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Vírus da poliomielite Esses vírus pertencem à ordem Picornavirales, reino Riboviria, família Picornaviridae e gênero Enterovirus. Espécies: A, B, C e D (Enterovirus, Coxsackievírus, Poliovirus, Echovirus) Os poliovírus causam a poliencefalomielite, uma inflamação da massa cinzenta do Sistema Nervoso Central, dando origem ao quadro de paralisia flácida aguda = poliomielite. Propriedades Fundamentais • Forma esferoidal • Diâmetro de 25 a 30 nanômetros • Não são envelopados e são estáveis em pH de 3,0 a 9,0 • Capsídeo de simetria icosaédrica, constituído de 60 capsômeros • Capsômeros constituídos de quatro proteínas estruturais: VP1, VP2 e VP3 (externas) e VP4 (associada ao ácido nucleico) • Ácido Nucleico → representa 30% do vírus • Seu RNA é fita simples com polaridade positiva • Ligação de proteína VPg I. Estrutura e Organização Genômica dos Poliovírus: “VPg = proteína ligada ao genoma • A proteína VPg é traduzida em uma poliproteína constituída de P1, P2 e P3. • VP1 é clivada em VP0, VP3 e VP1. • VP0 posteriormente será clivada em VP4 e VP2. • A parte não-estrutural forma proteínas não estruturais: VPg, polimerase e protease II. Ciclo replicativo dos Poliovírus a. Fase de absorção – Ligação ao receptor celular. VP1 x CD155 b. Penetração e desnudamento – Liberação do RNA. Há uma perda de lipídeos do canion, de estabilidade e do capsídeo. O pH é baixo. c. Clivagem da VPg d. Tradução e. Clivagem da poliproteína f. Forma replicativa g. Replicação do RNA viral h. Tradução i. Montagem do capsídeo j. Morfogênese do vírion Transmissão e patogênese A transmissão ocorre através de esgoto, rios poluídos, moscas, água e alimentos contaminados ou contato mão- boca. • Vias para chegada ao Sistema Nervoso Central Viremia Primária → por via retrógrada através nervos periféricos ou cranianos Viremia Secundária → Monócitos, Macrófagos e Células Dendríticas. • Patogênese das Infecções por Poliovírus Casos clínicos Poliomielite abortiva: causa sintomas como febre, cefaleia, náuseas, vômitos, inflamação da garganta. Um dos quadros mais comuns Poliomielite não-paralítica: pode causar meningite viral, rigidez de nuca, dor nas costas, duração de 2 a 10 dias Poliomielite paralítica: 2 a 5 dias depois, destruição de neurônios motores e dor muscular. Apenas 1% dos casos e pode causar: • Paralisia espinhal (corno anterior da medula → fraqueza branda a tetraplegia), • Paralisia bulbar (região bulbar do tronco cerebral → atinge os sistemas respiratório e vasomotor / ocorre de 10 a 15% dos casos de infecção) • Paralisia bulboespinhal → a mais grave, paralisia do diafragma, interfere na deglutição e função cardíaca Síndrome pós-pólio: morte de brotos axonais com nova denervação de fibras musculares → fadiga, dor muscular e articular, debilidade lenta e progressiva Diagnóstico Laboratorial O Ministério da Saúde realiza a vacinação e propõe normas de Diagnóstico Laboratorial. A notificação dos casos é compulsória. 1. Detecção do Vírus Coleta de material: fezes, material de garganta, LCR / Inoculação em hospedeiro adequado 2. Identificação do Vírus Efeito Citopático (CPE), testes Sorológicos com Anti-soros Específicos (Teste de Neutralização) 3. Titulação de Anticorpos Específicos Coleta de 2 amostras de sangue por teste de neutralização 4. PCR Gênero de Enterovírus: iniciadores para a região 5’ não traduzida. Tipo Sorológico: iniciadores para a região que codifica para VP1 5. Hibridização por Sondas Diferenciação das Amostras Selvagens e Vacinais (Programa de Erradicação da Poliomielite) 6. Sequenciamento Genômico Tipificação molecular através de sequenciamento da região que codifica para VP1. Vacinação Esquema de vacinação: INGESTÃO TRATO ALIMENTAR SANGUE SISTEMA NERVOSO CENTRAL Tratamento A OMS recomenda o uso de drogas antivirais e/ou anticorpos monoclonais. Para os 3 sorotipos, em três situações, em paralelo com a vacinação: • Tratamento de pessoas imunodeficientes que excretam vírus • Tratamento preventivo de pessoas expostas ao vírus, por exposição não intencional (ex: profissionais de laboratório) • Uso em comunidades expostas a presença de surtos por amostras vacinais circulantes, pós erradicação (em conjunção com vacina de vírus inativados, VIP)
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