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Análise Financeira e Demonstrativos

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1 
www.soeducador.com.br 
 Matemática aplicada 
Sumário 
 
Amplitude da análise financeira ................................................................................. 3 
Análise financeira e áreas afins ................................................................................. 7 
Os principais Usuários da análise financeira .............................................................. 7 
A relevância da informação contábil-financeira .......................................................... 9 
Etapas do processo de análise financeira ................................................................ 10 
Coleta e conferência da documentação ................................................................... 11 
Preparação e processamento das demonstrações financeiras ................................ 12 
Análise e conclusão ................................................................................................. 13 
As demonstrações financeiras ................................................................................. 14 
Estrutura do balanço patrimonial .............................................................................. 15 
Ativo ......................................................................................................................... 17 
Ativo circulante ......................................................................................................... 17 
Ativo não circulante .................................................................................................. 18 
Passivo .................................................................................................................... 18 
Passivo circulante .................................................................................................... 19 
Passivo não circulante ............................................................................................. 19 
Patrimônio líquido .................................................................................................... 19 
Estrutura da demonstração de resultados do exercício ............................................ 20 
Receita operacional ................................................................................................. 21 
Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos. .......................................... 23 
Lucro Bruto .............................................................................................................. 23 
Lucro líquido do exercício ........................................................................................ 25 
Análise Vertical ........................................................................................................ 26 
Análise Horizontal .................................................................................................... 30 
ANÁLISE DA ESTRUTURA E ENDIVIDAMENTO ................................................... 33 
Participação de Capitais de Terceiros (PCT) ........................................................... 34 
Composição do Endividamento (CE) ....................................................................... 36 
Composição do Endividamento (CE) ....................................................................... 38 
Endividamento Geral (EG) ....................................................................................... 40 
Nível de Desconto de Duplicatas (NDD) .................................................................. 42 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ ........................................................................................... 43 
Liquidez Corrente (LC) ............................................................................................. 43 
Liquidez Seca (LS) ................................................................................................... 45 
Liquidez Geral (LG) .................................................................................................. 46 
 
2 
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 Matemática aplicada 
ANÁLISE DA ATIVIDADE DE ROTAÇÃO ................................................................ 48 
Prazo Médio de Estoques (PME) ............................................................................. 48 
Prazo Médio de Recebimentos (PMR) ..................................................................... 50 
ANÁLISE DA ATIVIDADE DE RETORNO ................................................................ 56 
Giro do Ativo (GA) .................................................................................................... 56 
Margem Líquida Sobre Vendas (MLSV) ................................................................... 59 
Retorno Sobre o Ativo (RSA) ................................................................................... 60 
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) ............................................................ 62 
Referências .............................................................................................................. 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
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 Matemática aplicada 
Amplitude da análise financeira 
 
A globalização do mercado e a internacionalização das empresas em virtude 
da concorrência entre os vários países têm trazido, nas últimas décadas, mudanças 
significativas no mercado empresarial. A evolução tecnológica possibilita a produção 
de bens a preços cada vez mais competitivos e os meios de transporte e comunicação 
permitem que os bens e recursos movimentem-se rapidamente por todo o planeta. 
Observa-se no cenário brasileiro uma alteração na postura das empresas para 
competir e sobreviver nesse mercado, utilizando-se, para tanto, dos mais diversos 
artifícios como: a redução de custos, a terceirização de atividades, o remodelamento 
da estrutura produtiva, enfim, um gerenciamento adequado dos recursos financeiros. 
É justamente neste ambiente instável e turbulento que a Análise Financeira, 
também chamada Análise de Balanços, emerge como um dos instrumentos mais 
importantes no processo de gerenciamento contábil global. Como bem explica Pereira 
da Silva (2010, p. 6), “a análise financeira de uma empresa consiste num exame 
minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a mesma, bem como das 
condições endógenas e exógenas que afetam financeiramente a empresa”. 
A Análise de Balanços objetiva extrair informações das demonstrações 
financeiras para as tomadas de decisão. Segundo Matarazzo (2010), as 
demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo 
com as regras contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em 
informações e esta será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. 
Já para Iudícibus (2010), a Análise de Balanços é a arte de saber extrair 
relações úteis para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios 
contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso as técnicas 
de Análise de Balanços são importantes para o conhecimento econômico-financeiro 
de outras empresas, notadamente concorrentes e fornecedores. O mais importante 
do instrumento de Análise de Balanço, porém, é a sua utilização pela própria empresa. 
A grande utilidade dessa ferramenta é o acompanhamento mensal dos 
indicadores escolhidos. Por meio desse acompanhamento e da tendência que os 
mesmos evidenciam, ter-se-á seguramente uma visão real das operações e do 
patrimônio empresarial e poder-se-á tomar medidas corretivas do rumo dos negócios, 
se as conclusões do acompanhamento analítico dos indicadores assim o exigirem. 
 
4 
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 Matemática aplicada 
A análise financeira constitui-se num 
processo de meditação sobre as 
demonstrações contábeis, objetivando uma 
avaliação da situação da empresa em seusaspectos operacionais, econômicos, 
patrimoniais e financeiros. Ela serve para 
avaliar decisões que foram tomadas pela empresa em épocas passadas, bem como 
fornece subsídios para o planejamento financeiro, visando ao futuro. A avaliação 
econômica e financeira de uma empresa tem por finalidade detectar os pontos fortes 
e fracos do processo operacional e financeiro da companhia, objetivando propor 
alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores. 
Buscando auxiliar o processo de avaliação patrimonial e do desempenho da 
companhia, o analista vale-se de uma série de cálculos matemáticos, traduzindo os 
demonstrativos contábeis em indicadores de análise financeira. Esses indicadores 
buscam também evidenciar as características das principais integrações existentes 
entre a situação apresentada pelo balanço e a dinâmica operacional da empresa 
representada pela demonstração de resultados. 
Todos os cálculos apresentados neste texto são baseados no balanço 
patrimonial e na demonstração de resultados do exercício. 
Em razão disso, fica evidente que o mais importante para o analista financeiro 
não é apenas saber calcular ou interpretar os indicadores, mas possuir um 
conhecimento profundo dessas duas principais peças contábeis. Nesse sentido, a 
Análise de Balanço, em teoria, poderia ser exercida sem os indicadores, bastando o 
conhecimento aprofun- dado das demonstrações contábeis básicas. Sabe-se, 
entretanto, que tais indicadores e as técnicas de Análise de Balanço agilizam, 
sobremaneira, o processo de avaliação da empresa. 
Com a crescente concorrência global, as empresas terão cada vez mais 
necessidade de informação, tanto em âmbito de mercado quanto a respeito dos 
planos e intenções de consumidores e competidores. A informação também propicia 
à empresa um profundo conhecimento de si mesma e da sua estrutura de negócios, 
facilitando o planejamento, organização, direção e controle dos processos, enfim, a 
gerência do negócio. 
 
5 
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 Matemática aplicada 
O propósito básico da informação é o de habilitar a empresa a alcançar seus 
objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis, nos quais se inserem pessoas, 
materiais, equipamentos, tecnologia, dinheiro, além da própria informação. 
Neste sentido, a Teoria Geral de Sistemas surge como uma ferramenta de 
apoio para a análise e solução de problemas complexos, pois permite analisar um 
problema dividindo-o em partes, sem perder a visão do todo e o relacionamento entre 
as partes. Neste contexto, os sistemas podem ser definidos como um conjunto de 
partes interagentes e interdependentes que formam um todo com determinado 
objetivo e função. Esse mecanismo pode ser visualizado na figura a seguir, que 
apresenta os elementos componentes do sistema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura – Elementos Componentes do Sistema 
 
Segundo Abreu e Abreu (2002), um Sistema de Informações Gerenciais (SIG) 
pode ser definido como o processo de transformação de dados em informaçõesque 
são utilizadas na estrutura decisória da empresa e que proporcionam a sustentação 
administrativa, visando à otimização dos resultados esperados. Um sistema de 
informações pode também ser tecnicamente definido como um conjunto de 
procedimentos que coletam (ou recuperam), processam, armazenam e dis- seminam 
informações para o suporte nas tomadas de decisão, coordenação, análise, 
visualização da organização e controle gerencial. Em suma, esses procedimentos 
devem permitir que a regra básica na gestão da informação nas empresas seja 
 
6 
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 Matemática aplicada 
cumprida: a informação deve chegar no tempo certo e na forma certa, para a pessoa 
certa. A este procedimento se denomina de Just in time. 
A empresa, conforme as teorias sistêmica e contingencial são tida como um 
sistema aberto, ou seja, que se relaciona e sofre pressões do ambiente, cujas 
dimensões de análise são: mão de obra disponível, tecnologia, governo, mercado, 
sindicatos, sistema financeiro, fornecedores, concorrentes, consumidores, sociedade 
em geral, etc., como se pode visualizar na Figura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura – A Empresa Vista Como um Sistema 
 
Já o sistema contábil é alimentado pelas entradas que constituem as 
movimentações nos elementos constitutivos do patrimônio da empresa, e podem ser 
expressas em valores monetários, e ainda constituem fatos que geram lançamentos 
contábeis, que são as entradas de dados para o sistema de informações contábeis. 
Esses sistemas podem também fornecer relatórios internos ou externos. 
Normalmente representam dados históricos que contribuem para a elaboração do 
orçamento, podendo, ainda, auxiliar na projeção de receitas, custos, despesas, 
financiamentos ou investimentos, que se constituem em instrumentos de ordem 
gerencial. 
O sistema de informações contábeis gera as demonstrações financeiras que 
normalmente são divulgadas para o conhecimento do público interessado, 
 
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 Matemática aplicada 
principalmente analistas, credores e investidores. Os demais instrumentos de caráter 
essencialmente gerencial destinam-se a subsidiar a alta administração no processo 
de planejamento, organização, direção e controle. 
 
Análise financeira e áreas afins 
 
Devido a sua amplitude, a análise financeira de empresas relaciona-se a várias 
outras áreas, com destaque para Contabilidade, Administração Financeira, Economia, 
Direito e Estatística. 
A Contabilidade é um dos componentes curriculares mais intimamente 
relacionado com a análise financeira, uma vez que fornece as demonstrações 
financeiras que a ela servem de base. Inobstante, a análise financeira, para ser 
consistente, não pode limitar-se aos dados contábeis, devendo interpretá-los e 
explicá-los com base em conhecimentos que transcendem o âmbito da Contabilidade. 
É fundamental que se compare os dados contábeis com informações do 
ambiente externo à organização. Informações advindas de decisões governamentais, 
dos concorrentes, dos clientes, enfim, do macroambiente em que a organização está 
inserida. 
Desse modo, chamar a análise financeira de Análise de Balanços pode soar 
inadequado, uma vez que o balanço patrimonial é apenas uma das demonstrações 
financeiras que a análise financeira estuda e interpreta. 
Na realidade, a empresa mantém relação com diversos campos da ciência e 
do conhecimento. Ao mesmo tempo, internamente, a empresa é um todo, e em seu 
funcionamento a área financeira deve relacionar-se com diversas outras áreas, como 
marketing, produção e capital humano, por exemplo, cujas ações trazem efeitos 
financeiros. A área financeira tem como atribuição fornecer informações corretas, 
precisas e atualizadas às demais áreas, para que estas possam tomar decisões 
financeiramente corretas e adequadas. 
 
 Os principais Usuários da análise financeira 
 
 
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 Matemática aplicada 
Ao se falar em análise financeira, não se 
pode deixar de mencionar o papel do analista 
financeiro. Em seu sentido mais genérico, o 
analista é qualquer profissional que desenvolva 
a análise financeira de uma empresa. O gerente 
de um banco, ao apreciar um pedido de crédito de um cliente, é um exemplo de 
analista financeiro. Ele irá considerar os aspectos econômico-financeiros como sendo 
um dos elementos que irão embasar sua decisão entre emprestar ou não emprestar. 
Como a empresa se relaciona com todo o ambiente empresarial e social, este 
certamente apresenta muitos interessados em melhor conhecer o desempenho atual 
e a tendência dos resultados da companhia. 
Tanto o analista de investimentos quanto o analista de crédito, de instituição 
financeira ou não, desempenham funções externas às empresas analisadas. Há ainda 
os analistasinternos, que cuidam da análise da própria instituição em que trabalham, 
quer com o propósito de subsídio ao processo de tomada de decisão, quer com a 
finalidade de comparar o desempenho da sua empresa com o dos concorrentes. 
A alta direção da empresa precisa de informações resumidas que possibilitem 
as tomadas de decisão mais rápidas e eficazes, enquanto as gerências intermediárias 
necessitarão de informações detalhadas sobre áreas que estão sob sua 
responsabilidade. Assim, o principal usuário das informações contábeis é, ou pelo 
menos deveria ser a própria empresa. 
Há ainda vários outros usuários externos como os acionistas, investidores, 
bancos e instituições financeiras, fornecedores e clientes, governo e órgãos 
governamentais, sindicatos e associações de classe. 
Os acionistas ou quotistas de uma empresa nem sempre são as pessoas que 
a administram, pois podem delegar essa função a administradores profissionais. Já 
os investidores no mercado de capitais necessitam tomar decisões sobre qual ação 
comprar, quando vender, etc. Eles necessitam de dados técnicos e pareceres sobre 
as expectativas de risco e retorno das ações, como forma de melhor direcionar a 
aplicação de recursos. 
Os bancos e instituições financeiras, como intermediadores de dinheiro e 
financiadores de aquisição de bens, representam um grupo importante de usuários 
das demonstrações financeiras das empresas. É imprescindível que o profissional de 
 
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 Matemática aplicada 
banco tenha profundo conhecimento da área contábil financeira, até porque precisa 
desfrutar de uma postura de total crédito em relação à análise financeira. Dentro do 
contexto de que os bancos necessitam tomar decisões seguras, as informações 
devem fornecer expectativas confiáveis sobre a capacidade de pagamento do cliente, 
bem como de sua solidez. 
Da mesma forma que o banco, para emprestar dinheiro a seus clientes, 
necessita de informações seguras para decidir, os fornecedores de mercadorias, 
serviços e/ou matérias-primas ou componentes também necessitam avaliar o risco de 
crédito de seus compradores. O cliente também pode analisar seu fornecedor para 
conhecer sua solidez ou avaliar sua condição de suprir a empresa com matéria-prima 
numa situação de expansão ou ainda de pós-venda, como fornecer assistência 
técnica. 
O governo, por sua vez, tem um interesse bem particular, pois grande parte da 
arrecadação de tributos requer um sistema de apuração que se utiliza das informações 
contábeis. As demonstrações financeiras, bem como as informações prestadas aos 
vários órgãos do governo, constituem um importante banco de dados. Além disso, é 
desejo do Estado que as empresas contribuam para a geração de trabalho, renda e 
desenvolvimento local e regional. 
 
Por fim, as associações de classes e sindicatos também deveriam solicitar 
de seus associados suas demonstrações financeiras, objetivando desenvolver 
estudos e estatísticas sobre as características e o desempenho do segmento em que 
atuam. Do lado dos trabalhadores, as suas entidades de representação certamente 
se amparam em análises e desempenho do setor para requerer e reivindicar melhores 
condições de trabalho e renda aos seus filiados e a sua categoria. 
A relevância da informação contábil-financeira 
 
A informação contábil-financeira é imprescindível para o gerenciamento dos 
negócios atuais e planejamento do futuro, visando a subsidiar o processo decisório. 
Os demonstrativos contábeis e demais informações destinadas aos acionistas e aos 
diversos grupos de usuários interessados prestam grande contribuição na avaliação 
dos riscos e das potencialidades de retorno da empresa. As demonstrações 
 
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 Matemática aplicada 
financeiras representam um canal de comunicação da empresa com os diversos 
usuários internos e externos. 
É importante definir o tipo de informação a que cada pessoa da organização 
pode ter acesso. Por mais completo que possa ser o sistema de informações, sempre 
haverá algumas que influenciam as decisões e que podem não constar de nenhum 
registro formal. 
As informações contábeis, porém, apresentam algumas limitações. Como 
provêm de uma coleta de dados quantitativos, expressos em valores monetários, fica 
difícil demonstrar os dados referentes a aspectos não mensuráveis monetariamente, 
como perfil do quadro diretivo da empresa, potencialidades e ameaças do mercado, 
nível tecnológico, agressão ao meio ambiente provocada pela empresa e 
comprometimento desta com a satisfação de seus clientes e empregados. 
Outro problema sério enfrentado pelas empresas é a defasagem da 
informação. As análises normalmente são feitas com base em demonstrativos de anos 
anteriores, que podem, principalmente numa economia instável, não traduzir a 
situação atual da organização. Também a veracidade das informações pode ser 
questionada em algumas empresas que manipulam suas demonstrações financeiras. 
As limitações das informações contábeis, entretanto, não são sufi- cientes para 
eliminar sua utilidade e o analista deve buscar informações complementares, mesmo 
que sejam indicadores não financeiros. Para os fins deste texto e dos dados de 
balanço e DRE apresentados, vamos supor que os dados estejam atualizados para 
uma mesma data focal, e que estejam expressos em ambiente de economia estável. 
 
Etapas do processo de análise financeira 
 
A análise das demonstrações financeiras exige uma preparação preliminar das 
peças contábeis. O processo de análise como um todo obedece a uma sequência, 
conforme segue: 
 
a) Coleta de documentação para análise. 
 
b) Conferência da documentação recebida. 
 
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 Matemática aplicada 
 
c) Padronização das demonstrações financeiras: ajustes na estrutura e nos 
valores. 
 
d) Análise propriamente dita: 
 
• Cálculo dos indicadores e obtenção de relatórios. 
 
• Análise dos indicadores e relatórios. 
 
• Conclusão e elaboração de pareceres. 
 
 
A análise financeira de uma empresa, no entendimento de Pereira da Silva 
(2010, p. 6), consiste num minucioso exame dos dados financeiros disponíveis sobre 
a organização, bem como das condições endógenas e exógenas que a afetam 
financeiramente. 
Dados financeiros disponíveis são as demonstrações contábeis, programas de 
investimentos, projeções de vendas e projeções de fluxo de caixa. Como condições 
endógenas, podemos citar estrutura organizacional, capacidade gerencial e nível 
tecnológico da empresa. Como condições exógenas, temos fatores de ordem política 
e econômica, concorrência e fenômenos naturais, entre outros. 
As demonstrações contábeis são apenas canais de informação sobre a 
empresa, tendo como objetivo principal subsidiar a tomada de decisão. A análise 
financeira de uma empresa envolve basicamente as seguintes atividades: 
 
 
 Figura – Etapas Básicas da Análise Financeira2. 1 
 
Coleta e conferência da documentação 
 
 
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 Matemática aplicada 
O produto da análise financeira depende diretamente da completude e 
confiabilidade dos dados e informações coletadas. De nada adianta produzirmos 
indicadores a partir de valores que não representam a realidade do negócio sob 
análise. 
Quando se trata de companhias sob a supervisão da Comissão de Valores 
Mobiliários – CVM –, o trabalho do analista fica facilitado, uma vez que os 
demonstrativos contábeis, além de obedecerem a um padrão definido, passam pelo 
crivo de auditorias externas independentes, trazendo maior confiabilidade às 
informações. 
Não podemos esquecer, contudo, daquelas empresas não auditadas ou que 
nem mesmo apresentam ou elaboram demonstrativos contábeis. Nesses casos, o 
trabalho do analista torna- se mais árduo, uma vez que cabe a ele checar os valores 
apresentados ou mesmo construir os demonstrativospara análise. 
Neste momento de coleta e análise da documentação, uma peça muito 
importante a ser estudada são as Notas Explicativas, obrigatórias para as companhias 
abertas, e que tem como objetivo clarear e explicar a composição de algumas contas 
patrimoniais, assim como discorrer sobre as práticas e critérios contábeis empregados 
na elaboração dos demonstrativos. Trata-se de uma leitura prévia obrigatória, queira 
facilitar e melhor fundamentar o trabalho e as conclusões do analista. 
 
Preparação e processamento das demonstrações financeiras 
 
A preparação e o processamento das demonstrações financeiras para fins de 
análise têm por finalidade levar as peças contábeis a uma padronização que atenda 
às diretrizes técnicas internas da instituição ou do profissional que esteja 
desenvolvendo a análise, atendendo a determinada finalidade, como subsidiar 
decisões de investimentos ou de crédito, entre outros objetivos. 
Há todo um aparato legal e conceitual que orienta os profissionais da área 
contábil na elaboração das demonstrações financeiras. 
Assim, as exigências externas da legislação, dos Princípios Contábeis 
geralmente aceitos e de outras normas, visando a regulamentar os procedimentos 
contábeis, têm grande validade, na medida em que possam transmitir segurança ao 
 
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 Matemática aplicada 
analista quanto às técnicas adotadas pela empresa na elaboração das demonstrações 
financeiras. 
A reclassificação, portanto, tem a finalidade de: trazer todas as demonstrações 
financeiras a um mesmo critério, permitindo a comparabilidade entre empresas; 
fornecer o detalhamento necessário às diversas etapas do processo de análise, 
adequando-se a uma política interna que foi adotada pela empresa ou pelo analista; 
fornecer índices e indicadores isentos dos efeitos dos diferentes critérios adotados por 
diferentes empresas na elaboração de suas demonstrações financeiras e aprimorar 
conceitualmente a classificação de um valor com vistas a uma posição cautelosa, na 
interpretação do analista. 
 
Análise e conclusão 
 
A fase da análise consiste do estudo das informações disponíveis, 
principalmente dos relatórios e indicadores já obtidos, compreendendo a consistência 
das informações, a observação das tendências apresentadas pelos números e todas 
as demais conclusões que possam ser extraídas do processo. 
Esta é uma etapa que exige muito da capacidade de observação, do 
conhecimento e experiência do analista. Nessa fase, portanto, há dois focos 
principais: o primeiro diz respeito à análise da empresa e dos diversos fatores 
relacionados a seu risco; já o segundo refere-se à transação que pretendemos, por 
exemplo, a compra de ações ou a aprovação de operação ou de limite de crédito. 
Ainda na etapa de análise vamos estudar os conceitos e a operacionalização 
tanto da análise vertical e horizontal quanto da chamada análise por índices ou 
indicadores. 
O desenvolvimento da análise das demonstrações financeiras tem como 
objetivo compreender e avaliar os seguintes aspectos, entre outros: 
 
a) capacidade de pagamento da empresa mediante a geração de caixa; 
 
b) capacidade de remunerar os investidores gerando lucro em níveis 
compatíveis com suas expectativas; 
 
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 Matemática aplicada 
 
c) nível de endividamento, motivo e qualidade do endividamento; 
 
d) políticas operacionais e seus impactos na necessidade de capital de giro da 
empresa; 
 
e) impacto das decisões estratégicas relacionadas a investimentos e 
financiamentos. 
 
Sem prejuízo de um parecer final 
sobre a situação geral da empresa, a ser 
produzido no final da análise, à medida 
que formos apresentando cada um dos 
métodos e produzindo os respectivos 
indicadores, comentaremos a respeito do 
seu conceito e interpretação. 
Ressaltamos que os comentários e colocações deste texto, para aprofundamento dos 
conhecimentos, devem ser complementados com as leituras indicadas nas 
referências. 
 É importante ressaltar que a análise financeira não pode ser limitada apenas 
aos indicadores desta natureza financeira, pois há uma série de fatores que, mesmo 
não podendo ser chamados de financeiros, causam impacto na saúde financeira da 
empresa. 
A etapa que passamos a concluir é uma das fases mais importantes da análise, 
consistindo em identificar, ordenar, destacar e escrever sobre os principais pontos e 
recomendações acerca da empresa. 
Nesse sentido, vale ressaltar que o conhecimento prévio do objetivo da análise 
é fundamental para o analista no direcionamento e conclusão de seu trabalho. 
 
As demonstrações financeiras 
 
 
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Estrutura do balanço patrimonial 
 
A Contabilidade retrata, por meio do balanço, a situação patrimonial da 
empresa em determinada data, propiciando aos 
analistas o conhecimento de seus bens e direitos, de 
suas obrigações e de sua estrutura patrimonial. Em 
suma, o balanço retrata a posição patrimonial da 
organização em determinado momento, composta por 
bens, direitos e obrigações. É a fotografia da empresa 
em determinado momento, normalmente por ocasião 
do encerramento do exercício social. 
O Balanço Patrimonial, uma das principais peças de análise financeira, no 
entendimento de Pereira da Silva (2010, p.74), retrata a posição patrimonial da 
empresa em determinado momento, composta por bens, direitos e obrigações. 
O ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos, ou seja, os bens e direitos 
que possui. O passivo e o patrimônio líquido revelam de onde vieram os recursos, isto 
é, os recursos provenientes de terceiros e os próprios. Os recursos próprios podem 
ser originários de capital colocado na empresa pelos sócios ou de lucro gerado pela 
empresa e reinvestido nela. No quadro a seguir podemos verificar esquematicamente 
como presentar o balance. 
 
Quadro – Estrutura Conceitual do Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido 
 
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 Matemática aplicada 
 
Indica onde a empresa aplica os recursos 
de que dispõe. Assim, compreende: 
 
• bens e 
 
• direitos 
Indicam de onde provêm os recursos utilizados pela 
empresa, isto é, quais são as fontes que os fornecem. 
Assim, os recursos podem ser provenientes de: 
 
• Terceiros (dívidas): 
 
** curto prazo 
 
** longo prazo 
 
• Próprios 
 
** dos sócios 
 
** dos lucros 
 
Denomina-se ativo ou patrimônio bruto ao conjunto de bens e direitos 
possuídos por um agente econômico em determinado momento – o momento da 
apuração do Balanço Patrimonial. No ativo, as Contas, representativas dos bens e 
direitos que registram, estão devidamente dispostas e agrupadas em ordem 
decrescente de grau de liquidez. 
Dá-se a denominação de passivo à listagem das obrigações ou exigibilidades 
da empresa, que financiam as aplicações demonstradas no ativo ou patrimônio bruto, 
num determinado momento, ou seja, o momento da apuração do Balanço Patrimonial. 
No passivo, as Contas, representativas das obrigações ou exigibilidades que 
registram são devidamente dispostas em ordem decrescente de exigibilidade, também 
ordenadas. 
Denomina-se patrimônio líquido a enumeração e especificação dos recursos 
próprios da empresa, que se encontram aplicados no ativo ou patrimônio bruto no 
momento da apuração do Balanço Patrimonial. O Patrimônio Líquido, ou Capital 
Próprio, ou ainda, Situação Líquida da empresa, vem a ser a diferença entre o ativo e 
o passivo exigível ou, dito de outra forma, entre bens e direitos e correspondentes 
obrigações da empresa. A seguir apresentamos a estrutura básica do balanço 
patrimonial. 
 
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Quadro – Estrutura Básica do Balanço Patrimonial 
 
 
Ativo 
 
As contas do ativo estãodispostas segundo uma suposta ordem de liquidez ou 
de conversibilidade. Assim, as contas com maior liquidez são as que aparecem na 
parte superior do ativo e as de mais difícil realização na parte inferior. Por exemplo, o 
dinheiro (que é o ativo mais líquido) que a empresa possui em caixa na data do 
balanço é classificado no ativo circulante, enquanto os equipamentos que a empresa 
usa na produção são classificados no ativo imobilizado. 
 
Ativo circulante 
 
O primeiro grupo de ativo, Ativo Circulante, compreende as disponibilidades, os 
direitos realizáveis no exercício social subsequente e as aplicações de recursos em 
despesas do exercício seguinte. As disponibilidades são compostas pelos recursos 
financeiros possuídos pela empresa que podem ser utilizados imediatamente, sem 
 
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restrições, tais como: caixa, bancos conta movimento, aplicações de liquidez imediata. 
Os direitos realizáveis no exercício social subsequente expressam as contas a receber 
de clientes, a provisão para devedores duvidosos, os estoques, as aplicações de 
liquidez não imediata, os adiantamentos a fornecedores e outros valores a receber. 
As despesas do exercício seguinte representam algumas despesas antecipadas e que 
competem ao exercício social subsequente. 
Ativo não circulante 
 
O ativo não circulante compreende o ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e o intangível. 
O realizável a longo prazo é composto pelas rubricas que tiverem prazo de 
realização após o término do exercício seguinte ao do balanço, ou seja, demorarem 
mais de um ano para serem recebidas. 
Os investimentos podem ser separados em dois grandes grupos: as 
participações permanentes em outras sociedades e os direitos não classificados no 
ativo circulante. 
O imobilizado compreende os direitos que tenham por objeto bens destinados 
à manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive 
os de propriedade industrial e comercial. É representado por bens tangíveis que sejam 
utilizados nas atividades da empresa e que não sejam destinados à venda. São 
exemplos os imóveis e terrenos, máquinas e equipamentos, equipamentos de 
informática, veículos, móveis e instalações, imobilizações em andamento, entre 
outros. 
O intangível, como o próprio nome diz, é representado por bens incorpóreos, 
como o valor da marca, os investimentos em capacitação técnica dos empregados e 
os sistemas de informatização. 
Passivo 
 
O passivo representa as fontes de recursos utilizadas pela empresa, podendo 
tais recursos ser provenientes de terceiros (dívidas) ou dos sócios por meio de aporte 
de capital ou de lucro gerado pela própria empresa. 
 
 
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Passivo circulante 
 
O passivo circulante compreende obrigações vencíveis no exercício social 
seguinte. As contas mais frequentes são: fornecedores, salários e encargos sociais, 
impostos e taxas, empréstimos de curto prazo junto a instituições financeiras, 
debêntures a curto prazo, e outros. 
Passivo não circulante 
 
Estas obrigações, identificadas como de longo prazo, são caracterizadas por 
terem seus vencimentos após o término do exercício seguinte, isto é, num prazo 
superior a um ano. As mais frequentes são: financiamentos de longo prazo, 
debêntures de longo prazo, tributos parcelados, dentre outros. 
Patrimônio líquido 
 
Por fim, no passivo consta o Patrimônio Líquido, ou seja, a parte da empresa 
que pertence a seus proprietários. Ele representa as fontes próprias à disposição da 
empresa. É subdividido em: 
Capital Social – no caso das sociedades anônimas, o capital social é 
representado pelas ações. Quando se trata de uma sociedade limitada, o capital é 
dividido em quotas. Na subscrição, o acionista, sócio ou quotista assume o 
compromisso perante a própria empresa de participar de seu capital social, adquirindo 
determinada quantidade de ações ou de quotas. A integralização do capital ocorre 
quando o sócio ou acionista efetua o pagamento à empresa pelas ações ou quotas 
que havia subscrito. Capital a integralizar representa as parcelas de capital que foram 
subscritas pelos acionistas ou proprietários das empresas e que ainda não foram 
integralizadas. É uma conta redutora do “capital subscrito”. 
Reservas de capital – constituem-se numa espécie de reforço ao capital social, 
podendo advir de ágio na emissão de ações, alienação de partes beneficiárias, 
alienações de bônus de subscrição, prêmio recebido pela emissão de debêntures, 
doação de bens e subvenções recebidas pelas empresas, entre outros. Reservas de 
Lucros – são constituídas a partir do lucro da empresa. 
 
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Ações em tesouraria – são as ações adquiridas pela própria empresa, cujo valor 
deve ser deduzido do patrimônio líquido. 
Ajustes de Avaliação Patrimonial – referem-se à contrapartida de reavaliações 
efetuadas nos bens e obrigações da empresa. Entende-se por reavaliação de bens 
aqueles ajustes proces- sados em seus valores como decorrência de laudos de 
avaliações elaborados por especialistas e/ ou auditores independentes. Essas 
reavaliações visam a trazer ativos e passivos a preços justos ou de mercado. 
Um aspecto importante do arcabouço contábil das organizações é o seu Plano 
de Contas, cujos códigos representam o principal elemento de organização, conforme 
pode ser observado no exemplo abaixo: 
Quadro – Balanço Patrimonial 
. 
Estrutura da demonstração de resultados do exercício 
 
A demonstração de resultados mostra o lucro ou o prejuízo obtido pela empresa 
no período. Expressa o desempenho econômico, por meio das receitas, dos custos e 
despesas de um período. É uma demonstração dos aumentos e reduções causados 
no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas representam 
normalmente aumento do Ativo, mediante ingresso de novos elementos. As despesas 
 
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representam do Patrimônio Líquido, por meio do ativo, ou do aumento do passivo 
exigível. 
Cabe salientar que a DRE retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo 
monetário (fluxo de dinheiro). Para a DRE não importa se uma receita ou despesa tem 
reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido, entre duas datas. 
É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se os 
custos e as despesas e em seguida indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Veja o 
quadro a seguir. 
Quadro – Estrutura legal da Demonstração do Resultado do Exercício 
 
 
Receita operacional 
 
A receita operacional decorre das operações normais e habituais da empresa. 
Se a empresa é industrial ou comercial, decorre das vendas das mercadorias, se é de 
prestação de serviços, decorre dos serviços prestados. A Medida Provisória nº 449/08 
não segregou os resultados em operacionais e não operacionais, deixando estes de 
existirem conceitualmente. 
 
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO
( + / - ) Resultado da equivalência patrimonial
RESULTADO ANT E S DAS DESPESAS E RECEITAS FINANCEIRAS
( + / - ) Despesas e/ ou receitas financeiras (variação) 
RESULTADO ANT E S DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
( - ) Despesas com tributos sobre o lucro
( - ) Participações
L UCRO BRUTO
( - ) Despesas com vendas
( - ) Despesas administrativas
( - ) Despesas gerais
( -/ + ) Outras despesas e/ ou receitas operacionais
RESULTADO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA
( - )Custos dos produtos , mercadorias ou serviços vendidos
DE M O NS T RAÇÃO DO RE S U LTADO DO E X E RCÍ CI O
RECEITA OPERACIONAL BRU TA
( - ) Vendas canceladas
( - ) Abatimento sobre vendas
( - )Impostos sobre vendas
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
 
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Receitaoperacional bruta: representa o faturamento bruto da empresa, 
também denominada de vendas brutas. Estas vendas ocorrem durante o ano e os 
preços unitários da venda de determinados produtos podem variar ao longo do próprio 
exercício social. Nas empresas prestadoras de serviços, o faturamento pode ser em 
função dos serviços prestados ou postos à disposição do cliente, ou mesmo de tarefas 
concluídas ou de horas trabalhadas. 
 
Vendas canceladas: são aquelas decorrentes das devoluções efetuadas pelos 
clientes, em razão de os produtos não atenderem a suas especificações, 
apresentarem defeitos, ou por qualquer outro motivo. São aquelas vendas que não se 
efetivaram de fato, e que, por razões de registro contábil, assim são denominadas. 
 
Abatimentos sobre vendas: são decorrentes de descontos especiais 
concedidos aos clientes em virtude de defeitos apresentados, por exemplo. 
 
Impostos incidentes sobre vendas: no caso de impostos incidentes sobre 
vendas, tratase de valores que foram transferidos pela empresa para os governos 
federal (IPI), estadual (ICMS) ou municipal (ISS), por exemplo. A empresa é mera 
depositária destes recursos, porém eles são registrados na Contabilidade. 
 
Receita operacional líquida: é efetivamente a parte da receita que ficará para 
a empresa cobrir seus custos e despesas e para gerar lucro. Em síntese, a receita 
operacional bruta é gerada pela dedução das devoluções, abatimentos e impostos 
incidentes sobre vendas da receita operacional bruta conforme podemos visualizar no 
quadro a seguir. 
 
Quadro – Receita Operacional Bruta 
 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 
( ) Vendas canceladas 
( ) Abatimentos sobre vendas 
( ) Impostos sobre vendas 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 
 
 
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Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos. 
 
A expressão “custo das vendas” é bastante genérica, devendo, por essa razão, 
ser especi ficada por setor da economia: 
 
• Para empresas industriais o custo das vendas é denominado Custo dos 
Produtos Vendidos (CPV) 
 
• Para as empresas comerciais o custo das vendas é denominado Custo das 
Mercadorias Vendidas (CMV) 
 
• Para as empresas prestadoras de serviços o custo das vendas é denominado 
Custo dos Serviços Prestados (CSP) 
 
Lucro Bruto 
 
É a diferença entre a receita operacional líquida e o custo dos produtos, 
mercadorias ou serviços vendidos. A chamada margem bruta das vendas é a relação 
percentual entre o lucro bruto e a receita operacional líquida. 
 
Quadro – Lucro Bruto 
 
 
 
Despesas Operacionais 
 
Despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, 
administrar a empresa e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
( ) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos
LUCRO BRUTO
 
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contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Seus principais 
grupos são especificados a seguir: 
 
Despesas com vendas: abrangem desde a promoção do produto até sua 
colocação junto ao consumidor (comercialização e distribuição). São despesas com o 
pessoal da área de vendas, comissões sobre vendas, salários e encargos do pessoal 
da área de vendas, aluguéis relativos aos escritórios de vendas, material de escritório, 
propaganda e publicidade, marketing. Também a provisão para devedores duvidosos 
é considerada uma despesa operacional com vendas, porém não dedutível para fins 
de apuração do lucro tributável. 
 
Despesas administrativas: são aquelas necessárias para administrar (dirigir) 
a empresa. De maneira geral, são gastos nos escritórios que visam à direção ou à 
gestão da empresa. Podem ser citados como exemplo: honorários administrativos, 
salários e encargos sociais do pessoal ad ministrativo, aluguéis dos escritórios, 
materiais do escritório, seguro do escritório, depreciação de móveis e utensílios, 
assinatura de jornais e periódicos, etc. 
 
Despesas gerais: as despesas com vendas e administração mencionadas nos 
tópicos an teriores constituem as principais despesas operacionais da empresa. Assim 
sendo, nos casos excepcionais em que as despesas gerais sejam elevadas, será 
necessário que o analista busque esclarecimentos sobre a sua natureza. 
 
Outras despesas e receitas: com a eliminação das despesas não 
operacionais, as entidades deverão apresentar as “outras receitas/despesas” no 
grupo operacional, ao invés de após a linha operacional. Assim, a nova estrutura 
contábil não adota as despesas e receitas não operacionais, possibilitando seu 
agrupamento em “outras despesas e receitas”. Para fins de análise financeira, 
avaliação de empresas e tomada de decisão, as despesas e as receitas devem ser 
tratadas como operacionais quando forem recorrentes. 
 
Resultado de equivalência patrimonial: é obrigatório o uso do método da 
equivalência patrimonial para avaliação dos investimentos relevantes em sociedades 
 
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coligadas, sob cuja administração tenha influência significativa ou de que participe 
com 20% ou mais do capital social, e em sociedades controladas. Por este método, a 
empresa investidora irá reconhecer em sua demonstração de resultado uma parcela 
do lucro ou prejuízo da empresa na qual tem investimentos, na proporção de sua 
participação no capital da outra. 
 
Resultado antes das receitas e despesas financeiras: este totalizador é 
sugerido na norma da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que tem por finalidade 
expressar o resultado antes de computar o resultado financeiro. 
 
Despesas e receitas financeiras: as despesas financeiras decorrem dos 
empréstimos e financiamentos que a empresa tem ou teve no período junto aos 
credores. As receitas financeiras decorrem fundamentalmente das aplicações 
financeiras feitas pela empresa no período. Também são contabilizados como receitas 
financeiras os descontos obtidos por antecipação de pagamentos a fornecedores. 
 
Imposto sobre o lucro: representa o imposto de renda do exercício que é uma 
percentagem do lucro tributável. Cabe destacar que o lucro tributável (chamado pela 
Receita Federal de lucro real) difere do lucro contábil que aparece na demonstração 
de resultado. Segundo a legislação fiscal, o lucro real (tributável) é o lucro líquido do 
exercício, mais as despesas não dedutíveis (consideradas na apuração do lucro 
líquido), menos os valores autorizados na apuração do lucro líquido, menos as 
receitas não tributáveis. Considerando que a legislação fiscal é muito dinâmica no 
Brasil, apresentando mudanças com relativa frequência, é recomendável que o 
analista procure acompanhála com atenção para estar a par das possíveis mudanças. 
 
Participações: compreende as participações estatutárias, que representem 
parcelas dos lucros destinadas a empregados, diretores, debenturistas ou a 
portadores de partes beneficiárias, por exemplo. 
 
Lucro líquido do exercício 
 
 
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O lucro líquido indica o resultado do exercício após computar a totalidade das 
receitas de vendas, a dedução dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços 
vendidos, a dedução das despesas operacionais, as receitas e despesas financeiras 
em geral, o resultado de equivalência patrimonial, o imposto de renda, a contribuição 
social e as participações. O lucro líquido, portanto, é a parcela do resultado do período 
que sobrou para os acionistas, os sócios ou os quotistas. 
O lucro líquido terá sua destinação orientada pelo estatuto ou contrato social 
da empresa, observadas as diretrizes da Lei das S.A., em seus artigos 193 a 203. O 
lucro líquido é um dos itens mais importantes para os proprietários da empresa, pois 
representa o retorno sobre o capital por eles investidos. 
A seguirum exemplo de DRE, em que podem ser observados os códigos do 
Plano de Contas. 
 
Quadro – Demonstração do Resultado do Exercício 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Vertical 
 
Segundo Pereira da Silva (2010, p. 199), o primeiro propósito da análise vertical 
(AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em 
 
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Exemplo: 
relação a de terminado referencial. O percentual de cada conta revela sua real 
importância no conjunto. No entendimento de Iudícibus (2010, p. 86), este tipo de 
análise é importante para avaliar a estrutura da composição de itens e sua evolução 
no tempo. 
Para calcularmos os percentuais da coluna da análise vertical (AV), dividimos 
o valor da rubrica que queremos calcular pelo valor base e multiplicamos o resultado 
por cem. Para tanto podemos utilizar a seguinte fórmula: 
 
AV = 𝑿
𝑹𝑼𝑩𝑹𝑰𝑪𝑨
𝑩𝑨𝑺𝑬
 100 
 
 
AV = Análise Vertical 
Rubrica = conta contábil que queremos calcular (ex.: ativo circulante) 
Base = no BP usamos o ativo total, na DRE usamos as Vendas Operacionais 
Líquidas. 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto ao cálculo podemos observar que a análise vertical toma o ativo total 
como base 100%, de modo que o ativo circulante representa 58% do total do ativo. 
A análise vertical baseia se em valores percentuais das demonstrações 
financeiras e para isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor 
base. No balanço, por exemplo, é comum determinar quanto por cento representa 
cada rubrica (e grupo de rubricas) em relação ao ativo total e na demonstração do 
resultado do exercício calculase o percentual de cada conta em relação às vendas 
líquidas ou receitas operacionais líquidas. 
Código Balanço Patrimonial 20X1 
1 Ativo Total – AT 3.807 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 
 
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Exemplo: 
Quadro – Análise Vertical do Ativo em 20X1 
 
 
 
 
 
 
A partir do exemplo podemos identificar que o Ativo Circulante representa 58% 
do ativo total, com as disponibilidades representando 22,5%, os créditos 15,4%, os 
estoques também totalizam 15,4% e por fim a rubrica (outros) representa 4,7% do 
ativo circulante. Podemos verificar ainda que o Ativo Não Circulante representa 42% 
do ativo total, o RLP representa 6,1%, os investimentos somam 0,4%, o imobilizado 
totaliza 32,9% e o intangível constitui 2,6% do ativo não circulante. 
Conforme Matarazzo (2010, p. 176), os objetivos genéricos da análise vertical 
são os se guintes: mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração 
financeira a que pertence e, por meio da comparação com a sua concorrência 
principal, ou com padrões do ramo ou ainda com percentuais da própria empresa em 
anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das proporções normais. Em sentido 
restrito, destacase o seguinte objetivo da Análise Vertical: indicar a estrutura do Ativo 
e Passivo, bem como suas modificações (AV). 
 
Segue abaixo o modelo da Análise Vertical do Balanço Patrimonial. 
 
Quadro – Análise Vertical do Balanço Patrimonial 
 
 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.207 58,0 
1.01.01 Disponibilidades 859 22,6 
1.01.02 Créditos 583 15,4 
1.01.03 Estoques 587 15,4 
1.01.04 Outros 178 4,7 
1.02. Ativo Não Circulante 1.600 42,0 
1.02.01 Realizável a Longo Prazo – 
RLP 
231 6,1 
1.02.02 Investimentos 16 0,4 
1.02.03 Imobilizado 1.254 32,9 
1.02.03 Intangível 99 2,6 
 
2 Passivo Total PT 3.807 100 
 
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Gostaríamos de destacar que sempre é prudente apresentar os resultados com 
pelo menos uma casa decimal, ou seja, uma casa após a vírgula. 
Segue abaixo o exemplo da Análise Vertical da DRE: 
 
Quadro – Análise Vertical Demonstração de Resultados do Exercício 
 
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 Matemática aplicada 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Horizontal 
 
Já na análise horizontal (AH), no entendimento de Pereira da Silva (2010, p. 
205), o propósito é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas 
de uma série que compõe as demonstrações financeiras em relação à demonstração 
anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais 
antiga da série. A evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa 
e as possíveis tendências. 
Para Iudícibus (2010 p. 83), “a finalidade principal da análise horizontal é 
apontar o cres cimento dos itens dos balanços e das demonstrações de resultados 
através dos períodos, a fim de caracterizar tendências”. 
Para calcularmos os percentuais para análise horizontal (AH) dividimos o valor 
da rubrica em análise em (Xn) pelo valor da mesma rubrica em (X1) e multiplicamos 
o resultado por cem. Para tanto podemos utilizar a seguinte fórmula: 
 
AH = RUBRICA EM ANÁLISE Xn 
 RUBRICA EM ANÁLISE X1 
 X 100
 
 
AH = Análise Horizontal 
Xn = Rubrica em 20xn 
 
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X1 = Rubrica em 20x1 
 
Exemplo: 
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 
1 Ativo Total – AT 3.807 5.071 
 
 
 
Quanto ao cálculo podemos observar que a análise horizontal toma o exercício 
mais antigo como base 100%, calculando, a partir desse ponto, as evoluções dos 
valores nos anos seguintes, de modo que o resultado demonstra um crescimento de 
20X1 para 20X2 de 33% do total do ativo. Em outras palavras, significa dizer que o 
ativo total cresceu 33% no período. 
Exemplo: 
Código Balanço Patrimonial 20X1 Base % 20X2 AH % 
1 Ativo Total – AT 3.807 100 5.071 133 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 100 2.889 131 
1.01.01 Disponibilidades 859 100 1.177 137 
1.01.02 Créditos 583 100 737 126 
1.01.03 Estoques 587 100 675 115 
1.01.04 Outros 178 100 301 169 
1.02. Ativo Não Circulante 1.600 100 2.181 136 
1.02.01 Realizável a Longo Prazo – RLP 231 100 251 108 
1.02.02 Investimentos 16 100 21 127 
1.02.03 Imobilizado 1.254 100 1.747 139 
1.02.03 Intangível 99 100 163 165 
 
A partir do exemplo de cálculo para fins da análise horizontal, podemos 
identificar que, enquanto o ativo total apresentou um crescimento de 33% no período, 
o ativo circulante mostrou um crescimento de 31% de 20X1 para 20X2 e o ativo não 
circulante experimentou uma elevação de 36% no mesmo período. 
Conforme Matarazzo (2010, p. 176), os objetivos genéricos da análise 
horizontal são os seguintes: mostrar a evolução de cada conta das demonstrações 
financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da 
empresa. Em sentido específico, destaca se o seguinte objetivo da análise horizontal: 
 
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analisar em detalhes a evolução e o desempenho da empresa numa série de períodos 
(AH). 
 
Para exemplificar vamos verificar como ficou a Análise Horizontal do Balanço 
Patrimonial 
 
Quadro – Análise Horizontal do Balanço Patrimonial 
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 AH % 20X2 AH % 20X3 AH % 
1 Ativo Total – AT 3.807 100 5.071 133 6.871 180 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 100 2.889 131 3.957 179 
1.01.01 Disponibilidades 859 100 1.177 137 1.862 217 
1.01.02 Créditos 583 100 737 126 844 145 
1.01.03 Estoques 587 100 675 115 908 155 
1.01.04 Outros 178 100 301 169 342 192 
1.02. Ativo Não Circulante 1.600 100 2.181 136 2.914 182 
1.02.01 Realizável a Longo Prazo – RLP 231 100 251 108 267 115 
1.02.02 Investimentos 16 100 21 127 141 863 
1.02.03 Imobilizado 1.254 100 1.747 139 2.244 179 
1.02.03 Intangível 99 100 163 165 262 265 
2 Passivo Total PT 3.807 100 5.071 133 6.871 180 
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 100 1.355 114 2.039 172 
2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 576 100 574 100 1.104 192 
2.01.02 Fornecedores 349 100 511 146 604 173 
2.01.03Impostos,Taxas e Contribuições 50 100 50 100 58 117 
2.01.04 Dividendos a Pagar 14 100 45 316 1 7 
2.01.05 Provisões 68 100 75 110 84 123 
2.01.06 Outros 130 100 100 77 187 144 
2.02 Passivo Não Circulante 1.336 100 1.506 113 1.445 108 
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 1.182 100 1.351 114 1.275 108 
2.02.02 Provisões 133 100 125 94 131 98 
2.02.03 Outros 22 100 70 325 40 182 
3 Patrimônio Líquido – PL 1.284 100 2.210 172 3.387 264 
3.01 Capital Social Integralizado 901 100 1.601 178 1.948 216 
3.02 Reservas 128 100 221 172 339 264 
3.03 Lucros/Prejuízos Acumulados 254 100 388 152 1.101 433 
Pelo quadro anterior percebese que o crescimento horizontal variou no lado do 
ativo circulante, de forma mais significativa na conta disponibilidades e no lado do 
passivo circulante, a conta empréstimos e financiamentos de curto prazo. Na rubrica 
patrimônio líquido a conta lucros acumulados alavancou mais o patrimônio da 
empresa. 
 
 
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Para exemplificar a Análise Horizontal da DRE, vamos verificar como ficou a 
AH da De monstração de Resultados do Exercício da Empresa X: 
 
Quadro – Análise Horizontal da Demonstração de Resultados 
 
ANÁLISE DA ESTRUTURA E ENDIVIDAMENTO 
 
Os índices de estrutura e endividamento decorrem das decisões estratégicas 
da empresa, relacionadas às decisões financeiras de investimentos, financiamento e 
distribuição de dividendos. Relacionam as fontes de fundos entre si, procurando 
Código Demonstração do Resultado do 
Exercício 
20X1 AH % 20X2 AH % 20X3 AH % 
1 Receita Líquida de Vendas e/ou 
Serviços 
5.402 100 5.670 105 6.965 129 
2 () Custo de Bens e/ou Serviços 
Vendidos 
- 3.870 100 - 4.059 105 - 4.998 129 
3 Resultado Bruto 1.532 100 1.611 105 1.967 128 
4 () Despesas/Receitas Operacionais - 1.145 100 - 1.327 116 - 1.543 135 
4.01 Com Vendas - 888 100 - 1.124 127 - 1.343 151 
4.02 Administrativas - 60 100 - 76 127 - 81 135 
4.03 Honorários dos Administradores - 10 100 - 10 101 - 14 142 
4.04 Financeiras Líquidas - 87 100 - 136 156 - 111 127 
4.04.01 Receitas Financeiras 12 100 62 524 12 97 
4.04.02 Despesas Financeiras - 99 100 - 198 201 - 122 124 
4.05 Outras Receitas Operacionais 9 100 28 310 35 395 
4.06 Outras Despesas Operacionais - 18 100 - 8 46 - 30 164 
4.07 outros Resultados - 5 100 - 6 139 - 21 446 
5 Resultado Antes 
Tributação/Participações 
386 100 284 74 424 110 
6 Provisão para IR e Contribuição 
Social 
- 63 100 28 44 - 49 77 
7 Participações/Contribuições 
Estatutárias 
- 29 100 - 12 42 - 29 98 
8 Lucro/Prejuízo do Período 295 100 300 102 347 118 
 
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retratar a posição do capital próprio (PL) em relação ao capital de terceiros, revelando 
o grau de endividamento, entre outros aspectos. 
 
Participação de Capitais de Terceiros (PCT) 
 
O índice de participação de capitais de terceiros, também conhecido como 
relação entre fontes de recursos, de acordo com Pereira da Silva (2010, p. 264), indica 
o percentual de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido, ou capital 
próprio, retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos a 
ela. 
 
 
 
PCT = Participação de Capitais de Terceiros 
 
PC = Passivo Circulante 
 
PNC = Passivo Não Circulante 
 
PL = Patrimônio Líquido 
 
A interpretação isolada do índice de participação de capitais de terceiros, cujo 
objetivo é avaliar o risco da empresa, é no sentido de que “quanto maior, pior”, 
mantidos constantes os demais fatores. Para a empresa, entretanto, pode ocorrer que 
o endividamento lhe permita, pelo efeito da alavancagem, melhor ganho por ação, 
mesmo que associado a um risco maior. 
A função do analista, porém, não deve se limitar à simples observação da 
manutenção, subi da ou descida do índice, sendo necessário investigar as causas que 
interferem no comportamento da empresa. É imperioso identificar e mencionar, por 
exemplo, que a elevação da dependência de capitais de terceiros decorre de 
investimentos estratégicos realizados pela empresa, a fim de alcançar competitividade 
no setor em que atua, obviamente se isso condiz com a realidade. 
 
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Assim como nas Ciências Jurídicas e Sociais, aqui também podemos ter fatores 
atenuantes e agravantes. Cabe, então, produzir comentários sobre os seguintes 
aspectos: 
 
• prazos de vencimentos das dívidas, considerando que quanto mais longo o 
prazo melhor é a situação; 
 
• a participação das dívidas onerosas no passivo circulante. Alto endividamento, 
por conta ape nas de débitos operacionais (fornecedores, impostos sobre vendas e 
encargos trabalhistas) não revela, necessariamente, uma má situação; 
 
• o tipo e origem dos empréstimos, principalmente no que diz respeito à moeda 
e encargos remuneratórios. Uma dívida em dólares para quem não possui hedge 
(proteção), natural em exportações, pode representar um alto risco; 
 
• os passivos ou obrigações não registradas, que forem identificados, devem 
ser acrescidos para fins de análise; 
 
• em épocas de inflação, a ausência de correção monetária; 
 
• as reavaliações de ativos; 
 
• ocorrências decisão, fusão ou incorporação. 
 
Vamos elaborar o cálculo dos indicadores, como é o caso do quadro a seguir, 
que apresenta a relação entre as fontes de recursos da empresa nos anos de 20X1, 
20X2 e 20X3. 
– Informações para Cálculo do PCT 
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 20X3 
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 1.355 2.039 
2.02 Passivo Não circulante PNC 1.336 1.506 1.445 
3 Patrimônio Líquido – PL 1.284 2.210 3.387 
 
 
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Primeiro, precisamos compreender que um índice de 196,50%, observado em 
20X1, signi fica que os capitais de terceiros superam os capitais próprios em 96,5%. 
Existia, assim, naquele momento, uma grande dependência de capitais de terceiros 
culminando com um alto nível de endividamento. Em 20X2, no entanto, os capitais de 
terceiros superam os capitais próprios em 29,46%. Este percentual cai para 2,86% 
em 20X3, demonstrando que neste último exercício houve um equilíbrio entre os 
capitais próprios e de terceiros. Neste caso, percebese que o com portamento 
tendencial é de da relação capital de terceiros/capital próprio, o que revela a melhora 
do nível de endividamento medido pela PCT. 
Tratase do nosso primeiro índice em análise e, por isso mesmo, é importante 
registrar que o comentário aqui produzido não representa mais que um exemplo de 
abordagem. Esse é o momento mágico da análise financeira, exigindo que o analista 
exercite todo o poder do seu intelecto para, com muita perspicácia, estudo e 
criatividade, produzir a melhor interpretação possível, condizente com o desempenho 
atual e perspectivas futuras da empresa. 
Composição do Endividamento (CE) 
 
A composição do endividamento, conforme Pereira da Silva (2010, p. 267), 
indica quanto da dívida total da empresa deverá ser paga no curto prazo, isto é, as 
obrigações que vencem durante o próximo exercício, comparadas com todo o 
conjunto de obrigações da empresa. 
 
 
CE = Composição do Endividamento 
 
 
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PC = Passivo Circulante 
 
PNC = Passivo Não Circulante 
 
A interpretação do índice de composição do endividamento é no sentido de que 
“quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores. Ou seja, se a dívida é 
elevada, a situação é extremada se esta dívida está concentrada no curto prazo, pois 
a pressão pela liquidação dos débitos é intensa. A razão é que quanto mais dívidas 
para pagar no curto prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos. 
Este índice mostra as características do endividamento quanto ao vencimento 
dasdívidas. É preciso, portanto, conhecer a estrutura geral da empresa quanto à 
participação de capitais de terceiros, sua capacidade de geração de recursos e 
mesmo sua condição de renovar a dívida de curto prazo junto aos credores. 
 
Cálculo dos indicadores, como é o caso do quadro a seguir, que apresenta a 
relação entre as fontes de recursos nos anos de 20X1, 20X2 e 20X3. 
 
– Informações para Cálculo da CE 
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 20X3 
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 1.355 2.039 
2.02 Passivo Não circulante PNC 1.336 1.506 1.445 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com os resultados da composição de endividamento no período de 
20X1 e 20X2, menos da metade das dívidas vencem no curto prazo, representando 
 
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47% do total e se mantendo constante em ambos os períodos. Este índice, porém, 
sobe para 58,5% em 20X3, significando que vencem no curto prazo, neste período, 
mais da metade dos compromissos. 
Não obstante, o fato de a dívida estar praticamente equilibrada nos três 
períodos, tendo o indicador piorado em 20X3, concentrando mais dívidas no curto 
prazo não é, necessariamente, um fator negativo. É preciso conhecer a estrutura 
geral, quanto a sua participação de capitais de terceiro, sua capacidade de geração 
de recursos e mesmo sua condição de renovar a dívida de curto prazo junto aos 
credores, se necessário. 
 
Composição do Endividamento (CE) 
 
O índice de imobilização do patrimônio líquido indica quanto do patrimônio 
líquido da empresa está aplicado no ativo não circulante. 
 
 
 
IPL = Imobilização do patrimônio líquido 
 
ANC = Ativo não circulante 
 
RLP = Realizável a longo prazo 
 
PL = Patrimônio Líquido 
 
A interpretação do índice de imobilização do patrimônio líquido é no sentido 
“quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores. Cabe destacar que o 
índice de imobilização envolve importantes decisões estratégicas da empresa, quanto 
à aquisição, aluguel ou leasing de imóveis, máquinas e equipamentos. São esses 
investimentos que caracterizam o risco operacional da empresa. 
De acordo com Pereira da Silva (2010, p. 263), os principais pontos a serem 
observados pelo analista, com relação ao índice de imobilização, são: 
 
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• como variou o patrimônio líquido no período: lucros, prejuízos, aportes de 
capital, cisões, fusões e incorporações; 
 
• ocorrências de reavaliações de ativos no período: nos casos de reavaliações, 
há aumento no ativo não circulante e no patrimônio líquido pelo mesmo valor, porém 
em termos de índice podem gerar variações; 
 
• a participação de cada um dos blocos (investimento, imobilizado e intangível) 
no ativo não circulante; 
 
• os investimentos em coligadas e controladas devem ser especificados e as 
respectivas empresas, analisadas. 
 
É sempre bom conhecer a razão estratégica de tais investimentos; 
 
• os outros investimentos, como obrigações e incentivos fiscais, se relevantes, 
devem merecer cuidado; 
 
• quanto ao imobilizado, é necessário conhecer a idade dos equipamentos, o 
grau de modernização, a localização das unidades fabris e o critério de depreciação; 
 
• dependendo do tipo de atividade, o analista deve solicitar os detalhes que 
julgue importante em cada caso, podendo abranger inclusive o nível de utilização da 
capacidade de produção, contratos de leasing, os terrenos adquiridos para construção 
de fábricas no futuro o que vai requer novos investimentos de capital). 
 
Vejamos a situação, neste quesito: 
 
Quadro– Contas do Balanço Patrimonial 
 
– Informações para Cálculo do IPL 
 
 
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Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 20X3 
1.02. Ativo Não Circulante 1.600 2.181 2.914 
1.02.01 Realizável a Longo Prazo – RLP 231 251 267 
3 Patrimônio Líquido – PL 1.284 2.210 3.387 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como se constata, no exercício 20X1 possuía mais de 100% de seu 
patrimônio líquido imobilizado. Observase, porém, que no período de 20X2 e 20X3, 
de todo o patrimônio líquido apenas em torno de 80% encontravase no imobilizado, 
ou seja, isso demonstra que houve uma relativa melhora, podendo assim utilizar as 
sobras (20%) para investimento nos demais itens do ativo, fato que revela uma 
melhora na situação dos dois últimos períodos sob a ótica da estrutura patrimonial e 
capacidade financeira. 
 
Endividamento Geral (EG) 
 
Esse indicador reforça as conclusões tiradas a partir do índice Relação Entre 
as Fontes de Recursos, revelando o percentual do ativo que é financiado por capitais 
de terceiros. 
 
 
 
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 Matemática aplicada 
 
EG = Endividamento geral 
 
PC = Passivo Circulante 
 
PNC = Passivo Não Circulante 
 
AT = Ativo Total 
 
Quadro – Contas do Balanço 
 
Informações para Cálculo do EG 
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 20X3 
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 1.355 2.039 
2.02 Passivo Não circulante PNC 1.336 1.506 1.445 
1 Ativo Total – AT 3.807 5.071 6.871 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os resultados do endividamento geral revelam que os ativos eram financiados 
em 66,27% por capitais de terceiros em 20X1, passando para 56,42% em 20X2, 
reduzindo para 50,71% em 20X3. Ou seja, que o endividamento da Empresa X Alfha 
diminui e situase em pata mares plenamente aceitáveis, observando o contexto da 
atual conjuntura econômica. 
 
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 Matemática aplicada 
Considerando que esse indicador encontrase intimamente vinculado com a 
“relação entre fontes de recursos”, ambos indicando a proporção de capital próprio e 
de terceiros que financiam os ativos, podemos perceber que reduziu 
significativamente a sua tomada de empréstimos, optando, por sua vez, por aplicar 
um maior volume de recursos próprios em investimentos realizados no seu ativo 
imobilizado. 
Nível de Desconto de Duplicatas (NDD) 
 
O nível de desconto de duplicatas indica o percentual de títulos descontados 
em relação ao total de contas a receber de clientes. 
 
 
 
NDD = Nível de desconto de duplicatas 
 
DD = Duplicatas descontadas 
 
DR = Duplicatas a receber 
 
No decorrer do ciclo operacional, muitas vezes as empresas vendem seus 
produtos a prazo e emitem duplicatas a seus clientes. Quando precisam de dinheiro, 
dirigem se aos bancos para descontar as referidas duplicatas. Justamente porque as 
empresas só descontam as duplicatas quando estiverem precisando de dinheiro é que 
este índice é do tipo “quanto maior, pior”. 
 
Pereira da Silva (2010, p. 273274) emite alguns comentários acerca deste 
índice: 
 
• normalmente, quanto maior a necessidade de recursos financeiros, maior será 
o nível de des conto de duplicatas, podendose até chegar ao extremo de emitir títulos 
que não correspondam a uma venda efetuada (duplicata fria). 
 
 
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• Muitas vezes as duplicatas da empresa estão comprometidas como garantia 
de outras operações e não há duplicatas para descontar. 
 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
 
Os índices desse grupo evidenciam a base da situação financeira da empresa, 
isto é, constituem uma apreciação sobre sua capacidade de saldar compromissos a 
partir da comparação entre os direitos disponíveis e realizáveis com as obrigações da 
companhia. Uma empresa com índices de liquidez superiores à unidade, em tese, tem 
condições de pagar suas dívidas. 
Isso, porém, não significa que ela esteja fazendo tal procedimento. O 
descasamento de prazos do fluxo de caixa normalmente traz dificuldades. Se a 
empresa possui R$ 500 mil para receber em 60 dias, no entanto tem uma conta a 
pagar que vence em 30 dias esta empresa necessariamente deverá buscar 
suprimento de giro em bancos ou outrasfontes de recursos que não os aplicados na 
rubrica “contas a receber”. 
Cabe salientar que liquidez não é sinônimo de solvência. Liquidez é a 
capacidade de liquidar as obrigações em dia, por meio do giro dos negócios. Solvência 
é a capacidade de liquidar todas as dívidas da empresa, mesmo que para isso tenha 
de lançar mão até mesmo dos ativos imobilizados. Tecnicamente, uma empresa 
encontrase em situação de insolvência quando o seu passivo exigível é superior ao 
ativo total. Nesse caso, diz se que apresenta “passivo a descoberto”. 
Liquidez Corrente (LC) 
 
Indica quanto à empresa possui em dinheiro, mais bens e direitos realizáveis 
no curto prazo (próximo exercício), comparado com suas dívidas a serem pagas no 
mesmo período. 
 
 
 
LC = Liquidez corrente 
 
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AC = Ativo Circulante 
PC = Passivo Circulante 
 
Vejamos a situação, neste quesito: 
Quadro – Rubricas do Balanço Patrimonial 
 
– Informações para Cálculo da LC 
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 20X3 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 2.889 3.957 
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 1.355 2.039 
 
 
 
 
 
 
 
 
A interpretação desse índice é “quanto maior, melhor”, mantidos constantes os 
demais fatores. Este índice é o mais conhecido justamente porque mede a saúde 
financeira de curto prazo das empresas. Como medida isolada, porém, não se pode 
afirmar que a liquidez corrente é boa ou ruim, pois tudo depende do tipo de atividade 
da empresa e especialmente do seu ciclo financeiro. 
Para empresas comerciais e industriais, que trabalham com estoques e 
duplicatas a receber, tem se como bom um índice de liquidez acima de “1”. No caso 
de algumas empresas prestadoras de serviços, como transportes coletivos urbanos, 
que recebem suas vendas à vista, índices inferiores à unidade podem ser 
perfeitamente aceitáveis, uma vez que as entradas diárias oportunizarão o 
cumprimento das obrigações financeiras. Como se vê, a interpretação deste, e 
também dos demais índices que estudaremos, precisa considerar as peculiaridades 
de cada negócio. 
 
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Como os números anteriores revelam, a liquidez corrente, é muito boa, 
mostrando que para cada real de dívida de curto prazo detém R$ 1,86 de ativos 
circulantes em 20X1, aumentando para R$ 2,13 em 20X2, e permanecendo em R$ 
1,94 em 20X3. Ou seja, evidencia folga financeira. O conceito de quanto maior melhor 
também precisa ser considerado com relatividade, uma vez que altos índices de 
liquidez podem revelar disfunções financeiras, como estoques em excesso, 
adiantamento a fornecedores e elevada inadimplência de clientes. 
 
Liquidez Seca (LS) 
 
Indica quanto a empresa possui em disponibilidades (dinheiro, depósitos 
bancários à vista e aplicações financeiras de liquidez imediata), aplicações financeiras 
de curto prazo e duplicatas a receber, para fazer frente ante ao seu passivo circulante. 
 
 
 
LS = Liquidez Seca 
AC = Ativo Circulante Est = Estoques 
PC = Passivo Circulante 
 
A interpretação do índice de liquidez seca segue o mesmo raciocínio dos 
índices de liquidez geral e corrente, isto é, “quanto maior, melhor”, mantidos 
constantes os demais fatores. 
 
O quadro a seguir revela as informações para aplicação da fórmula: 
 
Quadro – Rubricas do Balanço Patrimonial 
 
– Informações para Cálculo da LS 
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 20X3 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 2.889 3.957 
 
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1.01.03 Estoques 587 675 908 
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 1.355 2.039 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A liquidez seca revela que a empresa não depende da venda de estoques para 
solver ou liquidar seus compromissos de curto prazo. Embora o índice tenha caído de 
20X2 para 20X3, ainda indica que, para cada real de dívida de curto prazo, a empresa 
dispõe de R$ 1,50 de circulantes (sem os estoques) para cumprir com os 
compromissos financeiros de curto prazo. Quando a empresa não trabalha com 
estoques, cabe observar que tanto a liquidez corrente quanto a seca apresentam o 
mesmo resultado. 
 
Liquidez Geral (LG) 
 
Indica quanto à empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto 
e longo prazos, para fazer frente as suas dívidas totais (passivo exigível). 
 
 
LG = Liquidez Geral 
 
AC = Ativo Circulante 
 
RLP = Realizável a Longo Prazo 
 
 
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PC = Passivo Circulante 
 
PNC = Passivo Não Circulante 
A interpretação desse índice é no sentido de “quanto maior, melhor”, mantidos 
constantes os demais fatores. 
 
O índice de liquidez geral é um indicador que subentende que, se a empresa 
fosse cessar suas atividades naquele momento, deveria pagar suas dívidas com seu 
dinheiro (disponibilida des) mais seus realizáveis. 
 
As informações para aplicação prática da fórmula podem ser obtidas no quadro 
a seguir: 
 
Quadro – Rubrica do Balanço Patrimonial – Informações para Cálculo da LG 
 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 2.889 3.957 
1.02.01 Realizável a Longo Prazo – RLP 231 251 267 
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 1.355 2.039 
2.02 Passivo Não circulante 1.336 1.506 1.445 
 
 
 
 
 
 
 
O cálculo, em verdade, expressa uma situação mais de solvência do que de 
liquidez, uma vez que inclui no denominador todos os passivos de curto e longo 
prazos. Normalmente uma empresa apenas liquida todas as obrigações se estiver 
sendo cogitada sua extinção, o que torna esse índice pouco significativo para 
situações normais. 
 
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Também nesse aspecto a empresa X apresenta índices positivos ao longo do 
período analisado. Demonstra que apresenta plenas condições de pagar todas as 
suas dívidas, pois possui dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazos 
para cumprir com suas dívidas totais. 
 
ANÁLISE DA ATIVIDADE DE ROTAÇÃO 
 
Na consecução de suas atividades operacionais, a empresa persegue 
sistematicamente a produção de bens ou serviços e, consequentemente, vendas e 
recebimentos. Busca também um volume de lucros capazes de satisfazer às 
expectativas de retorno de suas fontes de financiamento. 
Cada uma das fases operacionais, a saber, estocagem de materiais, produção, 
estocagem de produtos acabados e recebimento das vendas, possui determinada 
duração. 
Os prazos de rotação constituemse em categoria de elevada importância para 
o analista. O balanço representa sua situação patrimonial em determinado momento, 
isto é, de forma estática, sem refletir sua mobilidade, seu dinamismo. 
 
Prazo Médio de Estoques (PME) 
 
O prazo médio de estoques indica quantos dias, em média, os produtos ficam 
armazenados na empresa antes de serem vendidos. O volume de estoques mantidos 
por uma empresa decorre fundamentalmente do seu volume de vendas e de sua 
política de estocagem. Quanto maiores os estoques, mais recursos às empresas 
estão comprometendo com os mesmos. 
 
 
 
PME = Prazo médio de estoques 
 
 
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ESTm = Estoque médio (aplicar a fórmula: ((ESTi + ESTf)/2), considerando Ei 
= estoque inicial que é o valor do estoque final do ano anterior e Ef = estoque final 
do exercício atual, dividindo o resultado da soma por dois. 
 
CPV = Custo dos produtos vendidos 
 
DP = Dias do período considerado (360 dias para um ano) 
 
Do ponto de vista de análise de risco, prazo médio de estoques é um índice do 
tipo quanto maior, pior. O conceito de prazos médios está intimamente ligado ao 
conceito de giro ou rotação, que representa o número de vezes que, no caso, os 
estoques são repostos durante o ano. Quanto maior o prazo médio, maior a rotação, 
uma vez que para obter o giro, basta

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