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Julia S Crescencio P5 Medicina TUTORIA 03 – Dor neuropática Conceituar e classificar a dor neuropática Dor provocada por lesões, danos potenciais ou disfunção do sistema nervoso central ou periférico. Os dois principais tipos são: provocadas por estímulo e espontâneas (penetrante, em pontada ou em queimação). Provocadas por estímulo o Alodinia: dor provocada por estímulos que geralmente não provocam dor. Ex.: toque suave o Hiperalgesia: dor exagerada por estímulos que geralmente provocam dor. Ex.: agulhas o Hiperpatia: dor provocada por estímulos que não provocam dor em repetição Entender a fisiopatologia e quadro clínico da dor neuropática Dor que ocorre como consequência direta de uma doença ou lesão que afeta o sistema somatossensorial o Central – Medula, tronco cerebral, tálamo o Periférica – Nervo, plexo, gânglio da raiz dorsal A lesão neural gera mecanismos de facilitação da dor, que pode ser por estímulo (hiperalgesia, alodinia) ou sem estímulo (espontânea). MECANISMOS PERIFÉRICOS A lesão gera uma ‘’sopa inflamatória’’. Algumas das substâncias liberadas conseguem modular a sensibilidade dos nociceptores, tornando as estruturas mais sensíveis aos estímulos. Ex.: prostaglandinas, bradicinina, K+ são substâncias álgicas capazes de causar excitação neuronal, deflagrando um sinal nocivo. A fibra, no local da lesão, libera substância P, que age vasodilatando e liberando histamina dos mastócitos. A histamina também causa excitação neuronal. Todas essas substâncias álgicas causam sensibilização periférica, reduzindo o liminar de dor e ativando nociceptores até então silenciados Na desaferentação traumática (amputação). O neurônio lesionado emite brotos para o coto distal na tentativa de se restabelecer. Como isso não ocorre, esse brotamento forma neuromas, gerando descargas ectópicas. Essas descargas são impulsos elétricos causados tanto pela sensibilização periférica quanto pelo aumento da densidade de canais de sódio e cálcio, que se acumulam no neuroma. Isso aumenta a despolarização, reduzindo o limiar de ativação neuronal e perpetuando a dor. A transmissão efática é quando essa corrente de neurônios lesionados passa para neurônios íntegros. O brotamento de fibras pós-ganglionares simpáticas na lesão facilita a dor. Além disso, também ocorre proliferação dos receptores alfa adrenérgicos. Sendo assim, o simpático, através da norepinefrina causa dor. O último mecanismo periférico é a ativação de macrófagos. As substâncias liberadas por essas células (Ex.: TNF) podem ajudar a hiperexcitabilidade neuronal MECANISMOS CENTRAIS Os neurônios estão disparando bastante impulso, consequentemente levando vários neurotransmissores excitatórios para o corno dorsal da medula. Esses neurotransmissores podem ser aminoácidos (glutamato e aspartato) ou peptídeos (substância P). O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório para a dor. Ele se liga no receptor AMPA e NMDA (voltagem dependente). Quando o NMDA abre, permite o influxo de Ca+2. O cálcio causa hiperexcitabilidade e, dentro do neurônio, causa potenciação de longa duração, aumentando a responsividade aos estímulos dolorosos. Julia S Crescencio P5 Medicina O cálcio ativa as cinases, que fosforilam receptores AMPA, aumentando a efetividade deles, com o aumento da despolarização. As cinases também adicionam novos receptores AMPA na membrana no neurônio. Essa sensibilização central pelo glutamato causa a amplificação dos sinais dolorosos. A lesão periférica pode induzir o brotamento de fibras AB em regiões mais superficiais do corno dorsal. Assim, os estímulos táteis passam a ser interpretados como dolorosos. A lesão neuronal também estimula a proliferação da micróglia, células associadas a ativação do sistema imune. As citocinas inflamatórias e outras substâncias imunes citotóxicas causam hiperexcitabilidade e alterações neuroplásticas A inibição da modulação da dor causa um desbalanço, com um peso maior das vias excitatórias. Assim, vai haver uma depressão das funções de: interneurônios inibitórios mediados por GABA, opioides endógenos como a encefalina, vias inibitórias descendentes mediadas por serotonina e epinefrina Por fim, a hiperexcitabilidade e alterações neuroplásticas dos neurônios do tálamo e do córtex cerebral causam amplificação e persistência dos estímulos dolorosos nas estruturas corticais Sintomas o Independente de estímulo: queimação, calor, choques, dormencia, caimbras, apertos - geralmente é espontanea, frequentemente episódica e subita o Dependente de estímulos/evocada ➢ Sinais positivos: alodinia, hiperalgesia, hiperpatia ➢ Sinais negativos: hipoestesia (perda da sensação a estimulos não dolorosos), hipoalgesia (perda da sensação em estímulos dolorosos) Entender a fisiopatologia da cefaleia relacionada com a meningite A cefaleia é uma dor referida para a superfície da cabeça a partir de estruturas profundas. Pode ser intracraniana ou extracraniana. A meningite, exemplo de causa intracraniana, causa cefaleia sensibilizando os ramos aferentes do trigêmeo pela inflamação das meninges, incluindo as áreas sensoriais da dura e em torno dos seios venosos. A raiz sensitiva do trigêmeo é a principal fonte sensitiva somática geral na cabeça, visto que recebe fibras de neurônios sensitivos vindos da face, boca, cavidade nasal, dos dentes, além da dura-máter craniana Caracterizar a dor crônica o Resistente aos tratamentos o Acima de 3/6 meses (depende do fator causal) o Associada a fatores psicológicos Estudar o mecanismo de ação das drogas usadas no tratamento da NPH Pacientes ansiosos, depressivos, com problema de sono podem utilizar antidepressivos tricíclicos (imipramina, amitriptilina, desiprimina): ativam a via inibitória descendente noradrenérgicas e bloqueiam os canais de cálcio. Os anticonvulsivantes são úteis por bloquear canais de sódio e cálcio e diminuir a excitabilidade neuronal. A gabapentina e a pregabalina, por exemplo, ativam os sistemas GABA (moduladores da dor) e suprimem aminoácidos excitatórios, como o glutamato. Os AINES, corticosteroides e varredores de radicais livres podem ser usados em neuropatias que cursam com inflamação. Além de sua ação anti-inflamatória periférica, eles também bloqueiam o processamento nociceptivo espinhal Os opioides podem ser usados em crises de exacerbação. Não é indicado usar continuamente, pelo risco de efeitos adversos e de dependência. A toxina botulínica bloqueia a liberação de acetilcolina das vesículas pré-sinápticas, relaxando o musculo. A injeção subcutânea também inibe a dor de origem inflamatória, reduzindo a liberação do glutamato (neurotransmissor excitatório) nos receptores periféricos. Diferenciar os principais tipos de meningite
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