
lho por um período de tempo. 
o < 15 dias: Sem benefício pecuniário (INSS) 
o > 15 dias: Com auxílio doença (benefício). 
• Incapacidade permanente: O trabalhador fica 
incapaz de exercer aquela atividade profissional. 
o Parcial: Consegue exercer outra atividade, 
nesse caso poderia ir pra outro setor. 
o Total: Aposentadoria por invalidez. 
INDICADORES PARA MEDIR O RISCO DO TRABALHO 
• Incidência acumulada: Risco de um tabalhador se 
acidentar no intervalo de tempo estudado. 
 
• Densidade de incidência: Mede a ocorrência dos 
acidentes, mas de maneira mais acurada pois 
considera o número de horas e de homens.
 
• Letalidade: Indicador da capacidade dos acidentes 
do trabalho X de levar ao óbito. 
 
• Coeficiente de gravidade: Avaliação quantitativa 
das oerdas acarretadas pelos acidentes, considera 
a incapacitação temporária ou permanente. 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DE SCHILLING 
• Schilling I: Quando o trabalho é A CAUSA! 
o Ex: Pneumoconiose, benzenismo. 
• Schilling II: O trabalho é um FATOR DE RISCO! 
o Ex: HAS, câncer, doença coronariana. 
• Schilling III: O trabalho é um AGRAVENTE. 
o Ex: Asma ocupacional, dermatite de ctto. 
 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
 
 
DOENÇAS OCUPACIONAIS E DO TRABALHO 
PNEUMOCONIOSES 
• Pneumo é ar, conio é pedra: Deposição de partícu-
las sólidas no parênquima pulmonar, com 
tendência a caminhar para a fibrose. 
• 2 principais: Silicose e Asbestose. 
• Pneumoconioses não fibrogênicas: Siderose, 
baritose, estanhose. Não há/há um leve desarranjo 
estrutural e leve infiltrado inflamatório ao redor. 
• Pneumoconiose fibrogênica: Silicose, asbestose, 
por carvão e pneumonite por hipersensibilidade. 
Levam à fibrose intersticial do parênquima. 
SILICOSE 
• Definição: Pneumoconiose por deposição de Silica 
(quartzo) no parênquima pulmonar. 
o Risco → Partículas < 10um e saturação de 
> 7,5% no ar tem risco muito grande. 
o Principal pneumoconiose no Brasil 
• Atividades laborais associadas: O que dá poeira! 
Jateamento de areia, pedreira, mineração. 
• Silicóticos são predispostos a TUBERCULOSE 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Longa exposição: Assintomáticos até 10-20 anos 
de trabalho com silica. 
• Sintomas pulmonares discretos no início: Tosse e 
escarro, que pode agravar para uma dispneia de 
esforço e astenia. 
• Fases avançadas: Fibrose! Acarreta em insuficiên-
cia respiratória e cor pulmonale. 
DIAGNÓSTICO 
• Conjunto de clínica + Exame de imagem 
• Radiografia de tórax: Fibrose nodular/linfonodal 
com calcificação periférica em casca de ovo. 
 
ASBESTOSE 
• Definição: Pneumoconiose por deposição de As-
besto ou Amianto, que vem das fibras de um 
mineral preto, chamado de anfibólio. 
• Cancerígeno: O asbesto tem clara associação com 
câncer, por isso desde 2017 que é proibido a 
produção, venda e uso de materiais com amianto. 
• Atividades laborais associadas: Fabricação de 
caixas d’água (antigas), telha de amianto, cimento. 
 
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• Pacientes desenvolvem uma predisposição à 
desenvolver um Mesotelioma de Pleura, Pericár-
dio e Peritônio e CA de Pulmão. 
 
*PARA LEMBRAR: Asbestose → Telha → Mesotelhioma 
QUADRO CLÍNICO 
• Início assintomático: O trabalhador não sente 
nada por mais de 10 anos. 
• Quadro tardio: Dispneia aos esforços, estertores 
crepitantes em bases e baqueteamento digital. 
• Evolução para fibrose: 
• Radiografia de tórax: Fibrose difusa pelo 
parênquima. 
TRATAMENTO → Não existe! A prevenção é que seria 
o melhor remédio nesses casos. 
PNEUMOCONIOSE DOS TRABALHADORES DE CARVÃO 
• Definição: Pneumoconiose por inalação de poeiras 
de carvão mineral. 
• Ocupações de risco: Quem trabalha com carvão! 
• Sintomas: Assintomático e pode evoluir para fibro-
se maciça progressiva. 
o S. de Caplan: Carvão + Artrite Reumatoide 
• Diagnóstico: Clínica + RX apresentando máculas 
pigmentadas peribronquiolares e perivasculares. 
BERILIOSE 
• Definição: Doença pulmonar pela inalação de fu-
mos, sais ou poeiras de berílio. 
• Ocupações de risco: Trabalhadores em indústria 
aeroespacial, indústria de energia nuclear. 
• Sintomas: 
• Aguda: Irritação da árvore brônquica, causa uma 
pneumonite química, hipóxia e fibrose secundária. 
• Crônico: Doença Pulmonar pelo Berílio (DPB), 
acúmulo de linfócitos nos alvéolos levando a um 
quadro de hipersensibilidade, com dor torácica, 
tosse, fadiga, baqueteamento, hepatoesplenome-
galia e lesões de pele. 
• Diagnóstico: Igual aos outros. Clínica + imagem. O 
RX apresenta granulomas não caseosos, sarcoide 
símile e acometimento alveolar e intersticial. 
 
ASMA OCUPACIONAL 
• Definição: Obstrução difusa e aguda das vias 
aéreas, de caráter reversível, causada pela inalação 
de substâncias alergênicas presentes no trabalho. 
o Ex: Poeiras de algodão, linho, borracha, 
couro, sílica, madeira vermelha. 
• Sintomas: Asma brônquica! Falta de ar, aperto no 
peito, “chieira” e tosse, acompanhado de rinorreia, 
espirros e lacrimejamento. Muitas vezes, uma 
tosse noturna persistente é a única queixa, associa-
se à periodicidade (piora no trabalho,melhora nas 
férias ou afastamentos). 
• Conduta: 1) Afastamento da exposição 2) Tratar 
igual a uma asma brônquica (uso de BD, etc) 
3) Solicitação de emissão de CAT e preenchimento 
do Laudo do Exame Médico 4) Supressão dos agen-
tes causadores do quadro no ambiente de trabalho 
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO 
(PAIR/PAINPSE) 
• Trabalhador imerso no ruído: Britadeiras, máqui-
nas barulhentas e geralmente sem proteção. 
• Lesão bilateral e neurossensorial: Afeta os órgãos 
de Corti, uma lesão irreversível e lenta! 
• A lesão é não-progressiva sem ruídos: Se você 
parar de ouvir o ruído, a doença para de progredir. 
• Perda de frequências altas: 3, 4 e 6 KHz, um padrão 
audiométrico em gota, ruídos agudos. 
 
• Piora pelo Diabetes e por Medicamentos Ototóxi-
cos: A lesão progride com maior amplitude. 
• Ideal → Proteção! O uso de EPI adequado é a 
melhor ferramenta preventiva da doença. 
LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO (LER/DORT) 
• Causa mais comum de afastamento de trabalho: 
A maioria evolui para incapacidade parcial. 
• Principalmente em mãos e punhos 
 
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• Atividades de risco: Movimentos repetidos, 
monótonos, de ritmo intenso, associado a pressão 
do trabalhador por produção. 
• Intensifica em vibração e no frio 
• Quadro clínico: Dor crônica, formigamento, 
dormência, fadiga associado a sofrimento psíquico 
(incertezas, medos, ansiedade e conflitos). 
• Ideal: Pausa de 10 minutos a cada hora de trabalho 
• Tratamento: 
• AINEs: O uso deve ser realizado, podemos começar 
leve com o ibuprofeno 2x ao dia por 7 dias. 
• Fisioterapia: Medida essencial adjunta aos AINEs. 
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS 
INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS 
INSETICIDAS 
• Organoclorados (DDT): Não se usa mais! Droga 
tóxica, cumulativa, afeta o SNC. Pode ficar no solo 
por até 30 anos! 
• Organifosforados/Carbamatos (Melathion / Pro-
poxur): Possuem o mecanismo de ação parecido, 
que é atuar inibindo a acetil colinesterase! 
o Síndrome Colinérgica: Evento parassim-
pático! Miose, confusão mental, hipoten-
são, bradicardia, colapso respiratório, 
sialorreia, náuseas, vômitos. 
o Diferença dos dois → OF é mais grave: 
Pois ele acarreta em inibição irreversível. 
o Tratamento → Antagonizar a acetilcolina: 
A droga de escolha é a Atropina! 
• Piretroides (Permetrina): É o inseticida utilizado na 
atualidade para dedetização. 
o Sintomas leves: Irritação, alergia. 
REVISÃO! VÍNCULOS MENTAIS PRINCIPAIS 
 
CHUMBO (SATURNISMO) 
INTRODUÇÃO 
• O chumbo é um contaminante ambiental 
• Onde podemos encontrar? 
1. Tintas de artistas, fumaça de madeira pintada 
2. Cerâmicas vitrificadas: Copos, jarras, pratos. 
3. Galerias de tiro ao alvo 
4. Fabricação de baterias de automóveis 
5. Fundições e indústrias de armamamentos 
METABOLISMO 
• Absorção: O chumbo pode ser absorvido pela 
inalação ou ingestão. 
• Atravessa as membranas no plasma e acumula-se 
nos tecidos moles: Principalmente os ossos. 
• 95-99% do chumbo no plasma se encontra ligado 
à hemoglobina: É sequestrado pelas hemácias. 
• Toxicidade: O chumbo tem afinidade com a 
membrana celular e mitocôndrias, interferindo na 
fosforilação oxidativa e prejudica vias de sinaliza-
ção intracelular dependentes de cálcio e atividade 
da proteína quinase C cerebral. 
QUADRO CLÍNICO 
• Exposição aguda: 
• Crianças: Dor abdominal, irritabilidade, letardia, 
anorexia, palidez, ataxia e fala arrastada. 
• Adultos: Todos os da criança + cefaleia, artralgia, 
mialgia, perda da memória de curto prazo e libido. 
• Altos níveis de exposição: Leva a um quadro grave 
de encefalopatia, convulsões, coma e até morte. 
• Exposição crônica: 
• Adultos: Anemia (também normo/normo), 
alterações do comportamento (irritabilidade, 
agressividade) e do estado mental, neuropatia 
periférica desmielinizante, distúrbios do tempo de 
reação, hipertensão, nefrite, DRC, aborto 
espontâneo e redução da quantidade de 
espermatozóides. 
o Linhas de Burton: “linha de chumbo” na 
borda gengival dos dentes. 
 
DIAGNÓSTICO 
• História de exposição: Na anamnese. 
• Pesquisa de pontilhados basofílicos: Achado nas 
hemácias por esfregaço do sangue periférico. 
• Dosagem sérica de chumbo: Obviamente elevada. 
• Dosagem de coproporfirina e protoporfirina: O 
primeiro na urina e o segundo no sangue, vão estar 
aumentados pois o chumbo interfere na incorpora-
ção de ferro ao heme. 
 
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MERCÚRIO (HIDRARGIRISMO) 
INTRODUÇÃO 
• Muitas ocupações envolvem exposição ao mer-
cúrio: Garimpagem, trabalho com cloro-álcalis, 
fabricação de pesticidas, inseticidas e fungicidas, 
fabricação de instrumentos, lâmpadas, luzes de 
neon, baterias, papel, tinta, corante, equipamento 
elétrico, dentistas (indivíduos com obturações de 
amálgamas) e joalheria contendo mercúrio. 
QUADRO CLÍNICO 
MERCÚRIO ELEMENTAR/METÁLICO 
• Pneumonite, edema pulmonar não cardiogênico, 
sintomas neurológicos e polineuropatia. 
• Exposição crônica → Eretismo mercurial: Afeta o 
SNC, apresentando delirium, excitabilidade, perda 
da memória, insônia e timidez. 
o Tremor intencional característico: Ao 
exame físico. 
MERCÚRIO INORGÂNICO 
• Gastrointestinais: Diarreia, dor abdominal. 
• Renais: Síndrome nefrótica e insuficiência renal 
aguda. 
• Cardio: Mais raros! Pode haver hipertensão, 
taquicardia, colapso cardiovascular e até morte. 
MERCÚRIO ORGÂNICO (METILMERCÚRIO) 
• Presente principalmente em água contaminada 
pela indústria: Acidente na baía de Minamata, caso 
clássico no Japão em 1960. 
• Manifestações neurológicas: Parestesias intensas, 
disartria, ataxia, redução do campo visual, cegueira 
, microcefalia, espasticidade, paralisia e coma. 
• Toxicidade renal: Nefropatia membranosa que 
pode evoluir para síndrome nefrótica, é reversível 
se afastar o paciente da exposição 
• Avaliável pelos níveis de sangue (exposição 
recente) ou no cabelo (se crônica) 
BENZENO (BENZENISMO) 
INTRODUÇÃO 
• O que é o benzeno: É um hidrocarboneto aromáti-
co que se apresença como um líquido incolor, 
lipossolúvel, voláril, inflamável e de odor típico. 
• Pode ser encontrado nos derivados de petróleo: 
Como gasolina, solventes e detergentes. 
• Quando inalados, ocupam espaço alveolar e 
resultam em hipóxia 
QUADRO CLÍNICO 
• Exposição aguda: 
• Irritante moderado das mucosas: Ocular e respira-
tória, causando irritação, eritema. 
• Edema pulmonar: Se inalado em altas concent. 
• Efeitos neurológicos (principal): Narcose, sonolên-
cia, tontura, náuseas, taquicardia, tremor, convul-
sões, perda da consciência e até morte. 
• Exposição crônica: 
• Inespecíficos: Fadiga intensa, sonolência, cefaleia, 
lesões dermatológicas de difícil caracterização. 
• Efeitos hematológicos (principal): Depressão 
medular (pancitopenia), quadros de leucemias e 
aplasia de medula. 
DIAGNÓSTICO 
• Clínica compatível: Um paciente frentista de longa 
data, com história de exposição crônica e apresen-
tando essa sintomatologia já é suficiente. Outro 
paciente típico é aquele com história de exposição 
crônica a pesticidas. 
• Dosagem de ácido trans-mucônico: Através da 
urina, é um exame específico. 
CROMO 
• Definição: Mineral-traço de inúmeras valências, o 
cromo hexavalanete é a forma mais perigosa e 
cancerígena, apesar de ser o mais usado (indústria) 
• Ocupações de risco: Trabalho com cromagem 
(galvanoplastia), indústria do cimento, névoas 
ácidas, soldagem de aço inox, indústria fotogrática. 
• Sintomas: Irritante para pele e para as vias aéreas, 
causando prurido nasal, rinorreia, epistaxe e que 
pode evoluir para ulceração e perfuração do septo 
nasal. Além de lesões cutâneas pruriginosas. 
o Câncer pulmonar: Efeito da inalação decromo, é o mais importante. 
• Conduta: Encaminhamento para o serviço especia-
lizado, além de acompanhamento de risco para CA 
de pulmão por 20-30 anos. 
 
 
 
 
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PROCEDIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS DECORRENTES 
DE UMA DOENÇA/ACIDENTE DO TRABALHO 
• O diagnóstico de uma doença do trabalho tem 
implicações médico-legais e previdenciárias: É 
dever do médico caracterizar a relação do traba-
lhador com a Previdência Social e, daí, fazer o 
manejo mais adequado. 
• Perguntas importantes: 
• Quando um trabalhador é considerado segurado 
pela previdência social? Quando ele contribui para 
a Previdência Social, trabalhadores informais 
podem contribuir como autônomos! 
• Quais são os benefícios de ser segurado pela 
Previdência? Direito aos benefícios do INSS, como 
aposentadoria por idade, invalidez, tempo de 
contribuição e aposentadoria especial. Auxílio-
doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão, etc. 
• Quais são as implicações médico-previdenciárias 
decorrentes do diagnóstico de uma doença do 
trabalho? Dado o diagnóstico, deve-se emitir a CAT 
em até o 1º dia útil após o acidente (imediato se 
acidente fatal), preferencialmente pelo emprega-
dor, mas pode ser emitida por qualquer médico. 
São 4 vias e deve-se entregá-las: 
o 1ª via: Ao INSS. 
o 2ª via: Ao segurado ou dependente. 
o 3ª via: Ao sindicaro da classe trabalhista. 
o 4ª via: À empresa. 
• Quais as consequências do acidente de trabalho? 
Já citamos acima, basicamente ele pode ser aten-
dido e voltar ou gerar uma incapacidade temporá-
ria ou permanente. 
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
• Quem tem direito? O segurado que for considera-
do incapaz total para o trabalho e sem condições 
de reabilitação. 
• Qual a carência exigida: 12 contribuições mensais. 
Sem carência se a invalidez for resultado de um 
acidente ou compor uma lista de doenças do MS. 
• O aposentado pode voltar o trabalho? Pode, mas 
perderá automaticamente a sua aposentadoria. 
Ele deve solicitar uma nova avaliação médico-
pericial no INSS. 
• Aposentado por invalidez que depende de outra 
pessoa: Tem o acréscimo de 25% do salário-base 
para arcar com os custos de uma pessoa extra. 
• Revisão periódica: A cada 2 anos, até os 60 anos, 
via perícia médica. 
AUXÍLIO-DOENÇA 
• Quem tem direito? O segurado incapacitado por 
mais de 15 dias consecutivos. 
• Qual a carência exigida: 12 contribuições mensais, 
segue o mesmo esquema da aposentadoria por 
invalidez (sem carência em alguns casos). 
• Quem paga os primeiros 15 dias de doença? O 
empregador, a partir do 16º dia é dever do INSS. 
Em trabalhadores informais, o INSS paga a partir do 
primeiro dia da incapacidade. 
• Auxílio doença “comum”: Abrange todos os 
segurados do INSS, só ganha o benefício quem 
cumpriu a carência e não há estabilidade do 
emprego quando voltar, nem o empregador é 
obrigado a depositar o FGTS. 
• Auxílio-doença “acidentário”: Abrage somente o 
empregado vinculado a uma empresa, não precisa 
de carência e há estabilidade de 12 meses após o 
acidente, o empregador é obrigado a pagar FGTS. 
AUXÍLIO-ACIDENTE 
• Definição: Indenização dada ao segurado após 
sofrer um acidente que gere uma sequela definiti-
va que reduza/incapacite sua capacidade laboral. 
• Quem tem direito: Todos, exceto o contribuinte 
individual e facultativo. 
• Quanto e até quando? 50% do salário-base, até 
que o indivíduo se aposente. 
PENSÃO POR MORTE 
• Definição: Benefício concedido aos dependentes 
do trabalhador em caso de morte. 
• Quem tem direito: Os dependentes do segurado 
que falecer, na seguinte ordem de classe: 
o Cônjuge, companheiro (em união estável) 
, filho não emancipado menores de 21 
anos ou inálidos de qualquer idade. 
o Pais 
o Irmão não emancipado menor de 21 anos 
ou inválido de qualquer idade 
• Quanto? 50% da aposentadoria do falecido + 10% 
por cada dependente (filhos). 
• Por quanto tempo: Varia! Para os filhos até os 21 
anos e para o cônjuge depende da idade dela: 
 
 
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BASES LEGAIS PARA AS AÇÕES DE SAÚDE 
NORMAS REGULAMENTADORAS (NR): Complemento 
da CLT, são obrigações, direitos e deveres a serem 
cumpridos por trabalhadores e empregadores.
 
NR-1: Disposições gerais, informações básicas. 
 
 
NR-4: Serviços especializados em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho. 
• Objetivo: Prevenção de acidentes e doenças, eles 
fazem isso analisando o uso adequado de EPIs, 
eliminar riscos à saúde do trabalhador, promoção 
em saúde (ginástica laboral, ergonomia). 
• Composição da equipe: 
o Engenheiro de segurança do trabalho 
o Médico do trabalho 
o Enfermeiro do trabalho 
o Auxiliar de enfermagem do trabalho 
o Técnico de segurança do trabalho 
 
NR-5: Estabelecer a CIPA: Comissão interna de 
prevenção de acidentes. 
• Composta de empregados e empregadores: Visa 
prevenir doenças e acidentes. 
• É vedada a demissão de membro da CIPA sem 
justa causa: Haja vista que eles podem ser caçados. 
NR-6: Equipamento de proteção individual 
• O que é? É todo dispositivo ou produto de uso 
individual usado pelo trabalhador, que é voltado 
para a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho. 
• Quem deve fornecer? A empresa é obrigada a 
fornecer EPI gratuito e adequado. 
NR-7: Programa de controle médico de saúde 
ocupacional (PCMSO) 
• Visa estabelecer a obrigatoriedade de um progra-
ma de controle médico de saúde ocupacional. 
• Inclui exames médicos: Admissional, periódicos, 
de retorno, mudança de função e demissional. 
NR-15: Atividades e operações insalubres 
• O que são? São atividades desenvolvidas acima dos 
limites de tolerância para causar danos à saúde. 
• O que o trabalhador ganha realizando-as? Recebe 
adicional de 40% (se grau máximo); 20% se médio 
e 10% se grau mínimo. 
NR-16: Atividades e operações perigosas. 
• O que são? São aquelas realizadas com explosivos, 
fenômenos sísmicos, degradação química ou 
autocatalítica., 
• O que o trabalhador ganha realizando-as? É 
assegurado um adicional de 30% no salário. 
NR-17: Ergonomia 
• O que é? Consiste em adaptar as condições de 
trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, de modo a proporcionar um 
máximo de conforto, segurança e desempenho 
eficiente. 
• É aquele princípio explicado nos primeiros tópicos 
do resumo → “Adaptar o trabalho ao trabalhador”

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