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Apostila Técnico em Enfermagem

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SUMÁRIO 
 
Fundamentos da saúde............................................................................................1 - 14 
 
Conceitos Literais de Saúde.............................................................................................1 
Teorias sobre saúde e doença...........................................................................................2 
Determinantes do processo saúde e doença .....................................................................4 
Níveis de prevenção..........................................................................................................7 
Resultados terapêuticos.................................................................................................... 8 
Ética na Saúde ..................................................................................................................9 
Níveis de relação e interação profissional saúde ........................................................... 12 
 
Anatomia 1..............................................................................................................15 - 35 
 
Introdução a anatomia e fisiologia Humana.............................................................15 - 50 
Posição anatômica...........................................................................................................15 
Célula ......................................................................................................................15 - 21 
Tecido ......................................................................................................................21 - 23 
Sistema Esquelético ................................................................................................ 23 - 26 
Sistema Linfático .................................................................................................... 26 - 28 
Sistema Cardiovascular .......................................................................................... 28 - 32 
Sistema respiratório................................................................................................. 32 - 35 
 
Anatomia 2 ............................................................................................................ 36 - 50 
 
Sistema nervoso .................................................................................................... 36 - 38 
Sistema Digestório ................................................................................................ 38 - 41 
Sistema Renal ........................................................................................................ 41 - 43 
Sistema Tegumentar ............................................................................................. 43 – 45 
Sistema endócrino ................................................................................................. 45 - 47 
Sistema Reprodutor............................................................................................... 47 – 50 
 
Microbiologia e parasitologia ..............................................................................51 – 68 
 
Origens históricas .................................................................................................. 51 – 53 
Reinos ................................................................................................................... 53 – 55 
Importância da Parasitologia.................................................................................. 55 – 57 
Ectoparasitas e endoparasitas ................................................................................ 57 – 58 
Doenças parasitárias endêmicas no Brasil ............................................................. 58 – 68 
 
Português ................................................................................................................... 69 
 
Reforma Ortográfica ...............................................................................................69 – 74 
Acentuação Gráfica ..............................................................................................74 - 79 
Crase ....................................................................................................................... 79 - 85 
Pronomes ...............................................................................................................85 –105 
Concordância .......................................................................................................105 –115 
 
Psicologia aplicada à Enfermagem..................................................................116 – 132 
 
Conceito ...........................................................................................................116 – 117 
Fatores que interferem no desenvolvimento humano .........................................117 – 123 
Traumas e complexos .........................................................................................124 – 129 
Mecanismo de Defesa ........................................................................................ 129 – 132 
 
Ética aplicada à Enfermagem......................................................................... 133 - 146 
 
Definição ........................................................................................................... 133 – 135 
Direitos .............................................................................................................. 135 – 136 
Código de Ética ........................................................................................................... 137 
Dos Princípios Fundamentais .......................................................................................138 
Dos Direitos .........................................................................................................138 –139 
Das Responsabilidades ................................................................................................ 139 
Dos Deveres ....................................................................................................... 139 - 140 
Das Proibições .................................................................................................... 141 –143 
Dos Deveres Disciplinares........................................................................................... 143 
Das Infrações e Penalidades................................................................................143 – 145 
Da Aplicação das Penalidades............................................................................ 145 - 146 
 
Fundamentos de Enfermagem .........................................................................147 - 191 
 
Higienização das mãos .......................................................................................147 – 150 
Sinais Vitais ....................................................................................................... 150 – 153 
Cateterismo Vesical de alívio e de demora .......................................................153 – 156 
Sondagem Nasogástrica ................................................................................... 156 - 158 
Lavagem Intestinal ............................................................................................ 158 – 159 
Oxigenoterapia .................................................................................................. 159 – 161 
Administração de Medicamentos ...................................................................... 161 –170 
Higiene do paciente ........................................................................................... 171 – 182 
Bandagem .......................................................................................................... 182 – 185 
Cálculo de medicamentos ...................................................................................185 – 191 
 
Intercorrência Clínica ....................................................................................192- 240 
 
Definição ..................................................................................................................... 192 
Afecções do aparelho respiratório .......................................................................192 - 198 
Afecções do aparelho Endócrino ........................................................................198 – 200 
Afecções do aparelho cardiovascular .................................................................200 – 206 
Afecções do aparelho neurológico ..................................................................... 206 - 213 
Afecções do aparelho digestório .........................................................................213 - 224 
Afecções do aparelho urinário ............................................................................ 225 - 231 
Afecções do aparelho tegumentar .......................................................................232 - 234 
Doenças Neoplásicas ..........................................................................................234 – 240 
 
Intercorrência Cirúrgica ................................................................................ 241 - 269 
 
Objetivo ...................................................................................................................... 241 
 Classificação das cirurgias ........................................................................................ 241 
Centro Cirúrgico ..................................................................................................241 - 242 
Tempos cirúrgicos ..............................................................................................242 - 252 
Anestesias ............................................................................................................252 - 253 
 Incisão cirúrgica e posicionamento................................................................... 253 – 255 
Classificação das cirurgias ................................................................................ 255 – 258 
Materiais e equipamentos .................................................................................. 258 – 261 
Biossegurança .....................................................................................................261 – 265 
Esterilização ...................................................................................................... 265 – 269 
 
Informática.........................................................................................................270 - 283 
 
A informática em Enfermagem .........................................................................270 – 271 
Técnicas de digitação........................................................................................ 272 – 274 
Windows e Word ........................................................................................................ 274 
Atalhos ............................................................................................................. 274 – 281 
Exercícios ......................................................................................................... 281 – 283 
 
Materno Infantil I ..............................................................................................284 - 295 
 
Anatomia Feminina ........................................................................................... 284 – 289 
Assistência ao pré-natal ..................................................................................... 289 – 293 
Exames solicitados no pré-natal .................................................................................. 293 
Controle da Pressão no pré-natal ................................................................................. 294 
Cálculo da data provável do parto ............................................................................... 295 
 
Materno Infantil II ..................................................................................................... 296 
 
Tipos de partos ....................................................................................................296 – 298 
Abortos ..............................................................................................................299 – 300 
Gravidez ............................................................................................................. 300 – 302 
Doenças relacionadas à gravidez ........................................................................302 – 306 
Cuidados ao RN ..................................................................................................306 – 309 
Alojamento Conjunto ......................................................................................... 309 -315 
 
Saúde Mental I ............................................................................................... 316 – 337 
 
História da Psiquiatria ....................................................................................... 316 – 322 
Transtornos mentais ............................................................................................322 – 324 
Transtornos alimentares ......................................................................................324 – 325 
Transtorno da ansiedade .....................................................................................325 – 327 
Transtorno delirantes .......................................................................................... 327 - 330 
Transtorno do sono ...................................................................................................... 330 
Transtorno do humor ...........................................................................................332- 337 
Transtorno da somatização ........................................................................................ 337 
 
Saúde Mental II .............................................................................................. 338 - 352 
 
Reforma Psquiátrica ....................................................................................... 338 – 339 
CAPS ...............................................................................................................339 – 342 
Residências terapêuticas ........................................................................................... 343 
Doenças degenerativas do sistema nervoso.........................................................343 – 347 
Alterações na linguagem ....................................................................................347 – 348 
Doenças do sistema nervoso ...............................................................................348 – 352 
 
Saúde coletiva I .................................................................................................. 353- 378 
 
Definição ........................................................................................................... 353 – 354 
Constituição e SUS .............................................................................................355 – 359 
Lei 8080 ..............................................................................................................359 – 378 
 
Saúde coletiva II ............................................................................................... 379 - 394 
 
Lei 8142 ...............................................................................................................379 - 380 
Lei Orgânica .......................................................................................................380 – 381 
Vacinas ................................................................................................................381 – 387 
Calendário ....................................................................................................................388 
Rede de Frio ........................................................................................................388– 394 
 
Prática Profissional e atendimento básico à saúde......................................... 395 - 435 
 
Lavagem das mãos e calçamento de luvas estéreis .......................................... 395 – 398 
Sinais Vitais ...................................................................................................... 398 – 402 
Lavagem Intestinal e Cateterismo nasogástrico e enteral..............................................403 
Sondagem nasogástrica ...................................................................................... 403 – 405 
Sondagem nasoenteral ....................................................................................... 405 – 406 
Cateterismo vesical de demora e alívio ............................................................. 406 – 411 
Técnicas em injeções ......................................................................................... 411 – 413 
Higiene Corporal eMedicações e diluições ........................................................413 – 425 
Técnica de Curativos, oxigenoterapia e preparo do corpo pós morte................ 426 – 435 
 
Assitência à pacientes graves ......................................................................... 436 – 458 
 
Feridas ............................................................................................................... 436 – 438 
Queimadura ...................................................................................................... 438 - 441 
Triagem ....................................................................................................................... 442 
PCR .....................................................................................................................443 - 446 
Novo protocolo .................................................................................................. 447 – 454 
Medicamentos utilizados na PCR ..................................................................... 454 – 455 
Desfibriladores .................................................................................................. 456 – 457 
Balanço hídrico ................................................................................................. 457 – 458 
 
Administração de Unidade de Enfermagem....................................................459 - 475 
 
 Evolução da assistência de Enfermagem........................................................... 459 – 464 
Período de Florence Nightingale .................................................................... 464 – 465 
Enfermagem no Brasil ....................................................................................... 465 – 467 
Símbolos da Enfermagem ................................................................................. 468 – 469 
Teorias de Enfermagem .................................................................................... 469 – 470 
Registro e evolução de Enfermagem ................................................................ 470 - 475 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 1 
 
FUNDAMENTOS DA SAÚDE 
 
Discutir os fundamentos de saúde, justifica-seatravés da necessidade clara na formação 
dequalquer profissional de saúde em qualquer especialidade ou nível de formação (nível 
de qualificação, técnico ou mesmo universitário), dainteração filosófica e holística dos 
princípios, noçõese significado ético a ser incorporado aos conhecimentos, habilidades e 
atitudes de um profissional da área. Para que os aludidos profissionais no exercício de 
suas habilitações jamais se esqueçam das razões mais elementares que movem o ser e 
estar de um agente de saúde. O agente de saúde pode configurar em qualquer 
profissional das mais distintas profissões em sua prática técnica, de forma a prestar seus 
serviços desenvolvendo e objetivando benefícios que elevam o bem estar, a 
manutenção, a prevenção, o diagnóstico, o tratamento, os cuidados, a orientação e a 
reabilitação no espectro físico ou emocional de seus clientes classicamente 
denominados como pacientes. São muitas as competências e conhecimentos comuns as 
diversas profissões requerendo reflexão profunda sobre as responsabilidades do papel 
comum a todos os profissionais da área. Algumas destas competências são: 
 
*Observar as demandas do paciente como um todo analisando as causas, fatores 
desencadeantes, agravantes e paliativos. 
*Atuar de acordo com as habilitações da sua profissão em prol do diagnóstico, 
tratamento, reabilitação e prevenção, unindo esforços e contribuições junto à equipe 
multiprofissional, buscando sempre a forma mais eficaz e segura de operação 
responsável das ações. 
*Definir e estadiar os objetivos e justificativas dos tratamentos e intervenções, buscando 
sempre a clareza e seriedade das ações alcançando a cura, retardando a evolução, a 
reabilitação ou mesmo a qualidade de vida dos pacientes, mantendo-os cônscios. 
*Seguir os códigos de ética das profissões. 
*Primar pelo bem estar do paciente em primeira instância, adotando sempre condutas 
éticas frente ao mesmo no que tangencia a intervenção, diagnóstico tratamento entre 
outras ações,jamais atuando de forma negligente ou omissa junto ao paciente. 
*Observar e interagir no todo para com os determinantes do processo saúde doença, 
observando os aspectos genéticos, congênitos, sociais, econômicos, culturais, 
emocionais e psicológicos relacionados asdoenças e distúrbios funcionais, dos 
pacientes. 
*Orientação de procedimentos, cuidados preparatórios e posteriores. 
*Educação em Saúde e Saúde Coletiva. 
 
Conceitos Literais de Saúde: 
Várias definições têm sido propostas para este conceito, entre as quais: 
 
1. Estado de completo bem-estar físico, mental e social, e nãoapenas ausência de 
doenças ou enfermidades (OMS, 1946 ). 
2. Condição em que um indivíduo ou grupo de indivíduos é capaz de realizar suas 
aspirações, satisfazer suas necessidades ou mudar ou enfrentar o ambiente. A saúde é 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 2 
 
umrecurso para a vida diária, e não um objetivo de vida; é um conceito positivo, 
enfatizando recursos sociais e pessoais, tanto quanto as aptidões físicas (OMS, 1984). 
3. Estado caracterizado pela integridade anatômica, fisiológica e psicológica; pela 
capacidade de desempenhar pessoalmente funções familiares, profissionais e sociais; 
pela habilidade para tratar com tensões físicas, biológicas, psicológicas ou sociais: com 
um sentimento de bem- estar e livre do risco de doença ou morte extemporânia. 
4. Estado de equilíbrio entre os seres humanos e o meio físico, biológico e social, 
compatível com plena atividade funcional. 
5. Estado em que os seres humanos e outros organismos vivos os quais interagem 
podem coexistir indefinidamente. 
6. Funcionamento do organismo em condições ótimas, sem desvios da normalidade 
fisiológica para cada idade, sexo ou condições ambientais. 
7. Estada sanitário de uma comunidade ou população onde estão asseguradas as 
melhores condições de desenvolvimento pessoal e coletivo e um eficiente controle ou 
prevenção das doenças. 
 
Saúde Mental 
 
Bem estar e equilíbrio mental. Ausência de doenças como neuroses e psicoses e por um 
ajustamento adequado ao meio social, satisfação consigo mesmo e nas relações com os 
outros. 
 
Teorias sobre Saúde e Doença 
 
Por muito tempo, a busca das explicações ou dos motivos que levam as pessoas a 
adoecer tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelo homem ao longo da 
história. 
Magia, Feitiçaria e Bruxaria. Em tempos remotos, existia a existia a crença de que as 
doenças e acidentes eram causados pela ira dos deuses ou por maus espíritos. Para saber 
como tratar ou prevenir essas doenças eram consultados pajés, sacerdotes ou feiticeiros.Teoria dos Miasmas 
 
A Teoria dos Miasmas foi uma outra forma encontrada pelo homem para tentar explicar 
os fenômenos patológicos que acometiam as pessoas. Segundo essa teoria, a má 
qualidade do ar que provinha de pântanos, alagadiços, sujeiras acumuladas e esgotos 
resultante da decomposição de plantas e animais, seria a causa mais correta para a 
ocorrência de uma série de doenças (Miasmas = Maus Ares). 
 
Mecanicismo 
 
Idealizado por René Descartes (séc. XVII), esta linha de pensamento sugeria que o 
corpo humano, tal o mecanismo de um relógio, seria composto de peças – sistemas, 
órgãos, tecidos, células – que operavam para manter em ordem uma engrenagem. Uma 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 3 
 
doença ocorreria simplesmente devido ao mau funcionamento de partes dessa máquina. 
Já a morte seria a total impossibilidade de concerto da máquina humana. Com o avanço 
da ciência, novos equipamentos foram desenvolvidos para melhor diagnóstico e 
tratamento das patologias que acometem o homem. O ramo da pesquisa deu um grande 
salto quando no séc. XVIII o cientista francês Luis Pasteur inventou o microscópio. 
Nascia ai um novo campo chamado Microbiologia, que permitia a identificação e 
micróbios causadores de doenças, através de análises de sangue, escarro, urina, fezes, 
etc. Porém, mesmo com um sem-número de aparelhos e exames, continuou sendo difícil 
explicar o que era normal ou patológico em uma pessoa, em determinada situação. 
Em 1947, a OMS (Organização Mundial da Saúde) apresentou um conceito que veio a 
constituir um avanço no pensamento mecanicista defendido anteriormente. 
 
“A saúde é um completo bem estar físico, mental e social, não simplesmente a 
ausência de doenças”. 
 
A partir desse conceito, novos estudos foram sendo desenvolvidos, propondo uma nova 
visão tanto sobre o binômio saúde-doença como da própria prática médica. Estes 
estudos partem da idéia que o organismo é um todo, integrado, em que cada parte – 
órgão, tecido ou célula – constitui um sistema vivo complexo e em perfeita harmonia 
com a mente e com o próprio meio ambiente. Começa-se a consolidar-se uma visão 
Holística da saúde, que considera saudável o organismo que mantém em equilíbrio três 
fatores interdependentes entre si: o individual, o social e o ecológico. 
 
Doença, Definições Literais: 
 
1 Alteração do Estado de Saúde 
2 Disfunção Fisiológica ou Psicológica de um Indivíduo. 
3 Perturbação das Funções normais de um ou de vários órgãos cuja etiologia pode ser 
conhecidas 
ou não se traduzindo em manifestações clínicas. (sinais e sintomas). 
 
Saúde Pública: Atenção Primária 
 
Nível de atenção a saúde representado pelos serviços de primeira linha, como clínica 
médica, pediatria e tocoginecologia, que são de caráter ambulatorial e constituem a 
“porta de entrada única” do sistema de saúde distritalizado(executando-se, 
naturalmente, as situações de emergência e as urgências). Consiste em um programa de 
cuidados de saúde essenciais, baseados em metodologia e tecnologias práticas, 
cientificamente válidas e socialmente aceitáveis, acessíveis a todas as famílias e 
membros da comunidade. Saúde: Atenção Primária Deve assegurar: 
 
1)educação para saúde, incluindo os conhecimentos essenciais para prevenir ou reduzir 
os riscos presentes ou encontráveis na área; 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 4 
 
2) promoção de regimes alimentares adequados para assegurar um bom estado 
nutricional; 
3)abastecimento de água potável de boa qualidade e saneamento básico; 
4) assistência materno-infantil e orientação para o planejamento familiar; 
5)vacinação contra doenças infecciosas importantes na área; 
*Seu custo deve ser compatível com os recursos econômicos que a sociedade e o país 
possam despender. 
6)controle das endemias locais; 
7)tratamento adequado das doenças e traumatismos freqüentes; 
8)distribuição dos medicamentos essenciais. 
 
Obs:Esse programa resume as recomendações da Conferência Internacional de Alma-
Ata (1978) sob os auspícios da OMS e da UNICEF. Primary Health Care“O Processo 
Saúde-Doença” 
 
2- DETERMINANTES DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA 
O estabelecimento de um processo de desequilíbrio do estado de saúde segue uma 
seqüência de eventos, conhecidos ou não. Aqueles processos patológicos com etiologia 
desconhecida são denominados “idiopáticos”. No entanto mesmo as doenças idiopáticas 
ou a maioria delas tem relação com eventos clínicos, epidemiológicos ou estatísticos 
constantes que nos fazem conjecturar sobre hipóteses e probabilidades para o 
surgimento, desenvolvimento, predisposição e prognóstico destas doenças. Por 
exemplo: Não conhecemos a causa exata da Psoríase, massabemosda sua apresentação 
clínica, sobre a pele, causando eritemas, sabemos que aparecem com mais freqüência 
em estados de estresse, que parecem involuirquando expostas a radiação Ultra Violeta 
(Sol) e alguns poucos casos evoluem para a artrite psoriática. Ainda mais longe 
sabemos que as pesquisas científicas em reumatologia e imunologia desvendaram um 
fenômeno imunológico denominado: Reação Auto Imune. (O próprio sistema 
imunológico reagindo contra células do corpo, realizando uma reação inflamatória). 
Embora não se saiba a natureza ou etiologia do mecanismo auto-imune que envolve a 
psoríase, sendo que já se teoriza a respeito, existem já medicamentos utilizados nos 
casos mais recrudescentes, principalmente com a evolução da artrite psoriática, com o 
uso de medicamentos que modulam a resposta imunológica (imunossupressores). Na 
realidade as doenças Reumatológicas, “in situs” são idiopáticas e a maior parte delas 
tem algum tratamento, mesmo que para controle dos sintomas, seja com medicamentos, 
Fisioterapia e etc. Isso se deve ao desenvolvimento da ciência em desvendar os todos os 
determinantes do processo saúde doença. Portanto para o estabelecimento, progressão 
e resolução do processo patológico ou de saúde, existem fatores determinantes seja 
nas doenças cujas etiologias sejam conhecidas ou idiopáticas. 
 
Determinantes Biológicos 
Porque o Sr. João e o Sr. Pedro fumaram tabaco durante 20 anos, 20 cigarros dia e tão 
somente o Sr João convalesce de Enfisema Pulmonar e Câncer de Pulmão? Este é um 
argumento muito freqüente dos tabagistas inveteráveis: “Fumo à trinta anos, fui ao 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 5 
 
médicoe nas chapas não tinha uma fumacinha no meu pulmão.”Na verdade todo 
fumante está produzindo lesões no seu pulmão, em geral as substâncias tóxicas do 
cigarro causam danos oxidativos na via aérea e nosso organismo possui defesas anti-
oxidantes que estão em prol de deter o processo oxidativo que leva ao enfisema por 
exemplo. Na realidade considerando o nosso processo de envelhecimento e a definição 
do fenômeno “Enfisema” (Bolhas de Ar, Destruição Alveolar e da Membrana Alvéolo 
Capilar) a tendência para todos, mesmo os não doentes ou não tabagistas é o 
envelhecimento dos alvéolos e da Membrana Alvéolo Capilar, levando a possibilidade 
os indivíduos com maior longevidade a desenvolverem uma condição denominada 
Enfisema Senil. Ainda assim indivíduos idosos não fumantes com a mesma idade 
podem desenvolver diferentes graus de Enfisema Senil. Então por que ocorre esta 
diversidade? Quanto aos fumantes, todos os tabagistas em longo prazo apresentam 
alterações pulmonares, porém a variação da gravidade destas alterações patológicas 
implicam em uma maior ou menor sintomatologia ou em padrões de alterações 
patológicas mais ou menos gritantes nos raios-X de tórax. Então podemos afirmar que 
aqueles que possuem menor alteração patológica no raio x , possuem uma predisposição 
biológica a resistir aos efeitos oxidantes, ou seja maiorcapacidadeanti-oxidantes. Da 
mesma forma ocorre com o enfisema senil, pois durante o envelhecimento os efeitos 
oxidantes são melhor combatidos em algumas pessoas mais resistentes. Isto ocorre 
devido à diversidade biológica existente. As prrerrogativas genéticas são as 
propriedades que garantem os determinantes biológicos dos indivíduos, para 
características, doenças puramente hereditárias ou multifatoriais (genéticas e 
dependentes de fatores ambientais ). 
 
Determinantes Psicossoociais 
 
O conceito “Biopsicosocial” é na verdade um uníssomo, um sincício conceitual, pois 
determinantes psicosociais como a raiva, depressão, alegria, felicidade, interação e 
isolamento social, são intrínsicamente relacionados com determinantes biológicos. A 
infecção por HPV, por exemplo pode levar a uma metaplasia, no colo do útero, que 
pode evoluir em gravidade de acordo com os fatores emocionais da portadora como o 
estresse e a depressão. Por isso são contra indicações prescritas pelo ginecologista a 
uma paciente portadora de um NIC I, de colo de útero. Não obstante, influem ainda em 
questões de natureza comportamental. O afeto e a interação social e familiar desde a 
infância é fundamental para o desenvolvimento neuropsicomotor, se relacionando 
muitas vezes como hipóteses para distúrbios idiopáticos de comportamento como os 
distúrbios comportamentais penetrantes( Autismo, Doença Desintegrativa. Muitas vezes 
as interações psicossociais influenciam diretamente no desenvolvimento motor e em 
todas as aptidões, incluindo a inteligência e a cognição para o infante. As interações 
sociais mal sucedidas independente do meio social, seja em uma sala de aula, ambiente 
de trabalho, interação familiar, trazem comprometimentos claros e clinicamente 
influentes que podem ser realmente “determinantes no processo de cura ou recuperação 
de muitos estados nosológicos”. Na área da saúde do trabalho muitos autores relatam 
sobre a influência do meio social, mais precisamente falando na relação entre as 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 6 
 
pessoas; entre colegas (mal relacionamento), supervisores e operadores ou mesmo 
atendentes e clientes influenciando nas doenças musculoesqueléticas com relação 
laboral, denominadas DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado com o Trabalho), 
juntamente com outros fatores, como política de valorização, reconhecimento, respeito 
nas interações social , nível de integração entre as pessoas e obviamente a própria 
sobrecarga física, desencadeada pelo espaço físico inadequado, características 
ergonômicas entre outras causas. Em suma o homem é um ser social e a saúde social, 
influencia na emocional/psicológica que influencia na biológica/física, como reportam 
os quadros clínicos de várias doenças, tais como fibromialgia, estresse, depressão 
etecetera. 
 
Determinantes Sócio-econômicos e Culturais 
 
Fatores como a renda familiar podem limitar o acesso a saúde devido ao investimento 
necessário para um tratamento médico específico ou aquisição de medicamentos e 
portanto influenciar no processo saúde doença. Na realidade uma condição financeira 
prejudicada prejudica muitas vezes este processo porque restringe também o acesso 
aeducação e a nutrição. Em um país de muitos famintos como o Brasil, onde a educação 
fica em segundo plano, também se torna dificultosa a compreensão da população sobre 
cuidados básicos de higiene, profilaxia e prevenção. 
Muitas vezes devido a fatores culturais fica comprometida a adesão a campanhas 
propostas pelo estado, algumas vezes mesmo quando o fator econômico não está em 
questão. Um exemplo típico é a disseminação em classes não carentes da idéia de que 
em relação heterossexual vaginal o homem não contrai o vírus da AIDS;ou a idéia de 
que sexo com preservativonão proporciona prazer . A adoção de modos de vida como 
na alimentação inadequada do “FastFood”. Todos estes fatores corroboram para 
predisposições a doenças diversas. 
 
Determinantes Ambientais 
 
Pessoas expostas a poluição, radiação atmosférica, às más condições de saneamento 
básico, fumaça do cigarro em ambientes fechados como restaurantes, agentes tóxicos, 
infecciosos e radiações estão na realidade expostas a fatores predisponentes a doença, 
pois determinados fatores ambientais podem ser considerados estímulos nocivos. Ex. 
Trabalhadores de minas de carvão, tem uma predisposição incrível para um grupo de 
doenças pulmonares restritivas denominadas pneumoconioses. Moradores de cidades 
poluídas tendem a desenvolver problemas respiratórios e etc. 
É importante lembrar sobre a exposição ambiental de agentes microbianos, como vírus, 
fungos, parasitas e bactérias, que podem causar comprometimentos graves a saúde. 
A Ecologia vem desenvolvendo um importante papel na atualidade através dos estudos 
recentes desenvolvidos por especialistas. Nestes estudos a devastação ambiental vem a 
demonstrar implicações sérias a saúde humana desde o aumento da exposição as 
radiações ultravioleta aumentando a incidência de câncer de pele, a disponibilidade de 
água potável e a disponibilidade de nutrientes para a manutenção da saúde. 
 
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3 NÍVEIS DE PREVENÇÃO 
 
As ações preventivas podem ser exercidas em qualquer fase da história natural da 
doença, tanto no período pré-patogênico (quando as possibilidades de evitar o 
estabelecimento do estímulo-doença são maiores) como no período patogênico (quando 
já instalado o processo, procuramos interromper sua evolução e minimizar suas 
consequências). 
 
PREVENÇÃO – É o conjunto de procedimentos que visam a proteger e melhorar a 
saúde de uma população e, portanto, sua qualidade de vida, seja impedindo a entrada da 
doença em áreas geográficas ainda livres, seja protegendo a população de regiões onde a 
doença já ocorre. São tantas as causas envolvidas no processo doença e tal é a 
multiplicidade de maneiras como atuam, que não podemos apoiar a profilaxia em um 
único procedimento ou ação preventiva como alguns chegam a indicar, invocando o 
emprego de vacinas como a solução final para todos os casos. Analisaremos as ações 
profiláticas segundo diferentes níveis de prevenção: 
 
Prevenção Primária: Nesse nível, encontram-se agrupadas as medidas ou ações 
especialmente destinadas ao período que antecede a ocorrência da doença. Dentre elas, 
destacam-se o saneamento básico, a vacinação e o controle de vetores, por exemplo. 
Significa evitar a ocorrência de uma doença, eliminando fatores de risco ou tratamento 
de lesões precursoras. 
 
“Prevenção Primária é definida como promoção de saúde e as prevenções de 
enfermidades ou 
profilaxia.”PFFD 
_ 
Prevenção Secundária: Incorpora uma série de medidas que visam a impedir a 
evolução de doenças já existentes e, em conseqüência, suas complicações. Os exames 
periódicos e o auto-exame de mama, entre outros, são procedimentos de reconhecida 
eficácia para o diagnóstico precoce, que permite o início imediato do tratamento e evita, 
muitas vezes, o agravamento da enfermidade. "Prevenção secundária significa 
prevenção da evolução das enfermidades através da execução de procedimentos 
diagnósticos ou terapêuticos. 
 
Exemplos: 
 
_ Um paciente com 
infecção por HPV (papiloma vírus humano) no colo do útero com acompanhamento e 
orientação do ginecologista, pode evitar o câncer de colo de útero. 
 
Prevenção Terciária: Nesse último nível, os métodos se confundem com o tratamento 
ou a reabilitação. Ele engloba ações voltadas à reabilitação do indivíduo após a cura ou 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 8 
 
o controle da doença, a fim de reajustá-lo a uma nova condição de vida. Fazem parte 
dessas medidas a fisioterapia, fisiatria,a terapia ocupacional e a colocação de próteses, 
por exemplo. Lida com a recuperação funcional de seqüelas, que muitas vezes são 
irreversíveis. 
Enfim, as medidas preventivas à nossa disposição são inúmeras, e muitas delas devem 
ser incorporadas ao nosso estilo ou hábito de vida porque certamente contribuem para a 
manutenção de nossa qualidade de vida. 
“Prevenção Terciária engloba as atividades que possam contribuir para a manutenção 
da 
nossa saúde após o controle da doença”PFFD 
 
Exemplos: 
 
_ Fisioterapia em uma paciente vítima de um AVC; 
_ Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que tem monitoramento de 
profissionais de saúde, exercício físico orientado, dieta adequada, é livrado das 
situações de estresse do cotidiano, terá uma evolução muito lenta da patologia, 
diminuindo incrivelmente as possíveis complicações da doença. 
 
OS RESULTADOS TERAPÊUTICOS 
 
O sucesso do tratamento depende de todas as influências incidentes sobre o paciente, 
conforme demonstra a figura, a cerca do paciente e do respectivo resultado terapêutico, 
importa então a atuação da equipe de cuidados em saúde (verde), as orientações da 
equipe multidisciplinar (vermelho) e enfim a presença e acompanhamento da família e 
do próprio paciente (amarelo). O insucesso do tratamento muitas vezes denuncia a 
gravidade da doença, a debilidade orgânica do paciente ou mesmo a existência de um 
ponto de negligência existente entre ou intra os componentes do esquema aludido na 
figura. A família do paciente exerce papel fundamental podendo incentivar a interação 
do paciente ou mesmo desestimular, considerando que o fator econômico pesará da 
mesma forma que os determinantes de relação social e ou cultural para este grupo. 
 
A adesão ao tratamento compreende o processo disciplinar integral ao método 
terapêutico a ser empregado. O método terapêutico preconizado deve sempre primar 
pelo embasamento e fundamentação científica, mas para que este processo tenha efeito 
dentro do espectro de benefícios almejado, a religiosidade na adoção das condutas 
prescritas é fundamental para o sucesso do tratamento. Fatores como a escolaridade e 
nível social dos familiares dificultam bem a adoção das medidas de cuidado a ser 
adotada pelo paciente ou mesmo dos cuidadores leigos, que em geral são os familiares 
dos pacientes. Muitas vezes temos uns pacientes e familiares dispostos a aderir 
corretamente ao tratamento, mas as orientações foram pessimamente administradas 
pelos profissionais e assim a adesão ao tratamento também pode ser comprometida. 
Muitas vezes um paciente é tratado de forma consecutiva ou simultânea por diferentes 
profissionais da área de saúde em cada especialidade. A correta interação entre os 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 9 
 
profissionais da saúde, a orientação e o encaminhamento para uma especialidade que 
fará o “followup”, ou seja, o seguimento dos cuidados. Um lapso no encaminhamento 
de uma especialidade para outra poderá trazer seqüelas ou prejuízos a evolução do 
tratamento. Quando um paciente fratura a diáfise do fêmur (terço médio da coxa) e é 
operado para uma fixação com placa,por um cirurgião traumatoortopedista, o mesmo 
deverá orientar o paciente sobre os cuidados, desde o curativo, retirada dos pontos, 
início do apoio do membro afetado (apoio parcial ou total), monitoramento do estado de 
consolidação do osso bem como encaminhamento ao fisioterapeuta que também poderá 
realizar as mesmas medidas de orientação, principalmente no que tangencia a utilização 
de órteses (muletas) para deambulação, bem como as orientações para marcha correta 
de acordo com a fase de consolidação conforme as demandas do paciente. Muitas vezes 
principalmente no sistema único de saúde (saúde pública), o médico não dispõe de 
tempo e ou paciência devido a má remuneração para produzir as orientações adequadas, 
e mesmo encaminhando a fisioterapia, muitas vezes esta não está disponível por falta de 
vagas e em suma o paciente não é bem orientado 
 
ÉTICA NA SAÚDE 
 
"Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele 
que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e 
vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também reconhece-se 
como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os 
valores morais, sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos pelas 
consequências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são condições 
indispensáveis da vida ética. A consciência moral manifesta-se, antes de tudo, na 
capacidade para deliberar diante de alternativas possíveis, decidindo e escolhendo uma 
delas antes de lançar-se na ação. Tem a capacidade para avaliar e pesar as motivações 
pessoais, as exigências feitas pela situação, as conseqüências para si e para os outros, a 
conformidade entre meios e fins (empregar meios imorais para alcançar fins morais é 
impossível), a obrigação de respeitar o estabelecido 
ou de transgredi-lo (se o estabelecido for moral ou injusto). A vontade é esse poder 
deliberativo e decisório do agente moral. Para que se exerça tal poder sobre o sujeito 
moral, a vontade deve ser livre, isto é, não pode estar submetida à vontade de um outro 
nem pode estar submetida aos instintos e às paixões, mas, ao contrário, deve ter poder 
sobre eles e elas. O campo ético é, assim, constituído pelos valores e pelas obrigações 
que formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. “Estas são realizadas 
pelo sujeito moral, principal constituinte da existência ética.” 
 
Direitos dos pacientes: Conforme a Cartilha dos Direitos do Paciente emitida pelo 
Conselho de Saúde do Estado de São Paulo: 
 
 “O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte 
dos profissionais de saúde”. 
 “O paciente tem direito a ser identificado pelo nome e sobrenome”, 
 
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 “não deve ser chamado pelo nome da doença ou do agravo à saúde, ou ainda de 
forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias, desrespeitosas ou 
preconceituosas”. 
 “O paciente tem direito à segurança e integridade física nos estabelecimentos de 
saúde, públicos e privados”. 
 “O paciente tem direito de receber ou recusar assistência psicológica, social e 
religiosa”. 
 
A ética através da prática baseada em evidências 
“Praticar Medicina Baseada em Evidências significa integrar a experiência clínica 
com as melhores evidências disponíveis derivadas de pesquisas sistemáticas. É Uma 
forma nova de ensino e prática da medicina que atribui um papel menos destacado 
para o raciocínio fisiopatológico para a intuição e para a experiência clínica não 
sistematizada. Enfatiza o exame das evidências de pesquisas clínicas como instrumento 
adequado para a prática de uma medicina mais eficiente. Requer que o médico tenha 
novas habilidades tais como capacidade para elaborar questões clínicas corretamente, 
para realizar busca de respostas a estas questões, criticar a informação obtida através 
da aplicação de regras de evidência, capacidade de decisão com base nestas 
informações, mais que na opinião de autoridades ou em experiências não 
sistemáticas.” 
Em todas as outras profissões das Ciências da Saúde tem se buscado a fundamentação 
das técnicas de tratamento, condutas de manejo e intervenção, através da pesquisa. 
Através das pesquisas foi possível compreender melhor o funcionamento das estruturas 
biológicas em geral e, portanto comprovar através de parâmetros, delineamentos 
metodológicos e análise de dados o efeito de diversas intervenções terapêuticas. O 
conhecimento dos mecanismos orgânicos possibilita através do raciocínio lógico de 
causa e efeito determinaremos riscos, benefícios e efeitos colaterais de intervenções 
terapêuticas. Assim sendo a pesquisa contribui em muito para determinar a eficácia dos 
métodos terapêuticos a serem empregados. 
 
 
Premissas éticas importantes na relação com o paciente: 
 
a)Respeitar o libido do paciente, conquistando gradualmente a confiança técnica , ética 
e moral do paciente. Desta forma todo procedimento realizado deve ser explanado, 
fazendo com que o mesmo se mantenha sempre seguro. 
b) Manter registros, relatórios e evoluções clínicas do pacientes sempre atualizadas. 
c) Não divulgar, em particular ou em público, quaisquer informes que tenham origem 
nas palavras dos pacientes, mesmo que estes tenham dito que os mesmos não eram 
segredáveis. Da mesma forma deve se manter em sigilo as informações clínicas ou de 
estudo clínico compartilhadas entre a equipe multidisciplinar , as quais forem obtidas 
em discussões clínicas, prontuários e relatos para atuação multi, inter ou 
transdisciplinar. 
 
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d) Ética profissional: Regulamento tomado como consenso para se seguir de acordo 
com os conceitos morais intrínsecos específicos de cada profissão. Vide: Código de 
Ética Profissional 
f) Na massoterapia muitos profissionais de ambos os sexos tem reportado sobre ataques 
de assédio proveniente de pacientes ou contra lateralmente de ambos os sexos. Quando 
tal fato ocorrer o profissional deve estar preparado para explicar os limites dos 
procedimentos exercidos de forma que não haja constrangimento ou que o 
constrangimento seja eu femisado pelo profissional, que em primeira instância deve ser 
claro quanto as intenções e “dar a volta“na situação. Caso haja re-incidência, condutas 
mais duras devem ser tomadas, no intuito de preservar a integridade física e moral do 
profissional. 
g) Ter cuidado ao gerar aproximações emocionais com um paciente. Deve haver uma 
separação formal do profissional e do amigo, do profissional e do esposo. Deve-se 
utilizar de um ritual formal a ser incorporado para que haja uma sinalização da distinção 
destas partes do todo. Instrumentos como o tratamento pela titulação profissional, uso 
do jaleco ou uniforme, auxiliam neste ritual, mas o comportamento também deve 
modificar. Muitas condutas ou intervenções terapêuticas não são executadas por 
profissionais com membros de sua própria família para evitar a influência emocional ou 
mesmo a banalização da intervenção. 
h)É dever de cada profissional estadiar e admitir os limites de intervenção técnica e 
ética desua profissão, encaminhando o paciente a um especialista de acordo com as 
necessidades clinicas específicas de cada situação, sempre explicando claramente ao 
paciente.. 
i)Nunca desacreditará ou menosprezará ao médico ou qualquer outro profissional de 
saúde, valorizando sempre o seu trabalho e quando houverem diagnósticos equivocados, 
os mesmos devem ser primariamente debatidos e discutidos com o profissional antes de 
trazer algum dolo moral do aludido profissional perante o paciente 
j)Ter cautela ao comentar casos de pacientes com outros pacientes mesmo com a 
intenção de encorajá-los, pois isto tanto foge da técnica quanto amedronta o paciente. 
 
Condutas éticas na equipe multidiciplinar 
 
O conhecimento na área da saúde tem crescido de forma avassaladora nas últimas 
décadas, levando a um incremento considerável dos conteúdos, artigos e relatos clínicos 
ou científicos sobre as mais diversas especialidades e disciplinas em saúde. Desta forma 
cada vez mais um único problema de saúde em um dado paciente, tem merecido a 
assistência conjunta de vários profissionais. A atuação em mútua colaboração de vários 
profissionais em prol da recuperação de um paciente torna necessário o estabelecimento 
de políticas éticas para o relacionamento entre estes profissionais, diminuindo assim 
possíveis atritos que possam interromper um sincronismo e uma harmonia que possam 
ser vitais para a saúde e a qualidade de vida dos pacientes. 
 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 12 
 
“O paciente não tem dono: Todo profissional deve realizar e desejar o melhor para 
seu paciente, enquanto a intervenção, diagnóstico e mesmo encaminhamento a outros 
profissionais, mesmo que a sua intervenção tenha que ser suspensa, de forma 
temporária ou permanente. .” 
 
 
 NÍVEIS DE RELAÇÃO E INTERAÇÃO PROFISSIONAL NA SAÚDE 
 
Na área da saúde são estabelecidas diversas formas de interação e relação entre os 
profissionais dos mais diversos setores envolvidos na saúde. A partir da compreensão 
destas relações poderá se refletir quais são as mais apropriadas e os que promovem 
melhores resultados para o tratamento dos pacientes. São classificadas quatro formas de 
relação profissional: multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e 
transdisciplnaridade. Convém, antes de qualquer coisa, estabelecer algumas 
aproximações sobre o termo disciplina eseus derivados inter, multi, pluri e trans. 
Segundo Japiassu (1976), é necessário precisar o sentido da disciplinaridade, 
examinando, em primeiro lugar, o que vem a ser uma disciplina. Disciplinaridade 
significará, então, a exploração científica e especializada de determinado domínio 
homogêneo de estudo. O que nos permite evocar um conjunto sistemático e organizado 
de conhecimentos com características próprias em seus planos de ensino, de formação, 
dos métodos e das matérias. Tal exploração tem a finalidade de fazer surgir novos 
conhecimentos que irão substituir os antigos. Fazer equivaler disciplina e ciência 
servem, com propriedade, à finalidade de uma definição operacional para o termo 
disciplinaridade. Mas é preciso lembrar que toda ciência é uma disciplina, mas nem toda 
disciplina é uma ciência. E uma disciplina sempre depende da interação com outras 
diferentes disciplinas. Assim, é preciso estabelecer níveis de agrupamento para as 
disciplinas em contato. 
 
O primeiro nível é o da multidisciplinaridade. Sua descrição geral evoca uma gama de 
disciplinas propostas simultaneamente, mas sem fazer aparecer diretamente as relações 
que podem existir entre elas. É um tipo de sistema de um só nível e de objetivos 
múltiplos; não há nenhuma cooperação entre as disciplinas (Japiassu, 1976). Pode-se 
pensar no seguinte exemplo: em um hospital, vários profissionais estão reunidos, mas 
trabalham isoladamente. O paciente passa por uma contagem de linfócitos, em seguida é 
atendido pelo oncologista e, finalmente, dirige-se à sala de quimioterapia. Neste caso 
não há contato entre os profissionais envolvidos no atendimento: o bioquímico da 
contagem de linfócitos, o médico oncologista e a enfermeira que cuida da quimioterapia 
não estão articulados entre si de modo que apareçam relações entre as disciplinas. A 
ausência de uma articulação não significa, no entanto, uma ausência de relação. O fato é 
que os profissionais, nesse caso, estão inseridos em um esquema automático, o qual não 
gera espaço para uma articulação como em outras modalidades da disciplinaridade 
(Iribarry, 2002). 
 
 
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O segundo nível é a pluridisciplinaridade. Sua descrição geral envolve a justaposição 
de diversas disciplinas situadas geralmente no mesmo nível hierárquico e agrupadas de 
modo que apareçam as relações existentes entre elas. É um tipo de sistema de um só 
nível e de objetivos múltiplos; há cooperação, mas sem coordenação (Japiassu, 1976). 
Quando, por exemplo, um paciente procura atendimento psiquiátrico e, após receber 
orientação e prescrição psicofarmacológica, é encaminhado, pelo próprio psiquiatra, a 
um psicólogo para um trabalho de psicoterapia. Os profissionais cooperam, mas não searticulam necessariamente de maneira coordenada. Nesse caso, a cooperação não é 
automática, mas cumpre a finalidade de estabelecer contatos entre os profissionais e 
suas áreas de conhecimento (Iribarry, 2002). 
 
Na interdisciplinaridade, a descrição geral envolve uma axiomática comum a um 
grupo de disciplinas conexas e definidas em um nível hierárquico imediatamente 
superior, o que introduz a noção de finalidade. É um tipo de sistema de dois níveis e de 
objetivos múltiplos com a coordenação procedendo de nível superior (Japiassu, 1976). 
Pode-se pensar no exemplo de uma equipe para atendimento ambulatorial de gestantes 
adolescentes de baixa renda. A equipe é formada por um médico pediatra, um médico 
psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, uma psicopedagoga, uma enfermeira e 
uma secretária. Cada área mencionada agrega ainda estudantes que realizam estágio no 
ambulatório. Todavia, o que prevalece é o saber médico, cabendo a coordenação e a 
tomada de decisão aos profissionais da área médica, que dirigem e orientam a equipe 
em seu trabalho (Iribarry, 2002). 
 
Para que a configuração transdisciplinar se torne verdadeira é preciso que o psicólogo, 
por exemplo, seja introduzido na área de seu colega assistente social e na área de seu 
colega psiquiatra e vice-versa. Ademais, é preciso que cada problema não solucionado 
em uma das áreas seja levado para uma área vizinha e, assim, seja submetido à luz de 
um novo entendimento (Caon, 1998). Quando, hipoteticamente, um psicólogo percebe a 
insuficiência de seus paradigmas no trabalho com o autismo, ele poderá propor ao seu 
colega neurologista um desafio. Que ali onde a psicologia não consegue formular uma 
intervenção (e o que resulta disso é uma interrogação), a neurologia possa, com a ajuda 
das demais áreas que compõem a equipe, iluminar o caminho com alguma proposta de 
intervenção. Esta é a situação paradigmática para geração de novos dispositivos para o 
trabalho com o autismo, por exemplo. Todavia, é preciso que psicólogo e neurologista 
se coloquem humildemente à disposição um do outro e do caso, evitando demorar-se na 
comum posição de discutir algumas incompatibilidades que podem surgir entre as duas 
áreas. Nosso exemplo apresenta dois profissionais apenas, mas é importante salientar 
que isso vale para todos os encontros possíveis entre as áreas que compõem uma equipe 
de trabalho (Iribarry, 2002). 
 
O Problema como Solução 
 
Caon (1998) salienta que todo o problema não resolvido em uma área deve ser levado a 
uma área vizinha. Quando um pesquisador está às voltas com um problema não 
 
Curso Técnico em Enfermagem Página 14 
 
solucionado em sua área temática é preciso que a transdisciplinaridade seja evocada 
para instaurar um diálogo com outras áreas temáticas. Este diálogo deve promover 
trocas e aproximações entre os pesquisadores, de modo que o problema não solucionado 
possa ser compartilhado e, com isso, novas equações e soluções para o problema sejam 
geradas. 
Este é o verdadeiro sentido da produção de tecnologias em um domínio de diversidades 
representado pelo agrupamento de diferentes áreas de conhecimento (Caon, 1998). 
Assim sendo, a transdisciplinaridade é um dispositivo que faz avançar as relações entre 
as áreas de conhecimento. Se o problema não resolvido em uma determinada área de 
conhecimento é, como vimos acima, uma solução viável para o estabelecimento do 
diálogo entre as diferentes áreas de conhecimento e pesquisa, então surge à frente 
daqueles que desejam levar adiante o desafio da transdisciplinaridadea necessidade de 
trabalhar em equipe. 
 
Os Princípios Práticos da Transdisciplinaridade no Trabalho de Equipe 
 
Uma equipe será transdisciplinar quando sua reunião congregar diversas especialidades 
com a finalidade de uma cooperação entre elas sem que uma coordenação se estabeleça 
a partir de um lugar fixo. É claro que isso gera, de saída, um problema. Como evitar a 
verticalidade de uma coordenação? Isto é, como evitar que uma especialidade se torne 
uma espécie de juiz no processo de tomada de decisão? Ora, a transdisciplinaridade 
deve ser encarada como meta a ser alcançada e nunca como algo pronto, como um 
modelo aplicável, e como um desafio que serve de parâmetro para que todos os 
membros da equipe estejam atentos para eventuais cristalizações e centralizações do 
poder Para que o intercâmbio entre os pesquisadores seja transdisciplinar é preciso que 
os discursos técnicos e ligados ao chamado jargão de cada área – sejam compartilhados 
(Iribarry, 2002). Mas não basta apenas levar ao colega aquelas palavras que em nosso 
campo são elementares. É preciso realizar um cuidadoso trabalho de tradução e 
explicação do que se deseja dizer em cada discurso das áreas envolvidas na situação de 
transdisciplinaridade. É preciso que o discurso de cada disciplina seja legível para as 
outras disciplinas envolvidas. 
A tomada de decisão é o aspecto culminante de uma orientação transdisciplinar para o 
trabalho em equipe. É preciso que a decisão seja tomada sem que nenhum saber 
prevaleça sobre outro, por isso a necessidade de ser horizontal, numa linha em que todos 
os profissionais estejam reunidos e dêem a sua contribuição de maneira compartilhada 
(Iribarry, 2002). Na verdade, a tomada de decisão está ligada a um conjunto de decisões 
que emanam de todas as áreas implicadas no trabalho em equipe. Não se trata do que 
cada área acredita ser adequado para o caso, mas sim daquilo que o próprio caso irá 
demonstrar como urgente e necessário para cada área de conhecimento envolvida. 
 
 
 
 
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ANATOMIA 1 
 
INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA SAÚDE PÚBLICA 
Anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o 
desenvolvimento do organismo e da relação entre suas partes. 
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). 
Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar), mas atualmente, Anatomia é 
a ciência e dissecar significa um dos métodos desta ciência. 
 
NOMENCLATURA ANATÔMICA 
 
Nomenclatura Anatômica é o conjunto de termos empregados para descrever o 
organismo, bem como as suas partes. Como toda ciência possui uma terminologia, com 
a anatomia isto ocorre muito claramente, com termos bastante específicos em sua 
linguagem. 
 
POSIÇÃO ANATÔMICA 
 
Considera-se como posição anatômica aquela em que o corpo está em posição ereta, ou 
seja de pé, também denominada posição ortostática, com a face voltada para frente, o 
olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, ao longo do corpo e 
com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés 
dirigidas para frente. 
 Olhar na linha do horizonte 
 Palmas das mãos voltadas para frente 
 Pernas ligeiramente afastadas 
 
 
 
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PLANOS 
• Plano sagital - formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do eixo lon-
gitudinal, dividindo o corpo em um lado direito e esquerdo. 
• Plano frontal ou coronal - formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao 
longo do eixo longitudinal. 
• Plano transversal ou horizontal - formado pelo deslocamento do eixo de largura ao 
longo do eixo ântero-posterior. Uma série sucessiva de planos transversais divide o 
corpo em segmentos denominados metâmeros. 
 
CÉLULA 
A célula representa a menor porção de matéria viva. São as unidades estruturais e 
funcionais dos organismos vivos. A maioria dos organismos, tais como as bactérias, 
são unicelulares (consistem em uma única célula). Outros organismos, tais como os 
seres humanos, são pluricelulares.O corpo humano é constituído por aproximadamente 10 trilhões de células; A maioria 
das células vegetais e animais têm entre 1 e 100 µm e, portanto, são visíveis apenas sob 
o microscópio; a massa típica da célula é um nanograma. 
A célula foi descoberta por Robert Hooke em 1665. Em 1837, antes de a teoria final da 
célula estar desenvolvida, um cientista checo de nome Jan Evangelista Purkyňe 
observou "pequenos grãos" ao olhar um tecido vegetal através de um microscópio. A 
teoria da célula, desenvolvida primeiramente em 1838 por Matthias Jakob Schleiden e 
por Theodor Schwann, indica que todos os organismos são compostos de uma ou mais 
células. Todas as células vêm de células preexistentes. As funções vitais de um 
organismo ocorrem dentro das células, e todas elas contêm informação genética 
necessária para funções de regulamento da célula, e para transmitir a informação para a 
geração seguinte de células. 
A palavra "célula" vem do latim: cellula (quarto pequeno). O nome descrito para a 
menor estrutura viva foi escolhido por Robert Hooke. Em um livro que publicou 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9rias
http://pt.wikipedia.org/wiki/Unicelulares
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pluricelulares
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_humano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Micrometro_(unidade_de_medida)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nanograma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Hooke
http://pt.wikipedia.org/wiki/1837
http://pt.wikipedia.org/wiki/Microsc%C3%B3pio
http://pt.wikipedia.org/wiki/1838
http://pt.wikipedia.org/wiki/Matthias_Jakob_Schleiden
http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_Schwann
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_latina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Hooke
 
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em 1665, ele comparou as células da cortiça com os pequenos quartos onde os monges 
viviam. 
Cada célula do nosso corpo tem uma função específica. Mas todas desempenham 
uma atividade "comunitária", trabalhando de maneira integrada com as demais células 
do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células, que 
cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a 
execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da vida. 
As células que formam o organismo da maioria dos seres vivos apresentam uma 
membrana envolvendo o seu núcleo, por isso, são chamadas de células eucariotas. A 
célula eucariota é constituída de membrana celular, citoplasma e núcleo. 
 
A membrana plasmática 
 
A membrana plasmática é uma película muito fina, delicada e elástica, que envolve o 
conteúdo da célula. Mais do que um simples envoltório, essa membrana tem 
participação marcante na vida celular, regulando a passagem e a troca de substancias 
entre a célula e o meio em que ela se encontra. 
Muitas substâncias entram e saem das células de forma passiva. Isso significa que tais 
substâncias se deslocam livremente, sem que a célula precise gastar energia. É o caso do 
gás oxigênio e do gás carbônico, por exemplo. 
Outras substâncias entram e saem das células de forma ativa. Nesse caso, a célula gasta 
energia para promover o transporte delas através da membrana plasmática. Nesse 
transporte há participação de substâncias especiais, chamadas enzimas transportadoras. 
Nossas células nervosas, por exemplo, absorvem íons de potássio e eliminam íons de 
sódio por transporte ativo 
Observe a membrana plasmática. Ela é formada por duas camadas de lipídios e por 
proteínas de formas diferentes entre as duas camadas de lipídios. 
Dizemos, assim, que a membrana plasmática tem permeabilidade seletiva, isto é, 
capacidade de selecionar as substâncias que entram ou saem de acordo com as 
necessidades da célula. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1665
 
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O citoplasma 
O citoplasma é, geralmente, a maior opção da célula. Compreende o material presente 
na região entre a membrana plasmática e o núcleo. 
Ele é constituído por um material semifluido, gelatinoso chamado hialoplasma. No 
hialoplasma ficam imersas as organelas celulares, estruturas que desempenham funções 
vitais diversas, como digestão, respiração, excreção e circulação. A substância mais 
abundante no hialoplasma é a água. 
Vamos, então, estudar algumas das mais importantes organelas encontradas em nossas 
células: mitocôndrias, ribossomos, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, 
lisossomos e centríolos. 
As mitocôndrias e a produção de energia. As mitocôndrias são organelas 
membranosas (envolvidas por membrana) e que têm a forma de bastão. Elas são 
responsáveis pela respiração celular, fenômeno que permite à célula obter a energia 
química contida nos alimentos absorvidos. A energia assim obtida poderá então ser 
empregada no desempenho de atividades celulares diversas. 
 
Um dos "combustíveis" mais comuns que as células utilizam na respiração celular é o 
açúcar glicose. Após a "queima" da glicose, com participação do gás oxigênio, a célula 
obtêm energia e produz resíduos, representados pelo gás carbônico e pela água. O gás 
carbônico passa para o sangue e é eliminado para o meio externo. 
A equação abaixo resume o processo da respiração celular: 
GLICOSE + GÁS OXIGÊNIO GÁS CARBÔNICO + ÁGUA + ENERGIA 
 
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HISTOLOGIA 
O que é 
 
A histologia é a ciência que estuda os tecidos do corpo humano. Os tecidos são 
formados por grupos de células de forma e função semelhantes. 
 
De forma simples podemos entender que a célula é a unidade fundamental do corpo, os 
tecidos são a associação de várias células semelhantes, os órgãos são a junção de vários 
tecidos que realizam uma determinada função, os sistemas são a união de vários órgãos 
(sistema nervoso, linfático, esquelético, respiratório, tegumentar, circulatório, etc) e que 
a união de todos os sistemas formam o organismo. 
 
Os tecidos de nosso corpo podem ser classificados em tecido epitelial, tecido 
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. 
 
O tecido epitelial apresenta como características: ausência de espaço entre as células, 
ausência de vascularização e grande capacidade de renovação celular. Sua função 
principal é proteger o corpo contra a penetração de microorganismos, substâncias 
químicas e agressões físicas. 
 
Ele se encontra recobrindo o corpo externamente (epiderme e córnea) e a superfície 
interna dos órgãos ocos como o estômago, ouvido, nariz, pulmão, boca, útero, bexiga, 
etc. Além disso, ele é o responsável pela formação de glândulas (fígado, pâncreas, 
glândulas salivares, etc). 
 
Da combinação dessas características, temos os seguintes tipos de tecidos: 
Epitélio pavimentoso dos alvéolos pulmonares, proporcionando a hematose do 
sangue, permitindo a passagem de oxigênio para as hemácias; 
 
 Epitélio cúbico simples dos rins, com função de absorção e secreção; 
 
Epitélio cilíndrico simples do intestino delgado, efetuando a absorção do alimento 
digerido; 
Epitélio estratificado pavimentoso, exercendo a função de proteção revestindo todo o 
nosso corpo (a epiderme); 
 
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 Epitélio cilíndrico pseudoestratificado e ciliado da traqueia e brônquios, 
desempenhando função de proteção, remoção e eliminação de impurezas na via 
respiratória; 
Epitélio de transição da bexiga, com função de distensão e retração (propriedade 
elástica) de acordo com o teor de urina armazenada. 
 
Curiosidade: a epiderme, juntamente com a derme, forma o maior órgão do corpo 
humano (a pele),com proporção média igual a 2m2 de área. A proximidade e a adesão 
entre suas células, em consequência às junções comunicantes, e mesmo pela presença de 
queratina, estabelecem o primeiro bloqueio fisiológico contra agentes patogênicos (que 
causam doenças). 
 
 Epitélio glandular: tecido especializado na síntese de secreções (hormônios, enzimas 
digestivas e substâncias como: suor, lágrimas, gametas e leite). Podem ser endócrinas, 
exócrinas ou mistas. 
 
Glândulas Endócrinas → hipófise, tireoide e a suprarrenal; 
Glândulas Exócrinas → sudoríparas, sebáceas e salivares; 
Glândulas Mista (anfícrina) → pâncreas, fígado e as gônadas. 
O tecido conjuntivo possui espaço entre as células, é ricamente vascularizado, possui 
baixa renovação celular e material intersticial (fibras colágenas, elásticas e reticulares), 
possui também o líquido intersticial (local de onde as células retiram seus nutrientes e 
depositam os seus resíduos). De origem mesodérmica, o tecido conjuntivo caracteriza-se 
por preenchimento dos espaços intracelulares do corpo e a importante interfase entre os 
demais tecidos, dando-lhes sustentação e conjunto. 
Morfologicamente, apresenta grande quantidade de material extracelular (matriz), 
constituído por uma parte não estrutural, denominada de substância estrutural amorfa 
(SFA), e por outra porção fibrosa. 
Substância Amorfa: formada principalmente por água, polissacarídeos e proteínas. 
Pode assumir consistência rígida, como, por exemplo, no tecido ósseo; e mais líquida, 
como é o caso do plasma sanguíneo. 
Fibras: de natureza proteica, distribuem-se conforme o tecido, destacando-se: 
 
Colágeno → fibras mais frequentes do tecido conjuntivo, formada pela proteína 
colágeno de alta resistência (coloração esbranquiçada); 
 
Elásticas → fibras formadas fundamentalmente pela proteína elastina, possuindo 
considerável elasticidade (coloração amarelada); 
 
Reticulares → fibras com reduzida espessura, formada pela proteína chamada 
 
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reticulina, análoga ao colágeno. 
Portanto, além da função de preenchimento dos espaços entre os órgãos e manutenção, 
toda a diversidade do tecido conjuntivo em um organismo desempenha importante 
função de defesa e nutrição. 
Os principais tipos em vertebrados podem ser subdivididos em dois grupos, a partir de 
uma classificação considerando a composição de suas células e o volume relativo entre 
os elementos da matriz extracelular: tecido conjuntivo propriamente dito (o frouxo e o 
denso), e os tecidos conjuntivos especiais (o adiposo, o cartilaginoso, o ósseo e o 
sanguíneo). 
Tecido Conjuntivo Frouxo Caracteriza-se pela abundante presença de substâncias 
intercelulares e relativa quantidade de fibras, frouxamente distribuídas. Nesse tecido 
estão presentes todas as células típicas do tecido conjuntivo: os fibroblastos ativos na 
síntese proteica, os macrófagos com grande atividade fagocitária e os plasmócitos na 
produção de anticorpos. 
Tecido Conjuntivo Denso Denominado de tecido conjuntivo fibroso, apresenta grande 
quantidade de fibras colágenas, formando feixes com alta resistência à tração e pouca 
elasticidade. É tipicamente encontrado em duas situações: formando os tendões, 
mediando a ligação entre os músculos e os ossos; e nos ligamentos, unindo os ossos 
entre si. A organização das fibras colágenas nessa classe de tecido permite distingui-lo 
em: não modelado, quando as fibras se distribuem de maneira difusa (espalhadas); e 
modelado, se ordenadas. 
Tecido Conjuntivo Sanguíneo (Reticular) Esse tecido tem a função de produzir as 
células típicas do sangue e da linfa. Existem duas variações: tecido hematopoiético 
mieloide e tecido hematopoiético linfoide. 
Mieloide: Encontra-se na medula óssea vermelha, presente no interior do canal medular 
dos ossos esponjosos, responsáveis pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue 
(hemácias), certos tipos de glóbulos brancos e plaquetas. 
Linfoide: Encontra-se de forma isolada em estruturas como os linfonodos, o baço, o 
timo e as amígdalas; tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos brancos 
(monócitos e linfócitos). 
O tecido hematopoiético (do grego hematos, sangue, e poese, formação, origem) é um 
tipo de tecido conjuntivo responsável pela produção de células sanguíneas e da linfa, e 
se localiza no interior de alguns tipos de ossos. Esse tecido é o precursor da medula 
óssea vermelha. 
http://www.infoescola.com/biologia/tecido-conjuntivo/
http://www.infoescola.com/histologia/tecido-hematopoietico/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/ossos/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/medula-ossea/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/medula-ossea/
 
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Durante a infância, grande parte dos ossos do corpo possui esse tipo de medula; na fase 
adulta, a medula vermelha é encontrada principalmente nos ossos pélvicos, no osso 
esterno, nas costelas e na clavícula. Na fase embrionária, as células sanguíneas são 
formadas no baço e no fígado. 
A medula óssea é dotada de fibras reticulares e células- tronco medulares. Tais células 
são multipotentes (ou pluripotentes), ou seja, podem dar origem aos diversos tipos de 
células sanguíneas, e são descendentes das células-tronco embrionárias. As células-
tronco embrionárias são totipotentes, ou seja, não só dão origem às células sanguíneas, 
como a qualquer outro tipo de célula do organismo. 
A multiplicação das células-tronco produz tanto células-filhas que se comportam como 
células multipotentes, quanto células que se diferenciam em vários tipos de células do 
sangue. Numa primeira fase dessa diferenciação, as células-tronco dão origem a duas 
linhagens celulares: células-tronco mieloides, ecélulas-tronco linfoides. As células-
tronco mieloides originam as hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos), as 
plaquetas (ou trombócitos) e os leucócitos (glóbulos brancos), tais como neutrófilos, 
basófilos, eosinófilos e monócitos. Já as células-tronco linfoides dão origem aos 
linfócitos B e T 
Tecido Conjuntivo Adiposo 
O tecido conjuntivo adiposo é rico em células que armazenam lipídios, com função 
essencial de reserva energética. Em aves e mamíferos (animais homeotérmicos), auxilia 
na regulação térmica (isolante), sendo distribuído sob a pele que constitui a hipoderme. 
O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo especializado no armazenamento de 
gordura no interior de células diferenciadas denominadas de adipócitos, servindo como: 
-Reserva energética durante os períodos prolongados de dieta, na falta de alimentos e 
após a consumação do glicogênio estocado no fígado e músculos; 
- Auxílio na regulação térmica, atuando como proteção contra o frio, em virtude de sua 
localização sob a pele; 
- Envolvendo órgãos, como por exemplo, o coração, proporcionando acomodação ao 
movimento de sístole e diástole, além de protegê-lo contra traumas mecânicos. 
Tecido Conjuntivo Cartilaginoso 
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/baco/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/figado/
http://www.infoescola.com/citologia/celulas-tronco/
http://www.infoescola.com/citologia/celulas-tronco/
http://www.infoescola.com/sangue/hemacias/
http://www.infoescola.com/sangue/plaquetas/
http://www.infoescola.com/citologia/leucocitos/
 
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O tecido cartilaginoso, desprovido de vasos sanguíneos e nervos, é formado por células 
denominadas condroblastos e condrócitos. O condroblasto sintetiza grande quantidade 
de fibras proteicas, e com gradual redução de sua atividade metabólica, passa a ser 
denominado condrócito. 
Tecido Conjuntivo Ósseo 
Bem mais resistente que o tecido cartilaginoso, o tecido ósseo é constituído

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