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Planejamento, monitoramento e avaliação em Saúde ORIGEM DO PLANEJAMENTO Primeiras teorias (1850): Taylor e Henry Ford Bases referenciais: economia e administração. PLANEJAMENTO EM SAÚDE – PRIMEIROS PASSOS Na área da saúde, principalmente na América Latina, existem dois métodos que se consagraram nesse período: MÉTODO CENDES – OPAS (OPAS, 1965) Organização Pan-Americana de Saúde PROPOSTA – levar os princípios do planejamento econômico para o social (saúde); DIAGNÓSTICO – indicadores demográficos, epidemiológicos e sociais; PROBLEMA – enfoque descritivo e utilização de indicadores sem questionar a limitação dessas informações; PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL É uma evolução frente ao planejamento econômico; É um dos métodos mais conhecidos de planejamento em saúde no Brasil; Dá uma dimensão política ao planejamento; PLANEJAMENTO É uma ferramenta que nos a pensar e sistematizar informações antes de agir, influenciando positivamente nos resultados futuros dessas ações. Processo de racionalização das ações para definir proposições para construir viabilidade, com vistas a solução dos problemas; Desenhar, executar e acompanhar um conjunto de propostas com vistas a intervenção; Realizada por atores sociais (de gestores até a população); Manutenção ou modificação de uma determinada situação; EXEMPLO: mudança nos indicadores de saúde bucal em uma comunidade cadastrada em uma UBS. O planejamento é um processo permanente. Além disso, não pode ser planejado por quem não tem governabilidade. O planejamento nunca está referido a adivinhação do futuro, pois o máximo que podemos ter é uma previsão. É preciso trabalhar e analisar possíveis cenários. PLANEJAR: Não é tarefa específica dos planejadores: deve ser feito pelos atores envolvidos na ação – gestores, profissionais de saúde e usuários do serviço; Não é uma mera declaração de intenções, mas sim o que se espera que aconteça em um determinado espaço de tempo; ETAPAS DO PLANEJAMENTO RECONHECIMENTO DA REALIDADE Estudos transversais; Estimativa Rápida Populacional (ERP); HIERARQUIZAÇÃO DOS PROBLEMAS Leitura complementar Debate: O que é um “problema de saúde pública”? – Rev. Bras. Epidemiologia 2006 ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DAS PROPOSTAS AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO E CONTROLE DO QUE FOI FEITO PLANO É o documento formal que consolida as informações obtidas na etapa de diagnóstico e as ações a serem desenvolvidas. Deve constar no plano: O quê? Por quê? Para quem? Quanto? Como? Com quem e com o quê? Em quanto tempo? Como medir resultado? Objetivo Justificativa População alvo Metas Ações Recursos (materiais e humanos) Cronograma Avaliação O QUE É UM PROBLEMA? É o resultado indesejado de um processo; Meta não alcançada; SEMPRE QUANDO FOR FAZER UM PLANO DEVEMOS LEVAR EM CONTA A NOSSA MISSÃO A FO tem por missão formar profissionais cirurgiões-dentistas aptos a responder pelas demandas mais prevalentes da sociedade, na procura da melhoria da saúde bucal da população. EXEMPLO: Não ter ionômero de vidro é um problema? O CD estudou 5 anos para ter ionômero de vidro? Ou será que o CD estudou para selar cavidades e restaurar função e estética? O problema aqui é a incapacidade de selar cavidades, restaurar dentes e reabilitar pacientes. A causa é a falta de material restaurador; O objetivo é reabilitar os pacientes. Uma das ações é a compra de ionômero de vidro para a reabilitação; PLANEJA SUS O Sistema de Planejamento do Sistema Único de Saúde (Planeja SUS) é a atuação contínua, articulada, integrada e solidárias das áreas de planejamento das três esferas de gestão do SUS. Existe uma série de cadernos relacionados a capacitação de gestores para essa finalidade. Atualmente, temos uma versão mais atual que é o Manual de Planejamento do SUS. OBJETIVOS DO PLANEJA SUS Formular instrumentos básicos para o processo de planejamento; Pactuação de diretrizes gerais; Metodologias unificadas e modelos de instrumentos básicos do processo de planejamento; Monitoramento e avaliação; Implementação e difusão de uma cultura de planejamento; Qualificação das ações do SUS; Subsídio para tomada de decisão; Integração do processo de planejamento e orçamento; Contribuição para a transparência do processo de gestão do SUS; INSTRUMENTOS PLANO DE SAÚDE Instrumento que apresenta as intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos, os quais são expressos em objetivos, diretrizes e metas; Definição das políticas de saúde numa determinada esfera de gestão; Base para a execução, o acompanhamento, a avaliação e a gestão do sistema de saúde; PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE Instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde; Detalhamento de ações, metas e recursos financeiros que operacionalizam o respectivo Plano de Saúde; Apresentação dos indicadores para a avaliação (a partir dos objetivos, das diretrizes e das metas do Plano de saúde); RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO Instrumento que apresenta os resultados alcançados (apurados com base no conjunto de indicadores, que foram indicados na Programação Anual de Saúde, para acompanhar o cumprimento das metas nela fixadas); RELAÇÃO POLÍTICA EXEMPLO: Plano Municipal de Saúde – Diagnóstico Situacional Dados epidemiológicos; Unidades com atendimento odontológico; Espaço físico para CEO; Não inclusão da ESB por falta de cargo de ACD no quadro de funcionários do município; Plano Municipal de Saúde – Intenções Aumentar a cobertura; Equipar as UBS com equipamento odontológico; Instalar CEO; Inclusão da ESB; Contratação de RH; Programação Anual de Saúde – Ações Aumentar o número de UBS com serviço de saúde bucal – contratar CD e adquirir equipamentos; Apresentar indicadores para avaliação e monitoramento desse item do plano de saúde: percentual de UBS – atual 64% Programação Anual de Saúde – Metas Porcentagem de UBS com serviço de saúde bucal: 2007 (75%) +2 unidades 2009 (90%) +7 unidades Programação Anual de Saúde – Recursos Financeiros: próprios do município, previstos no orçamento; Programação Anual de Saúde – Resultados Até 2007 foram equipadas 2 unidades e contratados 2 CD temporários; Programação Anual de Saúde – Dificuldades Não foi possível realizar concurso público para efetivo; Alterações no orçamento; AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E AUDITORIA EM SAÚDE A avaliação é um instrumento útil para alcançar a missão da instituição. O resultado é a aprendizagem, que é uma forma de conhecer o trabalho da instituição e propiciar mudanças que levem a maior efetividade. Ela é um processo, não necessariamente externo à organização, mas intrínseco às atividades diárias; Os indivíduos colaboram mais à medida que aprendem como resolver os problemas que surgem; O tempo e o esforço despendidos são úteis em médio e longo prazo, a avaliação independe do tipo e tamanho da instituição. Quando se avalia, confere-se um conceito bom ou ruim de acordo com expectativas e conforme critérios objetivos e subjetivos (ESCOBAR, 2000). ORIGEM DA AVALIAÇÃO – SÉCULO XX DESEMPENHO ORGANIZACIONAL DO SETOR PRIVADO: Redução do custo e máxima utilização dos recursos; Qualidade no processo; SETOR DA EDUCAÇÃO: Rendimento escolar Pode-se dizer que há um consenso em relação a avaliação: “avaliar é emitir juízo de valor sobre determinada intervenção (programa, serviço etc) com critérios referenciais explícitos, utilizando-se de decisão.” Para se avaliar é preciso medir, comparar, emitir juízo de valor e tomar decisão. DIFERENÇA ENTRE MONITORAMENTO, AUDITORIA E AVALIAÇÃO EXEMPLO DE MONITORAMENTO: acompanhamento da produção odontológica de CD nas UBS; lembrando que o monitoramento não pressupõe a emissão de juízo de valor: se a produção está adequada ou não, se é coerente comas condições da população onde ele atua; AUDITORIA Tem como finalidade aferir a preservação dos padrões estabelecidos e proceder ao levantamento de dados que permitam conhecer a qualidade, quantidade, os custos e os gastos da atenção à saúde; Permite avaliar os elementos componentes dos processos da instituição, serviço ou sistema auditado, objetivando a melhoria dos procedimentos, por meio da detecção de desvios dos padrões estabelecidos. Além disso, há a avaliação da qualidade, propriedade e da efetividade dos serviços de saúde prestados a população; visando a melhoria progressiva da assistência à saúde; Produz informações para subsidiar o planejamento das ações que contribuem para o aperfeiçoamento do SUS e para a satisfação do usuário. OBJETOS DO EXAME DE AUDITORIA Aplicação de recursos transferidos pelo Ministério da Saúde a entidades públicas, filantrópicas e privadas; Aplicação de recursos transferidos pelo Ministério da Saúde às secretarias estaduais e municipais de saúde; Gestão e execução de planos e programas de saúde pelo Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais de saúde que envolvam recursos públicos, observando aspectos como: organização, cobertura assistencial, perfil epidemiológico, quadro nosológico e resolutividade; Eficiência, eficácia, efetividade e qualidade da assistência prestada à saúde; Prestação de serviços na área ambulatorial e hospitalar; Os contratos, convênios, acordos, ajustes e instrumentos similares firmados pelas secretarias de saúde e prestadores de serviços de saúde do SUS; QUESTÕES DA AVALIAÇÃO Do que se está avaliando? Quando se faz a avaliação? Onde se faz? Por que se faz? Quem faz? Como se faz? Com o que (quanto)? A avaliação pode ser feita em três momentos: inicial (diagnóstica), conduzida durante a implementação do programa (formativa) e ao término do programa (somativa). QUEM FAZ A AVALIAÇÃO? Pode ser feita com diferentes interesses: econômicos, políticos ou ideológicos. Saber identificar os interesses vai direcionar para quem faz, seja pessoal interno ou externo e cada uma dessas opções vai oferecer vantagens e desvantagens. PARA QUEM? Isso pode direcionar o tipo de avaliação proposta. Feita para a sociedade, trabalhador, político, técnico ou usuários – cada indivíduo requer um tipo de avaliação distinta. USUÁRIO E SOCIEDADE – o que é avaliado Acesso: consegue ser atendido? Qualidade: é bem atendido? Resolutividade: resolve seu problema? Satisfação: o serviço atende suas expectativas? Cumpre a função para qual se destina? TRABALHADOR – o que é avaliado Tem boas condições de trabalho? Seu trabalho é reconhecido? Seu trabalho traz recompensa adequada? Sente-se satisfeito com seu trabalho? TÉCNICO – o que é avaliado Avaliar as questões técnicas envolvidas no processo (+ diagnóstico e monitoramento); Comparar o que foi executado com o que foi proposto (alcance de objetivos e metas); Usar indicadores de custo, rendimento, produtividade, morbidade e mortalidade; DECISOR/GESTOR – o que é avaliado Avaliar as questões políticas envolvidas no processo; Usar indicadores de viabilidade, legitimidade, utilidade; Justificar os recursos e esforços empenhados e conseguir novos investimentos; COMO SE FAZ A AVALIAÇÃO? 1. Objeto da avaliação Destacar, descrever e analisar um fenômeno – abordagem QUANTITATIVA Explicar e interpretar, aprofundando o significado e a intenção do fenômeno produzido – abordagem QUALITATIVA; Ou ambas? 2. Quais os dados disponíveis? Primários e secundários (secundários = já coletados); 3. Quanto tempo é disponível para realizar a avaliação? QUANDO USAR O MÉTODO QUANTITATIVO? Quando se quer avaliar resultados que podem ser expressos em números, taxas, proporções; Conhecer cobertura e contração do programa; Conhecer eficiência; Responder questões de “quanto?” Avaliar atividades cujos objetivos sejam bastante específicos; Para estabelecer relações significativas entre variáveis; QUANDO USAR O MÉTODO QUALITATIVO? Quando se quer avaliar resultados individuais de participantes da atividade, programa ou serviço; Responder questões de “como?”, “o quê?” e “por quê?”; Avaliar dinâmica interna de processos e atividades; Para personalizar o processo de avaliação; Quando a coleta de dados quantitativos é rotineira e não se presta mais atenção ao significado expresso; PARA QUE SE FAZ A AVALIAÇÃO? CONHECIMENTO – pesquisas | investigações acadêmicas | diagnósticos de saúde GERÊNCIA – controle | supervisão | acompanhamento | reorientação | implantação DECISÃO – financiamento | prestação de contas | novas propostas | atender determinações OS 7 PECADOS CAPITAIS DA AVALIAÇÃO EM SAÚDE 1. Não avaliar 2. Iniciar a avaliação tardiamente 3. Avaliar o impacto sem avaliar o processo 4. Usar um método inapropriado 5. Não envolver os gestores 6. Ignorar o contexto 7. Não disseminar AVALIAÇÃO EM SAÚDE NO BRASIL CONTEXTO DA ATENÇÃO À SAÚDE Teve início com a expansão da atenção em saúde (Atenção Básica – ESF/ESB/NASF), com a oferta de novas tecnologias e com a diversidade de modelos assistenciais, financiamento, cultura organizacional e práticas políticas. MOVIMENTOS PARA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO PACTO PELA VIDA – previa a restauração de indicadores para avaliar a qualidade do serviço ofertado nos municípios. AMQ (Avaliação para Melhoria e Qualificação da Estratégia de Saúde da Família) – proposta de avaliação para melhoria e qualificação da ESF. AMAQ (Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) – modificação do AMQ. PMAQ-AB (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) – composto por uma série de questões e etapas envolvendo a AB. O PMAQ está organizado em quatro fases que se complementam e que conformam um ciclo de melhoria do acesso e da qualidade da AB. As etapas são: adesão e contratualização; desenvolvimento; avaliação externa; e recontratualização. PMAQ-CEO – programa voltado para os Centros de Especialidades Odontológicas. Possui as mesmas etapas do PMAQ-AB. Conforme o desempenho das instituições nessa avaliação, pode haver uma variação nos recursos disponibilizados para esses serviços.
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