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Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 CONCEITOS IMPORTANTES Homeostase: “homeo” = parecido/similar ou igual / “stasis” = condição. Homeostase significa a manutenção de condições quase constantes no meio interno. Não significa equilíbrio, mas se relaciona com mecanismos regulatórios responsáveis por garantirem o funcionamento fisiológico mais próximo das condições ideais. Sob o controle homeostático estão os fatores: ambientais (ex: temperatura), substâncias para as necessidades celulares (ex: água e sódio) e secreções internas com efeitos gerais e contínuos (hormônios). Doença = estado de ruptura da homeostasia. Homeostasia = balanço de massa. Balanço de massa = massa existente + entrada/produção metabólica – excreção/remoção metabólica. Meio interno: local onde as células crescem e executam suas funções especiais enquanto as concentrações de O2 e nutrientes estiverem disponíveis nesse ambiente. Meio interno = LEC (líquido extracelular). Membrana plasmática: separa o LIC do LEC e é permeável a susbtâncias lipossolúveis e água, já a passagem de outras substâncias requer mecanismos de transporte específicos. DISTRIBUIÇÃO DE FLUIDOS - Distribuição central (circulação sanguínea): pressão hidrostática: parte da água ingerida vai para a corrente sanguínea para ser distribuída pelo corpo a partir do bombeamento cardíaco. - Distribuição tecidual periférica (difusão): a. pressão osmótica: o fluido tende a se mover para onde tem a maior concentração de soluto a fim de encontrar equilíbiro. Gerada por solutos não permeáveis (como proteínas). b. pressão hidrostática: saída de fluido pelos capilares em razão da força do bombeamento cardíaco (sístole ventricular) exercida em uma artéria. Por isso, a saída de fluidos por esses capilares é maior Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 quando eles se encontram próximos ao coração do que ao longo do caminho vascular (quanto a ramificação dos capilares, não distância real). Dessa forma, saindo do lado arterial para o lado venoso, a pressão hidrostática vai se igualando a pressão osmótica. Filtração: pressão hidrostática maior do que a osmótica. Trocas entre o compartimento intravascular e intersticial. Maior saída de água do capilar para o interstício. Depende do conjunto de pressões, chamadas de forças de Starling (quatro foças: hidrostática e osmótica dentro e fora dos vasos). Absorção: pressão osmóstica igual ou maior do que a hidrostática. O fluido tende a entrar nos vasos. No plasma a pressão osmótica é constante = a quantidade de solutos não permeantes não se altera. A pressão osmótica é determinada pelas proteínas. Isso significa que em um caso de hipoproteinemia diminui a pressão osmótica para o capilar e assim a água se acumula em excesso no comprtimento intersticial gerando edemas (acontece em caso de cirrose hepática). Já em caso de hiperproteinemia o efeito é contrário, há grande saída de água do interstício para a corrente sanguínea, causando desidratação. PRESSÃO OSMÓTICA E VOLUME CELULAR Na solução isosmótica não ocorre movimento efetivo de água, a célula não altera seu volume. Na solução hiposmótica o volume da célula é aumentado até que o equilíbrio seja atingido. Na solução hiperosmótica a água sai da célula, o volume da célula diminui. BALANÇO HÍDRICO É a relação de perdas e ganhos do dia. Em situação normal, ideal, deve ser igual a 0. Existe um equilíbrio osmótico entre o plasma, o interstício e o líquido intracelular. As soluções são isosmóticas. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 COMPOSIÇÃO IÔNICA DOS COMPARTIMENTOS DO ORGANISMO No plasma há mais proteínas do que no fluido intersticial. O fluido intracelular se difere dos outros pela seletividade da membrana. MECANISMOS DE CONTROLE O organismo trabalha para manter a homeostase desses fatores através das regulações por feedback. Oxigênio / CO2 / Pressão arterial / Temperatura corporal CONSTANTES HOMEOSTÁTICAS Ponto de ajuste. Devem ser mantidas dentro de um intervalo de confiança muito rígido. pH / Temperatura / Potássio / Glicemia MECANISMOS DE CONTROLE ALOSTÁTICOS - Vias reflexas ou alças de resposta: Um estímulo (interno ou externo) sensibiliza um sensor produzindo um sinal de entrada que é enviado até o centro integrador, onde é processado e libera um sinal de saída que é levado até um alvo gerando uma resposta. Exemplo: aumento de temperatura (estímulo) é identificada pelos receptores térmicos da pele (sensor) que através dos nervos periféricos levam a informação para o SNC (sinal de entrada). O SNC processa esse sinal (centro integrador) e gera um estímulo no sistema nervoso simpático (sinal de saída) para que o SNP interrompa os estímulos na musculatura lisa (alvo) e para que os capilares da pele se abram (resposta). - Alças de retroalimentação (feedback) Feedback positivo: quando um estímulo provoca um aumento do estímulo inicial. Sempre gera desequilíbrio – ciclo vicioso. Ex.: 1.Trabalho de parto normal / 2.hemorragia maciça. Feedback negativo: quando um estímulo provoca a inibição do estímulo inicial. Gera equilíbrio. Ex.: aumento da osmolaridade gera a redução da osmolaridade (ação de ADH). Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 - Controle antecipatório Reflexo de Pavlov. Quando nos acostumamos com os estímulos externos e preparamos o organismo para o que está por vir. Ex.: 1.salivação / 2.ejeção do leite materno. TRANSPORTE ATRAVÉS DE MEMBRANA A membrana plasmática é uma bicamada lipídica que atua como barreira seletiva controlando o transporte e a saída/entrada de substâncias na célula. A membrana é fluida em seu plano horizontal, os componentes se difundem pelo plano da membrana. A membrana celular separa o LIC do LEC. Funções gerais: - Isolamento físico - Regulação de trocas com o meio - Comunicação entre a célula e o meio - Suporte estrutural com o citoesqueleto e junções especializadas entre células adjacentes. A água é essencialmente a única molécula que se move livremente entre as células e o líquido extracelular. Devido ao movimento livre da água, os compartimentos intracelular e extracelular alcançam um estado de equilíbrio osmótico, no qual as concentrações nos líquidos são iguais dos dois lados da membrana celular (ISOSMÓTICO). Os compartimentos do corpo se encontram em desequilíbrio químico. A membrana é uma barreira semipermeável. Muitos dos solutos do corpo são íons, e, por essa razão, devemos considerar a distribuição da carga elétrica entre o LIC e o LEC. Embora o corpo como um todo seja eletricamente neutro, alguns íons negativos extras são encontrados no LIC, ao passo que seus íons positivos correspondentes estão localizados no LEC. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 Os compartimentos intracelular e extracelular estão em equilíbrio osmótico, porém em desequilíbrio químico e elétrico. O objetivo da homeostasia é manter os estados estacionário dinâmicos dos compartimentos do corpo. EXIGÊNCIAS PARA O TRANSPORTE PELA MEMBRANA: Física: constituição hidro ou lipossolúvel (se relaciona com a utilização de canais) Energética: gasto ou não de ATP adicional (transporte ativo ou passivo) CARACTERÍSTICAS: Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 TRANSPORTE PASSIVO Movimento de moléculas a partir de uma área de maior concentração para uma área de menor concentração dessas moléculas (a favor do gradiente de concentração). Difusão: transporte de um soluto entre dois compartimentos através de uma membrana permeável. O soluto passa do meio mais concentrado para o menos concentrado. Fatores que afetam a taxa de difusão através de uma membrana celular: Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107Difusão simples: transporte a favor do gradiente de concentração. *A velocidade da difusão das substâncias pela membrana é diretamente proporcional a lipossolubilidade. No corpo, a difusão simples através das membranas é limitada a moléculas lipofílicas. Em sua maioria, as moléculas do corpo são lipofóbicas ou são eletricamente carregadas e, por isso, não podem atravessar a membrana por difusão simples. Por isso, há o transporte mediado pelas proteínas de membrana . Proteínas de membrana: - Proteínas estruturais (formam a estrutura da membrana) - Enzimas (catalisam reações) - Receptores (fazem parte do sistema de sinalização celular) - Proteínas de transporte (movem moléculas através da membrana) Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 Difusão mediada por proteínas: Proteínas canais: transporte mais rápido (duzentos milhões de íons por segundo), limitado a transportar água e pequenos íons. Criam um poro cheio de água. Podem ser classificadas em canais com portão que se abrem e fecham (em resposta a sinais) ou em canais abertos. Proteínas carreadoras: transporte mais lento (1000 a 100.000 de moléculas por segundo), podem transportar moléculas maiores. Nunca formam um canal aberto entre os dois lados da membrana. Podem ser classificados em unitransportadores ou contratransportadores. Transporte uniporte: transportam apenas um tipo de substrato. Cotratransporte: simporte Os transportadores simportes movem duas ou mais substâncias na mesma direção através da membrana. Contratransporte: antiporte Os transportadores antiportes movem em direções opostas. *As proteínas-canal são nomeadas de acordo com as substâncias as quais são permissivas. Canais de água = aquaporinas Canais iônicos = podem ser específicos para um íon ou podem permitir a passagem de íons com tamanho e cargas similares. Agem através da diferença no gradiente eletroquímico. Difusão facilitada: utiliza proteínas carreadoras. *Transporte de hexoses pelo transportador GLUT. São específicos para monossacarídeos de 6 carbonos. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 TRANSPORTE ATIVO: Transporta moléculas contra seus gradientes de concentração, ou seja, de áreas de concentrações mais baixas para concentrações mais altas. O transporte ativo causa um estado de desequilíbrio deixando a diferença de concentração mais pronunciada. Pode ser dividido em dois tipos: primário (direto) e secundário (indireto). O mecanismo é semelhante ao da difusão facilitada. O substrato precisa se ligar a um carreador de membrana que muda sua conformação, liberando o substrato no compartimento oposto. A diferença está na utilização de um ATP adicional para que esse processo ocorra. Transporte ativo primário (atpases) A bomba de sódio-potássio usa energia do ATP para bombear 3 sódios para fora da célula e 2 potássios para dentro da célula. Transporte ativo secundário (contra o gradiente de concentração criado pelo ATP) Utiliza energia cinética de uma molécula que se move a favor do seu gradiente de concentração para empurrar outras moléculas contra seus gradientes de concentração. Simporte: as substâncias transportadas vão na mesma direção através da membrana Antiporte: as substâncias transportadas vão em direções opostas através da membrana. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 BIOELETROGÊNESE Papel fisiológico dos eventos elétricos Células excitáveis: - Neurônios - Células musculares - Células sensoriais É possível avaliar o funcionamento dessas células medindo a diferença do potencial elétrico (ECG, EEC, EM). SISTEMA NERVOSO Recebe, processa e analisa informações. Gera respostas coordenadas para controlar comportamentos complexos. O SN depende de estruturas especializadas, transformação de energia para que haja a codificação das informações em sinais elétricos do código neural. As alterações são eletroquímicas ponto a ponto. Sistema Nervoso Central: - Encéfalo - Medula Sistema Nervoso Periférico: - Sensitivo (aferente: periferia para o SNC), pode ser somático ou visceral - Motor (eferente: SNC para a periferia), pode ser somático ou autônomo Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 Tecido nervoso: neurônio e células da glia Neurônio Podem ser aferentes ou eferentes (somáticos ou viscerais) Corpo = soma Comunicação dos neurônios entre neurônios e/ou órgãos efetores = sinapses IMPULSOS ELÉTRICOS A distribuição iônica determina a polaridade da célula. Dentro da célula estão os ânions fixos (proteínas), estes geram uma polaridade negativa no meio intracelular. Já no meio externo há uma polaridade positiva, gerada pela bomba de sódio-potássio que joga constantemente íons de sódio para fora. *A bomba de sódio-potássio é fundamental para o Potencial de Repouso da membrana. A diferença dessas cargas gera voltagem (ddp). Essa ddp possibilita o estabelecimento de fenômenos bioelétricos essenciais à vida celular. Potencial de repouso: potencial medido quando nenhum evento ativo está ocorrendo (varia de -20 a -100 mV). Membranas celulares excitáveis (neurônios, células musculares e sensoriais) respondem a estímulos com alterações na ddp gerando um impulso elétrico (Potencial de Ação). Transmissão de Impulsos Elétricos (PA) Gerado no corpo celular, passa por todo axônio ponto a ponto até os dendritos. É um evento tudo ou nada. Isto é, o PA acontece através da abertura de canais de sódio voltagem dependentes que se um for aberto todos serão. A intensidade do potencial elétrico não se altera na célula. No neurônio, os canais mais importantes são os canais de sódio (Na+) e potássio (K+) voltagem dependentes. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 Potencial de Ação O PA é uma alteração temporária do potencial de membrana. Para haver PA precisa atingir o limiar de excitabilidade. Quando esse limiar é atingido acontece o evento tudo ou nada com a entrada de sódio para o meio intracelular (despolarização). O limiar varia de célula para célula. Quando a despolarização atinge o 0, o potencial atinge o pico em ms (overshoot). Nesse meio tempo, (com o potencial positivo) os canais de potássio são abertos e os canais de sódio são inativados (só se abrem novamente em um próximo PA). O potássio sai da célula e a carga cai novamente (repolarização). Entretanto, saem muitos íons de potássio resultando em uma quantidade inferior ao que se havia no começo, gerando uma hiperpolarização. Quando a célula volta ao potencial de membrana, os canais de sódio que estavam inativos se fecham (mudança de estado conformacional). Com a hiperpolarização, o potencial volta ao estado normal com a ação da bomba de sódio-potássio. RESUMO: um estímulo faz com que a célula atinja o limiar de excitabilidade e abra canais de sódio voltagem dependentes e ocorre a despolarização. Canais de potássio dependentes de voltagem são abertos, os canais de sódio ficam inativos e o potencial chega ao pico. Com a saída de potássio ocorre a repolarização e com a chegada ao limiar os canais de sódio mudam seu estado para fechados. A célula perde mais potássio do que tinha inicialmente e fica hiperpolarizada. A bomba de sódio-potássio faz com que a célula volte para o potencial de repouso. O potencial de ação não acontece quando os canais de sódio estão inativos = fluxo unidirecional. Período refratário: quando não pode acontecer um novo PA. Acontece pela inativação dos canais de sódio. *Com a abertura dos canais, o sódio tende a entrar e o potássio a sair. *Só acontece PA em células excitáveis Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 Anestésicos locais bloqueiam a condução do PA nos axônios sensoriais, por se ligarem a sítios específicos dentro dos canais deNa+ sensíveis a voltagem, reduzindo a capacidade de despolarização da membrana. *Cocaína foi o primeiro anestésico local a ser usado, mas desenvolveram alternativas por conta da toxidade (como a lidocaína). PA de uma célula cardíaca Há um platô, o PA é mais lento. Isso acontece porque há primeiro a abertura dos canais rápidos de sódio e depois a abertura dos canais lentos de cálcio. Assim, a célula mantém o potencial positivo por um período maior de tempo, já que há a entrada de íons cálcio no momento da saída de potássio. Então, os canais de potássio ficam mais permeáveis e há a repolarização. O Potencial de Ação é determinado por um estímulo com corrente de estimulação suficiente para desencadear um PA (estímulo limiar). Estímulo sublimiar = não acontece nada. Estímulo supra-limiar = acontece como no limiar. A intensidade (amplitude) não se altera. Uma vez que o PA é iniciado nada pode impedi-lo de acontecer. Potencial de Ação Graduado = potenciais seguidos gerando um estímulo contínuo. IMPULSO ELÉTRICO: alterações eletroquímicas ponto-a-ponto, PA vai sendo propagado pela célula. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 MIELINIZAÇÃO Células da Glia, Schwann no SNP e oligodendrócitos no SNC, enrolam sua membrana plasmática rica em mielina nos axônios dos neurônios. Esclerose múltipla = perda da mielinização dos oligodendrócitos no SNC. Esclerose lateral amiotrófica = perda da mielinização das células de Schwann no SNP. Gera um isolamento elétrico. Gera condução saltatória: troca iônica acontece apenas nos Nódulos de Ranvier. Dor lenta = neurônios amielinizados Dor rápida = neurônios com mielina SINAPSE Conexão funcional entre um neurônio e uma segunda célula. Pode ser elétrica ou química. SINAPSE ELÉTRICA Acontece através de junções comunicantes. Uma terminação do neurônio se liga a membrana plasmática de outro neurônio e se forma uma junção comunicante através de conexina (proteína) que adere esses dois neurônios e forma um canal que permite a passagem de íons entre eles. São muito mais rápidas do que as sinapses químicas. Para que essa sinapse elétrica aconteça se faz necessário: - Tamanhos aproximadamente iguais - União por áreas de contato com baixa resistência elétrica (junções comunicantes) - Permitir transmissão bidirecional do impulso Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 SINAPSE QUÍMICA É o tipo que prevalece no SNC maduro humano. Depende de substâncias químicas especiais (neurotransmissores) que carregam as mensagens através das sinapses. É constituída por: - Neurônio pré-sináptico - Fenda sináptica - Célula pós-sináptica - Fluxo unidirecional *As terminações do axônio geram a sinapse: a. axo-dendrítica b. axo-somática c. axo-axônica Tipos especiais de sinapses entre neurônios e células musculares: Junção neuroefetora: sinapse ocorre no axônio do neurônio autônomo pós-ganglionar com as células musculares lisas do corpo. Junção neuromuscular: sinapse entre um neurônio e uma célula muscular estriada esquelética. Identificação clássica de neurotransmissor: 1. Deve estar presente no neurônio pré-sináptico 2. Deve ser liberado por exocitose após despolarização dependente de cálcio 3. Deve se ligar a receptores nas membranas pós-sinápticas 4. Deve sofrer inativação sináptica por mecanismos específicos Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 O cálcio estimula a liberação de vesículas de neurotransmissores na fenda sináptica. O cálcio entra na célula pré-sináptica a partir da abertura de canais de cálcio voltagem dependentes e estimula a exocitose das vesículas que se fundem na membrana da célula e liberam seu conteúdo na fenda sináptica. Na repolarização, esses canais se fecham e uma bomba de cálcio joga ele para fora da célula (com gasto energético). *A composição das vesículas é semelhante a composição da membrana plasmática = isso permite a fusão. Após liberar o neurotransmissor, a parte da vesícula que se funde a membrana plasmática é reciclada por endocitose. RECEPTOR NA CÉLULA PÓS-SINÁPTICA: moléculas proteicas que recebem e traduzem a mensagem química recebida de acordo com o neurotransmissor. Dependendo do receptor que o neurotransmissor se liga, a mensagem pode ser diferente. Ou seja, o resultado depende do neurotransmissor e do receptor que ele encontra. Tipos de receptores Receptor ionotrófico: ação direta do neurotransmissor (abre imediatamente um canal iônio). Ex.: acetilcolina e receptores nicotínicos (associados a contração do músculo estriado esquelético). A acetilcolina se liga ao receptor e o canal de sódio se abre permitindo a passagem do sódio. Receptores acoplados à canais iônicos. Receptor metabotrópico: ação indireta do neurotransmissor (cascata de sinalização – segundos mensageiros – enzimas que modulam canais iônicos). Geralmente se ligam a um segundo mensageiro para estimular o canal iônico ou outra resposta celular. Ex.: acetilcolina e receptor muscarínico. A acetilcolina se liga ao receptor muscarínico e ativa uma proteína G que estimula um segundo mensageiro (como AMPc) e esse segundo mensageiro estimula a abertura de um canal iônico (ou outra resposta). Um mesmo neurotransmissor pode ser interpretado por diferentes receptores (ionotróficos e metabotróficos) e gerar respostas distintas, como a acetilcolina. COMO A AÇÃO DE UM NEUROTRANSMISSOR É INTERROMPIDA? Ocorre quando um mecanismo recapta (proteínas de membrana pré-sináptica) ou iniba (enzima) o neurotransmissor, destruindo-o na fenda sináptica. - Por enzimas (inibição) ou Recaptação do neurotransmissor Ex.: sinapse dopaminérgica. Ex2.: serotonina é recaptada por proteínas de membrana pré-sinápticas e para que ela permaneça por mais tempo na fenda sináptica essas proteínas são inibidas (antidepressivos). Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 Ex3.: inibição da enzima acetilcolinesterase (pelo curare) fazendo com que a acetilcolina permaneça por mais tempo na fenda, despolarizando o músculo por mais tempo e ocorra morte por paralisia muscular. NEUROTRANSMISSORES X NEUROMODULADORES Os neurotransmissores executam ações diretamente nos receptores. Já os neuromoduladores executam ação de modulação dos receptores ou modulação do funcionamento da célula. O óxido nítrico é um neurotransmissor que não segue os princípios da neurotransmissão clássica. Ele consegue atravessar a membrana plasmática de maneira fácil (gás apolar) e estimular as suas ações diretamente no citoplasma da célula. Por isso, ele pode ser classificado como neuromodulador. SINAPSES EXCITATÓRIAS E INIBITÓRIAS Sinapse química excitatória: estimula um PA na célula pós-sináptica fazendo com que o limiar da célula seja atingido a partir da abertura de canais iônicos. Potencial Pós-sináptico Excitatório (PPSE). Abertura de canais de sódio ligantes dependentes. Geralmente, um único PPSE não é capaz sozinho de gerar um potencial de ação axonal. Por isso, ocorre integração vinda de outros neurônios. Integração sináptica: Somação temporal (uma única sinapse dispara várias vezes em um curto intervalo de tempo e os potenciais são somados) e espacial (vários axônios estimulam a membrana, várias partes são estimuladas ao mesmo tempo). PPSE depende: 1. Quantidade de neurotransmissores liberada 2. Número de receptores disponíveis na membrana pós-sináptica 3. Distância da sinapse a zona de disparo Sinapse química inibitória: dificulta, inibe a geração do PA, tornando a membrana mais negativa (hiperpolariza) a partir da abertura de canais de cloro. Potencial Pós-sináptico Inibitório (PPSI). Ex.: glicina (mediador inibitório mais frequente na medula espinal) Ex2.: GABA(mediador inibitório central). Os PPSE e PPSI não acontecem de maneira isolada. Um neurônio recebe diversos sinais excitatórios e inibitórios ao mesmo tempo. A ação do neurônio depende da soma algébrica desses potenciais. Integração sináptica = efeitos competitivos dos concorrentes CONTRÇÃO MUSCULAR Músculo estriado esquelético: estão unidos aos ossos do esqueleto e tendões, efetuam os movimentos do corpo. Compostos por células longas e cilíndricas. Músculo cardíaco: células ramificadas, uninucleadas e ligadas por fortes conexões (discos intercalares) com junções comunicantes. Músculo liso: órgãos internos e vasos sanguíneos. Composto por células pequenas em forma de fuso. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 MÚSCULO ESQUELÉTICO Ação voluntária e semivoluntária (repiração). São os músculos mais abundantes no corpo. Para que ocorram os movimentos, é necessário que haja a contração de um músculo e o relaxamento de seu músculo antagonista. Ex.: bíceps contrai e tríceps relaxa. Geração de força: - Sustentação postural - Locomoção - Respiração Produção de calor Fornece aas para diversos processos metabólicos HISTOLOGIA A fibra muscular é uma célula longa e cilíndrica com vários núcleos. É composta por miofibrilas. As miofibrilas são constituídas de miofilamentos de proteínas contráteis e elásticas. Possui muitas mitocôndrias e REL (retículo sarcoplasmático) bem desenvolvido, pelo depósito de cálcio. O epimísio recobre o tecido muscular. O musculo se divide em fascículos (conjunto de fibras). O perimísio reveste os fascículos. Cada grupo de fibra muscular (que compõe um fascículo) são recobertas por endomísio. Sarco = músculo / Fibra = célula muscular Sarcolema = membrana plasmática da fibra muscular esquelética Sarcoplasma = citoplasma da fibra muscular esquelética Retículo sarcoplasmático = REL Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 No sarcolema estão os Túbulos T (túbulos transversos). Eles são invaginações do sarcolema (membrana plasmática) que atravessam toda a fibra muscular esquelética, abraçando todas as miofibrilas. O túbulo T faz com que o PA chegue mais rápido ao interior (miofibrilas). O retículo sarcoplasmático está ligado aos túbulos T. O túbulo T faz com que o PA chegue mais rápido ao interior da fibra, fazendo com que ocorra estimulação do receptor de diidropiridina e a abertura dos canais de cálcio do retículo sarcoplasmático. COMO O PA ACONTECE? O PA se inicia na junção neuromuscular. A região em que o neurônio motor se liga a fibra muscular esquelética é chamada de placa motora. A placa motora é uma especialização do sarcoplasma que possui várias invaginações (fendas sinápticas, sub-neurais) e alteração nas proteínas de membrana com grande presença de receptores de acetilcolina (canais de sódio acetilcolina dependentes) / receptores nicotínicos. O neurotransmissor liberado pelo neurônio na placa motora é sempre a acetilcolina. A acetilcolina se liga a seus receptores e promove a abertura de canais de sódio quimicamente sensíveis (dependentes de ligante). Na placa motora, também se encontra uma grande quantidade de canais de sódio voltagem dependentes. Quando o limiar de excitabilidade é atingido, em decorrência a entrada de sódio pelos canais de sódio quimicamente dependentes, canais de sódio dependentes de voltagem e canais de potássio voltagem dependentes são abertos, desencadeando o PA que se espalha por toda a fibra muscular. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 RESUMO: Sinapse química - entrada de íons cálcio nas terminações do neurônio motor – liberação das vesículas de acetilcolina – na placa motora, a acetilcolina se liga aos receptores nicotínicos – abertura de canais de sódio quimicamente sensíveis – limiar de excitabilidade - abertura de canais de sódio e de potássio dependentes de voltagem – desencadeamento do PA por toda a fibra – receptores diidropiridínicos nos túbulos T são estimulados – abertura dos canais de cálcio do retículo sarcoplasmático – cálcio vai para o citoplasma - possibilita a contração muscular. LIBERAÇÃO E RECAPTAÇÃO DE CÁLCIO Com a estimulação dos receptores diidropiridínicos (voltagem dependentes, são ativados com a despolarização) presentes nos túbulos T, ocorre a abertura de canais de cálcio no retículo sarcoplasmático. Então, o cálcio vai para o citoplasma. A contração muscular ocorre enquanto houver cálcio disponível no citoplasma e se encerra quando a concentração de cálcio reduz de maneira muito abrupta (a bomba de cálcio joga esse íon de volta para o retículo sarcoplasmático). O cálcio disponível no citoplasma se liga com a troponina C nas miofibrilas, alterando a conformação da tropomiosina e inicia a contração muscular. ANATOMIA DA FIBRA MUSCULAR O músculo é estriado pela organização das miofibrilas. Banda A = anisotrópico (actina + miosina) Banda I = isotrópico (somente actina) *A miosina torna os filamentos mais escuros, dificulta a passagem de luz. Linha M = ponto de ancoragem dos filamentos de miosina. Disco Z = ponto de ancoragem dos filamentos de actina e dos filamentos das proteínas elásticas. O sarcômero é a unidade funcional, contrátil e vai de um disco z a outro. Zona H = só há miosina. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 A miosina é formada por filamentos grossos compostos por moléculas com uma cauda longa e duas cabeças globulares. Na cabeça globular encontram-se sítios de ligação para ATP (domínio motor) e sítio de fixação à molécula de actina. A actina é formada por filamentos finos compostos por moléculas globulares em forma de filamentos enrolados, onde situam-se moléculas regulatórias. Cada actina tem um sítio de ligação de miosina. As miosinas e actinas dispõem-se paralelamente. O alinhamento dos filamentos no sarcômero está assegurado pelas proteínas acessórias. Durante a contração, os filamentos de actina deslizam nos filamentos de miosina. A fibra muscular é composta por vários tipos de proteínas: a) contráteis: actina e miosina; b) regulatórias: tropomiosina e troponina; c) acessórias: titina e nebulina As proteínas acessórias são: a. Titina: estabilidade e elasticidade. É a maior proteína do corpo. Vai de um disco z a outro. Deixa o filamento de miosina esticado de um lado a outro. b. Nebulina: alinha os filamentos de actina. Alinha os filamentos de actina até a linha M. TEORIA DA CONTRAÇÃO PELO FILAMENTO DESLIZANTE Baseia-se na sobreposição das fibras musculares de comprimento fixo deslizando umas sobre as outras num processo que exige energia, resultando na contração muscular. A contração muscular exige ATP e Ca+2. A força gerada pela contração muscular é denominada tensão muscular. A força que empurra o filamento de actina é o movimento das pontes cruzadas de miosina que se ligam a actina. A contração ocorre pelo encurtamento do sarcômero. A tropomiosina recobre o sítio de ligação da miosina na actina, impedindo a ligação e o movimento/contração. Ela recobre todos os filamentos de actina. Junto a tropomiosina há o complexo das troponinas, formado pela troponina c (liga com cálcio), troponina t (liga com a tropomiosina) e Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 troponina i (regulatória). Quando o cálcio se liga a troponina c, esse complexo muda a sua conformação puxando a tropomiosina para fora e liberando o sítio de ligação actina-miosina. Esse é o objetivo do cálcio na contração: mudar a conformação do complexo de troponinas para liberar o sítio de ligação da cabeça de miosina na actina. A troponina exerce efeito inibitório sobre a tropomiosina para que essa mantenha escondidos os sítios de ligação da miosina na molécula de actina. O Ca+2 inicia a contração unindo-se à troponina, pois desloca atropomiosina e expõe os sítios de ligação de miosina na actina (ponte cruzada). Quando o Ca+2 do citosol diminui, ele desliga-se da troponina e a tropomiosina retorna a sua posição cobrindo os sítios de ligação da miosina na molécula de actina. Só quando a miosina se liga ao ATP que ela se torna capaz de se ligar a actina e formar as pontes cruzadas. A ligação da cabeça de miosina em seu sítio na molécula de actina forma um ângulo de 90°, e ativa a ATPase que hidrolisa o ATP da cabeça de miosina e gera o movimento de deslizamento (ângulo muda para 45°). A ligação da miosina com a actina forma um ângulo de 90 °, e ativa a ATPase que hidrolisa o ATP (ATP → ADP + Pi ) e essa inclina-se num ângulo de 45 °. *O ATP é necessário para a contração muscular e para o relaxamento muscular. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 *Rigidez cadavérica: sem ATP = sem capacidade de relaxamento Um único PA em uma fibra muscular evoca uma única contração muscular. A contração do músculo varia de fibra para fibra: a. Velocidade com que elas desenvolvem tensão b. Tensão máxima que alcançam c. Duração da contração RELAÇÃO ENTRE A CARGA E CONTRAÇÃO MUSCULAR Contração isotônica: a tensão é contínua, não muda. Há encurtamento dos sarcômeros e movimento. Contração isométrica: a força gerada é incapaz de mover a carga. A tensão é incapaz de mover o objeto, incapaz de aproximar os segmentos do corpo. Os sarcômeros reduzem de tamanho, mas os elementos elásticos se estiram e fazem com que não haja alteração do tamanho. O tamanho do músculo não se altera. SOMAÇÃO A contração simples não representa a força máxima que a fibra muscular pode desenvolver. A força gerada pela contração de uma fibra muscular simples pode ser aumentada pelo incremento da velocidade (frequência) com que os potenciais de ação estimulam a fibra muscular. Esse processo é conhecido como somação. Se os estímulos repetidos estão separados por longos intervalos de tempo, a fibra muscular tem tempo de relaxar completamente entre os dois. O PA é rápido, mas o tempo de contração é lento. Se os estímulos repetidos estão separados por intervalos curtos de tempo a fibra muscular não terá relaxado resultando em contração mais forte. Ocorre a liberação de mais cálcio para que haja uma nova contração antes do relaxamento. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 TETANIA Se os potenciais de ação continuam em alta frequência o relaxamento entre as contrações diminui até que as fibras alcancem um estado de contração máxima (tetania incompleta). Se a taxa de estímulo é alta suficiente para que a fibra muscular não tenha tempo de relaxar (tetania completa). *tétano: toxina liberada gera muitas contrações em tetania. Ocorre uma hiperestimulação do neurônio motor. Tetania completa = contração isométrica. O tamanho do músculo não se altera mais, atingiu o máximo. FADIGA MUSCULAR Condição em que um músculo não é mais capaz de gerar ou sustentar a produção de potência esperada. Pode ser gerada por tetania ou pelo uso contínuo do músculo por um longo período de tempo. É influenciada por: a. Intensidade e duração da atividade contrátil; b. Se está usando metabolismo aeróbico ou anaeróbico; c. Composição do músculo; d. Nível de condicionamento físico do indivíduo. O que pode gerar a fadiga: a. Mudanças na composição iônica da fibra muscular após numerosas contrações. b. Depleção dos nutrientes musculares. c. Raramente por diminuição da produção do neurotransmissor. Fadiga central: inclui sentimentos subjetivos de cansaço e um desejo de cessar a atividade. Essa fadiga parece preceder à fadiga fisiológica. A CONTRAÇÃO DO MÚSCULO DEPENDE DOS TIPOS E DO NÚMERO DE UNIDADES MOTORAS Unidade motora: 1 neurônio motor e o conjunto de fibras musculares inervadas por ele. O número de fibras é variável, mas são do mesmo tipo. Aumento gradual na tensão muscular são mediados por recrutamento ordenado de diferentes tipos de unidades motoras como pelo aumento na frequência de disparo dos motoneurônios. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 MÚSCULO CARDÍACO - Músculo estriado contrátil (99%) - Discos intercalares: junções comunicantes - Potencial de Ação - Mecanismo de contração Células curtas e ramificadas Os discos intercalares fazem a adesão e comunicação iônica, espalha o PA pelo tecido, gera contração coordenada (sincício). Diferença do PA: como o cálcio entra na célula e de onde vem o cálcio. Tempo de duração e canais. POTENCIAL DE AÇÃO NAS CÉLULAS CONTRÁTEIS CARDÍACAS Tem um platô. A duração do PA é muito próxima a duração da contração do músculo cardíaco. O Platô aumenta a duração do PA. Quando o limiar de excitabilidade é atingido ocorre uma abertura rápida dos canais de sódio voltagem dependentes, gerando uma despolarização rápida da célula. Quando chega ao pico, os canais de sódio são inativados e os canais de potássio são abertos. A célula começa a repolarizar, mas ocorre a abertura dos canais lentos de cálcio voltagem dependentes que atrasam a repolarização e mantem certa estabilidade, gerando o platô. Depois de um tempo, esses canais de cálcio se fecham e com a saída de potássio a célula é repolarizada até voltar para o potencial de repouso da membrana. O período refratário do músculo cardíaco é maior. Período refratário = tempo em que os canais de sódio estão inativados = impossível inicial novo PA. O platô impede a somação e a tetania. Taquicardia: intervalo entre o PA é mais curto. Bradicardia: intervalo entre o PA é mais longo. Contração = entrada de cálcio. / Relaxamento = saída de cálcio. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 MECANISMO DE CONTRAÇÃO NAS CÉLULAS CONTRÁTEIS A contração é graduada pelo aporte de Cálcio. É dependente da permeabilidade da membrana aos íons de cálcio (quanto mais entra, mais intensa é a contração). No músculo cardíaco, o cálcio vem do PA + retículo sarcoplasmático + do meio extracelular por canais adicionais. Mecanismo de acoplamento actina-miosina semelhante ao músculo esquelético. Quando acontece o PA, o platô se estabelece pelos canais lentos de cálcio dependentes de voltagem presentes na membrana sarcoplasmática (principalmente nos túbulos T), então o cálcio começa a entrar na célula. A entrada de cálcio provoca a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático. Ao mesmo tempo que o cálcio entra, há um mecanismo de captura (bomba) que retorna com o cálcio para fora da célula. Ao mesmo tempo há um mecanismo de contratransporte de sódio e cálcio que também retira o cálcio. Quando a concentração de cálcio reduz a contração é encerrada. Medicamentos que bloqueiam a bomba de sódio-potássio aumentam a intensidade da contração muscular cardíaca. Pois, a concentração de sódio é alterada e a eficiência do trocador de cálcio-sódio diminui, fazendo com que mais cálcio permaneça na célula. Período refratário relativo: final do relaxamento, ainda não é possível haver um novo PA, ao menos que o estímulo seja muito intenso. Se ocorre contração nesse período há uma contração prematura precoce, que gera uma tensão menor do que a habitual. Se a nova contração acontecer imediatamente após a contração anterior, sem intervalo, há uma contração prematura tardia. Essas contrações são chamadas de extrassístoles. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 ATIVIDADE RITMICA CARDÍACA 1% das células no miocárdio se auto-despolarizam = marcapasso cardíaco. Contração do músculo cardíaco pode ser graduada. O PA nas células auto-rítimicas controla o ritmo cardíaco. Nó sinusal: 70/80 bpm – controla o ritmo cardíaco Nó atrioventricular: 40/60 bpm Sistema de Purkinje: 10/40 bpm Como essas células se despolarizam? Nãohá potencial de repouso porque há canais If (de vazamento de sódio). Há o potencial de marca- passo. Quando o limiar de excitabilidade é atingido há abertura de canais de cálcio, que entra na célula. Quando fica positivo no ponto de ultrapassagem há o fechamento dos canais de cálcio e abertura dos canais de potássio, com a saída rápida de potássio, repolarizando a membrana, voltando ao potencial de marca-passo. Os canais If se abrem quando retorna ao potencial de marca-passo e se fecham quando atinge o limiar de excitabilidade. MODULAÇÃO AUTONÔMICA: SIMPÁTICO Libera noradrenalina que se liga em receptores beta I-adrenérgicos (metabotrópico) que aumenta o AMc intracelular, que facilita a abertura de canais de longa duração de cálcio. Mais cargas positivas entram na membrana, a FC aumenta (diminui o limiar de excitabilidade). Aumenta a FC e a força de contração. Efeito cronotrópico positivo e inotrópico positivo. Atua em todo músculo cardíaco. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 MODULAÇÃO AUTONÔMICA: PARASSIMPÁTICO Acetilcolina atuando em receptores colinérgicos do tipo M2 (metabotrópicos) que aumentam a condutância ao potássio, hiperpolarizando a célula. Aumenta o limiar de excitabilidade. Diminui a FC. Efeito cronotrópico negativo. Atua apenas no nó sinusal e no nó atrioventricular. Escape vagal: nó sinusal e nó atrioventriculares são inibidos e as outras células marca-passo assumem o ritmo cardíaco temporariamente. EFEITO DOS ÍONS Efeitos dos Íons Potássio: O excesso de potássio nos líquidos extracelulares pode fazer com que o coração se dilate e fique flácido, além de diminuir a frequência dos batimentos. Efeito dos Íons Cálcio: O excesso de íons cálcio causa efeitos quase opostos aos dos íons potássio, induzindo o coração a produzir contrações espásticas MÚSCULO LISO Músculo liso unitário: grupo de células unidas por junções comunicantes formando um sincício (funcionam como unidade, contraem juntas). Ex.: parede dos vasos sanguíneos. Aumento da contração pela entrada de cálcio. Músculo liso multiunitário: cada muscular recebe estímulos próprios. Um estímulo para cada fibra, controle fino da contração. Ex.: musculo ciliar do olho. Aumento da contração pela entrada de cálcio e pelo número das unidades que são estimuladas. Célula fusiforme, uninucleada, sem estrias (sarcômero). Os filamentos estão ancorados nos corpos densos (actina). Há corpos densos na membrana da célula e no citoplasma. Assim, quando há o encurtamento, ele ocorre em todas as direções. Mesmo estando estiradas ainda há sobreposição dos filamentos – tensão ótima. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 No músculo liso não tem troponina e o ATP é quebrado de forma mais lenta (ATPase lenta) = contração de longa duração. Há pouco retículo sarcoplasmático = a maior parte do cálcio que participa da contração vem do meio extracelular. CONTROLE DA ENTRADA DE CÁLCIO - Abertura de canais voltagem- dependentes após o PA - Hormônios e neurtransmissores abrem o canais quimicamente sensíveis (ligantes dependentes) - Força distorce a membrana celular e abre canal (canais ativados por estiramento) CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA LISA Ocorre a abertura de canais de cálcio, que entra na célula, e induz a abertura de canais de cálcio do retículo sarcoplasmático. Esses cálcios iniciam a contração. O cálcio se liga a calmodulina (não tem troponina). A calmodulina (CaM) vai ativar a miosinacinase de cadeia leve. Quando essa estrutura é ativada, a função ATPase da miosina é ativada, fazendo com que ela quebre o ATP em ADP + Pi e a cabeça de ligação da miosina fica ativa podendo se ligar a actina, formanado as pontes cruzadas. Fisiologia (P1) Raquel Barcelos BFF I – MED107 RELAXAMENTO DA MUSCULATURA LISA Desfosforilação das cadeias leves da miosina pela fosfatase MLCP. Quando a quantidade de cálcio no meio intracelular é reduzida. REGULAÇÃO DA CONTRAÇÃO NO MÚSCULO LISO Sinais químicos: excitatórios ou inibitórios Sinais neurais (SNA): simpático e/ou parassimpático DURAÇÃO DA CONTRAÇÃO MUSCULAR
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