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EPILEPSIA DEFINIÇÃO A epilepsia se caracteriza por uma predisposição permanente do cérebro em originar crises epiléticas, trazendo consequências sociais e neurológicas para o portador desta condição. Algumas desta consequências são: • Perda da carteira de habilitação; • Risco de acidentes e traumas; • Aumento de comorbidades psiquiátricas; • Desemprego; • Isolamento social; • Prevalência PREVALENCIA • 0,5 a 1,0% da população mundial; • Em países desenvolvimento a prevalência aumenta proporcionalmente com aumento da idade; • Em países emergentes geralmente atinge picos na adolescência e idade adulta; • No Brasil; ➔ são Paulo 11,9/1000; ➔ Porto Alegre 16,5/1000. ETIOLOGIA A etiologia dependerá da faixa etária: <2 anos Febre, transtornos neurológicos congênitos, lesões de nascimento, distúrbios metabólicos hereditário ou adquirido 2 a 14 anos Transtornos epiléticos idiopáticos Adulto TCE, abuso de álcool e drogas, AVE e 50% das causas são desconhecidas Idosos Tumores e AVEs Na epilepsia reflexa um doença rara, as crises são desencadeadas previsivelmente por estimulos externos; ➔ Luzes brilhantes; ➔ Sons repetitivos; ➔ Videg Games; ➔ Musica; ➔ Estimulos de determinadas parte do corpo; Na epilepsia criptogênica, outra condição rara a encefalite do receptor de anti-NMDA(N-metila- daspartato especialmente em mulheres jovens. ETIOLOGIA ESTRUTURAL Se refere aquela alteração que consegue ser vista através de exames de neuroimagem, e que podem ser adquiridas como nos casos do AVE ou genéticas como varias malformações do desenvolvimento cortical. As Epilepsias estruturais possui achados relativamente frequentes de crises mesiais do lobo temporal como a esclerose temporal. Tambem esta associada a: • Sindrome de Rasmussem ➔ A encefalite de Rasmussen é uma doença inflamatória que acomete o córtex cerebral, de forma unilateral, evoluiu com piora progressiva e é caraterizada por crises epilépticas refratárias à terapia medicamentosa e declínio cognitivo e neurológico. O mecanismo patológico provável é autoimune, envolvendo principalmente a resposta de células T a epitopos neuronais • Hemiconvulsão-hemiplegia-Epilepsia ➔ é caracterizada por crises hemiclónicas prolongadas seguidas de hemiplegia muitas vezes permanente. ETIOLOGIA GENETICA É definida quando o resultado de uma mutação genética conhecida ou presumida na qual as crises epiléticas constituem o sintomas central da doença. Um exemplo de uma etiologia genética é a síndrome da Epilepsia Neonatal Benigna Familiar, aonde a maioria dos familiares apresentam mutação em um dos genes do canal de potássio; • Epilepsia Micológica Juvenil ➔ É um tipo de epilepsia generalizada, caracterizada por movimentos mioclônicos (tremores rápidos no corpo), e às vezes desenvolvimento para crises convulsivas generalizadas. • Epilepsia Ausência da Infância ➔ São uma forma de epilepsia em forma de episódios curtos e não graves de perda de consciência É importante ressaltar que genético não é sinônimo de hereditário. ETIOLOGIA INFECCIOSA É a mais comum em todo o mundo e como o próprio nome já diz, ela é decorrente de um quadro infeccioso. ➔ Neurocisticercose; ➔ HIV; ➔ Malaria cerbral; ➔ Toxoplasmose; ➔ Citomegalovirus; ➔ Zika vírus. ETIOLOGIA METABOLICA • Porfiria; • Uremia; • Aminoacidopatias; • Crises por dependência de piridoxina; A maioria das epilepsias com etiologia metabólica serão genéticas, porem algumas podem ser adquiridas com a deficiência cerebral de folato. ETIOLOGIA IMUNES • Encefalite anti-receptor NMDA; • Encefalite anti-LGl1 CLASSIFICAÇÃO A nova Classificação das Epilepsias é uma classificação de múltiplos níveis, designados para permitir a classificação das epilepsias em ambientes clínicos diferentes (Figura 1). Este reconhece a ampla variação de recursos ao redor do mundo, significando que diferentes níveis de classificação serão possíveis dependendo dos recursos disponibilizados ao clínico no momento do diagnóstico. Quando for possível, um diagnóstico em todos os três níveis deverá ser buscado bem como a etiologia de epilepsia de um indivíduo. O ponto inicial do Esquema de Classificação das Epilepsias são os tipos de crises epilépticas; deve- se assumir que neste ponto o clínico já foi capaz definir o diagnóstico de uma crise epiléptica e que este não é um algoritmo diagnóstico para distinguir eventos epilépticos de não epilépticos. A Classificação dos Tipos de Crises Epilépticas é determinada de acordo com a nova nomenclatura no artigo que acompanha a presente publicação. As crises epilépticas são classificadas naquelas de início focal, início generalizado e início desconhecido. Em alguns locais, a classificação de acordo com os tipos de crises pode ser o nível máximo possível para diagnóstico por não haver acesso a estudos eletroencefalográficos, de vídeo-EEG e imagem. Em outros casos, pode haver simplesmente muito pouca informação disponível para possibilitar um diagnóstico em um nível mais superior, tais como nas circunstância em que o paciente apresentou uma única crise. DIAGNOSTICO (1) Pelo menos duas crises epilépticas não provocadas (ou reflexas) ocorrendo em um intervalo superior a 24h; (2) uma crise epiléptica não provocada (ou reflexa) e a probabilidade de ocorrência de crises epilépticas similar ao risco de recorrência em geral (de pelo menos 60%) após duas crises epilépticas não provocadas, ocorrendo nos próximos 10 anos; (3) diagnóstico de uma síndrome epiléptica. • Eletroencefalograma • Ressonancia Magnetica ESTADO DE MAL EPILETICO • Emergencia medica; • Caracterizada pela presença de duas ou mais crises epileticas sem a completa recuperação da consciência; OU • Uma crise com duração maior que 30 minutos; • Crises com duração menor que 5 minutos tem poucas chances de cessarem espontaneamente sendo necessario uma intervenção medica para evitar mais destruição neuronal. PSEUDOCRISE É subdividida em fisiologia e psicogênica CNE fisiológicas (CNEF) ou orgânicas, encon- tram-se várias condições associadas a alterações transitórias da função do sistema nervoso central, como síncope, migrânea (ou enxaqueca), ataques isquêmicos transitórios, parassonias e distúrbios do movimento paroxísticos. Por exemplo, síncope e crise epiléptica tônico-clônica generalizada podem ser bastante semelhantes, diferenciando-se pelo fato de a primeira ser de início gradual e associada ao or- tostatismo, de duração breve (inferior a 30 segundos) e sem confusão mental após o evento. A crise tônico-clônica ge- neralizada, por sua vez, instala-se subitamente sem fatores desencadeantes, apresenta maior duração (1 a 3 minutos), podendo cursar com alteração da consciência pós-ictal11. Em alguns casos de migrânea, especialmente na migrânea basilar, pode ocorrer disfunção reversível do tronco encefálico, com sintomas relacionados, como vertigem, ataxia de marcha, disartria e perda transitória da consciência, antecedendo episódios de cefaléia12. Essa é uma condição clínica rara que deve ser considerada no diagnóstico diferencial de outros eventos paroxísticos que também afetam o território vascular vértebro- basilar, como a própria epilepsia, a síncope e o ataque isquêmico transitório. As parassonias, que são fenômenos motores ou comportamentais que ocorrem durante o sono, podem ser confundidas com crises epilépticas no período noturno. Entre as parassonias, destacam-se o sonambulismo, o terror noturno,o transtorno do compor- tamento relacionado ao sono REM e o pesadelo13. As CNE psicogênicas (CNEP) referem-se a crises atribuí- das a processos psicológicos, sendo outrora denominadas “pseudocrises” ou “convulsões histéricas”. Contudo, esta ter- minologia foi abandonada em razão de seu caráter pejora- tivo10. Embora possam, em alguns casos, ser produzidas vo- luntariamente, o que constituiria simulação ou transtorno factício, reconhece-se que a maioria das CNEP é de caráter involuntário5,14,15. Nesse sentido, os atuais sistemas de clas- sificação psiquiátrica (CID-10 e DSM-IV) categorizam-nas principalmente nos transtornos dissociativos ou somatoformes (conversivo). É interessante salientar que há diferença conceitual entre as classificações, uma vez que o DSM-IV restringe o termo dissociação para situações em que haja alteração da personalidade16, enquanto a CID-10 o empre- ga também para eventos motores17. Outros diagnósticos psiquiátricos podem ser atribuídos a indivíduos com CNEP, como os transtornos de ansiedade, especialmente o trans- torno do pânico e o de estresse pós-traumático (TEPT), e os transtornos de personalidade, principalmente histriônica, borderline e dependente18,19. Há uma proposta recente para subdividir a CNEP em pós-traumática e evolutiva. A primeira, geralmente transitória, estaria relacionada a traumas de abuso físico, sexual ou psi- cológico, comumente relatados nesse contexto; enquanto a segunda, mais persistente, à dificuldade de enfrentamento dos problemas ao longo do desenvolvimento psicossocial do indivíduo e a transtornos de personalidade. TRATAMENTO • Adultos com epilepsia focal – carbamazepina, fenitoína e ácido valproico; • Crianças com epilepsia focal – carbamazepina; • Idosos com epilepsia focal – lamotrigina e gabapentina; • Adultos e crianças com crises TCG, crianças com crises de ausência, epilepsia rolândica e EMJ – nenhuma evidência alcançou níveis A ou B.
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