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Hemorroidas: Causas, Classificação e Sintomas

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Maria Seiane - Medicina 
INTRODUÇÃO 
 Acometem cerca de 5% da população geral. 
 Incide em ambos os sexos, em todas as raças e 
idades, com maior incidência na quarta década de 
vida, ocorrendo raramente na infância e 
adolescência. 
 As hemorroidas são vasos colaterais anais e 
perianais dilatados que conectam os sistemas 
venoso portal e caval aliviando a pressão venosa 
elevada dentro do plexo hemorroidário. 
 FATORES COMUNS QUE PREDISPÕEM a 
hemorroidas são obstipação e esforço associado, 
que aumentam as pressões intra-abdominais e 
venosas, estase venosa da gravidez e hipertensão 
portal. 
 Doença hemorroidária: ocorre quando há 
congestão, dilatação e aumento dos corpos 
cavernosos do canal anal, formando grandes 
emaranhados vasculares, submucosos ou 
subcutâneos, flexíveis, que se enchem de sangue, 
fazendo os mamilos hemorroidários, os quais 
constituem os plexos hemorroidários interno e externo. 
o Plexo hemorroidário interno: localizado no 
espaço submucoso do canal anal, acima da linha 
pectínea (sentido proximal), é formado por uma 
rede de vasos sanguíneos calibrosos. É 
vascularizado pelos três ramos terminais da 
artéria retal superior, dois à direita (um anterior e 
outro posterior) e um lateral esquerdo. Drena para 
o sistema portal pela veia retal superior, tributária 
da veia mesentérica inferior; 
o Plexo hemorroidário externo: situado no espaço 
subcutâneo do canal anal, abaixo da linha 
pectínea (sentido distal), é vascularizado pelos 
ramos terminais das artérias retais inferiores. Drena 
para a circulação sistêmica (veia cava inferior), 
pelas veias retais inferiores, tributárias das veias 
pudendas e ilíacas internas; 
ETIOPATOGENIA 
 A natureza da doença hemorroidária não é, ainda, 
completamente conhecida. Porém pode ocorrer por: 
o Veia varicosa: Dificuldade de esvaziamento 
sanguíneo do canal anal no ato defecatório, com 
congestão e dilatação dos corpos cavernosos. 
o Degenerativa: Presença de prolapso anormal do 
plexo hemorroidário, durante a evacuação, por 
deficiência de sua fixação pela musculatura 
longitudinal da submucosa (músculo de Treitz). 
o Mecânica: Excessivo esforço defecatório e/ou 
pela dieta pobre em resíduos (fibras) e pouca 
ingestão de líquidos, que pode acarretar o 
endurecimento das fezes e aumentar ainda mais 
o esforço evacuatório. 
o Hiperplasia vascular: A presença de hiperplasia 
dos corpos cavernosos do canal anal que 
poderá́ ocasionar sua dilatação e aumento. 
o Hemodinâmica: presença das comunicações 
arteriovenosas, muito calibrosas, na submucosa 
do canal anal, facilitando o aumento e dilatação 
dos corpos cavernosos. 
o Disfunção do esfíncter anal interno: 
Hiperatividade do esfíncter anal interno do ânus 
com hipertonia ocasionando distensão dos 
corpos cavernosos. 
 Na etiopatogenia da doença hemorroidária também 
devem ser considerados os: 
o Fatores desencadeantes: a constipação 
intestinal, o abuso de laxativos, a diarreia 
crônica, a gravidez (pelo aumento da pressão 
intra-abdominal), além da posição bípede do ser 
humano; 
o Fatores agravantes: com hábitos defecatórios 
errôneos, como insistência em evacuar todos os 
dias, esforçar-se para defecar em um horário por 
conveniência ou forcar o esvaziamento total do 
conteúdo retal de uma só vez. 
 As hemorróidas internas surgem da almofada 
hemorroidária superior. Suas três localizações 
primárias (lateral esquerda, anterior direita e posterior 
direita) correspondem aos ramos finais das veias 
hemorroidais média e superior. O epitélio colunar 
subjacente é visceralmente inervado; portanto, essas 
hemorróidas não são sensíveis à dor, toque ou 
temperatura. 
 As hemorróidas externas surgem do plexo 
hemorroidal inferior. Eles são recobertos por epitélio 
escamoso modificado (anoderma), que contém 
numerosos receptores somáticos de dor, tornando as 
hemorróidas externas extremamente dolorosas na 
trombose; 
 Sua remissão é rara e, uma vez manifestada, sua 
evolução é progressiva sem um tratamento 
adequado. 
CLASSIFICAÇÃO 
 Pode ser classificada em dois aspectos. Uma que irá 
diferenciar os tipos pela sua relação com a linha 
pectínea e outra que irá classificar pela existência 
ou não de um prolapso e, caso presente, como ele 
se comporta. 
 Os mamilos podem ser: internos, externos ou mistos no 
canal anal. Apresentam consistência amolecida e 
forma abaulada. Devido a ̀ ramificac ̧ão arterial da 
retal superior, pode haver tre ̂s mamilos internos, de 
Maria Seiane - Medicina 
localização anterior direita, posterior direita e lateral 
esquerda, denominados principais, e os demais, 
quando existentes, sa ̃o ditos secunda ́rios; 
 Mamilo hemorroidário interno: 
o É o situado acima da linha pectínea, na parte 
interna ou proximal do canal anal. Ele é 
subclassificado de acordo com a presença ou 
ausência de seu prolapso pelo canal anal em: 
 Primeiro grau: o que não prolaba pelo 
canal anal quando da evacuação ou aos 
esforços; 
 
 Segundo grau: o que prolaba através do 
canal anal durante o esforço evacuatório, 
exteriorizando-se pelo ânus, porém, retorna 
espontaneamente quando cessado esse 
esforço; 
 Terceiro grau: o que prolaba à evacuação 
e/ou aos esforços e não retorna 
espontaneamente, necessitando ser 
recolocado digitalmente para o interior do 
canal anal; 
 
 Quarto grau: o mamilo interno 
permanentemente prolabado pelo canal 
anal, sem possibilidade de ser recolocado 
para o interior do canal anal. 
 
 
 Mamilo hemorroidário externo: 
o É o mamilo localizado abaixo da linha pectínea, 
no anoderma (porção externa ou distal do canal 
anal). Caracteriza-se por dilatações dos vasos 
subcutâneos do anoderma, formando 
abaulamento de consistência mole, indolor e, às 
vezes, de coloração vinhosa. 
 Mamilo hemorroidário misto: 
o Existência concomitante de mamilos internos e 
externos; 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 A enfermidade hemorroidária pode ser assintomática 
e só diagnosticada ao exame físico; 
 Geralmente se manifestam com dor e sangramento 
retal, particularmente de sangue de cor vermelho-
vivo observado no papel higiênico. Exceto em 
mulheres grávidas, as hemorroidas são raramente 
encontradas em pessoas com menos de 30 anos de 
idade; 
 Sangramento: é o primeiro sinal, além de ser o mais 
frequente e, as vezes, o primeiro a se manifestar. 
o O sangue pode ser observado somente no papel 
higiênico durante a higiene anal e/ou gotejando 
ou ocorrendo em jato no vaso sanitário durante 
e/ou imediatamente após a evacuação. 
o Caracteriza-se pela sua cor vermelho rutilante. 
o Está associado à passagem de fezes 
endurecidas pelo canal anal (as quais podem 
traumatizar o mamilo hemorroidário) ou ao tipo 
de higiene anal utilizado pelo paciente (p. ex., 
uso de papel higiênico). 
o Esse sangramento costuma ser intermitente e a 
principal causa da consulta médica. 
o Ele é, em geral, esporádico e ocorre em crises 
curtas de dias, pouco volumoso e relacionado 
com a evacuação. 
o Se a perda for frequente e continua pode 
ocasionar anemia ferropriva; 
 Prolapso: 
o Caracteriza-se pela exteriorização do mamilo 
hemorroidário interno para fora do canal anal, 
durante o ato evacuatório ou durante as 
atividades físicas; 
 Exsudação perianal: 
o Corresponde à umidade da pele perianal 
causada pela presença de muco nessa região, 
sobretudo decorrente da irritação da mucosa 
dos mamilos hemorroidários internos prolabados. 
Acompanha-se, em geral, pela dermatite e pelo 
prurido anal. 
 
Maria Seiane - Medicina 
 Desconforto anal: 
o Durante ou após a evacuação pode haver 
pressão anal, definida pelo paciente como 
desconforto, porém, sem dor anal, porque a 
simples presença de doença hemorroidária não 
dói. 
o A presença de dor no canal anal concomitante 
à doença hemorroidária ou é causada pelas 
suas complicações, como a trombose vascular 
(endoflebite),pelo hematoma ou pela presença 
concomitante de outras enfermidades dolorosas 
dessa região, como a fissura anal, a infecção 
perianal (criptite, papilite ou abscesso), as lesões 
inflamatórias ou as tumorais. 
DIAGNÓSTICO 
 É realizado por meio de anamnese pormenorizada 
dos sintomas e sinais mencionados, além da 
avaliação dos hábitos evacuatórios e alimentares 
dos pacientes, o uso de laxativos, a existência de 
doenças anteriores ou de operações no trato 
digestivo. Deve-se questionar, também, a existência 
de doenças gastrointestinais nos familiares. 
 Nas enfermidades agudas e dolorosas, como a 
trombose hemorroidária, o exame proctológico deve 
limitar-se ao mínimo necessário para confirmar o 
diagnóstico, sem agravar o sofrimento do paciente. 
 O exame proctológico deve seguir a sequência: 
inspeção estática e dinâmica do canal anal, 
palpação, toque retal, anuscopia e 
retossigmoidoscopia. 
TRATAMENTO 
 O tratamento da doença hemorroidária depende da 
presença de sintoma, do tipo e da gravidade. 
 Clinico: 
o Indicação: quando os sintomas são discretos e 
esporádicos, nas gestantes com doença não 
complicada, bem como em pacientes terminais, 
cirróticos, cardiopatas graves ou com importante 
comprometimento do estado geral. 
o Os cuidados são: 
 Medidas higienodietéticas: orientar os 
hábitos evacuatórios do paciente, provocar 
o amoleci - mento das fezes e a diminuição 
do tempo de trânsito intestinal, evitando o 
trauma local e o esforço evacuatório; indicar 
a ingestão abundante de líquidos e a 
supressão do consumo de bebidas 
alcoólicas, pimentas e condimentos, por suas 
ações irritantes nas mucosas. 
 Cuidados locais: proibir a utilização de 
papel higiênico para limpeza anal, 
substituindo-o por banhos de assento com 
água morna. 
 Medicação tópica: é indicada para aliviar 
o desconforto local, fazendo-se uso de 
pomadas e/ou supositórios à base de 
anestésicos e anti-inflamatórios. 
 Drogas vasoativas: a administração oral de 
drogas vasoativas na doença hemorroidária 
está indicada para complementar o 
tratamento clínico e, muitas vezes, nas crises 
de agudização. 
 Cirúrgico: 
o O tratamento curativo é cirúrgico; 
o Nos enfermos que apresentam mamilos 
hemorroidários externos ou mistos, a melhor opção 
curativa é a hemorroidectomia.

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