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Objetivos OBJETIVO 1: Compreender a fisiopatologia da tuberculose, suas causas e manifestações clínicas OBJETIVO 2: Entender a epidemiologia da tuberculose e seu tratamento farmacológico OBJETIVO 3: Citar o diagnóstico e fatores de risco OBJETIVO 4: Analisar os aspectos da transmissão de tuberculose no ambiente penitenciário Tuberculose Etiologia • A TB pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que integram o complexo Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. • Em tempo, espécie mais importante e a responsável pela maioria dos casos é a M. tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch (BK). • A transmissão é direta e ocorre por microrganismos aerossolidizados, gerados pela expectoração ou exposição à secreções de pessoas contaminadas • A chance da infecção por meio do contato com paciente infectado depende da concentração de bacilos expelidos pelo paciente tuberculoso, da intensidade e frequência do contato, além das condições de resistência natural do indivíduo exposto • Estima-se que 1 pessoa com baciloscopia positiva possa contaminar de 10 a 15 pessoas em média • Crianças com TB pulmonar em geral tem baciloscopia negativa Classificação da Tuberculose • Pode sem classificada em: PRIMÁRIA: Se desenvolve em pacientes não expostos e, desse modo, não sensibilizados. Idosos e pacientes imunossuprimidos podem perder a sensibilidade ao bacilo da tuberculose e desenvolver tuberculose primária mais de uma vez. Quando reinfectados, 5% adquirem doença de forma significativa. A TB pulmonar primária normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato do indivíduo com o bacilo e, por isso, é mais comum em crianças. SECUNDÁRIA: Surge em pacientes que já foram previamente sensibilizados. Pode surgir logo depois da TB primária, mas sruge mais comumente de reativação de lesões primárias dormentes muitas décadas após a infecção inicial, principalmente quando há situação de imunossupressão do hospedeiro. Pode surgir também por reinfecção exógena devido a queda de proteção imunológica proporcionada pela doença primária ou devido a inoculação de unoculos de bacilos virulentos. Pode ocorrer em qualquer idade mas é mais comum no adulto jovem TB miliar: • Doença pulmonar miliar ocorre quando o organismo é drenado através dos ductos linfáticos, que desembocam no retorno venoso para o lado direito do coração e daí para as artérias pulmonares. • Pior classificação Fisiopatologia A patogenia em pessoas imunocompetentes e não expostas está relacionada com o desenvolvimento da imunidade mediada por células que conferem resistência ao organismo e resultam no desenvolvimento de hipersensibilidade tecidual Sequência de eventos: Tuberculose Inicia com cepa virulenta de microbactéria que ganha acesso aos endossomos dos macrófagos (um processo mediado por diversos receptores, que reconhecem diversos componentes da parede celular microbacteriana) 1. O microrganismo inibe as respostas microbicidas normais, prevenindo a fusão dos lisossomos com os vacúolos fagocíticos. Dessa forma a proliferação acontece de maneira descontrolada 2. A fase mais precoce da tuberculose (primeiras 3 semanas) no paciente não sensibilizado é definida por proliferação bacilar no interior dos macrófagos alveolares, espaços aéreos com bacteremia e nidação de múltiplos locais. Nessa fase a maioria das pessoas é assintomática ou apresenta doença similar a uma gripe discreta 3. Os antígenos micobacterianos são apresentados aos linfócitos TCD4+ pelas células dendríticas e macrófagos. Esses linfócitos TCD4+ são cruciais na ativação dos macrófagos, já que quando ativados eles promovem a liberação de uma variedade de mediadores e superexpressam genes com efeitos inibitórios como: → TNF: recruta monócitos que resultam em resposta granulomatosa → Expressão do gene de oxido nítrico sintetase induzível (iNOS): eleva os níveis de oxido nítrico e atividade antibacteriana no local da infecção. (o oxido nítrico resulta na destruição oxidativa de constituintes micobacterianos compreendidos entre a parede celular e o DNA) → Geração de espécies reativas de oxigênio: podem ter atividade antibacteriana Defeitos em qualquer um dos passos da resposta pode ocasionar granulomas, ausência de resistência e progressão da doença Pessoas com mutações herdadas em qualquer componente da via TH1 são extremamente suscetíveis a infecções por micobactéria. Em resumo, a imunidade à infecção tuberculosa é primariamente mediada por células TH1 que estimulam a atividade bactericida dos macrófagos. As características patológicas da tuberculose, como os granulomas caseosos e as cavitações, são resultantes da hipersensibilidade destrutiva tecidual que faz parte da resposta imune parcial do hospedeiro. Uma vez que as células efetoras de ambos os processos são as mesmas, o processo também sinaliza a aquisição de imunidade pelo hospedeiro. Diagnóstico: Clínico: através dos sinais e sintomas como tosse prolongada, apresentações relacionadas ao órgão acometido. Baciloscopia direta: realizado em laboratório, exame simples e seguro. Em crianças a sensibilidade é diminuída pela dificuldade de obtenção de uma amostra com boa qualidade. É indicado em casos de • Sintomático respiratório • Suspeita clínica/radiológica de TB pulmonar, independentemente do tempo de tosse • Acompanhamento e cura de casos pulmonares com confirmação laboratorial Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível com TB fecham o diagnóstico e autorizam o início de tratamento da TB. Teste rápido molecular para tuberculose (TRM- TB): está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. Cultura para micobactéria, identificação e teste de sensibilidade: A cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. A identificação da espécie é feita por métodos bioquímicos e fenotípicos ou por meio de técnicas moleculares. O resultado da cultura confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo necessária a identificação de espécie para caracterizar se é um caso de TB ou outra micobactéria. RX de tórax: é o de escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar. Tomografia computadorizada de tórax: A tomografia computadorizada (TC) do tórax é mais sensível para demonstrar alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos comprometidos e é indicada na suspeita de TB pulmonar Diagnóstico Histopatológico: A avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia é um método empregado na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença difusa e nas formas extrapulmonares. Diagnóstico de HIV nas Pessoas com Tuberculose: Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para HIV! O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV em pessoas com tuberculose tem importante impacto no curso clínico das duas doenças. Portanto, o teste diagnóstico para HIV, preferencialmente o rápido, deve ser oferecido, o mais cedo possível, a toda pessoa com diagnóstico estabelecido de TB. Diagnóstico pelo IGRA: Os ensaios de liberação do interferon-gama (Interferon-Gamma Release Assays – IGRA) foram desenvolvidos como alternativa diagnóstica para detecção de ILTB. Ele quantifica, por meio de um ensaio imunoenzimático (ELISA), os níveis de interferon-gama liberado pelas células T de memória após estimulação de sangue total com os antígenos específicos do MTB. Fatores de Risco: • Diabetes • Imunossuprimidos • Tabagismo • Etilismo • Falta de higiene • Má alimentação • Superlotação (regime carcerário) • AIDS Epidemiologia No ano em que o Relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a tuberculose (TB) como a doençainfecciosa mais mortal do planeta, superando pela primeira vez a aids, a necessidade de repensar as estratégias de prevenção e controle da TB se torna ainda mais evidente. As estimativas apontam que a doença matou 1,5 milhão de pessoas em 2014, contra 1,2 milhão de vítimas do HIV Em 2020, o Brasil registrou 66.819 casos novos de TB, com um coeficiente de incidência de 31,6 casos por 100 mil habitantes. Em 2019, foram notificados cerca de 4,5 mil óbitos pela doença, com um coeficiente de mortalidade de 2,2 óbitos por 100 mil habitantes Tratamento Antimicobacterianos Isoniazida: pré-farmaco, inibe a síntese de ácidos micolicos na parede celular das micobactérias através da produção de um complexo covalente com uma acil-proteina transportadora Rifampicina: impede a síntese de RNA por meio da penetração do fármaco nos bacilos, o qual se liga à subunidade beta do RNA polimerase Pirazinamida: interrompe o metabolismo da membrana celular das micobactérias e afeta sua função de transporte por mei da transformação da pirazimida em ácido pirazinoico Etambutol: inibe os aerobinosil-transferases que estão envolvidas na polimerização dos arabino glicanos (componente essencial da parede celular das micobactérias. População Carcerária e Tuberculose: • Nas populações mais vulneráveis, as taxas de incidência são maiores do que a média nacional da população geral. Na população carcerária, a taxa é 25 vezes maior. No ano de 2010 a população presa representava 6,4% dos números de casos totais, em 2019 esse número praticamente dobrou, de modo que a população carcerária representa 11,1% do total dos casos de tuberculose. • A superlotação, as precárias condições de ventilação e iluminação dessas instituições, associadas à insuficiência notório dos serviços de saúde penitenciária explicam a taxa altamente elevada de tuberculose no sistema penitenciário.
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