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APG 12 - Tuberculose

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Objetivos 
 
OBJETIVO 1: Compreender a fisiopatologia da tuberculose, suas causas e manifestações 
clínicas
OBJETIVO 2: Entender a epidemiologia da tuberculose e seu tratamento farmacológico 
OBJETIVO 3: Citar o diagnóstico e fatores de risco 
OBJETIVO 4: Analisar os aspectos da transmissão de tuberculose no ambiente penitenciário
Tuberculose 
Etiologia 
• A TB pode ser causada por qualquer uma das sete 
espécies que integram o complexo Mycobacterium 
tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. 
canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. 
• Em tempo, espécie mais importante e a 
responsável pela maioria dos casos é a M. 
tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch 
(BK). 
• A transmissão é direta e ocorre por microrganismos 
aerossolidizados, gerados pela expectoração ou 
exposição à secreções de pessoas contaminadas 
• A chance da infecção por meio do contato com paciente 
infectado depende da concentração de bacilos expelidos 
pelo paciente tuberculoso, da intensidade e frequência do 
contato, além das condições de resistência natural do 
indivíduo exposto 
• Estima-se que 1 pessoa com baciloscopia positiva possa 
contaminar de 10 a 15 pessoas em média 
• Crianças com TB pulmonar em geral tem baciloscopia 
negativa 
Classificação da Tuberculose 
• Pode sem classificada em: 
PRIMÁRIA: 
Se desenvolve em pacientes não expostos e, desse modo, 
não sensibilizados. Idosos e pacientes imunossuprimidos podem 
perder a sensibilidade ao bacilo da tuberculose e desenvolver 
tuberculose primária mais de uma vez. Quando reinfectados, 
5% adquirem doença de forma significativa. A TB pulmonar 
primária normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato 
do indivíduo com o bacilo e, por isso, é mais comum em 
crianças. 
SECUNDÁRIA: 
Surge em pacientes que já foram previamente sensibilizados. 
Pode surgir logo depois da TB primária, mas sruge mais 
comumente de reativação de lesões primárias dormentes 
muitas décadas após a infecção inicial, principalmente quando 
há situação de imunossupressão do hospedeiro. 
Pode surgir também por reinfecção exógena devido a queda 
de proteção imunológica proporcionada pela doença primária 
ou devido a inoculação de unoculos de bacilos virulentos. 
Pode ocorrer em qualquer idade mas é mais comum no adulto 
jovem 
TB miliar: 
• Doença pulmonar miliar ocorre quando o organismo é 
drenado através dos ductos linfáticos, que desembocam 
no retorno venoso para o lado direito do coração e daí 
para as artérias pulmonares. 
• Pior classificação 
Fisiopatologia 
A patogenia em pessoas imunocompetentes e não expostas 
está relacionada com o desenvolvimento da imunidade 
mediada por células que conferem resistência ao organismo e 
resultam no desenvolvimento de hipersensibilidade tecidual 
Sequência de eventos: 
Tuberculose 
 
Inicia com cepa virulenta de microbactéria que ganha acesso 
aos endossomos dos macrófagos (um processo mediado por 
diversos receptores, que reconhecem diversos componentes 
da parede celular microbacteriana) 
1. O microrganismo inibe as respostas microbicidas 
normais, prevenindo a fusão dos lisossomos com os 
vacúolos fagocíticos. Dessa forma a proliferação 
acontece de maneira descontrolada 
2. A fase mais precoce da tuberculose (primeiras 3 
semanas) no paciente não sensibilizado é definida por 
proliferação bacilar no interior dos macrófagos 
alveolares, espaços aéreos com bacteremia e 
nidação de múltiplos locais. Nessa fase a maioria das 
pessoas é assintomática ou apresenta doença similar 
a uma gripe discreta 
3. Os antígenos micobacterianos são apresentados aos 
linfócitos TCD4+ pelas células dendríticas e 
macrófagos. Esses linfócitos TCD4+ são cruciais na 
ativação dos macrófagos, já que quando ativados eles 
promovem a liberação de uma variedade de 
mediadores e superexpressam genes com efeitos 
inibitórios como: 
→ TNF: recruta monócitos que resultam em resposta 
granulomatosa 
→ Expressão do gene de oxido nítrico sintetase 
induzível (iNOS): eleva os níveis de oxido nítrico e 
atividade antibacteriana no local da infecção. (o oxido 
nítrico resulta na destruição oxidativa de constituintes 
micobacterianos compreendidos entre a parede celular e 
o DNA) 
→ Geração de espécies reativas de oxigênio: 
podem ter atividade antibacteriana 
Defeitos em qualquer um dos passos da resposta pode 
ocasionar granulomas, ausência de resistência e progressão da 
doença 
Pessoas com mutações herdadas em qualquer componente 
da via TH1 são extremamente suscetíveis a infecções por 
micobactéria. Em resumo, a imunidade à infecção tuberculosa 
é primariamente mediada por células TH1 que estimulam a 
atividade bactericida dos macrófagos. 
As características patológicas da tuberculose, como os 
granulomas caseosos e as cavitações, são resultantes da 
hipersensibilidade destrutiva tecidual que faz parte da resposta 
imune parcial do hospedeiro. Uma vez que as células efetoras 
de ambos os processos são as mesmas, o processo também 
sinaliza a aquisição de imunidade pelo hospedeiro. 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
Clínico: através dos sinais e sintomas como tosse 
prolongada, apresentações relacionadas ao órgão acometido. 
Baciloscopia direta: realizado em laboratório, exame 
simples e seguro. Em crianças a sensibilidade é diminuída pela 
dificuldade de obtenção de uma amostra com boa qualidade. 
É indicado em casos de 
• Sintomático respiratório 
• Suspeita clínica/radiológica de TB pulmonar, 
independentemente do tempo de tosse 
• Acompanhamento e cura de casos pulmonares com 
confirmação laboratorial 
Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível 
com TB fecham o diagnóstico e autorizam o início 
de tratamento da TB. 
Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-
TB): está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de 
tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. 
Cultura para micobactéria, identificação e teste de 
sensibilidade: A cultura é um método de elevada 
especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. A 
identificação da espécie é feita por métodos bioquímicos e 
fenotípicos ou por meio de técnicas moleculares. O resultado 
da cultura confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo 
 
necessária a identificação de espécie para caracterizar se é 
um caso de TB ou outra micobactéria. 
RX de tórax: é o de escolha na avaliação inicial e no 
acompanhamento da TB pulmonar. 
Tomografia computadorizada de tórax: A tomografia 
computadorizada (TC) do tórax é mais sensível para 
demonstrar alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos 
comprometidos e é indicada na suspeita de TB pulmonar 
Diagnóstico Histopatológico: A avaliação histológica de 
fragmento de tecido obtido por biópsia é um método 
empregado na investigação das formas pulmonares que se 
apresentam radiologicamente como doença difusa e nas 
formas extrapulmonares. 
Diagnóstico de HIV nas Pessoas com Tuberculose: 
Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser 
testado para HIV! O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV 
em pessoas com tuberculose tem importante impacto no 
curso clínico das duas doenças. Portanto, o teste diagnóstico 
para HIV, preferencialmente o rápido, deve ser oferecido, o 
mais cedo possível, a toda pessoa com diagnóstico 
estabelecido de TB. 
Diagnóstico pelo IGRA: Os ensaios de liberação do 
interferon-gama (Interferon-Gamma Release Assays – IGRA) 
foram desenvolvidos como alternativa diagnóstica para 
detecção de ILTB. Ele quantifica, por meio de um ensaio 
imunoenzimático (ELISA), os níveis de interferon-gama 
liberado pelas células T de memória após estimulação de 
sangue total com os antígenos específicos do MTB. 
Fatores de Risco: 
• Diabetes 
• Imunossuprimidos 
• Tabagismo 
• Etilismo 
• Falta de higiene 
• Má alimentação 
• Superlotação (regime carcerário) 
• AIDS 
Epidemiologia 
No ano em que o Relatório divulgado pela Organização Mundial 
da Saúde (OMS) aponta a tuberculose (TB) como a doençainfecciosa mais mortal do planeta, superando pela primeira vez 
a aids, a necessidade de repensar as estratégias de prevenção 
e controle da TB se torna ainda mais evidente. As estimativas 
apontam que a doença matou 1,5 milhão de pessoas em 2014, 
contra 1,2 milhão de vítimas do HIV 
Em 2020, o Brasil registrou 66.819 casos novos de TB, com 
um coeficiente de incidência de 31,6 casos por 100 mil 
habitantes. Em 2019, foram notificados cerca de 4,5 mil óbitos 
pela doença, com um coeficiente de mortalidade de 2,2 
óbitos por 100 mil habitantes 
Tratamento 
Antimicobacterianos 
 
Isoniazida: pré-farmaco, inibe a síntese de ácidos micolicos 
na parede celular das micobactérias através da produção de 
um complexo covalente com uma acil-proteina transportadora 
Rifampicina: impede a síntese de RNA por meio da 
penetração do fármaco nos bacilos, o qual se liga à subunidade 
beta do RNA polimerase 
Pirazinamida: interrompe o metabolismo da membrana 
celular das micobactérias e afeta sua função de transporte por 
mei da transformação da pirazimida em ácido pirazinoico 
Etambutol: inibe os aerobinosil-transferases que estão 
envolvidas na polimerização dos arabino glicanos (componente 
essencial da parede celular das micobactérias. 
População Carcerária e Tuberculose: 
 
• Nas populações mais vulneráveis, as taxas de incidência 
são maiores do que a média nacional da população geral. 
Na população carcerária, a taxa é 25 vezes maior. No ano 
de 2010 a população presa representava 6,4% dos 
números de casos totais, em 2019 esse número 
praticamente dobrou, de modo que a população 
carcerária representa 11,1% do total dos casos de 
tuberculose. 
 
• A superlotação, as precárias condições de ventilação e 
iluminação dessas instituições, associadas à insuficiência 
notório dos serviços de saúde penitenciária explicam a 
taxa altamente elevada de tuberculose no sistema 
penitenciário.

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