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COLECISTITE – aguda calculosa · Processo de inflamação da vesícula que resulta da obstrução do ducto cístico por um cálculo que ocorre em associação a colelitíase (após surtos repetidos de dor biliar) · Dor biliar característica da colelitíase resulta da obstrução intermitente do ducto cístico por um cálculo A colecistite aguda se inicia com a implantação de um cálculo no ducto cístico que leva a um aumento da pressão intraluminal da vesícula, obstrução venosa e linfática, edema, isquemia, ulceração da sua parede e finalmente infecção bacteriana secundária. Etiologia da colecistite: obstrução do ducto cístico seja por cálculo impactado no infundíbulo ou na luz do próprio ducto ou por edema da mucosa gerado por estes cálculos E. coli é a bactéria mais frequentemente isolada seguida por klebsiella, enterococcus faecalis, proteus e clortridium bastonentes gram-negativos, enterococo e anaeróbios Sequelas mais sérias da colecistite aguda: · Empiema – vesícula cheia de pus = colecistite aguda mais sepse/choque séptico · Perfuração · Abscesso pericolecísitco · Fístula bilioentérica MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Mulher da meia idade, portadora de cálculos biliares e que já havia experimentado surtos de dor biliar · Dor abdominal que aumenta paulatinamente de intensidade · Se localiza debaixo do gradil costal direito · Pode iniciar no epigástrio e com o passar das horas a dor torna-se localizada tipicamente no QSD · A dor da colecistite aguda persiste por mais de 6 horas diferente da dor biliar da colelitíase crônica · É comum irradiação da dor para a região infraescapular · Anorexia, náuseas e vômitos · Comum a presença de febre baixa a moderada · Febre com calafrios sugere colecistite supurativa ou colangite associada · Região subcostal direita está hipersensível à palpação com defesa muscular e ocasionalmente contratura involuntária local · Sinal de Murphy em metade dos pcts pede ao pct que ele inspire profundamente e palpa-se a região subcostal direita, se o pct interromper uma inspiração profunda quando da palpação o sinal é positivo sendo fortemente preditivo de colecistite aguda · Pcts com colecistite aguda apresentam icterícia, causada por edema do colédoco adjacente, por cálculos no colédoco ou pela síndrome de Mirizzi (ver adiante) EXAMES COMPLEMENTARES E DIAGNÓSTICO Laboratório · 12.000-15.000 leucócitos · Aumento discreto de bilirrubina se for maior que 4mg/dL suspeitar de coledocolitíase · Aumento discreto de FA e AST (TGO) · Aumento da amilase sérica USG · Primeiro exame a ser solicitado na suspeita de colecistite aguda · Achados · Demonstração de cálculos no colo da vesícula · Espessamento da parede da vesícula · Líquido perivesicular · Aumento da interface entre o fígado e a vesícula · Sinal de murphy ultrassonográfico (dor quando o transdutor está sobre a vesícula) · Aumento significativo do diâmetro transverso do fundo da vesícula CINTILOGRAFIA DAS VIAS BILIARES · É o exame mais acurado para se confirmar a suspeita clínica de uma colecistite aguda calculosa · Se houver o enchimento da vesícula o diagnóstico de colecistite aguda torna-se bastante improvável · Em caso de enchimento dos ductos biliares porém não da vesícula mais favorável ao diagnóstico TC · Solicitada em casos de dor abdominal aguda a TC pode identificar cálculos, espessamento da parede vesicular e líquido pericolecístico, com precisão inferior a USG DX diferencial · Apendicite aguda · Pancreatite · Úlcera péptica perfurada TRATAMENTO · Internação hospitalar · Hidratação venosa · Analgesia · Dieta zero · ATB parenteral: e. coli, enterococcus, klebsiella e outros bastonetes gram-negativos além de anaeróbios · Betalactâmicos + inibidores de betalactamase · Amoxicilina clavulanato · Ampicilina sulbactam · Cefalosporina de 3ª geração – ceftriaxone- ou uma quinolona – ciprofloxacina, levofloxacina- com metronidazol · 7-10 dias · Suspenso em 24h após a cirurgia em pcts que tiveram uma colecistite aguda não complicada Tratamento definitivo é cirúrgico colecistectomia laparoscópica Contraindicações da colecistectomia laparoscópica: · Coagulopatia não controlada e cirrose hepática terminal · Dpoc grave e ICC comm fração de ejeção <20% pode dificultar a realização de colecistectomia laparoscópica choque cardiogênico agudo intra-operatório COMPLICAÇÕES · Perfurações e fístulas · Perfuração livre se manifesta com febre alta, leucocitose importante, sinais de toxicidade proeminente e um quadro abdominal de peritonite difusa (defesa, irritação peritoneal) · Perfuração localizada · Perfuração para dentro de uma víscera oca, através de uma fístula · Íleo biliar · Obstrução do delgado por um cálculo biliar volumoso mais que 2,5cm · Impacta comumente no íleo terminal · Diagnóstico no RX de abdome obstrução de delgado: alças de delgado distendidas + níveis hidroaéreos à presença de ar nas vias biliares (aerobilia) ou cálculo na luz intestinal · Enterotomia proximal – retirada do cálculo impactado · Colecistectomia pela chance de recidiva do íleo biliar · Síndrome álgica pós colecistectomia · Colelitíase + outra condição associada que permaneceu pós colecistectomia coledocolitíase, pancreatite, úlcera péptica, síndrome do cólon irritável e doenças do esôfago Síndrome de Mirizzi · Obstrução do ducto hepático comum causada por compressão de cálculo grande em infundíbulo ( bolsa de Hartmann) ou ducto cístico · Se apresenta clinicamente como uma colecistite crônica · Icterícia e elevação da FA · Tipo 1: compressão extrínseca do ducto hepático comum pelo cálculo localizado no ducto cístico · USG mostra dilatação do ducto biliar comum acima da inserção do ducto cístico com calibre normal abaixo deste e vesícula murcha · Além da presença de cálculo no infundíbulo da vesícula · O diagnóstico é geralmente intraoperatório ou por CPRE · Tratamento cirúrgico
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